Você está na página 1de 95

Seja bem Vindo!

Curso
Controle de Infecções em
Serviços de Saúde

Carga horária: 55hs

www.certificadocursosonline.com
Conteúdo Programático:

A infecção relacionada à assistência à saúde

Principais infecções relacionadas à assistência à saúde

Vigilância Epidemiológica

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

Os serviços de saúde

Segurança dos profissionais de saúde

Imunização dos profissionais de saúde

Os resíduos dos estabelecimentos de saúde

A história e as leis que regem o controle de infecção

Prevenindo infecções

Cuidados com os instrumentos

A limpeza do ambiente

Medidas preventivas de infecção relacionada à assistência à saúde

Precauções para os profissionais de saúde

Higienização das mãos

Bibliografia

www.certificadocursosonline.com
A Infecção relacionada à Assistência à Saúde

Infecções são doenças causadas por micro-organismos que


entram no corpo do ser humano, ou outro animal, causando sérias
consequências. Os seres vivos que têm seu corpo invadido por
esses micro-organismos nocivos são chamados de hospedeiros.

Este micro-organismos podem ser representados por fungos,


bactérias, vírus ou mesmo vermes e eles necessitam de outro seres
vivos para sobreviver, por isso são chamados de parasitas.

Quando os micro-organismos já estão no interior do


corpo do hospedeiro, eles se reproduzem e alcançam outros
órgãos, ou mesmo o corpo todo quando entram na corrente
sanguínea.

Sempre que um parasita invade o corpo de outro ser vivo, ele


vai causar uma doença. Se o hospedeiro vier a falecer, os parasitas
morrem com ele, a não ser que tenham conseguido deixar
descendentes em outros locais.

A Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, IrAS, é uma


infecção que vai ocorrer no período de internação do paciente. Em
alguns textos será encontrado o termo Infecção Hospitalar, IH,
entretanto, trata-se do mesmo assunto.

Atualmente, busca-se a substituição do termo Infecção


Hospitalar por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde pelo
fato de esse último ser mais abrangente , incluindo também as
infecções adquiridas em ambulatórios, durante cuidados feitos
em casa e as que acometem os próprios profissionais da saúde.

Antes de ingressar no estabelecimento de saúde, o


paciente não apresentava quatro infeccioso e, por conta de
algumas condutas profissionais ou outros fatores, adquiriu a
infecção no estabelecimento.

www.certificadocursosonline.com
Um estabelecimento de saúde, de acordo com o Portal Geo, é
o “estabelecimento que presta serviços de saúde com um mínimo
de técnica apropriada, segundo critérios estabelecidos pelo
Ministério da Saúde, para o atendimento rotineiro à população,
como posto de saúde, centro de saúde, clínica ou posto de
assistência médica, unidade mista, hospital (inclusive de
corporações militares), unidade de complementação diagnóstica e
terapêutica, clínica radiológica, clínica de reabilitação, ambulatório
de sindicato e clínica odontológica”.

Nos estabelecimentos de saúde existem três áreas


classificadas de acordo com o risco de infecção. São elas:

- Áreas críticas: são as que oferecem maior risco de infecção


por conta do estado mais crítico dos pacientes ou por conta dos
procedimentos invasivos lá realizados.

Exemplos de áreas críticas: área de isolamento de pacientes,


salas de cirurgia, salas de parto, unidade de quimioterapia, Centro
de Tratamento de Queimados (CTQ), laboratório, área do
atendimento emergencial, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), etc.

- Áreas semicríticas: são as áreas em que há pacientes


internados ou aguardando atendimento, mas que não estejam
em situação de contaminação. Aqui o risco de infecção é menor do
que nas áreas críticas.

Exemplos de áreas semicríticas: enfermaria, ambulatório,


consultórios médicos, etc.

- Áreas não-críticas: são as áreas em que os pacientes não


têm acesso. Nesse caso, o risco de contaminação é quase zero, o
que pode causar uma infecção nessas áreas é a falta de higiene
adequada.

Exemplos de áreas não críticas: áreas


administrativas, salas de reunião, auditório, banheiro/vestiário dos
funcionários, etc.

www.certificadocursosonline.com
As IrAS são diagnosticadas depois de transcorridas 72
horas da internação ou mesmo depois da alta hospitalar, quando o
paciente já está em casa, mas nesse caso, a infecção deve ter
relação com algum procedimento realizado no estabelecimento de
saúde.

Se a infecção ocorrer antes do período de 72 horas, só


será considerada hospitalar se tiver relação com algum
procedimento diagnóstico e/ou terapêutico, realizados durante este
período de internação.

O paciente que adquirir uma infecção em um estabelecimento


de saúde pode permanecer mais tempo internado, o que torna a
internação mais custosa e arriscada. As infecções também podem
ser muito severas levando o paciente a óbito.

Elas são responsáveis por muitas mortes de pacientes


internados ou por deixar algumas sequelas, caso o paciente
sobreviva. Entretanto, a medicina tem evoluído muito, salvando
muitas vidas.

A transmissão das infecções nos estabelecimentos de saúde


pode acontecer por várias razões. O estado do paciente também
influencia muito na evolução da infecção, ou seja, se ele estiver
com o sistema imunológico debilitado, certamente sofrerá com a
infecção.

Outros fatores que aumentam o risco de contrair infecção são:

- o histórico médico do paciente, ou seja, que tratamentos já


fez e que medicamentos já fez uso;

- agressões tóxicas, ou seja, se o paciente usa álcool, drogas,


ou se usou algum medicamento ou contraiu doença que causou
algum dano;

- o tempo de internação do paciente;

- os hábitos de higiene dos profissionais de saúde, e outros.

www.certificadocursosonline.com
Os micro-organismos que causam infecções podem estar
presentes nas mãos das pessoas, na água ou alimentos
contaminados, no ar, na poeira, na saliva e em outros locais.

De acordo com o portal do Hospital Albert Einstein, os riscos


de se contrair uma infecção podem ter relação com:

- Os cuidados prestados: quando os micro-organismos


estão presentes nas mãos dos profissionais de saúde que não
fizeram a devida higienização, no ambiente e até mesmo no
organismo do paciente.

Nesses casos, os procedimentos invasivos, que são aqueles


em que é necessário perfurar a pele ou fazer uma abertura, são a
porta de entrada para os micro-organismos.

Se o ambiente, as mãos do profissional, ou os instrumentos


cirúrgicos não estiverem desinfetados e esterilizados há um grande
risco de contaminação, já que é pela abertura na pele que os micro-
organsmos invadem o cporpo do hospedeiro.

A prevenção de algumas dessas infecções, especialmente as


que ocorrem após cirurgias, podem ser prevenidas com o uso de
antibióticos receitados unicamente por profissionais habilitados.

- A organização : diz respeito a fatores como a quantidade de


pessoas em um mesmo quarto de hospital, a proximidade entre
elas, a situação dos sanitários, se há formas de lavar as mãos
e secar com produtos descartáveis, quantas enfermeiras atendem
deteminados numeros de pessoas entre outros.

Aqui pode haver a transmissão de doenças de paciente para


paciente diretamente ou por meio de sanitários, produtos de
higiene não descartáveis, e até mesmo os médicos e
enfermeiros podem ser os intermediários da transmissão de
doenças infecciosas.

- A situação do paciente: a infecção pode ser mais prejudicial às


pessoas, que possuem graves doenças ou que estão com a
imunidade mais baixa.

www.certificadocursosonline.com
Há os pacientes que têm seu corpo invadido pelos micro-
organismos da infecção, mas que não terão sintomas tão fortes
quanto os pacientes mais debilitados.

Os que estão mais suscetíveis a adquirir essas infecções são


as pessoas com câncer, os recém-nascidos, os idosos, portadores
de diabetes, e transplantados, pois possuem um sistema
imunológico mais fraco.

A realidade é que qualquer pessoa que se interna para


algum procedimento médico tem chances de contrair uma infecção.
Para aquelas que vão realizar uma cirurgia, as chances são
maiores.

Os locais que possuem mais focos infecciosos são as


Unidades de Terapia Intensiva, UTI, aonde ficam as pessoas com
casos mais graves, e os Centros Cirúrgicos, pois lá são realizados
procedimentos invasivos e usados instrumentos cortantes.

Precursores do Controle de Infecções

Atualmente, nos hospitais e outros estabelecimentos de saúde


são tomadas algumas medidas de higiene como prevenção de
doenças e mortes.

Entretanto, nem sempre foi assim. Não se tinha consciência


de que algumas pequenas atitudes poderiam salvar vidas.

Por isso, quando o assunto é infecção relacionada à


assistência à saúde, alguns nomes devem ser considerados.

Ignaz Philipp Semmelweis

Médico obstetra, nascido na Hungria em 1 de julho de 1818 e


falecido em 13 de agosto de 1865. Ele foi o responsável por salvar
muitas mães e filhos depois do parto.

www.certificadocursosonline.com
Semmelweis observou que o número de mortes de mulheres
e bebês logo após o parto era consideravelmente alto na clínica em
que atuava. Mesmo os partos realizados por parteiras não
tinham uma taxa de mortalidade tão elevada, entretanto, a causa
dos óbitos ainda era desconhecida.

Acreditava-se que o que acometia as mulheres e os bebês era


uma febre que acontece por conta do parto, chamada febre
puerperal. Por um longo tempo, o médico e toda a equipe do
hospital acreditou ser essa a causa.

Quando as mulheres estavam prestes a falecer um padre


era chamado para aplicar a extrema unção. Ao final da
bênção, os padres tocavam um sino. Semmelweis pediu aos
padres que não fizessem mais isso, pois os sinos deixavam as
outras mulheres com medo, o que, supostamente, poderia
agravar a febre puerperal, mas nada mudou.

A equipe do hospital chegou até mesmo a acreditar que as


mortes eram causadas por estudantes de medicina, especialmente
os estrangeiros, que causavam uma lesão na vagina das mulheres
na hora dos exames.

www.certificadocursosonline.com
Foi proibido aos estudantes o acesso ao hospital e foram
contratados apenas os húngaros. Inicialmente, o número de mortes
diminuiu, mas depois voltou a subir.

O obstetra realizou diversos estudos, montou tabelas,


observou trabalhos, mas não chegava a nenhuma conclusão.
Cansado, tirou férias fora de seu país, e quando retornou, um
colega havia falecido depois de um estudante tê-lo ferido
acidentalmente com um bisturi.

Na autópsia do colega, Semmelweis constatou que as lesões


eram idênticas às das mulheres e bebês mortos após o parto.
Concluiu, então, que se o bisturi estava contaminado, as mãos dos
médicos e estudantes também estariam.

O médico fixou um cartaz na porta da maternidade com a


seguinte ordem:

“A partir de hoje, 15 de maio de 1847, todo estudante ou


médico, é obrigado, antes de entrar nas salas da clínica obstétrica,
a lavar as mãos, com uma solução de ácido clórico, na bacia
colocada na entrada. Esta disposição vigorará para todos, sem
exceção”.

Depois dessa medida, a taxa de mortes entre mães e bebês,


que era de 18,27%, reduziu para 3,04% em um prazo de dois
meses.

www.certificadocursosonline.com
Na ilustração, Semmelweis depois da prática de lavar as
mãos antes de realizar os partos.

Florence Nightingale

Enfermeira, nascida em Florença em 12 de maio de 1820 e


falecida em 13 de agosto de 1910. Conhecida como a “dama da
lâmpada”, ficou famosa por cuidar de feridos da Guerra da Crimeia
(1854-1856).

Florece Nightingale recusou à vida típica de mulheres que se


casam e têm filhos para se dedicar à enfermagem e a ajuda ao
próximo.

Sempre lutava por melhoria no tratamento de saúde de


pessoas pobres, fazendo parte do Comitê de Lei para os Pobres.
Mas foi por exigir melhores condições de higiene aos soldados da
Guerra da Crimeia que Florence ficou mais conhecida.

Durante a guerra, a enfermeira viu que as condições de


higiene do hospital para os feridos eram muito precárias, o que fazia
com que o número de infecções crescesse levando muitos soldados
à óbito.

www.certificadocursosonline.com
Ela organizou toda a infra-estrutura do hospital e treinou a
equipe de enfermeiras, fazendo com que a taxa de morte dos
feridos caísse de 42,7% para 2,2%.

William Stewart Halsted

Cirurgião norte-americano, nascido no ano de 1852 e falecido


em 1922. Ele foi considerado o médico pioneiro na área cirúrgica
nos Estados Unidos.

Halsted foi responsável por diversas descobertas e


avanços na tecnologia voltada à medicina. Dentre elas, podemos
elencar a mastectomia radical que é a retirada do seio no
tratamento de câncer de mama e a introdução dos gráficos que
apontam os sinais vitais do paciente.

Outra conquista importante do médico foi a utilização de


cocaína como anestésico, mas acabou ficando dependente dessa
substância e da morfina. Recuperou-se do vício depois de um
tratamento.

Para a área do controle de infecções, Halsted introduziu o uso


de luvas no momento da cirurgia. Isso ocorreu em 1889 e, desde
então, as luvas têm sido usadas em praticamente todos os
procedimentos de saúde.

www.certificadocursosonline.com
Louis Pasteur

Cientista francês nascido em 27 de dezembro de 1822, em


Dôle. e falecido em 28 de setembro de 1895. Pasteur foi um grande
estudioso dos processos biológicos dos micro-organismos.

Dentre os diversos trabalhos e estudos de Pasteur, o que


mais teve contribuição para a área do controle de infecções em
serviços de saúde foi certamente o que trata da fermentação e dos
micro-organismos.

O cientista observou que, durante o processo de fermentação,


alguns micro-organismos modificavam a matéria inicial e criavam
outra, assim como ocorre na fabricação do vinagre, um vinho que
sofreu fermentação. Esse passo foi bastante relevante para
entender como algumas infecções ocorriam.

O resultado de alguns estudos levou Pasteur a descobrir a


causa de doenças contagiosas como a “doença do bicho-da-seda”,
em que o inseto transmitia uma doença chamada pebrina, a
origem dos furúnculos, das infecções no parto transmitidas pela
bactéria estreptococo, entre outras.

www.certificadocursosonline.com
Pasteur também desenvolveu vacinas contra doenças
contagiosas, como a vacina contra a “cólera das galinhas” e a
vacina contra a raiva.

Joseph Lister

Médico cirurgião britânico nascido em 5 de abril de 1827 e


falecido em 10 de fevereiro de 1912. Suas pesquisas
descobriram uma poderosa substância antisséptica.

Lister era cirurgião da Enfermaria Real Inglesa e


observou que ocorriam muitas mortes por infecção, especialmente
em pacientes amputados

Havia, na época, uma teoria que afirmava que os micro-


organismos que causavam infecções nasciam sozinhos, mas Lister
acreditava que esses micro-organismos vinham de fora do corpo da
pessoa, e confirmou suas suspeitas nos estudos de Luis Pasteur.

O cirurgião, acreditando que os micro-organismos


causadores de infecção pudessem estar no ar, desenvolveu um
método de desinfetar o ambiente onde ocorreriam as cirurgias.

Improvisou, com um spray de perfume, um vaporizador


de ácido carbólico, o fenol, e aplicou na mesa de cirurgia antes de
operar um garoto. Durante a cirurgia o fenol também foi pulverizado.

www.certificadocursosonline.com
A experiência, que ocorreu em 12 de agosto de 1865, foi
muito bem sucedida e o método de pulverização foi aperfeiçoado.
Lister deu origem à chamada medicina antisséptica.

O termo antisséptico diz respeito às substâncias capazes de


inibir a ação de micro-organismos que causam infecções.

Principais infecções relacionadas à assistência à saúde

Existem inúmeras infecções que podem ser adquiridas devido


a uma internação ou a um procedimento feito em estabelecimento
de saúde. Serão citadas as principais infecções de acordo com
os critérios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a
ANVISA.

Infecção do Trato Urinário

A infecção do trato urinário (ITU) representa um grande


número das IrAS, pois entre 35% e 45% do total de infecções
ocorrem no sistema urinário. Um paciente internado que adquiriu
uma ITU tem sua internação prolongada por mais ou menos dois
dias.

O sistema urinário, também chamado de aparelho


urinário, é o sistema do corpo que produz, armazena e elimina a
urina. Ele é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma
uretra.

www.certificadocursosonline.com
A ITU tem grande ligação com o uso do cateter vesical, ou
sonda, como também é conhecida. Esses cateteres são
colocados pela uretra, diretamente na bexiga ou no ureter e são
utilizados nos casos em que a urina não sai, ou não deva sair, pelas
vias normais.

Uma das extremidades do cateter fica na bexiga ou no


ureter, enquanto que na outra extremidade fica uma bolsa coletora,
onde a urina fica armazenada até ser desprezada.

Embora o cateter seja um sistema de drenagem fechado, ou


seja, em que não há abertura para a entrada de ar ou outra
substância, e por mais

que tenha sido colocado de forma correta, há chances de


ocorrer uma infecção.

De todas as ITUs adquiridas nos hospitais, 80% são devido ao


uso do cateter; o restante é adquirido por outras formas. Metade
dos pacientes que usam cateter urinário têm grandes chances de
adquirir a infecção depois de 10 a 14 dias com o aparelho.

A contração da infecção tem relação com o tempo de


permanência do cateter no sistema urinário, ou seja, quanto mais
tempo com o cateter, maiores serão os riscos de contrair infecção.

De acordo com informações da ANVISA, entre os pacientes


que usam o cateter sem estar com infecção, de 10% a 20% terão
ITU depois do procedimento.

Cada dia a mais com o cateter, o risco de infecção aumenta.


Um dia já traz um risco de 3% a 10%. No 15º dia, a pessoa tem
50% de chances de estar com infecção. Se o paciente usar o
cateter por 30 dias, as chances de adquirir uma infecção sobem
para 100%.

A bolsa coletora do cateter vesical não deixa com que a urina


se esvazie totalmente, um agravante para adquirir infecção. Os
micro- organismos que causam ITU provêm da contaminação da
flora microbiana do ânus e de mãos contaminadas dos
profissionais.

www.certificadocursosonline.com
Muitos dos micro-organismos que atingem o trato urinário vêm
do trato intestinal. Eles alcançam o aparelho urinário migrando pelo
interior do cateter vesical ou pelo canal da uretra.

Há fatores agravantes para adquirir a infecção do trato


urinário como idade avançada, gravidez e parto, sobra de urina na
bexiga, uso frequente de medicamentos para tratar infecções,
diabetes, entre outros.

As mulheres têm maiores chances de contrair uma ITU, pois,


além de sua uretra ser mais curta que a uretra masculina (a
primeira tem cerca de 5cm, enquanto a segunda alcança 20cm), ela
fica mais próxima do ânus e há uma flora microbiana maior, ou seja,
as bactérias que existem em nosso organismo.

Como já dissemos, quando a bexiga não é totalmente


esvaziada, há grande risco de contrair ITU. Os fatores que levam a
um não esvaziamento total da bexiga podem ser má formação
congênita, ou seja, que ocorre no nascimento, ou antes dele; uretra
estreita; cálculos na bexiga; cistocele, que é a chamada “bexiga
caída”, entre outros.

A ITU pode ser no trato urinário inferior que corresponde à


bexiga e à uretra, ou no trato urinário superior que atinge o ureter e
os rins.

Quando a infecção é no trato urinário inferior, a pessoa pode


ter sintomas ou não. Se há sintomas eles podem ser:

- urina escurecida e até mesmo com sangue (geralmente a


urina, nesses casos, pode ter um odor mais forte e diferente do
normal);

- dor ou ardência ao urinar;

- dor na região da bexiga, ou até mesmo nas costas;

- sensação constante de necessidade de urinar.

A pessoa acometida de infecção no trato urinário inferior pode


ou não ter febre, mas se tiver, a febre costuma ser baixa.

www.certificadocursosonline.com
Se a infecção alcançar o trato urinário superior, os sintomas
são mais fortes. São eles:

- febre alta, superior a 38 ºC;

- dor na região da cintura, no abdômen e nas costas;

- mal estar com náuseas e cansaço anormal;

- calafrios, tremores ou suor intenso, especialmente durante o


sono;

- confusão mental.

Os idosos, por já apresentarem alguns desses sintomas sem


qualquer relação com a ITU, têm um diagnóstico mais difícil, sendo
que, algumas vezes, o único sintoma é a confusão mental.

Infecção do Sitio Cirúrgico

As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são aquelas adquiridas


por conta de uma cirurgia. Elas representam de 14% a 16% das
infecções hospitalares. Quando adquirida uma ISC, o tempo de
internação do paciente pode ser prolongado em média oito dias.

Quando não há a colocação de prótese, as ISC são


diagnosticadas, no máximo, 30 dias após a cirurgia. Se o paciente
tiver colocado prótese, a infecção só será considerada hospitalar se
ocorrer em até um ano depois do procedimento.

Dependendo do local onde ocorre, a ISC pode ser classificada em:

- Infecção do sítio cirúrgico superficial: ocorre somente nos


tecidos da pele ou no tecido subcutâneo de onde foi feita a cirurgia.

- Infecção do sítio cirúrgico profundo: atinge locais mais


profundos do corpo como ossos, músculos, tecidos que envolvem
órgãos, etc.

www.certificadocursosonline.com
- Infecção do sítio cirúrgico em órgão: ocorre no
órgão, ou cavidade, em que foi feita a cirurgia.

Como durante a cirurgia há cortes e no corte há sangramento,


há a presença da fibrina. A fibrina é uma proteína do sangue
responsável pela sua coagulação.

A fibrina tem uma característica: ela adere às bactérias


mais próximas, o que vai afetar os mecanismos de defesa do
organismo. Se durante o procedimento ocorrer um grande
sangramento, vai haver maior quantidade de fibrina, o que pode
contribuir para uma infecção.

Além de classificações tradicionais, as cirurgias também


podem ser classificadas de acordo com seu potencial de
contaminação.

São elas:

- Cirurgias limpas: feitas em áreas do corpo onde não há


infecção nem inflamação, e que não é feita em órgãos do
aparelho respiratório, digestivo, órgãos genitais e nem no trato
urinário não infectado.

Nessas cirurgias, usa-se o dreno fechado. O dreno é um


aparelho que retira os líquidos ou o ar que se acumulam no local da
cirurgia, atrapalhando o procedimento ou prejudicando o paciente.

No dreno fechado não há a entrada de ar, é um sistema


vedado, por isso, os riscos de infecção são menores.

Entre as cirurgias limpas estão as feitas na pele, nos


ossos e músculos, as cardiovasculares, entre outras.

- Cirurgias potencialmente contaminadas: são as cirurgias


feitas em áreas do corpo onde não há infecção ou inflamação, mas

www.certificadocursosonline.com
alcançam os órgãos do aparelho respiratório, digestivo, órgãos
genitais ou trato urinário.

Entre essas cirurgias estão as feitas nas vias respiratórias, ou


seja, boca, nariz e garganta, apêndice, vagina, entre outras.

- Cirurgias contaminadas: são as realizadas em feridas


abertas devido a um acidente ou em áreas do corpo onde há
naturalmente um maior número de flora microbiana.

Nesses casos não há infecção, mas pode haver alguma


inflamação ainda sem pus. Entre as cirurgias contaminadas estão
as feitas no ânus, reto, no crânio quando há traumatismo, entre
outras.

- Cirurgias infectadas: são as cirurgias feitas em qualquer


parte do corpo desde que haja infecção detectada antes do
procedimento. Por exemplo, as cirurgias feitas em feridas abertas
há algum tempo ou quando há perfuração das vísceras, que são os
órgãos que realizam a digestão, respiração, armazenamento ou
secreção de fluidos.

Exemplos de vísceras são o estômago, a bexiga, o intestino, e


outros. Quando são perfurados, tudo o que está dentro desses
órgãos vaza para os locais próximos espalhando micro-organismos.

De acordo com as informações da ANVISA, cada tipo de


cirurgia tem um percentual de infecção esperado. Veja:

Classificação Taxa de Infecção operatória

Ferida limpa 1 a 5%

Ferida limpa contaminada 3 a 11%

Ferida contaminada 10 a 17%

Ferida suja 27%

www.certificadocursosonline.com
O que transmite a ISC pode ser o próprio paciente com sua
flora microbiana, a equipe médica que tem contato com o paciente,
o ambiente e os instrumentos cirúrgicos.

Segundo informações da ANVISA, existem fatores que


contribuem para que ocorra uma infecção do sítio cirúrgico.

Os relacionados aos pacientes são:

- Idade: os pacientes mais vulneráveis são os que têm menos


de um ano ou mais de cinquenta anos.

- Doenças preexistente: os pacientes portadores de doenças


sistêmicas (que acometem todo o organismo) graves, doenças
sistêmicas que deixam o paciente com alguma incapacidade e
pacientes com risco de morte, apresentam, estatisticamente,
maior taxa de infecções do sítio cirúrgico.

A diabetes também contribui para contrair uma infecção,


pois ela altera a cicatrização, a circulação sanguínea e os
mecanismos de defesa.

- Obesidade: a obesidade também configura um fator


agravante para a infecção. O tecido adiposo, onde há as células de
gordura, tem pouca circulação de sangue e também faz com que a
cirurgia dure mais tempo.

O corte feito para ter acesso ao local da cirurgia é maior


devido ao fato de a camada de gordura dificultar sua localização.
Assim, uma maior parte dos tecidos internos, fica exposta,
facilitando a entrada de micro- organismos.

- Desnutrição: embora seja difícil comprovar a relação


entre a desnutrição e a infecção do sítio cirúrgico, sabe-se que a
falta de nutrientes faz cair a imunidade do paciente.

www.certificadocursosonline.com
- Tabagismo: o cigarro pode contribuir para a aquisição de
uma ISC, especialmente em pacientes que realizam cirurgia no
coração.

- Infecções fora do sítio cirúrgico: se o paciente tem uma


infecção em um local diferente do qual será operado, esta pode
contribuir para que haja uma infecção do sítio cirúrgico,
especialmente se as infecções forem no trato urinário e no acesso
vascular.

Quando isso ocorre, é necessário tratar a infecção antes de


realizar a cirurgia, caso não seja urgência nem emergência.

Em relação à cirurgia, os fatores agravantes para a aquisição


de ISC são:

- Antibioticoprofilaxia: quando o pacoente não faz a


antibioticoprofilaxia, que é o uso de antibióticos ou antimicrobianos
antes da infecção acontecer, no caso, antes da cirurgia, há um risco
aumentado de contrair uma infecção.

- Retirada de pelos: a retirada de pelos aumenta o risco de


ISC por conta de lesões provocadas na pele. Por isso, a retirada de
pelos, também chamada de tricotomia, só deve ser feita se
estritamente necessário.

Quando ocorrer, deve ser feita em um período inferior a duas


horas antes da cirurgia e usar, de preferência, os aparelhos
elétricos e evitar as lâminas. Se a tricotomia for feita com o paciente
internado, ela deve ocorrer antes do banho.

- Preparo pré-operatório da pele: é uma limpeza com


produtos antissépticos feita na pele, próxima ao local da cirurgia. O
objetivo é evitar uma ISC por micro-organismos presentes na pele.

- Campo cirúrgico: são plásticos ou tecidos usados para


manter a temperatura do paciente e evitar que sua flora microbiana
chegue ao local do procedimento.

Os campos cirúrgicos podem ser de plástico aderente com ou


sem produto antisséptico, de tecido e são reutilizáveis ou de TNT

www.certificadocursosonline.com
(tecido-não- tecido, semelhante ao material de lenços umedecidos)
descartáveis. Todos eles devem estar esterilizados.

- Técnica cirúrgica: é a forma como a cirurgia é feita, se há


cortes grandes, se há apenas pequenos furos, a manutenção
da temperatura corporal do paciente,cuidado na manipulação dos
materiais e equipamentos, entre outras.

A utilização de técnicas e aparelhos adequados pode reduzir


muito as chances de contrair uma infecção do sítio cirúrgico.

- Drenos: os drenos, por serem uma poderosa via de entrada


dos micro-organismos, devem ser muito bem manipulados.

Sua colocação deve ser discutida e ele só deve ser usado se


muito necessário. Deve ser colocado com cuidado e higiene e
retirado assim que não estiver mais em uso.

- Instrumentos cirúrgicos: eles representam uma grande


fonte de contaminação, por isso, todos devem ser esterilizados. Se
a embalagem for violada ou o instrumento tocar algum objeto
contaminado, ele não deve mais ser usado no procedimento e
necessita de nova esterilização.

- Duração da cirurgia: o tempo da cirurgia influencia na


aquisição de ISC. Quanto mais tempo durar o procedimento,
maiores os riscos de contrair uma infecção, mas cada tipo de
cirurgia tem um tempo específico.

- Perfuração de luvas: caso o profissional note que suas


luvas foram perfuradas, deve trocá-las imediatamente para evitar
contaminação do paciente e de si próprio.

- Duração da internação antes da cirurgia: quanto mais


tempo o paciente permanecer internado, maiores os riscos de
contrair uma infecção. Para isso, pede-se que o paciente só se
interne no dia da cirurgia, quando possível.

www.certificadocursosonline.com
Pneumonia Hospitalar

A Pneumonia Hospitalar é uma infecção respiratória adquirida


durante a internação. Nos Estados Unidos, é a segunda infecção
hospitalar mais comum e tem uma taxa de 15% a 18% do total de
infecções, atingindo cerca de 250.000 pacientes por ano.

No Brasil, um estudo envolvendo 99 hospitais localizados em


capitais, mostrou que a pneumonia hospitalar representa 28,9%
das infecções hospitalares. Dos pacientes na UTI pediátrica,
21,9% adquiriram essa infecção; da UTI adulto, 20,3% e da UTI
neonatal, 16,9% tiveram pneumonia hospitalar.

Para os pacientes que estão em estado grave e que


necessitam da ajuda de aparelhos para respirar, há um risco
maior de contrair a pneumonia. As chances aumentam de 10 a 20
vezes e é uma infecção que causa muitas mortes e de difícil
prevenção.

Os pacientes que têm mais riscos de contrair essa infecção


são os que fazem uso de ventilação mecânica, pois nesse
procedimento há o risco de ir secreções de outros locais do
corpo para o pulmão. A ventilação mecânica é um método que
substitui a respiração normal, levando ar até os pulmões.

As maiores taxas de incidência de pneumonia hospitalar


estão:

Caso Taxa
Trauma do tórax 20% a 25%

Traumatismo craniano e internados em UTI neurológica 23% a 42,2%

Grande queimadura 14%

Câncer e transplantados de medula óssea 20%

Cirurgia torácica ou de abdômen superior 3,8% a 17,5%

www.certificadocursosonline.com
As cirurgias realizadas na região do tórax e do abdômen
trazem um risco de pneumonia hospitalar 38 vezes maior do que
em cirurgias em outros locais.

A pneumonia hospitalar pode prolongar a internação do


paciente em 10 a 13 dias e também é responsável por muitas
mortes. O número de mortes nos Estados Unidos, causadas por
pneumonia hospitalar, está entre 13% e 43%.

A situação piora para os pacientes internados em UTI, pois o


número de mortes entre pacientes com essa infecção é de 2 a 10
vezes maior do que entre pacientes da UTI sem pneumonia.

Existem alguns fatores de risco que podem desencadear a


infecção respiratória. Em todos os pacientes, que tenham sido
ventilados, entubados, ou nenhum dos dois, foram considerados
relevantes para a evolução da infecção os seguintes fatores:

- doença pulmonar crônica e sua gravidade;

- cirurgia torácica ou abdominal superior;

- pacientes acima de 60 anos;

- aspiração de grande volume do conteúdo gástrico (do


estômago);

- sonda naso-entérica (que vai do nariz ao duodeno), e

- antibioticoterapia, ou seja, tratamento com antibióticos.

Para os pacientes não ventilados, o que pode ter contribuído


para a aquisição de pneumonia hospitalar foram os seguintes
fatores:

- duração da cirurgia (quanto mais tempo, maiores as


chances);

- estado nutricional deficiente (cai a imunidade);

- terapia imunossupressora (tratamento que inibe a ação do


sistema imunológico do indivíduo);

www.certificadocursosonline.com
- queda do nível de consciência;

- respiração prejudicada;

- doença neuromuscular;

- sexo masculino (homens têm maiores chances de contrair


pneumonia hospitalar)

- presença de bacilos Gram negativos na orofaringe;

- esofagite de refluxo (inflamação na mucosa do esôfago), e

- pneumonia prévia.

Assim como a maioria das infecções hospitalares, a


pneumonia hospitalar ocorre quando a própria flora microbiana do
paciente entra em conflito com suas defesas.

Ela também pode ocorrer se o paciente aspirar alguma


bactéria presente no ar ou se as bactérias naturais do intestino
passam para os pulmões, mas a forma mais comum de contrair
essa infecção é aspirando as bactérias naturais da orofaringe
(espaço entre a raiz lingual, o palato mole e a epiglote).

Os procedimentos de ventilação e entubação fazem com


que os micro-organismos naturais do organismo humano migrem
de seu lugar de origem para outro estranho, causando a infecção.

Se os micro-organismos oriundos da orofaringe vão para o


pulmão, por exemplo, há o risco de infecção, pois eles não fazem
parte desse órgão. Quanto maior o tempo de entubação e
ventilação, maiores os riscos de adquirir pneumonia hospitalar.

Quando o sistema imune do paciente está baixo, há um maior


risco de contrair infecção. Muitos fatores podem fazer com que os
mecanismos de defesa do indivíduo fiquem anormais, como
cigarro, edema pulmonar, medicamentos imunossupressores,
inalação de substâncias tóxicas, entre outros.

www.certificadocursosonline.com
Outros contribuem para falhas no reflexo de fechamento da
garganta, possibilitando que sejam aspirados para o pulmão os
micro-organismos da orofaringe. Isso pode ocorrer durante o sono,
em estados de alteração no nível de consciência, o que ocorre no
coma; convulsões; intoxicação por drogas; anestesia; embriaguez,
etc.

O diagnóstico da pneumonia hospitalar deve ser feito por meio


da observação de sintomas juntamente com exames de raio-X. Os
sintomas são febre, escarro com pus, área comprometida no
pulmão, infiltrado pulmonar (área onde houve infiltração de micro-
organismo com início de infecção), tosse, dor nos pulmões e falta
de ar.

Entretanto, os médicos precisam observar se esses sintomas


têm ligação com a pneumonia, pois alguns deles podem ser
sintomas de outras infecções ou de outras doenças.

Por isso é importante unir os resultados do raio-X com os


outros sintomas e verificar se não estão sendo causados por outras
razões como insuficiência cardíaca congestiva ou derrame pleural,
por exemplo.

Infecção da corrente sanguínea e relacionada ao acesso vascular

O acesso vascular, também chamado de cateter venoso,


é um aparelho usado para injetar medicação diretamente na
corrente sanguínea, por meio das veias, ou para retirar sangue.

Assim como ocorre nos cateteres vesicais, há o risco de


adquirir infecção por meio desse aparelho caso haja a entrada de
micro-organismos. Os que oferecem mais riscos de infecção são os
cateteres venosos centrais.

Esse tipo de cateter é colocado em uma veia e tem um “cano”


que chega até a veia cava, a maior veia do corpo, localizada
próxima ao coração. Observe:

www.certificadocursosonline.com
Se ocorrer a entrada de micro-organismos causadores de
infecção, a infecção será na corrente sanguínea, podendo ainda
atingir outros órgãos como pulmão, válvulas do coração, entre
outros.

Além de funcionar como uma espécie de entrada para


micro- organismos na corrente sanguínea, o próprio cateter pode
ocasionar um processo infeccioso, pois ele é um corpo estranho no
organismo.

Quando o organismo detecta em si um corpo estranho ele


desencadeia um processo inflamatório, o que vai diminuir as
defesas anti-infecção naquele local.

As fontes de infecção no cateter venoso podem ser:

- o próprio cateter que está contaminado;

- a pele no local da abertura pode conter micro-organismos;

- contaminação do canhão (parte que fica entre a agulha e o


cano do acesso vascular);

- contaminação do líquido que entra pelo cateter;

- contaminação dos produtos que facilitam a entrada do


cateter;

www.certificadocursosonline.com
- infecção em outros locais que ficam presentes na
corrente sanguínea;

- contaminação dos medicamentos usados para dilatar os


vasos sanguíneos.

Dessas possíveis causas a que tem maior incidência é a


contaminação pelos micro-organismos presentes na pele do
paciente que entram no cateter.

Em segundo lugar está a contaminação pelo canhão e a


agulha que contém micro-organismos que migraram das mãos dos
profissionais. Nesse caso, os micro-organismos já estarão dentro do
cateter e a infecção aparece após a primeira ou a segunda semana
de uso.

A infecção hospitalar na corrente sanguínea faz com que o


paciente permaneça internado em média sete dias a mais do que o
esperado. Mesmo ocorrendo em menor número em relação às
outras infecções, ela é bastante grave, pois dos pacientes que a
adquirem, entre 25% e 50% chegam a óbito.

As infecções da corrente sanguínea podem ser


classificadas em primárias e secundárias.

Nas infecções primárias não há um foco infeccioso


conhecido, ou o foco é o próprio sistema vascular (sistema de
circulação). Foco infeccioso é o local onde há acúmulo de micro-
organismos causadores de infecção. Já nas infecções secundárias
há um foco infeccioso identificado.

Os pacientes mais vulneráveis a esse tipo de infecção são as


crianças menores de um ano e os adultos com mais de sessenta
anos por terem as defesas do organismo mais sensíveis.

O tempo de internação, a doença que está sendo tratada, a


habilidade do profissional, o curativo e sua manutenção, o local de
inserção e material do cateter, entre outros, também são fatores
que podem aumentar o risco de infecção.

www.certificadocursosonline.com
Os cateteres colocados nos membros inferiores e em áreas
periorificiais ( boca, olhos, nariz e ânus), são os que têm maior risco
de infecção.

De acordo com a ANVISA, os cateteres com maior risco de


infecção são os inseridos por flebotomia (furo na veia com
agulha), os de hemodiálise, os de múltiplos lumens (mais de uma
entrada para medicação) e o cateter umbilical.

Os cateteres Swan-Ganz (flexíveis e fabricados em


poliuretano), arteriais e periféricos apresentam risco intermediário.

Os de menor risco de infecção são os implantáveis e


semi- implantáveis. Algumas Instituições de saúde, consideram
aqueles com agulha de aço, também de menor risco, porém,
devem-se evitar agulhas de aço para administração de fluídos e
medicamentos que possam causar necrose tecidual se ocorrer
extravasamento, assim é recomendável restringi- las para situações
como coleta de amostra sanguínea, administração de dose única ou
bolus de medicamentos.

Os sintomas da infecção do acesso vascular podem ser a


presença de pus no local do cateter, dor, calor e vermelhidão da
pele. Se esses sintomas estiverem até 2cm de proximidade do
cateter, a infecção é periorificial, ou seja, próxima à abertura na
pele. Mas se esses sintomas se estendem a locais maiores, a
infecção é no túnel de acesso (interior do corpo onde há o cateter).

Sintomas mais severos podem ser observados quando a


infecção é mais profunda, como lesões com pus, febre, dores, e até
necrose da pele no local do cateter.

Se a infecção for para a corrente sanguínea, o paciente pode


sentir calafrios, pressão baixa, falência respiratória, dor no
abdômen, vômitos, diarreias, confusão mental e convulsões.

Para diminuir o risco de infecções, o cateter não deve


permanecer mais tempo no corpo do que o recomendado. Os
cateteres arteriais periféricos são trocados a cada quatro dias.
Os cateteres usados para entrada de sangue ou medicamentos
para o sangue devem ser trocados a cada 24 horas. Os outros

www.certificadocursosonline.com
cateteres centrais ou periféricos devem ser trocados a cada 72
horas.

Os curativos também devem ser trocados a cada 72 horas,


mas se estiverem sujos ou úmidos, esse tempo deve ser menor.

Infecção da queimadura (IQ)

A pele é o órgão do corpo humano responsável pela proteção


do organismo. Ela impede que os micro-organismos nocivos entrem
em nossos sistemas causando doenças.

Quando há uma queimadura, algumas camadas da pele são


perdidas, o que causa uma situação favorável à entrada de micro-
organismos. Em razão disso, os pacientes internados devido a
queimaduras têm muito mais chances de contrair uma infecção
hospitalar.

Desde o momento da queimadura, até o fechamento das


lesões, há o risco de contrair infecção, mesmo depois de limpar a
pele. Nos primeiros dois dias da queimadura, há a presença dos
micro-organismos chamados bacilos Gram-positivos. Do 3º ao 21º
dia, há a presença dos bacilos Gram- negativos. Cada tipo desses
micro-organismos causa doenças diferentes e eles se proliferam em
locais diferentes. Como a pele da queimadura vai se modificando
com o tempo, ela pode ficar mais favorável a um ou a outro tipo de
bacilo.

Nos pacientes queimados, o que transmite as infecções pode


ser:

- os micro-organismos presentes na própria pele do paciente;

- a flora microbiana do trato digestivo;

- a pele dos profissionais de saúde que entram em contato


com os pacientes queimados;

www.certificadocursosonline.com
- outros pacientes e os instrumentos utilizados para o
tratamento das queimaduras;

- a superfície dos móveis do quarto.

Os fatores de risco para a infecção da queimadura são:

- o tamanho da queimadura (quanto maior, maiores os riscos);

- a profundidade da queimadura (quanto mais profunda,


maiores os riscos);

- a duração da hospitalização (quanto mais tempo no


hospital, maiores os riscos);

- transfusões de sangue;

- a presença de micro-organismos resistentes aos


medicamentos.

É muito difícil diagnosticar uma IQ, pois são necessários


alguns exames de evolução da doença e também uma biópsia
do local da queimadura. Entretanto, cada parte queimada mostra
um resultado diferente nos exames. Os números são muito
imprecisos nos resultados, sendo necessário fazer exames de
sangue juntamente com os exames na pele.

Os principais sintomas da IQ são:

- a ferida fica escurecida, podendo ter coloração negra,


marrom ou violeta;

- a crosta da ferida descola rapidamente;

- debaixo da crosta descolada há uma coloração muito


avermelhada;

- a pele em volta da ferida fica arroxeada;

www.certificadocursosonline.com
- hipotermia (temperatura baixa do corpo) – mais frequente
quando há os bacilos Gram-negativos;

- hipertermia (temperatura alta do corpo) – mais frequente


quando há os bacilos Gram-positivos;

- pressão baixa;

- aumento dos glóbulos brancos do sangue - mais frequente


nas infecções por Gram-positivos;

- redução dos glóbulos brancos do sangue - mais


frequente nas infecções por Gram-negativos;

- diminuição da produção de urina;

- interrupção temporária dos movimentos do intestino;

- Intolerância a glicose e hiperglicemia (muito açúcar no


sangue) – mais frequente nas infecções por Gram-negativos;

- alteração do estado mental – mais frequente nas


infecções por Gram-positivos.

Infecção em Neonatologia

As infecções em neonatologia são as que acometem os


recém- nascidos, porém nem todas as infecções em recém-
nascidos podem ser consideradas hospitalares.

De acordo com o Ministério da Saúde, as infecções em


recém- nascidos associadas ao rompimento da bolsa há mais de 24
horas e as adquiridas por meio da placenta não podem ser
consideradas hospitalares.

Os recém-nascidos são naturalmente mais frágeis em suas


defesas. Só o contato com o ambiente vai amadurecer seu sistema
imunológico.

www.certificadocursosonline.com
Esse tipo de infecção pode ser adquirida por meio da equipe
médica, por meio da mãe ou por objetos que entram em
contato com o bebê. Quando o recém-nascido vai para um
berçário com berços inadequados, pode ocorrer contaminação.

Também pode haver a contaminação quando a equipe médica


não realizou a higiene de forma adequada ou quando o bebê
recebeu medicamentos ou alimentos infectados.

Há mais riscos de adquirir essa infecção nos seguintes casos:

- quando a mãe tem infecção do trato urinário, presença de


micro- organismos nocivos na pele, higiene precária ou
doenças sexualmente transmissíveis;

- quando o bebê é prematuro ou tem baixo peso;

- quando ele aspira um líquido da placenta chamado mecônio;

- ausência de oxigênio no parto;

- internação prolongada do bebê, especialmente se houver


excesso de pacientes e poucos funcionários para seus cuidados;

- procedimentos invasivos no recém-nascido.

As visitas também devem tomar cuidados de higiene antes de


ter contato com os recém-nascidos como lavar as mãos. Se o
visitante estiver com diarreia, doenças da pele ou respiratórias, o
contato deve ser evitado.

Existem diversos sintomas que a infecção neonatal


desencadeia, por isso, seu diagnóstico é bastante complicado.
Muitos recém-nascidos chegam a óbito por conta de infecções, por
isso, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes.

Muitos recém-nascidos com sintomas estranhos iniciam o


tratamento e só depois que o diagnóstico aponta ou não a infecção.

www.certificadocursosonline.com
Caso o bebê não tenha infecção, o tratamento é interrompido
imediatamente.

Vigilância Epidemiológica

Em 19 de setembro de 1990 foi criada a Lei nº 8.080, a


chamada Lei Orgânica de Saúde, que fala sobre a promoção e
recuperação da saúde e os serviços que o fazem. Essa lei instituiu
o Sistema Único de Saúde, o SUS.

De acordo com essa lei, Vigilância Epidemiológica (VE)


é: “um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos”.

O SUS é o responsável por executar a Vigilância


Epidemiológica entre outras ações. A epidemiologia aborda
questões sobre saúde e doença da população.

Entre as responsabilidades da Vigilância Epidemiológica,


estão:

- permitir que se conheçam as taxas que apontam a


realidade epidemiológica de um hospital;

- identificar surtos antes que eles se alastrem;

- verificar se as medidas de prevenção têm funcionado;

- verificar o que pode aumentar ou diminuir as doenças, e

- divulgar as informações mais úteis.

Ao se tomar qualquer atitude, é necessário antes


conhecer o problema. Somente dessa forma é que se sabe como
agir e quais ações trarão resultados mais satisfatórios.

www.certificadocursosonline.com
A Vigilância Epidemiológica é um dos pontos centrais de
atuação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, a CCIH.
Os profissionais da CCIH devem atuar na VE, entretanto, ela não é
a única função deles, e não deve tomar mais do que 30% do seu
tempo de trabalho.

As informações conseguidas por meio da VE devem ser


divulgadas aos administradores do hospital e, se necessário, a
outros órgãos.

Existem duas formas de se realizar a VE e elas ocorrem em


conjunto.

São elas:

- Vigilância por setores: é realizada nas áreas onde a


infecção relacionada à assistência à saúde representa grande risco
e ocorre com frequência e maior gravidade. Essas áreas são
berçários, UTI adulto e pediátrica, unidade de cuidados de
pacientes com o sistema imunológico prejudicado e nas unidades
de diálise.

- Vigilância por objetivos: aborda as situações de risco


específicas, independente de local ou procedimento em que
ocorrem. Assim são as vigilâncias da infecção do sítio cirúrgico, da
infecção relacionada ao acesso vascular, entre outras.

Como a Vigilância Epidemiológica tem relação com o hospital


e a população que o utiliza, os resultados serão únicos e as
ações serão eficazes naquele estabelecimento. Mas independente
disso, ela deve ocorrer com frequência e ser avaliada mensalmente
e, ocasionalmente, deve ser feita uma avaliação trimestral.

Os profissionais da CCIH devem observar as ocorrências de


infecção relacionada à assistência à saúde, registrar as
ocorrências e realizar cálculos que permitirão saber se há uma
frequência de casos.

www.certificadocursosonline.com
Sabe-se que o risco de adquirir uma infecção relacionada
à assistência à saúde depende de diversos fatores como idade do
paciente, estado de seu sistema imunológico, gravidade de sua
doença, entre outros.

O tempo de internação é também um agravante para


aquisição de infecção relacionada à assistência à saúde, ou seja,
quanto mais tempo internado, maiores as chances de adquirir uma
infecção.

Para entender como o tempo de exposição pode contribuir


para o aparecimento da doença, os profissionais do hospital utilizam
uma fórmula chamada densidade de incidência.

Ela é uma expressão matemática:

Densidade de incidência = nº de casos novos de IH no mês x 1.000

nº de pacientes-dia no mês

Se o objetivo é saber a quantidade de pneumonias


hospitalares, por exemplo, faz-se o seguinte cálculo:

nº de pneumonias x 1.000

nº de pacientes-dia no mês

Sabendo que o que agrava o risco de pneumonia é o


uso de ventilação mecânica, para saber em quais casos houve
infecção por conta do respirador, onde está “nº de pacientes-dia no
mês”, usa-se o “nº de respiradores por dia”.

Veja:

Nº de pneumonias x 1.000

nº de respiradores-dia no mês

www.certificadocursosonline.com
Veja um exemplo sugerido pela ANVISA:

Suponhamos que, em uma UTI onde foi constatado um


caso de pneumonia, dois pacientes estiveram entubados por quatro
dias, e dois por seis dias. Se o denominador for a densidade de
incidência, então o número de dias expostos à ventilação mecânica
é que será utilizado:

Taxa de pneumonias = nº de pneumonias x 1000 = 1 x 1.000 = 50

nº de ventiladores-dia 4+4+6+6

A taxa nessa UTI será de 50 pneumonias por mil ventiladores-dia.

Esses valores ajudam a equipe da CCIH a terem indicadores


sobre as infecções para que sejam analisados seus
comportamentos e evoluções.

Diversos cálculos devem ser feitos antes de medidas serem


tomadas. Um baixo número de casos de infecção hospitalar não
deve ser considerado um surto, mas deve ser observado com
atenção.

Caso haja aumento nesses indicadores, deve-se obervar o


que está acontecendo para buscar controlar as infecções e tomar
novas medidas preventivas.

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

Em 24 de junho de 1983, o Ministério da Saúde lançou uma


portaria, a nº 196, que determinou que todos os hospitais deveriam
ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

Futuramente, esta portaria foi revogada pela portaria nº 930,


de 27 de agosto de 1992. Essa última também foi revogada pela
portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998.

www.certificadocursosonline.com
A CCIH é um órgão que tem a função de prestar assistência
às autoridades dos hospitais além de planejar e normatizar ações
para controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde.

A portaria nº 196 foi muito relevante para o controle de


infecções hospitalares no Brasil, pois foi a partir dela que se buscou
normatizar e regulamentar medidas com o objetivo de prevenir
quadros de IrAS.

Desde a primeira portaria, diversas ações vêm sendo


feitas para controlar e diminuir as infecções hospitalares. Para
cumprir com o que diz as referidas portarias, os hospitais devem
constituir uma CCIH.

Se o hospital não obedecer ao que se determina nessas


portarias fica configurada negligência e os profissionais
responsáveis pelos hospitais (diretores, administradores e/ou
proprietários) responderão civil e criminalmente.

A CCIH deve ser composta somente por profissionais da área


de saúde que tenham se formado em um curso superior. Os
membros podem atuar como consultores ou como executores.

Os consultores são os profissionais que dão suporte com


as informações sobre infecções. Os executores são os que vão agir
nos leitos dos hospitais de acordo com as informações definidas
pela comissão.

Antes de essa portaria entrar em vigor, os membros


executores eram chamados de Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar. Atualmente, eles são os membros executores.

De acordo com a portaria nº 2.616, os membros consultores


da CCIH devem ser:

- serviço médico (clínico e cirúrgico);

- serviço de enfermagem;

- serviço de farmácia;

- laboratório de microbiologia;

www.certificadocursosonline.com
- administração.

Se o hospital tiver um número de leitos menor ou igual a 70,


os membros consultores podem ser somente dos serviços
médicos e de enfermagem.

Já para constituir os membros executores, é necessário


dois profissionais da área da saúde que possuam curso superior
para atender duzentos leitos ou menos. Um dos membros
executores deve ser, de preferência, um enfermeiro.

A carga horária desses profissionais é de 6 horas diárias para


os enfermeiros e de 4 horas diárias para os outros profissionais.

Se o hospital possuir uma ala para cuidados de pacientes em


estado crítico, a CCIH deve ter outros profissionais da área da
saúde com curso superior.

São considerados pacientes em estado crítico os que


estiverem na UTI (recém-nascidos, crianças ou adultos), pacientes
do berçário de alto risco, pacientes queimados, transplantados, em
tratamento de câncer e com AIDS.

Como consta na portaria nº 2.616, é trabalho da CCIH


elaborar, implementar, manter e avaliar o programa de controle de
infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da
instituição, contemplando no mínimo, ações relativas a:

- implantação de um Sistema de Vigilância


Epidemiológica das Infecções Hospitalares;

- adequação, implementação e supervisão das normas e


rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das
infecções hospitalares;

- capacitação do quadro de funcionários e profissionais da


instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções
hospitalares;

www.certificadocursosonline.com
- uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais
médico- hospitalares;

Também é função da CCIH:

- avaliar, periódica e sistematicamente, as informações


providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções
hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos
membros executores de CCIH;

- realizar investigação epidemiológica de casos e surtos,


sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle;

- elaborar e divulgar, regularmente , relatórios e comunicar,


periodicamente, à autoridade máxima de instituição e às chefias de
todos os setores do hospital, a situação do controle das
infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na
comunidade hospitalar;

- elaborar, implantar e supervisionar a aplicação de normas e


rotinas técnico-operacionais, visando limitar a disseminação de
agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de
medidas de precaução e de isolamento;

- adequar, implementar e supervisionar a aplicação de


normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e
ao tratamento das infecções hospitalares;

- definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e


Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas e
materiais médico- hospitalares para a instituição;

- cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se


pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do
quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao
controle das infecções hospitalares;

- elaborar regimento interno para a Comissão de Controle de


Infecção Hospitalar;

www.certificadocursosonline.com
- cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS,
bem como fornecer, prontamente, as informações
epidemiológicas solicitadas pelas autoridades competentes;

- notificar, na ausência de um núcleo de epidemiologia, ao


organismo de gestão do SUS, os casos diagnosticados ou
suspeitos de outras doenças sob vigilância epidemiológica
(notificação compulsória - Aids, tuberculose, meningite
meningocócica, entre outras), atendidos em qualquer dos serviços
ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente com os
serviços de saúde coletiva;

- notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e


Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos
diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à utilização de
insumos e/ou produtos industrializados.

O hospital também deve assistir o trabalho da CCIH


nomeando funcionários e cooperando para o bom andamento de
seus serviços no controle das infecções hospitalares. A CCIH
precisa estar formalmente nomeada pela diretoria do hospital.

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

O Programa de Controle de Infecção Hospitalar, o PCIH, é


elaborado pela CCIH e consiste em “um conjunto de ações
desenvolvidas, deliberadas e sistematizadas, com vistas à redução
máxima possível da incidência e da gravidade das infecções
hospitalares”.

Entre as atividades inclusas do PCIH, estão:

- Vigilância Epidemiológica (VE) cujas funções são:


coletar os dados sobre infecções; diagnosticá-los; analisá-los,
verificar medidas de prevenção de infecções e se elas têm surtido

www.certificadocursosonline.com
efeito. Se os resultados forem positivos, diminuindo o número de
casos de IrAS, essas medidas são divulgadas e padronizadas.

De acordo com informações da ANVISA, as informações


adquiridas na VE ajudam a entender a situação para propor
medidas de controle e prevenção. Por isso, o modelo de VE
que será usado depende das características do hospital, da
população que o frequenta e dos recursos

disponíveis.

- Normas para uso racional de antimicrobianos,


germicidas e materiais medico hospitalares. O uso
indiscriminado desses medicamentos pode fazer surgir micro-
organismos resistentes às suas composições. Dessa forma, os
medicamentos usados no tratamento das infecções, surtirão pouco
ou nenhum efeito.

- Processos para prevenção de transmissão de mocro-


organismos. Essa medida visa evitar que um paciente transmita
micro-organismos infecciosos para outros pacientes ou profissionais
de saúde.

- Normas e rotinas técnicas operacionais. Os


procedimentos utilizados no controle e prevenção de infecções
devem ser repassados para todos os profissionais do hospital. Isso
deve ser feito, preferencialmente de forma escrita em local que
todos tenham acesso.

- Padronizações das medidas de prevenção e controle


de infecção hospitalar. Cada instituição possui características
próprias. Por isso, as medidas de controle e prevenção de infecções
devem obedecer a um padrão para que todos saibam usá-las.

- Treinamento dos profissionais da saúde em relaão à


prevenção e ao controle da IH. Os profissionais que atuam no
controle e prevenção de infecções devem ter conhecimento sobre

www.certificadocursosonline.com
meios de transmissão e medidas de higiene. Todos os funcionários
da área da saúde são responsáveis por evitar infecções.

Todas as unidades hospitalares podem sofrer inspeções para


verificar se estão sendo cumpridas todas as determinações do
Programa de Controle de Infecção Hospitalar.

Para isso, a ANVISA publicou a Resolução RDC nº 48, de 2


de junho de 2000 que visa estabelecer o Roteiro de Inspeção
do Programa de Controle de Infecção Hospitalar.

Esse roteiro é composto por perguntas acerca da existência


de uma CCIH, como é sua atuação e quais medidas de prevenção e
controle de infecções estão sendo tomadas.

Quem faz a inspeção são inspetores devidamente qualificados


e o relatório final é enviado à ANVISA. Muitas vezes, a própria
equipe do hospital aplica o roteiro como forma de autoavaliação.

Para ter acesso à Resolução e ao Roteiro de Inspeção do


Programa Hospitalar,
http://www.ccih.med.br/resolucaordc.html

Leitura Complementar

Prevenção de Infecções Hospitalares

Entrevista com a Profª. Dra. Anna S. Levin

Coordenadora do Grupo de Controle de Infecção Hospitalar do


HC/FMUSP

Embora as infecções hospitalares sejam um grande problema


mundial, eventos não infecciosos decorrentes da assistência à
saúde em geral (não apenas hospitalar) também têm gerado
complicadas situações no apoio a pacientes, de tal maneira que
vem surgindo a necessidade de se utilizar a metodologia que é

www.certificadocursosonline.com
aplicada ao controle de infecções hospitalares, sendo preciso,
inclusive, traçar novas estratégias de prevenção.

Com o crescimento da assistência prestada fora do


ambiente hospitalar, a preocupação do profissional de controle
de infecção passa a deixar de ser exclusivamente com o
hospital, mas também com o atendimento domiciliar (home care),
ambulatorial ou em clínicas particulares.

A orientação e a conscientização dos profissionais da saúde


dentro dos hospitais já têm sido extremamente trabalhosas para as
Comissões de Controle de Infecções Hospitalares e descentralizar o
problema das infecções deste ambiente hospitalar será um desafio
ainda maior.

A formação dos profissionais tem contribuído com o problema. A


capacitação é necessária e urgente para que todos aqueles ligados
à área de saúde coloquem em prática, seja nos hospitais ou em
qualquer outro tipo de assistência, todas as medidas adequadas de
prevenção a eventos inoportunos que possam complicar a situação
clínica do paciente.

A Profª. Dra. Anna Sara Levin, coordenadora do Grupo de


Controle de Infecção Hospitalar do HC/ FMUSP, aborda todas estas
questões e outros relevantes tópicos sobre prevenção e infecção
em entrevista à Prática Hospitalar. Confira os destaques desta
entrevista.

Prática Hospitalar - Qual a situação dos hospitais brasileiros em


relação à atuação das CCIHs? Estão satisfatórios os índices de
atuação das CCIHs em relação ao número de hospitais existentes?

Profª. Dra. Anna Sara Levin - Na verdade, até por exigência da lei,
estão sendo mantidas as Comissões de Controle de Infecções
Hospitalares. No Estado de São Paulo, mais de 65% dos hospitais
possuem a CCIH montada. No entanto, quando analisamos se a
CCIH tem programa essa porcentagem diminui, e se avaliarmos o
funcionamento do programa diminui ainda mais. Na verdade, pela
lei, a exigência é que as CCIHs tenham um programa, mas na
prática a maioria desses programas não funciona. Os grandes

www.certificadocursosonline.com
hospitais universitários e hospitais particulares normalmente têm.
Acredito que a falta de profissionais de CCIHs contribua com o
problema. Existe a necessidade de profissionais bem formados e
capacitados, mas há pouco interesse dos hospitais em fazer
cumprir a lei.

P. H. - Como a Sra. vê a adesão dos profissionais em relação às


medidas de controle de infecções?

Dra. Anna Sara - Quando temos uma comissão ela funciona um


pouco como legislativo, ou seja, tem que atuar em todas as áreas
do hospital, discute quais os grandes problemas e define os
grandes rumos. No entanto, para implantar a CCIH no hospital é
necessário o serviço de profissionais que só trabalhem com
infecção hospitalar. A maioria dos hospitais não tem este serviço,
porque eles acabam não montando ou contam com profissionais
que não estão bem capacitados. Porém, o grande problema é que
mesmo com bons profissionais e um bom serviço, quem lida com o
paciente não é o profissional da CCIH, que conhece profundamente
as medidas de controle e prevenção, mas sim o profissional que
não conhece essas medidas. Então, acredito que o maior problema
é educativo e não somente no sentido de ensinar informações ao
profissional, mas sim educar para que seus conhecimentos teóricos
sejam aplicados.

No treinamento que fazemos aqui no hospital, observamos que


os profissionais têm um grande nível de informação sobre
infecção hospitalar, mas não põem em prática, de forma que não
lavam as mãos quantas vezes deveriam, não fazem o isolamento
como se deveria, não tomam cuidado quando fazem um
procedimento invasivo, embora, se for realizada uma prova escrita
de múltipla escolha, todos saberão responder corretamente, desde
o auxiliar de enfermagem até o médico-chefe, mas se fizermos uma
observação, não estão aplicando os conhecimentos.

Então existe esta dissociação entre informação e atitude, que é


uma barreira muito difícil de transpor.

Os profissionais das CCIHs detêm as informações de como


prevenir, mas quem tem que praticar são os outros profissionais.

www.certificadocursosonline.com
P. H. - Quais acredita serem hoje os principais objetivos das
CCIHs? Esses objetivos estão sendo atingidos?

Dra. Anna Sara - O objetivo principal é a prevenção.


Podemos trabalhar o tratamento, o tratamento pós-exposição
ocupacional, desenvolver profilaxia após acidente com o
profissional, mas o objetivo é prevenir. Algo muito importante é a
postura da direção do hospital. É preciso que ela enxergue a
importância dessa prevenção. No hospital em que atuo, desde a
década de 70 consideramos muito importante não lesar a pele do
paciente na hora de retirar os pelos antes da cirurgia. Passando a
gilete antes da cirurgia, aumenta-se o risco de infecção. Se antes
da cirurgia não se usar lâmina, mas sim um barbeador que não
machuca a pele, o risco de infecção cai.

O papel da diretoria do hospital consiste em abolir as


lâminas e comprar os barbeadores (tricotomizadores). Outra
decisão foi parar de fazer a tricotomia na enfermaria, mas sim no
centro cirúrgico (houve resistência quanto a isso por parte das
equipes, que estavam acostumadas com a enfermagem fazer isso
na noite anterior da cirurgia no quarto). Quando a administração do
hospital concordou, a ideia foi implantada. Houve reuniões,
algumas áreas de resistência, mas foi implantada, por isso é
fundamental o papel da administração do hospital. Quando a
administração enxerga a importância da atuação, tudo funciona
bem. Quando a administração de um hospital compra uma ideia,
contrata um bom profissional, apoia as iniciativas, os resultados
ficam bem melhores.

P. H. - Como deve ser feito o procedimento de prevenção nos


serviços home care e ambulatorial?

Dra. Anna Sara - Não podemos pensar somente em infecção em


hospitais, pois existe assistência que é feita fora do hospital. Temos
a hemodiálise (existem muitas clínicas de hemodiálise não ligadas a
hospitais, aonde o paciente vai três vezes por semana sofrer um
acesso vascular, ou seja, um procedimento invasivo), o
atendimento em casa, o home care. Existe o hospital-dia, também,

www.certificadocursosonline.com
e hoje o paciente está ficando cada vez menos no hospital e
optando por tratamento fora. Nosso problema de infecção está
associado à assistência à saúde. Acredito que deveríamos
prestar atenção não somente às infecções, mas nos eventos
adversos Metodologias que utilizamos para infecção hospitalar
deveriam ser utilizadas para eventos não infecciosos, tais como
formação de escara e complicações de acesso venoso da diálise.
Obviamente é necessário primeiramente fazer um estudo
detalhado dos eventos mais complicados dessas situações de
assistência à saúde.

Além disso, é preciso traçar estratégias de prevenção.


Provavelmente, em um serviço home care é mais difícil avaliar a
qualidade do serviço que está sendo destinada ao paciente. Em
diálise utilizamos uma série de indicadores que não são infecciosos.
Enfim, precisamos enxergar além dos hospitais e das infecções, isto
é, considerar a infecção hospitalar como o evento adverso do
atendimento especializado. Sabemos que o uso de cateteres, UTIs
e procedimentos invasivos traz uma série de complicações. Por
isso, é preciso cautela no uso de cateteres para diminuí-las.

P. H. - Quais têm sido as infecções mais frequentes no Brasil?

Dra. Anna Sara - Todas as infecções associadas a procedimentos


invasivos: as infecções por cirurgia em que se submete o paciente a
um procedimento cirúrgico. Há também o grupo de pacientes com
infecções associadas a tratamentos muito agressivos, como
quimioterapia ou transplante. Procedimentos realizados em
Unidade de Terapia Intensiva também têm grande incidência de
infecções, por exemplo, associadas à ventilação mecânica e ao
cateter venoso. As infecções urinárias têm sido as mais incidentes e
todas estas infecções estão relacionadas a algum procedimento. É
quase zero o risco de infecção urinária sem procedimento, pois o
paciente tem uma sonda ou uma cirurgia urológica. Desta forma,
para a precaução devemos nos preocupar com os
procedimentos, por exemplo:

- lidar com a sonda da melhor maneira possível;

- um maior cuidado na instalação da sonda;

www.certificadocursosonline.com
- no cuidado da sonda;

- não violação da sonda;

- a própria indicação de uso.

Tudo isso porque sabemos que este é o fator de risco. Então, à


medida que se conhece os fatores de risco dos pacientes é preciso
minimizá-los.

P. H. - Qual a situação do Brasil, hoje, em relação à resistência


bacteriana? Quais as perspectivas em relação à terapêutica
antibacteriana?

Dr. Anna Sara - Os dados que temos dos grandes hospitais


brasileiros indicam que existem altas taxas de resistência
bacteriana. Acredito que ao se falar em resistência bacteriana
temos que considerar os antibióticos, que aumentam o risco à
medida que vão sendo utilizados. O antibiótico deve ser controlado,
evitando que o paciente use de maneira inadequada; mas de
qualquer forma, ele sempre será usado e temos que considerar que
não é somente o mau uso que gera resistência, mas sim o uso. Um
segundo ponto é que, se você não usa as técnicas adequadas de
controle de infecções, são transmitidos germes multirresistentes de
um paciente para outro.

Acredito que as estratégias no controle de antimicrobianos são


importantes, mas não são fundamentais. A administração do
hospital gosta porque tem uma redução de custos, ou seja, o
controle de antimicrobianos é melhor para o paciente porque usa o
mínimo de antimicrobiano necessário, e é uma estratégia de
controle de custo. Já do ponto de vista da infecção, acredito que
este controle ajuda, mas não é tudo. Estou convencida de que as
práticas básicas de infecção hospitalar são o que controlam a
resistência, porque controlam a disseminação. Acredito que o
grande problema no Brasil nessa área, atualmente, seja a falta
de laboratórios de microbiologia, até porque o custo de
procedimentos nestes laboratórios é muito alto e paga-se pouco
pelo exame.

www.certificadocursosonline.com
Segurança dos profissionais de saúde

Na área da saúde, por tratar de doenças e haver o contato


entre profissionais e pacientes, sempre há uma maior exposição e
maior risco de contrair alguma doença.

Os profissionais da área da saúde (PAS) são os estudantes,


médicos, enfermeiros, funcionarios da limpeza, dentistas, entre
outros, que “desempenham atividades que envolvem contato com
pacientes, sangue ou outros fluidos orgânicos, em ambientes de
assistência à saúde, laboratórios e correlatos”, de acordo com a
definição do Centers for Disease Control and Prevention (CDC),
em português Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

Por conta disso, é imprescindível pensar em maneiras de


prevenir contaminações. Todos os estabelecimentos da área da
saúde (EAS) precisam desenvolver um Programa de
Biossegurança e divulgar a todos os profissionais da instituição.

Nos Programas de Biossegurança devem estar expostas


formas de prevenção de acidentes e redução dos riscos que o
trabalho oferece. Cada tipo de estabelecimento possui um
Programa diferente, pois cada um trabalha com instrumentos
específicos.

Biossegurança (bio significa vida) é um conjunto de ações que


têm o objetivo de proteger a saúde do trabalhador, seja de que área
for, além da preocupação com o meio ambiente.

De acordo com o Centro Cultural do Ministério da Saúde,


órgão que promove o direito à informação e ao conhecimento
em saúde, na biossegurança em estabelecimentos de saúde:

Todo profissional que trabalha com substâncias químicas de risco,


com material biológico que esteja sujeito a radiações, ou que
manipule material pérfuro-cortante ou, ainda, equipamentos com
bases de funcionamento físico (micro-ondas, ultrassom, autoclaves
etc.), deve:

www.certificadocursosonline.com
- estar atento e não fazer uso de drogas que afetem o raciocínio,
autocontrole e comportamento;

- ler a recomendação da biossegurança de saúde e procedimentos


operacionais padrão do setor;

- agir com tranquilidade e sem pressa;

- prevenir-se de eventuais acidentes utilizando, de acordo a


sua necessidade, os equipamentos de proteção individual e
coletivo (jaleco, avental, óculos, protetor facial, cabelos presos,
luvas, botas, máscara, avental de chumbo, câmara de exaustão,
cabina de segurança biológica e química).

Nos setores de maior trânsito e fluxo de pessoas, as sinalizações


gerais das áreas restritas e permitidas devem ser frequentes e
devem estar visíveis. As referidas sinalizações devem ser
expressas, também, em "braile" para os deficientes visuais; ou com
indicação simbólica ou monitor para os analfabetos.

Os maiores riscos de contaminação estão relacionados ao


sangue ou outros líquidos do corpo que estejam contaminados. Nos
hospitais, a chance de contaminação é maior do que em outros
estabelecimentos da área da saúde.

Os ferimentos com materiais pérfuro-cortantes (que podem


perfurar ou cortar) são os que causam mais contaminação.
Dependendo do tamanho do corte, da quantidade de sangue
infectado e da gravidade do paciente, o risco pode ser maior ou
menor.

Esses materiais podem transmitir mais de 20 tipos de


doenças, dentre as quais, as mais comuns são o vírus HIV, a
hepatite B e a hepatite C.

Pela definição do Ministério da Saúde, as exposições capazes


de transmitir esses vírus são:

- exposições percutâneas: lesões provocadas por materiais perfuro-


cortantes como agulhas, bisturis, pedaços de vidros, entre outros;

www.certificadocursosonline.com
- exposições em mucosas: quando o material contaminado atinge
olhos, nariz, boca ou genitália;

- exposições cutâneas (pele machucada ou aberta): contato com


pele com dermatite ou feridas abertas;

- mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco


quando envolverem a presença de sangue, devendo ser avaliadas
tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto àquele
que tenha sido exposto. Nesse caso, os dois têm contato com
sangue.

Vejamos cada um dos vírus:

Vírus HIV

O Vírus da Imunodeficiência Humana, HIV, é o vírus causador


da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, a AIDS. Ele pode ser
transmitido por meio de:

- relação sexual sem proteção;

- transfusão de sangue ou elementos do sangue;

- amamentação com leite materno contaminado;

- compartilhamento de seringas contaminadas;

- acidente ocupacional (relacionado ao trabalho).

Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus em qualquer


fase, seja quando há ou não sintomas da AIDS. Segundo
informações da ANVISA, em 2003 nos Estados Unidos, foram
confirmados 57 casos de infecção por HIV após acidente de
trabalho em EAS.

A ANVISA alerta que há fatores que potencializam o


risco de transmissão do HIV. São eles:

www.certificadocursosonline.com
- material com sangue visível do paciente-fonte;

- procedimento que envolveu material diretamente introduzido


em veia ou artéria do paciente-fonte;

- ferimento profundo;

- paciente-fonte com doença avançada pelo HIV, pois


possuem maior carga viral.

Mesmo logo após a infecção por HIV, momento em que a


carga viral é menor, há o risco de transmissão. É mais provável a
contaminação por um corte profundo com mais sangue de paciente-
fonte de carga viral menor do que por um corte menor e menos
sangue de um paciente-fonte com carga viral maior.

Caso um profissional tenha sido exposto ao vírus HIV, ele


deve se submeter a exames de sorologia (estudo do soro do
sangue para verificar os anticorpos), de preferência em um prazo
de até duas horas depois do acidente. Esse exame deve ser
refeito em um mês, três meses e seis meses após o acidente.

Ele deve também tomar medicação antirretroviral, também


chamada de profilaxia antirretroviral, que é aquela que tenta
eliminar o vírus do organismo o mais rápido possível.

Profilaxia é o tratamento que se faz antes de os sintomas


aparecerem, visando eliminar a doença. Nesses casos, ela é
chamada de profilaxia pós-exposição, ou PEP.

Se não se tem certeza que o paciente-fonte é portador do


vírus HIV, deve ser feito exame para descobrir, se possível.
Caso o exame do paciente-fonte seja negativo, não é necessário
que o profissional de saúde inicie tratamento com medicamentos.

O Ministério da Saúde considera que esse tipo de exposição


deva ser tratado como emergência. Para tanto, lançou um
fluxograma com recomendações do que deve ser feito caso haja
perfuração ou corte no profissional:

www.certificadocursosonline.com
+ GRAVE: exposição à agulhas com lúmen/grosso calibre, lesão
profunda, sangue visível no dispositivo usado ou agulha usada
recentemente em artéria ou veia do paciente.

- GRAVE: exposição à lesão superficial, agulha sem lúmen.

PEQUENO VOLUME: exposição à poucas gotas de material


biológico de risco, curta duração.

GRANDE VOLUME: exposição à contato prolongado ou grande


quantidade de material biológico de risco.

Os medicamentos que os profissionais recomendados


somente por médicos.

Em casos de ferimento, algumas medidas emergenciais


devem ser tomadas, como recomenda o Ministério da Saúde:

- Quando o corte ou perfuração ocorrer na pele, deve-se lavar


imediatamente o local com água e sabão ou produto que
diminua a quantidade de micro-organismos. Não se deve aumentar
o corte, espremer o local do ferimento ou usar substâncias

www.certificadocursosonline.com
corrosivas, isso poderia machucar ainda mais e não oferecer
nenhum efeito positivo.

- Quando a lesão ocorrer na mucosa recomenda-se lavar


imediatamente e abundantemente o local com soro fisiológico.

- Caso haja necessidade, deve ser feito um curativo.

Hepatite B

A hepatite B é uma inflamação que acomete o fígado e pode


ser transmitida de quatro maneiras:

- relação sexual sem proteção;

- compartilhamento de seringas contaminadas ou


materiais que contenham sangue;

- transfusão de sangue e derivados;

- acidente ocupacional.

O período em que a hepatite B pode ser transmitida ocorre de


duas a três semanas antes dos primeiros sintomas. Quando a
doença está em sua fase aguda ou quando o portador está com a
doença em estado crônico, a hepatite B também pode ser
transmitida. Nem sempre a doença apresenta sintomas.

O vírus da hepatite B pode conter um marcador de replicação


viral, ou seja, que faz com que o vírus se reproduza, ou pode não
conter esse marcador.

O marcador de replicação viral é chamado de HBeAg e ele faz


com que o risco de infecção seja maior que 30%. Se no vírus da
hepatite houver os marcadores HBsAg positivo e anti-HBe positivo
significa que o vírus não se reproduz, nesses casos, o risco de
infecção é de, aproximadamente, 6%.

www.certificadocursosonline.com
O paciente que tem hepatite B possui partículas do vírus em
outros fluídos de seu corpo como na saliva, no suor, no sêmen, nas
fezes, na bile e em outros. Mas é no sangue que se encontra a
maior parte da carga viral.

Todo profissional de saúde, antes de iniciar sua atuação


profissional deve se vacinar contra hepatite B, pois o risco de
contrair a doença é dez vezes maior em relação à população geral.

Caso o profissional da área da saúde tenha sido exposto a


material com vírus da hepatite B, é recomendado que ele tome a
vacina contra hepatite B e ainda receba imunoglobina humana anti-
hepatite B, que vai agir no sistema imunológico, pois possui muitos
anticorpos retirados de plasmas de doadores.

De acordo com o Ministério da Saúde, a profilaxia para a


Hepatite B deve ser:

FONTE PROFISSIONAL CONDUTA


Vacinar*
HBsAg + ou desconhecido Não imune Fazer imunoglobina**
Acompanhar com sorologia
Não há necessidade de tratamento
HBsAg + ou desconhecido Imune
Confirmar imunidade (Anti-HBs >10U
Vacinar*
HBsAg - Não imune
Acompanhar com sorologia
Não há necessidade de tratamento
HBsAg - Imune
Confirmar imunidade (Anti-HBs >10U

O acompanhamento com a sorologia deve ser feito no


momento do acidente, três meses e seis meses depois do acidente.

Caso não tenha certeza que o paciente-fonte é portador de


hepatite B, deve ser feito exame para descobrir, se possível.

www.certificadocursosonline.com
Hepatite C

A hepatite C é também uma inflamação no fígado, porém um


pouco mais severa que a hepatite B, pois na maioria dos casos, a
doença se torna crônica, evoluindo para uma cirrose hepática ou
até mesmo câncer.

Não há vacina contra a hepatite C e suas formas de contágio


são:

- por transfusão de sangue e derivados;

- compartilhamento de seringas contaminadas ou


materiais que contenham sangue;

- relação sexual sem proteção (ocorre raramente).

A hepatite C pode não apresentar sintomas, assim como


ocorre com a hepatite B. O período de transmissão pode ocorrer
uma semana antes dos sintomas e durar até a fase aguda e crônica
da doença.

Segundo dados da ANVISA, o risco médio de


contaminação por hepatite C com materiais pérfuro-cortantes é de
1,8%, podendo variar entre 0% e 7%, dependendo do tamanho da
lesão no PAS ou da carga viral do paciente-fonte.

O PAS precisa fazer o acompanhamento com sorologia no


momento do acidente, três meses e seis meses depois do acidente.
Se não se tem certeza que o paciente-fonte é portador de hepatite
C, deve ser feito exame para descobrir, se possível.

Como não existe nenhuma forma eficaz de fazer a profilaxia


pós- exposição, a maneira mais eficaz para eliminar o risco de
infecção por hepatite C é a prevenção.

Sempre que houver acidente ocupacional com o


profissional de saúde, a instituição onde ele trabalha deve
comunicar o ocorrido. Para isso deve preencher uma Comunicação
de Acidente de Trabalho, CAT.

www.certificadocursosonline.com
O profissional deve preencher uma ficha do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação, SINAN, em duas vias e levá-
las, juntamente com o CAT, para a Unidade de Referência 24h para
os primeiros atendimentos de emergência.

Os estabelecimentos de saúde possuem essa ficha e


nela são preenchidas informações sobre o profissional e sobre o
acidente, ou seja, em que região do corpo, qual o material
orgânico de contato, que medicamentos tomou, além de outras
informações relevantes.

Caso o profissional não leve esses documentos, eles serão


emitidos na unidade em que será atendido. Lá deve haver um
técnico especializado em acidentes com material biológico, ou seja,
sangue, suor, fezes, urina, saliva, bile, ou outros.

A ANVISA recomenda algumas condutas que devem ser


tomadas pelos profissionais da área da saúde para evitar acidentes
com materiais biológicos. São elas:

- realizar o esquema completo da vacinação contra a Hepatite


tipo B (três doses);

- adotar as precauções padrão: utilizar sempre luvas,


óculos e avental, quando manipulação de sangue e secreções,
independentemente do diagnóstico do paciente;

- manter atenção durante a realização dos procedimentos;

- manipular, com cuidado, as agulhas e instrumentos


cortantes;

- não utilizar os dedos como anteparo durante a


realização de procedimentos que utilizem materiais pérfuro-
cortantes;

- não reencapar as agulhas e não entortá-las, quebrá-las ou


retirá-las da seringa com as mãos;

- seguir as recomendações para montagem e


preenchimento das caixas de pérfuro-cortantes;

www.certificadocursosonline.com
- desprezar todo material pérfuro-cortante, mesmo que estéril,
em recipientes adequados.

Além do contágio por meio de exposição a material biológico,


existem doenças que os profissionais podem contrair por outros
meios. Esses meios podem ser a via aérea, contato direto com
lesões ou com roupas e roupas de cama, e por gotículas expelidas
na tosse, no espirro ou ao falar.

As doenças que podem ser contraídas por via aérea são


tuberculose, sarampo e varicela, por exemplo. A escabiose e
também a varicela podem ser transmitidas por meio de contato com
as lesões ou com as roupas ou roupas de cama do paciente. A
rubéola, a meningite por meningococos e a síndrome aguda
respiratória grave são exemplos de doenças transmitidas por
gotículas.

Vejamos alguns exemplos:

Tuberculose

A tuberculose é uma doença que acomete os pulmões e é


causada pelo bacilo de Koch. A doença também pode se espalhar
pelo corpo por meio do sistema linfático e da corrente sanguínea.

A transmissão da tuberculose ocorre quando uma pessoa


doente espirra, tosse, fala ou mesmo respira e libera gotículas
contaminadas. As maiores e mais pesadas caem no chão,
enquanto as pequenas ficam pairando pelo ar.

Quando uma pessoa respira, essas partículas menores que


ficam no ar entram em seu organismo. Nos hospitais, onde há
grande número de pacientes doentes ou onde há muitos pacientes
com o vírus HIV, há maiores chances de contrair tuberculose.

Os profissionais que têm maiores chances de contrair essa


doença são aqueles que realizam ou ajudam em necropsias, os que

www.certificadocursosonline.com
trabalham em salas de broncoscopia ou inaloterapia, locais em que
há muita tosse e os que atendem pacientes com sintomas de
doenças respiratórias sem a devida proteção.

Para controlar a tuberculose em EAS, são tomadas


medidas de controle classificadas em medidas administrativas,
medidas de controle ambiental e medidas de proteção individual.

As medidas administrativas são consideradas as mais


importantes. Elas têm o objetivo de detectar precocemente os
pacientes com suspeita de tuberculose, realizar rapidamente o
diagnóstico e iniciar o tratamento, e estabelecer medidas para
evitar a transmissão da doença.

Avaliar e acompanhar os profissionais da área da saúde,


PAS, também é uma medida administrativa. Todos os profissionais
devem ter ciência de como a tuberculose pode ser transmitida,
evitada, controlada, isolada e devem saber, ainda, como se prevenir
para não serem infectados.

Antes de iniciar as atividades profissionais, os PAS


passam por alguns testes e, se necessário, tomam a vacina BCG.

Os funcionários que têm maior risco de contrair a doença


devem se submeter a um teste anual. Se houver suspeita de
tuberculose ou diagnóstico confirmado, o PAS é afastado de suas
atividades até que seja tratado e não haja mais o risco de
transmissão.

As medidas de controle ambiental incluem a instalação de


filtros ou irradiação de raios ultravioleta para remover as partículas
infectantes que ficam no ar e também fazer um controle de
ventilação com pressão negativa e controle de trocas de ar.

Se os hospitais não possuírem esses sistemas, devem ao


menos ter um local separado para tratar os pacientes com
tuberculose.

As medidas de proteção individual são as que os PAS devem


adotar no contato com os pacientes. Eles devem usar máscara
com proteção facial filtro 2, ou PFF2, que filtram partículas

www.certificadocursosonline.com
muito pequenas sempre que estiverem em contato com pacientes
com tuberculose ou em locais que os pacientes estejam tossindo.

As máscaras comuns não os protegem contra doenças


transmitidas pelo ar, mas os pacientes com tuberculose podem
usá-las quando precisarem sair da área de isolamento.

Escabiose

A escabiose é uma doença causada por um tipo de ácaro que


vai causar lesões na pele para depositar seus ovos. Os locais mais
atingidos são os punhos, as axilas, entre os dedos, abaixo do
umbigo, entre as nádegas, e nos órgão genitais masculinos.
Crianças e idosos podem ter escabiose no couro cabeludo, nas
palmas das mãos e nas plantas dos pés.

Há outra forma de escabiose, que é a crostosa. Essa


forma da doença é mais comum em idosos e em pacientes
que tem o sistema imunológico alterado. Na escabiose crostosa
há muito mais ácaros e sua transmissão é maior.

Os profissionais de saúde devem sempre lavar as mãos se


tiverem contato com pacientes com escabiose. As roupas de cama,
os objetos e a mobília do quarto do paciente também são fonte de
transmissão.

Os PAS que contraírem escabiose devem lavar suas roupas,


toalhas e roupas de cama separadas das roupas dos familiares e
usar sempre ferro quente. Eles só devem voltar ao trabalho depois
de iniciar o tratamento contra escabiose.

Além das doenças apresentadas, existem diversas outras que


podem acometer os profissionais de saúde. Por isso é sempre
necessário que tenham cuidado e usem técnicas de prevenção
adequadas.

É importante que os profissionais sejam bem treinados e


tenham o conhecimento sobre as diversas doenças e os riscos a
que estão expostos. Se cuidarem bem de sua saúde, evitarão
contaminar outros pacientes, colegas e seus familiares.

www.certificadocursosonline.com
Imunização dos profissionais de saúde

Imunizar, nesse caso, significa prevenir os profissionais de


saúde de alguma doença infecciosa. Como vimos, eles têm
grande contato com doenças e, por isso, tem mais chances de
contraí-las do que o restante da população.

A imunização vai conferir ao profissional da área de


saúde uma proteção a ele mesmo e às pessoas com quem ele tem
contato, além de interromper a disseminação de doenças e de
surtos hospitalares.

Os surtos, ou epidemias, são um aumento significativo e


fora do comum de alguma doença. As medidas de prevenção
e controle dos profissionais podem contribuir muito para acabar
com eles.

A imunização pode ser feita de forma ativa, por meio de


vacinas que oferecem proteção por muito tempo, ou de forma
passiva, por meio de imunoglobinas que vão oferecer uma proteção
de curto prazo.

Dependendo da área de atuação do profissional e do local em


que trabalha, a imunização é feita. O PAS deve ser imunizado em
relação às doenças que tiver maior contato.

Quando um profissional vai iniciar seu trabalho na área da


saúde, sua ficha profissional deve conter informações sobre suas
vacinas. Normalmente é pedida uma cópia da carteirinha de
vacinação.

Se alguma vacina não foi aplicada, ou estiver no


momento de reaplicar, esse profissional precisa tomá-las antes de
iniciar seu trabalho para que dê tempo de estar imune antes de ter
contato com pacientes, evitando, assim, contaminar e ser
contaminado.

www.certificadocursosonline.com
Caso o PAS vá trabalhar com algum tipo específico de
doença, as vacinas podem ser reforçadas com outros
medicamentos como as imunoglobinas.

A ANVISA disponibiliza um quadro de vacinas recomendadas


aos profissionais que iniciarão suas atividades. É muito importante
lembrar que esse é um quadro demonstrativo, as vacinas devem
ser solicitadas sempre por médicos de acordo com a necessidade.

A imunização é extremamente importante para os


profissionais de saúde. Esse é um assunto que merece total
atenção e não deve ser ignorado ou protelado. O trabalho na
área de saúde é de grande responsabilidade e lida com vidas,
inclusive a do próprio profissional.

Os resíduos dos estabelecimentos de saúde

Os estabelecimentos de saúde geram um lixo muito mais


perigoso do que o lixo gerado pelo restante da população. Lá há
materiais cortantes, resíduos de material orgânico, remédios,
seringas usadas, ampolas de vidro quebradas, entre outros dejetos.

O correto descarte desse tipo de lixo pode evitar a


contaminação dos próprios profissionais da saúde, da população
geral e preservar o meio ambiente.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente, o CONAMA, lançou


em 5 de agosto de 1993 a Resolução nº 5, que trata do correto
gerenciamento de lixo gerado nos portos, aeroportos, terminais
ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde.

Mais tarde, algumas disposições dessa Resolução foram


revogadas pela Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005, acerca
do lixo produzido em estabelecimentos de saúde.

www.certificadocursosonline.com
Na Resolução nº 358 os resíduos produzidos pelos
estabelecimentos de saúde são classificados em cinco grupos: A, B,
C, D e E.

No grupo A se enquadram os “resíduos com a possível


presença de agentes biológicos que, por suas características de
maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção”.

No grupo B estão os “resíduos contendo substâncias químicas


que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente,
dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade”.

No grupo C estão “quaisquer materiais resultantes de


atividades humanas que contenham radionuclídeos em
quantidades superiores aos limites de eliminação especificados
nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e
para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista”.

No grupo D estão os “resíduos que não apresentem risco


biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares”.

E do grupo E fazem parte os “materiais pérfuro-cortantes


ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes,
ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas
diamantadas, lâminas de lamínulas; espátulas; e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de
coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares”.

Esses são os tipos de resíduos que um estabelecimento de


saúde pode produzir. A fim de prevenir e reduzir os riscos que esse
lixo pode oferecer à saúde e ao meio ambiente, existe, além da
Resolução 358 do CONAMA, a Resolução da ANVISA nº 33 de 25
de fevereiro de 2003.

Essas duas Resoluções abordam o Plano de


Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, PGRSS,
que seria “um conjunto de procedimentos de gestão, planejados
e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas

www.certificadocursosonline.com
e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e
proporcionar aos residuos gerados, um encaminhamento seguro,
de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a
preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio
ambiente”, como mostra o capítulo III da Resolução nº 33.

Os dirigentes dos estabelecimentos de saúde devem elaborar


seu PGRSS baseado no tipo e na quantidade de lixo produzido e
nos recursos que possuem para isso.

O PGRSS é composto por etapas que devem ser seguidas


por todos os EAS. A primeira etapa consiste na segregação, que é
a separação por tipo de resíduo, logo quando ele é gerado, ou seja,
agulhas devem ser jogadas no recipiente para o Grupo E no
momento em que são descartadas. Não se deve jogar todo tipo de
lixo em um único recipiente para depois separar.

Depois da segregação, faz-se o acondicionamento, que é


colocar os resíduos em embalagens adequadas para que não
furem, rasguem ou vazem. Cada tipo de lixo tem uma embalagem
apropriada.

O próximo passo é a identificação para que o tipo de resíduo


seja identificado para correto manejo e transporte. A identificação
deve estar visível nos recipientes de coleta, transporte e
armazenamento com símbolos de risco descritos pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, Norma Brasileira
Regulamentadora, NBR, 7.500 - Símbolos de Risco e Manuseio
para o Transporte e Armazenamento de Materiais.

www.certificadocursosonline.com
Veja alguns exemplos desses símbolos:

www.certificadocursosonline.com
Depois da identificação vem a etapa do transporte interno que
é o caminho que o lixo faz do local de onde foi gerado até
onde ficará aguardando a coleta externa.

Esse trajeto não deve ser feito no mesmo horário que a


entrega de roupas de cama, roupas ou alimentos e deve sempre ser
feito em sentido único. Os sacos ou recipientes para o
transporte interno devem ser apropriados para cada tipo de lixo.

O armazenamento temporário é feito para agilizar a


coleta nos estabelecimentos de saúde. Os resíduos ficam
separados aguardando para serem levados. Os sacos ou
recipientes não devem entrar em contato direto com o piso.

O tratamento é a fase em que o lixo sofre modificação para


que diminuam os riscos de contaminação durante o transporte. Ele
pode ser realizado no próprio estabelecimento de saúde ou em
outro local.

No armazenamento externo os recipientes contendo resíduos


vão para um local onde é fácil o acesso aos caminhões coletores.
Lá eles vão aguardar a coleta e transporte externos, etapa em que
os resíduos vão para unidade de tratamento. A coleta e o transporte
devem estar dentro das normas de limpeza urbana.

Por fim, na destinação final, o lixo vai para local


apropriado e preparado para sua recepção. Lá, cada tipo de lixo
será tratado de maneira adequada.

Os profissionais que fazem o transporte e coleta também


devem ter cuidados e usar sempre as vestimentas apropriadas
para proteger sua saúde. Eles devem usar luvas, máscaras, botas,
óculos, avental e uniforme que atendam as normas do Ministério do
Trabalho.

Caso a roupa do profissional tenha entrado em contato com


sangue ou outro material biológico, ela deve ser substituída
imediatamente. Todos os itens da vestimenta desses
profissionaisdevem ser lavados e desinfetados diariamente

www.certificadocursosonline.com
Todo esse processo de cuidado com o lixo visa reduzir ou
cessar iscos de contaminação de pessoas ou mesmo do meio
ambiente, quando entra em contato com solo ou com a água. Ele
também é importante para reduzir o número de lixo nos aterros,
visto que os resíduos serão tratados para isso.

A história e as leis que regem o controle de infecção

A preocupação com as infecções relacionadas à assistência à


saúde, as IrAS, existe no Brasil há um tempo relativamente
curto. Ocorreu especialmente na década de 1970 após grande
desenvolvimento da industrialização do Brasil e relatos de
surtos de doenças causadas por micro-organismos resistentes à
penicilina, um grande antimicrobiano, em países onde a tecnologia
médica era avançada.

Foi então que medidas de higiene mais elaboradas foram


tomadas em relação às doenças causadas pelo lixo ou por via
aérea e aos riscos de infecção em procedimentos médicos
invasivos. Para isso, eram usadas técnicas de assepsia e
limpeza que antes não eram praticadas.

Em 19 de janeiro de 1976, o Ministério da Saúde lançou o


Decreto nº 77.052 que trata das questões sanitárias dos
estabelecimentos ou ocupações que tenham relação com a saúde.

Os órgãos fiscalizadores deveriam verificar se os profissionais


ou as instituições possuíam condições para funcionar sem por em
risco a saúde das pessoas tratadas, dos funcionários e de outras
pessoas próximas.

Caso não estivessem de acordo com o estabelecido no


Decreto, poderiam receber multa e outras penalidades legais. A Lei
Federal nº 6.437 de 20 de agosto de 1977 coloca as
penalidades às instituições que descumprirem as normas da
legislação sanitária, ou seja, aponta quais penalidades as
instituições ou profissionais deverão sofrer, caso não obedeçam
as regras de higiene nos estabelecimentos de saúde.

www.certificadocursosonline.com
Mais adiante, no ano de 1983, o Ministério da Saúde,
juntamente com membros do Ministério da Educação e Previdência
Social, instituiu a Portaria 196 que afirmava que todos os hospitais
deveriam constituir uma Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar.

Essa medida era mais específica para controlar as


infecções hospitalares, já que as anteriores mencionavam a
importância da higiene na prevenção de doenças.

Depois dessa portaria, os hospitais começaram a constituir as


CCIH, o que foi realmente um passo muito grande no controle das
infecções.

Em 1984, o mesmo grupo que criou a Portaria 196, foi


responsável por organizar um curso, com financiamento da
Organização Panamericana de Saúde. Esse curso serviu de
base para o Curso de Introdução ao Controle das Infecções
Hospitalares.

A partir daí, a preocupação maior não foi somente com as


condições de higiene dos estabelecimentos de saúde, mas também
com as infecções hospitalares efetivamente.

Por isso, o Ministério da Saúde, em vez de partir para uma


postura fiscalizadora das instituições de assistência à saúde,
preferiu focar na capacitação de pessoas para lidar com as
infecções.

O assunto ganhou maior notoriedade quando o então


presidente brasileiro Tancredo Neves, que sofria de uma infecção
intestinal, faleceu antes de assumir a presidência. Depois do
incidente, a atenção para as infecções ganhou ainda mais força.

Vários projetos foram sendo implantados a fim de que


todos os hospitais se preocupassem com as infecções. Mas,
infelizmente, em 1993 apenas 10% dos hospitais brasileiros
possuíam uma CCIH constituída.

Foi com a Lei Federal nº 9.431 de 06 de janeiro de 1997 que


veio a obrigatoriedade dos hospitais de constituírem uma CCIH e

www.certificadocursosonline.com
um PCIH. Com isso, as instituições precisaram se adequar às
novas exigências para não sofrerem penalidades.

Atualmente a Portaria que está em vigor é a nº 2.616 de 12 de


maio de 1998. Ela é bastante específica sobre o controle de IrAS
trazendo até mesmo recomendações para a prevenção de
infecções.

O órgão responsável por cuidar de questões relacionadas às


IrAS era o Ministério da Saúde. Em 26 de janeiro de 1999, pela Lei
nº 9.782, foi criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, na
época chamada de ANVS, hoje conhecida como ANVISA.

A finalidade da ANVISA é: “promover a proteção da


população por intermédio do controle sanitário da produção e da
comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância
sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e
das tecnologias a eles relacionados”.

No mesmo ano, 1999, a ANVISA passou a se responsabilizar


pelo Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar,
que são ações voltadas para a prevenção e o controle de IrAS no
Brasil. Nesse Programa estão incluídas a formação de uma CCIH e
a execução de um PCIH nos hospitais.

A divisão da ANVISA que atualmente cuida do Programa


Nacional de Controle de Infecção Hospitalar é a Gerência de
Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos,
GIPEA.

São atribuições do GIPEA:

“- promover e propor normas de procedimentos para o


controle de infecções e eventos adversos em serviços de saúde,
visando orientar e disciplinar o funcionamento das instituições da
rede pública e privada em todo o território nacional;

www.certificadocursosonline.com
- divulgar e disseminar informações e publicações
relativas ao controle de infecções e iatrogenias em serviços de
saúde;

- elaborar, padronizar indicadores e monitorar as


infecções e os eventos adversos em serviços de saúde;

- investigar a ocorrência de eventos adversos em serviços de


saúde;

- desenvolver atividades com os órgãos afins de


administração federal, estadual, distrital e municipal – inclusive os
de defesa do consumidor, com o objetivo de exercer o efetivo
cumprimento da legislação.”

Todas essas ações mostram que há uma séria


preocupação com o assunto, afinal, ele é de extrema importância
para toda a população, não só para os que trabalham na área da
saúde.

Cuidados com os instrumentos

Certamente, evitar as infecções é a melhor forma de controlar


esse grave problema de saúde pública. O profissional dessa
área deve se conscientizar que ele tem grande responsabilidade
nessa tarefa.

Uma de suas principais atitudes, juntamente com a higiene


pessoal, é a limpeza, esterilização e desinfecção dos artigos e
instrumentos usados em procedimentos.

Eles representam grande fonte de transmissão de micro-


organismos causadores de infecções e os profissionais não devem
ignorar esse fato.

Dentre várias classificações, a que nos interessa é


aquela que classifica esses materiais de acordo com o maior
ou menor risco de transmissão de doenças.

www.certificadocursosonline.com
Vejamos:

- Artigos críticos: são os instrumentos usados em


procedimentos invasivos na pele e mucosas, nos tecidos que ficam
debaixo da pele e aqueles que entram em contato com sangue e
seus derivados. Esse tipo de artigo requer esterilização. Exemplos
de artigos críticos são cateteres que ficam nas veias ou artérias,
agulhas no geral, bisturis, entre outros.

- Artigos semicríticos: são aqueles que têm contato com a


pele não íntegra (com cortes ou machucados), mas que não
ultrapassam suas camadas, ou que têm contato com mucosas
em procedimentos não invasivos.

Esses artigos requerem esterilização ou desinfecção de médio


ou alto nível, dependendo do contato com a pele. Exemplos são:
equipamentos respiratórios, aparelhos usados em exames
ginecológicos, sonda nasogástrica entre outros.

- Artigos não-críticos: são os equipamentos que entram em


contato com a pele íntegra (sem machucados ou cortes) ou mesmo
aqueles que não entram em contato com o paciente.

Eles requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou


médio nível, dependendo do tipo de contato com a pele.
Exemplos: termômetros, estetoscópios, bacias para banho, roupas
de cama, e outros.

Cada tipo de artigo requer um tratamento específico que vai


ajudar na prevenção das infecções. É importante que esse
tratamento feito antes de sua reutilização seja realizado de forma
responsável.

Vamos conhecer os procedimentos pelos quais podem passar


esses artigos:

- Limpeza: a limpeza é o procedimento que remove as


sujeiras e os detritos dos materiais para reduzir o número de micro-
organismos presentes ali. Todos os artigos devem passar pela
limpeza antes de passarem por outros procedimentos de higiene.

www.certificadocursosonline.com
Se um artigo é enviado, por exemplo, para a esterilização sem
antes ser limpo, o processo pode demorar mais do que o usual e o
artigo não ser esterilizado adequadamente.

- Descontaminação: inicialmente, vale esclarecer que


descontaminar não é desinfetar. A descontaminação é usada para
reduzir o número de micro-organismos presente nos materiais.

Ela pode ser feita com alguns produtos adequados para isso e
faz com que os instrumentos ofereçam menor risco aos
profissionais de saúde.

Importante ressaltar que o termo descontaminação, não


é mais utilizado pela maioria das instituições, uma vez que
passaram a utilizar os termos Limpeza e Desinfecção, porém, não
podemos deixar de citá-lo em razão de sua utilização ainda nos
meios literários, ou seja, caso realize uma pesquisa com autores
da área de infecção hospitalar, verá o termo descontaminação
e não limpeza.

- Desinfecção: esse processo elimina alguns tipos de


micro- organismos que estão em sua forma vegetativa, ou seja,
quando estão respirando, se multiplicando e se alimentando.

A outra forma que um micro-organismo pode assumir é a


esporulada, ou seja, eles reduzem suas atividades metabólicas
(respiração, alimentação, multiplicação e outras) e mudam sua
forma para garantir sua sobrevivência. Quando chegar o momento
propício, esses micro-organismos podem voltar a sua forma
vegetativa.

A desinfecção de alto nível pode até mesmo eliminar alguns


micro-organismos em forma esporulada, mas não há garantias
disso. Esse tipo de desinfecção é mais indicado para os artigos
semicríticos.

A desinfecção de nível médio não age sobre micro-


organismos em forma esporulada, mas tem efeitos sobre vírus e
todas as bactérias em sua forma vegetativa.

www.certificadocursosonline.com
Já a desinfecção de baixo nível elimina a maioria das
bactérias em forma vegetativa, mas age de forma pouco eficaz
sobre vírus e fungos e não tem nenhuma ação sobre bactérias em
forma esporulada.

Cada tipo de desinfecção usa um produto químico mais


apropriado para tal finalidade. É importante levar em conta o
material de que é feito o artigo para que não seja corroído.

- Esterilização: esterilizar não é simplesmente destruir ou


eliminar os micro-organismos nocivos de um instrumento. A
esterilização ocorre quando os micro-organismos são atingidos
de forma a não voltarem às suas atividades, ou que essa
probabilidade seja a mínima possível.

Podem ser usados diversos métodos de esterilização como


calor, calor com vapor, radiação, filtração ou algum produto
químico. Para cada instrumento, recomenda-se uma forma de
esterilização.

É importante realizar alguns testes para verificar se a


esterilização funcionou ou não. Para isso, existem produtos
químicos que podem ser aplicados nos instrumentos.

- Antissepsia: os produtos antissépticos são aqueles


aplicados na pele ou nas mucosas que não causam alergia e
servem para matar os micro-organismos ou para inibir sua
reprodução.

Em nossa pele e mucosas há, naturalmente, dois tipos de


micro- organismos que podem ser classificados em flora
residente e flora transitória.

A flora residente são os micro-organismos que fazem parte de


nosso corpo e que vivem nas camadas mais profundas da pele, nas
glândulas sebáceas, nos folículos pilosos e outros locais.

A flora transitória compreende os micro-organismos presentes


no ambiente que migram para a pele temporariamente, mas são
facilmente removidos com água e sabão. Entretanto, quando esses

www.certificadocursosonline.com
seres se encontram em ambiente hospitalar eles podem se tornar
nocivos.

Alguns exemplos de produtos antissépticos são álcool etílico,


álcool isopropílico, soluções iodadas, entre outros.

Depois de feito o procedimento adequado para cada


material, é necessário que ele seja bem seco e guardado em local
onde não haverá novas contaminações antes de seu uso. São
usadas, para isso, embalagens especiais que não permitem que
o instrumento tenha contato com o ambiente.

Todos os estabelecimentos de saúde devem possuir meios de


limpar, desinfetar ou esterilizar seus instrumentos. Há hospitais
com ambientes apropriados para essa função, mas há outros
estabelecimentos que enviam seus produtos para empresas que
realizam esse trabalho.

A limpeza do ambiente
O ambiente dos estabelecimentos de saúde mantém contato
com muitas pessoas doentes e há grande rotatividade de
funcionários. Além disso, como em qualquer outro ambiente, há
poeira e sujeira nos móveis, nas paredes e no chão.

As áreas que ficam úmidas, sujas e empoeiradas são as que


há a maior concentração de micro-organismos. Por isso é
necessário um cuidado redobrado com a limpeza dos
estabelecimentos de saúde.

Assim como é feito com os instrumentos, o ambiente também


pode passar por limpeza, desinfecção e descontaminação.

A varredura seca com a vassoura é proibida, por levantar


poeira e bactérias depositadas no piso. Na varredura úmida, que
tem como objetivo remover o pó e possíveis detritos soltos no chão
é realizado fazendo uso de pano úmido e rodo mais o auxílio de
uma pá, onde jamais se deve levar o resíduo até a porta de entrada.

www.certificadocursosonline.com
A desinfecção é feita com algum produto químico usado para
destruir os micro-organismos em sua forma vegetativa. E a
descontaminação elimina total ou parcialmente os micro-
organismos, tornando uma superfície segura para manuseio.

As superfícies que contiverem matéria orgânica como sangue,


suor, saliva, entre outros, devem passar por desinfecção e/ou
descontaminação, seguidas de uma limpeza. Caso contrário,
somente uma limpeza é suficiente.

Existe uma técnica conhecida como “técnica dos dois


baldes” sugerida pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana da
Cidade do Rio de Janeiro em seu Manual de higienização de
estabelecimentos de saúde e gestão de seus resíduos. Essa
técnica pode ser usada para desinfecção, descontaminação,
limpeza e varredura úmida.

Como o nome da técnica diz, são necessários dois


baldes, mas devem ser de cores diferentes para não confundir.
Nos processos de desinfecção e descontaminação, deve-se
colocar o mesmo produto nos dois baldes.

Nos processos de limpeza, em um balde haverá produto e no


outro, água limpa. E nos processos de varredura úmida, haverá
somente água limpa nos baldes. Os panos ou esfregões usados
devem ser exclusivamente para essa finalidade.

A varredura úmida é escolhida nos estabelecimentos de


saúde para que poeira e micro-organismos não sejam lançados ao
ar. Para fazê-la, usa- se um rodo ou vassoura acompanhada de um
pano úmido ou um esfregão.

Nos dois baldes haverá água limpa, sendo que um deles é


usado apenas para molhar os panos e o outro é usado para
enxaguá-los. A varredura úmida deve começar de dentro para fora
dos recintos, o que significa começar da área mais limpa para a
área mais suja.

Os resíduos devem ser recolhidos com uma pá sempre


que necessário. Não se deve carregá-los por mais de 3 metros. Não

www.certificadocursosonline.com
leve os resíduos até a porta ou corredor, recolha-os e deposite-os
em um saco de lixo adequado.

A limpeza úmida dos pisos serve para limpar o chão dos


recintos e é feita com um pano úmido. Em um dos baldes
deve haver água com detergente neutro e no outro, água limpa.

O pano ou esfregão deve ser mergulhado na solução de água


com detergente e passado no chão sempre em movimentos retos e
firmes para que a sujeira e os micro-organismos sejam carregados.
Se forem feitos movimentos circulares ou de vai-e-vem, a sujeira
permanecerá no local.

Sempre que necessário, enxague o pano ou esfregão na água


limpa e depois o mergulhe novamente na água com detergente.
Quando a solução ou a água dos baldes estiver suja, elas devem
ser trocadas.

Ao final da limpeza, o chão deve ser enxaguado e seco. Os


baldes devem ser desinfetados e os panos devem ser lavados e
desinfetados. Cada área do EAS deve ter seus próprios panos,
ou seja, áreas críticas, semicríticas e não-críticas.

A lavagem é um procedimento que tem o objetivo de remover


a sujeira acumulada. Para isso, são usadas máquinas que esfregam
o chão. Para realizar a lavagem, antes é preciso fazer uma
varredura úmida para remover os maiores detritos. Depois, é
despejada no chão uma solução de água com detergente neutro.

As máquinas esfregam o chão, fazendo alguma espuma. Ao


final, o recinto é enxaguado com água limpa que será puxada com
um rodo e pano. O pano deve ser enxaguado também em água
limpa.

Caso o estabelecimento de saúde não possua máquinas


para esfregar o chão, podem ser usadas vassouras próprias para tal
finalidade.

É preciso tomar cuidado para que a água não vá para os


locais que não estão sendo lavados. Os funcionários devem estar

www.certificadocursosonline.com
usando botas, luvas e avental. Se for necessário, a operação deve
ser repetida. Feito isso, o chão deve ser bem seco.

Nos recintos onde ocorrem procedimentos, existem regras a


serem cumpridas. Nas salas de necropsia a limpeza é feita com o
recolhimento dos resíduos de forma adequada seguida de
varredura úmida.

Nos dois baldes haverá uma solução desinfetante específica


para limpeza. Um dos baldes serve para mergulhar o pano antes de
limpar e o outro para enxaguá-lo.

A mesa de necropsia e todos os locais contaminados devem


ser limpos com o pano em movimentos também retos e firmes,
sempre na direção de fora da mesa, nunca para o centro.

Nas salas de cirurgia, os primeiros procedimentos –


recolhimento de resíduos e varredura úmida – devem ser feitos.
A seguir, com solução desinfetante nos dois baldes, deve-se
limpar todo local em que houver material orgânico antes de seu
ressecamento.

Nas Unidades de Terapia Intensiva, UTI, Centro de Terapia


Intensiva, CTI ou nos Centros de Tratamento de Queimados, CTQ,
a limpeza deve ser feita cuidadosamente, devido à gravidade dos
pacientes. Ela deve ser feita sempre que possível e quando um
paciente desocupar um quarto.

Os colchões de leitos e berços devem ser desinfetados com


três fricções de álcool 70%. Não se esquecer de limpar as macas,
inclusive suas rodas.

As vidrarias usadas em laboratórios devem, depois de


usadas, ser colocadas destampadas em um balde contendo
solução de hipoclorito de sódio a 1%. Quando o balde estiver cheio,
ou for necessário usar algum material lá imerso, o balde é levado
para o local da lavagem.

Lá a solução de hipoclorito de sódio a 1% deve ser trocada e


os materiais ficarão mergulhados por mais 30 minutos. Todas
as vidrarias devem estar cobertas pela solução.

www.certificadocursosonline.com
Passado esse tempo, esses instrumentos serão colocados em
outro balde contendo uma solução de detergente neutro. Cada
instrumento deve ser lavado com esponja específica e enxaguado
abundantemente em água corrente.

A secagem deve ser feita naturalmente e nunca com um


pano. É possível que algumas vidrarias de laboratório
necessitem passar por esterilização.

Essas medidas de higiene auxiliam na prevenção e no


controle das infecções relacionadas à assistência à saúde. Elas não
devem ser ignoradas e precisam ser feitas com todas as etapas.

Todos os funcionarios dos estabelecimentos de saúde são


responsáveis por controlar e diminuir os riscos de
contaminação nos estabelecimentos de saúde.

Medidas preventivas de infecção relacionada à


assistência à saúde

Muitas infecções são de difícil tratamento, portanto,


quanto mais medidas de prevenção forem adotadas, melhor será o
controle. Existem regras padrões para prevenir as infecções,
mas há também regras específicas para cada infecção.

As regras padrões são a higiene do local, do profissional de


saúde e dos instrumentos usados em procedimentos. As
específicas variam de acordo com o tipo de infecção.

Os cuidados básicos que todo profissional da área de saúde


deve ter é lavar sempre as mãos de forma rigorosa, usar luvas
adequadas, óculos de proteção, máscaras apropriadas, avental e
outras peças que garantam a higiene e a segurança tanto da equipe
do hospital, quanto dos pacientes.

Há infecções que podem ser evitadas simplesmente com os


cuidados básicos de higiene. Entretanto, há outras que
precisam de cuidados específicos.

www.certificadocursosonline.com
As infecções do trato urinário causadas pelo uso de cateter
vesical requerem alguns cuidados especiais como:

- usar, de preferência, o dreno fechado, que é aquele que não


há entrada de ar ou outras aberturas pelas quais podem
migrar micro- organismos;

- lavar as mãos antes e depois de lidar com o cateter. Mesmo


com as mãos limpas, devem-se usar luvas nesse procedimento;

- a válvula do cateter deve ser, de preferência, antirrefluxo


para evitar que a urina volte para o organismo do paciente;

- não deixar que a bolsa que armazena a urina entre em


contato com o chão, pois micro-organismos podem ter acesso ao
cateter se isso ocorrer;

- o cateter só deve ser usado quando estritamente necessário


e sua troca não deve ser adiada. Quanto menos tempo o paciente
permanecer com o cateter, menores são os riscos de adquirir
infecção. Uma alternativa para alguns casos é o uso de fraldas e
condons (esse último para homens) para coletar a urina, em vez de
usar cateter vesical;

- o cateter só deve ser colocado por profissional treinado para


tal;

Para evitar infecções do trato urinário, a informação


sobre os cateteres vesicais são de extrema importância. Eles não
devem ser usados indiscriminadamente.

Nas infecções que ocorrem nas salas de cirurgia, os cuidados


com a limpeza do ambiente e a esterilização dos instrumentos são
imprescindíveis. Nesses casos, a higiene adequada, aliada a outros
fatores, pode prevenir uma ISC.

Em algumas cirurgias, há a necessidade de retirar os pelos do


corpo do paciente. Se isso for feito com lâmina, ela deve ser
descartada logo em seguida de seu uso. Os drenos utilizados em

www.certificadocursosonline.com
cirurgia só podem ser mantidos no paciente por quatro dias, de
acordo com a ANVISA.

É recomendado ao paciente que pare de fumar pelo menos 30


dias antes da cirurgia. O cigarro pode prejudicar a circulação
sanguínea. Na noite anterior à cirurgia, se possível, o paciente deve
usar sabonete antisséptico no banho.

As portas das salas de cirurgia devem permanecer


fechadas. Somente pessoas autorizadas e devidamente vestidas e
higienizadas podem entrar nas salas. Quanto menos pessoas na
sala, melhor.

Todos os cirurgiões devem utilizar dois aventais estéreis e


máscara tipo N95, que tem um filtro mais rigoroso. As luvas devem
ser trocadas a cada hora.

As salas de cirurgia devem ser limpas com muito cuidado e


com produtos adequados para sua desinfecção e descontaminação.
As cirurgias infectadas devem ter uma sala reservada somente para
elas.

Na prevenção da pneumonia hospitalar, além dos cuidados


básicos de lavar as mãos e usar luvas e vestimentas adequadas,
deve-se também ter outros cuidados.

A equipe médica precisa verificar com frequência a posição da


sonda nasoenteral, aquela que vai do nariz a garganta e antes de
manipular as sondas que passam pela garganta, é necessário
aspirar as secreções que ficam próximas à glote. Isso é importante
para que as secreções não se direcionem aos pulmões.

A cada paciente especialmente os entubados, deve ser


levemente inclinada para diminuir as chances de aspiração de
conteúdo gástrico. Também para evitar que isso aconteça, as
aspirações devem ser feitas com cautela e somente quando
necessário.

Os tubos e respiradores devem ser trocados periodicamente e


serem esterilizados antes de sua reutilização. Se houver
nebulizadores ou umidificadores no quarto, a água usada para

www.certificadocursosonline.com
gerar vapor deve ser destilada. Quando houver necessidade de
encher o reservatório com mais água, o líquido que sobra deve ser
desprezado.

O reservatório deve ser trocado a cada 24 horas por outro


desinfetado ou esterilizado. A água ou medicamento usado em
nebulizadores ou umidificadores deve ser manuseado com higiene,
usando luvas e com as mãos lavadas.

No caso das infecções por conta de acesso vascular, é


necessário observar se os cateteres inseridos no paciente não
estão infeccionados. Eles devem ser trocados periodicamente e o
profissional deve usar luvas e estar com as mãos devidamente
lavadas.

Os curativos dos cateteres devem ser trocados a cada 48


horas, com solução antisséptica, se estiverem secos e limpos. Caso
ele suje ou molhe, deve ser trocado imediatamente, pois os
micro-organismos estão mais presentes em locais úmidos e sujos.

Importante ressaltar ainda que este tempo de troca dos


curativos, pode ser alterado conforme protocolos estabelecidos pela
própria instituição de saúde.

Já os cateteres venosos centrais precisam ter seus curativos


trocados diariamente após o banho, aplicando, com uma gaze, um
produto antisséptico no local.

Para evitar infecção nos pacientes queimados, algumas


medidas podem ser tomadas, como evitar o contato entre
pacientes, usar medicamento antimicrobiano sobre a queimadura,
remover as escaras que se formam antes que elas se soltem
para realizar a enxertia, ou seja, preencher o local novamente,
entre outras ações.

Nos berçários, deve haver higienização com frequência. Não


se deve, nunca, deixar flores, sejam naturais ou artificiais, nesses
locais, pois elas acumulam poeira e umidade.

www.certificadocursosonline.com
O recém-nascido deve ter um cuidado especial em seu
umbigo, pois ali há grande quantidade de micro-organismos. O local
deve ser limpo com álcool 70%.

Bactéria super-resistente

Para prevenção de infecções, ou por razões


desnecessárias, não devem ser administrados, com frequência,
medicamentos antimicrobianos. As bactérias começam a ficar
resistentes aos medicamentos e eles passam a não ter mais efeito
sobre elas.

Esse tipo de medicamento só deve ser usado quando


realmente necessário, caso contrário, pode mais prejudicar do que
ajudar. Já foram identificadas algumas bacterias super-resistentes a
medicamentos antimicrobianos, por isso, é necessário muito
cuidado.

A mais conhecida é a KPC – Klebsiella pneumoniae


carbapenemase, que foi responsável por muitas mortes, inclusive
no Brasil.

Ela pode ser encontrada em outros ambientes como na água,


em fezes, mas é no ambiente hospitalar que ela vai garantir sua
sobrevivência, pois se beneficia da fragilidade dos pacientes.

Ela causa infecções diversas e os sintomas são febre, dores


no corpo, calafrios; quando a infecção é nos pulmões, causa
tosses; quando a infecção é no trato urinário causa dores na
região da bexiga, entre outros sintomas.

Essas bactérias super-resistentes também podem estar


presentes no ambiente e nas roupas dos profissionais, por isso a
importância de usar avental adequado no atendimento a pacientes.

Os hospitais devem ser cuidadosamente limpos e


higienizados, os instrumentos devem ser desinfetados,
descontaminados e esterilizados, os profissionais devem ter

www.certificadocursosonline.com
cuidados de higiene, tudo para evitar a contaminação por bactéria
super-resistente.

O tratamento para essa infecção é muito difícil, já que a


bactéria resiste aos medicamentos antimicrobianos. Por isso, a
melhor arma é a prevenção com hábitos de higiene e evitar o
uso indiscriminado de medicamentos.

A ANVISA lançou em 28 de outubro de 2010 a Resolução nº


44 para controlar a venda de antibióticos nas farmácias. Esses
medicamentos só podem ser vendidos com receita médica em duas
vias, sendo que uma via fica na farmácia e outra é carimbada e
volta para o consumidor.

O objetivo é fazer com que a população pare de se


automedicar, prática que ocorre comumente, mas que tem
consequências graves.

Leitura Complementar

BACTÉRIA KPC – Sintomas e Tratamento

A bactéria super resistente KPC – Klebsiella pneumoniae


Carbapenemase, foi a responsável por inúmeros casos de
contaminação em hospitais do mundo inteiro, no Distrito Federal
111 pessoas foram contaminadas, outros casos também foram
identificados em hospitais de outros estados, mas em pequena
proporção. A “superbactéria” sofreu mutações genéticas que a
tornou resistente a múltiplos antibióticos, especialmente aos
compostos da classe dos carbapenêmicos, além de poder tornar
outras bactérias mais resistentes.

Acredita-se que o uso incorreto e indiscriminado de antibióticos


pode ter sido o principal fator que propiciou o desenvolvimento da
bactéria. A KPC já foi encontrada em fezes, na água, no solo, em
vegetais, cereais e até mesmo em frutas, mesmo assim pesquisas
publicadas recentemente mostram que esse germe multirresistente
não consegue sobreviver fora do ambiente hospitalar. De acordo

www.certificadocursosonline.com
com o Ministério da Saúde, dentro dos hospitais o contágio é mais
perigoso por conta da baixa imunidade apresentada pelos
pacientes, ocorrendo principalmente através do contato com
secreções do paciente infectado, quando não são respeitadas
normas básicas de desinfecção e higiene.

Sintomas da bactéria KPC

A bactéria pode causar pneumonia, infecções sanguíneas, no trato


urinário, em feridas cirúrgicas, entre outras enfermidades que
evoluem para um quadro de infecção generalizada, levando a morte
do paciente. Dessa forma, os sintomas de contaminação pela KPC
são idênticos ao de qualquer outra infecção: febre, prostração,
dores no corpo, tosse nos episódios de pneumonia e quando a
infecção chega ao trato urinário, é comum o paciente sentir ainda
dores fortes na região da bexiga.

Tratamento da KPC bactéria

Infelizmente, existem poucos tipos de antibióticos que são eficientes


no combate da KPC, o que limita o tratamento das infecções
hospitalares pela bactéria, sendo assim, os cuidados maiores
devem ser voltados a prevenção, seguindo as normas de
desinfecção e higienização corretamente, especialmente com
pacientes que já estão contaminados ou com aqueles que se
encontram bastante debilitados.

Precauções para os profissionais de saúde

Os profissionais de saúde, por terem o contato com inúmeros


pacientes enfermos, são grandes transmissores de micro-
organismos causadores de infecções.

As precauções que os profissionais devem tomar podem ser


classificadas em padrão e de contato.

www.certificadocursosonline.com
As precauções padrão são as usadas rotineiramente em
seu ambiente de trabalho, no contato com todos os pacientes, ou
seja, que tenham ou não doença transmissível comprovada.

As precauções de contato são as usadas quando há infecção,


ou suspeita de doença transmissível por contato direto.

As precauções padrão são:

- lavagem e higienização das mãos, que deve ocorrer


frequentemente, antes e depois do contato com os pacientes,
após a retirada de luvas, aventais e outras peças do vestuário;

- uso de luvas que devem estar limpas e serem descartáveis. Elas


devem ser trocadas sempre que entrarem em contato com material
biológico do paciente e o profissional deve tirar as luvas antes de
sair do quarto do paciente. Para cada paciente, o profissional usa
um par de luvas;

- uso de máscaras e óculos de proteção, pois servem para prevenir


os profissionais contra respingos e algumas doenças. Há diversos
tipos de máscaras adequadas para cada procedimento;

- uso de avental, que deve estar sempre limpo, deve ser não estéril
e servir para proteger as roupas ou o corpo dos profissionais contra
respingos de sangue ou outro material.

Dependendo da quantidade de sangue que possa espirrar e


do tipo de procedimento que o profissional realizará, usa-se um
avental adequado. Sempre que respingar sangue ou outro material
biológico no avental, ele precisa ser retirado. O avental deve
seguir direto para a lavagem e o profissional precisa lavar as
mãos.

- artigos e instrumentos usados em pacientes que devem ser


sempre limpos, desinfetados, descontaminados e/ou esterilizados.
Esses artigos não devem ser usados em mais de um paciente
sem passar pela correta higienização;

www.certificadocursosonline.com
- limpeza e desinfecção do ambiente para evitar a presença de
micro- organismos nocivos;

- colocar as roupas usadas e contaminadas com material biológico


em sacos e levar para o local de lavagem. Dessa forma, evita-se a
exposição das doenças;

- manusear com cuidado os materiais pérfuro-cortantes para evitar


acidentes ocupacionais. Cada material deve ser descartado no
recipiente adequado;

- os pacientes que não tiverem controle de fezes ou urina devem


permanecer em quartos privativos, ou seja, sem contato com
outros pacientes.

Os profissionais também devem ter o cuidado de limpar e


desinfetar seus instrumentos de uso pessoal como estetoscópio,
esfignomanômetro (aparelho que mede a pressão) e termômetro.
Para isso, devem usar álcool 70%.

Um cuidado que muitos profissionais de saúde não se


atentam é o de sair com seu jaleco ou avental para a rua. Há
poluição e diversos micro- organismos presentes no ar e em outras
superfícies em que entrarão em contato. Portanto, antes de deixar
seu posto de trabalho, tire seu jaleco ou avental.

As precauções de contato incluem todas as precauções


padrão, além de:

- internação do paciente em quarto privativo ou com outro


paciente que tenha a mesma doença;

- as visitas devem ser reduzidas para evitar que os familiares


se contaminem;

- o paciente só deve deixar seu quarto quando necessário.


Nesse caso, os profissionais devem desinfetar os locais em que o
paciente teve contato e as suas secreções devem ser contidas.

www.certificadocursosonline.com
Essas são as precauções que os profissionais de saúde
devem seguir

em sua rotina diária. Elas evitam que ele se contamine e que


contamine

outros pacientes, ajudando a controlar o número de infecções


relacionadas à

assistência à saúde.

Higienização das mãos

As mãos possuem grande atividade em nosso dia-a-dia. Com


elas, pegamos objeto, comemos, nos apoiamos, entre outras
inúmeras ações. Por esse motivo, elas têm grande contato com
diversas superfícies e essas superfícies podem conter todo tipo de
micro-organismo possível.

Os micro-organismos são invisíveis a olho nu e muitas


vezes pensamos estar com as mãos limpas, entretanto, não
sabemos se de fato elas estão.

Higienizar as mãos adequadamente é uma medida simples,


mas de grande importância para evitar a transmissão de doenças,
muitas vezes graves.

Dos pacientes que estão internados, muitos estão com seu


sistema imunológico debilitado, facilitando a evolução de doenças,
especialmente as adquiridas por meio de micro-organismos.

Os profissionais, por lidarem com diversos pacientes,


precisam estar conscientes de que suas mãos podem conter
muitos desses micro- organismos. Assim, cuidar da limpeza de
suas mãos se faz indispensável.

www.certificadocursosonline.com
A Organização Mundial de Saúde considera a correta
higienização das mãos como a medida mais importante para
prevenir e controlar as IrAS, mas afirma que garantir que os
profissionais façam isso de forma correta é uma tarefa complexa.

Há uma categoria para classificar o nível de importância


das classificações. São essas:

Categoria I A Fortemente recomendado para implantação e


fortemente apoiado por estudos experimentais, clínicos ou
epidemiológicos.

Categoria I B. Fortemente recomendado para implantação e


apoiado por alguns estudos experimentais, clínicos e
epidemiológicos e argumentos de teóricos.

Categoria I C. Exigido para implantação, conforme ordenado


pela legislação ou norma federal e/ou estadual.

Categoria II. Sugerido para implantação e apoiado por


estudos clínicos ou epidemiológicos sugestivos ou por argumentos
teóricos ou por consenso de um grupo de especialistas.

Vejamos quais as recomendações da OMS para a


higienização das mãos e suas categorias:

1 - Indicações para higienização e antissepsia das mãos

A: Lavar as mãos com sabão e água quando visivelmente sujas ou


contaminadas com material proteico, se estiverem visivelmente
sujas com sangue ou outros fluidos corporais, se houver forte
suspeita ou comprovação de exposição a organismos que
formam esporos (I B) ou após usar o banheiro (II).

www.certificadocursosonline.com
B: Uso preferencial de produtos para higienização das mãos à base
de álcool para antissepsia rotineira das mãos em todas as situações
clínicas descritas nos itens C.a a C.f listados abaixo, se as mãos
não estiverem visivelmente sujas (I A). Uma alternativa é lavar as
mãos com sabão e água (I B).

C: Higienizar as mãos:

a) antes e depois de ter contato direto com pacientes (I B);

b) após a remoção das luvas (I B);

c) antes de manusear instrumentos invasivos (independente de ter


utilizado luvas ou não) para cuidado de pacientes (I B);

d) após ter contato com fluidos corporais ou excrementos,


membranas ou mucosas, pele não intacta ou curativos (I A);

e) ao mudar de um local contaminado do corpo para um local limpo


do corpo durante o cuidado com o doente (I B);

f) após contato com objetos (inclusive equipamentos médicos) nas


proximidades imediatas do paciente (I B);

D: Lavar as mãos com água e sabão simples ou com antisséptico


ou higienizar as mãos com uma fórmula à base de álcool antes de
manusear medicamentos e preparar alimentos (I B).

E: Quando já tiver usado um produto à base de álcool, não use


sabão com antisséptico simultaneamente (II).

2. Técnica de higienização das mãos

A: Encha a palma da mão com o produto e cubra toda a


superfíciedas mãos. Esfregue as mãos até que estejam secas (I B).

www.certificadocursosonline.com
B: Ao lavar as mãos com sabão e água, molhe-as com água e
aplique a quantidade necessária de produto para cobrir toda a
superfície das mãos. Faça movimentos de rotação das mãos
esfregando ambas as palmas e entrelace os dedos para cobrir toda
a superfície. Enxágue as mãos com água e seque-as com uma
toalha descartável. Use água corrente limpa sempre que possível.
Use a toalha descartável para fechar a torneira (I B).

C: Certifique-se de que suas mãos estejam secas. Use um método


para secar as mãos que não as recontamine. Certifique-se de que
as toalhas não sejam usadas várias vezes ou por várias pessoas (I
B). Evite o uso de água quente, pois a exposição repetida à água
quente pode aumentar o risco de dermatite (I B).

D: Formas de sabão em líquido, barra, lascas ou pó são aceitáveis


para higienização das mãos com sabão e água. Ao utilizar sabão
em barra, use pequenos pedaços de sabão em suportes que
facilitem sua drenagem (II).

3. Recomendações para o preparo das mãos para cirurgia

A: Se as mãos estiverem visivelmente sujas, lave-as com


sabão comum antes de fazer o preparo das mãos para a cirurgia
(II). Remova a sujeira sob as unhas usando um limpador de unha,
preferencialmente em água corrente (II).

B: As pias devem ser projetadas de modo a reduzir o risco


de respingos (II).

C: Remova anéis, relógios e pulseiras antes de começar o preparo


das mãos para a cirurgia (II). É proibido o uso de unhas artificiais (I
B).

D: A antissepsia das mãos para cirurgia deve ser feita usando um


sabão com antisséptico ou um produto à base de álcool,

www.certificadocursosonline.com
preferencialmente com ação prolongada, antes de vestir as luvas
esterilizadas (I B).

E: Se no local da cirurgia a água não for de qualidade garantida,


recomenda-se que se faça antissepsia das mãos para a cirurgia
usando uma solução para higienização das mãos à base de álcool
antes de vestir as luvas esterilizadas, ao realizar um procedimento
cirúrgico (II).

F: Ao fazer a antissepsia usando água e sabão antisséptico,


esfregue as mãos e antebraços pelo período de tempo
recomendado pelo fabricante, 2 a 5 min. Não é necessário um
tempo longo de higienização (por exemplo, 10 minutos) (I B).

G: Ao utilizar produtos à base de álcool com ação prolongada para


higienização das mãos para cirurgia, siga as instruções do
fabricante. Aplique o produto apenas nas mãos secas (I B). Não
combine métodos de fricção e de higienização das mãos com o uso
subsequente de produtos à base de álcool (II).

H: Ao utilizar um produto à base de álcool, aplique uma quantidade


suficiente para manter as mãos e antebraços molhados com o
produto durante todo o procedimento de higienização das mãos (I
B).

I: Após a aplicação do produto à base de álcool, deixe as mãos e o


antebraço secarem completamente antes de vestir as luvas
esterilizadas (I B).

Técnica de Higienização das Mãos com Fórmula à Base de Álcool

Com a mão em forma de concha, encha-a com o produto e


espalhe-o por toda a superfície das mãos.

Esfregue as palmas das mãos.

Esfregue a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda


com dedos entrelaçados e vice versa.

www.certificadocursosonline.com
Palma com palma com os dedos entrelaçados.

As costas dos dedos virados para a palma da mão oposta com os


dedos presos uns aos outros.

Movimentos de rotação do polegar esquerdo esfregando as


costas da mão direita e vice versa.

Movimentos de rotação, esfregando para trás e para frente, com


os dedos da mão direita unidos esfregando a palma da mão
esquerda e vice versa. Depois de secas, suas mãos estão seguras.

Técnica de Higienização das Mãos com Água e Sabão

Molhe as mãos com água.

Aplique sabão suficiente para cobrir toda a superfície das mãos.

Esfregue as mãos palma com palma.

Palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda com dedos


entrelaçados e vice versa.

Palma com palma com os dedos entrelaçados.

As costas dos dedos virados para a palma da mão oposta com os


dedos presos uns aos outros.

Rotação do polegar esquerdo esfregando as costas da mão direita


e vice versa.

Rotação esfregando para trás e para frente com os dedos da


mãodireita unidos esfregando a palma da mão esquerda e vice
versa.

Enxágue com água.

Seque as mãos com uma toalha descartável e use a toalha


parafechar a torneira. Suas mãos estão seguras.

www.certificadocursosonline.com
Veja as ilustrações disponibilizadas pela ANVISA:

É importante lembrar que o uso de luvas não significa


que os profissionais devam pular a etapa de lavar as mãos. Afinal,
é com as mãos que se colocam as luvas e se elas não estiverem
limpas, não há eficiência.

www.certificadocursosonline.com
Essas simples medidas devem ser adotadas por todos os
profissionais de saúde. Elas precisam ser parte de sua rotina
diária de trabalho. É com a conscientização que se começa o
controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.

Bibliografia

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Infecção


relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 1. 2004.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Infecção


relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 2. 2004.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Infecção


relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 3. 2004.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Infecção


relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 4. 2004.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Infecção


relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 5. 2004.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso


Básico de Controle de Infecção Hospitalar. Caderno A. 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso


Básico de Controle de Infecção Hospitalar. Caderno B. 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso


Básico de Controle de Infecção Hospitalar. Caderno C. 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso


Básico de Controle de Infecção Hospitalar. Caderno D. 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso


Básico de Controle de Infecção Hospitalar. Caderno E. 2000.

www.certificadocursosonline.com
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC
nº 48, de 2 de junho de 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC


nº 33 de 25 de fevereiro de 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.616, de 12 de maio de


1998.

BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

BRASIL. Lei Nº 6.437 de 20 de agosto de 1977.

CONSELHO Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 358 de 29

Portal Geo. Glossário por Tema: Saúde. Disponível em

< http://portalgeo.rio.rj.gov.br/mlateral/glossario/T_Saude.htm.br

www.certificadocursosonline.com

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

Você também pode gostar