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INTRODUÇÃO

EM 1990, QUANDO ERA REPORTER DE CIÊNCIA NO THE NEW YORK TIMES,


TOPEI COM UM ARTIGO EM UMA PEQUENA REVISTA ACADEMICA ESCRITA
POR DOIS PSICOLOGOS,JOHN MAYER, HOJE NA UNIVERCIDADE DE NEW
HAMPSHIRE, E PETER SALOVEY, DE YALE.

Casamento:

A questão da educação das crianças pode ter reflexo num futuro casamento. As meninas
são educadas para falar mais de seus sentimentos, enquanto os homens são educados a escondê-
los (homem não chora). As meninas geralmente brincam cooperativamente, enquanto os meninos
brincam competitivamente. Se uma menina se machuca, a brincadeira toda pára, enquanto que se
um menino se machuca, ele sai para que os outros recomecem a brincadeira.
Os homens, depois que se casam, querem só fazer coisas com as mulheres (jardinagem,
passeios, por exemplo) enquanto as mulheres gostam também de falar sobre a relação, e outras
coisas.
Assim, as mulheres são mais emocionais que os homens. Uma expressão de um rosto
triste é notada mais facilmente pela mulher. Assim, a mulher tem de ficar muito triste para que o
homem note esta tristeza, e ainda mais triste para que ele indague a razão desta tristeza.
O que mais desfaz casamentos não são assuntos cotidianos como a freqüência com que o
casal faz sexo, a educação dos filhos ou o orçamento familiar. A questão é como se discute estes
pontos ou como se faz uma crítica.
O principal sinal de que um casamento não está bem é a crítica contundente. Recém-
casados se sentem mais a vontade para se queixarem um do outro. Quando, por exemplo, alguém
esquece de pegar as roupas do cônjuge na lavanderia, este poderia fazer uma crítica à ação, ao
invés da pessoa: "vc esqueceu de pegar minhas roupas na lavanderia. Isto me deu a impressão de
que não liga pra mim". Ao invés de "vc é sempre egocêntrico e indiferente. Isto só prova que não
posso esperar que faça nada direito".
O desprezo de um dos cônjuges desencadeia uma das reações de lutar-ou-fugir. Assim, o
outro cônjuge pode gritar furioso ou se fechar.
Os pensamentos que um cônjuge tem podem afetar um casamento também. No final de um
casamento o cônjuge tem uma idéia pessimista das coisas: "Ele é egoísta e só pensa nele mesmo.
Foi criado assim e nunca mudará". No início do casamento, a tendência é ter uma idéia mais
otimista: "Ele está sendo exigente agora, mas não era assim. Talvez esteja de mau humor. Talvez
esteja com problemas no trabalho."
Numa briga conjugal, os homens tendem a se fechar, enquanto as mulheres tendem a
criticar mais (isto se deve ao seu papel de administradora de emoções - foram educadas para isto).
Conselhos para uma boa vida conjugal: homens: 1.compreender que, quando a mulher se
queixa, está tentando realizar um ato de amor e não uma briga. 2.não fechar-se, mas ouvir a
mulher. É importante pra ela saber que sua crítica está sendo registrada. Mulheres: ser menos
intensas nas queixas, pois os maridos são sensíveis a isto

MOMENTOS OPORTUNOS

O Ambiente Familiar

Existem três tipos de pais emocionalmente inábeis:


- Aqueles que acham que o sentimento do filho os atrapalha e portanto, os ignoram.
- Aqueles que sabem o que o filho está sentido mas não se importam com a maneira que
os filhos irão tratar estes sentimentos.
- São muito rigorosos com os filhos. Gritam com as crianças que tentam argumentar:
"Não fale assim comigo".

A Inteligência Emocional depende também da educação que os pais dão aos filhos. Uma
experiência feita por um cientista revela como são crianças emocionalmente inteligentes.

Consiste em entregar dois blocos a um bebê de 8 meses e depois mostrar como quer que os
junte. O bebê emocionalmente inteligente age da seguinte maneira:
"pega um bloco, coloca na boca, esfrega no cabelo, deixa cair no chão, aguarda que
peguemos para ele. Pegamos ele, então, cumpre a tarefa - junta os dois blocos. Depois olha para a
gente como olhinhos brilhando que dizem: "Diz se eu não sou o máximo!".

Toda pequena interação entre uma criança e seus pais contribui para formar uma criança
emocionalmente inteligente. Se os pais reagem com indiferença ou dizem para a criança "parar de
encher", vão acabar formando uma criança brigona ou retraída.
A agressividade é passada de pai para filho. Assim, crianças tratadas por pais agressivos
se tornam pais agressivos. E eles não tem raiva dos filhos. Querem o melhor pra eles. Só que
aplicam o estilo educacional passado por seus pais.
As crianças tratam os outros da maneira como foram tratadas.

Traumas

Os traumas são distúrbios cerebrais causados por situações sofridas. Qualquer


lembrança do fato, por menor que seja, gera a sensação de que a situação geradora do trauma vai
ocorrer novamente e não há nada que possa impedir isto.
Uma das maneiras de tratar isto, é reviver a situação em um momento que a pessoa se
sinta segura.

Terminando o capítulo: "as lições emocionais - mesmo os hábitos mais profundamente


arraigados do coração, aprendidos na infância - podem ser reformuladas. A aprendizagem
emocional é para toda a vida".

Temperamento não é destino

As pessoas que tem uma maior atividade no lobo frontal esquerdo são mais positivas que
aquelas que tem maior atividade no lobo frontal direito.
Mas estas atividades podem ser alteradas no decorrer da vida, principalmente na infância.
A infância é o momento mais fácil para o aprendizado emocional.
Uma experiência com filhotes de ratos mostra como é importante este aprendizado.
Colocou-se filhotes de ratos em duas gaiolas. Uma delas continha diversões e diversas atividades
para realizar e a outra continha só o básico para a sobrevivência. Os ratos que estavam na gaiola
com mais diversões desenvolveram mais circuitos neurais que os outros.

As crianças que são criadas por pais emocionalmente inaptos geralmente tornam-se
agressivos, preferindo bater a raciocinar. Os meninos tornam-se arruaceiros, enquanto as meninas
engravidam cedo.

A principal maneira de criar filhos emocionalmente sadios, é saber consolar, não deixando-
os desemparados quando precisam e ensinando-os como conseguir ajuda quando necessário. Um
exemplo claro é o da mãe que trabalho o dia todo e tem de levantar à noite para alimentar o filho
que chora. Se ela está cansada, chega resmungando e dá de mamar irritada: "Mame logo, que eu
quero dormir". Isto vai deixar o filho achando que ele só incomoda todo mundo e pode criar uma
pessoa que tem dificuldades no relacionamento com outras pessoas.

Existem projetos educacionais para arruaceiros que mudam esta maneira de pensar.
A depressão é um mal que afeta a maioria dos jovens. Geralmente, é causada por:
1) Dificuldades nos relacionamentos.
2) Dificuldade em promover pensamentos que bloqueiem a depressão.

A depressão surge e se enraiza na infância, geralmente, quando a criança não sabe lidar
com problemas, como: ser rejeitado, ter dificuldades nos relacionamentos, etc.
Pode-se bloquear a depressão treinando-se para evitar pensamentos depressivos.
Existem distúrbios psicológicos em que as pessoas não conseguem distinguir um
sentimento. Assim, podem confundir medo com fome e aí, passam a comer exageradamente.
A Inteligência Emocional revela-se como uma prevenção para todos os problemas sociais.
Já existem inúmeros programas de treinamento de Inteligência Emocional. Informar, somente, não
basta, é necessário treinar.

A alfabetização emocional não funciona somente em crianças ricas. Existem projetos bem
sucedidos em bairros pobres.
Programas de alfabetização emocional bem sucedidos começam cedo, desde a primeira
série. As crianças aprendem a distinguir os sentimentos. Na quarta e quinta séries, a ênfase é em
relacionamento com os colegas. Na sétima e oitava séries, sexo, drogas e bebidas (sentimentos
que levam a eles, como a depressão). E no segundo grau, empatia.

Em alguns casos, a aprendizagem emocional é mesclada com a aprendizagem tradicional.


A alfabetização emocional não se restringe a escola, mas a comunidade toda.
Há vários obstáculos como, por exemplo, os professores não desejarem gastar tempo com
assuntos fora dos acadêmicos, ou não estarem preparados para isto, ou ainda, não desejarem a
preparação para lidar com emoções por achar que é um assunto muito pessoal.
O aprendizado emocional tem a ver com a formação do caráter, e da moral.

APÊNDICE A: QUE É EMOÇÃO?

Os cientistas tentam definir as emoções como formadas por um conjunto de emoções


básicas. Um conjunto destas emoções básicas é:
- Ira;
- Tristeza;
- Medo;
- Prazer;
- Amor;
- Surpresa;
- Nojo;
- Vergonha.
Uma das experiências desenvolvidas neste sentido foi mostrar expressões faciais claras
destas emoções básicas a diferentes povos no mundo todo (inclusive uma tribo que ainda vive na
idade da pedra na Nova Guiné) e todos reconheceram estas emoções básicas nestas expressões
faciais.

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