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Definição
• Infecção purulenta aguda da aracnóide, pia-máter e
líquido cefalorraquidiano, se estendendo em direção ao
espaço subaracnóideo do cérebro e medula espinhal.
• Associada à reação inflamatória no SNC, resultando
em:
- Diminuição do nível de consciência;
- Crises convulsivas;
- Aumento da pressão intracraniana (PIC);
- Acidente vascular encefalico (AVE).
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Epidemiologia • Apesar da variedade de agentes, os
quadros clínicos são semelhantes.
• RN até 3 meses → S. agalactiae,
• É a forma mais comum de infecção Listeria monocytogenes e bactérias Gram-
supurativa do SNC; negativas entéricas.
• Microrganismos causadores mais - Aquisição pode ocorrer no momento
frequentes: do parto devido à colonização da
- Streptooccus pneumoniae → 50% mucosa vaginal.
- Neisseria meningitidis → 25%
- Estreptococos do grupo B • 3 meses aos 18 anos → Neisseria
(agalactie)→ 15% meningitidis (meningococo),
- Listeria monocytogenes → 10%. Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
e Haemophilus influenza tipo b (Hib).
• H. influenzae → afeta principalmente
crianças; • 18 aos 50 anos → pneumococo,
• S. pneumoniae → afeta adultos, meningococo, e Hib (na ordem).
especialmente após os 50 anos e com
condições de comorbidade. • > 50 anos → pneumococo, Listeria e
bacilos Gram-negativos entéricos (na
• Fatores predisponentes → ordem).
- Otite média aguda (com ou sem
mastoidite); Streptococcus pneumoniae
- Pneumonia (15% dos pacientes com
meningite pneumocócica);
- Sinusite pneumocócica;
Mais suscetíveis
• Brasil →
- Incidência: 1,4 caso/100 mil
habitantes/ano
- Letalidade: 22%
• Causa mais comum de meningite em
• Período de incubação →2-10 dias (em adultos com menos de 20 anos;
média 3-4). - Responsável por quase 50% dos
casos notificados por ano.
Etiologia
• Casos clínicos de maior gravidade.
• Etiologia depende da idade, estado imune
e epidemiologia. - Deixando mais sequelas.
- Letalidade → 15 a 30%.
Bacilos gram-negativos
entéricos
Streptococcus agalactie
• Raramente deixa sequelas após a
cura.
• Letalidade → 5-15% • Antes descrito como predominantes em
RNs;
• Atualmente existem evidências de
• Incidência diminuiu com a vacinação → de
infecção em pacientes > 50 anos,
11-18 anos;
principalmente com doença adjacente.
- Entretanto, a vacina não possui o
sorogrupo B → responsável por
33% dos casos de doença Listeria monocytogenes
meningocócica.
‣ Polissacarídeo B → fracamente
imunogênico, não pode induzir
resposta protetora com produção
de anticorpos. Imunidade deve ser
desenvolvida naturalmente.
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- Imunocomprometidos de todas as Fisiopatologia
idades.
• Causa tuberculose;
• Meningite pode surgir como uma
complicação da tuberculose primária →
costuma ocorrer 6 meses após a primo-
infecção.
• Não é transmissível ;
• Caso não tratada, possui evolução da
doença em 3 estágios (diferentes dos • Na corrente sanguínea, devido à presença
outros quadros de meningite bacteriana): da cápsula polissacarídica, evitam:
1. Estágio I: dura 1-2 semanas; - Fagocitose por neutrófilos;
- Sintomas inespecíficos → febre, - Atividade bactericida por partículas
mialgia, sonolência, irritabilidade, do complemento.
cefaleia, anorexia, vômitos, etc.
• A partir do sangue, atingem o plexo
2. Estágio II: coróide intraventricular → infectando
- Surgimento de evidências de dano células endoteliais do plexo e atingindo o
cerebral → paresias, plegias, líquido cerebroespinhal.
estrabismo, ptose palpebral,
irritação meníngea, etc. • O líquido cerebroespinhal (LCS)
naturalmente possui poucos leucócitos,
3. Estágio III: proteínas do complemento e
imunoglobulinas → baixa resposta
- Déficit neuronal focal, rigidez de
imune → facilidade de multiplicação
nuca, rebaixamento do nível de
bacteriana.
consciência.
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- A escassez de proteínas do • Com as proteínas plasmáticas, o
complemento e Igs impede exsudato inflamatório é intensificado.
opsonização das bactérias pelos • Esse exsudato subaracnóideo obstrui o
neutrófilos. fluxo de LCR através do sistema
- Além disso, por ser líquido, o LCS ventricular.
não proporciona um meio favorável - Diminuindo a capacidade reabsorvia
à fagocitose. das granulações aracnóides dos
seios durais, ocasionando:
‣ Hidrocefalia obstrutiva e
Indução da resposta inflamatória comunicante;
‣ Edema intersticial (2)
• Lise das bactérias → liberação de concomitante.
componentes da parede celular →
resposta inflamatória + formação de • Além disso, pode provocar o
exsudato purulento no espaço estreitamento de grandes artérias na
subaracnóideo. base do encéfalo devido à extensão do
- Lipopolissacarídeo (LPS) → gram- exsudato.
negativas;
- Ácido teicoico e peptidoglicanos → • Desgranulação de neutrófilos → liberação
Gram-positivas. de metabólitos tóxicos → contribui para
o edema citotóxico (3) → lesão e morte
• Componentes liberados → indução da celular.
produção de citocinas pela micróglia, - Esse edema é ocasionado pela
astrócitos, monócitos, células endoteliais isquemia do SNC.
e leucócitos.
- IL-1beta; • A infiltração de células na parede arterial
- TNF-alfa. é acompanhada de espessamento da
camada íntima (vasculite).
• Essas citocinas estimulam outras células - Pode favorecer a disseminação do
imunes a produzir uma variedade de processo infeccioso para o encéfalo
citocinas pró-inflamatórias. → aparecimento de abscessos
cerebrais.
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Manifestações clínicas
• Sinal de Kernig: com o paciente em
decúbito dorsal.
• Pode se apresentar como: - (1 Tenta-se elevar o tronco,
- Doença aguda fulminante que evolui fletindo-o sobre a bacia.
rapidamente em algumas horas; ‣ Ocorre flexão da perna sobre a
- Doença subaguda que piora de coxa, e a coxa sobre a bacia.
forma progressiva ao longo de - (2) Flete-se a coxa sobre o quadril,
vários dias. e o joelho sobre a coxa.
‣ Quando o examinador tenta
• TRÍADE CLÁSSICA (pode não estar estender a perna, o paciente refere
presente): dor.
- Febre;
- Cefaleia;
- Rigidez de nuca.
• Apresentação clássica:
1. Síndrome toxêmica;
2. Síndrome de irritação meníngea;
- Pode estar ausente em até 50 % dos
casos, principalmente em crianças
pequenas e lactentes.
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- Sinal positivo → paciente refere • Convulsões e confusão;
sensação de choque elétrico na • Aspecto toxêmico;
região lombar. • Alteração da consciência;
• Bradicardia;
• Crianças até 9 meses → podem não • Hipertensão (indicando aumento da
apresentar os sinais clássicos de irritação pressão intracraniana);
meningea.
• Poucos pacientes apresentam sinal de
Kernig ou Brudzinski.
SÍNDROME DA HIPERTENSÃO
CRANIANA
Streptococcus pneumoniae
Meningite pneumocócica
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• Ventilação mecânica → presença de coma
ou arritmias respiratórias.
Evolução e controle
Profilaxia
Fontes:
1.Harrison - Medicina Interna;
2.Goldman-Cecil - Medicina;
4.SanarFlix - Meningite
Bacteriana.