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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


FÍSICA LICENCIATURA

DERICK ALLAN RIBEIRO DE SOUZA

Distribuição de Bose-Einstein

ALFENAS
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. FÓTONS, BÓSONS E GRÁVITONS
2.1. Fótons
2.2. Bósons
2.3. Grávitons
3. PRINCÍPIO DA INDISTIBILIDADE
4. PARÂMETROS PRINCIPAIS
4.1. Energia
4.2. Temperatura
4.3. Número de Partículas
4.4. Volume
4.5. Massa das partículas
5. EQUAÇÃO DE BOSE-EINSTEIN
5.1. Interpretação da equação
6. PROPRIEDADES DA DISTRIBUIÇÃO DE BOSE-EINSTEIN
7. APLICAÇÕES PRÁTICAS
8. OUTROS CAMPOS DA CIÊNCIA
8.1. Química
8.2. Biologia
9. CONCLUSÃO
10. REFERÊNCIAS

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1. INTRODUÇÃO

A distribuição de Bose-Einstein é um mecanismo importante na física de


partículas, que descreve a distribuição de partículas idênticas e indistinguíveis. Foi
desenvolvida pelos físicos Satyendra Nath Bose e Albert Einstein. Essa distribuição
estatística é utilizada para estudar e compreender o comportamento de partículas
como os fótons, bósons W e Z, e grávitons. Diferente da estatística de
Fermi-Dirac,onde partículas não podem ocupar o mesmo estado, essa distribuição
leva em consideração que partículas idênticas podem ocupar o mesmo estado
quântico, que é explicado pelo princípio da indistibilidade, ou seja, tais partículas
podem se agrupar um único estado. Ela tem muitas aplicações na Física e em
outros campos da ciência e vai ser discutida e comentada nesse documento.

2. FÓTONS, BÓSONS E GRÁVITONS

2.1. Bósons

Bósons são uma classe de partículas subatômicas que possuem spin inteiro
e incluem o fóton, partícula fundamental no entendimento do eletromagnetismo, os
bósons W e Z, que são responsáveis por interações fracas, além de outras
partículas. Não estão sujeitos ao princípio da exclusão de Pauli, uma vez que
podem ocupar o mesmo estado quântico ao mesmo tempo. Desempenham um
papel muito importante na física de partículas e na cosmologia, como a descoberta
do bóson de Higgs em 2012, uma partícula elementar com spin 0, ajudando a
validar o Modelo Padrão, que descreve as interações fundamentais da natureza.

2.2. Fótons

Os fótons são partículas que constituem a luz e outras ondas


eletromagnéticas, que não possuem carga elétrica, massa e possuem um spin
inteiro, sendo primeiramente proposta por Albert Einstein em 1905 no seu estudo do
efeito fotoelétrico. São gerados em diversos processos, como a emissão de átomos,
moléculas, partículas aceleradas, radiação de corpo negro e outras radiações
eletromagnéticas. A energia dessas partículas é proporcional a sua frequência e
inversa ao seu comprimento de onda e pode ser descrita pela relação:

𝑐
𝐸 = ℎ𝑣 = ℎ λ
, onde ℎ é a constante de Planck, 𝑣 a frequência do fóton, 𝑐 a
velocidade da luz e 𝛌 o comprimento da onda.

Como não possuem massa podem viajar a velocidade da luz e não podem
ser desacelerados, por não possuírem carga elétrica não são afetados por campos

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elétricos e magnéticos, mas interagem com a matéria por meio de processos. São
muito importantes na compreensão do universo, no desenvolvimento de tecnologias
e no estudo da física.

2.3. Grávitons

O gráviton é uma partícula elementar hipotética, prevista pela teoria da


relatividade geral de Einstein, porém sua existência ainda não foi comprovada
experimentalmente, e sua detecção seria muito complexa por conta de sua natureza
muito fraca. Ela seria a partícula mediadora da força gravitacional, tal qual o fóton é
da força eletromagnética, porém, diferente do fóton, teria spin 2, ainda obedecendo
a distribuição estatística de Bose-Einstein e não se encaixa no princípio da exclusão
de Pauli. Mesmo sua existência não sendo comprovada, várias teorias a preveem, o
que seria um grande avanço na física teórica, pois seria útil na conciliação entre a
mecânica quântica com a teoria da relatividade geral, além de ajudar no
entendimento de buracos negros e ondas gravitacionais.

3. PRINCÍPIO DA INDISTIBILIDADE

O princípio da indistibilidade ou indistinção é um conceito muito importante na


física quântica que diz que duas partículas idênticas são indistinguíveis, por conta
de suas propriedades físicas. É importante na distribuição de Bose-Einstein, pois
essa analisa que várias partículas idênticas ocupam o mesmo estado quântico
simultaneamente. Também é usada para compreender o comportamento de
partículas em sólidos e líquidos, as propriedades estruturais de materiais e a teoria
quântica de campos. É um grande aliado no estudo da mecânica quântica e no
entendimento de sistemas subatômicos.

4. PARÂMETROS PRINCIPAIS

A distribuição de Bose-Einstein utiliza de alguns parâmetros para poder


descrever a ocupação de estados quânticos. Os principais são:

4.1. Energia

A energia é um dos principais parâmetros que afetam a probabilidade de


ocupação de estados quânticos por bósons, pois a equação da distribuição leva em
conta a energia do estado. Em baixas temperaturas, as partículas tendem a ocupar
o estado de menor energia possível, formando uma condensação de Bose-Einstein.
Conforme a temperatura aumenta, os bósons se distribuem para vários estados de
energia, dissuadindo a condensação de Bose-Einstein, pois em temperaturas

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maiores a energia média dos bósons aumenta, os permitindo ocupar estados de
energias maiores.

4.2. Temperatura

A temperatura é outro parâmetro muito importante para a distribuição de


Bose-Einstein. Em baixas temperaturas, os bósons tendem a ocupar o estado
quântico de menor energia possível, formando uma condensação de Bose-Einstein,
que ocorre porque a energia térmica é insuficiente para excitá-los a níveis
energéticos mais altos, e conforme a temperatura aumenta, essa energia também
aumenta, possibilitando a ocupação de estados de energia mais altos, até onde a
temperatura é tão alta que os bósons podem ocupar todos os estados quÂnticos
disponíveis, desaparecendo com o comportamento quântico. Em geral, em
temperaturas mais baixas, os efeitos quânticos são mais observáveis, enquanto em
temperaturas maiores, os efeitos clássicos se mostram mais dominantes.

4.3. Número de partículas

O número de partículas é o número de bósons no sistema. Quanto mais


partículas no sistema, a condensação de Bose-Einstein ocorre em temperaturas
mais baixas, visto que há mais bósons para ocuparem o estado de menor energia
possível, enquanto se houver poucas partículas, a condensação pode não
acontecer devido a flutuações estatísticas.

4.4. Volume

O volume representa o tamanho do sistema em que as partículas estão


contidas. Um volume pequeno indica que a densidade dos estados permitidos é
maior, o que quer dizer que mais bósons podem ocupar estados quânticos, o que
pode culminar em uma maior ocupação dos estados de energia mais baixa,
aumentando a probabilidade de se formar uma formação de Bose-Einstein.
Contudo,em um volume mais expressivo, a densidade de estados que podem ser
ocupados é maior, indicando que os bósons tem menos estados disponíveis para
ocuparem, o que diminui a probabilidade de formação de uma condensação de
Bose-Einstein, já que por sua vez, os bósons têm mais energia térmica e menos
probabilidade de ocuparem estados de energia mais baixa.
O volume também afeta a interação entre os bósons. Em um volume menor,
a interação é mais forte devido à maior probabilidade de aproximação entre eles, o
que pode levar a comportamentos complexos, como estados de
quase-condensação. Também pode afetar outros fatores como a propagação de
ondas de fase, estabilidade do sistema, entre outros.

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4.5. Massa das partículas

A massa das partículas afeta a distribuição de muitas maneiras. Uma


partícula mais pesada tende a ter uma energia cinética menor, o que acarreta em
uma menor energia média por partícula no sistema, e portanto, uma menor
probabilidade de se formar uma condensação de Bose-Einstein. Também pode
afetar a interação entre os bósons, onde, em geral, as partículas mais pesadas têm
tendência a ter uma interação mais fraca do que partículas mais leves, o que leva a
comportamentos mais simples e menor tendência de formar quase-condensados.

5. EQUAÇÃO DE BOSE-EINSTEIN

A distribuição de Bose-Einstein relaciona a energia, temperatura, número de


partículas e o volume no sistema.
Seja um gás de N partículas idênticas confinadas em um volume V. Sendo 𝑄𝑖
o conjunto das coordenadas generalizadas da i-ésima partícula e 𝑠𝑖 o índice dos
possíveis estados quânticos desta única partícula, o estado do gás inteiro pode ser
descrito pelo conjunto de números quânticos:

𝑄𝑖 = {𝑠1, 𝑠2, 𝑠3, ... , 𝑠𝑁}

Que descrevem as funções de onda ψ do gás nesse estado:

ψ = ψ{𝑠 ,𝑠 ,𝑠 , ... ,𝑠 }(𝑄1, 𝑄2, 𝑄3, ... , 𝑄𝑁)


1 2 3 𝑁

A distribuição de Bose-Einstein trata de partículas com o spin medido em


unidades inteiras de ħ, que são indistinguíveis, ou seja, a troca de partículas não
afeta a ordem do sistema, e subsequentemente a função de onda é simétrica para a
troca dessas duas partículas:

ψ(... , 𝑄𝑖, ... , 𝑄𝑗) = ψ(... , 𝑄𝑗, ... , 𝑄𝑖)

Isso explica o porquê dos bósons não se adequarem ao princípio da exclusão


de Pauli, pois várias partículas podem ocupar o mesmo estado quântico. Tendo
esse gás uma temperatura T e cada partícula está em um estado r de energia ∈𝑟
onda há 𝑛𝑟 partículas nesse estado, o gás possui R estados possíveis. A energia do
estado R no gás, desconsiderando as possíveis interações entre as partículas,
temos:

5
𝐸𝑅 = 𝑛1∈1 + 𝑛2∈2 + ... + ∑ 𝑛𝑟∈𝑟
𝑟

Como o número de partículas é fixo, podemos afirmar que ∑ 𝑛𝑟 = 𝑁


𝑟
Portanto a função partição Z do gás será:

−β𝐸𝑅 −β(𝑛1∈1+...)
𝑍 = ∑𝑒 = ∑𝑒
𝑅 𝑅

Sendo essa a soma de todos os estados R possíveis do gás. Como


−β𝑛 ∈ +...
𝑒 1 1 é a probabilidade se encontrar partículas em um estado, pode-se
descrever o número médio de partículas n por estado s como:

−β(𝑛1∈1+...)
∑𝑛𝑠𝑒
𝑅
𝑛𝑠 = −β(𝑛1∈1+...)
∑𝑒
𝑅

Usando a propriedade multiplicativa do exponencial e ajustando a


relação, temos:

−β𝑛𝑠∈𝑠 (𝑠) −β(𝑛1∈1+...)


∑𝑛𝑠𝑒 · ∑ 𝑒
𝑛𝑠 𝑛1,𝑛2, ...
𝑛𝑠 = −β𝑛𝑠∈𝑠 (𝑠) −β(𝑛1∈1+...)
∑𝑒 · ∑ 𝑒
𝑛𝑠 𝑛1,𝑛2, ...

Onde (s) no somatório significa que há uma exceção de soma no estado s


em particular. Se adotando a notação:

(𝑠) −β(𝑛1∈1+...)
∑ 𝑒 = 𝑍𝑠(𝑁)
𝑛1,𝑛2, ...

Onde a restrição de N fixo, mostra que a se uma partícula se encontra no


estado s, todas as outras partículas podem ocupar os estados 𝑛𝑟. Ao executar a

soma sobre 𝑛𝑠 , encontramos:

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−β∈𝑠 −β∈𝑠
0+𝑒 𝑍(𝑁−1)+2𝑒 𝑍(𝑁−2)+ ...
𝑛𝑠 = −β∈𝑠 −β∈𝑠
𝑍𝑠(𝑁)+𝑒 𝑍(𝑁−1)+2𝑒 𝑍(𝑁−2)+ ...

Assumindo a relação entre 𝑍𝑠(𝑁 − ∆𝑁) e 𝑍𝑠(𝑁) sendo 𝑁 ≫ ∆𝑁, temos:

δ 𝑙𝑛 𝑍𝑠(𝑁)
𝑙𝑛 𝑍𝑠(𝑁 − ∆𝑁) = 𝑙𝑛 𝑍𝑠(𝑁) − δ𝑁
· ∆𝑁 = 𝑙𝑛 𝑍𝑠(𝑁) − α𝑠∆𝑁

δ 𝑙𝑛 𝑍𝑠(𝑁)
sendo α = δ𝑁
e portanto,
𝑠
−α𝑠∆𝑁
𝑍𝑠(𝑁 − ∆𝑁) = 𝑍𝑠(𝑁)𝑒

Como 𝑍𝑠(𝑁) representa uma soma de vários estados, é esperado que a


variação do seu logaritmo natural em relação ao número total de partículas do
sistema seja imperceptível quando um estado particular s é omitido da soma. Assim
precisamos encontrar um α𝑠 que seja independente de s para que se possa
escrever um α𝑠 = α para todo s.

δ 𝑙𝑛 𝑍
α= δ𝑁
Da função partição Z, relacionando a energia livre de Helmholtz F, temos:

𝐹 = 𝑘𝐵 · 𝑇 · 𝑙𝑛𝑍 , 𝑙𝑜𝑔𝑜:
1 δ𝐹 μ
α= 𝑘𝐵𝑇 δ𝑁
= 𝑘𝐵𝑇

Do conjunto canônico, sabe-se que essa relação resulta em: − βμ , com μ


sendo o potencial químico do gás, podendo assumir então: α =− βμ. Substituindo
em 𝑛𝑠, encontramos:

−β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇 −2β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇
𝑒 ·𝑍𝑠(𝑁)+2𝑒 ·𝑍𝑠(𝑁)+ ...
𝑛𝑠 = −β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇 −2β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇
𝑍𝑠(𝑁)+𝑒 ·𝑍𝑠(𝑁)+2𝑒 ·𝑍𝑠(𝑁) + ...

Que ao cancelar 𝑍𝑠(𝑁) temos:

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−β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇 −2β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇
𝑒 +2𝑒 + ...
𝑛𝑠 = −β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇 −2β(∈𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇
1+𝑒 +2𝑒 + ...

Que é uma série geométrica, que, usando da função partição, resulta em:

1
𝑛𝑠 = β(∊𝑠−μ)/𝑘𝑏𝑇
𝑒 −1

Que é a equação da distribuição de Bose-Einstein

5.1. Interpretação da equação

A densidade de partículas em um estado de energia é determinada pela


probabilidade desse estado estar ocupado. A probabilidade é dada pela exponencial
no denominador da equação. O potencial químico do sistema determina o número
total de partículas do sistema e a energia dos estados com a temperatura determina
a distribuição de partículas entre os diferentes estados quânticos disponíveis.
Quando a temperatura diminui, o termo exponencial diminui também, se
aproximando de 1. Isso indica mais estados quânticos ocupados e
consequentemente uma maior densidade de partículas por estado. Quanto mais a
temperatura se aproxima do zero absoluto, mais propícia fica a formação de uma
condensação de Bose-Einstein.
Em resumo a equação descreve como o número de partículas em um
sistema de bósons é distribuído em diferentes estados quânticos em equilíbrio
térmico.

Gráfico da distribuição de Bose-Einstein.

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6. PROPRIEDADES DA DISTRIBUIÇÃO DE BOSE-EINSTEIN

Algumas da principais propriedades da distribuição de Bose-Einstein são:

● Indistinguibilidade: A distribuição é baseada na ideia de que as partículas


em um sistema de bósons são indistinguíveis e podem ocupar os mesmos
estados quânticos. Isso quer dizer que não há distinção entre as partículas e
a densidade de partículas em um estado particular é determinada pela
probabilidade que o estado esteja ocupado.
● Efeito de temperatura: Quando a temperatura diminui, mais estados
quânticos são ocupados e a densidade de partículas em cada estado
aumenta, e quanto mais próxima do zero absoluto, maior a densidade no
estado de menor energia, levando a se formar a condensação de
Bose-Einstein.
● Efeito do potencial químico: Quando o potencial químico for menor que a
energia do estado mais baixo, o número de partículas nesse estado será
limitado e o sistema não formará uma condensação de Bose-Einstein.
● Não-saturação: A estatística de Bose-Einstein não apresenta saturação, o
que significa que o número de partículas em um estado quântico pode ser
maior do que o número total de partículas no sistema.
● Divergência em baixas energias: A distribuição diverge em baixas energias,
ou seja, a densidade de bósons nos estados de menor energia aumenta
rapidamente conforme a temperatura diminui.

7. APLICAÇÕES PRÁTICAS

A estatística de Bose-Einstein tem muitas aplicações práticas no estudo de


diversas áreas da Física. As principais são:

● Condensado de Bose-Einstein: A condensação de Bose-Einstein é


uma fase da matéria que é formada por bósons, a temperaturas muito
baixas, próximas ao zero absoluto. Nestas condições, uma grande
parte dos átomos ocupa o estado quântico de menor energia, por
conta da baixa excitação térmica, o que leva a diminuição da energia
cinética, fazendo os átomos se comportarem como ondas quânticas.
● Supercondutividade: A estatística de Bose-Einstein é utilizada para
explicar a formação de pares de elétrons em um supercondutor. Em
baixas temperaturas os elétrons se comportam como bósons e se
condensam em um estado quântico de baixa energia, o que leva à
condução elétrica sem resistência.
● Superfluidos: Nesse caso, a distribuição é utilizada para explicar a
formação de superfluidos, como o Hélio-4 líquido. Assim como na

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supercondutividade, os elétrons se comportam como bósons a baixas
temperaturas e se condensam, levando à ausência de viscosidade e
capacidade de fluir sem atrito.
● Lasers: A distribuição também é usada para explicar a amplificação
da luz em lasers. Como os fótons podem ocupar o mesmo estado
quântico, isso leva a uma emissão estimulada da luz.
● Fotônica quântica: A distribuição explica efeitos quânticos em
sistemas ópticos, como a transmissão de luz por meio de guias de
onda e dispositivos fotônicos.
● Cosmologia: Se usa a distribuição para modelar a distribuição de
matéria escura no universo, que é composta por partículas hipotéticas
que se comportam como bósons. Também é usada no cálculo da
radiação de corpo negro, por meio da sua adaptação para a
distribuição de Planck.

8. OUTROS CAMPOS DA CIÊNCIA

A distribuição de Bose-Einstein também aplicações em outros campos


científicos, os ajudando a explicar e entender fenômenos e processos.

8.1. Química

A química utiliza a distribuição em diversas aplicações, principalmente na


físico-química e na química quântica, como:

● Espectroscopia molecular: É usada para descrever o comportamento de


moléculas que emitem ou absorvem fótons de luz em temperaturas muito
baixas, como em experimentos de absorção de infravermelho e ressonância
magnética nuclear.
● Estudos de agregação de moléculas: É útil na análise de agregação de
moléculas em soluções diluídas, onde as moléculas individuais se comportam
como bósons.
● Reações químicas em condições extremas: Para prever o comportamento
de reações químicas, como experimentos de reações em gases ultrafrios ou
em soluções de temperatura criogênica.
● Catálise: Prever a probabilidade de átomos ocuparem o mesmo estado de
energia em uma superfície catalítica, o que pode afetar a eficiência da
catálise.
● Nanotecnologia: a estatística é usada para descrever o comportamento de
elétrons em nanotubos e nanofios, o que ajuda na compreensão do
transporte de elétrons.

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8.2. Biologia

A distribuição também tem algumas aplicações no campo da Biologia.


Alguma delas são:

● Fotossíntese: A teoria quântica da fotossíntese é baseada no modelo de que


complexos de antenas de pigmentos se comportam como partículas
bosônicas, sendo assim a distribuição é usada para modelar a transferência
de energia.
● Física da célula: É usada para modelar o comportamento dos sistemas de
transporte de elétrons em mitocôndrias, que são responsáveis pela
respiração celular, que é o que fornece energia para a célula.
● Química de Macromoléculas: A estatística de Bose-Einstein é usada para
modelar a distribuição de cadeias de polímeros em soluções diluídas, o que
ajuda a entender a estrutura de proteínas e outras macromoléculas.

9. CONCLUSÃO

Em resumo, a distribuição de Bose-Einstein é usada para se analisar a


probabilidade de ocupação de estados quânticos por diversas partículas e a
distribuição de tais partículas em um sistema. Explica diversos fenômenos, como a
condensação de Bose-Einstein, e tem diversas aplicações em vários campos da
ciência para além da Física.

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10. REFERÊNCIAS

● https://pt.wikipedia.org/wiki/Estat%C3%ADstica_de_Bose-Einstein
● https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%B3son
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Fot%C3%A3o
● https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A1viton
● https://en.wikipedia.org/wiki/Bose%E2%80%93Einstein_statistics#Derivation
● https://en.wikipedia.org/wiki/Identical_particles
● https://sites.ifi.unicamp.br/brum/files/2014/01/F604_JAB_1s2011_10_EstQua
ntica.pdf
● https://quantummechanics.ucsd.edu/ph130a/130_notes/node199.html
● OpenAI (2021). ChatGPT [Software]. Recuperado de
https://openai.com/products/gpt-3/

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