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TRIBUTÁRIAS NA
CONSTITUIÇÃO E NO STF
Aula 6
Isenções Fiscais na
Constituição e no STF
Conclusões.................................................................................. 15
Referências bibliográficas......................................................... 16
AULA 6 ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
Introdução
Olá! Seja muito bem-vindo à nossa sexta e última aula do Curso “Imunidades e Isenções
Tributárias na Constituição e no STF”!
Após uma longa jornada de estudos, vamos revisar os assuntos que foram abordados nas
aulas anteriores? Com isso, poderemos perceber a linha de análise que traçamos, a qual culmina
nesta aula final. Relembre comigo:
Tratamos das imunidades genéricas que atingem todos os entes federativos e os impostos.
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Assim, estudamos as imunidades recíprocas e sobre templos.
Com esse resgate, estamos preparados para os assuntos desta aula. Pretendemos
compreender, aqui, os temas mais recorrentes sobre os benefícios fiscais na jurisprudência do
STF, em conjunto com as normas positivadas na Constituição da República de 1988 (CF).
Vamos começar?
AULA 6 – ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro de 2019,
a Lei 13.707/2018, estima-se que somente a União deixará de arrecadar mais de R$ 300 bilhões em
razão de renúncias fiscais, o que equivale a 4% do Produto Interno Bruto do país.
a?
A esse respeito, confira quadro dos principais gastos tributários - Projeções LDO
2019, elaborado pela ONG Contas Abertas, com base na LDO 2019, a respeito das renúncias
fiscais.
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AULA 6 – ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
Por sua vez, o art. 14, §1º, da LC 101 preconiza que se considera renúncia de receita a anistia,
Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF
remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de
alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou
contribuições e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
Dessa forma, reserva-se a expressão isenção ou benefício fiscal para a dimensão jurídica
da exoneração, coincidente com a existência de uma norma legal que altera o sistema tributário
no sentido de diminuir a carga tributária incidente sobre parcela dos contribuintes. Em nosso
curso, vamos nos concentrar nesse sentido mais restrito das isenções.
1º) A Constituição assegura tão somente, pelo princípio da competência tributária, uma
autorização, previamente delimitada por ela própria, para a criação de tributos;
3º) Antes que a lei o regule, inexiste tributo válido no sistema da tributação vigorante no
país (excetuadas hipóteses que são irrelevantes face a estas conclusões);
5º) O fato gerador é, pois, uma entidade jurídica, hipoteticamente prevista em lei e sem
cuja realização não pode existir a obrigação tributária (efeito constitutivo da obrigação
tributária);
8º) É portanto a lei que, ao selecionar fatos geradores e delimitar o campo abrangido
pela hipótese de incidência, institui as isenções, isto é, retira certos fatos ou pessoas,
normalmente sujeitos à tributação do campo de incidência da definição legal do fato
gerador. (BORGES, Jorge Souto Maior. Teoria Geral da Isenção Tributária. 3 ed. São Paulo:
Malheiros, 2007, pp. 170-171).
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De acordo com esse aresto da Corte de Contas e auditorias anteriores, foram constatados
inúmeros problemas de gestão das renúncias tributárias, como o descumprimento de regras
legais na concessão dos benefícios, falhas no desenho das políticas públicas contempladas,
baixa transparência, ausência de regras de governança, entre outros problemas na avaliação de
eficiência, eficácia e efetividade dos gastos tributários.
Versa-se, por conseguinte, sobre tema de grande relevância política e social, como se
depreende, inclusive, dos programas de governo registrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral
pelos candidatos à Presidência da República nas eleições de 2018. Porém, por evidente, há uma
dimensão constitucional subjacente à temática das isenções fiscais, até pela própria dicção do
texto da Constituição, a ser analisada nesta aula.
Vamos lá?
Em casos de delegação legislativa para o Poder Executivo dispor sobre os incentivos fiscais,
o Pleno do STF tem considerado a medida afrontosa à separação dos poderes e à legalidade
específica. Isso porque, na ADI 3.462, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 15.9.2010, constou em ementa
que a gravosidade do processo legislativo visa coibir a utilização das desonerações tributárias na
dinâmica de barganha política, assim como estabelecer requisitos objetivos para a concessão dos
benefícios, à luz dos princípios da impessoalidade, da moralidade e da legalidade.
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legislativa para a fixação dos elementos fundamentais do tributo por decreto, conforme se extrai
da ADI 2.688, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, j. 1º.6.2011. Isso porque há reserva legal
para dispor sobre instituição de tributos, logo a matéria não é passível de delegação legislativa.
Não há, até o momento, glosa por parte do Supremo Tribunal Federal à utilização dessa
espécie legislativa no campo das isenções fiscais.
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AULA 6 – ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
a?
Legislativa da Câmara dos Deputados que teria avaliado o valor da
renúncia fiscal em jogo de ordem trilionária.
Na direção oposta, em controvérsia que versava sobre a revogação de isenção fiscal por
medida provisória concedida às sociedades cooperativas em relação às contribuições para
o PIS e para a COFINS, o Pleno do STF fixou tese de julgamento, no Tema 177 da repercussão
geral, veiculada pelo RE 598.085, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 6.11.2014, DJe 10.2.2015,
segundo a qual “[s]ão legítimas as alterações introduzidas pela Medida Provisória 1.858/1999,
no que revogou a isenção da COFINS e da contribuição para o PIS concedidas às sociedades
cooperativas”.
Noutro giro, para também tratar da observância ao princípio da legalidade sob a perspectiva
da redução de alíquota da contribuição ao PIS e da COFINS por intermédio de ato infralegal, com
significativo impacto fiscal, o STF julgará a constitucionalidade dessa isenção concedida por
decreto e posterior restabelecimento do aspecto material do tributo no Tema 939 da repercussão
geral, cujo paradigma é o RE 986.296, Rel. Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, j. 2.3.2017, DJe
21.3.2017, já substituído pelo RE 1.043.313.
Antes disso e para além do controle do impacto orçamentário, já havia o art. 165, §6º, da
Constituição da República, que determina ao Executivo – responsável pela elaboração do
projeto de lei orçamentária – que encaminhe conjunto demonstrativo regionalizado do efeito
decorrente de isenções sobre as receitas e as despesas. A finalidade da norma é a promoção
da transparência fiscal, por intermédio da identificação dos incentivos fiscais vigentes e a
mensuração dos impactos financeiro-orçamentários das desonerações legais.
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Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF AULA 6 – ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
Segundo Correia Neto (2016), “[a] elaboração de demonstrativo é obrigatória, mas seu
conteúdo tem função eminentemente informativa. Não produz rigorosamente qualquer efeito
vinculante em relação aos seus destinatários, apenas instrui”.
Sobre essa temática, vale conferir a ementa do AI-AgR 142.348, Rel. Min. Celso de
Mello, Primeira Turma, j. 2.8.1994, DJ 24.3.1995, nos seguintes termos:
A concessão desse benefício isencional traduz ato discricionário que, fundado em juízo de
conveniência e oportunidade do Poder Público, destina-se, a partir de critérios racionais, lógicos e impessoais
estabelecidos de modo legítimo em norma legal, a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados
pela nota da extrafiscalidade. - A exigência constitucional de lei formal para a veiculação de isenções em
matéria tributária atua como insuperável obstáculo a postulação da parte recorrente, eis que a extensão dos
benefícios isencionais, por via jurisdicional, encontra limitação absoluta no dogma da separação de poderes.
Os magistrados e Tribunais - que não dispõem de função legislativa - não podem conceder, ainda que sob
fundamento de isonomia, o benefício da exclusão do crédito tributário em favor daqueles a quem o legislador,
com apoio em critérios impessoais, racionais e objetivos, não quis contemplar com a vantagem da isenção.
Entendimento diverso, que reconhecesse aos magistrados essa anômala função jurídica, equivaleria, em
última análise, a converter o Poder Judiciário em inadmissível legislador positivo, condição institucional esta
que lhe recusou a própria Lei Fundamental do Estado.
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Outro tema interessante diz respeito à interpretação do art. 61, §1º, II, “b”, da Constituição
da República, haja vista que muito se debateu sobre a reserva de iniciativa legal para dispor sobre
incentivos fiscais. Trata-se de tema cotidiano nos governos em que o Executivo busca centralizar
todas as fontes e demandas de recursos públicos, ao passo que o Legislativo tenta influir na
elaboração e execução orçamentária, muitas vezes aprovando renúncias fiscais para setores
econômicos politicamente sensíveis.
A propósito, o Pleno do STF, em diversas ADIs, afirmou que parlamentar possui iniciativa
para temas de direito tributário, o que inclui a concessão de benefício fiscal, uma vez que somente
a disposição sobre leis orçamentárias é privativa do Chefe do Poder Executivo. Na ADI-MC 724, Rel.
Min. Celso de Mello, j. 7.5.1992, DJ 27.4.2001, assentou-se, na ementa do aresto, que “[o] ato de
legislar sobre direito tributário, ainda que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal, não
se equipara, especialmente para os fins de instauração do respectivo processo legislativo, ao ato
de legislar sobre o orçamento do Estado”.
Com base nessas compreensões, o STF reafirmou sua jurisprudência no Tema 682 da
repercussão geral, cujo paradigma é o ARE-RG 743.480, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, j.
10.10.2013, DJe 20.11.2013, no qual fixou a seguinte tese de julgamento: “Inexiste, na Constituição
Federal de 1988, reserva de iniciativa para leis de natureza tributária, inclusive para as que
concedam renúncia fiscal”.
O caso mais notável consiste no Tema 322 da sistemática da repercussão geral, com
julgamento já iniciado e interrompido por pedido de vista, cujo caso líder é o RE 592.891, Rel.
Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, j. 21.10.2010, DJe 25.11.2010, em que se discute o creditamento
de IPI na entrada de insumos provenientes da Zona Franca de Manaus. No particular, resta saber
se os incentivos regionais excepcionam o regime da não cumulatividade, permitindo o crédito,
mesmo quando o encargo tributário não tenha sido suportado na entrada, isto é, uma ficção legal
decorrente da ordem constitucional.
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Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF AULA 6 – ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
Falando a respeito desse assunto, sabemos que há 5 temas de repercussão geral sobre
o direito de creditamento de IPI, principalmente quanto à imprescindibilidade da existência de
lei, tendo em conta argumentação segundo a qual os princípios da não cumulatividade e da
seletividade bastariam, por si sós, para exonerar o contribuinte do pagamento de tributo federal.
Nesse ponto, prevaleceu a exigência de lei para a concessão de benefícios fiscais, pois,
no RE 562.980, Rel. Min. Ricardo Lewandowski e com acórdão redigido pelo Ministro Marco
Aurélio, j. 6.5.2009, DJe 4.9.2009, veiculador do Tema 49, a corrente majoritária da Suprema Corte
compreendeu que:
[o] direito do contribuinte de utilizar-se de crédito relativo a valores pagos a título de Imposto
sobre Produtos Industrializados – IPI, oriundo da aquisição de matéria-prima a ser empregada
em produto final beneficiado pela isenção ou tributado à alíquota zero, somente surgiu com
a Lei nº. 9.779/1999, não se mostrando possível a aplicação retroativa da norma.
Acerca do alcance do princípio da não cumulatividade, o STF entendeu que, nos casos
de isenção parcial de ICMS, há a exigência de legislação estadual isentiva, quando se busca a
manutenção integral dos créditos do ICMS pago na operação antecedente em hipótese de
redução parcial da base de cálculo na operação subsequente. Versa-se sobre o Tema 299 da
sistemática da repercussão geral, cujo paradigma é o RE 635.688, Rel. Min. Gilmar Mendes, j.
16.10.2014, DJe 13.2.2015. Assim, foi aprovada tese de julgamento no sentido de que “[a] redução
da base de cálculo de ICMS equivale à isenção parcial, o que acarreta a anulação proporcional de
crédito relativo às operações anteriores, salvo disposição em lei estadual em sentido contrário”.
O STF interpretou, ainda, o sentido do art. 36 do ADCT, este preconizador da extinção dos
fundos existentes à data da promulgação da Constituição, ressalvados os casos de isenção fiscal
que integrassem o patrimônio privado ou de interesse da defesa nacional, desde que fossem
ratificados pelo Congresso Nacional no prazo de dois anos, bem como do art. 41 das disposições
transitórias do texto constitucional, que, por sua vez, dispõe que os Poderes Executivos dos entes
federativos reavaliariam todos os incentivos fiscais de natureza setorial no mesmo prazo, isto é, até
outubro de 1990. Nesse ponto, no RE 280.294, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 14.5.2002, DJ 21.6.2002,
a Segunda Turma bem colocou que essa determinação abarcava também as isenções fiscais, por
serem do gênero incentivo fiscal.
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Regido pelos §1º e §2º do último preceito normativo, muito se discutiu no Tribunal a
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respeito do termo final de vigência do crédito-prêmio do IPI, instituído pelo Decreto-Lei 491/1969,
de natureza setorial. Havia dúvidas se o crédito-prêmio teria sido, de fato, extinto, quando e por
qual instrumento, notadamente a norma constitucional em outubro de 1990 ou a legislação
infraconstitucional em 1983. O Tema 63 da repercussão geral, cujo paradigma é o RE 561.485, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, j. 13.8.2009, DJe 26.2.2010, serviu para pacificar essas controvérsias,
explicitando que “[c]omo o crédito-prêmio de IPI não foi confirmado por lei superveniente no
prazo de dois anos, após a publicação da Constituição Federal de 1988, segundo dispõe o §1° do
art. 41 do ADCT, deixou ele de existir.”
Cito, a título exemplificativo, a ADI 2.376, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, DJe
1º.7.2011, em que se declarou inconstitucional decreto fluminense, sob fundamento de que
“[c]onflita com o disposto nos artigos 150, §6º, e 155, §2º, inciso XII, alínea ‘g’, da Constituição
Federal decreto concessivo de isenção, sem que precedido do consenso das unidades da
Federação”.
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Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF AULA 6 – ISENÇÕES FISCAIS NA CONSTITUIÇÃO E NO STF
Sa
Vo cê bi Acerca dessa conhecida sessão plenária do STF, confira matéria veiculada
a?
no “Notícias STF”.
Ocorre que não existe guerra fiscal somente no tocante aos tributos estaduais. Em
relação ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), instituído e arrecadado pelos
Municípios e pelo Distrito Federal, também se observa há tempos competição predatória entre os
entes federativos.
Por isso mesmo, o Poder Constituinte instituiu reserva de lei complementar em matéria
tributária dos temas em relação à forma e às condições como isenções, incentivos e benefícios
fiscais são concedidos e revogados, consoante o positivado no art. 156, §3º, III, da Constituição da
República.
Visto esse panorama, no âmbito da ADPF 190, Rel. Min. Edson Fachin, Tribunal Pleno,
j. 29.9.2016, DJe 27.4.2017, fixou-se como tese de julgamento a assertiva segundo a qual “é
incompatível com o texto constitucional medida fiscal que resulte indiretamente na redução
da alíquota mínima estabelecida pelo art. 88 do ADCT, a partir da redução da carga tributária
incidente sobre a prestação de serviço na territorialidade do ente tributante”. Após esse julgamento,
colocou-se na Lei 8.429/1992 novo tipo de improbidade administrativa, consistente em ação ou
omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário em contrariedade a
esse dispositivo constitucional e ao art. 8º-A da Lei Complementar 116/2003.
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O Supremo Tribunal Federal decidiu que esses repasses são de natureza obrigatória.
Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF
Sendo assim, embora seja reconhecido que há efetivo prejuízo financeiro aos municípios
na hipótese de renúncia fiscal a imposto de titularidade da União cujo produto da arrecadação
é compartilhado, não há normas constitucionais que restrinjam o conceito de competência
tributária, o que não é possível de ser feito por interpretação jurisdicional.
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Por essa mesma razão, o Tribunal Pleno julgou constitucional a Lei Geral da Copa do
Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF
Mundo FIFA 2014, que, por não se tratar de Estado soberano ou organização internacional, mas
sim de organização não governamental sem finalidade lucrativa e com presença e atuação global,
não faz jus à imunidade de jurisdição tributária. Assim, foi necessário que a legislação previsse
isenção fiscal às custas judiciais de eventuais processos, mesmo em Tribunal de Justiça estadual.
Na ADI 4.976, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 7.5.2014, DJe 30.10.2014, assentou-se que:
[é] constitucional a isenção fiscal relativa a pagamento de custas judiciais, concedida por
Estado soberano que, mediante política pública formulada pelo respectivo governo, buscou
garantir a realização, em seu território, de eventos da maior expressão.
[o] Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a lista de serviços anexa à Lei
Complementar 56/87 é taxativa, consolidando sua jurisprudência no sentido de excluir da
tributação do ISS determinados serviços praticados por instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central, não se tratando, no caso, de isenção heterônoma do tributo municipal.
Conclusões
Encerramos mais uma aula e, com isso, chegamos ao final do nosso curso sobre as
imunidades e as isenções tributárias, com enfoque na jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal!
O tema das isenções tributárias inserido no campo das renúncias fiscais é vasto e mereceria
um curso exclusivo. Contudo, sintetizamos os assuntos mais corriqueiros na jurisprudência do
STF para informar e facilitar o labor dos que trabalham com o tema. Priorizamos, portanto, a
dimensão constitucional do instituto, como é próprio da competência da Suprema Corte e sua
vocação para resolução de controvérsias interpretativas sobre a Constituição da República.
Até a próxima!
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Referências bibliográficas
Imunidades e Isenções Tributárias na Constituição e no STF
BORGES, Jorge Souto Maior. Teoria geral da isenção tributária. 3 ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
CORREIA NETO, Celso de Barros. O avesso do tributo. 2 ed. São Paulo: Almedina, 2016.
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