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PNL e Magia da Mente

Publicado em 1 de dezembro de 2010 por Papai Caos


Texto 2 de leitura obrigatória para os jogadores de CAOS, o jogo.

Como Estabelecer e Realizar os Objetivos Desejados

Sabe-se que aquelas pessoas que têm os seus objetivos claramente definidos
são as que têm mais sucesso naquilo que elas fazem. Uma antiga lenda fala da
Esfinge que ficava à beira da estrada. Cada viajante que passava tinha que
parar e lhe era pedido para decifrar um enigma. Se este não fosse capaz de
responder certo, seria devorado. Do mesmo modo, cada um de nós é um
viajante, deparando diariamente com problemas. São os enigmas da Esfinge, e
sofremos quando deixamos de dar a resposta certa.

O viajante bem-sucedido foi sempre aquele que compreendeu a pergunta que


lhe foi feita. O viajante infeliz muitas vezes encontra o seu fim, não porque o
enigma lhe exceda a capacidade, mas porque não chega sequer a ouvir a
pergunta. Ao deparar com a Esfinge, a sua mente é dominada pelo medo e ele
se acha então incapaz de até começar a pensar.

Muitas pessoas têm sido derrotadas por seus problemas porque nunca
souberam do que se tratava, e muito menos da situação onde se encontravam.

Isso sugere a primeira pergunta que se deve fazer toda vez que surge um
problema: “Onde estou?”.

ONDE ESTOU?

Depois de ter comido o fruto proibido e com isto franqueado ao homem o


mundo dos problemas, Adão escondeu-se amedrontado. Segundo o Gênese,
Deus chamou-o dizendo: “Adão, onde estás?” Os estudiosos têm considerado o
porquê de Deus, que tudo sabe, ter que perguntar. A resposta por eles
apresentada é que Deus sabia onde Adão estava, mas queria que ele próprio o
soubesse também.

A pergunta: “Onde estou?” deve ser feita com muito cuidado. Esta pergunta
simboliza uma avaliação calma e de todos os pontos de vista possíveis da
situação, o mais isento possível de rótulos ou de julgamentos. Em outras
palavras, significa fazer o uso de toda a sua acuidade sensorial para obter as
informações sensoriais precisas e completas necessárias.

Para definir o problema de modo eficiente, será útil ter em mente o significado
da palavra PROBLEMA. O professor Karl Duncker, que tem realizado
consideráveis pesquisas sobre a psicologia da solução dos problemas,
apresenta a sua conclusão com as seguintes palavras: “O problema surge
quando o ser vivo possui um objetivo, mas não sabe como consegui-lo.”

Baseado na definição de Duncker, o problema é a distância entre o lugar onde


nos encontramos (Estado Atual) a aquele onde desejamos estar (Estado
Desejado), quando não existe aparentemente nenhum meio de transporte à
vista. Quase sempre o elemento que falta é o segundo, o Estado Desejado.

Estado atual e Estado desejado

Muitas pessoas reclamam que têm objetivos na vida, mas nunca conseguiram
realizá-los. Isto porque os objetivos que querem são inespecíficos e muito
generalizados, do tipo “eu quero ser rico”, “quero ser feliz”, “quero ficar em
paz”, etc.; ou são formulados em negativo como “não quero mais sofrer”,
“nunca mais quero me sentir assim”, “não vou acabar desse jeito”, etc.. Ou os
seus objetivos dependem da iniciativa e controle dos outros, como “só vou ter
tranquilidade se ele/ela parar de fazer isto”, “eu quero que ele/ela me faça
feliz”, “quando ele/ela mudar, eu posso ser o que eu quero”, etc.

Muitos ainda têm os seus objetivos em mente e a “intelectualização” das


soluções. São verdadeiras enciclopédias ambulantes em matéria de teorias e
de informações, porém, fracassam em atingir os seus resultados desejados por
faltar-lhes algo muito importante chamado de AÇÃO.

Portanto, meus amigos, mãos à obra!

CONDIÇÕES DE BOA FORMULAÇÃO DE RESULTADOS DESEJADOS

As condições de uma boa formulação de resultados desejados são:

Ser expresso em termos positivos.

Iniciado e controlado pela própria pessoa (você).

Evidências sensoriais específicas.

Bem contextualizado.

Que seja ecológico para a pessoa.


Testável na experiência da pessoa, isto é, dentro do poder da pessoa de
realizá-lo.

Pegue uma caneta ou lápis agora e procure responder a essas perguntas da


melhor forma que puder:

QUESTÕES PARA ELICIAR O OBJETIVO DESEJADO

Dito em termos positivos;

“O que você quer, especificamente?”

Se você ou alguém que você está ajudando neste exercício disser: “Não quero
me sentir mal”, você pergunta: “Muito bem, como é que você gostaria de se
sentir?” e, se você ou outro responder “Eu vou saber quando não tremer
mais”, diga “OK, isso é o que você não vai fazer, e o que você VAI fazer?”

Que o objetivo seja iniciado e controlado por você:

Se você é do tipo que costuma dizer: “Consertem minha mulher/marido/filho!”


Saiba que isto não está bem formulado, já que o desejo é de mudar algo que
está fora do seu alcance. Você pode pegar este objetivo e transformá-lo em
algo iniciado, sob controle seu, acrescentando uma ou duas proposições:

“Então o que eu quero é ter respostas diferentes por parte da minha mulher ou
do meu marido ou daquela pessoa”.

Se isso fizer sentido para você, já terá uma base para um objetivo bem
estruturado: trabalhar a mudança do SEU comportamento para conseguir
respostas melhores por parte daqueles que interessam a você.

Descrição baseada em dados sensoriais:

“Como você vai saber quando atingir este resultado desejado?”

Imagine, vividamente, você, num futuro próximo, já realizando o seu objetivo.


Faça uma descrição COMPORTAMENTAL completa, vendo como você se
comporta, sua postura, sua voz, seus gestos, sua respiração, seu tônus
muscular e as coisas que estaria fazendo quando já tiver alcançado o seu
objetivo.
Verifique se o seu procedimento de evidência (qualquer informação exterior)
está sendo dado de forma efetiva. Um feedback apropriado sobre o momento
em que atingiu a mudança desejada. Exemplo: Se o objetivo é chegar a ser
um professor eficiente, e a sua evidência é de se sentir bem no final do dia,
você precisará de algum OUTRO tipo de evidência. Pois é ótimo se sentir bem
no final do dia, mas isso não se relaciona automaticamente com o fato de ser
um bom professor.

Se deseja ser um profissional eficiente e se a evidência é a de que outros


DIGAM que você é bom (apenas verbalmente) você estará usando uma
evidência que pode ser enganadora.

– “Mostre-me como você seria se tivesse confiança em si mesmo. O que os


outros iriam ver, ouvir ou sentir quando você conseguisse esse objetivo?”

Descrição sensorial dos seus comportamentos, fazendo com que você se


concentre na sua auto-imagem como se estivesse sendo visto por outra
pessoa.

– “Quando você tiver alcançado o resultado desejado, o que você estará


fazendo e como estará se comportando?” É para você descrever
sensorialmente as experiências exteriores que você imagina que estará
fazendo, agindo, os seus movimentos, comportamentos, tensão muscular,
quando tiver realizado o seu objetivo.

– “Quando você atingir o resultado desejado, que tipos de sensações você irá
sentir?” Isto faz com que você se concentre nas suas sensações interiores.

– “Quando você atingir o resultado desejado, que tipos de pensamentos você


estará tendo com você mesmo?” Isto focaliza a sua atenção no seu Diálogo
Interno.

Tamanho apropriado do objetivo:

Observei uma vez, na empresa onde sou sócio, que os operários perdiam,
aparentemente, muito tempo em várias caminhadas por dia até os depósitos
de materiais para retirar peças. Parecia mais lógico trazer as caixas mais perto
das máquinas. Isto foi feito, e pouco tempo depois os supervisores ficaram
perplexos com o resultado. A produção caiu bruscamente, apesar da economia
em tempo e movimento. A explicação era simples. Ver a grande quantidade de
matéria-prima sugeria aos funcionários o infindável trabalho que teriam que
fazer. “Parece que nunca se consegue terminar nada.” Era a forma de alguns
deles descreverem o seu motivo para a demissão. Não há percepção de
progresso porque não há um objetivo definido e realizável que a pessoa possa
usar como ponto de referência para assinalar o terreno que já se caminhou
entre o Estado Atual e o

Estado Desejado.

Hoje, a maioria dos psicólogos industriais aconselha a gerência a fazer todo o


possível para quebrar em unidades visíveis e atingíveis o fluxo de trabalho.
Então, à medida que as peças ficam prontas, vão para caixas ou bandejas de
10, de 100 ou de 200 unidades, o número que for mais conveniente. Resulta
daí a sensação contínua de “missão cumprida” e disposição renovada para
outro esforço em direção a novo objetivo específico.

O mesmo acontece conosco. Se o objetivo é inespecífico, grande ou global,


pergunte a si mesmo sobre uma parte específica do que deseja, em pequenos
sub-objetivos visíveis e realizáveis. Certifique-se de que as informações aqui
criadas sejam informações sensorialmente descritas e não julgamentos:

– “Com quem eu quero experimentar este resultado?”

– “Onde, especificamente, eu quero experimentar este resultado em primeiro


lugar?”

– “Quando eu quero experimentar este resultado?”

– “Em que situação específica eu não quero este resultado?”

Ecologia:

– “De que maneira este resultado afetará a sua vida?”

– “De que forma este objetivo poderia trazer problemas para você?”

– “De que maneira este objetivo poderá afetar as pessoas importantes de sua
vida?”

– “Você poderia machucar alguém ao atingir o que você está pedindo?”

Limitações:

– “O que impede você de atingir o objetivo desejado?”

Faça uma lista de obstáculos que estão impedindo você de realizar o seu
objetivo. Separe os obstáculos dependentes de terceiros e pegue cada um dos
obstáculos pessoais (crenças ou auto-conceitos limitantes) e trabalhe cada um
deles com a Técnica do Aprendizado Dinâmico.

Recursos disponíveis:

– “Que capacidades ou habilidades você já tem para atingir o resultado


desejado?”

Pegue cada recurso que puder se lembrar e utilize a seqüência de Ancoragem


para resgatar as sensações desses recursos desejados.

Alternativas:

– “Como você vai chegar até lá?” (Descreva quatro ou cinco passos
importantes que você vai fazer para alcançar o seu resultado desejado.
Responda da melhor forma que puder, e se não souber, FAÇA DE CONTA que
sabe e descreva.)

– “Você tem mais de uma maneira de atingir o objetivo?”

– “De que outra maneira você pode atingir o seu objetivo?” Quanto mais
alternativas melhor.

– “Os quatro ou cinco passos estão bem especificados e são possíveis de


serem atingidos?” Segmentar processos torna mais fácil atingi-los.

CRIE SEU DIA IDEAL:

Releia agora as respostas anotadas por você e imagine agora um dia ideal para
você, quando este objetivo já estiver alcançado e as coisas estejam
acontecendo dentro das suas expectativas. Veja-se a si mesmo, dentro dessa
experiência imaginária, observando os seus comportamentos, a sua forma de
falar, suas atitudes, e as suas sensações à medida que as cenas imaginárias
vão se desenrolando na sua mente, cenas de cores vívidas, nítidas, brilhantes.
Observe

também quais diferenças existem em relação ao como você é hoje. Não pare
até que consiga uma experiência imaginária desse seu dia ideal de manhã até
a hora de ir para cama, com todos os melhores acontecimentos possíveis
desse seu objetivo, como se você já o tivesse realizado. Faça de uma forma
que realmente o motive para isso.

Ajudar a si próprio e aos que estão ao seu redor, os seus próximos mais
próximos, a identificar objetivos positivos contribui para criar estados
emocionais mais eficazes para realizar estes objetivos.
Ajudar o seu parceiro ou sua parceira ou filhos ou amigos a construir objetivos
através desses passos estratégicos, é um presente inestimável que você
proporciona a eles em termos de sucessos futuros.

“A imaginação é de longe muito mais importante que o conhecimento.”

Albert Einstein

MEIOS E FINS

Somente quando mantidos na mente os objetivos finais, podem os meios


serem adequados. Um carpinteiro não pode escolher as ferramentas que
necessita antes de saber o que deseja construir. Muitas pessoas seguem
tropeçando num frenesi de atividades improdutivas porque não são capazes de
diferenciar os meios dos fins.

A seguir descrevo um caso em que fui testemunha numa firma onde participei
de uma transação comercial. A diretoria acabara de decidir a compra de um
galpão industrial, mas tinha já adquirido um terreno anteriormente com a
intenção de nele se construir um prédio. Portanto agora queria vender este
terreno se aparecesse um comprador.

“Quem possui a escritura desse terreno?” perguntou um dos membros da


diretoria, um professor universitário notável. Em resposta a sua pergunta,
tornou-se claro que haviam perdido a escritura.

“Não se preocupem com isso,” disse outro membro da diretoria, que era
advogado, “podemos conseguir uma cópia no cartório por mil cruzeiros.”

Muito bem,” disse o professor, “proponho que arranjemos um cofre no banco


para guardar nossos documentos.” Sua moção foi aprovada por unaminidade.
“Proponho, a seguir, que o nosso advogado seja autorizado a gastar os mil
cruzeiros para conseguir uma cópia da escritura do terreno e que esta seja
colocada no cofre do banco.”

“Isto não é necessário”, disse o advogado. “Quando tivermos um comprador


podemos arranjar uma cópia da escritura. Para que nos incomodarmos agora?”

Se não tivermos uma cópia da escritura, o que colocaremos no cofre do


banco”, disse o professor com lógica triunfante.

“Proponho”, disse o advogado, “que coloquemos os mil cruzeiros no banco.


Uma confusão como essa, onde os meios se tornam os fins, às vezes pode
parecer sem importância. Porém, o que se tem observado é que a mesma
coisa acontece em escala muito maior, entre nações, por exemplo.
Os tolos sempre ficam perdidos entre meios e fins. Um policial irlandês conta a
história de um viajante que foi abordado na estrada por um desconhecido que
lhe disse: “A bolsa ou a vida!” O viajante respondeu: “Fique com a minha vida.
Preciso do dinheiro para quando for velho.”

Do livro: Magia da Mente em Ação Livro Esgotado

Dr. Tom Chung

Double Tree Editora

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