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CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS EM DINÂMICA DE GRUPOS.

Article  in  Psicologia Argumento · October 2017


DOI: 10.7213/rpa.v23i42.19731 · Source: OAI

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3 authors:

Joao Wachelke Jean Carlos Natividade


Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
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Alexsandro Andrade
Universidade Federal do Espírito Santo
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Construção e utilização de técnicas em dinâmica de grupos

CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS


EM DINÂMICA DE GRUPOS.

Construction and Use of Techniques in Group Dynamics

João Fernando Rech Wachelke1


Jean Carlos Natividade1
Alexsandro Luiz de Andrade1

Resumo
Utilizar técnicas de dinâmica de grupos já estabelecidas na literatura muitas vezes não é a maneira mais
adequada de proceder para melhor atender a demandas grupais emergentes. Nesse trabalho buscamos com
um relato de experiência argumentar a favor da relevância e adequação de criar novos exercícios de grupo
com base nos objetivos desejados para trabalho com grupos. O presente trabalho visou a desenvolver e
aplicar, no contexto de um grupo voltado para o desenvolvimento intragrupal e aprimoramento das relações
entre seus integrantes, uma técnica capaz de colocar em evidência as percepções que os membros do grupo
possuem acerca de si mesmos (auto-imagens) e confrontá-las com as percepções que os outros integrantes
têm acerca deles (hetero-imagens). Participaram da atividade na condição de membros efetivos do grupo 20
indivíduos, todos estudantes de uma turma de um curso de psicologia de uma universidade federal, com
idades variando de 20 a 47 anos. A técnica compôs-se por duas etapas: na primeira, os participantes
escreveram numa folha de papel aspectos relativos à autopercepção e auto-imagem, e na segunda etapa
deveriam representar um de seus colegas durante uma interação conjunta envolvendo todos os participantes:
uma simulação de uma festa da classe. A contribuição do presente trabalho para a dinâmica dos grupos reside
na descrição criteriosa e detalhada de um exercício de grupo e seu planejamento, apontando para a
necessidade de não utilizar técnicas presentes na literatura sem reflexão sobre sua adequação ao contexto
em que serão empregadas.
Palavras-chave: Dinâmica de Grupos; Técnicas de Grupo; Auto-imagem e Hetero-imagem.

Abstract
Using group techniques already established in the literature many times is not the most adequate way of proceeding
to better deal with emerging group necessities. In this study, with the report of an experience, we seek to provide
arguments for the relevance and adequacy of creating new group exercises based on the desired goals for the group
work. The present work aimed at developing and executing, in the context of group turned to intragroup
development and enhancement of the relationships among its members, one technique capable of showing the
perceptions that group members possess about themselves (self-images) and confronting them with the
perceptions that the other members have on them (hetero-images). Twenty (20) individuals participated of the
activity as group member, all of which were students of psychology class from a federal university, with ages ranging
between 20 and 47 years old. The technique was composed by two steps: in the first one, participants wrote in
a sheet of paper aspects about self-perception and self-image, and in the second one they sould role-play as one
of their colleagues during an interaction involving all participants: a class party simulation. The contribution of the
present work for group dynamics lies in the criterious and detailed description of a group exercise and its planning,
pointing towards the need of not using techniques available in the literature without a reflection about their
adequacy in the context that they will be employed.
Keywords: Group Dynamics; Group Techniques; Self-image and Hetero-image.
1
Bacharéis em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Endereço para contato: R. Octavio Lebarbenchon, 69, Santa Monica, Florianópolis – SC. CEP 88037-290.
E-mail: wachelke@yahoo.com

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João Fernando Rech Wachelke; Jean Carlos Natividade; Alexsandro Luiz de Andrade

Podemos falar em dinâmica de grupos ditos, estereotipando o campo de pesquisas da


com dois sentidos distintos. O primeiro refere-se a dinâmica de grupos (Minicucci, 1992).
uma subárea de conhecimento da psicologia so- Ao confiar em excesso nas ferramentas
cial, cujo objeto de estudo são os processos psico- que possuem à disposição, esses coordenadores
lógicos que ocorrem dentro dos microgrupos. Al- trocam os fins por meios, deixando de lado a ava-
guns dos autores clássicos desse campo de pes- liação das características dos processos grupais
quisas são Bales e Lewin (Cerclé & Somat, 1999; em progresso, o que lhes permitiria chegar por
Rodrigues, Assmar & Jablonski, 2002). O segundo conta própria a um modo eficiente de trabalhá-
sentido não diz respeito a um domínio científico los. Modo este que pode, sim, coincidir com a
de pesquisa, mas de um tipo de atividade profissi- utilização de uma técnica de grupo consagrada.
onal tanto de psicólogos como de outros profissi- Não se trata de negar o valor das técnicas, quan-
onais que trabalham com pequenos grupos com do bem utilizadas, mas sim de apontar para a
finalidades que podem ser diversas, como, por possibilidade preocupante de esses recursos se-
exemplo, a seleção profissional ou terapia. O pre- rem empregados de forma simplista, queimando
sente artigo trata de dinâmica de grupos nesse se- etapas na execução de atividades vinculadas a
gundo sentido, isto é, de dinâmica de grupos en- dinâmica de grupos.
quanto prática de trabalho dos psicólogos, enfo- Uma característica marcante da literatura
cando aspectos relativos às técnicas utilizadas nas em dinâmica de grupos contribui para que ocor-
atividades com grupos. ram equívocos dessa natureza. É fato que muitos
Técnicas de grupo são os meios pelos (talvez até mesmo a maioria dos) manuais e livros
quais os coordenadores de grupos buscam atingir em geral voltados para essa área apresentam uma
suas finalidades durante o trabalho com os grupos grande relação de técnicas “prontas para uso” (ver,
(Minicucci, 1992). Para Beal, Bohlen & Raudabau- por exemplo: Andreola, 2003; Antunes, 2002;
gh (1972), as técnicas grupais são ferramentas es- Berkenbrock, 2004; Gonçalves & Perpétuo, 2002;
senciais de que dispõe a coordenação para reali- Yozo, 1996), o que dá a impressão de que basta
zar qualquer ação grupal. Na medida em que os utilizar uma determinada técnica para criar no gru-
trabalhos com grupos são realizados por um coor- po um efeito desejado qualquer, ainda que boa
denador que sugere atividades e vivências para o parte dessas fontes de referência advirtam sobre a
grupo em direções determinadas ou mesmo em necessidade de não proceder dessa maneira irre-
caráter informal, é possível dizer que sempre há fletida. Aproveitando-se das listas de técnicas pre-
emprego de técnicas no contexto grupal como sentes nos livros, classificadas em conjunto con-
maneira de aproximar, e por fim alcançar, os obje- forme os “objetivos” a que elas se prestam (apre-
tivos propostos de trabalho do grupo sejam eles sentação, despedida, autoconhecimento, confron-
relativos à aprendizagem, desenvolvimento pes- tação, e tantos outros), não raro alguns coordena-
soal ou outros quaisquer. dores transformam as sessões de grupo numa su-
Entretanto, é necessário ressaltar o cará- cessão de exercícios desconexos e sem propósito,
ter instrumental das técnicas. Técnicas de grupo aparentando acreditar que a aplicação de técnicas
não possuem valia alguma se descontextualiza- tais como estão representadas na literatura efetua-
das ou desvinculadas de uma investigação ou pro- rá algo próximo de um “milagre”, garantindo o
cedimento embasado solidamente nas caracterís- desenrolar visando às atividades.
ticas processuais dos grupos em que são aplica- Outro mito que permeia a dinâmica de
das. Se por um lado, efetivamente, elas são os grupos é o de que as técnicas devem ser aplicadas
principais recursos utilizados pelas pessoas que da mesma maneira em todas as ocasiões. As técni-
trabalham com grupos - seria pelo menos estra- cas são mais bem aproveitadas se consideradas
nho encontrar algum coordenador que dissesse como orientações para o trabalho; não são rígidas
trabalhar com dinâmica de grupos e afirmasse não ou imutáveis (Minicucci, 1992). Nesse sentido, de-
utilizá-las constantemente - elas não são a razão vem ser adaptadas pelos coordenadores de acor-
de existência, alguma espécie de “essência” da do com os objetivos visados. Também é importan-
dinâmica de grupos. Contudo, não são raros os te perceber que as ações em grupo não precisam
profissionais que confundem as técnicas de gru- pautar-se por um conjunto já definido de técnicas
pos com os fins da ação de grupo propriamente presentes em manuais. Muitas vezes é necessário

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Construção e utilização de técnicas em dinâmica de grupos

desenvolver novas técnicas para melhor atender te artigo um exemplo de elaboração, planejamen-
às necessidades do trabalho com os grupos. to e execução de uma técnica de grupos direcio-
Corroborando com essa constatação, Co- nada fundamentalmente a um trabalho desenvol-
rey et al. (1983) afirmam que esperam que seus vido num grupo específico. Descrevemos no pre-
leitores utilizem seu livro sobre técnicas de grupo sente trabalho como aplicamos uma técnica origi-
para aumentar sua capacidade de produzir técnicas nal para trabalhar com confrontação de auto-ima-
adequadas para as situações com as quais eles se gem e hetero-imagem em um grupo voltado para
defrontam. No entanto, ainda que algumas obras o desenvolvimento intragrupal. Para tanto, primei-
de referência em dinâmica de grupos afirmem ex- ramente teceremos alguns comentários sobre o
plicitamente que as pessoas que trabalham com funcionamento do grupo em que foi aplicada a
grupos procederiam melhor se tratassem sugestões técnica em questão; apenas após sua caracteriza-
de técnicas como pontos de partida para orientar as ção poderá ser feita uma apreciação das decisões
ações de grupo, adaptando-as de acordo quando tomadas durante o planejamento da atividade e
de sua utilização ou mesmo elaborando técnicas sua adequação à realidade do grupo.
completamente novas se não for possível aprovei- Desenvolvemos o presente trabalho como
tar o material já existente, dificilmente podem ser uma das atividades de um grupo formado por aca-
encontrados exemplos claros de como agir dessa dêmicos do terceiro ano de um curso de gradua-
maneira. Até certo ponto é possível transferir essa ção em psicologia de uma universidade federal.
constatação também para as salas de aula de cursos Trata-se de um grupo de trabalho formado por
de psicologia. Não se descarta a possibilidade de cerca de vinte e cinco pessoas, cujo principal ob-
que os docentes das disciplinas relacionadas a gru- jetivo era propiciar a seus integrantes aprender
pos cubram essa carência, mas tampouco existem sobre como coordenar um grupo. A centralidade
motivos para crer que eles o façam, tomando como desse objetivo vinculado ao ensino deve-se ao fato
referência o conhecido déficit de preparação para a de as atividades do grupo serem parte de uma
prática profissional que assola os cursos de gradua- disciplina curricular do referido curso de gradua-
ção em psicologia do Brasil ou mesmo consideran- ção, voltada para a teoria e prática em dinâmica
do que dinâmica de grupos, assim como outros dos grupos e relações humanas.
campos de atuação profissional do psicólogo, con- Um objetivo secundário consistia em
figura-se como assunto secundário na maioria dos melhorar as relações entre os integrantes do gru-
cursos de formação em psicologia, voltados essen- po. Essa meta é explicada pelo fato de que a mai-
cialmente para a clínica de consultório (Botomé, oria dos integrantes constituía uma classe de psi-
1988; Ozella, 1997). A situação ainda se torna mais cologia, reunida há mais de dois anos. Havia re-
complicada quando é lembrado que lidar com di- clamações por parte deles de que a turma estava
nâmica de grupos não é atividade privativa dos psi- muito dividida e de que os relacionamentos entre
cólogos: ou seja, profissionais de diversas áreas, com muitos dos colegas não eram satisfatórios. Nesse
formações diferenciadas, podem valer-se do traba- sentido, urgia conhecer melhor o que estava acon-
lho com grupos, quiçá de modo ainda menos ade- tecendo no grupo para criar recursos para lidar
quado por não disporem de preparação específica, com essa situação. Interessa-nos, fundamentalmen-
em muitos casos. te, esse segundo objetivo; doravante deixaremos
Nosso objetivo, portanto, está ligado à de lado o objetivo principal do grupo, cuja consi-
percepção de que utilizar técnicas já estabelecidas deração foge ao escopo deste trabalho, e tratare-
na literatura muitas vezes não é a maneira mais mos apenas do objetivo de melhora das relações
adequada de proceder para melhor atender a de- entre os integrantes, que orientou todo o processo
mandas grupais emergentes; entretanto, são escas- de elaboração e aplicação da técnica de grupo.
sas as orientações na literatura sobre como agir de Observamos que, de certa maneira, o
outro modo com grupos. Visando a fornecer sub- desenvolvimento interpessoal está implícito no
sídios para suprir, ainda que parcial e modesta- andamento de grupos como o deste trabalho, que
mente, essa lacuna e nutrindo a expectativa de estruturam suas atividades de aprendizagem em
que em tempos vindouros seja configurada uma dinâmica de grupos no que Luft (1968) chama de
iniciativa para atender a essa demanda de forma método de laboratório para estudo de processos
mais completa e abrangente, trazemos no presen- de grupo. O método de laboratório estrutura-se na

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forma de grupos que, além de ler e discutir sobre uma técnica capaz de colocar em evidência as auto-
processos grupais, vivenciam-nos na prática, fixan- imagens individuais e confrontá-las com as hete-
do e estimulando o aprendizado. ro-imagens geradas no seio do grupo. Pode ser
O mesmo autor utiliza-se do esquema ex- dito que visávamos abordar com essa atividade
plicativo denominado Janela de Johari para ilustrar um aspecto do espelhamento, fenômeno grupal
que os objetivos das atividades de laboratório em caracterizado pela percepção, por parte de indiví-
dinâmica dos grupos podem ser resumidos em (1) duos do grupo, de aspectos seus que eles ignoram
aumentar o conhecimento que os membros do gru- devido às trocas do processo grupal (Osorio, 2003).
po possuem acerca de si mesmos e dos outros, e Nossa hipótese de trabalho básica foi a de que ao
(2) reduzir a quantidade de informações que os comparar essas duas visões ocorreria um aumento
membros desconhecem acerca de si mesmos e dos do conhecimento sobre o contexto grupal em par-
outros. Esses objetivos podem estar ligados tanto a ticular e suas implicações, e os integrantes passari-
um nível de análise interpessoal, em termos de per- am por uma etapa de crescimento pessoal que te-
cepções individuais, quanto a um nível de análise ria um impacto positivo para o grupo. Esse impac-
grupal, nos moldes de um conhecimento gerado to acarretaria no surgimento de indicações sobre
pelo grupo e sobre o grupo. Assim, é possível veri- como dar seguimento às atividades de uma forma
ficar no decorrer do processo grupal que a coletivi- construtiva para os envolvidos, em consonância
dade passa a apreender aspectos que lhe são carac- com o objetivo de aprimoramento das relações
terísticos e lhe eram anteriormente desconhecidos; humanas mantido pela coletividade.
essa ampliação do entendimento, por sua vez, pos-
sibilita a negociação de novas soluções para pro-
blemas do grupo, consistindo no aprimoramento Método
das relações que nele estão implicadas.
Como a classe que originou o grupo já se Desenvolvimento da técnica
conhecia e convivia há tempo, situamos o grupo na
fase de afeição do desenvolvimento grupal (Jalo- Antes de decidir pela criação de uma nova
witzki, 2001): os integrantes encontravam-se signi- técnica de grupo, realizamos uma busca na litera-
ficativamente envolvidos emocionalmente nas rela- tura em dinâmica dos grupos por alguma técnica
ções do grupo e enfrentavam o dilema de ou apro- que trabalhasse a relação entre auto e hetero-ima-
ximarem-se dos outros em busca de afetividade e gem por meio de recursos auxiliares e emprego
afeição ou manterem-se distantes para evitar sofri- de humor, elementos recomendados por Corey et
mento, após uma história de convívio com seus al. (1983) e solicitados pelo grupo numa reunião
colegas marcada por momentos positivos e negati- anterior. Nenhuma técnica que cumprisse esses pré-
vos. O grupo já havia iniciado suas atividades na requisitos e que pudesse ser adaptada facilmente
disciplina há pouco mais de dois meses. Durante o ao grupo deste trabalho foi encontrada.
desenrolar do grupo de trabalho, já haviam sido Em virtude disso, foi decidido que seria
foco de suas atividades, ainda que superficialmen- criada uma técnica capaz de atingir os fins pro-
te, a formação e o convívio de subgrupos dentro da postos. A técnica seria composta por duas etapas:
turma e a maneira como os integrantes do grupo na primeira, os participantes escreveriam numa
percebiam uns aos outros, dentre outros assuntos. folha de papel aspectos relativos à sua autoper-
Escolhemos aprofundar a compreensão cepção e auto-imagem, e numa segunda etapa eles
do grupo acerca das formas com que os membros deveriam representar um de seus colegas durante
percebiam os integrantes do grupo. Para tanto, uma interação conjunta envolvendo todos os par-
escolhemos lidar com as percepções que os mem- ticipantes: uma festa da classe. A etapa da festa
bros do grupo possuem acerca de si mesmos em justifica-se por tratar-se de uma simulação de um
contraste com o que os outros integrantes perce- evento que congrega simultaneamente situações
bem acerca deles. Chamamos essa autopercepção de caráter humorístico e possibilidade de usar re-
de auto-imagem, e a percepção que os outros têm cursos auxiliares para incrementar a atividade gru-
acerca de uma outra pessoa de hetero-imagem. pal (no caso, aparelhagem de som, recursos deco-
Em síntese, nosso objetivo foi desenvol- rativos e assim por diante), o que vinha ao encon-
ver e aplicar, no contexto do grupo mencionado, tro das solicitações do grupo.

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Construção e utilização de técnicas em dinâmica de grupos

Para fins de clareza, referiremo-nos à téc- aparelho de som disponível, semelhante ao da sala
nica construída como um todo como Técnica do de grupo. A utilização desses recursos auxiliares
Confronto de Imagens. Trataremos a primeira eta- visava a estimular os participantes a imaginarem
pa como etapa de Expressão Escrita e chamare- que se encontravam num ambiente de festa.
mos a segunda de Etapa de Festa. Por fim, o ambiente externo ao local em
que ocorriam as reuniões do grupo era um bos-
que localizado num morro de inclinação suave ao
Participantes lado do prédio. A superfície do morro era reco-
berta por grama e algumas árvores esparsas de
Participaram da atividade na condição de médio porte.
membros efetivos do grupo 20 indivíduos, sendo
que 18 eram do sexo feminino e apenas 2 do sexo
masculino. As idades dos participantes variaram Procedimento
de 20 a 47 anos, sendo que a média de idade do
grupo foi de 23 anos (mediana: 22 anos). Todos Houve três coordenadores diferentes das
eram estudantes de psicologia de uma universida- atividades do grupo. Enquanto um deles coorde-
de federal e apenas três deles não faziam parte nava uma atividade, os outros dois observavam o
originalmente da classe que cursava, à época do que ocorria durante a atividade e tomavam notas
trabalho, o sétimo semestre do curso. De qualquer de suas observações. Um coordenador foi respon-
forma, esses três participantes haviam participado sável pelos exercícios iniciais de preparação para
de outras disciplinas com a classe em questão an- a Técnica de Confronto de Imagens, enquanto cada
teriormente à disciplina que originou o grupo. um dos outros dois coordenadores propôs as ati-
vidades para o grupo nas etapas da técnica cons-
truída. A seção Procedimento encontra-se dividida
Ambiente em três, conforme as atividades realizadas, para
permitir uma exposição mais clara da seqüência
A sessão de grupo ocorreu em três ambi- dos acontecimentos durante a aplicação dos exer-
entes: a sala de grupo, a sala de festa e o ambiente cícios de grupo.
externo. A sala de grupo possuía formato quadra- A sessão iniciou-se na sala de grupo. An-
do, medindo aproximadamente 36 m2 de área. teriormente à aplicação da Técnica de Confronto
Apenas uma porta ligava o aposento com o corre- de Imagens foram realizados dois exercícios de
dor do prédio onde ocorriam semanalmente as grupo com a finalidade de aquecimento, isto é,
atividades do grupo. Existiam janelas em duas das preparação das predisposições dos participantes
paredes, cobertas com cortinas. Havia almofadas para as etapas da técnica de interesse. Num pri-
que serviam de assento contornando toda a sala. meiro momento do aquecimento foi proposta aos
Os participantes sentavam-se encostados nas pa- participantes a Técnica da Minhoca (Lucchiari,
redes, formando um “U”. Um aparelho de som com 1993), cujo objetivo foi trabalhar a confiança dos
reprodutor de CD estava à disposição. Não havia participantes uns nos outros, por meio do guiar e
nada no centro da sala que impedisse o contato ser guiado. A consigna do exercício foi dada em
visual dos participantes de qualquer lugar da sala. sala, e logo em seguida os indivíduos foram con-
O semicírculo tinha sua abertura voltada para os vidados a formarem uma fila no ambiente externo
três coordenadores do grupo, os autores do pre- à sala de grupo. De acordo com a adaptação da
sente trabalho. Essa forma de organização e dis- técnica adotada pela coordenação, os indivíduos
posição dos participantes na sala satisfaz um pa- deveriam pôr as mãos nos ombros do colega da
drão estabelecido em todas as reuniões do grupo frente, devendo permanecer de olhos fechados.
na sala de grupo. Apenas o primeiro da fila poderia mantê-los aber-
A sala de festa possuía as mesmas dimen- tos, e todos deveriam caminhar conforme os mo-
sões da sala de grupo, localizando-se no mesmo vimentos e verbalizações do primeiro da fila. À
corredor desta. Foram colados nas paredes balões instrução do coordenador ocorria a troca de posi-
vermelhos, e no centro da sala foi colocada uma ções: o participante situado na linha de frente da
mesa de madeira com comes e bebes. Havia outro fila tornava-se o último, e o segundo colega passa-

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João Fernando Rech Wachelke; Jean Carlos Natividade; Alexsandro Luiz de Andrade

va para a frente e passava a conduzir os demais. relação às pessoas do meu convívio?”. Foi pedido
Todos os participantes estiveram à frente da fila aos participantes que a preenchessem de forma
uma vez. honesta, pois a folha não seria lida por ninguém
Os participantes caminharam em fila por sem que eles o quisessem. Enquanto as folhas eram
um bosque com árvores, algumas pedras e mor- preenchidas, o aparelho de CD foi utilizado para
ros. Durante a caminhada por muitas vezes a “mi- reproduzir em baixo volume o som de ondas do
nhoca” se separou, ocasionando a emergência de mar, estimulando os participantes a imaginarem-
pedidos de “calma” e verbalizações de desconfi- se sós num cenário natural intocado, favorecendo
ança e dúvida acerca do destino da fila andante. a reflexão. Não foi estabelecido limite de tempo
Após chegarem a uma pequena clareira, os parti- para responderem, assim foram necessários cerca
cipantes foram convidados a abrirem os olhos e de 12 minutos para que todos terminassem. Ao
formarem um círculo. terminarem, foi pedido que guardassem a folha de
Após a conclusão do exercício da minho- papel consigo.
ca, os participantes formaram um círculo e o coor- Os participantes foram então informados
denador propôs um breve exercício de respira- de que outras folhas de papel seriam distribuídas
ção, buscando calma e integração com as sensa- e que eles deveriam escrever nelas seus nomes
ções corporais vivenciadas no momento. Em se- completos. Assim que isso foi feito, os papéis fo-
guida o grupo foi dividido aleatoriamente em du- ram recolhidos e depositados num saco plástico
plas. O coordenador propôs uma adaptação do opaco. Após o recolhimento dos nomes, foi infor-
exercício da Escultura (Lucchiari, 1993) em que o mado aos participantes que lhes seria entregue
objetivo novamente foi abordar a confiança nos aleatoriamente um dos nomes, diferente do deles.
pares, através da condição de permitir que o outro Além disso, eles foram instruídos a não permitir
configurasse uma postura corporal de acordo com que outros vissem ou soubessem o nome recebi-
sua vontade. Um dos participantes fechava os olhos do por eles. Os nomes foram entregues pelo coor-
e mantinha-se o menos rígido possível em termos denador, que efetuava um sorteio e rapidamente
de tônus muscular, enquanto seu parceiro, de olhos realizava uma conferência para certificar-se de que
abertos, “moldava” seu corpo na forma de uma nenhum participante receberia seu próprio nome.
escultura. Foi pedido aos “escultores” que nome-
assem suas esculturas para posterior discussão em
sala. Depois da nomeação, inverteram-se os pa- A Festa: Hetero-imagem
péis nas duplas.
A Etapa de Festa iniciou-se com a instru-
ção de que os participantes deveriam interpretar a
Expressão Escrita: Auto-Imagem pessoa cujo nome pegaram no sorteio. Os partici-
pantes não poderiam dizer seus nomes ou tratar
Concluído o aquecimento, os participan- os personagens dos outros pelos nomes. Deveri-
tes voltaram para a sala de grupo, e foram instruí- am buscar falar dos assuntos de que a pessoa cujo
dos a apanharem uma caneta ou lápis e sentarem- nome haviam recebido falaria, agir como ela agi-
se confortavelmente em um local adequado do ria, comportar-se como ela se comportaria. Em sín-
aposento. Os participantes foram orientados a re- tese, deveriam “ser” essa outra pessoa. Essa inter-
fletirem sobre suas vidas, sobre o modo como con- pretação ocorreria no contexto de uma festa da
cebem a si mesmos, suas principais características turma, e para estimular a imaginação e a naturali-
e suas relações com as outras pessoas. dade da representação os participantes seriam con-
Logo em seguida foi distribuída uma fo- duzidos à sala da festa, preparada para simular
lha de papel com as seguintes perguntas: “Quais essa situação.
são as minhas características que considero mais Enquanto dois dos coordenadores realiza-
positivas? O que mais admiro em mim?”, “Quais vam os últimos preparativos na sala da festa, foram
são as minhas características que considero mais dados aos participantes poucos minutos para ob-
negativas? O que não gosto em mim?”, “Como eu servarem seus colegas e elaborarem suas interpre-
sou? Como eu gostaria de ser?” e “Como eu ajo em tações. A seguir, eles foram conduzidos para a sala
relação aos meus amigos e amigas? Como sou em de festa, onde estava sendo tocada música popular.

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Construção e utilização de técnicas em dinâmica de grupos

Após vinte e cinco minutos de interação A Etapa de Expressão Escrita da Técnica


na sala de festa, os participantes foram conduzidos de Confronto de Imagens visou tornar os partici-
novamente à sala de grupo. Nesse ambiente ocor- pantes conscientes do modo como vêem a si mes-
reu uma discussão entre os coordenadores e os mos, evidenciando a auto-imagem que seria con-
membros do grupo em que foi dada abertura para frontada logo a seguir com a imagem formada pelos
comentar o que os participantes haviam sentido e outros integrantes do grupo. Nesse procedimento,
pensado acerca dos exercícios realizados. A discus- os participantes passaram por um processo de
são foi livre; todos os participantes poderiam ex- exteriorização da auto-imagem, descrevendo às
pressar suas opiniões a qualquer momento, se as- suas maneiras a forma como se vêem. Portanto,
sim o desejassem. Por fim, os coordenadores expli- entraram em contato com as suas percepções acerca
caram os objetivos de cada exercício, atendendo ao de si mesmos pelo ato reflexivo e pela contextua-
objetivo de aprendizagem característico do grupo. lização de suas considerações.
Na Etapa da Festa foi verificado que os
participantes muitas vezes representavam seus
Resultados e Discussão papéis estereotipadamente, favorecendo um reco-
nhecimento fácil por parte dos colegas. Como
Em relação ao exercício da Técnica da exemplo dessa afirmação mencionamos o que ocor-
Minhoca, durante a discussão final, quatro partici- reu com uma das integrantes do grupo: ela imitou
pantes relataram terem tido dificuldades de serem um sotaque regional forte e exagerado de outro
guiados por colegas que muitas vezes não conhe- participante, e logo todos adivinharam de quem
ciam em profundidade. Por outro lado, dois parti- se tratava.
cipantes afirmaram ter se sentido seguros quando Durante a festa simulada foi verificado que
sabiam que colegas íntimos estavam à sua frente os participantes interagiram com vários outros in-
na fila. Além desses comentários, também foi dito divíduos, e o fizeram de forma descontraída, rindo
que era mais fácil “guiar” a “ser guiado”, embora repetidamente ante algumas imitações. Nem todos
também tenha sido dito o contrário por outros in- os participantes, contudo, representaram de ma-
tegrantes do grupo. Três indivíduos afirmaram que neira envolvida. Um deles permaneceu imóvel,
se sentiram responsáveis pelo grupo quando esta- enquanto o outro fez uma representação pouco
vam à frente da fila, e outros dois disseram não se condizente com a realidade de seu papel; enquan-
preocupar com o grupo em momento algum quan- to na realidade a personagem deveria ser falante e
do o lideravam. Um comentário com que todos expansiva, ela foi representada como alguém ca-
concordaram referia-se ao fato de que a confiança lado e emburrado.
nos outros colegas aumentou gradativamente no Na discussão da situação da festa, 15 dos
decorrer do exercício. nomes foram adivinhados rapidamente pelos par-
Na Técnica da Escultura a maioria dos ticipantes. No entanto, 5 dos nomes foram desco-
participantes relatou ter sentido tranqüilidade e bertos com dificuldade pelo grupo, que só acer-
confiança enquanto eram moldados pelos colegas. tou suas identidades após tentar por alguns minu-
Também foram freqüentes os elogios entre os par- tos.
ticipantes. De modo geral, o grupo concordou que
As duas técnicas de aquecimento tiveram a festa simulada permitiu perceber o quanto os
por objetivo preparar os participantes para a con- integrantes da turma conhecem-se pouco, mesmo
frontação entre auto-imagem e hetero-imagem que acerca de informações básicas como cidade natal,
ocorreria na Etapa de Festa da Técnica de Con- gostos, e assim por diante. Nesse sentido, o final
fronto de Imagens. Os resultados desses dois pri- da discussão pautou-se pela elaboração de formas
meiros exercícios foram ambíguos. Embora tenham possíveis de contornar essas limitações, como en-
sido observados indícios de falta de confiança no contros ou festas reais da turma.
contexto da turma, quando por exemplo foi dito Ao discutir a utilização da Técnica do
que não se sentia segurança em líderes “pouco Confronto de Imagens no contexto do presente
conhecidos” da fila da minhoca, por outro lado estudo, cabe responder às seguintes perguntas,
puderam ser inferidos fortes laços de confiança duas voltadas mais especificamente para o traba-
em relacionamentos mais íntimos. lho desenvolvido com o grupo: o que o emprego

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João Fernando Rech Wachelke; Jean Carlos Natividade; Alexsandro Luiz de Andrade

da técnica possibilitou ao grupo? Quais caracterís- pretação favorecem, a nosso ver, o estabelecimen-
ticas despontaram como as principais vantagens e to de interações mais espontâneas e leves.
desvantagens da técnica? Em síntese, levando esses aspectos em
Com relação à primeira dessas pergun- consideração, é possível dizer que a Técnica de
tas, é possível afirmar que o emprego da Técnica Confronto de Imagens pode vir a se constituir como
de Confronto de Imagens contribuiu para o de- recurso útil e produtivo para trabalhar processos
senvolvimento interpessoal dos participantes como grupais, garantindo que o contexto para sua inser-
indivíduos e do grupo como um todo. Dessa for- ção seja adequado. Em consonância com o que
ma, por meio da materialização das hetero-ima- afirmamos anteriormente, ressaltamos que se trata
gens, correspondentes às interpretações dos cole- de uma técnica que não deve ser vista como algu-
gas, os participantes puderam ter acesso a novos e ma espécie de amarra, mas sim como sugestão
enriquecedores pontos de vista sobre eles mes- inicial de trabalho, cuja viabilidade e pertinência
mos. Noutro nível de análise, o próprio grupo pôde necessitam ser cuidadosamente avaliadas pelo co-
expandir sua compreensão do contexto grupal, ao ordenador de grupo. Este, caso decida favoravel-
diagnosticar, por exemplo, como os membros do mente a seu uso para proporcionar alguma condi-
grupo conheciam-se pouco. Essa mudança nas ção específica que julgue relevante no trabalho
relações do grupo com o autoconhecimento e o que realiza, precisa também avaliar e realizar quais-
desconhecido é fundamentalmente o movimento quer adaptações que considere necessárias.
realizado pelos grupos durante o método de labo- Tendo comentado brevemente sobre o
ratório, segundo Luft (1968). Nesse sentido, consi- estudo no que tange às considerações sobre a téc-
deramos válida a técnica desenvolvida, sobretudo nica elaborada e executada propriamente, torna-
quando se deseja atingir objetivos semelhantes aos se necessário, por fim, avaliar a contribuição do
nossos. presente trabalho para a dinâmica dos grupos en-
Ao avaliar as vantagens e desvantagens quanto área de conhecimento e fazer psicológico.
decorrentes do uso da técnica, há que se atentar Sua principal característica reside na descrição cri-
para suas limitações de uso, ou em outras pala- teriosa e detalhada de um exercício em dinâmica
vras, aos contextos mais adequados para sua utili- de grupo e seu planejamento. A situação altamen-
zação. É recomendável que ela seja utilizada junto te individualizada em que a sessão de grupo se
a um grupo que já se conheça há algum tempo, e deu, e que motivou a construção da técnica, evi-
se conheça bem. Grupos recém-formados torna- dencia a necessidade tanto de embasar cuidadosa-
rão a etapa da festa pobre e pouco criativa. Esse mente a utilização de técnicas em dinâmica de gru-
foi o caso de indivíduos que fizeram interpreta- po em dados empíricos contextualizados quanto
ções fracas, se comparados aos outros. Alguns deles no conhecimento científico presente na literatura
eram indivíduos que não estudavam com suas tur- especializada. Esperamos ter contribuído para
mas há tanto tempo quanto os demais, o que re- exemplificar que as técnicas de grupo já existentes
sultou em representações pouco condizentes com são apenas pontos de partida para as formas com
a realidade, ou com poucos elementos específi- que elas podem vir a tomar na prática, ou mesmo
cos. A maior intimidade entre os participantes pos- para a elaboração de novas técnicas, em confor-
sibilita uma experiência de dramatização mais rica midade com o que afirmam Minicucci (1992) e
e divertida. Provavelmente a Técnica de Confron- Corey et al. (1983).
to de Imagens não é adequada em grupos cujos Evidentemente, o presente trabalho possui
membros são tímidos e não se entregam com faci- alcance muito limitado em comparação com as ne-
lidade a atividades que possuem componentes cessidades que a área de dinâmica de grupos apre-
corporais, como é o caso da representação. senta. De todo modo, representa um esforço no sen-
Além disso, a técnica também é viável em tido de inspirar projetos semelhantes, o que possibi-
ocasiões em que seja desejado usar o apelo hu- litaria a pesquisadores e profissionais proceder para
morístico nos exercícios de grupo. Embora exista adaptar e elaborar técnicas de grupo a contextos es-
a possibilidade de mobilização de sentimentos pecíficos, estimulando a troca de experiências entre
pessoais devido à forte comparação entre os mo- os pares e implicando avaliação das metodologias
dos como as pessoas se vêem e como os outros as empregadas para esses fins, gradativamente atingin-
vêem, a utilização de recursos auxiliares e a inter- do um maior grau de concordância acerca dos me-

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Construção e utilização de técnicas em dinâmica de grupos

lhores procedimentos. Seria desejável que esta não Corey, G., & Corey, M. S., & Callanan, P. J., & Rus-
fosse um projeto isolado, mas sim que o campo de sell, J. M. (1983). Técnicas de Grupo. Rio de Ja-
estudos em dinâmica de grupos apresentasse novos neiro: Zahar.
desenvolvimentos dessa natureza, que enfatizam as
Gonçalves, A. M. & Perpétuo, S. C. (2002). Dinâ-
condições para criar, utilizar e adaptar técnicas de
mica de Grupos na Formação de Lideranças.
grupo, podendo vir a se tornar uma referência útil
Rio de Janeiro: De Paulo.
para aqueles que têm na dinâmica de grupos um
eixo de práticas profissionais. Jalowitzki, M. (2001). Jogos e Técnicas Vivenci-
ais nas Empresas: Guia prático de dinâmica
de grupo. São Paulo: Madras.
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Recebido em/Received in: 17/09/2004


Aprovado em/Approved in: 20/07/2004

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