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Utilização de Sistemas Valvulados Seqüenciais para Decoração de Peças Técnicas
Utilização de Sistemas Valvulados Seqüenciais para Decoração de Peças Técnicas
técnicas
Para possibilitar a injeção de material plástico sobre tecido e necessário o usa de bicos
valvulados nos sistemas de câmara-quente.
CARACTERISTICAS DO PROCESSO
O processo de injeção valvulada seqüencial apresenta diversas vantagens sobre a
convencional, devendo ser avaliada caso a caso em função da relação custa x beneficia.
A seguir são descritas as principais características que tornam estes sistemas altamente
recomendados para processos mais complexos, como a injeção sobre tecidos.
Figura 5 – Eliminação das linhas de emenda pelo uso de alimentação seqüencial com válvulas
Controle do fluxo
Nos sistemas de canal ou câmara quente convencionais não a controle individual dos pontos
de injeção. Caso necessitem de maior pressão ou fluxo de volume em um determinado ponto, a
balanceamento e feito par meio de cálculos baseados em parâmetros de processo e
geometrias dos canais.
Muitas vezes, durante a try-out, os valores calculados precisam ser alterados em virtude de
mudanças na geometria ou espessura da peça, no material ou nos parâmetros do processo.
Nesses casos, a eventual correção do balanceamento do sistema convencional e onerosa e
demorada, além de não permitir a balanceamento de injeção com total segurança.
Com sistemas seqüenciais, a fluxo par ponto de injeção pode ser controlado com tempos de
abertura individuais, facilitando a correção do balanceamento e permitindo a injeção sobre um
outro tipo de material, no caso a tecido.
Decoração de peças
O processo de injeção de plástico pode produzir peças de várias cores e também com
superfícies texturizadas, mas freqüentemente o acabamento não satisfaz a todos os requisitos
do projeto.
Uma opção que ganha destaque atualmente e a colocação de filmes ou tecidos no molde,
através da tecnologia IML/IMD2, capaz de reduzir custos e melhorar a qualidade da peça. Há
também casos com aplicação de madeira para harmonizar acabamentos internos.
No processamento de peças com mais de um ponto de injeção convencional, a filme ou tecido
pode enrugar durante a sobre-injeção. Pontos de injeção com controle das válvulas
seqüenciais eliminam totalmente tais problemas (Figura 6).
Acionamento e controle
O acionamento dos pinos (agulhas) pode ser feito por dois métodos neste tipo de processo:
acionamento hidráulico ou pneumático, dependendo de algumas condições como peso da
moldagem final, aplicação do produto, e requisitos da maquina injetora. Por exemplo, na
indústria médico-hospitalar e de embalagens em geral, utiliza-se muito o sistema por
acionamento pneumático, enquanto na indústria de produtos automobilísticos o sistema
hidráulico e o mais comum. os critérios para esta escolha também estão relacionados a
possibilidade de contaminações pelos elementos fluídicos dos sistemas de acionamento, pois,
para produtos que requerem grau de pureza elevada não e aconselhado a usa de sistemas
acionados par óleo. Preocupação também envolve os aspectos ambientais, onde cada vez
mais ha a conscientização sobre a utilização de meios energéticos que afetam a ecossistema.
O controle do acionamento, independente do qual seja é feito por meio de controladores de
válvulas, os quais permitirão abertura e fechamento predeterminados para o processo de
preenchimento de material dentro da cavidade do molde, que poderá ser controlado par tempo
ou curso (Figura 7).
APLICAÇÕES DA TÉCNOLOGIA
Como forma de ilustrar a conceito de sobreposição de material plástico mostra-se, na Figura 8,
um exemplo de molde com sistema de injeção com câmara quente e preparado para o
processo de acionamento seqüencial.
Figura 8 – Sistema para o processo de injeção seqüencial
A Figura 9 apresenta alguns exemplos de peças com injeção de material plástico sobre tecido
Figura 9 – Exemplos de peças obtidas com a injeção de material plásticos sobre tecido
A Figura 10. Apresenta a extração de um produto do molde, já com
a sobreposições de material termoplástico no tecido.
figura 10 – extração de peça do molde após injeção
(fonte: ícone internacional)
CONCLUSÃO
Podemos concluir que as vantagens de utilização do processo de injeção de material plástico
sobre um substrato decorativo como o tecido, permitem aplicações técnicas variadas, melhora
de produtividade e peças com qualidade, comparadas aos processos atualmente utilizados
para obtenção de produtos com acabamento aparente variados, também conhecidos como
interior trim3.
Esta tecnologia atende com eficiência os mais rigorosos detalhes de projetos de produtos, uma
vez feita sua pré-analise utilizando-se simulações e estudos de preenchimento e
comportamento reologico do material quando este e submetido as condições muito próximas
das que ocorrerão na produção normal.
Ainda sob este enfoque, vale ressaltar que a obtenção de peças com baixo peso e alta
resistência mecânica, além da estética, e facilitada quando utilizados processos de
sobreposição de materiais.
Com este artigo apresentamos uma alternativa para atender a crescente demanda por redução
de custos, eliminando vários processos antes empregados no revestimento de peças plásticas,
sem, com isso, comprometer o acabamento e a qualidade do produto final.
A veloz mutação do nível de exigência dos consumidores faz com que as soluções
tecnológicas sejam cada vez mais exploradas.
A abertura do molde é feita em dois ou mais planos paralelos entre si, onde a força de
fechamento necessária para o segundo plano é balanceada pela força do primeiro plano
(Figura 1). As setas indicam os sentidos de abertura de um molde de duas faces.
Moldes de múltiplas faces exigem um projeto mais cuidadoso e contém mais elementos
móveis que os convencionais, uma vez que se necessita movimentar toda a parte central
para que seja possível a extração das duas faces de injeção. Como conseqüência, o uso
destes moldes tem-se restringido a grandes volumes de produção de pacas simples (figura
3).
Figura 1 - Molde stack com duas faces de abertura. As forças opostas se anulam
Figura 2 - Molde
stack com duas faces nas posições aberta e fechada e foto de um molde
Figura 3 - Sistema de
câmara quente para injeção de 128 tampas por ciclo
O sistema mostrado na Figura 4 produz dois jogos de frisos para porta por ciclo de injeção.
Cada conjunto de frisos é composto por quatro peças, uma para cada porta.
Figura 4 - Sistema para injeção de frisos composto por três manifolds e21 buchas
Como fator complicador, além do molde com duas faces, uma vedação de borracha é
colocada através de robô em cada cavidade e o polipropileno é injetado sobre esta
vedação.
Devido a diferenças de massa entre os frisos dianteiros e traseiros, o sistema teve de ser
balanceado reologicamente para garantir o preenchimento uniforme das cavidades. Devido
ao comprimento das peças, cada uma requer dois bicos de injeção, totalizando dezesseis
bicos no sistema. Em cada plano de injeção, o fluxo é distribuído nas cavidades através de
um pequeno canal e o ponto de ataque na cavidade é realizado por meio de um canal
submarino, alimentado por um sistema de câmara quente convencional.
Os distribuidores (manifolds) na parte central “B” são alimentados por um manifold na parte
fixa “A” que transfere a resina para os planos de injeção I e II através de bicos
convencionais. Manipuladores automáticos retiram os canais e as peças moldadas pelos
planos I e II, obtendo assim as peças prontas para montagem nos veículos. Mesmo sendo
composto por três distribuidores com um total de vinte e uma buchas de injeção, o sistema
tem uma montagem fácil e segura. Isso se deve à forma pela qual o sistema foi projetado,
constituindo se de três manifolds pré-montados, que são alojados no molde sem nenhum
parafuso adicional.
Nesta aplicação, dois conjuntos de saias (spoilers) são moldados a cada ciclo. Estas peças
são texturizadas, com 1.600 mm de comprimento e, por não necessitarem de pintura,
tiveram seu custo reduzido. A injeção convencional de peças desse comprimento gera
linhas de solda (emenda fria ou união), o que cria a necessidade de pintura nestas peças.
Neste caso, as linhas de emenda são eliminadas com o uso da injeção tipo cascata
(seqüencial), baseada na abertura programada dos pontos de injeção através de válvulas
(Figura 5).
Uma outra vantagem desta técnica de injeção é a obtenção de peças com menos
deformação. Atualmente os acionamentos hidráulicos são os mais usados em processos
como injeção sobre filme decorativo, moldes família (produtos diferentes injetados no
mesmo ciclo), eliminação de linhas de emenda (seqüencial) e injeção com pressão interna
de gás.
Figura 7 - Sistema injeção de 2 calotas simultaneamente
O sistema de câmara quente deve ser projetado para, ao mesmo tempo, trabalhar dentro
de espaços bastante limitados, bem como oferecer excelentes características térmicas e
reológicas. Como fator complicador, o sistema tem um grande comprimento de canais de
fluxo (1.650 mm) e as duas cavidades contém 540 g cada, tendo de ser preenchidas em
tempos de 1,5s e 1,8s individualmente. Isto requer um cálculo reológico muito preciso das
várias seções transversais do sistema.
A resina flui através de dois manifolds separados até atingir o centro da cavidade, onde é
distribuído para os três pontos de injeção que fazem o preenchimento das duas cavidades.
As marcas da injeção são cobertas com um adesivo contendo o logotipo da empresa.
Devido à pequena tolerância à variação de temperatura, o sistema tem Gates² desenhados
especialmente para fazer a transferência da resina do distribuidor “A” para o “B” (Figura 8)
a fim de prevenir gotejamento e Congelamento no momento da abertura do molde, fazendo
uso de buchas valvuladas hidráulicas.
O funcionamento dos pontos de injeção na peça são extremamente críticos, pois estes não
devem congelar e também não podem permitir a formação de “fiapos”. O sistema usado
nesta aplicação reduz também os custos para manutenção do molde, já que, por se tratar
de um sistema de câmara quente pré-ligado, simplifica o trabalho de manutenção, bem
como permite que o mesmo seja testado antes da montagem no molde.
O uso de moldes de múltiplas faces pode oferecer soluções para casos onde a capacidade
das máquinas instaladas não é suficiente para atender os volumes de produção propostos
sem que haja a necessidade de investimento em novas máquinas injetoras. Ainda, a
produtividade da máquina injetora é aumentada, reduzindo o custo unitário do produto
injetado.
Além disto, este tipo de configuração garante melhor homogeneidade dos ciclos, já que
todas as peças são produzidas em um mesmo molde, não havendo as variações típicas
que ocorrem entre moldes ou entre diferentes injetoras. Adicionalmente, a prática tem
demonstrado que as exigências para construção de moldes de placas mú-tiplas não são
diferentes das estreitas tolerâncias exigidas para um molde convencional e com uma
manutenção preventiva adequada, estes moldes são de manuseio simples permitindo
ainda uma troca de moldes de forma simples e rápida.
Figura 8 - Transferência da resina de um plano para outro com buchas valvuladas para
evitar gotejamento
Os sistemas de câmara quente são componentes chave para os moldes de injeção de múltiplas
cavidades, e para aplicações onde eliminar o canal frio (galho) é fundamental. Ironicamente, a
câmara quente é o componente de menor conhecimento sob a perspectiva dos fabricantes de
moldes e ferramenteiros.
A câmara quente, por mais simples que possa parecer, é um sistema complexo, com
solicitações hidromecânicas, tecnologia em transferência e balanceamento térmico e precisão
na fabricação. O sucesso da aplicação no ambiente de injeção está diretamente relacionado
com tipo de bico e vestígio, geometria da cavidade, resinas e expectativas dos transformadores
relacionados ao produto final.
Através das revisões de aplicação algumas questões podem ser avaliadas ainda em uma fase
inicial de projeto :
1 - As peças podem ser realmente injetadas e atendem a necessidade de projeto do produto?
2 - A máquina injetora tem pressão ou velocidade suficiente para injetar a peça?
3 - O molde pode operar realmente com o processo previsto?
REVISÃO DE APLICAÇÃO
A figura 1 mostra o comparativo entre o simulado via software e a injeção real ( progressiva ).
O software consegue simular com grande exatidão o que vai acontecer no processo real. Na
figura 2 seguinte, pode-se verificar que o sistema previu antecipadamente que uma
determinada peça não seria preenchida completamente e o mesmo se repetiu com perfeição
na fase de try-out.
Figura 2 mostra peça com injeção incompleta – comparativo entre o virtual e o real .
A precisão destas ferramentas CAE está ligada diretamente com os dados de entrada na
ferramenta. Por isso as ferramentas de simulação levam em conta dados muito mais
importantes do que o simplesmente índice de fluidez do material, parâmetro popularmente
utilizado para determinar e comparar os materiais termoplásticos.
Reologia
Os dados reológicos da resina são fundamentais para as ferramentas CAE. O índice de fluidez
representa apenas um ponto dentro de uma curva de comportamento reológico do material.
Segundo dois dos três princípios básicos da geometria, são necessários no mínimo dois pontos
para determinar o comportamento de uma curva (lembrando que toda reta é uma curva
segundo os conceitos básicos da geometria). E ainda, que por um único ponto podem passar
infinitas curvas ou retas.
Isso porque os termoplásticos são fluidos não New-tonianos, onde a variação da taxa de
cisalhamento do material faz com que ocorram variações na viscosidade, diferentemente da
água, que é um fluido Newtoniano. Na grande maioria dos casos o índice de fluidez é medido
no platô newtoniano da resina termoplástica, onde a taxa de cisalhamento é tão baixa que não
ocorrem variações na viscosidade.
No processo de injeção que conhecemos, as taxas de cisalhamento são elevadas e fora do
platô newtoniano (figura 4), onde as variações de viscosidade no material ocorrem. Esta curva
é levantada através da utilização de um reômetro.
Na figura 4 podem-se ver dois materiais com o mesmo índice de fluidez, porém com curvas de
viscosidade diferentes. Esta diferença pode ser vista na figura 5, através do resultado de
pressão de injeção 40% maior entre as resinas para uma mesma peça que está nas mesmas
condições de processamento para injetar um polietileno de alta densidade (PEAD).
Figura 4 – Comportamento da curva de viscosidade entre dois materiais com omesmo indice de
fluidez.
Figura 5 – Resultado da simulação entre duas resinas: diferença de 40% no resultado referente
à pressão de injeção.
O mais indicado é sempre fazer uso destes aplicativos de engenharia em projetos de moldes
de injeção nos primeiros estágios. Mesmo uma análise feita em um estágio primário de
desenvolvimento do produto pode resultar em subsídios e indicações importantes sobre a
probabilidade de preenchimento da peça e tempo de ciclo estimado, requisitos necessários
para a máquina injetora e o posicionamento das linhas de emenda.
Enquanto o uso destas ferramentas computacionais está se tornando cada vez mais popular, a
adição da geometria do manifold da câmara quente nas análises só recentemente vem se
tornando uma opção viável. Com o advento tecnológico dos softwares e hardwares, modelar a
geometria dos canais de distribuição do manifold se tornou uma tarefa mais simples,
proporcionando uma maior exatidão aos resultados obtidos.
Moldes Família : Os moldes família são usados para fazer peças de forma mais econômica,
quando o volume de produção é menor, ou ainda para maximizar a utilização da capacidade
instalada na fábrica.
Nestes moldes o ideal é que todas as cavidades, mesmo as com pesos diferentes, sejam
preenchidas ao mesmo tempo. Caso contrário, quando uma peça ainda estiver incompleta, a
outra peça de peso menor será sobre-compactada até que duas cavidades estejam
completamente preenchidas.
Tradicionalmente, os moldes família são balanceados pelo canal frio ou ainda apenas no
diâmetro do gate de entrada. Hoje todas as peças em molde família podem ter a câmara
quente com injeção direta na peça, utilizando um manifold balanceado.
Uma alternativa muito utilizada é a injeção com bicos válvulados, que utiliza um sistema de
seqüenciamento de abertura do gate. Porém, mesmo com este tipo de sistema, faze-se
necessário o uso de um manifold balanceado, uma vez que a vazão pode cair a praticamente
zero nos bicos que iniciaram a injeção abertos, ao mesmo tempo em que as outras válvulas
são acionadas. Além disso, é necessário o uso de um controlador seqüencial que nem sempre
está incluso ou disponível nas máquinas injetoras e fábricas.
A seguir é apresentado um exemplo de câmara quente que foi desenhada para aplicação de
molde família com seis cavidades e três tipos de peças varia de 49 até 171 gramas.
Em função da disposição das cavidades no molde, a peça de maior peso deveria ter o fluxo de
material balanceado com a peça mais leve. Nas cavidades B e C o projeto possibilitou o uso de
um semi-galho, onde o diâmetro deveria ser ajustado para a menor massa possível.
Sem uma ferramenta de simulação CAE para este balanceamento seriam necessárias
inúmeras e custosas interações no molde, na geometria dos Gates e nos semi-galhos,
resultando em perdas de horas de engenharia, manufatura e prazos.
A diferença de pressão nesta aplicação, após a realização das análises, foi significativa (973
bar para a peça C contra 1.593 bar para a peça A), considerando que se tratam de peças de
parede fina. Porém deve-se levar em consideração que a peça A tem três pontos de injeção
contra apenas um da peça C.
Outro detalhe nesta aplicação é que não foram utilizados bicos valvulados, o que poderia
facilitar o balanceamento através do artifício da injeção seqüencial. O sistema de câmara
quente precisa atingir o balanceamento através dos diâmetros dos canais do manifold e do
comprimento de fluxo.
O projeto final teve os canais internos do manifold e bicos do sistema de câmara quente, além
dos semi-galhos, desenhados para obter o melhor balanceamento no preenchimento. Isso só
foi possível através do uso da ferramenta de simulação CAE. O resultado é um projeto de
câmara quente único e exclusivo para a aplicação deste molde.
O sistema foi composto por três manifolds e 10 bicos de injeção como pode ser visto na figura
8.
Teste de Resinas
Os testes de resina devem ser executados para avaliar a processibilidade da resina para uma
aplicação específica em relação às combinações dos componentes da câmara quente. O teste
de resina precisa ser realizado principalmente quando existe um pequeno ou nenhum histórico
de processamento com câmaras quentes para um tipo de bico específico ou requisitos de
qualidade para o vestígio de um determinado produto. Serve ainda para verificar se a máquina
injetora a ser usada está alinhada com as limitações e necessidades de processamento, sem
que o produto final seja comprometido. As principais etapas do teste de resina são:
-- Aperfeiçoar cada parâmetro do processo com o objetivo de estimar o ciclo total para a
aplicação.
Além dos testes padronizados, um teste direcionado pode ser feito para avaliar e determinar
uma janela de processo de acordo com as necessidades do projeto.
O teste de resina auxilia o direcionamento do projeto, pois dados importantes como janela de
processo, qualidade do vestígio e corpos de prova injetados com material a ser utilizado podem
ser avaliados antes mesmo de o projeto ser concluído.
O conceito do manifold deve ser feito de forma que os canais internos proporcionem ao
processo de injeção a melhor eficiência. O manifold ideal deve ser desenhado com um padrão
de simetria, com comprimentos de fluxo, número de curvas e mudanças internes de níveis
iguais para todos os bicos. No caso de um molde família ou molde não simétrico podem ser
adicionados curvas e canais com comprimentos diferentes para balancear devidamente o
sistema.
O objetivo final do conceito é auxiliar tanto o projetista do molde quanto o projetista da câmara
quente a obter o melhor balanceamento possível no ssitema (molde+câmara quente).
O objetivo final do conceito é auxiliar tanto o projetista do molde quanto o projetista da câmara
quente a obter o melhor balanceamento possível no sistema (molde+câmara quente).
Foi feita uma combinação de um bico injetando diretamente sobre o produto, e dois bicos
injetando sobre semigalhos em um molde de cavidade única.
Em conjunto, o projeto do conceito das placas da câmara quente pode auxiliar o projetista do
molde com relação aos detalhes de fixação, alinhamento e no dimensionamento da altura
máxima do molde.
Outro aspecto importante e que muitas vezes é colocado de lado é a refrigeração da região do
alojamento do bico, conforme apresentado na figura 10.
Principalmente nos bicos térmicos ou convencionais, esta refrigeração é quem garante ou não
uma excelente qualidade do vestígio do produto.
Os principais pontos a serem verificados durante o projeto de uma câmara conceito são:
CONCLUSÃO :
Por mais simples que possa aparentar, a câmara quente é um componente complexo do
molde, com vários detalhes e especificações que, quando levados em conta, trazem grandes
benefícios aos processos de injeção.
Simulações CAE, testes de resinas e projeto de uma câmara quente conceito devem ser
desenvolvidos pelos fornecedores de sistemas de aquecimento em parceria com as
ferramentarias, sempre que existe projeto de um novo molde, seja ele simples ou complexo.
Envolver o fornecedor do sistema de câmara quente nos estágios iniciais do projeto do molde
permite que o produto e o processo final de injeção sejam otimizados, eliminando futuros
obstáculos.
O constante avanço da tecnologia permite que os construtores de moldes ofereçam vantagens
aos seus clientes, como a otimização dos tempos de manutenção em sistema de câmara
quente que se traduzem em redução de custos de produção.
Moldes para injeção de plásticos estão sendo produzidos com prazos cada vez menores em
comparação a alguns anos atrás.
Os transformadores de peças injetadas procuram por melhor eficiência à medida que são
continuamente pressionados a reduzir os preços de produtos moldados, resultando na
necessidade de cortes nos custos de produção.
Um aperfeiçoamento deste conceito são os sistemas unificados, que são unidades encaixáveis
(drop-in) completamente pré-montadas, incluindo calhas para passagem de fiação elétrica,
montagem dos conectores do molde atendendo ao esquema elétrico do controlador de
temperatura, bem como tubulações pneumáticas ou hidráulicas necessárias para sistema de
câmara quente valvulados.
Este sistema unificado fornece todas as vantagens presentes na montagem injection half a um
custo reduzido.
Além disso, é garantido um perfil térmico uniforme, uma vez que a junção do bico e do manifold
é através de rosca, eliminado assim qualquer perda térmica usualmente encontrada como nos
sistemas convencionais por buchas ou placas.
Estes sistemas as vezes demandam uma resistência adicional no flange da bucha, para
fornecer calor para esta área, aumentando assim o custo operacional.
Também devido ao fato de o manifold do modelo integrado ter pouco contato com o molde, a
energia consumida é menor, permitindo assim que o molde mantenhaum nível de temperatura
mais consistente e estável.
Figura 1
Na figura1 está apresentado um sistema de câmara quente integrado, onde os bicos são
rosqueados no manifold e a fiação é unificada.
Como o sistema integrado é dotado de um canal para passagem da fiação durante a instalação
no molde, a chance de ocorrer esmagamento ou rompimento dos fios das resistências e
temopares é eliminada durante a montagem.
Toda a fiação das resistências até a caixa de derivação é acondicionada dentro deste condutor,
tipo calha, especialmente projetado para a finalidade.
Além disso, o sistema unificado pode ser totalmente testado em suas funções térmicas e
elétricas diretamente na fábrica, antes do embarque para instalação no molde.
O sistema integrado fornece ainda os seguintes benefícios para moldagem por injeção:
- A rotina de manutenção pode ser executada sem retirar o sistema de câmara quente e o
molde da máquina injetora.
Embora os sistemas montados diretamente no porta-molde injection half também permitam que
a manutenção seja executada enquanto o molde está na máquina, ela é eliminada apenas à
parte frontal da área do bico. Serviços executados além deste ponto exigem que o molde seja
removido da máquina para permitir o acesso ao sistema de câmara quente, como:
-Intercambiabilidade simples entre câmara quente e molde. Os insertos podem ser facilmente
substituídos sem remoção do molde da máquina e
Figura 2
Na figura 2 é possível visualizar que as conexões da válvula também são fixadas ao manifold e
se tornam partes do conjunto auto-suficiente.
Também adicionadas à placa da cavidade estão as travas que podem ser colocadas em duas
posições:
- Retirar o parafuso usando para fixar a placa cavidade à placa base superior (figura3)
- Fechar o molde usando o modo de instalação set-up da máquina de injeção;
- Deslocar a trava da placa cavidade e colocá-la sobre a linha fechamento, de modo que a
placa porta-machos e a placa cavidade estejam presas (Figura4).
- Acionar lentamente o curso de abertura, usando novamente o modo de instalação set-up da
máquina injetora. Esta ação agora puxará a placa porta-machos e a placa cavidade da placa
base superior e exibirá todo o sistema de câmara quente(figura 5).
Figura 5
Agora, qualquer das operações abaixo podem ser executadas sem remover o sistema
integrado da máquina injetora:
- Troca do diretor de fluxo;
- Troca da ponta;
- Troca da resistência do bico;
- Troca do termopar do manifold e
- Inspeção total do sistema de câmara quente.
Pode-se chegar até a redução de um turno completo para apenas duas horas, uma vez que
todo o sistema de câmara quente estará exposto e facilmente acessível.
Caso a remoção total do sistema de câmara quente ainda seja necessária, olhais para
suspensão podem ser colocados na placa base superior e, em seguida, removendo-se as
presilhas de fixação do molde na máquina, o conjunto pode ser deslocado para a bancada de
trabalho para serviço posterior (figura6).
Figura 6
O sistema unificado agora pode ser totalmente removido, soltando-se os parafusos usados
para fixar o sistema à placa base superior (figura 7).
Figura 7
Como o sistema unificado fornece facilidade para uma montagem funcional drop-in completa, a
unidade agora pode ser totalmente renovada na fábrica e depois reinstalada para produção
(figura8).
Figura 8
Os sistemas integrados de câmara quente fornecem consideráveis vantagens em termos de
facilidade de instalação e de operação a custos acessíveis, atendendo assim a demanda do
mercado atual, extremamente competitivo.
A análise térmica ideal de um sistema com câmara quente pode levar ao sucesso no
processo de injeção de plásticos.
Sistemas de câmara quente exigem que vários fatores técnicos estejam em perfeito
balanceamento a fim de apresentar desempenho adequado. Um dos principais tópicos é a
configuração térmica que, quando bem avaliada, resulta em condições perfeitas de operação.
O ponto chave para o funcionamento ideal de uma câmara quente a fim de que se obtenha um
produto final compatível com a demanda e qualidade exigida pelo mercado é o seu
balanceamento térmico, que deve ser sempre o mais equalizado possível, a fim de evitar
problemas durante o processo de injeção.
No processo de injeção plástica existe uma “janela” de processo que possibilita ao responsável
pela produção ajustar os parâmetros da máquina como velocidade e pressão de injeção,
temperaturas de canhão e molde, entre outros menos importantes.
Caso um distribuidor de material (manifold) não esteja balanceado de maneira ideal, essa
“janela” pode ser prejudicada, pois ela deverá ser compensada durante o processo.
Os sistemas de câmara quente desenvolvidos a partir de uma análise térmica garantem boa
qualidade do produto final e vida útil mais longa dos componentes envolvidos em todo o
conjunto.
COMO FUNCIONA UMA CÂMARA QUENTE?
Um sistema de câmara quente (hot runner em inglês), aplicado em moldes para injeção de
termoplásticos, é composto de um conjunto de componentes que tem a principal função de ser
uma extensão do bico de injeção da máquina injetora, conduzindo a resina plástica até o ponto
mais próximo possível da entrada na cavidade com as condições ideais de injeção
(temperatura, tempo, velocidade e pressão).
Sua concepção é basicamente uma placada com canais usinados e aquecidos (interna ou
externamente) para escoamento da resina plástica.
Logicamente essa é uma definição simplista, uma vez que o sistema incorpora tecnologia
avançada (know how) de mecânica dos fluidos, resistência dos materiais e transmissão do
calor.
Alguns modelos mais elaborados têm ainda bicos valvulados que exigem componentes mais
complexos para sua operação, como, por exemplo, cilindros hidráulicos ou pneumáticos para
acionamento das agulhas.
Se de um lado a inserção de um sistema de câmara quente no molde torna-o
consideravelmente mais caro, de outro traz uma série de vantagens que devem ser levadas em
conta.
Durante a primeira fase de todo projeto, uma série de cálculos devem ser executados com
exatidão para definir como será o manifold, observando detalhes como disposição,
dimensionamento e material ideal a ser utilizado
.Essa fase inicial tem o objetivo de verificar pressões e perdas de carga para que a resina não
perca suas propriedades antes mesmo de preencher as cavidades de molde e para que não
ocorra nenhum imprevisto com o manifold, como por exemplo, uma possíveil trinca do aço.
A segunda fase do projeto é definir o perfil térmico do sistema, englobando perfil do manifold e
suas respectivas resistências, para na seqüência determinar como serão as placas do sistema
e quais os componentes que serão utilizados.
.
Para que se obtenha boa eficiência de um sistema térmico, todos os pontos onde ocorrem
perdas de calor devem ser devidamente verificados, entretanto com freqüência esse detalhe
não é considerado.
Cada componente do sistema tem o seu tipo de material e cada qual com o seu coeficiente de
condutividade térmica.
Alguns são ótimos condutores de calor, outros já não efetuam esse papel com eficiência.
O alumínio e o titânio são exemplos bem claros, podendo ser observados com relação aos
seus comportamentos térmicos individuais.
São dois materiais de densidades baixas comparados com o aço, alta resistência à corrosão,
mas com distintas propriedades entre um e outro.
Já o titânio, que também apresenta propriedades de material dúctil, quando submetido ao calor
não tem reação como a do alumínio.
Essa análise exige que se obtenha uma boa compreensão sobre o rendimento de um manifold,
para que não seja afetado pela perda de calor por condução devido estar em contato com
materiais diferentes em suas faces, podendo ocorrer uma grande transferência de calor para as
placas ou mesmo uma perda relativamente baixa.
Como o ar que envolve o manifold não é um ar que se encontra em movimento, ele acaba
servindo como um isolante térmico, separando as placas do manifold.
Problemas relacionados com a troca de calor entre os componentes podem ocorrer e serem
identificados como cold spot ou hot spot no perfil do manifold.
Cold Spot
Ocorre quando algum componente em contato com uma das faces do manifold tem um
coeficiente de condutividade térmico muito elevado em relação ao material do manifold e o
perfil da resistência não existe ou não é suficiente para contrabalancear essa perda.
Isso acarreta em uma grande transferência de calor do manifold para as placas do sistema. Um
ponto frio pode fazer com que a resina se esfrie muito dentro do canal, aumentando a pressão
no interior do manifold.
Esse problema não só afeta o manifold, como também as placas, pois quando muito calor está
sendo transferindo a partir do manifold, as placas irão ficar com a temperatura elevada,
exigindo mais da refrigeração interna, fato que muitos fabricantes de moldes para injeção de
termoplásticos não levam em consideração como deveriam.
Com a temperatura das placas elevada, todo o dimensional dos componentes da câmara
quente será afetado, podendo ocorrer outros problemas com o molde, principalmente se esse
contiver componentes que não sejam resistentes a temperatura.
Uma região muito fria no manifold poderá exigir mais da resistência também, posi ela terá que
ligar muito mais vezes ou permanecer mais tempo ligada, reduzindo sua vida útil.
Hot Spot
Esse outro fenômeno, como o próprio nome já diz, tem o efeito inverso do cold spot, não
interferindo, entretanto, nas placas ou outros componentes do molde, pois é um problema
somente do manifold.
Um ponto mais quente no manifold irá interferir diretamente com as propriedades da resina,
ocasionando sua degradação precoce e prejudicando a qualidade do produto final.
Quando ocorre esse problema se tem um perfil de resistência inadequado com o perfil do
manifold.
Duas resistências com zonas de controle diferentes podem interferir uma com a outra,
chegando ao ponto de uma região se aquecer mito mais do que a outra.
Na figura 2 temos dois manifolds de quatro bicos. Um com a localização dos pontos de injeção
próximos ao centro e o outro mais distante.
O manifold menor, com somente uma zona de controle de temperatura, obteve um ? (variação
de temperatura) nos canais de 13,5ºC, (figura 3) enquanto que no maior a diferença de
temperatura foi muito superior atingindo 41,8 ºC (figura 4).
Esse problema pode ser evitado não só com uma boa resistência do manifold, mas também
com a posição do termopar de controle em uma posição estratégica, sendo normalmente
posicionado próximo a algum ponto de maior perda de calor.
Como pode ser visualizado na figura 5, o mesmo perfil do manifold representado na figura 2 foi
redesenhado com uma resistência mais otimizada e balanceada.
O problema apresentado na análise anterior decorreu pelo fato de que os pontos onde os
canais tiveram a temperatura maior estão posicionados em regiões onde não há uma perda de
calor direta por condução, diferentemente do que existe no centro e nas extremidades do
manifold.
Como o termopar está localizado próximo a um desses pontos (centro e extremidade), a
resistência vai permanecer ligada por mais tempo, ou será ligada mais vezes, para que a
temperatura se iguale.
Se o termopar for posicionado na região mais quente da análise, surge outro problema.
Como esse ponto não tem perda de calor por condução, necessita de uma quantidade bem
menor de aquecimento. Porém, nas regiões de centro e extremidade a temperatura será muito
menor, pois a temperatura lida não é do ponto mais crítico, resultando novamente em
desbalanceamento térmico.
Esse perfil de manifold pode requerer mais zonas de controle de temperatura, sendo outro fator
importante para um bom rendimento do sistema.
Um manifold de dois bicos pode ter desde uma única zona de controle até três ou mais.
Essas resistências têm como objetivo principal balancear a temperatura de uma região onde
não se tem perda de calor direta por condução. Outra função importante é a obtenção de um
aquecimento mais rápido e uniforme do manifold.
Resinas como policarbonato (PC), poliamida (PA) ou poliacetal (POM), entre outras, não
combinam com excesso de calor, pois quando submetidas a um tempo de residência elevado,
começam a degradar.
Além do tempo de residência, um problema adicional são as regiões quentes do manifold (ou
hot spots), que elevam a temperatura dessas resinas em determinados pontos dos canais,
contribuindo também com a degradação do material.
Um fator importante para o bom comportamento térmico da resina quando ela passa pelo
manifold é o acabamento superficial dos canais.
Quanto maior a rugosidade dos canais, maior será o atrito, conseqüentemente maior o
aumento da temperatura da resina quando ela passa pelo manifold.
Assim, qualquer oscilação na temperatura de processo de injeção pode degradar a inda mais a
resina, prejudicando as propriedades que ela deveria ter ao preencher as cavidades do molde.
CONCLUSÃO
Para que um sistema de câmara quente funcione de maneira adequada, vários fatores devem
estar em perfeito balanceamento, principalmente a condição térmica.
Qualquer um dos pontos relatados acima que não for bem elaborado poderá resultar em
diversos problemas durante o processo de injeção plástica, gerando perda de tempo de
máquina e mão de obra.
Viabilidade técnica e econômica do uso de um sistema de câmara quente
A otimização do processo produtivo é uma constante que precisa ser aplicada a cada novo
desenvolvimento de produto. Todavia, a correta aplicação das tecnologias disponíveis deve ser
avaliada mediante consideração de critérios, como ocorre na decisão de utilização de sistemas
de câmara quente.
O sistema de câmara quente, também conhecido por sistema de canal quente, representa a
forma mais eficiente de se otimizar a produção e melhorar a qualidade de um produto injetado.
Mas afinal, o que é um sistema de câmara quente? É basicamente uma extensão do bico de
injeção da máquina, funcionando como distribuidor do fluxo para cada uma das cavidades ou
para um agrupamento de cavidades. Através de canais de distribuição constantemente
aquecidos, é possível manter o material na mesma temperatura do cilindro da máquina injetora,
livre de variações e sem os inconvenientes canais de alimentação (galhos). A Figura 1
representa esquematicamente o corte de um sistema de câmara quente com 2 pontos, onde é
possível identificar o caminho de fluxo do material.
Imagine as peças da Figura 2 sendo injetadas sem um sistema de canal quente. É fácil
perceber que o volume de canal seria algo inconcebível em uma ferramenta que produz
milhões de peças, uma vez que todo este material teria que ser reprocessado, passando por
um moinho para, posteriormente, ser misturado em baixa proporção ao material virgem.
Normalmente a secção do canal frio é maior do que a secção da parede da peça, ou seja, o
volume de material no canal supera em 5 a 6 vezes a espessura do produto, com isto o ciclo de
injeção fica definido pelo resfriamento do canal e não da peça. Portanto a utilização da câmara
quente permite ciclos com até a metade do tempo do canal convencional.
Figura 2 - Câmara quente para injeção de tampas
O que determina a aplicação de uma câmara quente no molde? Em quais casos se deve
aplicar uma câmara quente na construção do molde? Estas perguntas são freqüentes quando
da definição de construção da ferramenta para injeção de um novo produto.
Como regra básica, devemos considerar que a aplicação de uma câmara quente ou bico
quente, tecnicamente, é sempre melhor do que a não utilização.
Vejamos então as vantagens do uso de sistemas de canais quentes:
c) Redução de custo:
• Economia na utilização de matéria prima;
• Custo operacional reduzido;
• Menor ciclo de injeção;
• Redução da quantidade de moinhos granuladores para moagem de canais;
Figura 6 - Sistema valvulado para injeção de peça automobilística, permite forçar o fluxo para
uma linha de emenda não visível.
a) Material injetado - alguns materiais se degradam ao ser submetidos às tensões dentro dos
canais de injeção. Estas tensões surgem pela solidificação gradativa do material no interior do
canal durante sua passagem. Com isto, quanto maior a distância a ser percorrida, menor vai se
tornando a seção de passagem do material. O aumento da tensão dentro do material é
diretamente proporcional à redução da seção de passagem. Portanto, quando os canais são
extremamente longos, surge a degradação do material, que pode ser consideravelmente
reduzida por meio da aplicação de sistemas de canais quentes. Também o espectro de
temperatura de certos materiais é pequeno, podendo haver deterioração do material quando a
temperatura no bico da injetora é muito maior do que a temperatura no ponto de entrada
(“gate”) do material na peça. Com isto a aplicação de sistemas de câmara quente ou, até
mesmo, bico quente, podem reduzir de forma drástica este diferencial de temperatura,
primando pela qualidade do material injetado. Nos casos de injeção de diferentes materiais
(bicolor, tricolor) é praticamente impossível obter resultados satisfatórios sem a aplicação
destes sistemas;
c) Acabamento superficial - a exigência cada vez maior de peças com qualidade visual apurada
tem sido um dos maiores impulsionadores da aplicação de sistemas de câmara quente. Além
da redução das tensões residuais geradas no processo de injeção, estes sistemas permitem,
por meio de controles específicos, o deslocamento das linhas de solda para pontos aceitáveis,
contribuindo assim com a solução dos problemas de aparência das peças. Adicionalmente,
quando bem aplicadas, reduzem etapas de acabamento pós-injeção, pela eliminação de cortes
e rebarbação. Finalmente, como a utilização de sistemas de canais quentes reduz o volume de
material reaproveitado, permite melhor garantia de isenção de contaminação na peça final.
b) Custo de produção - neste quesito vários fatores são avaliados. Um comparativo entre a
injeção com canal convencional e a injeção com sistema de canal quente deve ser elaborado
no sentido de dimensionar o custo dos canais de injeção que serão eliminados. A quantidade
de canais é diretamente proporcional ao número de cavidades do molde; o custo da possível
troca de máquina devido a redução da pressão de injeção necessária, o que permite a
utilização de máquina menor com conseqüente menor custo; o custo da redução do ciclo de
injeção, resultante do uso de sistemas aquecidos, que permitem eliminar ou reduzir os tempos
de resfriamento dos canais e de solidificação dos “gates ”; o custo da eliminação ou redução de
moinhos granuladores, devido a inexistência ou diminuição de canais de injeção; o custo da
redução ou eliminação de operações de acabamento posteriores ao processo de injeção, como
a rebarbação e o corte de canais.
A busca constante do aperfeiçoamento técnico das equipes de projeto das ferramentarias, seja
por meio de cursos específicos, seja pela presença em palestras, ou ainda por acesso aos
departamentos técnicos dos fornecedores, é crucial para a sobrevivência destas empresas em
um mercado cada vez mais competitivo.
Agenor Gualberto
Tecnólogo em Mecânica Industrial, Técnico em Processo de Injeção, Projetista de Moldes
Plásticos. Especialista em Sistemas de Câmara Quente com 30 anos de experiência na área
de plástico, tendo companhado a construção de aproximadamente 10.000 moldes de injeção.
Christian Dihlmann
Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC Universidade Federal de
Santa Catarina e Especialista em Administração de Empresas pela FURJ/UNIVILLE Fundação
Educacional da Região de Joinville. Realizou aperfeiçoamento na área de fabricação de moldes
e análise reológica em Portugal e Alemanha. Atualmente é Diretor da BRTooling
Campo 1
Item 101 Fluidez - a diferenciação entre fluidez alta, média e baixa deve ser
analisada com cautela. Por exemplo, a fluidez pode ser considerada alta em um
plástico de engenharia, todavia não em plásticos de consumo. Mas sempre os
plásticos menos fluidos sofrem maiores tensões de cisalhamento quando
comparados aos materiais mais fluidos durante a passagem pelo canal. Este fato
torna-se um diferencial na decisão de substituição de canais de alimentação por
sistemas de câmara quente.
Campo 2
Item 500 Demanda - a rentabilidade de uma câmara quente é calculada pela
demanda de peças, ou seja, quanto maior a produção, mais se justifica o seu uso.
Portanto, o ideal é saber o volume total de produção da peça ao longo de toda a
vida útil do sistema, embora este número normalmente seja de difícil previsão.
Também o valor agregado da peça pode contribuir de forma significativa pela
opção do uso destes sistemas.
A canadense Mold Masters, por exemplo, destacou a linha Fusion, voltada à produção de
peças de grandes dimensões, como as destinadas à indústria automobilística. Os bicos
quentes são fornecidos pré-montados no manifold, em um conceito modular que facilita o
projeto, a montagem no molde e a manutenção. Todo o sistema é equipado com termopares
duplos que evitam a necessidade de interrupção da produção em caso de falhas. As
resistências de bico são intercambiáveis entre sistemas e entre bicos de diferentes dimensões,
diminuindo a necessidade de estoque de peças de reposição.
Também foram acrescentados ao sistema
monitores de temperatura em áreas
críticas, estabelecidas no projeto. Este
recurso protege toda a instalação e evita
danos decorrentes de uma eventual partida
a frio, uma vez que não permite que ela
funcione nesta condição. O posicionamento
das tubulações de água/óleo ou ar também
foi revisto: elas passaram a ser embutidas
em uma canaleta que integra a estrutura do
sistema, aumentando o espaço livre para
instalação e manutenção do molde e
reduzindo a necessidade de operações de
usinagem em sua placa. A linha Fusion
pode ser equipada com o controlador para
injeção valvulada seqüencial (SVG,
sequential valve gate), para aplicação em
moldesfamília ou peças que requerem um
controle rigoroso do preenchimento.
Outro destaque foi o bico Melt Disk, com ponta em formato de disco, que possibilita a injeção
horizontal de peças pequenas, como as empregadas na área médica. Cada bico alimenta até
oito cavidades, trabalha com baixa queda de pressão de injeção e pode integrar sistemas de
múltiplos bicos. Um molde já fabricado emprega 24 me/t disks para oito cavidades, perfazendo
um total de 192 cavidades. Outra vantagem deste tipo de construção de bico seria a facilidade
de troca de cor e a distribuição balanceada do material plástico. Também podem ser montados
de forma inclinadas), adaptável a diferentes projetos de moldes.
A Incoe, empresa de origem alemã, priorizou a montagem como diferencial de seus produtos: o
sistema para injeção valvulada Multi Pin, por exemplo, acomoda bicos para sistema valvulado
com distância entre centros de 20 mm. O segredo, neste caso, é acomodar até quatro buchas
em um só cilindro, o que possibilita a redução do espaço para montagem. Uma variação deste
modelo é a linha DMT3 Micro Multi Tip, que possibilita a montagem de até seis pontos de
injeção em uma bucha de 12 mm de diâmetro. A distância entre centros é de apenas 20mm,
dimensões que tomam o produtc indicado para a moldagem de peças muito pequenas.
Edge Gate, o sistema da Incoe para moldagem de peças cilindricas. Ao lado, o DMT3 Micro Multi-Tip, com
distância entre centros de 6mm.
Também foi divulgado o Edge Gate, destinado à moldagem de peças cilíndricas e contendo até
seis bicos posicionados ao redor da parte terminal do cilindro. Já o sistema destinado à
indústria automobilística, para peças de grande porte, é equipado com tubulação de cobre para
troca de calor embutida na calha. E para contornar um dos, principais obstáculos à aceitação
dos sistemas valvulados pelos usuários, ou seja, o preço, a Incoe desenvolveu o Control Gate,
um mecanismo híbrido (mecânico e pneumático) para acionarrfento das agulhas. Como o
fechamento é feito por pressão de ar e o retorno é feito por molas, o custo do sistema cai 50%
em relação aos valvulados convencionais. E como a resolução de pequenos problemas nem
sempre envolve a reinvenção de métodos e processos, a empresa apresentou também uma
solução bastante simples p'dm evitar que os respingos de resina sobre o bico prejudiquem a
troca de cores: passou a fornecer um sclo descartável para aplicação ao redor dos bicos, o
qual é removido assim que cessam os respingos da cor anterior.
Outro exemplo de solução simples, desta vez mostrada pela I-lasco, foi o selo plástico para
aplicação em insertos metálicos a serem sobremoldados. Posicionado ao redor do inserto, o
selo evita que se forme uma rebarba de resina que costuma demandar operações de
rebarbação após a desmoldagem.