Você está na página 1de 52

UNIVERSIDADE FEDERAL DE

ITAJUBÁ

Instituto de Recursos Naturais – IRN

Dimensionamento de instalações
hidráulicas de combate a incêndio em
túneis rodoviários.

Aluno: Pedro Augusto da Costa Leite


Orientadora: Profa. Dra. Herlane
Costa Calheiros

Itajubá, 2014
Dimensionamento de instalações hidráulicas de
combate a incêndio em túneis rodoviários.

Pedro Augusto da Costa Leite

Trabalho Final de Graduação


apresentado à Universidade Federal de
Itajubá, como sendo parte dos
requisitos para obtenção do título de
Engenheiro Hídrico.

Orientadora: Profª. Drª. Herlane Costa Calheiros


Co – orientador: Eng.Hídrico Paulo Roberto da Costa Leite

Itajubá/MG
2014
Aos meus amados pais, irmãos e familiares
pelo carinho e contribuição para minha
formação

A Ellen minha namorada pela compreensão e


carinho

Ao meu amigo Eduardo Oliveira Batista (in


memorian).
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a Nossa Senhora Aparecida por iluminar meu


caminho e me dar forças para conquistar meus sonhos.

Aos meus pais por todo o amor, incentivo, por todos os sonhos que
abdicaram para que eu pudesse obter esse título e por me dar a educação da
vida. À vocês meu eterno respeito e gratidão.

Aos meus irmãos pelo carinho e amizade.

A minha namorada Ellen por estar sempre ao meu lado e por fazer meus
dias mais felizes.

À minha orientadora Profª Draª Herlane Costa Calheiros pelos


ensinamentos e orientação.

Ao meu co – orientador e irmão Eng. Hídrico Paulo Roberto da Costa


Leite pela orientação e dedicação.

Aos meus amigos por estarem do meu lado nos momentos que sempre
precisei e pelos momentos felizes que me proporcionaram.
i

RESUMO

LEITE, P. A. C. Dimensionamento de instalações hidráulicas de combate a


incêndio em túneis rodoviários. 2014. Trabalho de Conclusão (graduação
em Engenharia Hídrica) – Instituto de Recursos Naturais, Universidade Federal
de Itajubá, Itajubá, 2014.

O homem desde seus primórdios buscou abrigo em cavernas com o


objetivo de se proteger. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, a
utilização do espaço subterrâneo teve um grande avanço nas últimas décadas.
Os túneis apareceram na Babilônia por volta de 4000 anos atrás, servindo de
comunicação entre o palácio real e o templo. Atualmente a contribuição
bibliográfica dessa área vem sendo apresentada por países desenvolvidos e
com topografia irregular como Suécia, Japão, Noruega, Estados Unidos,
França, Itália, Espanha e Portugal. No Brasil, a utilização de túneis vem
aumentando, sendo uma alternativa para contornar o problema no setor de
transportes, principalmente em grandes centros que possuem uma grande
ocupação da superfície. Em 2011 o Corpo de Bombeiros do Estado de São
Paulo publicou a Instrução Técnica 35 que estabelece medidas de segurança
contra incêndios em túneis rodoviários. Em 2012, a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), publicou a NBR 15661 que trata do assunto
“Proteção contra incêndio em túneis”. Os estudos de dimensionamento de
instalações hidráulicas de combate a incêndio em túneis levam em conta o
tamanho do túnel, o tráfego de veículos, as demandas para cada situação e o
dimensionamento de toda a rede de tubulação, reservatório e bombas. O
presente trabalho tem como resultado uma planilha eletrônica baseada nas
normas vigentes para o dimensionamento hidráulico de sistemas de hidrantes
para túneis rodoviários.

Palavras-chave: Incêndio, túnel rodoviário, hidráulica.


ii

ABSTRACT

LEITE, P. A. C. Sizing plumbing fire fighting in road tunnel. 2014. Conclusion


Work (Degree in Hydropower Engineering ) - Natural Resources Institute ,
Federal University of Itajubá, Itajubá , 2014.

Man from its beginnings sought shelter in caves in order to protect themselves.
With the development of new technologies, the use of underground space was
a great improvement over the past decades. The tunnels appeared in Babylon
about 4000 years ago, serving as communication between the royal palace and
the temple. Currently bibliographic contribution in this area is being developed
by irregular topography and countries like Sweden, Japan, Norway, United
States, France, Italy, Spain and Portugal. In Brazil, the use of tunnels is
increasing, being an alternative to solve the problem in the transport sector,
particularly in large cities that have a large occupation of the surface. In 2011
the Fire Department of the State of São Paulo published the Technical
Instruction 35 which sets standards for fire safety in road tunnels. In 2012, the
Brazilian Association of Technical Standards (ABNT) NBR 15661 published
dealing with the subject "Fire Protection in tunnels." Studies of adequate
hydraulic fire fighting facilities in tunnels take into account the size of the tunnel,
vehicle traffic, the demands for each position and sizing of all piping network,
reservoir and pumps. This work has resulted in a machine based on current
standards for the hydraulic design of hydrant systems for road tunnels
worksheet.
Keywords: fire, road, hydraulic tunnel.
iii

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
2. OBJETIVO............................................................................................................................... 2
3. JUSTIFICATIVA DE PESQUISA ......................................................................................... 3
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 4
4.1- Histórico ............................................................................................................................... 4
4.2 – Panorama Mundial ........................................................................................................... 4
4.3 – Panorama Nacional .......................................................................................................... 5
4.4 – Importâncias do dimensionamento de sistema de combate a incêndio .................. 7
4.5 – Componentes do sistema de hidrantes. ....................................................................... 8
4.5.2 – Bombas:.......................................................................................................................... 9
4.5.3- Estrutura do sistema de bombas: ................................................................................. 9
I. Válvulas de bloqueio ........................................................................................................ 10
II. Válvulas de controle de fluxo .......................................................................................... 12
III. Válvulas de retenção.................................................................................................... 13
5 – MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................ 14
5.1 – Verificação da necessidade do sistema de combate a incêndios. ......................... 14
5.3- Definição do traçado das tubulações ............................................................................ 14
5.3.1- Número de hidrantes .................................................................................................... 18
5.4- Definição do Material das tubulações .......................................................................... 18
5.5- Definição da vazão do sistema e reserva de incêndio. .............................................. 19
5.6- Perdas de carga no sistema ........................................................................................... 22
5.6.1 – Metodologia para determinação das perdas de carga. ......................................... 23
5.6.2 – Comprimento equivalente .......................................................................................... 25
5.7- Definição das bombas. .................................................................................................... 32
6 – RESULTADOS ................................................................................................................... 34
7 – CONCLUSÕES .................................................................................................................. 41
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 42
iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Construção de túneis rodoviários por década no Brasil...............................6

Figura 2 - Bomba de incêndio...................................................................................... 9

Figura 3 – Válvula de gaveta....................................................................................... 11

Figura 4 – Válvula de esfera ....................................................................................... 11

Figura 5 – Válvula de globo angular ........................................................................... 12

Figura 6 – Válvula de retenção ................................................................................... 13

Figura 7 – Esquema do nível da saída do hidrante .....................................................15

Figura 8 – Casa de bombas .........................................................................................15

Figura 9 – Esquema do traçado da tubulação do sistema ...........................................16

Figura 10 – Planta traçado da tubulação do sistema....................................................17

Figura 11 – Mangueira de incêndio ..............................................................................27

Figura 12 – Esguicho tipo jato sólido ...........................................................................28

Figura 13 – Esguicho tipo jato regulável ......................................................................28

Figura 14 – Curva de desempenho “vazão x pressão” para esguichos reguláveis .....31

Figura 15 – Fluxograma para verificar necessidade de sistema de hidrantes.............34

Figura 16 – Fluxograma para caracterização do sistema.............................................35

Figura 17 – Seção do túnel ..........................................................................................36

Figura 18– Indicação ou não da necessidade de sistema de hidrantes.......................37

Figura 19 – Caracterização do sistema a ser utilizado de acordo com a norma


adotada........................................................................................................................38

Figura 20 – Entrada da vazão utilizada e cotas do reservatório e hidrante mais


desfavorável.................................................................................................................39

Figura 21 – Cálculo da perda de carga para um trecho do sistema............................39

Figura 22 –Perda de carga no requinte e na mangueira.............................................40

Figura 23– Cálculo da altura manométrica..................................................................40


v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Maiores túneis rodoviários do mundo......................................................... 5

Tabela 2 – Maiores túneis rodoviários urbanos do Brasil ............................................ 6

Tabela 3 – Incêndios com maiores números de mortes no mundo ............................. 7

Tabela 4 – Classificação das edificações quanto a ocupação e uso ...........................19

Tabela 5 – Volume de reserva de incêndio e respectivo tipo de sistema para túneis em


relação a sua área ....................................................................................................... 20

Tabela 6 – Tipos de sistema ....................................................................................... 21

Tabela 7 – Tipos de sistema e sua respectiva vazão ...................................................22

Tabela 8 – Valores do coeficiente C .............................................................................24

Tabela 9 – Equação para determinação de comprimentos equivalentes para peças


metálicas, ferro galvanizado e ferro fundido .................................................................25

Tabela 10 - Comprimentos equivalentes para peças metálicas segundo seu


diâmetro.........................................................................................................................26

Tabela 11 – Perda de carga em metros em metros de mangueira de hidrantes com


fórmula de Hazen – Williams com C = 140 ..................................................................27

Tabela 12 – Perda de carga em metros em esguicho tronco cônico ...........................30

Tabela 13 – Comparativo de vazões do sistema e reservas de incêndio obtidas pela


NBR 13.741 / 2000 e IT 22 / 2011 para diferentes comprimentos de túneis.................36
1. INTRODUÇÃO

Com o grande grau de adensamento populacional, as dificuldades


topográficas e exigências ambientais, o uso de túneis vem sendo uma
alternativa utilizada como saída para a resolução de problemas de mobilidade
urbana. O crescimento desordenado de algumas regiões e o superpovoamento
de grandes centros urbanos resultam, muitas vezes, em um grande problema
no setor de transportes, que com a grande ocupação da superfície tem como
alternativa a utilização de estruturas subterrâneas.
A estabilidade econômica, o crescimento econômico e a grande
urbanização do Brasil faz com que a utilização de túneis seja uma alternativa
muito utilizada para tentar sanar o déficit de infraestrutura, com isso, há a
previsão de construção de algumas dezenas de túneis no país nos próximos
anos.
As ocorrências de incêndio em túneis não são frequentes, porém a
ocorrência de diversos eventos fatais ao longo de algumas décadas, fez com
que os estudos de proteção contra incêndio em túneis fosse revisado e
discutido no contexto internacional.
Os efeitos negativos de instalações inadequadas de água, esgoto e
drenagem se processam geralmente de forma mais lenta, não muito
perceptível em um curto espaço de tempo, por outro lado as consequências de
uma instalação inadequada de incêndio são imediatas.
O presente trabalho buscou utilizar-se das normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas de acordo com a NBR 15.661 / 2012 e a
Instrução Técnica Nº35 / 2011 do Corpo De Bombeiros do Estado de São
Paulo, visto que para o estado de Minas Gerais não há uma Instrução Técnica
específica do assunto, para elaboração de uma metodologia de
dimensionamento de instalações hidráulicas para combate a incêndio em
túneis rodoviários, podendo ser útil em projetos e na readequação de túneis já
construídos.

1
2. OBJETIVO

Aplicar a NBR 15.661 / 2012 e a IT 35 / 2011 e suas condicionantes na


elaboração de um procedimento metodológico de dimensionamento de
instalações hidráulicas para combate a incêndio em túneis rodoviários;

2
3. JUSTIFICATIVA DE PESQUISA

A escassez de estudos envolvendo a NBR 15.661 / 2012 e a crescente


utilização de túneis como alternativa de projetos são os motivos da abordagem
deste trabalho.
A utilização de túneis, segundo Souza (2012), traz diversas vantagens:

- Menor impacto ambiental;


- Permite a transposição de cidades densamente povoadas sem interferir no já
caótico tráfego local;
- Interliga áreas, encurtando distâncias;
- Maior segurança no tráfego;
- Superação de limitações topográficas;
- Superfície liberada para fins mais nobres;
- Valorização imobiliária local;

Espera-se que com o seu desenvolvimento essa metodologia seja


utilizada como um suporte ao dimensionamento de estruturas hidráulicas de
combate a incêndio e fomente discussões sobre o tema.

3
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1- Histórico

Segundo Souza (2012), desde a pré-história o homem já procurava


abrigos em cavernas e cavidades. O túnel mais antigo que se tem registro foi
construído a cerca de 4000 anos na Babilônia sob o leito do rio Eufrates, tendo
a finalidade de estabelecer uma comunicação subterrânea entre o palácio real
e o templo. Na Idade Média a construção de túneis teve propósito
prioritariamente militar.

No ano de 1679, teve início o emprego de explosivos na construção civil,


essa utilização ocasionou um grande avanço visto que a utilização de martelos
e cinzéis tornou-se menos necessária para a escavação de túneis. Com a
Revolução Industrial (séculos XVIII – XIX), a construção de túneis teve um
aumento significativo devido a grande quantidade de ferrovias construídas no
período.

Nas últimas décadas o homem vem utilizando e desenvolvendo o


espaço subterrâneo, incentivado pela geração energética, transportes e
utilidades públicas, sendo necessário assim, um estudo de diversas condições,
sendo uma delas o dimensionamento hidráulico do sistema de combate de
incêndios.

4.2 – Panorama Mundial

Os maiores túneis do mundo são destinados ao transporte ferroviário e


metroviário, porém a utilização de túneis no transporte rodoviário é grande.

Os maiores túneis rodoviários encontram-se na Europa, conforme


apresentado na Tabela 1, devido à revolução industrial e ao seu relevo mais
acidentado.

4
Tabela 1- Maiores túneis rodoviários do mundo (Souza, 2012)

COMPRIMENTO
CONTINENTE PAÍS TÚNEL (m) INAUGURAÇÃO
Europa Noruega Laerdal 24.510 2000
Ásia China Zhongnanshan 18.040 2008
Europa Suíça San Gottardo 16.918 1980
Europa Áustria Arlberg 13.972 1978
Ásia Taiwan Hsuehshan 12.917 2006
França /
Europa Itália Fréjus 12.895 1980
França /
Europa Itália Mont - Blanc 11.611 1965

4.3 – Panorama Nacional

No Brasil, os túneis rodoviários mais antigos foram anteriormente túneis


de circulação de bondes posteriormente readequados. Os maiores túneis
brasileiros acompanham a estrutura mundial, sendo os maiores destinados ao
transporte ferroviário e metroviário.

A Tabela 2 apresenta os dez maiores túneis rodoviários urbanos do


Brasil, percebe-se assim uma concentração nas duas maiores cidades do país,
São Paulo e Rio de Janeiro, demonstrando a vantagem de se utilizar túneis em
locais com grande densidade populacional.

5
Tabela 2– Maiores túneis rodoviários urbanos do Brasil (Adaptado de Souza, 2012)

EXTENSÃO
CIDADE TÚNEL INAUGURAÇÃO
(m)
Santa Bárbara 1357 1963
Rebouças 2800 1967
Rio de
Janeiro Zuzu Angel 1590 1971
Eng. Raimundo de Paula
2187 1997
Soares
Sebastião Camargo 1170 1995
Jânio Quadros 1900 1994
Ayrton Senna 1950 1995
São Paulo
Maria Maluf 1020 1994
Presidente Roosevelt 1120 1971
Daher. E. Cutait 1060 1938

De acordo com a Cooperação Técnica em Estudos e Soluções


Destinadas à Segurança de Túneis Rodoviários (2013) realizada pelo órgão de
Desenvolvimento Rodoviário – Dersa, Polícia Militar do Estado de São Paulo,
Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, Secretaria de Logística e
Transportes do Estado de São Paulo e Secretaria de Segurança Pública do
Estado de São Paulo somente no estado de São Paulo há a previsão da
construção de 35 túneis rodoviários urbanos ou não urbanos.

Construção de túneis rodoviários por


década no Brasil
Número de túneis

35
40
30 20
17
20 12
8 8
10 3 3 4
1 0 1
0
1900 - 1911 - 1921 - 1931 - 1941 - 1951 - 1961 - 1971 - 1981- 1991 - 2000 - 2011-
1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Décadas

Figura 1 – Construção de túneis rodoviários por década no Brasil.

6
Com a distribuição da Figura 1, percebe-se um aumento significativo na
construção de túneis rodoviários no Brasil nas últimas décadas, sendo que na
presente década somente o estado de São Paulo sozinho já conseguirá
superar as décadas de maior construção da história do país.

4.4 – Importâncias do dimensionamento de sistema de combate a incêndio

O sistema de combate a incêndio em túneis rodoviários tem as seguintes


finalidades:

 Salvar vidas - garantindo um ambiente seguro para fugas do


evento;
 Salvar o patrimônio – reduzindo perdas econômicas com a
estrutura;
 Evitar catástrofes – atuar efetivamente para que o túnel não
desabe;
 Conter o incêndio – apagando ou controlando o evento;

Tabela 3– Incêndios com maior número de mortes em túneis rodoviários no Mundo


(Adaptado de: lotsberg.net)

Ano Túnel País Consequências


1978 Velsen Holanda 5 mortos e 5 feridos
1979 Nihonzaka Japão 7 mortos e 1 ferido
1982 Caldecott Estados Unidos 7 mortos e 2 feridos
1982 Salang Afeganistão > 400 mortos
1983 Pecorilla Galeria Itália 9 mortos e 22 feridos
1996 Isola delle Femmine Itália 5 mortos e 20 feridos
1999 Mont Blanc França/Itália 39 mortos
1999 Tauen Austria 12 mortos e 49 feridos
2001 Gleinalm Austria 5 mortos e 4 feridos
2001 St.Gotthard Suiça 11 mortos
2006 Viamala Suiça 6 mortos e 6 feridos

7
A Tabela 3 apresenta alguns dos incêndios mais fatais ocorridos em
túneis rodoviários no mundo, demonstrando que a discussão sobre as normas
de dimensionamento de sistemas de combate a incêndio em túneis rodoviários
na Europa é um tema de interesse de diversos países do continente.

4.5 – Componentes do sistema de hidrantes.

O sistema de hidrantes para túneis rodoviários é composto por:

 Reservatório de água: reservatório para garantir a vazão


necessária do sistema;
 Casa de bombas: exercer a pressão necessária no sistema
para seu funcionamento;
 Tubulações e válvulas: Operação do sistema;

4.5.1 – Reservatório de água

Os reservatórios devem ser fabricados em concreto armado ou metal, e


hermeticamente fechados.

A reserva técnica de combate a incêndio, a qual o reservatório acumula


para uma segurança de operação, tem um valor fixo mínimo de acordo com a
classe de risco da edificação, pois sua função é extinguir o foco do incêndio ou
mantê-lo sob controle até a chegada do corpo de bombeiros ao local.

Os reservatórios devem ser inseridos em locais de fácil acesso,


facilitando assim inspeções, limpezas e manutenções sem interrupção do
suprimento de água.

8
4.5.2 – Bombas:

De acordo com Brentano (2011), o sistema de incêndio deve ter uma


fonte de suprimento de água confiável, ou seja, um sistema que atenda às
necessidades de vazão e pressão mínimas determinadas pelas normas
vigentes, muitas vezes é necessário a utilização de uma bomba para cumprir a
necessidade de pressão, como a Figura 2 exemplifica.

Figura 2 – Bomba de incêndio.

Fonte: meritocomervial.com.br

4.5.3- Estrutura do sistema de bombas:

Reservatório: o reservatório para incêndio pode ser inferior ou elevado;

Grupo motor – bomba;

Tubulação de sucção e recalque: servem de ligação do conjunto motor –


bomba ao reservatório inferior e ao superior;

Acessórios e conexões.

9
4.5.4 - Válvulas:

Os sistemas de combate à incêndio devem ser providos de válvulas que


servem de controle e interrupção do escoamento da água nas canalizações. A
NBR 10.897 / 2004 recomenda que as válvulas que controlam as ligações entre
sistemas de combate a incêndios devem ser válvulas de fechamento lento,
devendo levar 5 segundos para o seu fechamento por completo.

I. Válvulas de bloqueio

Utilizadas para liberar ou realizar o bloqueamento de água em algum


trecho da instalação, para reparos ou manutenção. São utilizadas somente em
duas posições: totalmente aberta ou totalmente fechada.

 Válvula de gaveta

A válvula de gaveta, exemplificada pela Figura 2, serve para bloquear ou


liberar o escoamento nas tubulações de alimentação dos hidrantes e
mangotinhos.

As válvulas desse tipo possuem uma abertura de passagem do


escoamento da água na mesma direção da canalização, ocasionando assim
uma perda de carga pequena devido a sua abertura total, pois a gaveta fica
fora da seção da tubulação.

Segundo a NBR 10.897 / 2004 recomenda-se a utilização de válvulas de


gaveta do tipo: corpo de ferro fundido dúctil ou nodular com internos de bronze,
corpo de bronze e internos de bronze (classe 200) ou corpo e interno de bronze
(classe 150).

10
Figura 3 – Válvula de gaveta.

Fonte: redebras.com.br

 Válvula de esfera ou de abertura rápida

É uma válvula utilizada no controle do escoamento através de uma


esfera localizada na válvula, que gira deslizando entre anéis retentores de
matérias não metálicos.

A válvula de esfera, exemplificada pela Figura 4, pode ser utilizada no


acionamento dos mangotinhos, mas jamais no acionamento de mangueiras de
hidrantes.

Segundo a NBR 10.897 / 2004 recomenda-se a utilização de válvulas de


esfera do tipo: corpo de ferro fundido nodular ou de bronze e a esfera de aço
inoxidável.

Figura 4 – Válvula de esfera.

Fonte: redebras.com.br

11
II. Válvulas de controle de fluxo

Esse tipo de válvula é usualmente utilizado para regular o fluxo,


permitindo ou interrompendo totalmente, e também para regular a vazão. Os
principais tipos são as válvulas de globo e de borboleta.

 Válvula de globo

É uma válvula que tem uma boa eficiência na regulagem ou bloqueio do


escoamento, podendo operar em qualquer posição de fechamento parcial.
Ocasiona uma perda de carga elevada no sistema devido a mudança de
direção do escoamento.

De acordo com a NBR 10.897 / 2004 as válvulas de globo devem ser de


bronze e podem ser utilizadas no controle individual dos pressostatos das
bombas principais de incêndio e nos hidrantes as válvulas de globo podem ter
saídas de água a 45º, mais utilizada, e 90º, chamadas válvulas angulares, que
são utilizadas em hidrantes. A mudança de direção apenas por uma vez
ocasiona uma perda de carga menor. A Figura 5 exemplifica uma válvula de
globo angular descrevida anteriormente.

Figura 5 – Válvula de globo angular.

Fonte: multisegonline.com.br

12
 Válvula de borboleta

Esse tipo de válvula também pode ser utilizado para regulagem ou


bloqueio do escoamento. Apresenta uma perda de carga inferior que a válvula
de globo.

A NBR 10.897 / 2004 recomenda a utilização em sistemas de combate a


incêndio válvulas borboletas com corpo de ferro fundido nodular com interior de
bronze.

III. Válvulas de retenção

São válvulas que retém o fluxo automaticamente através da diferença de


pressão sobre o disco de vedação, provocado pela inversão do sentido do
escoamento. São utilizadas em instalações de recalque contra o refluxo da
água ao desligar as bombas.

A NBR 10.897 / 2004 recomenda a utilização de válvulas de retenção


com corpo de ferro fundido com internos de bronze ou corpo e interior de
bronze, dependendo da sua função no sistema.

Conhecida como “Swing- check valve”, é o tipo de válvula de retenção


mais utilizado e ocasiona uma menor perda de carga, pois não ocasiona
mudança de direção no escoamento. A Figura 6 representa uma válvula desse
tipo.

Figura 6 – Válvula de retenção.

Fonte: multisegonline.com.br

13
5 – MATERIAIS E MÉTODOS

As considerações da NBR 15.661 / 2012 e a IT 35 / 2011 para


dimensionamento de sistemas de hidrantes para túneis rodoviários são
diferentes. Através da NBR 15.661 / 2012 o dimensionamento é realizado em
relação ao comprimento do túnel, enquanto a IT 35 / 2011 considera o tamanho
do túnel, sendo assim as normas apresentam resultados diferentes de vazão
do sistema e pressão mínima no hidrante mais desfavorável.

O trabalho foi desenvolvido seguindo e buscando atender os requisitos


das normas de maneira objetiva, mostrando sua aplicação nos cálculos das
redes hidráulicas, dimensionamento de estruturas pertinentes e bombas.

5.1 – Verificação da necessidade do sistema de combate a incêndios.

Segundo a NBR 15.661 / 2012 e a IT 35/ 2011, túneis com extensão


menor que 200 metros não necessitam de sistema de hidrantes, por outro lado,
túneis com extensão superiores a 200 metros necessitam de sistema de
hidrantes, porém os que se enquadrarem entre 200 e 500 metros podem ser de
tubulação seca com controle de abastecimento nas extremidades através de
conexão com o caminhão tanque do corpo de bombeiros.

5.3- Definição do traçado das tubulações

O traçado das tubulações, segundo a NBR 15.661 / 2012 deve ser


projetado de forma que o reservatório e a casa de bombas preferencialmente
fiquem fora do túnel para um melhor acesso e a rede principal seja aérea,
fixada por suportes (cantoneiras), situada à 2,8 metros do solo e a saída do
hidrante situada entre 1 e 1,5 metros do piso, como exemplificado na figura 6.
A figura 7 exemplifica uma casa de bombas com as válvulas de operação.

14
Figura 7 – Esquema de nível da saída do hidrante.

Fonte:

Figura 8 – Casa de bombas.

Fonte: static.habitissimo.com.br

De acordo com a NBR 13.714 / 2000 e IT 22 / 2011 a tubulação do


sistema não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 (2 ½”), a pressão
máxima de trabalho nos esguichos não deve ultrapassar 100 mca e os

15
sistemas devem ser providos de dispositivos de recalque, em sua fachada
principal, do mesmo diâmetro da tubulação principal, instalado entre 0,6 m e
1,5m do piso, com engate compatível ao utilizado pelo Corpo de Bombeiros.

A figura 8 demonstra um exemplo simples do traçado da tubulação,


deve-se observar que há uma diferença de cotas geométricas entre o
reservatório e os hidrantes, sendo os dois hidrantes com maior desnível em
relação ao reservatório considerados os dois hidrantes mais desfavoráveis do
sistema.

A figura 9 exemplifica uma planta de um sistema de hidrantes em dois


túneis, deve observar que há uma interligação a cada 250m entre os dois
túneis, pois caso ocorra um problema a água possa chegar ao hidrante.

Figura 9 - Esquema do traçado da tubulação do sistema.

16
Figura 10 – Planta do traçado da tubulação do sistema.

17
5.3.1- Número de hidrantes

Segundo a NBR 15.661 / 2012 os hidrantes devem ser distribuídos de


forma que a distância máxima entre eles seja no máximo 60 metros e que sua
distribuição proporcione o alcance de qualquer área do túnel por um esguicho.

A IT 22 / 2011 complementa os requisitos da NBR 15.661 / 2012,


adotando que em cada extremidade do túnel deve haver um hidrante
posicionado no máximo de 5 metros da saída e que a variação máxima de
pressão entre os dois hidrantes mais desfavoráveis deve ser menor que 0,5
mca.

5.4- Definição do Material das tubulações

A utilização de materiais corretos é de grande importância para o


funcionamento do sistema, visto que as grandes temperaturas do incêndio
podem vir a derreter o tubo caso ele seja de material plástico.

De acordo com Brentano (2011) os materiais das tubulações em


sistemas de combate à incêndio são relacionados a sua localização como rede
principal (aérea) e comunicação entre reservatório e bomba (enterrada).

Em redes aéreas ou aparentes a norma recomenda:

 Cobre, sem costura;


 Aço – carbono, com ou sem costura;
 Aço galvanizado, com ou sem costura;
 Aço inoxidável;

Em redes enterradas ou não aparentes a norma recomenda:

 Cobre, sem costura;


 Ferro fundido centrifugado;
 Aço carbono, com ou sem costura;

18
 Aço galvanizado, com ou sem costura;
 PVC rígido;

5.5- Definição da vazão do sistema e reserva de incêndio.

De acordo com a IT 22 / 2011 o cálculo da vazão do sistema e a sua


reserva de incêndio pode ser realizada pelo seguinte método:

Os túneis são classificados de acordo com a Tabela 5, como de


ocupação especial, pertencendo à divisão M – 1.

Tabela 4 - Classificação das edificações quanto a ocupação e uso (Adaptada da IT 22 /


2011).

Ocupação /
Grupo Uso Divisão Descrição Tipificação
Túnel rodoferroviário,
destinado a transporte de
M-1 Túnel
passageiros ou cargas
diversas.
Edificação destinada a
produção, manipulação,
Tanques ou
armazenamento e
M-2 Parques de
distribuição de líquidos ou
Tanques
gases combustíveis e
inflamáveis.
Central telefônica, centros
Central de de comunicação, centrais
M-3 comunicação e de transmissão ou de
energia distribuição de energia e
M Especial assemelhados.
Propriedade
Locais em construção ou
M-4 em
demolição e assemelhados.
transformação
Propriedade destinada a
processamento, reciclagem
Processamento
M-5 ou armazenamento de
de lixo
material recusado /
descartado.
Floresta, reserva ecológica,
M-6 Terra selvagem parque florestal e
assemelhados.
Área aberta destinada a
Pátio de
M-7 armazenamento de
containers
containers.

19
O volume da reserva de incêndio mínima está relacionado à divisão que
se enquadra a ocupação e a área da mesma, podendo ser obtido através da
Tabela 5 que relaciona a área do túnel com a sua reserva de incêndio
necessária e o tipo de sistema de combate à incêndio.

Tabela 5 – Volume de reserva de incêndio e respectivo tipo de sistema para túneis em


relação a sua área. (Adaptada da IT 22 / 2011).

Área das
edificações e M-1
áreas de risco

Tipo 4
Até 2500 m²
RI 28 m³
Acima de 2500 Tipo 4
até 5000 m² RI 32 m³
Acima de 5000 Tipo 4
até 10000 m² RI 48 m³
Acima de Tipo 4
10000 até
20000 m² RI 64 m³
Acima de Tipo 4
20000 até
50000 m² RI 96 m³
Acima de Tipo 4
50000 m² RI 120 m³

Após estabelecer o tipo de sistema, recorre-se a tabela 6 para a


definição das principais características do sistema como vazão do sistema,
pressão mínima no hidrante mais desfavorável e diâmetros nominais.

20
Tabela 6 – Tipos de sistema (Fonte: IT 22 / 2011).

Mangueiras Vazão
mínima no Pressão mínima
Número
hidrante na válvula do
Tipo Diâmetro Comprimento de
Esguicho mais hidrante mais
(mm) (m) saídas
regulável desfavorável desfavorável
(DN) (l/min) (mca)
1 25 25 30 1 100 80

2 40 40 30 1 150 30

3 40 40 30 1 200 40
40 40 65
30 1 300
4 65 65 30
65 65 30 2 600 60
5

Segundo a NBR 15.661 / 2012 túneis com extensão acima de 500 m


devem possuir sistema de hidrantes, considerando – se um sistema de tipo 3
(hidrantes), com reserva de incêndio que dê suporte ao combate ao incêndio
por 30 min, com a previsão de dois hidrantes funcionando simultaneamente,
com uma pressão mínima de 40 mca no hidrante mais desfavorável, a distância
máxima entre dois hidrantes deve ser de 60 m e a vazão mínima do sistema de
900 l /min.

O cálculo do volume a ser reservado de acordo com a NBR 13.714 /


2000 se dá pela equação 1:

(1)

Onde:

V = volume da reserva técnica de incêndio;

Q = vazão de duas saídas de água com uso simultâneo, em l/min ou


m³/s;

t = tempo mínimo de descarga a plena carga;

21
A vazão para sistemas de tipo 3, é obtida através da Tabela 7.

Tabela 7 – Tipo de sistema e sua respectiva vazão (Adaptado da NBR 13.714 / 2000).

Número de
Sistema Tipo Vazão (l / min)
saídas
Hidrantes 3 2 900

Logo:

5.6- Perdas de carga no sistema

O atrito devido ao escoamento interno em tubulações faz com que as


partículas próximas à parede da tubulação tenham uma redução na sua
velocidade, influindo nas partículas vizinhas através de sua viscosidade e
turbulência, ocorrendo assim uma dissipação de energia que é denominada
perda de carga.

As instalações hidráulicas possuem tubulações com trechos retilíneos


que são conectados por acessórios como válvulas, curvas, registros, bombas,
entre outros. Sendo assim existem dois tipos diferentes de perda de energia,
uma ocasionada pelo atrito com as paredes do tubo e outra ocasionada pela
existência de acessórios.

Segundo Barral (2011), as paredes das tubulações retilíneas ocasionam


uma perda de pressão distribuía ao longo do comprimento do tubo, fazendo
com que a pressão total vá diminuindo gradativamente ao longo do
comprimento, com isso recebe a denominação de Perda de Carga Distribuída.

22
De acordo com Porto (2006) a presença de acessórios ocasiona uma
modificação de módulo ou direção da velocidade média, e consequentemente
de pressão, localmente. Isso se reflete em um acréscimo de turbulência que
produz perdas de carga que devem ser agregadas às perdas distribuídas para
obterem-se assim as perdas totais do sistema. As perdas ocasionadas por
acessórios são denominadas de Perdas Localizadas.

5.6.1 – Metodologia para determinação das perdas de carga.

Segundo a IT 22 / 2011, as perdas de carga no sistema podem ser


calculadas por um dos seguintes métodos:

Método de Hazen – Williams.

(2)

(3)

Onde:

hf é a perda de carga em mca,

J é a perda de carga unitária;

Lt é o comprimento total em metros, sendo a soma dos comprimentos da


tubulação e dos comprimentos equivalentes das conexões;

Q é a vazão em litros por minuto;

D é o diâmetro interno da tubulação em milímetros;

C é o coeficiente de rugosidade da tubulação (Tabela 8).

23
Tabela 8 - Valores do coeficiente C. (Fonte: Brentano, 2011).

Fator "C"
10 20
Tipo de tubo Novas anos anos
Ferro fundido ou dúctil, sem revestimento interno. 100 - -
Ferro fundido ou dúctil, com revestimento de
cimento. 140 120 105
Ferro fundido ou dúctil, com revestimento de asfalto. 140 - -
Ferro fundido, com revestimento de epóxi. 140 130 120
Aço preto (para sistemas de canalização seca). 100 - -
Aço preto (para sistemas de canalização molhada). 120 - -
Aço galvanizado. 120 100 -
Cobre ou aço inox. 150 135 130
CPVC, polietileno, fibra de vidro com epóxi. 150 135 130
Mangueiras de incêndio (Hidrantes ou mangotinhos). 140 - -

Método de Darcy – Weisbach (Fórmula Universal):

(4)

Sendo:

hf é a perda de carga em metros de coluna d’ água;

f é o fator de atrito (Diagrama de Moody);

D é o diâmetro interno da tubulação em metros;

L é o comprimento da tubulação em metros, sendo a soma dos


comprimentos da tubulação e dos comprimentos equivalentes das
conexões;

é a velocidade do fluido em metros por segundo;

é a aceleração da gravidade em metros por segundo, por segundo;

24
5.6.2 – Comprimento equivalente

As perdas de carga localizadas podem ser determinadas através do


método dos comprimentos equivalentes que segundo Porto (2006) consiste em
substituir cada acessório da instalação por comprimentos de tubos retilíneos,
de igual diâmetro, nos quais a perda de carga seja igual à provocada pelo
acessório, quando a vazão em ambos é a mesma. A Tabela 9 apresenta as
equações utilizadas para o cálculo do comprimento equivalente das
singularidades.

Tabela 9 – Equação para determinação de comprimentos equivalentes para peças


metálicas, ferro galvanizado e ferro fundido. (Fonte: Porto,2006).

Acessório Equação
Cotovelo 90° Le = 0,189+30,53D

Cotovelo 45° Le = 0,013+15,14D

Curva 90° Le = 0,115+15,53D

Curva 45° Le = 0,045+7,08D


Tê de Passagem
Le = 0,054+20,9D
Direta
Tê de Saída Lateral Le = 0,396+62,32D
Te de Saída
Le = 0,396+62,32D
Bilateral
Entrada Normal Le = -0,23+18,63

Entrada de Borda Le= -,005+30,98D


Saída de
Le = -0,05+30,98D
canalização
Válvula de pé com
Le = 0,56+255,48D
crivo
Válvula de
Le = 0,247+79,43D
retenção leve
Registro de Globo
Le = 0,01+340,27D
Aberto
Registro de Gaveta
Le = 0,01+6,89D
Aberto
Registro de Ângulo
Le=0,05+170,69D
Aberto

25
A Tabela 10 apresenta o comprimento equivalente de cada peça
metálica segundo seu diâmetro utilizando as fórmulas apresentadas
anteriormente na Tabela 9.

Tabela 10 – Comprimentos equivalentes para peças metálicas segundo seu diâmetro.

Acessório DN 65 DN 75 DN 100 DN 150

Cotovelo 90° 2,28 2,65 3,4 4,93

Cotovelo 45° 1,05 1,23 1,6 2,36

Curva 90° 1,18 1,36 1,75 2,52

Curva 45° 0,53 0,61 0,79 1,14

Tê de Passagem Direta 1,49 1,74 2,25 3,3

Tê de Saída Lateral 4,68 5,43 6,95 10,08

Te de Saída Bilateral 4,68 5,43 6,95 10,08

Entrada Normal 1,05 1,27 1,73 2,66

Entrada de Borda 2,08 2,45 3,21 4,76

Saída de canalização 2,08 2,45 3,21 4,76

Válvula de pé com crivo 18,13 21,2 27,46 40,26

Válvula de retenção leve 5,71 6,66 8,61 12,59

Registro de Globo Aberto 23,42 27,5 35,84 52,88

Registro de Gaveta Aberto 0,48 0,56 0,73 1,08

Registro de Ângulo Aberto 11,79 13,84 18,02 26,57

5.6.3- Perda de carga nas mangueiras

A perda de carga nas mangueiras, exemplificada na figura 11, se dá pela


sua expansão e alongamento sob a pressão da água e principalmente pela
característica do seu material interno.

26
Figura 11 – Mangueira de incêndio.

Fonte: apiexe.com.br

Segundo Brentano (2011), algumas legislações não exigem o cálculo da


perda de carga em mangueiras, porém é recomendável o cálculo e
consideração no dimensionamento do sistema.

Os valores de perda de carga em mangueiras podem ser obtidos por


meio de ábacos, tabelas como exemplificado na Tabela 11, valores médios e
com a utilização de fórmulas recomendadas como a de Darcy – Weissbach e
Hazen – Williams.

Tabela 11 – Perda de carga em metros em mangueiras de hidrantes com a fórmula de


Hazen – Williams com C = 140. (Fonte: Brentano, 2011).

Diâmetro das mangueiras de hidrantes


25 mm (132 mm (1 1/4
Vazão in.) in.) 40 mm (1 1/2 in.) 65 mm (2 1/2 in.)
(l/min)
Comprimento das mangueiras (m)
20 30 20 30 40 30
70 5,37 8,06 1,66 2,49 - -
80 6,84 10,27 2,11 3,37 - -
100 10,33 15,5 3,19 4,79 2,03 -
120 - - 4,47 6,7 2,84 0,24
125 - - 4,82 7,23 3,1 0,26
130 - - 5,18 7,77 3,3 0,28
150 - - 6,76 10,14 4,3 0,37
200 - - - - 7,31 0,63
250 - - - - 11,01 0,95
300 - - - - 15,5 1,33
400 - - - - - 2,4
500 - - - - - 3,8
600 - - - - - 5,5
900 - - - - - 10,14

27
5.6.4- Perda de carga nos esguichos

Em sistemas de incêndio existem dois tipos de esguichos utilizáveis: o


tipo jato sólido (Figura 12) e tipo jato regulável (Figura 13). A perda de energia
ocasionada no sistema pela sua utilização é calculada por tabelas ou calculada
por fórmulas recomendadas.

Figura 12 – Esguicho tipo jato sólido.

Fonte: bucka.com.br

Figura 13 – Esguicho tipo jato regulável.

Fonte: bucka.com.br

28
I. Perda de carga em esguicho tipo jato sólido (tronco cônico).

A perda de carga nesse tipo de esguicho é calculada através da fórmula


geral da perda de carga localizada que é expressa pela equação 5:

(5)

Onde:

hesg é a perda de carga no esguicho em mca;

kesg é coeficiente de perda de carga relacionado ao esguicho sólido,


adimensional;

vesg é a velocidade na seção menor do esguicho em m/s;

g é a aceleração da gravidade em m/s2.

A velocidade na saída do esguicho pode ser determinada através da


equação 6:

(6)

Onde:

vesg é a velocidade na seção menor do esguicho em m/s;

Q é a vazão em m³/s;

A é a área do jato sólido em m²;

Segundo Brentano (2011) o coeficiente kesg usualmente adotado é 0,10.

29
Com isso é possível calcular a perda de carga através da equação 7:

(7)

Onde:

hesg é a perda de carga no esguicho em mca;

Q é a vazão em m³/s;

D é diâmetro do jato sólido em m.

A Tabela 12 é resultante da utilização da equação 7 apresentada


anteriormente.

Tabela 12 – Perda de carga em metros em esguicho tronco cônico. (Brentano, 2011).

Diâmetro dos esguichos tronco - conicos


Vazão
13 mm 16 mm 19 mm 22 mm 25 mm 32 mm (1
(l/min)
(1/2 in.) (5/8 in.) (3/4 in.) (7/8 in.) (1 in.) 1/4 in.)
70 0,39 - - - - -
80 0,51 - - - - -
100 0,80 - - - - -
120 1,16 0,51 - - - -
125 1,26 0,55 - - - -
130 1,36 0,60 - - - -
150 1,81 0,79 - - - -
200 3,19 1,40 0,70 - - -
250 5,00 2,21 1,11 0,63 - -
300 - 3,18 1,60 0,90 0,53 -
400 - - 3,64 1,64 0,80 -
500 - - 4,42 2,48 1,45 -
600 - - 6,40 3,60 2,10 0,79
900 - - - - 4,73 1,78

30
II. Perda de carga em esguicho tipo jato regulável.

O esguicho do tipo regulável é recomendado pela NBR 13.714 / 2000 e


pela IT 22 / 2011 devido a sua melhor efetividade ao combate de incêndio e por
fornecer um jato versátil produzindo do jato compacto ao jato de neblina.

O cálculo da perda de carga em esguicho do tipo regulável se dá pela


equação 8:

√ (8)

Onde:

Q é a vazão do esguicho em l/min;

k é uma constante de restrição ao escoamento da água em l/min/mca 1/2;

p é a pressão residual na entrada do esguicho regulável em mca;

A variável p é obtida através de curvas de desempenho “vazão x


pressão”, exemplificada pela figura 14, fornecidas pelos fabricantes.

Figura 14 – Curva de desempenho “vazão x pressão” para esguichos reguláveis. (Brentano,


2011).

De acordo com as curvas é possível obter o fator K para cada tipo de


sistema. As curvas de desempenho não são usualmente fornecidas pelos
31
fabricantes com isso a NBR 13.714 / 2000 e a IT 22 / 2011 adotam como 20
mca o valor da pressão mínima no esguicho regulável.

5.7- Definição das bombas.

A definição da bomba se dá pelo catálogo dos fabricantes de posse da


vazão e altura manométrica que a mesma deve fornecer ao sistema, tanto a
NBR 13.714 / 2000 quanto a IT 22 / 2011 recomenda a utilização de, quando
necessário, uma bomba do tipo centrífuga, pois esse tipo bomba tem por
característica operar com pequenas vazões e grandes alturas.

A altura manométrica total, desconsiderando o cálculo da perda de carga


na mangueira pode ser calculada através da equação 9:

(9)
Onde:

Hm é altura manométrica de elevação;

Hg é a altura geométrica ou estática de elevação;

∆h é a soma das perdas de carga no sistema;

P é a pressão residual no hidrante mais desfavorável. (30 mca para IT


22 / 2011 e 40 mca para NBR 15.661 / 2012).

A altura manométrica total, considerando o cálculo da perda de carga na


mangueira pode ser calculada através da equação 10:

(10)

Onde:

Hm é altura manométrica de elevação;

Hg é a altura geométrica ou estática de elevação;

32
∆h é a soma das perdas de carga no sistema (rede, mangueira e
esguicho);

P é a pressão residual no esguicho.

A NBR 13.714 / 2000 recomenda que a pressão máxima de trabalho, em


qualquer ponto do sistema, não ultrapasse 100 mca. No caso do
dimensionamento apontar uma bomba com mais de 100 mca deve-se
aumentar o diâmetro considerado no dimensionamento, realizando novamente
os cálculos de perda de carga, obtendo assim uma bomba de menor elevação
ou reposicionar o reservatório de modo que sua elevação irá aumentar a
energia disponível no sistema.

No dimensionamento do tubo de sucção deve se considerar que a


velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não deve ser
superior a 2 m/s (sucção negativa) ou 3 m/s (sucção positiva) por
recomendação da IT 22 / 2011.A NBR 13.714 / 2000 adota que para qualquer
condição da bomba a velocidade da água não deve ser superior a 4 m/s.

A verificação dos valores de velocidade pode ser obtida pela equação


11.

(11)
Onde:

Q é a vazão do sistema em m³/s;

V é a velocidade da água em m/s;

A é a área da seção da tubulação em m².

33
6 – RESULTADOS

 Verificação da necessidade de sistema de hidrantes

O presente trabalho resultou na criação de um fluxograma simplificado para


avaliar a necessidade ou não do sistema de hidrantes no túnel desejado e após
essa análise, caso seja necessário, fornecer as características de cada tipo de
sistema de acordo com a norma utilizada. O fluxograma representado pela
Figura 15 auxilia a verificação que é relacionada ao comprimento do túnel.

Figura 15 – Fluxograma para verificar necessidade de sistema de hidrantes.

Após a verificação, caso haja a necessidade de dimensionar um sistema


de hidrantes é possível caracterizar o sistema através do fluxograma da Figura
16 que leva em conta a norma a ser utilizada.

34
Figura 16 – Fluxograma de caracterização dos sistemas.

35
 Aplicação do procedimento (Estudo de caso).

Visando demonstrar e analisar as diferenças entre um dimensionamento


utilizando a NBR 15.661 / 2012 e outro com a IT 35 / 2011 considerou - se um
túnel com uma largura tenha 3 pistas de rolamento com 3,60 metros de largura,
que exista uma área de refúgio de 0,6 metros de largura em cada bordo e
passarelas de 1,20 metros nas duas laterais, totalizando uma largura total de
14,4 metros como na Figura 17 e adotou -se valores de comprimento obtendo a
Tabela 13.

Figura 17 – Seção do túnel.

Tabela 13 – Comparativo de vazões do sistema e reservas de incêndio obtidas pela


NBR 13.741 / 2000 e IT 22 / 2011 para diferentes comprimentos de túneis.

Vazão do sistema (l /
Comprimento Reserva de incêndio (m³) min)
do túnel (m) NBR 13741 IT 22 NBR 13741 IT 22
500 27 48 900 600
750 27 64 900 600
1000 27 64 900 600
1500 27 96 900 600

36
Percebe – se através da Tabela 13 que a reserva de incêndio para a
NBR 13741 / 2000 é sempre fixa, ao contrário da IT 22 / 2011 que é variável
devido considerar no dimensionamento a área do túnel. As vazões do sistema
também se diferem entre as normas, isso se deve as considerações de cada
norma.

Segundo a Norma Regulatória 23 / 2011 para casos relacionados a


combate a incêndio deve – se utilizar prioritariamente as legislações estaduais
e normas técnicas e em sua falta utilizar as normas federais, com isso a IT / 22
pode ser mais restritiva do que a NBR 13.741 / 2000.

 Planilha eletrônica

A planilha elaborada é composta por uma avaliação da necessidade de


sistema de hidrantes e após essa verificação, com o traçado da rede realizado
de acordo com a norma utilizada e com o conhecimento dos dois hidrantes
mais desfavoráveis é possível calcular as perdas de carga no sistema e
determinar as características da bomba a ser utilizada.

Inicialmente na aba “VERIFICAÇÃO” deve-se inserir o comprimento, em


metros, do túnel mais extenso do projeto, pois não há a consideração de dois
eventos simultâneos nas normas. Após a entrada do comprimento haverá a
indicação da necessidade ou não do sistema de hidrantes conforme
exemplificado na Figura 18.

Comprimento do túnel (m) 750


É necessário sistema de hidrantes.

Comprimento do túnel (m) 150 Comprimento do túnel (m) 350 Comprimento do túnel (m) 750
Não é necessário sistema de hidrantes. É necessário sistema de hidrantes. É necessário sistema de hidrantes.
A tubulação pode permanecer seca,
A porém com controle de C
abastecimento em ambas as
extremidades do túnel. Nesse caso
não há reservatório e casa de
bombas.

B
Figura 18 – Indicação ou não da necessidade de sistema de hidrantes.

37
Se após a inserção do comprimento do túnel houver a indicação “C”
exemplificada na Figura 18, a planilha automaticamente libera um campo para
inserção da área do túnel, em metros quadrados, para a caracterização do
sistema de acordo com a IT 22 / 2011. Para a NBR 13.714 já haverá a
caracterização, pois a norma considera somente a extensão do túnel. A Figura
19 exemplifica esse passo.

Comprimento do túnel (m) 750


É necessário sistema de hidrantes.

IT 35/2011 e IT 22 / 2011 NBR 15.661 / 2012 e NBR 13.714/2000


Área construída do túnel (m²) 3000 Comprimento do túnel (m) 750
O sistema será do tipo 3,com Reserva de Incêndio
O sistema será do tipo 4, com Reserva de
que dê suporte ao combate ao incêndio por 30
Incêndio de 32m³
minutos.

Características do sistema Características do sistema.


Vazão mínima no hidrante mais Vazão mínima no hidrante mais
300 450
desfavorável (l/min) desfavorável (l/min)

Pressão mínima na válvula do 30 Pressão mínima na válvula do hidrante 40


hidrante mais desfavorável (mca) mais desfavorável (mca)
Diâmetro da mangueira de incêndio 65 Diâmetro da mangueira de incêndio e
e do esguicho regulável (mm) do esguicho regulável (mm)
Comprimento da mangueira (m) 30 Comprimento da mangueira (m)

Diâmetro mínimo da tubulação 65 Diâmetro mínimo da tubulação 65


principal (mm) principal (mm)

Figura 19– Caracterização do sistema a ser utilizado de acordo com a norma adotada.

Após a caracterização do sistema é possível realizar os cálculos para


obtenção da altura manométrica necessária para o seu funcionamento na aba
“DIMENSIONAMENTO”, desde que já se tenha o traçado do sistema. No
dimensionamento utilizou-se uma consideração qualquer somente para efeitos
de exemplificação.

A Figura 20 demonstra a primeira etapa que requer a inserção da vazão


no hidrante mais desfavorável (l/min) que depende da norma a ser utilizada, da
cota do reservatório (m) e cota do hidrante mais desfavorável (m). Com as
cotas o cálculo da altura geométrica é disponibilizado.

38
Dados
Vazão mínima no hidrante mais desfavorável "Q" (l/min). 300
Cota do Reservatório "R" (m) 842
Cota do hidrante mais desfavorável "Hd" (m) 849
Altura geométrica "Hgeom" (m) 7

Figura 20 – Entrada da vazão utilizada e cotas do reservatório e hidrante mais desfavorável.

Como descrito anteriormente nesse trabalho, no dimensionamento


considera – se os dois hidrantes mais desfavoráveis em funcionamento
simultâneo, pois atendendo os requisitos que as normas exigem para os dois
hidrantes os demais estarão com pressões superiores às mínimas exigidas.

O cálculo da perda de carga foi realizado pela fórmula de Hazen –


Williams, sendo o sistema dividido em trechos para que caso haja uma
modificação seja possível uma correção mais fácil dos cálculos. A Figura 21
demonstra o cálculo da perda de carga para um dos trechos considerados,
sendo necessário inserir na planilha o diâmetro nominal da tubulação, que está
em uma lista de diâmetros comerciais já inseridos na célula visando facilitar o
dimensionamento, o comprimento da tubulação(m) do trecho e os tipos
singularidades que possui que estão em uma lista inserida nas células, com
sua quantidade para o cálculo automático do comprimento equivalente e perda
de carga na tubulação.

Comprimentos Equivalentes
Na tubulação da
rede Ø= 150 (mm)
Comprimento da rede de hidrantes 1232 (m)
Te Passagem Direta 20 (un) 66,04 (m)
Curva 90° 3 (un) 7,59 (m)
Entrada de Borda 0 (un) 0,00 (m)
Entrada de Borda 0 (un) 0,00 (m)
Entrada de Borda 0 (un) 0,00 (m)
Entrada de Borda 0 (un) 0,00 (m)
Entrada de Borda 0 (un) 0,00 (m)
Entrada de Borda 0 (un) 0,00 (m)

Comprimento Equivalente 1305,62 (m)

C= 120 Aço J= 0,00253 m/m


Q= 600 L/min ∆H= 3,30 m.c.a
D= 155,4 mm Hazen-Willians

Figura 21 – Cálculo da perda de carga para um trecho do sistema.

39
Os demais trechos (descida do hidrante, entre os dois hidrantes e
reservatório – rede) devem ser também caracterizados de acordo com o
traçado do sistema. Após essa caracterização, deve – se inserir na planilha a
perda de carga no requinte que o fabricante forneceu e o comprimento da
mangueira a ser utilizada para o cálculo das perdas de carga na mesma. A
Figura 22 exemplifica esse passo.

Perda de Carga
Requinte 3,00 (m.c.a)
Jato Sólido x Neblina 2 x
1/2"

Perda de Carga 30 (m) 1,24 (m.c.a)


Mangueira

C= 140 J= 0,04117 m/m


Q= 300 L/min ∆H= 1,24 m.c.a
D= 63,5 mm Hazen-Willians

Figura 22 – Perda de carga no requinte e na mangueira.

Deve- se salientar que as normas não exigem a inserção das perdas de


carga no requinte e mangueira para obtenção da altura manométrica, pois
considera essas perdas na pressão exigida na saída do hidrante, porém como
a norma trabalha com pressões mínimas considerou-se por segurança a soma
dessas duas perdas de energia.

A Figura 23 demonstra a obtenção da obtenção da altura manométrica


que a bomba do sistema deverá atender, havendo a necessidade apenas de
verificar a pressão mínima que está sendo considerada de acordo com a norma
utilizada.

Perda de Carga Total


7,99 m.c.a
Altura Manométrica TOTAL
Altura Geométrica
44,99
7 m

Pressão Mínima ponta do Hidrante


IT 35/2011 30 m.c.a
NBR 13.661 / 2012 40 m.c.a

Figura 23 – Cálculo da altura manométrica.

40
7 – CONCLUSÕES

A ABNT NBR 15.661 / 2012 e a IT 35 / 2011 atendem seu propósito de


fornecerem requisitos a serem atendidos para o projeto de um sistema de
combate a incêndios em túneis rodoviários, existem algumas considerações
diferentes entre as normas, porém ambas são consideradas eficazes.

Para o estudo de caso, considerando uma largura de túnel de 14,4m que


é um padrão de túnel de três pistas, obtiveram-se valores distintos de vazão e
reserva de incêndio entre as normas para qualquer extensão de túnel, isso
possivelmente se deve as considerações de tempo de atuação do sistema para
conter o incêndio. Conclui – se também que a IT 22 / 2011 que é utilizada para
o dimensionamento de sistema de hidrantes em túneis rodoviários conforme a
IT 35 / 2011 recomenda é mais restritiva do que NBR 13.741 / 2000 que é
utilizada como apoio para a NBR 15.661 / 2012 no dimensionamento, devido
haver a caracterização pela área do túnel.

A título de sugestão para próximos trabalhos, é importante considerar a


utilização de mangotinhos nesse tipo de projeto, visto que sua utilização por ser
mais simples pode ser realizada por qualquer pessoa, podendo atuar
rapidamente no foco do incêndio antes da chegada dos bombeiros.

41
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15.661 /


2012 – Proteção contra incêndio em túneis. Rio de Janeiro, 2012. 60p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.897 /


2004 – Proteção contra incêndio por chuveiro automático. Rio de Janeiro, 2004.
77p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13.714 /


2000 – Sistemas de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio. Rio de
Janeiro, 2000. 25p.

BRENTANO, TELMO – Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas


Edificações. 4ª ed.- Porto Alegre, 2011.

Instrução Técnica nº 22 / 2011 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para


combate a incêndio. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São
Paulo.

Instrução Técnica nº 35 / 2011 – Túnel rodoviário. Corpo de Bombeiros da


Polícia Militar do Estado de São Paulo.

PORTO, RODRIGO DE MELO – Hidráulica básica. 4ª ed. São Carlos , 2006.

ROCHA, HUGO CÁSSIO – Panorama do Mercado Brasileiro de Túneis:


Passado, Presente e Futuro. Anais do 54º Congresso Brasileiro de Concreto –
CBC2012. Maceió, 2012.

SOUZA, JEAN CARLO TREVIZOLO - Proposta de Diretrizes Gerais para


Projetos de Túneis Rodoviários (Distrito Federal), 2012.

www.lostberg.net acessado em 28/05/2014;

42

Você também pode gostar