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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

CONHECIMENTOS dos, é obrigatória comprovação da existência de re-


lação de emprego, do qual tenha economia própria,

ESPECÍFICOS mediante exibição da Carteira de Trabalho e portar


cópia e original dos documentos RG e CPF e do

SERVIÇOS BANCÁRIOS comprovante de endereço.


2) Para abertura de conta de depósito (conta-
poupança e conta-corrente) para titulares menores
emancipados, deve-se apresentar, além de cópia e
ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO original dos documentos RG e CPF e do compro-
vante de endereço, registro de nascimento com a
DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁ- Averbação da Emancipação conferida pelos pais.
SICOS
PESSOA FÍSICA E JURÍDICA
Conheça os tipos de contas existentes:

Conta Individual: conta para um único titular, PESSOA FÍSICA


que permite movimentação a crédito e a débito.
É o ser humano nascido da mulher. Sua exis-
Conta Conjunta. tência começa do nascimento com vida (a respira-
ção é a melhor prova do nascimento com vida) e
Conta Conjunta Simples (E): conta para mais termina com a morte.
de um titular cuja movimentação a débito somente
poderá ser feita com as assinaturas, sempre em O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da
conjunto, dos titulares. relação jurídica.
Conta Conjunta Solidária (E/OU): conta para
mais de um titular cuja movimentação a crédito ou a PESSOA JURÍDICA
débito poderá ser feita por qualquer um dos titulares
isoladamente.
Pessoas jurídicas são entidades a que a lei em-
Contas para menores: presta personalidade, isto e, são seres que atuam
na vida jurídica, com personalidade diversa da dos
• Menores de 18 e maiores de 16 anos: conta
indivíduos que os compõem, capazes de serem su-
em nome do menor, cuja movimentação será livre,
jeitos de direitos e obrigações na ordem civil.
desde que autorizada pelo responsável legal. A a-
1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm
bertura e movimentação de conta de menor poderá
como elemento adjacente o homem, isto é, as que
ser efetuada sem a necessidade de autorização por
se compõem pela reunião de pessoas, tais como as
seu representante legal, desde que o menor seja le-
associações e as sociedades; b) as que se constitu-
galmente emancipado e faça prova de sua emanci-
em em torno de um patrimônio destinado a um fim,
pação.
isto é, as fundações.
• Menores de 16 anos: conta em nome do
2) De acordo com sua órbita de atuação: as pes-
menor, cuja movimentação somente poderá ser feita
soas podem ser de direito externo (as várias Na-
pelo responsável indicado na abertura da conta.
ções, a Santa Sé, a Organização das Nações Uni-
das) ou interno (a União, os Estados, o Distrito Fe-
Documentos Necessários
deral e cada um dos Municípios legalmente constitu-
ídos); e de direito privado (as sociedades civis, reli-
Para abertura de Conta de Depósito (conta-
giosas, pias, morais, científicas ou literárias, as as-
poupança e conta-corrente) para maiores de 18 a-
sociações de utilidade publica, as fundações e, ain-
nos, é necessária a cópia e o original dos seguintes
da, as sociedades mercantis).
documentos:
Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado,
• RG; podemos distinguir as associações, isto e, agrupa-
• CPF; mentos de indivíduos sem fim lucrativo, como os
• Comprovante de Residência; clubes desportivos, os centros culturais, as entida-
• Comprovante de renda* des pias, etc.; e, de outro, as sociedades, isto é, os
(Ex.: holerite, contracheque etc.). agrupamentos individuais com escopo de lucro.

Situações especiais para os menores de 18 Requisitos para a existência legal das pesso-
anos trazidas pelo novo Código Civil: as jurídicas.

1) Para abertura de conta de depósito (conta- A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas
poupança e conta-corrente) cujo titular seja menor de direito privado começa com a inscrição dos seus
com 16 anos de idade completos, não emancipa-
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contrates, atos constitutivos, estudos ou compro- representantes, provando-se que concorreram com
missos em seu registro publico peculiar. culpa para o evento danoso.
Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir Tal culpa poderá se configurar quer na eleição
no plano dos acontecimentos, mas o direito despre- de seus administradores, quer na vigilância de sua
za sua existência, nega-lhe personalidade civil, ou atividade. Mas, atualmente, houve uma evolução
seja, nega-lhe a capacidade para ser titular de direi- nesta interpretação através de uma farta jurispru-
tos (pois, para que a pessoa moral ingresse na orbi- dência de nossos Tribunais.
ta jurídica, é necessário o elemento formal, ou seja, Assim, quando a pessoa jurídica de finalidade lu-
a inscrição no registro próprio). crativa causar dano a outrem através de ato de seu
Cumpre ressaltar, porém, que o ordenamento ju- representante, surge a presunção que precisa ser
rídico não pode ignorar a existência de fato da pes- destruída pela própria pessoa jurídica, sob pena de
soa moral, antes de seu registro. Assim, embora ser condenada solidariamente a reparação do preju-
não prestigie a existência, atribui alguma conse- ízo.
qüência a tal organismo. Quanto a responsabilidade das associações que
Para se proceder ao registro de uma pessoa ju- não tem lucro, nada se encontra na lei. A respon-
rídica de direito privado de natureza civil, apresen- sabilidade pela reparação do prejuízo será do agen-
tam-se dois exemplares do jornal oficial em que te causador. Apenas, neste caso, deve a vitima
houverem sido publicados os estatutos, contratos ou demonstrar a culpa da associação.
outros documentos constitutivos ao cartório compe-
tente. No documento deve figurar, para que seja de- Extinção das Pessoas Jurídicas.
clarado peio Oficial, no livro competente:
I - a denominação fundo social (quando houver), I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus
os fins e a sede da associação, ou fundação, bem membros, salvo o direito da minoria e de terceiros;
como o tempo de sua duração; II pela sua dissolução, quando a lei determine;
II - o modo por que se administra e representa a III pela sua dissolução em virtude de ato do Go-
sociedade, ativa e passivamente, judicial e extraju- verno que lhe casse a autorização para funcionar,
dicialmente; quando a pessoa jurídica incorra em atos opostos
III - se os estatutos, contrato ou o compromisso aos seus fins ou nocivos ao bem público.
são reformáveis no tocante a administração, e de Quando se trata de pessoa jurídica com finalida-
que modo; de lucrativa, nenhum problema surge quanto ao
IV - se os membros respondem ou não, subsidia- destino dos bens. Eles serão repartidos entre os
riamente, uns pelos outros, pelas obrigações soci- sócios, pois o lucro constitui o próprio objeto que os
ais; reuniu.
V - as condições de extinção das pessoas jurídi- Nas associações sem fim lucrativo que se dissol-
cas, e o destino de seu patrimônio, nesse caso; vem, o patrimônio seguira a destinação dada pelos
VI - os nomes dos fundadores, ou instituidores, e Estatutos; em não havendo tal, a deliberação eficaz
dos membros da diretoria provisória ou definitiva, dada pelos sócios sobre a matéria. Se os - mesmos
com indicação da nacionalidade, estado civil ou pro- nada resolveram, ou se a deliberação for - ineficaz,
fissão de cada um, bem como o nome e residência devolver-se-á o patrimônio a um estabelecimento
do apresentante dos exemplares. publico congênere ou de fins semelhantes. Se, no
Município, Estado ou no Distrito-Federal, inexistirem
Capacidade e Representação das Pessoas estabelecimentos nas condições indicadas, o patri-
Jurídicas. mônio passara a Fazenda Publica.

No momento em que a pessoa jurídica registra Fundações.


seu contrato constitutivo, adquire personalidade, isto
e, capacidade para ser titular de direito. Natural- Fundação e uma organização que gira em torno
mente ela só pode ser titular daqueles direitos com- de um patrimônio, que se destina a uma determina-
patíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou da finalidade. Deve ser ultimada por escritura publi-
seja, os patrimônios. Não se lhe admitem os direi- ca ou testamento.
tos personalísticos. Aquele a quem o instituidor cometer a aplicação
Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica re- do patrimônio elaborara o Estatuto da fundação pro-
corre a pessoas físicas que a representam, ou seja, jetada, submetendo-o a autoridade competente, isto
por quem os respectivos estatutos designarem ou, e, ao órgão do Ministério Publico. Aprovado por es-
não os designando, pelos seus diretores. te, o Estatuto devera ser registrado e, neste mo-
mento, a Fundação adquire personalidade jurídica.
Responsabilidade das Pessoas Jurídicas A lei só permite que se altere o Estatuto da Fun-
dação consoante três condições: 1º) deliberação da
As pessoas jurídicas são responsáveis na orbita maioria dos administradores e representantes da
civil, contratual e extracontratual. Fundação; 2º) respeito a sua finalidade original; 3º)
As pessoas jurídicas com fim lucrativo só serão aprovação da autoridade competente.
responsáveis pelos atos ilícitos, praticados por seus
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A Fundação se extingue quando vencido o prazo tual de determinadas pessoas, com o intuito de pro-
de sua existência. Tal hipótese raramente se apre- tege-las, não lhes permite o exercício pessoal de di-
senta, porque, em geral , a Fundação e criada por reitos, e denomina tais pessoas de incapazes.
prazo indeterminado; além disso, extingue-se quan- Portanto, incapacidade é o reconhecimento da
do se torna nociva ao interesse publico; e, finalmen- inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos que
te, quando seu objeto se torna impossível. a lei acha indispensáveis para que ela exerça os
Nas três hipóteses acima, o patrimônio da Fun- seus direitos.
dação extinta vai se incorporar ao de outras de fins Existe, assim, uma distinção entre incapacidade
idênticos ou semelhantes. absoluta e relativa.
São absolutamente incapazes aqueles que não
podem, por si mesmos, praticar quaisquer atos jurí-
CAPACIDADE E INCAPACIDADE dicos e, se o fizerem, tais atos são nulos. Por e-
xemplo: se um menor impubere vende uma proprie-
Se toda relação jurídica tem por titular um ho- dade, ou faz um contrato de seguro, tal ato e abso-
mem, verdade e, também, que todo homem pode lutamente ineficaz, porque a manifestação de von-
ser titular de uma relação jurídica. Isto é, todo ser tade provinda dele, desprezada que é pelo ordena-
humano tem capacidade para ser titular de direitos. mento jurídico, não produz efeitos na orbita do direi-
Antigamente, nos regimes onde florescia a es- to, e nulo o ato e não gera efeitos.
cravidão, o escravo em vez de sujeito era objeto de Diferente e a incapacidade relativa, porque a i-
direito. No mundo moderno, a mera circunstancia naptidão físico-psíquica e menos intensa. Trata-se
de existir confere ao homem a possibilidade de ser de pessoas que, sem terem um julgamento
titular de direitos. A isso se chama personalidade. ,adequado das coisas, apresentam um grau de per-
Afirmar que o homem tem personalidade e o feição intelectual não-desprezível. A lei, então, lhes
mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser permite a pratica de atos jurídicos, condicionando a
titular de direitos. Tal personalidade se adquire com validade destes ao fato de eles se aconselharem
o nascimento com vida. com pessoa plenamente capaz(seu pai, tutor ou cu-
Parece que melhor se conceituaria personalida- rador)que os devem assistir-nos atos jurídicos.
de dizendo ser a aptidão para adquirir direitos e as- Enquanto o absolutamente incapaz e represen-
sumir obrigações na ordem civil. Como se vera, a tado, o relativamente incapaz e apenas assistido.
aptidão para adquirir direitos não se identifica com a O ato praticado pelo relativamente incapaz não e
aptidão para exercer direitos, da qual se excluem as nulo, mas anulável.
pessoas mencionadas (incapazes), que pessoal- Entende-se por pródigo aquele que, desordena-
mente não os podem exercer. damente, gasta e destrói o seu patrimônio. Como a
Voltando a analise, se deve ressaltar a relevân- sua deficiência só se mostra no trato de seus pró-
cia, na pratica, de tal dispositivo, conforme se de- prios bens, sua incapacidade e limitada aos atos
monstre que o indivíduo nasceu morto, ou morreu que o podem conduzir a um empobrecimento.
logo após o nascimento. Por exemplo: suponha que Os silvícolas, por viverem afastados da civiliza-
um indivíduo morreu, deixando esposa gravida; se a ção, não contam, habitualmente, com um grau de
criança nascer morta, o patrimônio do "de cujus" experiência suficiente para defender sua pessoa e
passara aos herdeiros deste, que podem ser seus seus bens, em contato com o branco. No entanto,
pais, se ele os tiver; se a criança nascer viva, mor- deixam de ser considerados relativamente incapa-
rendo no segundo subseqüente, o patrimônio de zes se adaptarem e se integrarem a civilização do
seu pai pré-morto (que foi a seu filho no momento pais.
em que ele nasceu com vida) passara aos do infan-
te, no caso, a mãe.
A lei brasileira protege os direitos do nascituro
REPRESENTAÇÃO E DOMICILIO
desde a sua concepção (nascituro é o ser já conce-
bido, mas que se encontra no ventre materno), em- Domicílio-civil da pessoa natural é o lugar onde
bora só lhe conceda a personalidade se nascer com ela estabelece sua residência com animo definitivo.
vida. A idéia de animo definitivo vai decorrer das cir-
A personalidade que o indivíduo adquire, ao nas- cunstancias externas reveladoras da intenção do in-
cer com vida, termina com a morte. No instante em divíduo, isto é, do seu propósito de fazer daquele
que expira, cessa sua aptidão para ser titular de di- local o centro de suas atividades.
reitos, e seus bens se transmitem, incontinenti, a O conceito de domicílio se distingue do de resi-
seus herdeiros. dência. Este representa uma relação de fato entre
Já foi dito que todo ser humano, desde seu nas- uma pessoa e um lugar, envolvendo a idéia de habi-
cimento ate sua morte, tem capacidade para ser ti- tação, enquanto o de domicílio compreende o de re-
tular de direitos e obrigações, na ordem civil. Mas sidência, acrescido do animo de ai fazer o centro de
isso não significa que todas as pessoas possam e- sua atividade jurídica.
xercer, pessoalmente, tais direitos. A lei, tendo em
vista a idade, a saúde ou o desenvolvimento intelec-

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Espécies de domicílio. o ato emanou, ou onde este tenha de ser executa-


do.
- domicílio voluntário e o estabelecido voluntari-
amente pelo indivíduo, sem sofrer outra influência Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado.
que não a de sua vontade ou conveniência.
- domicílio legal ou necessário é aquele que a lei É o lugar onde funcionarem as respectivas dire-
impõe a determinadas pessoas, que se encontram torias e administrações, isto quando nos seus esta-
em dadas circunstâncias. Assim, os incapazes tem tutos não constar eleição de domicílio especial.
necessariamente por domicílio o dos seus represen- Tendo a pessoa jurídica de direito privado diver-
tantes. O domicilio da mulher casada e o do marido sos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada
(exceção: a) quando estiver separada; b) - quando um será considerado domicílio, para os atos nele
lhe couber a administração dos bens do casal).Os praticados.
funcionários públicos reputam-se domiciliados onde
exercerem, em caráter permanente, suas funções. Domicílio da pessoa jurídica estrangeira.
O domicílio do militar em serviço ativo e o lugar on-
de servir. O domicílio dos oficiais e tripulantes da Se a administração e diretoria tiver sede no es-
marinha mercante e o lugar onde estiver matricula- trangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa-
do o navio. O preso ou desterrado tem o domicílio jurídica, no tocante as obrigações contraídas por
no lugar onde cumpre a sentença ou o desterro. O cada uma das suas agencias, o lugar do estabele-
ministro ou o agente diplomático do Brasil que, cita- cimento, sito no Brasil, a que ela responder.
do no estrangeiro, alegar extraterritorialidade, sem
designar onde tem, no pais, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no ultimo DOCUMENTOS COMERCIAIS E
ponto do território brasileiro onde o teve. TÍTULOS DE CRÉDITO
- domicílio de eleição ou convencional é o esco-
lhido pelos contratantes, nos contratos escritos, pa-
ra fim de exercício dos direitos e cumprimento das NOTA PROMISSÓRIA
obrigações que dos mesmos decorram. Promessa de pagamento de uma quantia em di-
Se, porem, a pessoa natural tiver diversas resi- nheiro, em dia e local determinado.
dências onde alternadamente viva, ou vários cen-
tros de ocupações habituais, considerar-se-á domi-
cílio seu qualquer destes ou daquelas. Caso de plu- DUPLICATA
ralidade de domicílios. Documento emitido pelas empresas, em que o
Domicílio ocasional ou aparente. Ter-se-á por comprador se declara conhecedor do débito através
domicílio da pessoa natural, que não tenha residên- de sua assinatura.
cia habitual, ou empregue a vida em viagens, sem
ponto central de negócios, o lugar onde for encon-
trada.
FATURA
A mudança de domicílio ocorre quando a pessoa É uma síntese da nota fiscal, que relata as mer-
natural altera a sua residência, com a intenção de cadorias fornecidas ao comprador pelo vendedor.
transferir o seu centro habitual de atividade. A pro- Numa fatura podem ser incluídas várias notas fis-
va da intenção resultara do que declarar a pessoa cais, globalizando o valer da venda de um determi-
mudada às municipalidades dos lugares, que deixa, nado período.
e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer,
da própria mudança, com as circunstancial que a NOTA FISCAL
acompanharem. Documento emitido pelos comerciantes industri-
ais, produtores para acompanhar mercadoria do
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Público. vendedor ao comprador. É exigido pela Legislação
tributária e fiscal.
O domicílio da União e o Distrito Federal; dos Es-
tados, as respectivas Capitais; e dos Municípios, o
lugar onde funciona a Administração Municipal. Das CHEQUE: REQUISITOS ESSEN-
demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem
as respectivas diretorias e administrações, ou onde
CIAIS, CIRCULAÇÃO, ENDOSSO,
elegeram domicílio especial, nos seus estatutos ou CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃO
atos constitutivos.
Quando o direito pleiteado se originar de um fato
• cheque é uma ordem de pagamento a vista
ocorrido onde um ato praticado, ou que deva produ-
(considera-se não escrita qualquer menção em con-
zir os seus efeitos, fora do Distrito Federal, a União
trário);
será demandada na seção judicial em que o fato
ocorreu, ou onde tiver sua sede a autoridade de que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

• deve ser a apresentado para pagamento no pel-moeda e o cheque. Num contexto mais restrito,
prazo 30 dias da emissão (quando emitido no lugar é um documento bancário com a mesma finalidade.
onde deve ser pago), caso contrário em 60 dias;
• o portador do cheque tem o prazo de 6 me- A ordem de pagamento OP é utilizada para pa-
ses para promover a execução (ação de cobrança gamentos ou depósitos dentro do mesmo banco,
judicial do cheque) contra seu emitente ou avalista para agencias em praças diferentes.
sob pena de prescrição (perder o direito a esta ação
judicial);
• o cheque pré-datado não é juridicamente
DOCUMENTO DE CREDITO
válido, mas na prática tem sido utilizado e, assim, (DOC): NOÇÕES GERAIS
assume características de uma promissória;
O documento de crédito (DOC) é utilizado para
Saques sobre valor
pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo es-
• valores depositados em cheque (que so- tando em praças diferentes.
mente entram para as reservas ao banco após sua
compensação) somente podem ser movimentados,
no mesmo dia, via cheque (ainda assim caso sejam DIREITOS DE GARANTIA: NO-
da mesma praça - cidade) pois do contrário dão ori-
gem aos chamados "saques sobre valor" onde o
ÇÕES GERAIS
banco perde reservas pois estaria, na verdade, em-
prestando um recurso antes de realmente dispor de- Compromisso adicional que se estabelece numa
le; transação, como forma de assegurar sua realização
• os cheques administrativos, visados ou e/ou lisura. Geralmente, envolve a posse de um
DOC de emissão do próprio correntista são movi- bem de valor, que é dado em garantia. Uma forma
mentados como se dinheiro fossem, embora sempre muito comum é a hipoteca de um imóvel como ga-
compensados. rantia de pagamento de uma dívida. Outras são o
penhor e a fiança. Na área comercial, a garantia é
Cheques cruzados estabelecida em documento para assegurar a quali-
• os cheques cruzados não podem ser des- dade do produto. Assim, durante certo período de
contados, apenas depositados. tempo e em determinadas condições, o fabricante
Recusa de pagamentos de cheques obriga-se repor ou restaurar o equipamento. No Sis-
• os bancos podem recusar o pagamento de tema Financeiro da Habitação, por exemplo, institui-
cheques nos seguintes casos: se a garantia na construção do imóvel: o construtor
• insuficiência de fundos (cheques sem fun- obriga-se, durante cinco anos, a reparar qualquer
do), dano devido a problemas de construção.
• divergência ou insuficiência na assinatura
do emitente; DIREITOS DE GARANTIA: REAIS
• irregularidade formal (erro no preen-
chimento);
• contra-ordem escrita do emitente (bloqueio); HIPOTECA
• encerramento de contas.
Garantia de pagamento de uma dívida dada sob
Cheques nominativos x ao portador
a forma de um bem imóvel (com exceção de navios
• Após o plano Collor, todos os cheques são
e aviões, que também podem ser (hipotecados).
obrigatoriamente nominativos, quer para saque, de-
Embora conserve a posse do bem, o devedor só re-
pósito ou pagamento
adquire sua propriedade após o pagamento integral
• os cheques acima de R$ 100,00 se não fo- da dívida. Se a dívida não for paga, ou se só for pa-
rem nominativos serão devolvidos (sem que o nome ga uma parte dela, ao fim do prazo contratado, o
do emitente vá para o cadastro de emitentes de credor pode executar a hipoteca, assumindo a pro-
cheques sem fundos). priedade total do bem.

ORDEM DE PAGAMENTO: DE- PENHOR


FINIÇÃO, TIPOS, EMISSÃO E LI-
QUIDAÇÃO Entrega de bem móvel ao credor como garantia
de pagamento da dívida. Seja dívida não é paga no
Qualquer documento escritural em que uma pes- prazo acertado, o credor entra em posse definitiva
soa autoriza outra a receber pagamento de uma ter- do bem penhorado.
ceira (em geral um banco). Nesse contexto, as or-
dens de pagamento mais comum são o próprio pa-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

CAUÇÃO • contratos de prestação de serviços em em-


preitadas;
• contratos de prestação de serviços em ge-
Contrato pelo qual uma pessoa se obriga a satis- ral;
fazer e cumprir as obrigações contraídas por um • contratos de fornecimento de mercadorias,
terceiro, se este não as cumprir. "Prestar caução", máquinas, materiais, matéria-prima, etc ... ;
significa fazer depósito em valores, títulos da dívida
• adiantamentos relativos a contratos de pres-
pública, papéis de crédito ou hipoteca de bens de
tação de serviços, ou simplesmente adiantamentos
raiz, para responder pelos desfalques que se pos-
ou sinais (importâncias entregues antecipadamente
sam dar na administração, gerência ou tesouraria por conta de serviços ou outros), conforme condi-
de que se é encarregado. Também é caução o de- ções expressas, em ordens de compra, pedidos de
pósito em títulos da dívida pública como garantia da
mercadoria ou assemelhados;
seriedade de uma licitação ou do cumprimento de
• aquisição ou compra de mercadorias,
um contrato.
• produtos, matérias-primas, no País, até de-
terminado valor, garantindo praticamente um limite
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA de crédito para compras, em um determinado valor
e num determinado período;
• compra específica de mercadorias, produ-
Transferência ao credor do domínio e posse de tos, máquinas, equipamentos, matérias-primas (no
um bem, em garantia ao pagamento de uma obriga- País ou no exterior), comprovada através de cópias
ção que lhe é devida por alguém. O bem é devolvi- de pedidos, ordens de compra, contratos, faturas
do a seu antigo proprietário depois que ele resgatar próforma, guia de importação;
a dívida.
• liberação de veículos e outros bens móveis,
vinculados a contratos por alienação fiduciária, con-
PESSOAIS: FIANÇA E AVAL vênio, caução, penhor mercantil ou hipoteca;
• isenção de tributos junto à alfândega, para
permanência temporária de máquinas, equipamen-
FIANÇA tos, etc (prazo indeterminado, sujeito a multa, juros
e correção monetária);
É um contrato em que o banco (que atua neste • liberação de máquinas, equipamentos e
caso como fiador) garante o cumprimento da obri- mercadorias retidos nas alfândegas e outros órgãos
gação de seu cliente (neste caso o afiançado). públicos (prazo indeterminado sujeito a multa, juros
e correção monetária);
Por tratar-se de garantia, e não de empréstimo, • obtenção de liminar resultante de mandado
não está sujeita ao IOF. Z segurança destinado a sustar cobrança de impos-
tos, taxas (prazo indeterminado sujeito a multa, ju-
A fiança é normalmente baixada: ros e correção monetária;
• quando do término do prazo de validade da • interposição de recursos em processos ad-
Carta de Fiança, desde que assegurado o cumpri- ministrativos judiciais (prazo indeterminado, sujeito
mento das obrigações assumidas pelas partes con- a correção monetária);
tratantes; • pagamentos de débitos fiscais, previdenciá-
• mediante devolução da Carta de Fiança; rios, trabalhistas ou seu parcelamento (prazo inde-
• mediante a entrega, ao banco, da de- terminado, sujeito a correção monetária);
claração do credor (beneficiário), liberando a garan- • operações ligadas ao comércio exterior;
tia prestada. • outras formas de cumprimento de obriga-
ções não vedadas pelo Banco Central.
As cartas de fiança concedidas devem ser sem-
pre por prazo determinado, não podendo exceder a O Banco Central veda a outorga de carta de fi-
12 meses (nas concorrências públicas, o prazo é de ança nas seguintes situações:
6 meses). • que possam, direta ou indiretamente, ense-
jar aos favorecidos a obtenção de empréstimos em
O Banco Central autoriza a outorga de carta de geral, ou o levantamento de recursos junto ao públi-
fiança nas seguintes situações" co, ou que assegurem o pagamento e obrigações
• participações em concorrências públicas ou decorrentes da aquisição de bens e serviços
particulares, licitações, tomadas de preços; • que não tenham perfeita caracterização ao
• contratos de construção civil; valor em moeda nacional e vencimento definido, ex-
• contratos de execução de obras; ceto para garantir interposição de recursos fiscais
• contrato de execução de obras adjudicadas ou que sejam garantias prestadas para produzir e-
por meio de concorrências públicas ou particulares; feitos perante órgãos fiscais ou entidades por elas
• contratos de integralização de capitais (pes- controladas, cuja delimitação de prazo seja imprati-
soas jurídicas); cável;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

• em moeda estrangeira ou que envolva risco NOVO CÓDIGO CIVIL


de variação de taxas de câmbio, exceto quando se
tratar de operações ligadas ao comércio exterior; CAPÍTULO II
• vinculadas, por qualquer forma, à aquisição Da Sociedade em Nome Coletivo
de terrenos que não se destinem ao uso próprio ou
que se destinem à execução de empreendimentos Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem to-
ou unidades haitacionais mar parte na sociedade em nome coletivo, respon-
• a diretoria do banco e membros dos conse- dendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente,
lhos consultivos ou administrativos, fiscais e seme- pelas obrigações sociais.
lhantes, bem como aos respectivos cônjuges; Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabili-
• aos parentes até o segundo grau das pes- dade perante terceiros, podem os sócios, no ato
soas a que se refere a alinea anterior; constitutivo, ou por unânime convenção posterior,
• as pessoas físicas ou jurídicas que partici- limitar entre si a responsabilidade de cada um.
pem do capital do banco, com mais e 10%, salvo
autorização específica do BC, em cada caso, quan- Art. 1.040. A sociedade em nome coletivo se re-
do se tratar de operações lastreadas por efeitos ge pelas normas deste Capítulo e, no que seja o-
comerciais resultantes de transações de compra e misso, pelas do Capítulo antecedente.
venda ou penhor de mercadorias, em limites que fo-
rem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em Art. 1.041. O contrato deve mencionar, além das
caráter geral; e indicações referidas no Art. 997, a firma social.
• as pessoas jurídicas, de cujo capital partici-
pem com mais de 10%, quaisquer os diretores ou Art. 1.042. A administração da sociedade com-
administradores da própria instituição financeira, pete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma,
bem como seus cônjuges e respectivos parentes até nos limites do contrato, privativo dos que tenham os
o segundo grau. necessários poderes.

Se a afiançada não cumprir com as obrigações e Art. 1.043. O credor particular de sócio não po-
o banco louvar a fiança concedida, o débito daí re- de, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a
sultante passa a ser uma operação de crédito sujei- liquidação da quota do devedor.
ta ao IOF. Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:
I - a sociedade houver sido prorrogada tacita-
mente;
AVAL II - tendo ocorrido prorrogação contratual, for a-
colhida judicialmente oposição do credor, levantada
É uma obrigação, assumida por um banco, a fim no prazo de noventa dias, contado da publicação do
de garantir o pagamento de um título de um cliente ato dilatório.
preferencial.
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno di-
Tipos: reito por qualquer das causas enumeradas no Art.
o aval completo / pleno / em reto - traz o nome 1.033 e, se empresária, também pela declaração da
da pessoa em favor é quem é dado; falência.
o aval em branco - não traz o nome da pessoa
sendo mera assinatura do avalista.
POR QUOTAS DE RESPONSA-
O aval pode ser completo (quando o banco ga-
rante toda a divida) ou parcial (quando o banco ga-
BILIDADE LIMITADA
rante parte da dívida).
Sociedade comercial por cotas de responsabili-
dade limitada: cada sócio responde apenas na me-
TIPOS DE SOCIEDADE: dida de sua cota. Deve adotar uma razão social que
explique quanto possível, o objeto da sociedade e
seja sempre seguida pela palavra "limitada".
EM NOME COLETIVO

É uma sociedade em que seus membros são


responsáveis por todas as operações e pelas obri-
gações contraídas. A razão social ou firma pode a-
parecer em nome de um, de alguns, ou de todos os
sócios.

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

NOVO CÓDIGO CIVIL Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio


remisso, os outros sócios podem, sem prejuízo do
CAPÍTULO IV disposto no Art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-
Da Sociedade Limitada la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o pri-
mitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago,
Seção I deduzidos os juros da mora, as prestações estabe-
Disposições Preliminares lecidas no contrato mais as despesas.

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabi- Art. 1.059. Os sócios serão obrigados à reposi-
lidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quo- ção dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer
tas, mas todos respondem solidariamente pela inte- título, ainda que autorizados pelo contrato, quando
gralização do capital social. tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo
do capital.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas
omissões deste Capítulo, pelas normas da socieda- Seção III
de simples. Da Administração
Parágrafo único. O contrato social poderá prever
a regência supletiva da sociedade limitada pelas Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada
normas da sociedade anônima. por uma ou mais pessoas designadas no contrato
social ou em ato separado.
Art. 1.054. O contrato mencionará, no que cou- Parágrafo único. A administração atribuída no
ber, as indicações do Art. 997, e, se for o caso, a contrato a todos os sócios não se estende de pleno
firma social. direito aos que posteriormente adquiram essa quali-
dade.
Seção II
Das Quotas Art. 1.061. Se o contrato permitir administrado-
res não sócios, a designação deles dependerá de
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o
iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a ca- capital não estiver integralizado, e de dois terços, no
da sócio. mínimo, após a integralização.
o
§ 1 Pela exata estimação de bens conferidos ao
capital social respondem solidariamente todos os Art. 1.062. O administrador designado em ato
sócios, até o prazo de cinco anos da data do regis- separado investir-se-á no cargo mediante termo de
tro da sociedade. posse no livro de atas da administração.
o
o
§ 2 É vedada contribuição que consista em § 1 Se o termo não for assinado nos trinta dias
prestação de serviços. seguintes à designação, esta se tornará sem efeito.
o
§ 2 Nos dez dias seguintes ao da investidura,
Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à so- deve o administrador requerer seja averbada sua
ciedade, salvo para efeito de transferência, caso em nomeação no registro competente, mencionando o
que se observará o disposto no artigo seguinte. seu nome, nacionalidade, estado civil, residência,
o
§ 1 No caso de condomínio de quota, os direitos com exibição de documento de identidade, o ato e a
a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo data da nomeação e o prazo de gestão.
condômino representante, ou pelo inventariante do
espólio de sócio falecido. Art. 1.063. O exercício do cargo de administra-
o
§ 2 Sem prejuízo do disposto no Art. 1.052, os dor cessa pela destituição, em qualquer tempo, do
condôminos de quota indivisa respondem solidaria- titular, ou pelo término do prazo se, fixado no con-
mente pelas prestações necessárias à sua integrali- trato ou em ato separado, não houver recondução.
o
zação. § 1 Tratando-se de sócio nomeado administra-
dor no contrato, sua destituição somente se opera
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode pela aprovação de titulares de quotas correspon-
ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja dentes, no mínimo, a dois terços do capital social,
sócio, independentemente de audiência dos outros, salvo disposição contratual diversa.
o
ou a estranho, se não houver oposição de titulares § 2 A cessação do exercício do cargo de admi-
de mais de um quarto do capital social. nistrador deve ser averbada no registro competente,
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à mediante requerimento apresentado nos dez dias
sociedade e terceiros, inclusive para os fins do pa- seguintes ao da ocorrência.
o
rágrafo único do Art. 1.003, a partir da averbação § 3 A renúncia de administrador torna-se eficaz,
do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios em relação à sociedade, desde o momento em que
anuentes. esta toma conhecimento da comunicação escrita do
renunciante; e, em relação a terceiros, após a aver-
bação e publicação.

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Art. 1.064. O uso da firma ou denominação soci- IV - denunciar os erros, fraudes ou crimes que
al é privativo dos administradores que tenham os descobrirem, sugerindo providências úteis à socie-
necessários poderes. dade;
V - convocar a assembléia dos sócios se a dire-
Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, toria retardar por mais de trinta dias a sua convoca-
proceder-se-á à elaboração do inventário, do balan- ção anual, ou sempre que ocorram motivos graves e
ço patrimonial e do balanço de resultado econômi- urgentes;
co. VI - praticar, durante o período da liquidação da
sociedade, os atos a que se refere este artigo, tendo
Seção IV em vista as disposições especiais reguladoras da li-
Do Conselho Fiscal quidação.

Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assem- Art. 1.070. As atribuições e poderes conferidos
bléia dos sócios, pode o contrato instituir conselho pela lei ao conselho fiscal não podem ser outorga-
fiscal composto de três ou mais membros e respec- dos a outro órgão da sociedade, e a responsabilida-
tivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, de de seus membros obedece à regra que define a
eleitos na assembléia anual prevista no Art. 1.078. dos administradores (Art. 1.016).
o
§ 1 Não podem fazer parte do conselho fiscal, Parágrafo único. O conselho fiscal poderá esco-
o
além dos inelegíveis enumerados no § 1 do Art. lher para assisti-lo no exame dos livros, dos balan-
1.011, os membros dos demais órgãos da socieda- ços e das contas, contabilista legalmente habilitado,
de ou de outra por ela controlada, os empregados mediante remuneração aprovada pela assembléia
de quaisquer delas ou dos respectivos administra- dos sócios.
dores, o cônjuge ou parente destes até o terceiro
grau. Seção V
o
§ 2 É assegurado aos sócios minoritários, que Das Deliberações dos Sócios
representarem pelo menos um quinto do capital so-
cial, o direito de eleger, separadamente, um dos Art. 1.071. Dependem da deliberação dos só-
membros do conselho fiscal e o respectivo suplente. cios, além de outras matérias indicadas na lei ou no
contrato:
Art. 1.067. O membro ou suplente eleito, assi- I - a aprovação das contas da administração;
nando termo de posse lavrado no livro de atas e pa- II - a designação dos administradores, quando
receres do conselho fiscal, em que se mencione o feita em ato separado;
seu nome, nacionalidade, estado civil, residência e III - a destituição dos administradores;
a data da escolha, ficará investido nas suas fun- IV - o modo de sua remuneração, quando não
ções, que exercerá, salvo cessação anterior, até a estabelecido no contrato;
subseqüente assembléia anual. V - a modificação do contrato social;
Parágrafo único. Se o termo não for assinado VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da
nos trinta dias seguintes ao da eleição, esta se tor- sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
nará sem efeito. VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e
o julgamento das suas contas;
Art. 1.068. A remuneração dos membros do VIII - o pedido de concordata.
conselho fiscal será fixada, anualmente, pela as-
sembléia dos sócios que os eleger. Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedeci-
do o disposto no Art. 1.010, serão tomadas em reu-
Art. 1.069. Além de outras atribuições determi- nião ou em assembléia, conforme previsto no con-
nadas na lei ou no contrato social, aos membros do trato social, devendo ser convocadas pelos adminis-
conselho fiscal incumbem, individual ou conjunta- tradores nos casos previstos em lei ou no contrato.
o
mente, os deveres seguintes: § 1 A deliberação em assembléia será obrigató-
I - examinar, pelo menos trimestralmente, os li- ria se o número dos sócios for superior a dez.
o
vros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da § 2 Dispensam-se as formalidades de convoca-
o
carteira, devendo os administradores ou liquidantes ção previstas no § 3 do Art. 1.152, quando todos
prestar-lhes as informações solicitadas; os sócios comparecerem ou se declararem, por es-
II - lavrar no livro de atas e pareceres do conse- crito, cientes do local, data, hora e ordem do dia.
o
lho fiscal o resultado dos exames referidos no inciso § 3 A reunião ou a assembléia tornam-se dis-
I deste artigo; pensáveis quando todos os sócios decidirem, por
III - exarar no mesmo livro e apresentar à as- escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.
o
sembléia anual dos sócios parecer sobre os negó- § 4 No caso do inciso VIII do artigo antecedente,
cios e as operações sociais do exercício em que os administradores, se houver urgência e com auto-
servirem, tomando por base o balanço patrimonial e rização de titulares de mais da metade do capital
o de resultado econômico; social, podem requerer concordata preventiva.

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

o
§ 5 As deliberações tomadas de conformidade Art. 1.077. Quando houver modificação do con-
com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, a- trato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou
inda que ausentes ou dissidentes. dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de
o
§ 6 Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüen-
omissos no contrato, o disposto na presente tes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato
Seção sobre a assembléia. social antes vigente, o disposto no Art. 1.031.

Art. 1.073. A reunião ou a assembléia podem Art. 1.078. A assembléia dos sócios deve reali-
também ser convocadas: zar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro me-
I - por sócio, quando os administradores retarda- ses seguintes à ao término do exercício social, com
rem a convocação, por mais de sessenta dias, nos o objetivo de:
casos previstos em lei ou no contrato, ou por titula- I - tomar as contas dos administradores e delibe-
res de mais de um quinto do capital, quando não a- rar sobre o balanço patrimonial e o de resultado e-
tendido, no prazo de oito dias, pedido de convoca- conômico;
ção fundamentado, com indicação das matérias a II - designar administradores, quando for o caso;
serem tratadas; III - tratar de qualquer outro assunto constante da
II - pelo conselho fiscal, se houver, nos casos a ordem do dia.
o
que se refere o inciso V do Art. 1.069. § 1 Até trinta dias antes da data marcada para a
assembléia, os documentos referidos no inciso I
Art. 1.074. A assembléia dos sócios instala-se deste artigo devem ser postos, por escrito, e com a
com a presença, em primeira convocação, de titula- prova do respectivo recebimento, à disposição dos
res de no mínimo três quartos do capital social, e, sócios que não exerçam a administração.
o
em segunda, com qualquer número. § 2 Instalada a assembléia, proceder-se-á à lei-
o
§ 1 O sócio pode ser representado na assem- tura dos documentos referidos no parágrafo antece-
bléia por outro sócio, ou por advogado, mediante dente, os quais serão submetidos, pelo presidente,
outorga de mandato com especificação dos atos au- a discussão e votação, nesta não podendo tomar
torizados, devendo o instrumento ser levado a regis- parte os membros da administração e, se houver, os
tro, juntamente com a ata. do conselho fiscal.
o
o
§ 2 Nenhum sócio, por si ou na condição de § 3 A aprovação, sem reserva, do balanço pa-
mandatário, pode votar matéria que lhe diga respei- trimonial e do de resultado econômico, salvo erro,
to diretamente. dolo ou simulação, exonera de responsabilidade os
membros da administração e, se houver, os do con-
Art. 1.075. A assembléia será presidida e secre- selho fiscal.
o
tariada por sócios escolhidos entre os presentes. § 4 Extingue-se em dois anos o direito de anular
o
§ 1 Dos trabalhos e deliberações será lavrada, a aprovação a que se refere o parágrafo anteceden-
no livro de atas da assembléia, ata assinada pelos te.
membros da mesa e por sócios participantes da re-
união, quantos bastem à validade das deliberações, Art. 1.079. Aplica-se às reuniões dos sócios, nos
mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la. casos omissos no contrato, o estabelecido nesta
o
§ 2 Cópia da ata autenticada pelos administra- Seção sobre a assembléia, obedecido o disposto no
o
dores, ou pela mesa, será, nos vinte dias subse- § 1 do Art. 1.072.
qüentes à reunião, apresentada ao Registro Público
de Empresas Mercantis para arquivamento e aver- Art. 1.080. As deliberações infringentes do con-
bação. trato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade
o
§ 3 Ao sócio, que a solicitar, será entregue có- dos que expressamente as aprovaram.
pia autenticada da ata.
Seção VI
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no Art. 1.061 Do Aumento e da Redução do Capital
o
e no § 1 do Art. 1.063, as deliberações dos sócios
serão tomadas: Art. 1.081. Ressalvado o disposto em lei especi-
I - pelos votos correspondentes, no mínimo, a al, integralizadas as quotas, pode ser o capital au-
três quartos do capital social, nos casos previstos mentado, com a correspondente modificação do
nos incisos V e VI do Art. 1.071; contrato.
o
II - pelos votos correspondentes a mais de meta- § 1 Até trinta dias após a deliberação, terão os
de do capital social, nos casos previstos nos incisos sócios preferência para participar do aumento, na
II, III, IV e VIII do Art. 1.071; proporção das quotas de que sejam titulares.
o
III - pela maioria de votos dos presentes, nos § 2 À cessão do direito de preferência, aplica-se
demais casos previstos na lei ou no contrato, se es- o disposto no caput do Art. 1.057.
o
te não exigir maioria mais elevada. § 3 Decorrido o prazo da preferência, e assumi-
da pelos sócios, ou por terceiros, a totalidade do
aumento, haverá reunião ou assembléia dos sócios,
para que seja aprovada a modificação do contrato.
12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Art. 1.087. A sociedade dissolve-se, de pleno di-


Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, reito, por qualquer das causas previstas no Art.
mediante a correspondente modificação do contrato: 1.044.
I - depois de integralizado, se houver perdas ir- ANÔNIMAS
reparáveis;
II - se excessivo em relação ao objeto da socie-
dade. Sociedade comercial forma por, no mínimo, sete
sócios, sendo o capital de cada um representado
Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antece- pelo número proporcional de ações e sua responsa-
dente, a redução do capital será realizada com a bilidade limitada ao capital investido. Podem exercer
diminuição proporcional do valor nominal das quo- qualquer tipo de atividade comercial, industrial, agrí-
tas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no cola ou de prestação de serviços. Apenas as socie-
Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da dade anônimas constituídas para atividades bancá-
assembléia que a tenha aprovado. rias, seguradoras, montepios e afins devem receber
autorização especial para funcionamento.
Art. 1.084. No caso do inciso II do Art. 1.082, a
redução do capital será feita restituindo-se parte do NOVO CÓDIGO CIVIL
valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as
prestações ainda devidas, com diminuição propor- CAPÍTULO V
cional, em ambos os casos, do valor nominal das Da Sociedade Anônima
quotas.
o
§ 1 No prazo de noventa dias, contado da data Seção Única
da publicação da ata da assembléia que aprovar a Da Caracterização
redução, o credor quirografário, por título líquido an-
terior a essa data, poderá opor-se ao deliberado. Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhi-
o
§ 2 A redução somente se tornará eficaz se, no a, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada
prazo estabelecido no parágrafo antecedente, não sócio ou acionista somente pelo preço de emissão
for impugnada, ou se provado o pagamento da dívi- das ações que subscrever ou adquirir.
da ou o depósito judicial do respectivo valor.
o
§ 3 Satisfeitas as condições estabelecidas no Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei
parágrafo antecedente, proceder-se-á à averbação, especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as
no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata disposições deste Código.
que tenha aprovado a redução.

Seção VII FIRMAS INDIVIDUAIS


Da Resolução da Sociedade em Relação a
Sócios Minoritários O comércio pode ser exercido assim por uma
pessoa isoladamente como por uma sociedade co-
Art. 1.085. Ressalvado o disposto no Art. 1.030, mercial. Desta trataremos em outra oportunidade,
quando a maioria dos sócios, representativa de pois o que no interessa presentemente é o exame
mais da metade do capital social, entender que um de aspectos jurídicos relacionadas com a pessoa
ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade natural do comerciante.
da empresa, em virtude de atos de inegável gravi- Antes de fazê-lo, porém, cumpre-nos observar
dade, poderá excluí-los da sociedade, mediante al- que o uso da palavra comerciante é relativamente
teração do contrato social, desde que prevista neste recente. O seu emprego generalizou-se após a
a exclusão por justa causa. promulgação do Código Comercial francês de 1807.
Parágrafo único. A exclusão somente poderá ser Utilizava-se até então o vocábulo mercador.
determinada em reunião ou assembléia especial- Mas comerciante ou mercador, não importa, o
mente convocada para esse fim, ciente o acusado que o caracterizava era prática profissional de atos
em tempo hábil para permitir seu comparecimento e de comércio. Em outros termos, qualquer que seja a
o exercício do direito de defesa. forma do exercício da atividade comercial - em soci-
edade ou isoladamente - à sua caracterização é in-
Art. 1.086. Efetuado o registro da alteração con- dispensável a prática profissional de atos de comér-
tratual, aplicar-se-á o disposto nos arts. 1.031 e cio.
1.032. Entretanto, para o comerciante individual, além
do exercício profissional de atos de comércio, que é
Seção VIII requisito comum a toda sorte de atividade mercantil,
Da Dissolução uma outra exigência concorre para a sua qualifica-
ção e sem a qual a prática desenvolvida será irregu-
lar. Referimo-nos ao requisito da capacidade - pres-
suposto do exercício do comércio individual.

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

• valores depositados em cheque (que so-


mente entram para as reservas ao banco após sua
compensação) somente podem ser movimentados,
no mesmo dia, via cheque (ainda assim caso sejam
PRODUTOS E SERVIÇOS FI- da mesma praça - cidade) pois do contrário dão ori-
gem aos chamados "saques sobre valor" onde o
NANCEIROS banco perde reservas pois estaria, na verdade, em-
prestando um recurso antes de realmente dispor de-
Depósitos a Vista e demais Produtos Vincu- le;
lados a Prestação de Se Bancários • os cheques administrativos, visados ou
DOC de emissão do próprio correntista são movi-
Entende-se por produtos de serviços os, relacio- mentados como se dinheiro fossem, embora sempre
nados à prestação de serviços aos clientes, cuja compensados.
remuneração ao banco é obtida através do float
(permanência de recursos transitórios dos clientes Cheques cruzados
no banco) ou pela cobrança de tarifa de prestação • os cheques cruzados não podem ser des-
de serviço. contados, apenas depositados.
Recusa de pagamentos de cheques
DEPÓSITO À VISTA • os bancos podem recusar o pagamento de
cheques nos seguintes casos:
A captação de depósitos a vista, livremente mo- • insuficiência de fundos (cheques sem fun-
vimentáveis: do),
• é atividade típica e distintiva dos bancos • divergência ou insuficiência na assinatura
comerciais; do emitente;
• configura os bancos comerciais como enti- • irregularidade formal (erro no preen-
dades financeiras monetárias; chimento);
• é chamada de captação a custo zero (di- • contra-ordem escrita do emitente (bloqueio);
nheiro gratuito) • encerramento de contas.
Existe entretanto um custo implícito na abertura
e movimentação da conta (custo operacional da Cheques nominativos x ao portador
conta) para fazer frente a este custo, os bancos po- • Após o plano Collor, todos os cheques são
dem estabelecer valores mínimos para a abertura e obrigatoriamente nominativos, que para saque, de-
manutenção de saldo médio. pósito ou pagamento
• os cheques acima de R$ 100,00 se não fo-
A conta é o produto básico de relação entre o rem nominativos serão devolvidos (sem que o nome
cliente e o banco, através dela são movimentados do emitente vá para o cadastro de emitentes de
os recursos do cliente, utilizando: cheques sem fundos).
• depósitos
cheques
DEPÓSITOS A PRAZO (CDB e

• ordens de pagamento;
• etc... RDB)
Cheques Depósito a Prazo e demais produtos de Cap-
• cheque é uma ordem de pagamento a vista tação
(considera-se não escrita qualquer menção em con-
trário); A captação de recursos é uma das funções das
• deve ser a apresentado para pagamento no mesas de operações das instituições financeiras
prazo 30 dias da emissão (quando emitido no lugar desempenhada pela chamada mesa de captação".
onde deve ser pago), caso contrário em 60 dias;
• o portador do cheque tem o prazo de 6 me- As mesas de operações centralizam as opera-
ses para promover a execução (ação de cobrança ções com o mercado, ou seja, operações que en-
judicial do cheque) contra seu emitente ou avalista volvam a definição de taxa de juros e, por conse-
sob pena de prescrição (perder o direito a esta ação guinte, o spread que é a diferença do custo do di-
judicial); nheiro tomado captado) e o custo do dinheiro vendi-
• o cheque pré-datado não é juridicamente do (na norma de empréstimo).
válido, mas na prática tem sido utilizado e, assim,
assume características de uma promissória; A função da mesa de captação é formar uma ta-
xa para captação através de CDB/RDB que seja
baixa o bastante para garantir o lucro nas opera-
Saques sobre valor ções de empréstimo (dos recursos captados através

14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

dos CDB/RDB) alta o bastante para ser atrativa para cido, deduzidas as despesas de imposto de renda.
os investidores. Este recibo é intransferível.

É um título de renda fixa com prazo predetermi-


nado, cuja rentabilidade é definida no ato da nego-
CDB (Pré/Pós) ciação podendo ser pré-fixada ou pós-fixada. É um
título intransferível que se destina às aplicações de
CDB - Certificado de depósito bancário e o RDB pessoas físicas e jurídicas com conta corrente no
- Recibo de depósito bancário, são os mais antigos banco.
títulos de captação de recursos utilizados pelos
bancos comerciais, bancos de investimentos e ban- COBRANÇA E PAGAMENTO DE
cos múltiplos com pelo menos uma dessas cartei-
ras.
TÍTULOS E CARNÊS

O prazo mínimo é de 30 dias para títulos prefixa- A cobrança de títulos foi o produto mais impor-
dos, que embutem uma expectativa inflacionária na tante envolvido pelas instituições nos últimos 10 a-
taxa nominal, já que o ganho real (nominal - infla- nos.
ção) somente será conhecido no dia do resgate.
Servem para aumentar o relacionamento institui-
Para títulos pós fixados em TR, o prazo mínimo é ção financeira x empresa, aumentam a quantidade
de 4 meses. de recursos transitórios e permitem maiores aplica-
ções destes recursos em títulos públicos.
Desde que respeitados os prazos mínimos, o
CDB é transferível antes do vencimento por endos- A cobrança é feita através de bloquetes que po-
so em preto (nominativo). dem circular pela câmara de compensação (câmara
de integração regional) o que permite que os ban-
Não podem ser prorrogados, mas podem ser re- cos cobrem títulos de clientes em qualquer praça
novados. (desde que pagos até o vencimento - após o ven-
cimento, o pagamento somente poderá ser feito na
Para os CDB -pós, o. pró-trateamento da TR nas agencia emissora do bloquete).
operações cujo prazo não seja múltiplo de 30 dias
será sempre feito nos primeiros dias de vigência do Os valores resultantes da operação de cobrança
contrato até a data base. são automaticamente creditados na conta corrente
da empresa cliente no prazo estipulado entre o ban-
co e o cliente.
CDB Rural
Vantagens da cobrança de títulos:
São títulos cuja captação é específica dos ban- • Para o Banco:
cos comerciais e múltiplos com carteira comercial. 1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos
Seus prazos são idênticos aos do CDB. A diferença das liquidações
fundamental é que os recursos captados por este tí- 2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas
tulos devem ser obrigatoriamente utilizados para o sobre serviços
financiamento da comercialização de produtos a- 3. consolidação do relacionamento com o cliente
gropecuários e/ou máquinas e equipamentos agrí- 4. inexistência do risco de crédito.
colas. a comprovação desta utilização se dá através
de mapas enviados ao BC. • Para o Cliente:
1. capilaridade da rede bancária
CDB com taxa flutuante 2. crédito imediato dos títulos cobrados
3. consolidação do relacionamento com o banco
Nas aplicações com prazo mínimo de 30 dias, 4. garantia do processo de cobrança (quando
existe a possibilidade, para o investidor, de repactu- necessário o protesto)
ar a cada 30 dias a taxa de remuneração do CDB,
dentro de critérios já estabelecidos no próprio con- Processo de cobrança bancária:
trato. 1. Os títulos a serem cobrados (ou mo-
dernamente apenas seus dados, via computador)
RDB - Recibo de Depósito Ban- são passados ao banco;
2. o banco emite os bloquetes aos sacados (a-
cário quele que deverá pagar o valor do bloquete);
3. o sacado paga;
Investimento que garante ao cliente o resgate do 4. o banco credita o valor na conta do cliente
valor aplicado, acrescido do rendimento obtido por (cedente).
taxa de juro negociada, ao final do prazo estabele-
15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Diferentes tipos de cobrança (criados devido a


concorrência):
• cobrança imediata: sem registro de títulos;
• cobrança seriada: para pagamento de par-
celas TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA
• cobrança de consórcios: para pagamento de
consórcios; DE FUNDOS
• cobrança de cheques pré-datados: cobran-
ça remunerada: remuneração dos valores cobrados; Este serviço é prestado a clientes que, por diver-
• cobrança indexada: em qualquer índice ou sas razoes, necessitam manter diferentes contas
moeda; correntes em diferentes agências de um banco.
• cobrança casada: cedente sensibiliza saca- • cliente determina o nível de saldo que dese-
do e vice-versa; ja manter em cada uma dessas contas correntes;
• cobrança programada: garantia do fluxo de • banco, ao final de cada dia, transfere saldo
caixa do cedente; de uma conta para outra de modo a manter os ní-
• cobrança antecipada: eliminação de tributos veis desejados em cada uma delas.
de vendas a prazo;
• cobrança caucionada: cobrança das garan- ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS
tias de contratos de empréstimos E TARIFAS PÚBLICAS
• cobrança de títulos descontados: desconto
de títulos. São serviços prestados à instituições públicas,
através de acordos e convênios específicos, que es-
OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata tabelecem as condições de arrecadações e repas-
• nota fiscal é um documento fiscal, compro- ses desses tributos/tarifas.
vante obrigatório da saída de mercadoria de um es-
tabelecimento comercial ou industrial; OBS.: os bancos, quando desempenham este
• fatura é uma relação de notas fiscais que papel, estão substituindo as antigas coletorias de
correspondem a uma venda a prazo; impostos que tradicionalmente faziam a cobrança e
• duplicata é um título de crédito formal e no- recebimento dos mesmos.
minativo emitido pelo vendedor com a mesma data,
valor global e vencimento da fatura que lhe deu ori- Ultimamente esta tarefa também tem sido atribu-
gem e representa um direito de crédito do sacador ída a agências de correio.
(vendedor) contra o sacado (comprador). A proprie-
dade da duplicata pode ser tranSTerida por endos- Por outro lado, os bancos podem também ficar
so. incumbidos de pagar ao público, como por exemplo
• restituição do Imposto de Renda;
PIS
PAGAMENTOS DE TÍTULOS E •
• FGTS
CARNÊS • ETC...

Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo A circular do BC 1.850/90 estabeleceu que os


tratamento de seus títulos a receber (cobrança). tributos arrecadados terão o mesmo tratamento dos
depósitos a vista para efeitos do depósito compulsó-
O cliente informa ao banco, via computador, os rio (não geram float). As tarifas ficam de fora e, por-
dados sobre seus fornecedores, com datas e valo- tanto, continuam gerando float bancário.
res a serem pagos e, se for o caso, entrega de
comprovantes necessários ao pagamento.
INTERNET BANKING (HO-
De posse desses dados, o banco organiza e e- ME/OFFICE BANKING, REMOTE
xecuta todo o fluxo de pagamento do cliente, via BANKING - BANCO VIRTUAL)
débito em conta DOC ou ordem de pagamento, in-
formando ao cliente todos os passos executados. A evolução das tecnologias de informática e tele-
comunicações permitiu a troca eletrônica de infor-
O documento de crédito (DOC) é utilizado para mações entre banco e cliente, criando a possibilida-
pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo es- de de novos produtos de serviços como, por exem-
tando em praças diferentes. plo,
• Home banking
A ordem de pagamento OP é utilizada para pa-
• EDI.
gamentos ou depósitos dentro do mesmo banco,
para agencias em praças diferentes.

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

gerado pelo computador. para o formato aceito pela


linha de comunicação e vice-versa.
• linha telefônica (todas com a mesma função
- transferência de informações - diferindo na veloci-
dade, qualidade e quantidade de informação trans-
HOME BANKING ferida)
• discada
Conceito
• dedicada
• ligação entre o computador (ou fax) do cli-
ente e o computador do banco • transdata da embratel
características • Renpac
• a ligação é feita através da linha telefônica • FM (receptor especial)
podendo ser pública ou privada e utilizando os mais • Veículo do cliente
diferentes meios como: • telefone
• cabo; • fax
• fibra ótica; • telex
• satélite. • monitor de videotexto
• os computadores do banco e cliente não • microcomputador
necessitam ser os mesmos, deve haver, porém • terminal ponto de venda
compatibilidade entre eles • pager
• é necessária uma segurança na conexão e
na transmissão dos dados, o que é possível devido REMOTE BANKING
à utilização de:
• senha para que o computador do banco O conceito de remote banking. é o de atendimen-
possa reconhecer quem e o cliente que esta se co- to ao cliente fora das agencias.
municando com ele.
• criptografia (codificação) dos dados que es- O atendimento dentro de agências, além de ser,
tiverem trafegando na linha telefônica, impedindo em muitas situações, um incômodo ara os clientes
que os mesmo sejam interceptados por terceiros. (trânsito e filas), é um fator e despesas para os ban-
cos (investimentos em instalações). Portanto o re-
Serviços prestados através do homebanking mote banking foi uma solução encontrada pelos
• Consulta de saldos em conta corrente e ca- bancos.
derneta de poupança;
• consulta de movimentações em conta cor- Serviços oferecidos
rente; • Saques em dinheiro
• consultas de saldo e movimentação de co- • pontos de atendimento externo tipo rede
brança, contas a pagar, banco 24 horas
• consultas sobre posição de aplicações e • pontos de atendimento interno tipo balcão
resgate de fundos; eletrônico
• cotações de moedas, índices e bolsa de va- • pontos de atendimento externo em postos
lores" de gasolina e redes de lojas
• solicitação de alterações dos seus títulos • Depósitos fora do caixa dos bancos
em cobrança; • depósitos nas redes tipo banco 24 horas
• solicitação de talões de cheques; • depósitos expressos em caixas coletoras
• movimentação de conta; • depósitos em cheque pego em casa de cli-
entes
considerando o home banking a troca eletrônica • Entrega em domicílio de talões de cheque
de informações entre o banco e o cliente podemos • em mãos
classificar as duas pontas da comunicação, bem • via correio
como o seu meio, da seguinte forma: • Pagamento de contas fora do caixa dos
• Base de difusão de informação pelo banco bancos
• central de atendimento • terminais de auto-pagamento
• unidade de resposta audível (talker) • coletas de contas em casa para posterior
• talker com fax pagamento e devolução de recibo pelo correio
• telex • envio das contas a pagar através dos cor-
• micro reios
• mainframe (servidor de redes de computa- • Débito automático em conta corrente de
dor) concessionárias de serviços públicos e outras em-
• Canal utilizado para envio da informação: presas
• modem (modelador / demodulador)
-aparelho que transforma as informações do formato
17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

• Troca de informações constante com os O resgate pode ser efetuado a qualquer tempo,
bancos via home banking para obter extrato, aplicar embora os estatutos prevejam a possibilidade de
e etc... carência.
• Remessa de numerário ao cliente.
Instituições não financeiras podem administrar
estes fundos.
O DINHEIRO DE PLÁSTICO
Trata-se de uma série de alternativas ao papel Fundo Mútuo de Investimento
moeda que tem como objetivo facilitar o dia a dia em ações - carteira livre (FMIA-CL)
das pessoas e, por outro lado, representam um in-
centivo ao consumo. É um fundo de ações que tem a alternativa de
concentrar suas aplicações em operações de maior
FUNDOS MÚTUOS DE INVESTI- risco e, portanto, com a possibilidade de alcançar
maiores ganhos ou perdas.
MENTO
Sua composição consiste, no mínimo, de 51% de
Fundo Mútuo de Investimento suas aplicações em:
ações, bônus de subscrição e debêntures
em Debêntures e Notas Promissó- •
conversíveis em ações das companhias abertas
rias (Commercial Papers) • de depósito de ações, negociáveis no pais,
de empresas do Mercosul;
Semelhante aos fundos de renda fixa. • posições em mercados organizados de li-
quidação futura, envolvendo contratos referenciados
A diferença essencial é que: em ações ou índices de ações desde que não ca-
• os fundos de renda fixa carregam títulos de racterize operações de hedge ou rendimentos
emissão de instituições financeiras; pré-fixados;
• os Fundos Mútuos de Investimento em De-
bêntures e Notas Promissórias carregam títulos de O saldo de recursos (até 49%) poderá ser apli-
emissão de empresas. cado em
• outros valores mobiliários de emissão de
Permitem que pequenos e médios investidores companhias abertas, adquiridos em bolsas de valo-
tenham, indiretamente, acesso às Debêntures (hoje res, mercados de balcão organizados, ou durante o
inacessíveis pelos seus altos valores de face). período de distribuição pública;
• cotas de FIF e títulos de renda fixa;
Fundo Mútuo de Investimento • cotas de FMIA e FMIA-CL.
em ações (FMIA)
Fundo de Investimento em Co-
É um fundo destinado a investidores atraídos pe- tas de Fundo Mútuo de Investi-
lo mercado de ações que não tenham tempo ou co-
nhecimento para investir.
mento em ações
Fundos cuja carteira é composta de aplicações
Formado por cotas com variação diária de valor.
em cotas de FMIA, FMIA-CIL no limite mínimo de
95%. Os saldos dos recursos podem ser aplicados
Aplicações e restantes feitos por telefone (Com
em cotas de FIF ou títulos de renda fixa.
créditos e débitos automáticos na conta corrente).
As demais características são idênticas às dos
Resgate - conversão das cotas é feita no dia se-
FMIA / FMIA-CL.
guinte.
Estes fundos foram uma alternativa para peque-
Carteira de aplicações:
nas instituições que não possuem uma in-
• 51% em ações de companhias abertas;
fra-estrutura para adequada análise do mercado de
• outros valores mobiliários emitidos por com- ações.
panhias abertas;
cotas de FIF e títulos de renda fixa;
HOT MONEY

Pode manter posições em mercados org-


anizados de liquidação futura - máximo 9% do PL. É o empréstimo de curtíssimo prazo normalmen-
te de 1 dia e no máximo de 10 dias.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

É comum criar-se um contrato fixo de hot money tas de cobrança ou notas promissórias, de forma a
para cada cliente, com todas as regras e permitindo antecipar o fluxo de caixa do cliente.
que cada liberação de recursos seja feita por fax, te-
lefone ou telex eliminando fluxo de papéis. Normalmente, o desconto de duplicatas é feito
sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo
A formação da taxa do Hot Money é baseada na médio de 30 dias.
taxa do CDI do dia da operação mais o PIS mais um
spread. A operação de desconto dá direito de regresso,
Exemplo: ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago
• Taxa do CDI = 17%; pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade
• taxa do Hot = 119%; do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora
• margem da operação = 2% pelo atraso.
• PIS = O,75% sobre 19% = O,1425%
• Receita bruta do banco = margem da ope- FINANCIAMENTO DE CAPITAL
ração = 2% DE GIRO
• Receita líquida do banco = receita bruta -
PIS = 2% - O,1425 = 1,8575%
São as operações tradicionais de empréstimos
vinculadas a um contrato específico que estabeleça
CONTAS GARANTIDAS / CHE- prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que
QUES ESPECIAIS atendam as necessidades do capital de giro das
empresas.
É um tipo de empréstimo em que são utilizadas
em conjunto duas contas: Os empréstimos normalmente são garantidos por
• a conta corrente de livre movimentação duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal
emprestado.
• a conta garantida

A conta garantida é uma conta de crédito com LEASING (TIPOS, FUNCIONA-


um valor limite, Normalmente é movimentada pelo MENTO, BENS)
cliente através de seus cheques, desde que não ha-
ja saldo disponíveis em sua conta corrente de mo- As transações de "leasing" se desenvolveram
vimentação. A medida que entram recursos na con- em muitos países do mundo ocidental e têm a sua
ta corrente do cliente, eles são usados para cobrir o origem técnica no sistema financeiro nor-
saldo devedor da conta garantida. te-americano.
Para o cliente garante uma fluidez de recursos. O sistema "leasing" não é ainda muito bem di-
vulgado em muitos países do Terceiro Mundo por
Para o Banco é um poderoso recursos mercado- falta de iniciativa da Comunidade Financeira, ou por
lógico. falta de legislação em muitos desses países.
Para as reservas do banco pode ser um proble- No Brasil, a sistemática de "leasing" interno foi
ma pois implica. em manutenção de reservas e livre bastante explorada e muitos bancos possuem de-
movimentação em stand by e, portanto, sem aplica- partamentos específicos para tais operações. O
ção. Banco BCN do Grupo Conde, opera plenamente
com operações de "leasing", desenvolvidas pelo e-
CRÉDITO ROTATIVO (CABCR) conomista Dr. Mario Squassoni Filho para este ban-
co.
São linhas de crédito abertas com determinado
limite que as empresas utilizam a medida de suas Um modo viável para introduzir e promover este
necessidades. Os encargos são cobrados de acordo sistema financeiro no Terceiro Mundo seria a forma-
com sua utilização, na mesma forma das contas ga- ção Oe "joint ventures" entre instituições financeiras
rantidas internacionais e bancos governamentais do Terceiro
Mundo, ou até operações entre bancos centrais e o
DESCONTOS DE TÍTULOS (NO- World Bank" de Washington.

TAS PROMISSÓRIAS / DUPLICA- Na Colômbia, existe um "joint venture" entre o


TAS) "World Bank" e o "Banco de Lã Nación de Colôm-
bia" para oferecer operações de "leasing" à importa-
É o adiantamento de recursos aos clientes, feito ção de equipamentos industriais pesados.
pelo banco, sobre valores referenciados em duplica-

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Na China Comunista, recentemente, foi formado ma do aluguel, que permite o desfrute e o uso pleno
um "joint venture" entre bancos alemães, japoneses e total do material. As facetas contábil e fiscal, na o-
e o "China Bank" para oferecer estas operações de rigem do contrato de leasing, são respeitadas igual-
Ieasing' internacional. mente. Inclusive, acrescentamos que a supressão
da promessa unilateral de venda, em comparação
Conceitos com os altos aluguéis cobrados, consolidaria a posi-
ção da empresa de leasing em caso de falência,
A PALAVRA "LEASING". A matéria de que va- quando, então, a jurisprudência poderia assimilar o
mos tratar é conhecida simplesmente como Ieasing" leasing à venda a prazo.
e, por ser aceita em todos os países sob esta de-
nominação, usá-la-emos sem aspas. b) O termo "equipamento":

Leasing vem do verbo "to lease" (arrendar) e po- Este termo nos foi sugerido pelas sociedades
de significar o processo de arrendamento (operação francesas de leasing, que utilizam com mais fre-
de leasing), ou ter o sentido substantivo de arren- qüência os termos "aluguel" e "equipamento' sem
damento enquanto tal (contrato de leasing). O le- nenhum respaldo. O termo equipamento significa,
gislador brasileiro preferiu deixar de lado o termo in- por um lado, o domínio de atividade do contrato que
glês e empregou, em seu lugar, "arrendamento está especialmente reservado para o equipamento
mercantil", devido, sem dúvida, às peculiaridades do industrial, comercial e profissional. Assinala, ade-
instituto no direito pátrio. mais, o aspecto financeiro da inversão: a operação
de crédito a médio prazo. Citemos, ainda, uma insti-
Outras legislações, também, preferem usar ex- tuição bastante nova que apresenta algumas analo-
pressões típicas. Assim, a França apelidou o leasing gias com a nossa: a tomada de propriedade e dos
de "prêt-bail" e de "crédit-bail" e a Bélgica empregou bens de equipamento (cf. as placas de proprieda-
a expressão "location-financement". Os italianos de). Igualmente somos tentados a adotar o termo
chamam o leasing de Iocazione finanziaria", "presti- equipamento, por uma segunda razão. Queremos
to locativo" e "finanziamento di locazione". Na Ale- falar da estreita colaboração entre a sociedade de
manha, os autores usam o termo inglês e, raramen- leasing e o fabricante. Aqui há por parte da socie-
te, o correspondente "Miet". dade de leasing e do usuário, atuando conjuntamen-
Nos Estados Unidos, duas são as palavras em- te, um ato econômico de equipamento."
pregadas na operação de locação de bens: "ren-
ting", ou seja, qualquer operação de aluguei de coi- A respeito do termo "crédit-bail", CALAIS-AULOY
sas Teito pelo proprietário das mesmas e Ieasing", professor na Faculdade de Direito de Montpellier,
ou seja, o aluguei feito por quem não é o fabricante, em conferência pronunciada em 1970, nas "journé-
mas que financia, para o locatário, a utilização da es d'étude" por aquela Faculdade, afirmou: Portan-
coisa, sendo que as contraprestações pagas a título to, o nome "leasing" não quer dizer grande coisa.
de aluguei poderão reverter, ao final do contrato, em Seu equivalente francês mais exato seria sem dúvi-
prestações de um contrato de compra e venda, caso da a palavra "bail". O legislador francês escolheu
o locatário queira tornar-se proprietário da coisa. uma expressão que denota melhor a complexidade
da operação: entre nós o leasing tornou-se o "crédit-
COILLOT critica o termo "crédit-bail" (crédi- bail", e, é sob esta denominação que nós o empre-
to-arrendamento) e propõe que seja substituído por gamos constantemente.
"equipement-bail" (equipamento-arrendamento).
Por que "crédit-bail"? Porque tal contrato, como
Afirma COILLOT: "Em primeiro lugar ex- muitos outros, é uma técnica jurídica ao serviço de
pliquemos as palavras empregadas: uma necessidade econômica, técnica e jurídica que
se apresenta no arrendamento, necessidade eco-
a) a palavra "arrendamento" nômica que é uma necessidade de crédito, e mais
precisamente uma necessidade de crédito a longo
Pelas razões precedentes, deixamos margem à ou médio prazo, porque o crédito-arrendamento
promessa unilateral de venda. Com efeito, para de- irá permitir às empresas obter bens de produção
finir as relações da empresa de leasing e o arrenda- graças a um financiamento exterior. A operação re-
tário-usuario com terceiros diversos do fabricante, o laciona, pois, três tipos de pessoas:
termo arrendamento é o mais conveniente ' Expli-
ca perfeitamente as intenções das partes que se - aquela que fornece o bem e que nós chama-
negam a toda transferência de propriedade com su- mos de "vendedor"-,
as conseqüências prejudiciais em caso de falência. - aquela que fornece o numerário e que nós
As obrigações de manutenção, de bom uso, de as- chamamos de "credor";
segurar, de pagar aluguéis, de rescisão em caso de - aquela que obtém a coisa sem que tenha de
falta de pagamento ou de inobservância de qualquer fornecer numerário, e que nós chamamos de "usuá-
das cláusulas do contrato, estão na essência mes- rio".

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Por conseqüência, em direito, o "crédit-bail" é a dador, pagamentos que, no todo, excedem o prego
operação pela qual um estabelecimento credor, a- de compra do bem adquirido. De um modo geral os
pós ter comprado um bem, o loca a uma empresa pagamentos são escalonados em período equiva-
usuária, que, no fim do arrendamento poderá adqui- lente à maior parte da vida útil do bem. Durante es-
rir a propriedade do bem. à pagamento dos aluguéis se período, chamado período inicial do aluguel, o
' e depois o do preço eventual residual, permite ao contrato e irrevogável pelas partes, e o arrendatário
credor recuperar os fundos que despendeu." está obrigado a continuar pagando os aluguéis."

DEFINIÇÕES DE LEASING. Muitas são as defi- Na França, como dissemos, o leasing é chamado
nições encontradas nos, tratados e nas legislações de "crédit-bail" e a definição desse instituto encon-
dos vários países. A lei brasileira o definiu do se- tra-se na Lei 661455 (art. 10) nos seguintes termos:
guinte modo. Considera-se arrendamento mercantil "As operaçoes de crédito-arrendamento ("'cré-
a operação realizada entre pessoas jurídicas, que dit-bail") a que se refere a presente lei são opera-
tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos ções e locação de bens de equipamento, material
a terceiros pela arrendadora, para fins de uso pró- de trabalho ou de bens imóveis de uso profissional,
prio da arrendatária e que atendam às especifica- especialmente adquiridos com vistas a essa locação
ções desta." por empresas que permanecem proprietárias destes
bens, quando essas operações, qualquer que seja
JOSÉ W. N. QUEIROZ, que estudou a matéria sua denominação, dão ao locatário a, faculdade de
em profundidade, assim se expressa: "Conseqüen- obter total ou parcialmente os bens locados, medi-
temente, poder-se-ia definir o leasing, em sentido ante um preço convencionado, levando-se em con-
lato, como um, acordo mediante o qual uma empre- ta, pelo menos em parte, os pagamentos efetuados
sa, necessitando utilizar determinado equipamento, a título de aluguel"
veículo ou imóvel (terreno ou edificação), ao, invés A Bélgica, por sua vez, tratou da matéria referen-
de comprar, consegue que uma empresa, chamada te ao. Leasing em seu Decreto Real n. 55, de
de leasing (locadora), adquira-o e loque-o à em- 10.11.67. a exposição de motivos ficou esclarecido
presa interessada, por prazo determinado, findo o que: "As empresas especializadas adquirem bens
qual poderá a locatária optar entre a devolução do de equipamento segundo as especificações de seus
objeto do contrato, a renovação da locação ou a sua clientes e, reservando-se a propriedade dos
aquisição por compra e venda, pelo valor residual mesmos, dão-nos em arrendamento por um pe-
avençado no instrumento contratual." ríodo correspondente à duração resumida da utili-
zação econômica os ens, mediante pagamento de
SERGE ROLIN alinha outras definições, que alugueres calculados de modo que se amortize o
passamos a transcrever: valor dos bens, no período de utilização previsto no
contrato. De maneira acessoria, os contratos de ar-
- "O leasing é uma operação de financiamento a rendamento concedem ao usuário uma opção de
médio e longo prazo, praticada por uma sociedade compra dos bens arrendados, opção que o usuário
financeira, e que tem como suporte jurídico um con- poderá exercer ao final do arrendamento, mediante
trato de aluguei de coisas; o pagamento de uma quantia que é comparada ao
- "O leasing e uma operação financeira efetuada valor residual estimado dos bens."
por sociedades especializadas, que, a pedido de
seus clientes, compram bens de equipamento e os Na Espanha, o projeto de regulamentação do le-
colocam à disposição das firmas requerentes em asing fixou o entendimento que devem ser incluídas
forma e arrendamento ligado a condições espe- neste instituto as operações de arrendamento de
ciais". bens de equipamento, entendendo-se como bens
de equipamento os destinados às atividades pró-
O próprio SERGE ROLIN definiu o leasing, nos prias de uma empresa.
seguintes termos: "Para nós, o leasing é um financi-
amento destinado a oferecer aos industriais e aos Ao analisarmos o art. 10 da Lei n. 6.099/74, vol-
comerciantes um meio flexível e novo de dispor de taremos ao assunto, especificamente no tocante ao
um bem de equipamento, alugando-o em vez de conceito que o instituto recebeu em nossa legisla-
compra-lo Esta operação é realizada por socieda- ção. No momento, o cotejo com as definições ofe-
des especializadas que compram o material, se- recidas pela Doutrina e pela Legislação servirão pa-
guindo as especificações do futuro usuário, alugan- ra dar ao leitor um conceito aproximativo do que se-
do-o durante. o prazo convencionado e mediante a ja leasing.
percepção de contra prestações fixadas em contrato
e que deve reservar ao arrendatário uma opção de Tipos
compra do bem ao término do período inicial."
RENTING E LEASING. A cessão do uso poderá
RICHARD VANCIL oferece a seguinte definição: ser compensada por um simples aluguel, ou ope-
"Trata-se de um contrato pelo qual o arrendatário rar-se através de uma atividade financeira. No pri-
aceita efetuar uma série de pagamentos ao arren-
21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

meiro caso, há locação no sentido tradicional, ou, de c) quanto ao contrato propriamente, dito, e feito
acordo com a expressão americana, o "renting", no porque o locatário prefere usar coisa alheia, ao in-
segundo, ter-se-á o arrendamento universalmente vés de adquiri-la. Não é revista, portanto, a compra
apelidado de "leasing". Estas são as duas formas do bem locado, nem há previsão de valor residual,
básicas que a locação assume e que serão analisa- pois as prestações não contêm, necessariamente, a
das a seguir. faculdade de compra pelo locatário, ao final do con-
trato. O prazo do contrato é, em geral, de curta du-
O "RENTING" E O "OPERACIONAL LEASING". ração e sempre determinado.
A locação pura e simples de bens foi a primitiva
forma, visto que o leasing, por envolver financia- A tendência da empresa que opera com o "ren-
mento, exige certa sofisticação. O "renting" apare- ting" é de se tornar especializada na locação de de-
ceu sob a espécie de aluguei de aparelhos ou má- terminados bens. E uma espécie de sociedade de
quinas por parte dos fabricantes ou produtores. prestação de serviços, sendo que, ao invés de exe-
cutar a prestação, cede seus bens à locatária, para
Consiste esse instituto no arrendamento de que ela, com seus próprios meios, taça uso deles. E
bens, a curto prazo de tempo, no qual não é previs- o que acontece, por exemplo, com o aluguei de car-
ta a possibilidade de o arrendatário adquirir o = ao ros e vagões.
final do contrato, embora isto possa acontecer. O
locador fica obrigado a arcar com certos ônus da lo- A sociedade que opera com "renting" se vê coar-
cação, tais como a manutenção e a assistência téc- tada pelos meios que fazem sua própria oferta, sen-
nica. do que, por isso mesmo, seu campo de ação e me-
nor que o de uma pessoa jurídica que opere com
Alguns autores fazem distinção entre renting" e leasing. Seus bens ficam, com o tempo, standarti-
"operational leasing". O primeiro, seria considerado zados, de acordo com o setor da economia que de-
como o arrendamento de bens móveis, pelo fabri- seja servir, embora tenha. possibilidade de fornecer
cante, por curto espaço de tempo, enquanto, o se- assistência técnica e manutenção, diminuindo, as-
gundo envolveria, também, a idéia de investimento sim, o custo da operação. Em razão dessa técnica
do locador, embora visando um certo fim ou um de- própria, o "renting" é usado, de preferência, para
terminado serviço. Computadores eletrônicos, máquinas xerográficas e
automóveis.
Na prática, porém, o tratamento fiscal é o mes-
mo, tanto para o "renting", quanto para o "operatio- Em conclusão, o renting oferece as seguintes ca-
nal leasing". Além do mais, possuindo o Brasil tra- racterísticas
tamento uniforme para a locação de bens, não ha- a) arrendamento, sem haver opção de compra;
veria razão para nos determos em análises de con- b) contrato rescindível pelo arrendatário, sem
ceitos alienígenas. que o prazo determinado em contrato tenha a mes-
ma rigidez do contrato de leasing
O Código Comercial define a "locação mercantil" c) manutenção e assistência técnica, em geral,
seguinte modo: "A locação mercantil é o contrato previstas como encargo do locador,
pelo qual uma clãs partes se obriga a dar à outra, d) a operação poderá ser contratada diretamente
por determinado tempo e preço certo, o uso de al- com o fabricante.
guma coisa, ou do seu trabalho".
Na legislação do imposto de renda, o "renting" é
No anteprojeto do Código Civil a locação foi pre- previsto no art. 71 da Lei n. 45.061/64 (RIR, art.
vista nos arts. 552 e seguintes, mas os seus autores 174). possível a dedução de despesas com alu-
evitaram tratar especificamente do leasing. guéis, quando necessárias para que a empresa
mantenha a posse, uso ou fruição do bem que pro-
Assim sendo, a locação continuará, ao que pare- duz o rendimento e desde que o aluguei não consti-
ce, sujeita às regras gerais que vem regendo esse tua aplicação de capital na aquisição do bem, nem
tipo de operação, as quais poderiam ser assim re- distribuição disfarçada de lucros.
sumidas:
a) o locador fica obrigado a entregar a coisa alu- LEASING FINANCEIRO (FINANCIAL LEA-
gada e a mantê-la na posse do locatário durante to- SING). RUOZI definiu o leasing financeiro como
do o tempo do contrato; sendo uma operação de financiamento a médio e
b) o locatário, por sua vez, fica obrigado a ser- longo prazo, baseada num contrato de locação de
vir-se do uso da coisa na forma convencionada em bens móveis ou imóveis. O financiamento é conse-
contrato e a pagar pontualmente o aluguel, bem guido por um intermediário financeiro, que intervém
como a levar ao conhecimento do locador as turba- entre o estabelecimento produtor do bem objeto do
ções de terceiros e a restituir a coisa, finda a loca- contrato e o estabelecimento que solicita uso do
ção, no estado em que a recebeu, salvo as deterio- mesmo, adquirindo do primeiro o bem mencionado
rações ocorridas pela ação da natureza e pelo uso e cedendo-o em locação ao segundo, o qual se
regular da coisa; compromete, de modo irrevogável, a cumprir para
22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

com o intermediário financeiro com certas exigên- a assistência que o leasing operacional proporciona,
cias periódicas, através de uma quantia global supe- Além do mais o leasing financeiro exige do arrenda-
rior ao custo do bem, cuja propriedade, no término dor maior cuidado no cálculo de sua rentabilidade,
do contrato, poderá ser transferida, a título oneroso, já que os bens estão sujeitos ao fenômeno da 'obso-
do intermediário financeiro ao estabelecimento loca- lescência".
tário, pela iniciativa deste último,
A respeito do leasing financeiro RUOZI, afirma:
FOSSATI, analisando esta definição, enumera Quando a sociedade financeira de leasing não con-
os seguintes pontos característicos do leasing fi- cede ao locatário o complexo de serviços colaterais
nanceiro: examinados no parágrafo precedente, o leasing pra-
- é operação típica de financiamento: o escopo ticado por e a perde as características operativas e
principal, no caso; é o de financiar o locatário, o torna-se exclusivamente instrumento de financia-
qual, na maioria das vezes, visa adquirir o bem ar- mento da "azienda" locatária. Por isto, tal tipo de le-
rendado; asing é chamado de financeiro."
- é celebrado para duração a médio e longo pra-
zos. A duração efetiva de um contrato de leasing fi- B. MÉRA, em conferência pronunciada em
nanceiro é cautelosamente calculada em relação à 30.09.65 (B. Méra é Diretor Geral da União France-
duração econômica do bem cedido em arrenda- sa de Bancos e Presidente Diretor Geral da "Cie.
mento; pour Ia Location d'Equipements Professio-
- o objeto do contrato está no arrendamento de neis-CLEP), afirmava "Todos sabem que se trata de
bens móveis e imóveis. Enquanto no leasing opera- uma fórmula na qual um industrial, ao invés de ad-
cional "renting" são objeto de locação apenas bens quirir um bem móvel de que necessita e após ter
standartizados, no leasing financeiro são objeto de conseguido saber quais as suas características e
contrato bens diversificados, desde que possam ter seu preço, junto ao vendedor, solicita a uma socie-
grande utilização para a arrendatária; dade financeira especializada que o compre em seu
- no tocante ao íntermediário financeiro, as em- lugar e o alugue por um período convencionado, va-
presas que alugam seus bens não os fabricam por- riável em cada caso, mas sempre suficiente para
que não são industriais. São, na verdade, socieda- permitir a amortização integral do investimento rea-
des financeiras, constituídas com a participação de lizado pela sociedade financeira. No final desse pe-
institutos de crédito, de companhias de seguros ou ríodo, a empresa locatária pode escolher entre resti-
investidores organizados tuir simplesmente o bem locado, alugá-lo nova-
- o contrato tem caráter irrevogável, A retratação mente para um período variável mediante uma ren-
pelo arrendatário é permitida quando desembolsado da reduzida ou, enfim, adquiri-lo por um preço me-
em favor do arrendador o valor das prestações a nor."
pagar (com desconto geralmente muito pequeno) e
da multa contratual, se for o caso. Na opinião de ESPÉCIES DE LEASING. A divisão exata das
RUOZI, um contrato de leasing e um contrato "sui várias espécies de leasing, ou a sua classificação
generis", no qual coexistem as características de em "tipos", é tarefa difícil, uma vez que o instituto
contrato de mútuo, de locação e de compra e ven- está, ainda, em fase de formação e não recebeu tra-
da, de locação e eventual compra e venda, compra tamento definitivo em nossa legislação.
e venda entre estabelecimento produtor e locatário,
locação entre empresa locatária e empresa locado- Deixamos bem claro que já se pode achar uma
ra, eventual compra e venda, no término do contra- divisão fixada nos dois tipos básicos de. locação, a-
to, entre ambas; cima apontados, ou seja, leasing operacional e lea-
- as contraprestações são periódicas. Fixa-se sing financeiro. Fora desses limites, os autores fa-
uma prestação determinada, mensal, semestral ou zem conjecturas e seria exaustivo enumerarmos as
anual, podendo, em alguns países, ficar acertado espécies por eles apontadas. A título de exemplo,
que as contraprestações serão progressivas ou. re- transcrevemos um trecho do artigo escrito pelo Prof.
gressivas, tendo-se em conta a depreciação, os ju- MAURO BRANDARLOPES no "O Estado de São
ros do capital empatado, as despesas de adminis- Paulo" (edi de 25.12.74), mas, como ele mesmo 2;o
tração e os encargos que pesam sobre o locador; não é uma divisão exaustiva. Assim, esclarece ele:
- a respeito das opções, ao final do contrato, são
apontadas as seguintes: (a) o arrendatário poderá "São três as espécies básicas do "leasing"-.
renovar o contrato, com nova fixação de contra
prestações periódicas, inferiores às do primeiro con- a) Na primeira espécie, o agente do 'leasing", o
trato; (b) poderá, por outro lado, restituir o bem ar- "lessor" do direito americano (a seguir denominado
rendado, ou (c) tornar-se proprietário do bem objeto "arrendador", por conveniência de exposição), com-
do contrato, pagando, neste caso, uma soma estipu- pra do produtor ou intermediário determinada coisa,
lada de antemão. sob especificações ou não do tomador do "leasing"
o "lessee" do direito americano (a seguir denomina-
Em suma, o leasing financeiro é mais rentável do "arrendatário", por conveniência de exposição) e
que o operacional, mas não oferece ao arrendatário dá a este em "locação", mediante um "aluguel", pa-
23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

gável em parcelas, que na sua integridade é igual


aos custos totais relativos à coisa, os quais terá de C) A terceira espécie de "leasing", conhecida por
suportar durante todo o prazo do contrato , sejam de "self leasing", apresenta duas modalidades. Na pri-
que natureza forem, acrescidos e seu lucro. A "loca- meira, sociedades de um mesmo grupo econômico,
ção" se liga uma opção do arrendatário para compra ou seja, sociedades coligadas ou interdependentes,
da coisa, no término do prazo, por preço residual assumem as posições do arrendador, do arrendatá-
preestabelecido. O contrato não é denunciável pon rio e do vendedor da coisa, respectivamente, ou
vontade unilateral de qualquer das partes. E esta a somente os dois primeiros. Assim, uma delas, na
forma básica e original do negócio, que se denomi- qualidade de arrendador, adquire a coisa de socie-
nou inicialmente de "financial leasing" ou "full payout dade, que pode ou não pertencer ao grupo, na qua-
lease". lidade de arrendatária. O "leasing" tem aqui a mes-
ma característica básica das modalidades já descri-
Desta espécie há uma segunda modalidade, ge- tas nas espécies anteriores, ou seja, o caráter de
ralmente escolhida para coisa mais facilmente colo- "payout lease". Não importam as razões da opera-
cável no mercado. Nesta segunda modalidade da ção, bastando que, embora entre sociedades do
primeira espécie, modificam-se os termos do contra- mesmo grupo, o contrato exiba o mesmo traço fun-
to escrito, de modo que o arrendatário tenha a fa- damental do "leasing" entre pessoas economica-
culdade unilateral de rescindi-lo a qualquer tempo, mente estranhas umas às outras..
sem que com isso se lhe tire necessariamente a op-
ção de compra. Permanece o elemento básico de Na segunda modalidade desta terceira espécie,
que o "aluguel", na sua integridade, ou até o mo- o fabricante ou produtor da coisa assume a posição
mento, seja ele qual for, à escolha do arrendatário, de arrendador, e dá diretamente ao arrendatário, em
em que é por este denunciado o contrato, cobrirá "locação", a coisa que fabricou, mediante contrato
sempre os custos totais do arrendador, acrescidos com a mesma característica básica dos demais con-
de seu lucro, ou seja, a opera ao conserva o seu ca- tratos descritos, ou seja, o "aluguel" compreensivo
ráter de "full payout lease". A opção de compra, que de custos totais e lucro ("full payout lease"), com a
pode ter o arrendatário, será então, não por preço possível opção de compra e os diversos mecanis-
residual predeterminado, mas pelo preço de merca- mos para o seu exercício.
do da coisa rio momento em que for exercida a op-
ção. E esta a modalidade denominada de "operating Na descrição feita - (no número anterior) das di-
lease". versas espécies de "leasing", percebe-se claramen-
te qual é a sua característica essencial, devidamen-
A primeira espécie do negócio tem ainda uma te acentuada que foi em cada modalidade é o cará-
terceira modalidade, na qual se tem o mesmo con- ter do "aluguel" pactuado. Este "aluguel", na sua in-
trato inicialmente descrito, e conhecido por "financi- tegridade, ou seja, no total de suas parcelas, com-
ar leasing", ou seja, uma "locação" mediante "alu- preende' a totalidade dos custos suportados pelo
guel" correspondente aos custos totais do arrenda- operador, acrescidos de seu lucro, o que torna im-
dor, acrescidos de seu lucro (operação que tem por- possível considerar o contrato como sendo de sim-
tanto o mesmo caráter de "full payout lease"), e não ples locação. Nesta, o uso da coisa é dado ao lo-
cancelável unilateralmente, mas sem opção de catário mediante equivalente contraprestação, nisto
compra, ou com opção ao preço de mercado no consistindo a comutatividade do contrato no "lea-
momento de seu exercício. Esta terceira modalidade sing", o "aluguel" não se pode dizer equivalente ao
da éspécie básica não é mais do que simples modi- valor de uso da coisa antes está em flagrante des-
ficação de traços não essenciais das duas outras. proporção com ele, excedendo-o de muito, para al-
cançar e mesmo ultrapassar o valor ela, o que tira
b) Na segunda espécie de "leasing", o arrendatá- inteiramente ao contrato de locação o elemento de
rio simplesmente assume a função. que nas modali- comutatividade.
dades da primeira espécie tem o produtor da coisa
ou intermediário na sua venda; o arrendatário vende Na verdade, o "aluguel" total pago pelo arrenda-
coisa sua ao arrendador, para em seguida dele tor- tário eqüivale a importância muito superior ao valor
ná-la em "locação", com as mesmas cláusulas da própria coisa, acrescida de todos os custos a-
fundamentais dos contratos anteriormente des- cessórios e do lucro que tem o arrendador. Analisa-
critos, ou seja, mediante o mesmo "aluguel" da friamente a operação nas suas implicações eco-
compreensivo de custos e lucros, ou seja, dan- nômicas, o arrendador funciona manifestamente
do á operação o caráter de "full payout lease , como autêntico financiador, e o arrendatário como
inclusive também com a possível opção de' compra financiado; a importância do arrendamento, aplicada
por valor residual predeterminado ou por valor de pelo arrendador na compra da coisa, ou por esta re-
mercado no momento de seu exercício. Esta espé- presentada, se já de sua propriedade, é simples-
cie, que também pode tomar a forma de contrato mente paga parceladamente sob a forma de "alu-
denunciável pelo arrendatário a qualquer tempo, guel", com todos os custos acessórios, e acrescida
como no "operating lease", é a forma denominada do lucro do financiador.
de "Iease back".
24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Admitida esta realidade econômica, e não parece CDC - CRÉDITO DIRETO AO


possível negar a evidência dos fatos, vê-se desde
logo que em todas as três aludidas espécies de "le- CONSUMIDOR
asing", nas suas diferentes modalidades, existe real
financiamento, com a típica conseqüência, direta- É o financiamento concedido por uma Financeira
mente visada, a de permitir ao financiado, para seu para aquisição de bens e serviços por seus clientes.
"capital de giro", o uso de quantias que de outra Sua maior utilização é na aquisição de veículos e
forma permaneceriam imobilizadas. É este o fim de eletrodomésticos.
todo o financiamento no campo industrial, a alter-
nativa seria dispêndio direto na aquisição da coisa O bem adquirido serve de garantia da operação,
pelo interessado ou o uso de numerário próprio para ficando a ela vinculado pela figura da alienação fi-
capital de giro. duciária (a propriedade do bem adquirido fica com a
financeira até a quitação do empréstimo).
Assim, nas três modalidades da primeira espécie
de "leasing", arrendador é que usando numerário CADERNETAS DE POUPANÇA
próprio ou financiado por outrem, desembolsa o va-
lor da coisa, na sua aquisição, ou a produz ele Contas sobre cujos depósitos são creditados
mesmo, e o recobra do arrendatário, em parcelas mensalmente (lei de agosto de 1983) juros e corre-
equivalentes no seu total ao valor de aquisição, ou ção monetária, uma vez observada a condição de
ao valor da coisa produzida, mais custos e mais lu- que saques e depósitos sejam feitos em épocas
cros. predeterminadas. O funcionamento das Associa-
ções de Poupança e Empréstimo foi decretado em
No "lease back", o arrendatário obtém o seu ca- 1966 com o objetivo de propiciar a aquisição de ca-
pital de giro mediante venda da coisa ao arrenda- sa própria a seus associados, desenvolvendo o há-
dor, que lhe paga o seu valor, a em seguida recupe- bito da poupança. Sua atuação efetiva data de ju-
rá-lo na operação de leasing com todos os seus nho de 1968, e, em 1974, os depósitos em ca-
custos e mais lucro. No "self leasing", é verdade, o derneta de poupança já representavam 17,4% do
motivo da operação pode ser diferente, e mesmo de total de depósitos feitos em todo o país. A partir de
caráter não econômico, mas o "leasing" propriamen- 1980, medidas econômicas adotadas pelo governo
te assume as mesmas características econômicas." federal, como a limitação das taxas de juros e a cor-
reção monetária, provocaram uma redução tempo-
Quisemos transcrever. estas linhas do Prof. Mau- rária da poupança privada interna, mas uma grande
ro, não porque julguemos sua divisão perfeita, pois campanha de recuperação do prestígio da poupan-
o próprio autor assevera não ser exaustiva a defini- ça e a liberação dessas taxas acarretaram o enorme
ção que apontou. Foi nossa intenção poupar ao lei- crescimento da poupança privada, que se verificou
tor a busca, em seus arquivos, do artigo citado e, a partir de então. Com a extinção do BNH, decreta-
sobretudo ' por considerarmos. de grande valia as da pelo Plano Cruzado 2, em novembro de 1986, a
idéias ai expressas por um professor adjunto da Fa- caderneta de poupança foi perdendo sua finalidade
culdade de Direito a USP, uma vez que aquela casa de instrumento de financiamento da casa própria
é celeiro de grandes valores no mundo jurídico. Já para transformar-se em mecanismo de financiamen-
que estamos nas páginas iniciais de nossa história to da dívida pública. Mesmo assim, estimulados pe-
do leasing, vale meditarmos sobre o que disse o los altos juros nominativos, nos períodos de alta in-
professor que, embora colocando-se em aberta con- flação de 1988 e 1989, os depósitos em caderneta
tradição, em muitos lugares do citado artigo, com as de poupança continuaram a crescer. Em fevereiro
normas expressas pela Lei 6.099/74, pode colaborar de 1990, um mês antes da instituição do Plano Col-
no campo de ."lege referenda", para uma elabora- lor, os depósitos em caderneta de poupança chega-
ção mais acurada do aspecto comercial do leasing. ram a representar 25% dos ativos financeiros do pa-
ís. Com o desestímulo provocado pelo Plano de Es-
FINANCIAMENTO DE CAPITAL tabilização Financeira aplicada em março de, 1990,
quando grande parte de seus valores foram "blo-
FIXO queados" pelo governo, os depósitos em caderneta
de poupança começaram naturalmente a decrescer.
Em termos da contabilidade de uma empresa, é Em maio do mesmo ano, eles representavam ape-
aquele representado por imóveis, máquinas e equi- nas 20% dos ativos financeiros. Enquanto isso, sua
pamentos. É também chamado de ativo fixo. De a- finalidade como instrumento do mercado imobiliário
cordo com a concepção marxista, é a parte não cir- para a construção de moradias praticamente deixou
culante do capital constante, isto é, a parte do capi- de existir. A partir de julho de 1994, com o advento
tal utilizada em máquinas, equipamentos, instala- do Plano Real e a estabilização de preços, a cader-
ções etc. Veja também Ativo; Capital Constante. neta de poupança voltou a ser uma opção de inves-
timento financeiro, apesar da "desilusão monetária"
(confusão entre taxas de juros reais e nominais),

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

embora não recuperasse sua função de instrumento


para o financiamento da construção de moradias.

CARTÕES DE CRÉDITO PLANOS DE APOSENTADORIA


E PENSÃO PRIVADOS - PLANOS
É um indutor ao crescimento das vendas. Possi-
bilita ao cliente um financiamento e a adequação de
DE SEGUROS
suas despesas a seu fluxo de caixa. Funciona como
um crédito automático e é a moeda do futuro. Espécie de pecúlio ou poupança formada por um
conjunto de pequenos investidores e poupadores,
Tipos de cartões com o intuito de garantirem para si uma pensão
mensal, depois de um prazo determinado. Em geral,
• quanto ao usuário;
os fundos de pensão (assim como pecúlios e outros
• pessoa física;
sistemas da previdência privada) são organizados
• empresarial; por empresas financeiras que fazem aplicações com
• quanto à utilização; a soma do dinheiro dos pequenos poupadores. De-
• exclusivo no mercado brasileiro; pois de um prazo (em geral, sempre superior a dez
• de uso internacional. anos), o indivíduo passa a receber seu dinheiro de
volta, acrescido de juros e correção, como uma es-
TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO pécie de complementação de aposentadoria. A
Constituição de 1988 veda qualquer subvenção ou
auxilio do poder público às entidades de previdência
Conceitos e Características privada com fins lucrativos.

São um investimento com características de um


jogo onde se pode recuperar parte do valor gasto na TÉCNICAS DE VENDAS
aposta. Sem a ajuda da sorte, o rendimento será in-
ferior ao de um fundo ou de uma caderneta de pou- O processo de vendas pode ser dividido em três
pança. grandes fases, as quais veremos agora com deta-
lhe: pré-venda, a venda propriamente dita e o
O valor aplicado pelo investidor é dividido em pós-venda.
três partes, a saber
• para a poupança PRE-VENDA
• para o sorteio;
• para cobrir as despesas do fundo. Na fase de pré-venda desenvolvem-se o plane-
jamento e a concretização de uma série de ativida-
A liquidez é limitada, existindo carência para a des que irão auxiliar a seqüência do processo da
retirada das parcelas depositadas. venda. A empresa deve primeiro identificar o que o
seu mercado quer para depois sair em busca de cI-
São regulamentados pela SUSEP (Superinten- lientes. Não adianta nada produzir 100 mil unidades
dência de Seguros Privados). do produto e adotar a postura de que o mercado te-
rá de comprar todas essas unidades. Sem a
Características: pré-venda, os resultados de vendas da empresa fi-
• Capital Nominal - valor a ser resgatado cor- cariam por obra do acaso.
rigido e com juros;
• Sorteios; A pré-venda inclui diversas etapas, dentre as
• Prêmio; quais as principais são a prospecção do mercado, a
• Prazo (não pode ser inferior a um ano); análise da potencialidade do cliente, o agendamento
• Provisão Rara sorteio -. parcela da presta- de entrevistas e visitam elaboração de uma propos-
ção que ira compor o premio; ta comercial, a realização de visitas e da aborda-
• Carregamento - taxa de administração. gem, o acompanhamento da proposta, a emissão
• Provisão matemática - parcela do in- do pedido e a elaboração de relatórios comerciais.
vestimento que vai compor a poupança do investi-
dor; PROSPECTANDO O MERCADO
• carência para resgate (não pode ser superi-
or a 24 meses e se o prazo de pagamento for inferi- A prospecção do mercado é a identificação da
or a 48 meses, a carência não pode ser superior a clientela sobre a qual compensa mais dirigir os es-
12 meses). forços e recursos de vendas. Podem-se identificar
novos clientes de diversas formas: indicação dos
atuais clientes, aquisição de listagens e de cadas-
26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

tros de clientes (maffing), visita porta-a-porta, feiras, Estados Unidos, por exemplo, a Merck ganhou van-
exposições, anúncios classificados, entidades de tagem competitiva sobre seus concorrentes no mer-
classe. Além de procurar vender mais para quem já cado farmacêutico ao perceber que a compra dos
vende, o vendedor tem de vender para quem ele a- remédios prescritos não estava mais sendo feita pe-
inda não vende, encontrando e conquistando novos los médicos, e, sim, pelos hospitais. Ela formou, en-
e antigos clientes. tão, uma equipe de vendedores especializada no
atendimento aos hospitais, os quais nunca haviam
É proibido vender sido considerados como clientes antes.

A Lexus, marca de luxo da Toyota, destinou em Além disso, um cliente satisfeito, além de prova-
um determinado ano mais de 10 milhões de dólares velmente querer comprar novamente da empresa,
para serem gastas em festas com seus principais poderá indicar novos clientes e divulgar a empresa.
clientes - certa de 25 mil, o que representava algo Um comentário sincero sobre um produto ou uma
em torno de 400 dólares por pessoa. Só, que com recomendação espontânea de uma pessoa ou em-
um detalhe: para que os potenciais compradores presa para outra valem mais do que muita propa-
não se sentissem pressionados a fechar negócios, ganda, além de, muitas vezes, trazerem o cliente
no local, os vendedores não só foram proibidos de até a empresa e facilitarem o trabalho do profissio-
abordar os convidados como também de participar nal de vendas.
da festa. Já tendo patrocinado também shows como
um com o guitarrista Eric Clapton - e torneios de Ao pedir indicações de potenciais clientes, o pro-
golfe entre celebridades com direito a participações fissional de vendas deve saber lidar com uma certa
de astros como o joga dor de basquete Michael Jor- relutância da pessoa por não querer que um conhe-
dan -,o único objetivo destas festas é trabalhar a cido seu seja incomodado pelo vendedor. Além dis-
imagem da :empresa, construindo um futuro rela- so, muitos preferem que seu nome não seja citado
cionamento positivo. como tendo dado a indicação.

Prospectar clientes é escolher com quem a em- Para se entrar em contato com o prospect, seja
presa pretende gastar "seu cartucho", para não sair via telemarketing, mala direta, ligação telefônica
desperdiçando "balas" por aí. Como o custo médio com um convite para uma visita, almoço ou evento
dos recursos envolvidos numa venda foi estimado deve-se obedecer a uma certa "etiqueta" na pros-
como sendo superior a 200 dólares 11, é de se es- pecção de clientes, como mostrado no Quadro 8.2.
perar que as empresas se concentrem em quem
tem maior probabilidade e melhores condições de ETIQUETA NA PROSPECÇÃO DE CLIENTES
realmente adquirir o produto. • Não aparecer "de surpresa" para uma apre-
sentação numa empresa, sem ter tido ne-
Antes de se iniciar todo o processo de prospec- nhum contato anterior;
ção, é importante que se façam alguns questiona- • Não fazer pressão para ser atendido devido
mentos para melhor definir o que de fato se deseja ao fato de conhecer algum diretor da empre-
e o que se está buscando em relação aos novos cli- sa ou alguém importante no mercado;
entes. Perguntas, como a do Quadro 8. 1, podem • Não relutar em dizer o propósito da ligação
ajudar a descobrir mais detalhes sobre o cliente. ou visita; e
• Não ser insistente demais, persistindo em
QUESTÕES QUE DEVEM SER FEITAS ANTES conseguir uma visita quando o prospect já
DA PROSPECÇÃO DO MERCADO demonstrou que não está interessado
• Quem são os clientes de, maior potencial? Quadro 8.2 - Cuidados a serem tomados na
• Quais são as suas necessidade? prospecção de mercado
• que o motiva a comprar?
• Como é o seu comportamento de compra? ANALISANDO A POTENCIALIDADE DO CLI-
• que de fato ele deseja? ENTE
• Qual e a melhor forma de abordá-lo?
• Existe algum concorrente atuando nele? Após definir claramente o que se está buscando
Quadro 8.1 - Preparando-se para a prospecção e coletar uma série de informações sobre os clien-
de mercado tes, pode-se, então, iniciar o processo de análise
da potencialidade do cliente, no qual, conforme
A empresa deve saber quem é seu cliente, aten- mostra o Quadro 8.3, procura-se do cliente compre-
tando sempre para as mudanças no mercado. Nos ender e organizar os dados obtidos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

AGENDANDO ENTREVISTAS E VISITAS Na elaboração de uma proposta comercial, o


vendedor deve ser claro e objetivo, para que o clien-
O processo de agendamento de visitas deve te também possa se sentir da mesma forma. O pro-
ser cercado de alguns cuidados que podem facilitar fissional de vendas não pode, de forma alguma, ge-
o trabalho de aprovação pelo qual o profissional de rar no cliente desconfiança ou a sensação de que
vendas passa para ser atendido. Para isso, ele deve está tentando tirar vantagem da situação.
considerar alguns fatores, como estabelecer quando
é o melhor momento para a abordagem do cliente, Propostas documentadas e que possuam dados
definir o argumento da entrevista ou visita, levantar reais e informações estatísticas tendem a ser mais
possíveis objeções e preparar contra-argumentos confiáveis, transmitindo a sensação de que o ven-
para, por fim, marcar a entrevista ou visita. dedor de fato analisou a situação e possui conheci-
mento das reais' necessidades do cliente. O Quadro
ELABORANDO PROPOSTAS COMERCIAIS 8.4 mostra alguns dos passos para a elaboração de
propostas comerciais.

REALIZANDO VISITAS - A ABORDAGEM com o cliente e consigo mesmo dá maior segurança


e confiabilidade para a apresentação.
Todo o planejamento pode resultar em nada no
momento da visita. É muito importante que todos os ACOMPANHANDO A PROPOSTA
cuidados que foram tomados na elaboração da pro-
posta realização também sejam tomados na reali- Ao apresentar uma proposta, deve-se estimular a
zação da visita e da abordagem. Assim, causar participação do cliente, avaliar o seu grau de com-
visita e uma boa impressão é fundamental - deven- preensão, verificar se há dúvidas e fazer uma "leitu-
do, por exemplo, ser pontual, vestir-se abordagem ra gestual" do cliente, reparando, por exemplo, na
adequadamente, ter uma conversa introdutória, a- sua postura física, expressão facial e movimentação
presentar tanto você como a empresa e o propósito das mãos, pois, às vezes, o vendedor pode não es-
da visita de forma clara e objetiva, entregar o cartão tar agradando e, dependendo do momento, ainda
de visita, criar um ambiente que facilite a exposição dá tempo para mudar de tática.
da proposta, além de ouvir o cliente. Ser honesto

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Dois momentos costumam ser decisivos para a la cúpula da organização. Neste caso, o fator finan-
concretização da venda no acompanhamento da ceiro acaba se tornando um limitador para a apro-
proposta: o tratamento que se deve dar às obje- vação de ações que visam a cativar o consumidor.
ções e o momento oportuno de se efetuar o fecha- Existem casos em que planos de ações de fideliza-
mento da vendo. ção do consumidor superam os custos incorridos,
porém os projetos são levados adiante para firmar
Nem sempre os vendedores se preparam de uma imagem institucional mais sólida. Assim, as
forma adequada para fazer uma proposta. É possí- metas esperadas pela organização podem ser defi-
vel que em algumas situações venham a ser pegos nidas como de longo prazo, o que torna a ação pos-
de surpresa por alguma objeção que não havia sido sível de ser executada mesmo com um quadro não
considerada. Deve-se tentar avaliar o que de fato favorável ou considerado deficitário quando analisa-
existe, por trás da objeção; pode ser que ela própria do isoladamente.
já traga consigo a resposta que o cliente espera ou-
vir do vendedor. As organizações que possuem flexibilidade para
trabalhar com seu composto de produtos sabem
O momento do fechamento da venda é encarado que a recuperação deste investimento ocorre no
por alguns vendedores como sendo de extremo sa- conjunto da comercialização de todos os produtos
crifício e desgaste. Pode ser exatamente o contrá- da linha, que eles podem estar envolvidos em uma
rio, se a negociação for conduzida com clareza e política mais ampla, conhecida também como estra-
envolvimento das partes. Se vendedor e cliente pu- tégia de guarda-chuva. Portanto, os custos de im-
derem ouvir e falar e se as dúvidas forem esclareci- plantação são absorvidos pelo conjunto total de i-
das, o momento da venda será, provavelmente, en- tens comercializados.
carado com satisfação e naturalidade por ambos.
As constantes atitudes identificadas como de re-
Assim, alguns dados importantes para o acom- lacionamento acabam sendo vistas pelo mercado
panhamento da proposta são: efetuar um breve re- consumidor como vantagens que são oferecidas em
sumo do que foi exposto; enfatizar os ponto mais troca de uma maior concentração de compras. Esta
importantes da proposta; levantar as objeções; con- ação muitas vezes é considerada exclusivamente
tra-argumentar as objeções; verificar se algum pon- de caráter promocional, porém o consumidor a per-
to não ficou claro; propor o fechamento da venda cebe como algo que se incorpora ao produto. Se es-
para, por fim, fechá-la. ta ação não for bem planejada e refletida, a empre-
sa poderá estar se complicando no médio prazo,
pois o mercado irá sentir a falta do complemento in-
RELAÇÕES COM CLIENTES corporado anteriormente ao produto na condição de
ação promocional.
As empresas estão buscando a todo momento
estreitar o seu contato com o mercado. Na Inglater- No mercado brasileiro, encontramos diversos ca-
ra, por exemplo, a rede de supermercados Tesco sos em que os planos de afinidade são atualmente
tem uma cópia autorizada da chave do carro de al- entendidos como parte integrante do produto ou
guns de seus clientes para, depois de cumprir a lista serviço que está sendo oferecido: planos de afinida-
de compras pela Internet, colocar as sacolas dire- de de cartões de crédito (como o da American Ex-
tamente no porta-malas dos veículos de seus clien- press Membership Rewards e do Diners Club Re-
tes, na garagem da empresa na qual trabalham ou wards), os planos de acúmulo de milhagem das
em qualquer outro lugar no qual o carro fique esta- companhias aéreas, a troca de 10 tíquetes de piz-
cionado. zas por uma gratuita, cartões de relacionamento e
duchas externas nos veículos após abastecimento
Esta abordagem tem como grande objetivo dei- de combustível. O problema com que atualmente
xar o cliente próximo da empresa e não-vulnerável algumas destas empresas convivem é tentar sepa-
às ações dos concorrentes. As formas atuais utiliza- rar as vantagens, que podem ser temporárias, dos
das pelas empresas demonstram uma preocupação produtos. Portanto, é salutar que exista uma propos-
constante em não perder seus clientes fiéis e em ta clara dos objetivos que se buscam quando se a-
oferecer fatos novos a cada momento. É por meio dota um plano que envolva relacionamento e fideli-
da criação de uma ampla gama de novidades que zação dos consumidores.
as empresas buscam cativar o seu público, evitan-
do, assim, uma possível vulnerabilidade quanto às
ações de seus concorrentes diretos ou indiretos.
PLANEJAMENTO DE VENDAS

A proteção do seu nicho de consumidores faz Vários são os meios de se planejar as vendas,
com que os custos operacionais das organizações seu crescimento, tendências e mudanças importan-
também se elevem a patamares que em muitas o- tes. Conhecer os principais métodos de previsão de
casiões suplantam as margens preestabelecidas pe- vendas, suas vantagens e desvantagens, possibilita

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

diminuir a chance de uma escolha errada. Aliados a estatísticos, como ajustamentos lineares, parabóli-
um bom planejamento de vendas e de marketing, cos e equações de múltiplas variáveis, construídos
permitem vislumbrar melhor o caminho que a em- a partir dos históricos de vendas.
presa estará seguindo nos próximos períodos e
preparar-se para eles. No entanto, para que esse processo, conhecido
como extrapolação, desse certo, era preciso que as
 PREVISÃO DE VENDAS condições ocorridas no período considerado como
base continuassem a se verificar, o que nem sem-
 ETAPAS E MÉTODOS DE PREVISÃO pre ocorre.
 Método não-científico
 Método científico As empresas brasileiras passaram, então, a se
basear em dados de países mais desenvolvidos pa-
 ORÇAMENTO DE VENDAS ra determinar como seria a demanda no futuro. No
entanto, além de só poder ser utilizado por países
 PLANEJAMENTO DAS VENDAS que se encontram em defasagem em relação aos
outros, este método também era prejudicado pelos
 RELATÓRIOS COMERCIAIS hábitos culturais, que variam enormemente de um
país para outro, e pelos saltos tecnológicos, que evi-
 A TECNOLOGIA A FAVOR DA ADMINIS- tam a passagem de todas as etapas ocorridas no
TRAÇÃO DE VENDAS país de origem.

PREVISÃO DE VENDAS A correlação, tanto simples como múltipla, tam-


bém foi largamente utilizada. O método da correla-
Antigamente, para estabelecer as metas de ven- ção consiste em considerar duas variáveis que es-
das, as empresas consideravam o que tinham ven- tão interligadas de forma que, ao se alterar uma de-
dido no período anterior e, perguntando aos clientes las, a outra variará numa proporção determinada.
quais seriam suas compras futuras, estabeleciam as Por exemplo, quando o poder aquisitivo da popula-
novas quantidades a serem produzidas. Outras ve- ção cai, o mercado de usados e de manutenção -
zes, determinavam o novo patamar utilizando a taxa mecânicos, funileiros e pintores de automóveis -
de crescimento das vendas do ano anterior. aumenta, pois as pessoas deixam de adquirir auto-
móveis novos e passam a dar um maior cuidado
Posteriormente a essa fase, que poderíamos aos usados. O Quadro 4.1 traz alguns exemplos de
chamar de empírica, passaram a utilizar métodos variáveis correlacionadas.

Com a quebra da Bolsa de Valores de NovaYork tão, que qualquer um dos métodos, por mais preciso
em 1929 e a crise do petróleo de 1930, todos os pa- que fosse. Jamais poderia ter detectado com exati-
íses e empresas do mundo foram atingidos de uma dão os efeitos causados por essas crises. Ficou cla-
forma e intensidade que nenhum método de previ- ro que existem situações diferenciadas que podem
são pôde antecipar As empresas perceberam, en- influenciar uma empresa e que podem não ter acon-
30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

tecido no passado e, portanto, não podem ser con- corrências futuras. As expectativas destas ocorrên-
sideradas numa análise que tenha por base o perí- cias são trabalhadas com base no momento atual-
odo anterior. É o que acontece também com a es- mente conhecido. Diante do quadro hoje identificado
tagflação, situação caracterizada pela paralisação pelas organizações, seus executivos e coordenado-
das atividades econômicas e da produção em para- res de equipes comerciais agregam as possibilida-
lelo com a inflação ou, de outra maneira, a coexis- des de certas ocorrências do macroambiente, que
tência da inflação com a estagnação econômica. são conhecidas pelo mercado - como mudanças
cambiais, eleições, surgimento de novos mercados
Os estudiosos resolveram, então, buscar outras ou setores específicos de consumo. A junção destes
maneiras que pudessem ser empregadas pelos e- fatos conhecidos (históricos e atuais) com as expec-
xecutivos para determinarem com uma certa preci- tativas de transformações futuras possibilitam ao
são como seria o mercado de amanhã. Perceberam profissional responsável pela elaboração da previ-
que, embora se fale muito em turbulência, ela não são de vendas idealizar um objetivo para ser con-
ocorre repentinamente. Notaram que, se o histórico templado, compreendido e atingido pelo grupo co-
econômico de um país ou de um mercado fosse a- mercial da organização.
companhado continuamente, por meio do estudo de
uma série de variáveis que o representem, poderia Sendo assim, a previsão de vendas é a proje-
ser possível detectar uma mudança com a antece- ção numérica das expectativas da organização re-
dência necessária para a empresa se preparar para tratada num determinado momento pelas opiniões e
enfrentar a situação anômala, seja ela uma oportu- análises de seus profissionais e do que poderá o-
nidade ou ameaça mercadológica. correr no futuro dentro do mercado-alvo de atuação.
O sucesso em se atingir esta previsão é dependente
ETAPAS E MÉTODOS DE PREVISÃO de fatores externos à organização, ou seja, é de-
pendente da ação de pessoas que não estão sob o
Deve haver um grande entrelaçamento entre a controle da organização. Esse fator de vulnerabili-
previsão e o orçamento de vendas para que o con- dade faz com que os executores da previsão de
trole operacional de uma atividade comercial possa vendas utilizem margens de segurança e rotas de
ser atingido em toda a sua plenitude inicialmente ajustes na elaboração do processo, a fim de que es-
programada. Para se elaborar uma previsão de ta maior flexibilidade possa garantir, mesmo que as
vendas formal são necessários os passos mostra- variáveis mudem, o objetivo global da organização
dos no Quadro 4.2. definido no início do processo de previsão.

PREVISÃO DE VENDAS Existem alguns fatores que podem definir os ru-


• Determinar os objetivos para os quais serão mos de uma organização e, principalmente, o volu-
usadas as previsões me de vendas de um determinado período. Na pre-
• Dividir os produtos a serem estudados em visão de vendas, deve-se avaliar quais são as con-
grupos homogêneos. seqüências positivas ou negativas de fatores como
• Determinar, com maior exatidão possível, crescimento do PI 13, inflação, demanda por produ-
quais os fatores que influenciam as vendas tos complementares ou substitutos e entrada de no-
de cada produto, ou grupo de produtos, e vos concorrentes. Estas análises correspondem
procurar estabelecer a importância relativa principalmente ao exame das condições internas
de cada um deles. responsáveis pela rapidez de respostas aos anseios
• Escolher um método de previsão de vendas do mercado e das condições do setor de atividade
mais adequado para cada caso. da empresa (análise microarribiental) e das condi-
• Reunir todas as informações disponíveis ções gerais dos negócios e da economia em geral
• Analisar as informações. (análise macroambiental).
• Verificar os resultados da análise e compará-
los entre si ou com outros fatores disponí- Para a análise microambiental é necessário e-
veis. xaminar criteriosamente as reais perspectivas que
existem no setor de atuação, ramo ou mercado e
• Estabelecer premissas sobre os efeitos dos
que possam gerar possibilidades otimistas ou pes-
fatores que não podem ser calculados nume-
simistas sobre a continuidade do negócio em si. Ao
ricamente.
analisar se ela, o mercado e os clientes possuem
• Converter as deduções e as premissas em
condições favoráveis no momento, a organização
previsões específicas para o mercado em
poderá se deparar com um quadro que defina com
geral e para regiões particulares.
maior segurança o rumo de seus negócios.
• Analisar o desempenho das vendas e rever
periodicamente as previsões. Com relação à análise macroambiental, ao ob-
Quadro 4.2 - Etapas de uma previsão de vendas servar as condições gerais dos negócios e da eco-
nomia em geral, ela traz a possibilidade de se avali-
Assim, o mecanismo de previsão de vendas é ar e controlar melhor os números que serão afixa-
sempre elaborado mediante as perspectivas de o- dos na previsão de vendas. Deve-se ter a preo-
31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

cupação em avaliar sempre não só o negócio em vem como canais energizadores dos componentes
que se está envolvido, mas também as perspectivas da motivação. Assim sendo, a única maneira de mo-
que envolvem setores direta ou indiretamente rela- tivar as pessoas é conhecer de fato quais são estes
cionados, pois, assim, pode-se ter uma visão mais estímulos e de que maneira eles afetam cada uma
ampla dos rumos globais e, conseqüentemente, das pessoas que compõem a equipe de trabalho.
maior segurança na elaboração da previsão de ven-
das. Algumas organizações ainda acreditam que as
pessoas, principalmente os vendedores, são moti-
Existem vários métodos de previsão de vendas. vadas apenas pelo dinheiro que recebem. A remu-
Alguns mais antigos, outros mais modernos, mas neração do vendedor é considerada como o princi-
todos com algumas vantagens e desvantagens, co- pal elemento motivacional e, portanto, quando a e-
mo veremos a seguir. Alguns deles são baseados quipe ou o vendedor estão desmotivados é porque
em processos científicos apurados, refletindo a pre- são mal-remunerados ou a comissão está muito
ocupação das organizações em possuir segurança baixa.
para a previsão futura: são os métodos científicos.
No outro extremo, estão os métodos pouco concei- Entretanto, o que se tem observado é que o des-
tuados cientificamente, mas que são usados em contentamento com a organização ou a desmotiva-
função dos recursos disponíveis: são os métodos ção da equipe de vendas estão ligados a fatores
não-científicos. como falta de parâmetros para a promoção dos
vendedores; iniqüidade na forma de remuneração
entre os componentes da equipe e na distribuição
MOTIVAÇÃO PARA VENDAS de responsabilidade e carga de trabalho, resultan-
tes, por exemplo da região de atuação ou do porte
Uma das tarefas mais difíceis do gestor da área dos clientes; protecionismo; não-objetividade e falta
comercial, seja ele gerente ou supervisor de ven- de clareza na definição das metas a serem atingidas
das, é conseguir manter motivada a sua equipe de e dos prêmios a serem distribuídos; pouca preocu-
trabalho. Motivação pode ser definida como a dis- pação com o profissional com relação às suas ne-
posição de exercitar um nível persistente e elevado cessidades e dificuldades; a ausência de novos de-
de esforço na direção de metas organizacionais, safios; condições precárias de trabalho; falta de re-
condicionada pela capacidade do esforço de satis- conhecimento pelo esforço ou pelo resultado alcan-
fazer certa necessidade individual. çado e, até mesmo falta de confiança na gestão ou
administração do supervisor ou gerente de vendas.
Para qualquer área da organização, a motivação
da equipe é fundamental para o bom andamento do Isso não significa que se essas questões não es-
trabalho, integração das pessoas, execução das ta- tiverem resolvidas os vendedores estarão eterna-
refas, produtividade e até mesmo para manutenção mente insatisfeitos e, conseqüentemente, desmoti-
do ambiente organizacional. Porém, para os vende- vados. Existe, porém, um mínimo que deve ser rea-
dores os aspectos motivacionais são imprescindí- lizado para manter a equipe coesa e motivada.
veis para mantê-los atuantes no mercado.
Um dos principais aspectos que possibilitam a
O profissional de vendas necessita ser constan- motivação da equipe de vendas está ligado ao pró-
temente estimulado para poder manter ou aumentar prio ambiente organizacional. É importante que os
seu ritmo e rendimento no trabalho, principalmente, vendedores saibam qual é a missão e quais os de-
pelo fato de seu dia-a-dia ser altamente dinâmico e safios que a empresa deseja alcançar e o que é va-
incerto pois, dentre os contatos que ele realiza, lorizado como atitude e postura profissionais. Além
grande parte não gera um resultado positivo. Isso disso, deve ser deixado claro quais são as políticas
equivale a dizer que o vendedor está exposto cons- e os procedimentos adotados que darão suporte à
tantemente à frustração, como, perder uma venda missão da organização. Não existe nada mais teme-
ou, até mesmo, o cliente para a concorrência, de rário do que as pessoas não saberem por onde es-
uma visita não poder mais ser realizada, uma pros- tão caminhando ou de que maneira devem se com-
pecção frustrada por não ter sido recebido pelo portar em diferentes situações.
comprador, uma negociação que não chegou ao re-
sultado esperado ou que corroeu a sua comissão. As informações da empresa devem ser divulga-
das de maneira clara e aberta, em todos os níveis,
Assim, mais resumidamente, motivação pode ser evitando assim dúvidas ou boatos que acabam
entendida como a energia que flui de dentro das permeando não só os diferentes níveis da empresa,
pessoas, direcionando a ação. E, como toda energi- mas chegam até o cliente, podendo gerar des-
a, se não for constantemente alimentada, acaba. contentamentos desnecessários.

Cada indivíduo tem uma forma de perceber e de Ainda dentro do contexto do ambiente, os ven-
reagir aos estímulos externos, que na verdade ser- dedores se sentirão reconhecidos e motivados se
forem disponibilizados os recursos necessários para
32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

que possam desempenhar o seu papel, incluindo de se atender, dando ao vendedor maior margem
aqui o treinamento. para negociação, ou ainda pela solicitação de que
ele assuma outras atividades, como o suporte a um
Outro aspecto com que o supervisor ou gestor da colega que está com dificuldades na conquista de
equipe comercial deve se preocupar são as ques- um cliente.
tões que envolvem o conteúdo da função do vende-
dor. Cada profissional tem características próprias,
portanto, dentro das possibilidades e das caracterís-
O profissional de vendas tem como característica ticas do negócio, é importante tentar conciliara ativi-
ser movido por desafios constantes e necessita que dade profissional com o perfil pessoal, adaptando as
o seu trabalho seja reconhecido como importante. funções aos estilos, considerando as habilidades e
Para ele é fundamental ter grande responsabilidade as motivações individuais. O Quadro 12.6 traz e-
e autoridade dentro do exercício de sua função. Isso xemplos de atitudes consideradas motivacionais
pode ser feito por meio da atribuição de um cliente que podem ser usadas pelo líder de uma equipe de
de maior importância para a empresa ou mais difícil vendas.

Quadro 12.6 - Atitudes que provêem motivação

REMUNERAÇÃO DA FORÇA DE satisfação ou insatisfação apenas e não de motiva-


ção.
VENDAS
A recompensa pela realização de um trabalho
Quando falamos em remuneração, estamos en- pode ser tanto financeira como não-financeira.
focando todos os aspectos que compõem o salário
de um profissional de vendas, como valores fixos, A recompensa financeira direta pode ser com-
comissões e prêmios. Além disso, os benefícios di- posta, por exemplo, de salário, o mais usual, prê-
retos e indiretos, inerentes ao cargo ou à organiza- mios, comissão de vendas, a cada dia mais utiliza-
ção, também são considerados como parte da re- da, e participação nos resultados.
muneração da força de vendas.
Já a recompensa financeira indireta pode in-
Alguns autores consideram que a remuneração cluir férias, gratificações, horas extras, 13º salário e
de um profissional deve ser vista pela organização benefícios sociais, tais como assistência médica e
como fator motivacional. A maioria, entretanto, con- odontológica, salário-educação, vale-refeição ou
sidera-o como fator de higiene, ou seja, gerador de restaurante no local, convênios com farmácias, su-
permercados, clubes, entre outros. No caso de ven-
33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

dedores externos, o carro da empresa, o reembolso Quadro 13.3 - Pontuação versus salários
da quilometragem rodada, notebook e aparelho ce-
lular também podem ser considerados como uma A utilização desta forma de atribuição de remu-
compensação financeira indireta. neração garante uma equivalência entre os diferen-
tes cargos, que será considerada lógica, justa e,
Outra forma de compensação pelo trabalho reali- portanto, aceitável para os seus ocupantes.
zado é a recompensa não financeira, que envolve
as questões motivacionais, tais como o reconheci- Entretanto, na medida em que a experiência do
mento, a auto-estima, a segurança no emprego e o profissional interfere diretamente na sua capacidade
orgulho de pertencer à organização. de realização de tarefas e na qualidade e quantida-
de de atividades que podem ser realizadas, po-
Apesar dessas definições, usualmente a remu- de-se, como vimos anteriormente, escalonar esses
neração nada mais é, dentro de uma sociedade ca- valores em faixas inferiores e superiores.Com isso,
pitalista, do que a atribuição monetária ou o paga- como mostrado no Quadro 13.4, pode-se determinar
mento pelas tarefas ou serviços executados por um uma variação de, por exemplo, 40% entre aquele
profissional, para uma pessoa ou organização. Por- que está iniciando na função e aquele com uma ex-
tanto, seu valor está diretamente ligado ao grau de periência anterior muito, grande.
dificuldade na execução da tarefa, ao número de
pessoas existentes no mercado que estão aptas pa- Auxiliar de vendas I $ 360,00
ra desenvolvê-la, a responsabilidade inerente à tare- Auxiliar de vendas II $ 450,00
fa e ao resultado que a execução gera para a orga- Auxiliar de vendas III $ 540,00
nização. Vendedor técnico I $ 960,00
Vendedor técnico II $ 1.200,00
Neste sentido, é necessário considerar esses fa- Vendedor técnico III $ 1.440,00
tores, que devem ser parametrizados pela política Supervisor de vendas I $ 1.800,00
salarial da empresa baseado no que se está prati- Supervisor de vendas I $ 2.160,00
cando no mercado de trabalho, para a definição da Gerente de vendas $ 5.400,00
remuneração de um profissional. Quadro 13.4 - Cargos e salários

Ao elencar as atribuições aos diferentes cargos Resta apenas saber como o mercado de trabalho
existentes na área comercial, pode-se estabelecer está remunerando os profissionais de vendas, tendo
uma análise comparativa entre eles, considerando a em mente que este parâmetro é importante para re-
responsabilidade e a complexidade de cada fator. duzir o turnover da empresa, obtendo, assim, o e-
quilíbrio interno dos salários e competitividade com
Com a pontuação obtida por atribuição a cada relação à concorrência.
um dos cargos, somam-se todas elas, determinando
quantos pontos cada cargo alcançou. Os pontos de- Para tanto, pode-se utilizar, por exemplo, pes-
vem ser divididos em faixas, e para cada faixa de quisas salariais publicadas pelos diferentes veículos
pontos são atribuídos um valor monetário e quais de comunicação, tais como os cadernos de empre-
deveriam ser as faixas salariais mínima e máxima go com circulação semanal; tabelas do sindicato;
para este valor. pesquisas realizadas por empresas especializadas
ou, então, promover a sua própria pesquisa salarial
Vejamos um exemplo. Considere a pontuação na entrando em contato com empresas que atuam no
análise de diferentes cargos da área comercial mos- mesmo segmento de mercado ou em mercados si-
trada no Quadro 13.2. nérgicos. O importante é que a pesquisa salarial de-
ve levar em conta os diferentes cargos a serem
Auxiliar de vendas 150 pontos pesquisados, lembrando-se de que, por vezes, são
Vendedor técnico 400 pontos utilizados os mesmos cargos com responsabilidades
Supervisor de vendas 600 pontos diferentes. As empresas participantes devem ter um
Gerente de vendas 1.800 pontos porte parecido, assim como a data de realização da
Quadro 13.2 - Pontuação de alguns cargos: um pesquisa.
exemplo
Como em toda pesquisa de mercado, deve-se u-
Se para cada ponto o valor a ser pago for de três tilizar um questionário estruturado, e as entrevistas
unidades monetárias, teríamos os valores mostra- podem ser realizadas por telefone, Internet ou pes-
dos no Quadro 13.3. soalmente. Deve-se preferir, nas entrevistas, pes-
soas ligadas à área comercial ou de recursos hu-
manos. Com isso, a empresa poderá desenvolver
uma política salarial dinâmica e ajustada ao contex-
Auxiliar de vendas 150 pontos x 3 = $ 450,00
Vendedor técnico 400 pontos x 3 = $ 1.200,00 to do mercado.
Supervisor de vendas 600 pontos x 3 = $ 1.800,00
Gerente de vendas 1.800 pontos x 3 = $ 5.400,00

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

O Quadro 13.5 traz uma idéia dos salários mé- sentados. Utilizando-se de palavras-chave como sa-
dios praticados no Brasil, enquanto o Quadro 13.6 lário, média salarial e piso salarial em sites de busca
mostra, para o mesmo período, como é essa reali- na Internet, você pode atualizar os dados destas ta-
dade nos Estados Unidos' - ao analisar estas tabe- belas e ainda descobrir mais informações sobre o
las não se esqueça de que, sendo médias, há salá- assunto.
rios muitíssimo maiores ou menores que os apre-

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Os salários em vendas também variam conforme pre é verdadeira. A remuneração dependerá tam-
o setor ou indústria que o profissional atua e o porte bém, como vimos, da política de cada empresa, da
da empresa, conforme mostrado respectivamente concorrência - e de não querer perder profissionais
nos Quadros 13.7 e 13.8. Veja que não há um setor para ela ou querer trazer os melhores profissionais
que sempre paga os maiores salários e que a cren- dela -, do desempenho do mercado e, principalmen-
ça de que empresas de grande porte são as res- te, do próprio profissional.
ponsáveis pelas maiores remunerações nem sem-

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

A política salarial, portanto, deve levar em consi- vendas da organização tem sua política de cargos e
deração a estrutura de cargos e salários e o merca- salários estruturada, o que não significa que toda a
do em que a empresa atua, prevendo sempre um remuneração deve ser fixa, podendo a partir desses
salário inicial, chamado de salário de admissão, que pressupostos criar uma estrutura de remuneração
ofereça possibilidades de aumentos ou reajustes, variável.
que podem ser individuais ou coletivos.
A definição da forma de remuneração da força
Os reajustes individuais estão vinculados à pro- de vendas está ligada diretamente ao tipo de produ-
moção, mérito ou enquadramento, sendo que este to ou negócio da empresa, ao tempo de existência
último deve ser balizado pela pesquisa salarial feita no mercado, ao porte da empresa, à carteira de cli-
periodicamente. Os reajustes coletivos podem ser entes que ela possui, à margem de contribuição de
resultantes, por exemplo, de negociações com o cada produto, à maneira de atuação do mercado
sindicato, reposição da inflação ou acordo com os onde ela está inserida e, finalmente, ao custo da
funcionários. Desta maneira, o departamento de venda.
37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

A remuneração pode ser totalmente variável, va- Fixo com participação nos resultados
riável com ajuda de custo, fixa mais variável, fixa
com atribuição de prêmios, fixa com participação Da mesma forma que a remuneração baseada
nos resultados e somente fixa. num fixo com atribuição de prêmios, na remunera-
ção do tipo fixo com participação nos resultados a-
Totalmente variável tribui-se ao vendedor um percentual sobre o resul-
tado financeiro que a empresa obteve num determi-
O vendedor recebe comissão somente em fun- nado período, por exemplo, no semestre ou ano fis-
ção do volume de vendas ou a margem de contribu- cal. Esta forma leva em consideração o desempe-
ição realizada em um período predeterminado. É nho da empresa como um todo e não somente os
normalmente utilizada quando a força de vendas é resultados da área comercial. Deve ser utilizada
composta por vendedores autônomos ou represen- quando se pretende um maior envolvimento dos
tantes comerciais. O valor da comissão deve ser es- profissionais em todas as áreas da organização, fa-
tabelecido em função do valor do produto, da mar- zendo com que haja maior integração dos departa-
gem de comercialização e contribuição de cada mentos, busca contínua da qualidade de produtos e
produto, do tempo de maturação do negócio e da di- processos, otimização dos recursos utilizados e
ficuldade ou esforço necessário para realização do possibilidade de se compartilhar as dificuldades e
negócio. solução dos problemas.

Variável com ajuda de custo Somente fixo

Inclui-se na remuneração uma pequena parcela A atribuição de apenas um salário fixo para o
mensal, que tem como objetivo auxiliar o vendedor vendedor ocorre em empresas cujo produto é de al-
nos gastos realizados na visitação, durante o mês. to valor agregado e o tempo de maturação do negó-
Algumas empresas abatem este valor da comissão cio é de médio a longo prazo, sendo mais comum
a ser recebida, o que é chamado de adiantamento no setor organizacional (business to business), em
de despesa. As empresas utilizam esta forma de segmentos como o de usinas de beneficiamento,
remuneração quando optam por trabalhar com au- equipamento para fábrica de papel e celulose, usina
tônomos ou quando estão, por exemplo, formando de açúcar e álcool e turbinas.
uma carteira de clientes ou abrindo uma nova região
de atuação. Algumas empresas estão adotando como estra-
tégia para determinação da remuneração da equipe
Fixo mais variável de vendas a qualidade da venda, que leva em con-
sideração o atendimento que o vendedor dá à em-
O vendedor recebe mensalmente um salário fixo, presa; o implemento dos volumes comercializados;
abaixo daquele praticado no mercado, que será a- a margem de contribuição; os valores de desconto
crescido por uma comissão sobre as vendas reali- praticados e a fidelização do cliente. A importância
zadas ou sobre a margem de contribuição. O per- desta estratégia é permitir que o vendedor tenha
centual do salário fixo sobre o variável pode ser uma dedicação maior ao cliente, entendendo de fato
combinado de várias maneiras, dependendo dos ob- quais são suas necessidades e buscando a melhor
jetivos e estratégias comerciais definidas pela em- maneira de comercializar o produto, de modo a oti-
presa. Esta tem sido a maneira mais usual de re- mizar os resultados de ambas as partes. Tal ação
muneração. Sua maior vantagem é diminuir os cus- tem como efeito o resultado da venda, e não so-
tos fixos da venda e, ao mesmo tempo, permitir ao mente o volume, modificando inclusive a curva
vendedor a possibilidade de ter uma remuneração 20/80 dos clientes, segundo a qual 20% dos clientes
maior do que a praticada no mercado. são responsáveis por 80% das vendas.

Fixo com atribuição de prêmios Da mesma forma, também vem sendo bastante
utilizado o sistema de cota em grupo, que possibilita
Apesar de levar a empresa a ter maior custo de aos vendedores mais experientes atender aos clien-
venda, aumentando, assim, o seu risco, permite tes cuja negociação é delicada, assim como fazer
maior lucratividade. A função do prêmio é estimular prospecção de mercado, ampliando a carteira de
e motivar a equipe comercial a alcançar ou superar clientes e, conseqüentemente, o resultado em ven-
as metas estipuladas mensalmente. Neste sentido, das. A definição da distribuição dos clientes entre os
ela pode ser atribuída ao vendedor que superou a vendedores é deliberada de maneira conjunta com a
meta ou, então, estar vinculada ao desempenho da participação e balizamento do supervisor de vendas.
equipe como um todo, aumentando a integração e o
espírito de equipe no departamento comercial. O Estes critérios de remuneração para o vendedor
prêmio pode ser dado em dinheiro ou em viagens, também podem ser adotados para o restante da e-
utensílios para o lar, livros, entre outros. Existem ho- quipe de vendas (suporte ou apoio), supervisores de
je inúmeras empresas especializadas nesta ques- venda, chefes e gerente, lembrando apenas que,
tão. neste caso, a parcela variável ou a comissão de
38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

vendas deve incidir sobre o resultado do equipe, pode-se presumir que um sistema informatizado (a-
sendo somada a uma parcela fixa. tualizado a cada compra ou a cada contato e com
grande capacidade de armazenamento) seja sufici-
ente para atender a qualquer cliente da melhor for-
MARKETING DE RELACIONA- ma possível.
MENTO
É claro que os vendedores dessa rede devem
ser treinados para que o uso das informações dis-
Certa vez, em visita a um escritório da General poníveis lhes possibilite realizar um bom atendimen-
Eletric, chamou minha atenção uma frase afixada à to. Agora, sim, estamos praticando o CRM, conse-
parede da sala de espera: "Nós temos somente du- guindo manter um alto padrão de atendimento e de
as fontes de vantagem competitiva: a capacidade de relacionamento, independentemente do número de
aprender mais sobre nossos clientes e mais rápido consumidores, seja um ou um milhão. O esquema
que nossos concorrentes; e a capacidade de trans- 17 mostra essa idéia.
formar esse conhecimento em ações, mais rápido
que nossos concorrentes". Essa frase é de Jack
Welch, na época o principal executivo da empresa.

A correta utilização dos recursos, com a finalida-


de de conhecer cada vez mais os clientes e praticar
o marketing em seu benefício, é o que chamamos
de Gerenciamento do Relacionamento com o Clien-
te (GRC) ou, em inglês, Customer Relationship Ma-
nagement (CRM).

DE UM A UM MILHÃO

Vamos imaginar um profissional autônomo que


trabalhe sozinho e atenda diretamente a seus clien-
tes - um alfaiate, por exemplo. Nesse caso, fica fácil Quando a quantidade de clientes aumenta con-
imaginar que esse profissional conhece profunda- sideravelmente, o marketing convencional perde a
mente cada um deles, seu tipo e tamanho de roupa, sua eficácia, e o relacionamento com os clientes fica
cores e modelos preferidos, hábitos de compra (co- prejudicado. Só com o uso do CRM o relacionamen-
mo a freqüência com que vem comprar e o tempo to pode ser mantido em nível alto, independen-
gasto para decidir e provar os tecidos). Também é temente da quantidade de clientes.
fácil perceber que não é preciso computador nem
mesmo um caderno de anotações para que o alfaia- INTERAGINDO E CUSTOMIZANDO
te tenha acesso às informações, que podem estar
na sua memória, pois o número de clientes é redu- Vamos analisar essa questão de outra forma, re-
zido. correndo ao modelo do consultor Don Peppers, um
dos maiores especialistas em marketing de relacio-
Se o profissional utilizar todo o conhecimento de namentos, que fala em "customização de produtos e
que dispõe para atender cada vez melhor, estará serviços" e na interação com os clientes, para co-
realizando o que chamamos de marketing de rela- nhecê-los e obter informações a seu respeito.
cionamento, ou seja, a prática do marketing por
meio do relacionamento com o cliente. Uma coisa Customizar significa criar itens novos, destinados
leva a outra: a proximidade com o cliente permite aos diferentes segmentos ou nichos do mercado, ou
obter informações e esse conhecimento possibilita seja, a cada grupo específico de pessoas. Interagir
aumentar e melhorar o relacionamento, criando um com o cliente significa estar próximo dele e obter in-
círculo vicioso altamente positivo. Ainda nesse caso, formações, criando um banco de dados cada vez
notamos que nosso amigo alfaiate não está fazendo mais completo.
o que chamamos há pouco de CRM, ou melhor, não
está propriamente "gerenciando" o relacionamento Analisando o esquema 18, vemos que ele tem no
de forma planejada, mas apenas fazendo tudo intui- eixo horizontal o ato de customizar (sim ou não) e
tivamente - o que podemos chamar de marketing ar- no eixo vertical o ato de interagir (sim ou não).
tesanal.
As empresas que não fazem nenhuma das duas
Agora vamos imaginar uma grande rede de lojas coisas, ou seja, não se aproximam dos clientes e
de roupas com milhares de clientes. Não se pode não criam itens diversificados, estão fazendo o que
esperar que um vendedor atenda sempre ao mesmo chamamos de marketing de massa (1): tudo igual
grupo de pessoas e que conheça cada uma profun- para todos.
damente, como acontecia no caso do alfaiate. Mas
39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Como pudemos ver, somente o CRM permite


que se atenda a qualquer número de clientes sem
perder o relacionamento com eles, o que pode tam-
bém ser chamado de "micromarketing", "marketing
individualizado" ou "marketing um-para-um". Apa-
rece até mesmo a expressão "Marketing em tempo
real", uma vez que os sistemas podem ser atualiza-
dos imediatamente, no momento em que se atende.

Com essa tendência, um setor que passa a ter


extrema importância nas empresas é a central de
atendimento telefônico, ou calIcenter, grande ponto
de apoio à prática do CRM e também excelente re-
Já as que lançam constantemente novos itens e curso para obtenção de informações.
diversificam sua linha, mas sem muita informação
sobre os clientes, com base mais no que a concor- Quando interligamos nosso sistema à internet,
rência faz e no que a empresa "acha" que os clien-
possibilitando o atendimento, coleta de informações,
tes querem, estão praticando o marketing de nichos reclamações, sugestões e respostas por e-mail e si-
(2). E que número grande de empresas deve fazer te, podemos utilizar os termos e-CRM e e-call cen-
isso, você não acha? Lembra quando no capítulo 1 ter. Entretanto, não recomendamos o seu uso, pois
falamos em "arremessar" produtos? Pois é justa- já é tão normal a interligação de outros recursos, a-
mente isso. lém do telefone, que os termos originais, CRM e ca-
lIcenter, já são suficientes para esse entendimento.
Por outro lado, existem organizações que têm
muitos dados sobre o cliente, até por razões legais SUTILEZAS
e fiscais, mas acabam não utilizando isso. Um su-
permercado, por exemplo, tem o registro de todas Uma definição possível para o marketing é "per-
as compras, pois é obrigado a emitir o cupom fiscal
ceber sutilezas", ou seja, perceber pequenos deta-
e a manter os dados armazenados por um bom lhes que revelem necessidades e que façam a dife-
tempo, mas acaba não usando essa informação. rença para o consurnidor.
Chamamos isso de database marketing (3), ou mar-
keting de dados. O walkman (toca-fitas portátil), depois canibali-
zado pelo diskman (toca-CD portátil), foi criado a
Para fazer o CRM (4), que também pode ser
partir do momento em que um empresário "perce-
chamado de marketing um-para-um, pois cada cli- beu" que um de seus funcionários ouvia música en-
ente é tratado quase individualmente, as empresas quanto andava pela fábrica, carregando um rádio
devem interagir, relacionar-se com o cliente, ter in- sobre o ombro.
formações sobre ele e, é claro, customizar, trans-
formar o que sabe em produtos e serviços.
Ao exportar seus veículos para os Estados Uni-
dos, certa empresa também "percebeu" a necessi-
Uma rede européia de supermercados aprovei- dade de criar um baixo-relevo no painel, ao redor
tou os dados de que dispunha e realizou análises dos botões, pois as americanas, potenciais consu-
estatísticas verificando relações entre itens compra- midoras desse produto, tinham unhas compridas.
dos. Para surpresa de seus profissionais, percebeu
que havia uma coincidência nas compras de fralda
É esse o caminho. A prática do relacionamento
descartável e cerveja! Analisando melhor, descobriu
com os clientes nos possibilita, além de todos os
a lógica, claro. Ao ser requisitado pela esposa a benefícios já mencionados, descobrir sutilezas, i-
buscar fraldas para o bebê, o pai de família aprovei- dentificar e criar novas necessidades! Apenas lem-
tava e levava algumas cervejas para o seu consu- brando (e reforçando) essa idéia, vimos no capítulo
mo. A partir daí, bastou deixar um produto perto do 3, "Produtos e serviços", que devemos sempre pen-
outro para que as vendas de ambos aumentassem.
sar em novos conceitos e "destruir" nossos próprios
produtos, ação chamada de canibalismo. A identifi-
Vamos lembrar do que disse Jack Welch: 'A- cação de sutilezas por meio do conhecimento e do
prender mais sobre nossos clientes e transformar relacionamento com os clientes é, então, uma das
esse conhecimento em ações". Exatamente isso é o maneiras.
que foi feito!

COMPOSTO DE RELACIONAMENTO
CRM E CALL CENTER
40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

O composto de relacionamento nada mais é do ente (SAC), central de vendas, banco de dados, cal-
que sua subdivisão em elementos como: políticas lcenter e sistema de informações, como mostra o
de relacionamento, Serviço de Atendimento ao Cli- esquema 19.

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO foi feito em cima de depoimentos verídicos de mães.


Muitas pessoa não acreditavam que um carro feito
para atender nicho tão específico pudesse ser bem-
Já dizia um antigo ditado popular "quem quer a- sucedido. Entretanto, no primeiro mês de 1999,
gradar a todos acaba por não agradar a ninguém". 26.586 Windstar já haviam sido vendidos nos Esta-
Assim, as empresas foram abandonando o marke- dos Unidos, mais de 2,5 vezes o número alcançado
ting voltado para as massas e escolhendo segmen- em janeiro do ano anterior.
tos específicos para atuarem, nos quais os consu- Fonte: Carrinho de Mãe, Grandes Idéias,
midores diferem entre si em um ou mais aspectos. http://vendamais.zaz.com.br/

Segmentação é o processo de dividir um grupo Quanto maior o conhecimento adquirido sobre os


heterogêneo de clientes em grupos homogêneos clientes, melhores serão os resultados do processo
entre si, formando segmentos com as mesmas ca- de segmentação. Assim, todos os dados sobre os
racterísticas, comportamentos e necessidades'. Isso clientes são importantes, sejam internos - conheci-
pode ser realizado de várias maneiras: intuitivamen- mento adquirido pelos profissionais de vendas - ou
te ou por meio de processos extremamente sofisti- externos - resultantes de pesquisas de marketing.
cados, que se utilizam dos mais modernos softwa- Todos os dados coletados dos clientes podem ser
res e de especialistas com conhecimentos avança- reunidos em grandes bases de dados que centra-
dos de estatística, matemática ou psicologia para lizam todas as informações: as bases de dados de
agrupar os consumidores. marketing ou data base marketing.

Após a empresa definir os seus segmentos de


VENDAS EM AÇÃO mercado, precisa escolher os mais atrativos para
atuar. Assim, é comum a avaliação da atratividade
Um segmento que é uma mãe de cada segmento através da matriz de segmen-
Cinqüenta engenheiras das quais, 30 eram ma- tos de mercado versus produtos. Como mostrado
les de crianças, pequenas, e dez estavam grávidas, no Quadro 2.18, as colunas da matriz representam
foram contratadas, pela Ford para projetar a versão os segmentos existentes para um determinado mer-
1999 da perua Windstar de forma que ficasse ade- cado, e as linhas, os produtos ou o conjunto de pro-
quada às grávidas e mães. O resultado? Um carro dutos existentes ou necessários. A interseção entre
com, iluminação interna indireta, para a luz não a- os produtos e os mercados indica segmentos de
cordar os bebês quando é porta é aberta; cuidado consumidores mais específicos para um determina-
com a segurança interna e com cantos para que o do produto. A partir da matriz, podem ser escolhidos
bebê não se machuque; evitaram-se fendas nas um ou mais segmentos para atuar, dependendo das
quais chaves, batons, canetas e alfinetes podem ser vantagens e da quantidade de consumidores exis-
perdidos e criaram-se locais próprios para guardar tentes em cada um.
CDs e fraldas. Todo o material promocional do carro

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Como qualquer outro processo, antes de iniciar a profissionais de marketing conhecimento sobre os
segmentação é preciso entender os objetivos dese- consumidores-alvo, perspicácia na análise dos da-
jados pela empresa, determinando claramente quais dos e decisão sobre os melhores segmentos para
os resultados esperados com a segmentação. Sem atuar.
esses parâmetros, corre-se o risco de se encontra-
rem conclusões muito brilhantes, mas que podem O Quadro 2.20 traz as etapas e procedimentos
não ser importantes para o negócio naquele mo- para se realizar uma segmentação bem-sucedida.
mento. Realizar uma segmentação eficaz exige dos

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO necessário, o que impede, conseqüentemente, a


execução de outras tarefas igualmente importantes.

Como Otimizar seus Resultados de Vendas OS LADRÕES DE TEMPO

O trabalho diário de um profissional de vendas Entre os principais ladrões de tempo, podemos


inclui uma série de atividades relacionadas à venda citar: relatórios muito longos, perda de tempo no es-
propriamente dita, além de outras que auxiliam e critório do cliente, visitas improdutivas e desempe-
complementam o ato de vender. Dos vendedores nho de tarefas que podem ser feitas em outras opor-
são exigidos relatórios, visitas de cortesia, participa- tunidades.
ção em eventos especiais, sociais e profissionais,
além de outras obrigações. Todas são importantes e
devem ser executadas. Como executá-las de modo
eficiente?

A administração de tempo é a técnica necessária


e utilizada, pois permite que todas as funções sejam
desempenhadas. Com a devida racionalização de
atividades e colocação em ordem de prioridades, o
indivíduo que sabe administrar consegue alocar
tempo para o desempenho de todas as suas tare-
fas, obtendo com esse procedimento melhores con-
dições para ser um profissional bem-sucedido.
Relatórios muito longos
É comum encontrarmos indivíduos que alegam
falta de tempo para justificar suas deficiências. Por É comum a administração exigir de seus vende-
esse motivo, admitem não ter condições para o de- dores relatórios de vendas, com o objetivo de man-
senvolvimento profissional, tampouco dedicação à ter o controle do desempenho. No entanto, alguns
leitura para ampliação de conhecimentos. Entretan- vendedores exageram. Em vez de serem objetivos,
to, o que falta para essas pessoas é boa adminis- gastam muito tempo com essa atividade. Os vende-
tração, pois muitas são vítimas dos famosos ladrões dores devem demonstrar eficácia no preenchimento
do tempo, que são aquelas atividades às quais, por de relatórios, e isso pode ser obtido por meio da
um motivo qualquer, dedica-se mais tempo do que o prática e da observação.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

O relatório deve incluir somente informações ne- les de real potencial, e o vendedor, como assessor
cessárias ou conforme exigência da administração, de seus clientes, deve alertá-los de sua necessida-
ou mesmo a obtenção de dados que proporcionem de. Todo esforço junto a clientes que não satisfaça
condições para análise do trabalho do vendedor. as três condições - autoridade para comprar, poder
Deve existir constante esforço para que se alcance aquisitivo e propensão para a compra - será mera
objetividade e racionalidade. perda de tempo.

Tempo demais no escritório do cliente Perder tempo com tarefas que podem ser de-
sempenhadas em outras oportunidades
Há vendedores que gastam muito tempo no es-
critório de seus clientes, desnecessariamente; são O vendedor deve saber também qual é a ordem
vítimas de outro ladrão de tempo. de importância de suas tarefas. Despender tempo
com tarefas que podem ser feitas futuramente é um
fato que ocorre com freqüência. Por exemplo: um
vendedor necessita escrever uma carta para um cli-
ente, que deve recebê-la em dois ou três dias. No
mesmo dia em que percebeu a necessidade de en-
viar a carta, ainda deve visitar mais dois clientes,
conforme consta em seu planejamento diário. Um
vendedor vítima do ladrão do tempo, nesse caso,
deixaria de fazer as visitas e escreveria a carta. O-
corre que, ao terminá-la, pode restar pouco tempo
para as visitas, e talvez até mesmo ocorrer a impos-
sibilidade de realizá-las. Parece óbvio que o mais
recomendado seria fazer as duas visitas que resta-
Uma das causas dessa falha é a falta de preparo vam e, se necessário, mesmo depois do expediente
do indivíduo, que não tem condições de dominar a normal, escrever a carta, uma vez que havia tempo
entrevista e permite que a conversa prolongue-se para isso, por se tratar de um serviço que poderá
demasiadamente. O desperdício de tempo pode a- ser feito sem problemas a qualquer hora. No entan-
contecer também porque o vendedor sente prazer to, muitos indivíduos deixam-se levar por esse fre-
com a companhia do comprador, e por isso prolon- qüente ladrão de tempo, e as tarefas não são exe-
ga o tempo da entrevista. Em qualquer circunstân- cutadas em sua devida ordem de prioridade.
cia, o tempo deve ser valorizado, bem como elimi-
nada a causa do desvirtuamento do objetivo de Esses são apenas alguns dos Iadrões" que afe-
venda. tam a vida do profissional de vendas. Existem mui-
tos outros. Vejam, por exemplo, a rotina de um indi-
Visitar clientes que não tenham condições de víduo que reclamava muito de falta de tempo: acor-
comprar dava todo dia às 9 horas da manhã, tomava café
demoradamente, vestia-se com toda a calma e saía
Muitas vezes, por falta de pesquisa ou planeja- de casa às 10h30. Às 11 horas, chegava ao escritó-
mento de visita, os vendedores não fazem sua a- rio. Lia a correspondência e só interrompia a leitura
presentação para as pessoas certas. Por isso, todo porque se lembrava que deveria ir ao banco da es-
o esforço é maldirecionado, resultando em grande quina para fazer o pagamento de uma de suas con-
perda de tempo. tas. Voltava às 11h30 e, como faltava pouco tempo
para o almoço, lia o jornal. Ao meio-dia, chegava um
Certa ocasião, um corretor de imóveis fez uma colega seu, que o convidava para almoçar. Dirigi-
apresentação de vendas durante uma hora e meia am-se a um restaurante, onde ficavam conversando
para um assistente de gerência da empresa. Como demoradamente; bebiam vários chopes e daí saíam
o assistente não tinha autoridade para comprar, pe- às 14h30, até um pouco aturdidos pelo efeito da be-
diu um folheto para apresentá-lo ao pessoal da ge- bida. Após mais um tempinho em sua escrivaninha,
rência. Após o vendedor ter-se retirado, o assistente saía para visitar um cliente. Chegando ao cliente,
mostrou o folheto ao gerente, que, sem demonstrar começava a conversar sobre política, futebol e, ao
a mínima consideração para examiná-lo, jogou-o no final, falava sobre o produto que queria vender. E
lixo. Evidentemente, essa situação, que poderia ter pronto. Concretizava apenas uma entrevista. Tinha
sido contornada com a presença do vendedor, ilus- terminado o dia ... 1
tra o típico caso de desperdício de tempo em con-
seqüência de um esforço maldirecionado. O leitor percebe quantos ladrões de tempo inter-
feriram no dia do profissional mencionado, reduzin-
O comprador certo não é apenas aquele que tem do suas atividades ao mínimo possível.
autoridade para comprar. É também aquele que tem
poder aquisitivo e propensão para comprar o produ- Sabe-se que no desempenho de atividades de
to. Portanto, os produtos devem ser vendidos àque- vendas é impossível dedicar-se inteiramente à a-
44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

presentação direta. Estima-se que o tempo de um


vendedor é dividido basicamente em três atividades
principais: 1/3 em espera de clientes, 1/3 em via-
gens e 1/3 em apresentação de vendas. Entretanto,
com esforço, pode-se mudar essas proporções con-
sideravelmente, com o objetivo de alocar tempo
maior para contatos diretos com os clientes.

O tempo de espera, por exemplo, pode ser redu-


zido pela marcação antecipada de entrevistas, ou
mesmo por maior racionalização da rota estabeleci-
da. Um planejamento meticuloso poderá reduzir o
tempo de espera. Do mesmo modo, o tempo gasto Às vezes, o vendedor aproveita a proximidade de
algum cliente quando, tendo cumprido seu roteiro
em viagens pode ser minimizado, por meio de um
normal, resolve fazer uma visita de surpresa. Isso é
roteiro consistente. Finalmente, a própria apresen-
perfeitamente viável, mas a ficha do cliente deve ser
tação pode ser melhorada com treino e prática, bus-
consultada para se ter certeza de sua receptividade
cando maior objetividade. O conhecimento prévio do
nessas condições. Se se tratar de um tipo de com-
cliente e o preparo da entrevista de forma adequada
poderão concentrar a apresentação nos reais pro- prador que não atende sem hora marcada, ou então
que obriga o vendedor a longas esperas, não com-
blemas, economizando assim o tempo necessário
pensa uma parada sem prévio aviso. Por esse moti-
em cada entrevista para esta determinação, e per-
vo, as fichas de clientes devem fornecer esse tipo
mitindo melhor comunicação.
de informação.
Não obstante essas observações, muitos vende-
USO DO TELEFONE E DA MALA DIRETA
dores optam por aumentar horas de trabalho em vez
de administrar seu tempo. A capacidade humana,
Usar o telefone e a mala direta como formas de
porém, é limitada, e a concentração rios melhores
administração de tempo é um procedimento que
clientes resulta em melhores negócios, pois dessa
tem sido muito comentado nos últimos tempos. Com
forma obtém-se um retorno satisfatório do tempo
disponível. Mesmo com essas alternativas de admi- o congestionamento do trânsito nas cidades, a lo-
comoção de um lugar para outro fica dificultada, e o
nistração do tempo, existem esforços adicionais que
telefone e a mala direta são meios práticos e rápi-
podem ser aplicados de forma útil por meio de um
dos de contato. Tanto o telemarketing como a mala
esquema de prioridades de funções, por exemplo.
direta serão comentados mais adiante em capítulos
MARCAR OU NÃO A ENTREVISTA? específicos, devido à importância de sua utilização
para o trabalho de vendas.
É consenso da maioria dos vendedores que o i-
MATERIAL DE APRESENTAÇÃO
deal é sempre marear a entrevista dos clientes vi-
sados. Isso porque, marcando-se a entrevista, há
Para visitar um cliente é preciso que o vendedor
redução do tempo de espera dos vendedores no
disponha de todo o material de apresentação e se
escritório do cliente, apesar de nem sempre ser este
o caso. Além disso, a entrevista marcada reveste a lembre: E necessário levar algum mostruário espe-
cial? O talão de pedidos deve ir preenchido parcial-
apresentação de maior importância. Muitos vende-
mente? Há alguma solicitação especial?
dores concordam com esse aspecto e afirmam que
o nível de atenção é bem maior por parte dos clien-
tes que marearam entrevista, quando comparado
com o de entrevista de surpresa.

No entanto, será sempre possível marcar visitas


antes de ir ao escritório de algum cliente? Sabemos
que isso nem sempre acontece. Vendedores que
trabalham com produtos dirigidos ao mercado vare-
jista, por exemplo, fazem suas visitas sem marcar
horário. Muitas vezes, isso é impossível, pois os
compradores devem gozar de disponibilidade de
tempo para atender os variados desafios que en-
frentam durante o dia.
Todas essas informações devem estar incluídas
na ficha do cliente, e sua leitura antes de realizar
uma visita é indispensável. O vendedor deve preo-
cupar-se com todos os detalhes, pois já aconteceu
de se fazerem excelentes apresentações, convin-
45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

centes, e, na hora de fechamento do negócio, cons- te sem postergar visitas ou outra atividade qualquer.
tatar-se que o talão de pedidos foi deixado no escri- Não deixar para amanhã o que pode ser feito hoje.
tório. Para que isso não aconteça, o vendedor deve Muitas vezes, o vendedor não sabe se é ou não um
sempre verificar sua pasta antes de visitar um clien- procrastinador. Para isso, recomendamos que faça
te, e o material deve ser revisado e ordenado. um teste. Com o objetivo de ajudar o vendedor nes-
sa determinação, incluímos o "teste do protelador".
Há casos também em que vendedores misturam
o material com assuntos particulares; podem tam-
bém ter problemas na hora de apresentação, reti- ESTRUTURA E FUNÇÕES DO
rando da pasta o que não deveriam. Deve-se ter SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
cuidado para que essas situações embaraçosas não
ocorram.
Estrutura
Dessa forma, você percebe a importância do
planejamento para o contato de venda e a necessi- O Sistema Financeiro pode ser conceituado co-
dade de manutenção de fichários atualizados. mo um conjunto de instituições (instituições financei-
ras) com o objetivo de propiciar condições satisfató-
A CHAVE PARA A ADMINISTRAÇÃO DO rias para a manutenção de um fluxo de recursos en-
TEMPO tre poupadores e investidores.
A chave para a administração do tempo, portan- É exatamente o Sistema financeiro que permite
to, compreende os seguintes passos: em primeiro que um agente econômico qualquer (seja ele indiví-
lugar o vendedor deve estabelecer uma ordem de duo ou empresa) sem perspectivas de aplicação,
prioridades. De todas as tarefas a serem executa- em algum empreendimento próprio, da poupança
das, quais são as principais? Qual sua ordem de que é capaz de gerar, seja colocado em contato
importância? Para estabelecer essas prioridades, há com outro, cujas perspectivas de investimento supe-
necessidade de determinar objetivos. Deve-se de- ram as respectivas disponibilidades de poupança.
terminar inicialmente onde se quer chegar para,
posteriormente, classificar as prioridades. Caracterização legal do Sistema Financeiro Na-
cional Lei de Reforma Bancária 4.564/64 Art. 17):
Posteriormente, os compromissos devem ser as-
sumidos de modo que possa existir perfeito aprovei- "Consideram-se Instituições Financeiras, para
tamento do tempo. Aspectos de racionalização e até efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas
mesmo de improvisação fazem parte dessa se- publicas e privadas, que tenham como atividade
qüência. Por exemplo: um vendedor usa o tempo de principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a
espera no escritório do cliente para elaborar relató- aplicação de recursos financeiros próprios ou de
rios, escrever cartas etc. Esse aproveitamento total terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a
do tempo permite-lhe melhor desempenho geral. custódia de valor de propriedade de terceiros. "
Parágrafo único - "Para os efeitos desta lei e da
A programação do tempo deve ser realizada de legislação em vigor, equiparam-se às instituições fi-
modo que seja possível assumir compromissos pos- nanceiras as pessoas físicas que exerçam qualquer
teriores necessários sem comprometer as visitas das atividades refendas neste artigo, de forma per-
previamente estabelecidas. Portanto, uma previsão manente ou eventual.
de acontecimentos ajudará a enfrentar as possíveis
adversidades.
• Classificação das instituições financeiras:
• Intermediários Financeiros x Instituições Auxili-
Finalmente, faz parte da administração do tempo
ares:
concentrar as atividades nos indivíduos autoriza-
dos a realizar compras. Alguns vendedores perdem
1. Os Intermediários Financeiros são Instituições
muito tempo para vender pouco, em razão do baixo
Financeiras que emitem seus próprios passivos,
potencial do cliente. Como o tempo do vendedor é
ou seja, captam poupança diretamente do público,
limitado e seu resultado será o que ele vai tirar de
por sua própria iniciativa e responsabilidade, para
cada visita, seu esforço deve ser concentrado na-
aplicação destes recursos junto às empresas, atra-
queles clientes que possam dar-lhe melhores retor-
vés de empréstimos e financiamentos. Como exem-
nos. A análise antecipada, novamente, ajudará na
plos dessa classe de instituições temos os Bancos
eficiência dos vendedores. Pelo uso também das
Comerciais, as Caixas Econômicas e os Bancos de
ferramentas recomendadas neste capítulo, os resul-
Investimentos, entre outros.
tados de vendas podem melhorar consideravelmen-
2. Instituições Auxiliares são Instituições Finan-
te. É necessário, porém, outro requisito fundamen-
ceiras que não emitem seus próprios passivos, mas
tal, ainda não mencionado. Para que o vendedor
apenas colocam em contato os poupadores e os
queira ou deseje fazer melhor aproveitamento do
tempo, ele deve ter iniciativa e começar rapidamen-
46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

investidores. Como exemplo desta classe de insti- tema monetário, que é representado pelos bancos
tuições temos a Bolsa de Valores. comerciais (oficiais e privados) e pelos bancos múl-
tiplos com carteira comercial.
• Caracterização das Instituições Financeiras
quanto à capacidade de criar ou não moeda escritu- OBS. a moeda escritural é um título representati-
ral: vo da moeda, emitido sem que, no entanto, exista
um respectivo lastro em papel moeda (como por e-
A Instituição Financeira que possui a capacidade xemplo o cheque)
de criar moeda escritural faz parte do chamado sis-

Órgãos de Regulação e Fiscalização Bancos Múltiplos com Carteira Comercial


Instituições Financeiras
Bancos Comerciais
Captadoras de Depósitos
Caixas Econômicas
à Vista
Cooperativas de Crédito
CMN
Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial
Conselho
Bancos de Investimento
Monetário Banco Central do Brasil
Bancos de Desenvolvimento
Nacional
Sociedades de Crédito, Financiamento e In-
Demais vestimento
Instituições Financeiras Sociedades de Crédito Imobiliário
Companhias Hipotecárias
Associações de Poupança e Empréstimo
Sociedades de Crédito ao Microempreen-
dedor
Comissão Bolsas de Mercadorias e de Futuros
de Valores Mobiliários Bolsas de Valores
Agências de Fomento ou de Desenvolvi-
mento
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores
Mobiliários
Outros intermediários Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valo-
ou Auxiliares Financeiros res Mobiliários
Sociedades de Arrendamento Mercantil
Sociedades Corretoras de Câmbio
Representações de Instituições Financeiras
Superintendência Estrangeiras
de Seguros Privados Agentes Autônomos de Investimento
Entidades Fechadas de Previdência Privada
Entidades Abertas de Previdência Privada
Entidades Ligadas aos
Sociedades Seguradoras
Sistemas de Previdência
Sociedades de Capitalização
e Seguros
Sociedades Administradoras de Seguro-
Saúde
Fundos Mútuos
Entidades Clubes de Investimentos
Administradoras Carteiras de Investidores Estrangeiros
Secretaria de de Recursos de Terceiros
Administradoras de Consórcio
Previdência Complementar Sistema Especial de Liquidação e de Cus-
tódia - SELIC
Central de Custódia e de Liquidação Finan-
Sistemas de Liquidação ceira de Títulos - CETIP
e Custódia
Caixas de Liquidação e Custódia

MERCADO PRIMÁRIO E SE- dor, que se distingue do mercado secundário, onde


são vendidos títulos (securities) cuja origem é o em-
CUNDÁRIO préstimo feito no mercado de primário. Um banco ou
instituição de crédito que mantém seus empréstimos
MERCADO PRIMÁRIO. A expressão tem pelo até a data do vencimento, isto é, não vende esses
menos três significados distintos: 1) mercado no créditos no mercado secundário, é denominado
qual um empréstimo é feito diretamente a um deve- portfolio lender; 2) mercado onde são transaciona-

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

dos em primeira-mão os títlos emitidos pelo governo sos, para a formação do capital de giro da empresa.
(de sua dívida pública) mediante leilões. Os opera- 0 crédito de investimento, a longo prazo, com ven-
dores deste mercado revendem então tais títulos no cimentos previstos para alguns anos, tem o papel
mercado secundário aos investidores em geral; 3) de desenvolver determinadas áreas, inclusive pro-
mercado no qual novas emissões de títulos, de con- porcionando recursos para a pesquisa tecnológica.
tratos futuros e de opções são oferecidas. 0 crédito agrícola é feito a médio prazo (vencimento
em um ano ou mais) e empregado na compra de in-
MERCADO SECUNDÁRIO. Fase do mercado de sumos e implementos. 0 governo tem criado cartei-
ações e títulos que vem logo em seguida ao merca- ras agrícolas, tanto nos bancos particulares como
do primário e se caracteriza pela obrigatoriedade de nos estatais, a juros subsidiados, com a intenção de
se fazer as transações nas Bolsas de Valores. desenvolver o setor.

MERCADO DE CRÉDITO CREDITO CONTINGENTE (ou Crédito Stand-


by). Linha de crédito oferecida pelo Fundo Mo-
netário Internacional aos países-membros, até o li-
CRÉDITO. Transação comercial em que um mite de suas respectivas cotas. É um empréstimo
comprador recebe imediatamente um bem ou servi- de curto prazo (geralmente um ano) e requer, para
ço adquirido, mas só fará o pagamento depois de ser liberado, uma carta de intenções do país que so-
algum tempo determinado. Essa transação pode licita o crédito.
também envolver apenas dinheiro. 0 crédito inclui
duas noções fundamentais: confiança, expressa na CRÉDITO-PRÊMIO. Linha de crédito criada pelo
promessa de pagamento, e tempo entre a aquisição governo federal para incentivar principalmente os
e a liquidação da dívida. 0 crédito direto ao consu- setores ligados à exportação. Consiste num em-
midor financia a compra de qualquer produto de préstimo feito pelo Banco Central e que correspon-
consumo e até viagens. 0 comprador passa a usu- de a uma porcentagem dos aumentos de faturamen-
fruir imediatamente de um bem que será pago com to das empresas exportadoras num dado período.
sua renda pessoal. Em muitos casos, as próprias Em 29/12/1982, por exemplo, o governo baixou um
vendedoras financiam o cliente, mas, em escala ca- decreto-lei criando um crêdito-prêmio de 10% para
da vez maior, financeiras especializadas pagam o as empresas que conseguissem converter seus
vendedor e "compram" a dívida e também o risco de empréstimos em moeda estrangeira em investimen-
não-pagamento. 0 lucro da financeira é formado pe- tos. no país (por exemplo, na compra de suas a-
los juros cobrados do comprador. Os cartões de ções), diminuindo assim a dívida externa. 0 paga-
crédito, extremamente difundidos nos Estados Uni- mento do crédito-prêmio é feito pelo sistema de
dos e alcançando boa receptividade no Brasil, são desconto da receita tributária: os bancos descontam
também unia forma de crédito direto ao consumidor. o pagamento do empréstimo do volume de impostos
0 financiamento de casas e apartamentos constitui o que arrecadam das empresas para o Tesouro Na-
chamado crédito imobiliário. Envolve pouco risco, cional.
pois em geral o próprio imóvel é garantia do em-
préstimo, sob forma de hipoteca. As facilidades de CRÉDITO SUBSIDIADO. Tipo de empréstimo
crédito levam os consumidores à tentação de uma feito pelo governo a uma taxa de juros menor que a
melhoria imediata do padrão de vida, dado o ime- vigente no mercado. Pode ser implícito ou explícito.
diatismo do consumo a crédito. Nos casos de re- 0 implícito, destinado principalmente aos financia-
cessão prolongada ou de depressão econômica, no mentos agropecuários e às exportações, correspon-
entanto, a tendência é de inadimplemento (ou falta de à diferença entre as taxas de juros normais des-
de pagamento) generalizado, o que acaba por agra- ses empréstimos e o custo real pago pelo governo
var a crise. 0 crédito ao governo baseia-se na ex- para a captação desse dinheiro. Crédito subsidiado
pectativa de que os impostos futuros serão capazes explícito são os fundos aplicados em programas es-
de cobrir o valor do empréstimo e seus juros. Em peciais como o Proagro, o Proterra e o Fundag, cri-
geral, o governo obtém crédito por meio da emissão ados para incentivar certas regiões ou atividades
de títulos de dívida pública negociáveis (como as econômicas por meio de empréstimos a taxas de ju-
ORTNs). Já o financiamento de obras de in- ros extremamente baixas, variando entre 12 e 25%.
fra-estrutura, como estradas e usinas, é conseguido Atualmente, o crédito subsidiado (implícito e ex-
junto a órgãos internacionais (como o Bird) e con- plícito) corresponde a 60% de todo o crédito con-
sórcios de bancos de grande porte. Finalmente, o cedido (2,5 trilhões; de cruzeiros, em 1982, contra
crédito à produção baseia-se na suposição de que 4,2 trilhões do total de créditos aprovados). Todavia,
será pago por si mesmo, isto é, o investimento gera- com o programa de estabilização financeira propos-
rá meios necessários para o pagamento da dívida, to pelo Plano Collor, lançado em 15/3/1990, foram
seus encargos e ainda sobrará algo para o lucro. Os cortadas todas as formas de crédito subsidiado,
créditos à produção podem ser a curto prazo (crédi- principalmente os que eram dados à agricultura e às
to comercial) ou a longo prazo (crédito de investi- exportações, em conformidade com a medida provi-
mento). 0 crédito comercial, para pagamento no sória n' 161, aprovada pelo Congresso.
prazo de trinta a 129 dias, serve, na maioria dos ca-
48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

CRÉDITO SUPLEMENTAR. Crédito destinado a CAMBIO LIVRE. Regime de operações do mer-


reforçar as dotações consignadas no Orçamento em cado de divisas sem interferência das autoridades
vigor. A abertura de crédito suplementar depende monetárias. A liberação da taxa cambial faz com
de prévia autorização legislativa. que o valor das moedas estrangeiras flutue de acor-
do com o interesse que despertam no mercado se-
gundo a interação da oferta e da procura. U câmbio
MERCADO DE CAPITAIS livre é também chamado de flutuante ou errático. As
flutuações da taxa cambial apresentam uma série
Toda a rede de Bolsas de Valores e instituições de riscos, pois o mercado de divisas passa a sofrer
financeiras (bancos, companhias de investimento e variações determinadas também por fatores políti-
de seguro) que opera com compra e venda de pa- cos, sociais e até psicológicos. Quando um país so-
péis (ações, títulos de dívida em geral) a longo pra- fre uma crise de liquidez, por exemplo, o regime de
zo. Tem a função de canalizar as poupanças da so- câmbio livre estimula a especulação com moeda es-
ciedade para o comércio, a indústria e outras ativi- trangeira, o que eleva excessivamente sua cotação
dades econômicas e para o próprio governo. Distin- e agrava sua escassez. Da mesma forma, os impor-
gue-se do mercado monetário, que movimenta re- tadores passam a utilizar maior quantidade de divi-
cursos a curto prazo, embora ambos tenham muitas sas (moeda estrangeira) para suas compras, que-
instituições em comum. Os países capitalistas mais rendo evitar pagá-las mais caras com o avanço da
desenvolvidos possuem mercados de capitais fortes crise, o que agrava a crise de liquidez.
e dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos países
subdesenvolvidos dificulta a formação de poupança, CÂMBIO MANUAL. A simples troca física da
constitui um sério obstáculo ao desenvolvimento e moeda de um pais pela de outro. As operações ma-
obriga esses países a recorrer aos mercados de ca- nuais de câmbio só se fazem em dinheiro efetivo e
pitais internacionais, sediados nas potências cen- restringem-se aos viajantes e turistas. Nas transa-
trais. ções de comércio exterior ou de pais a pais, utili-
zam-se divisas sob a forma de letras de câmbio,
cheques, ordens de pagamento ou títulos de crédito.
MERCADO CAMBIAL
CÂMBIO MÚLTIPLO. Sistema de câmbio em
Estrutura Característica (ele- que as taxas variam conforme a destinação do uso
mentos, conceitos e operações) da moeda estrangeira. Acaba funcionando como um
tipo de subsídio para a compra de alguns produtos
CÂMBIO. Operação financeira que consiste em ou como taxação na compra de outros. E adotado
vender, trocar ou comprar valores em moedas de tanto para a importação quanto para a exportação, e
outros países ou papéis que representem moedas alguns países o adotam oficialmente.
de outros países. Para essas operações são utiliza- O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas
dos cheques, moedas propriamente ditas ou notas regulamentações de natureza cambial criam efeito
bancárias, letras de câmbio, ordens de pagamento semelhante. O dólar para a compra de petróleo, por
etc. Até o século passado, a maioria das moedas ti- exemplo, possui valor inferior ao do cambio oficial,
nha seu valor determinado por certa quantia de ouro m contrapartida, durante algum tempo a taxação de
e prata que representavam. Atualmente não há mais 25% de IOF (imposto sobre Operações Financeiras)
o lastro metálico para servir de relação no câmbio na compra. de dólares por turistas brasileiros que
entre as moedas, e as taxas cambiais são determi- viajavam ao exterior criou um dólar mais caro. Estão
nadas por uma conjunção de fatores intrínsecos ao no mesmo caso a taxação variável dos produtos de
país, principalmente a política econômica vigente. importação (com alíquotas maiores para os chama-
O câmbio não possui apenas o valor teórico de dos supérfluos e o confisco cambial incidente sobre
determinar preços comparativos entre moedas, mas produtos de exportação (como o café).
a função básica de exprimir a relação efetiva de tro-
ca entre diferentes países. A troca de moedas é CÂMBIO MODALIDADES
conseqüência das transações comerciais entre paí-
ses. No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco Neste capítulo, apresentaremos vários exemplos
do Brasil, é a intermediária nas transações cambi- práticos de operações cambiais.
ais. Os exportadores, ao receberem moeda estran-
geira, vendem-na aos bancos e os bancos reven- Consideraremos que essas operações se reali-
dem essa moeda aos importadores para que pa- zem em um mercado cambial totalmente livre, isto
guem as mercadorias compradas. Essas transações é, onde inexistam quaisquer tipos de controles de
são sempre reguladas pelo governo, que fixa os câmbio. (1) Advertimos o leitor que algumas das
preços de compra e venda das moedas estrangei- operações tratadas neste capítulo poderão não ser
ras. permitidas no Brasil, em virtude de dispositivos
cambiais vigentes.

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

Os negócios cambiais realizados pelos bancos marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr. 1,19
podem ser efetuados com seus clientes
não-bancários (empresas, particulares etc.) como Quando as transações cambiais são livres, essas
também com outros bancos (operações interbancá- taxas cruzadas não deverão diferir sensivelmente
rias). da cotação do franco suíço em Frankfurt ou da co-
tação do marco alemão em Zurich.
Tais operações poderão referir-se a operações
"prontas", operações "futuras", operações de swaps, Taxas Livres e Taxas Oficiais
hedging etc.
Taxas livres são aquelas provenientes das con-
As transações "interbancárias" normalmente são dições de oferta e procura de divisas em um merca-
efetuadas por telex ou telefone, diretamente entre do livre de câmbio, admitindo-se, contudo, a possibi-
os bancos ou, conforme a legislação cambial do pa- lidade de uma intervenção das autoridades monetá-
ís, com a intervenção de corretores. rias, mediante operações de compra e venda de di-
visas, com o objetivo de evitar variações excessivas
A rapidez é fator primordial na condução dessas das taxas.
operações os negócios são consumados dizendo-se
simplesmente "feito" a uma proposta.. Uma propos- Taxas oficiais são as determinadas pelas autori-
ta de operação devera ser imediatamente respondi- dades monetárias, não resultando, assim, do livre
da ela outra parte, aceitando-a ou recusando-a. entrechoque das condições de oferta e procura,
Uma demora na resposta poderá fazer que a outra embora estas possam, em grande parte, influenciar
parte se recuse a fechar o negocio nas condições o pensamento das autoridades monetárias na de-
estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de parti- terminação do nível das taxas oficiais.
cular importância no caso de cotações cambiais, as
quais, em um mercado livre de câmbio, poderão Taxas Prontas e Taxas Futuras
modificar-se rapidamente, de acordo com as condi-
ções de mercado. Taxas prontas são aquelas aplicadas em opera-
ções de compra e venda de moeda estrangeira, on-
TIPOS DE TAXAS CAMBIAIS de ela é entregue dentro do razão de até dois dias
úteis, contados da ata da negociação.
Ao examinarmos o funcionamento do mercado
cambial, fizemos menção a dois tipos de taxas de Taxas futuras referem-se a transações de com-
compra e de venda. Todavia, outros tipos de taxas pra e venda de moeda estrangeira, onde a entrega
existem, conforme verificaremos a seguir. dessa moeda e o seu pagamento somente ocorre-
rão após o período de tempo concordado entre as
partes.
Taxa de Repasse e Taxa de Co-
bertura Taxas Fixas e Taxas Variáveis

Taxa de repasse é aquela pela qual o Banco Taxas fixas são aquelas mantidas invariáveis em
Central do Brasil adquire a moeda estrangeira dos um determinado nível, seja por determinação go-
bancos comerciais. vernamental (congelamento da taxa), seja por ope-
rações de compra e venda de divisas por parte das
Taxa de cobertura é aquela pela qual o Banco autoridades governamentais sempre que as cota-
Central do Brasil vende moeda estrangeira aos ban- ções de mercado se desviarem das taxas determi-
cos comerciais. nadas pelo governo. A taxa fixa poderá coincidir ou
não com o par metálico. Uma pequena variante das
Taxas Cruzadas (Cross-Rates) taxas fixas seria a taxa estável, onde é permitida às
taxas de câmbio uma certa variação, dentro de pe-
Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teóricas re- quenos limites.
sultantes da comparação das respectivas cotações As autoridades monetárias não intervêm no mer-
de duas moedas, cotações essas expressas em cado, a não ser quando é atingido o limite mínimo
uma terceira moeda (o dólar americano, por exem- ou máximo.
plo). As taxas variáveis, como o próprio nome está di-
zendo, são aquelas que variam. Podem ser flexí-
Digamos que, no mercado cambial nor- veis, quando as paridades monetárias são reajusta-
te-americano, o franco suíço esteja cotado a US$ das gradualmente, dentro de pequenos intervalos
0,231, enquanto o marco alemão está cotado a US$ de tempo. E o sistema denominado crawlingpeg. E-
0,275. Dividindo-se esses valores, um pelo outro, xiste, também, uma outra taxa variável, que é co-
vamos obter as seguintes taxas cruzadas.- nhecida por taxa flutuante. Neste caso, não exis-
franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM 0,84 tem paridades monetárias e as taxas cambiais flutu-
am livremente, embora possam estar sujeitas a so-
50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

frer intervenções a parte das autoridades monetá- T0 = = taxa cambial em um período de base;
rias, em caso de autuações exageradas. a = unidade monetária do país I (país que dá o
certo);
Não é possível dizer-se qual dos dois sistemas b = unidade monetária do país II (país que dá o
taxas fixas ou taxas variáveis) apresenta maiores incerto);
vantagens ou desvantagens. Os economistas que PII = nível geral de preços do país II;
se têm dedicado à matéria divergem bastante nesse PI = nível geral de preços do país I;
ponto, não havendo, pois, um consenso geral. A Ta,b = valor da moeda "a" em termos da moeda
verdade é que ambos os sistemas apresentam méri- "b".
tos e deficiências, devendo ser aplicados conforme
a situação econômica de cada país. Exemplos:

Níveis de Preços e Taxas Cambiais 1) consideremos dois países, digamos, Estados


Unidos e Inglaterra. Em uma época qualquer, que
O desaparecimento do padrão-ouro e as distor- será tomada como o período de base, o nível geral
ções provocadas pela inflação na maioria dos paí- dos preços nos dois países será igual a 100; a taxa
ses após a 1ª Guerra Mundial, destruíram comple- cambial no mercado americano seria, digamos, a
tamente o sistema de paridades estáveis entre as seguinte:
várias moedas, sistema que vinha funcionando até £ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que em um
então. período seguinte, o nível geral de de preços"os Es-
tados Unidos eleve-se para enquanto na Inglaterra
Uma vez terminado o conflito, surgiu a preocu- continua fixado em 100. Qual deveria ser o novo va-
pação , entre os diversos países, do estabelecimen- lor da libra esterlina no mercado americano, se-
to de novos tipos de câmbio, uma vez que os ante- gundo as idéias de Cassel?
riores haviam perdido o seu significado.
Aplicando-se a fórmula, teremos:
Em 1919, um economista sueco, Gustav Cassel,
procura determinar os níveis em que se deveriam fi- T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00
xar as novas paridades, desenvolvendo uma nova 100
teoria, que recebeu o nome de Teoria da Paridade
do Poder de Compra. Com essa Teoria, procurou Portanto, o novo valor da libra esterlina no mer-
ele demonstrar que a política comercial e monetária cado americano seria igual a US$ 4,00;
internas exercem influência sobre a taxa cambial,
pensamento esse contrário ao que vigorava na épo- 2) suponhamos agora que o nível geral de pre-
ca, de que os fenômenos cambiais eram diversos ços nos Estados Unidos seja igual a 200, enquanto
cios fenômenos monetários e creditícios internos. na Inglaterra diminua para 50. Considerando-se a
mesma taxa cambial do período de base e aplican-
Sendo o valor da moeda representado pelo seu do a fórmula, teremos:
poder aquisitivo (Capítulo 1, item 1.5), a compra de
moeda estrangeira nada mais seria, então, do que a T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00
troca de poder aquisitivo nacional por poder aquisiti- 50
vo estrangeiro.
Portanto, o novo valor da £ seria igual a US$
Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir 8,00.
as modificações relativas dos preços em dois países
considerados. Aspectos Negativos da Teoria

A Fórmula de Correção da Taxa Cambial As críticas sofridas pela Teoria da Paridade do


Poder de Compra podem ser agrupadas em dois i-
Diz Cassel que, "quando duas moedas são sub- tens:
metidas a um processo de inflação, o tipo de câmbio
normal é igual ao tipo antigo, multiplicado pelo quo- a) críticas quanto à possibilidade de aplicação da
ciente do grau de inflação em cada país". formula de correção;
b) críticas quanto à validade científica da teoria.
Essa afirmativa pode ser consubstanciada na
fórmula seguinte: No tocante à possibilidade de aplicação da fór-
mula, vários autores referem-se às dificuldades na
Ta,b = t0 Pn . escolha do índice que deveria representar o nível
Pn geral de preços, porquanto vários são os índices e-
xistentes (preços no atacado, varejo, custo de vida,
onde: de mercadorias destinadas ao comércio exterior
etc.). O cálculo desses índices, por sua vez, não
51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

obstante os progressos da Estatística Econômica, terminação da taxa cambial. Em casos de inflação


ainda está sujeito a falhas e critérios de ponderação generailizada, pode-se comprovar a vã idade das
diversos. idéias de Cassel. Assim, se os preços internos ele-
varem-se em virtude da inflação e se a taxa cambial
Isso significa dizer que não se possui uma medi- permanecer congelada, chegará um momento em
da segura do poder aquisitivo de uma moeda no que as exportações não mais poderão realizar-se,
próprio país, fato que poderá provocar serias distor- em virtude dos preços insuficientes em moeda na-
ções quando quisermos proceder a comparações cional, e as indústrias nacionais não poderão sobre-
entre índices de países diferentes. viver, face à concorrência do produto estrangeiro.

No que se refere à validade científica da teoria, Um exemplo típico da validade das idéias de
uma das principais críticas é a de que ela considera Cassel nos é dado pela situação brasileira. Por oca-
apenas os níveis gerais e preços, desprezando ou- sião da entrada do Brasil para o Fundo Monetário
tros elementos que afetam o volume da procura, tais Internacional, em 1948, a paridade do cruzeiro em
como: rendimentos, motivos psicológicos etc. relação ao dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros anti-
gos) por dólar. Ora, sendo o grau de inflação no
Há possibilidade de variações do volume de pro- Brasil infinitamente maior do que nos Estados Uni-
dução em um e outro pais sem que ocorram altera- dos, é fácil perceber-se que o preço do dólar teria,
ções de preços. Por exemplo: se no período consi- forçosamente, de acompanhar a elevação dos pre-
derado, a expansão da atividade econômica em um ços em geral em nosso país, muito embora as auto-
dos países for sensivelmente maior do que em ou- ridades monetárias procurassem, no passado, sem
tro, em relação ao ano de base o incremento de im- resultado, conter essa elevação, mediante conge-
portação no primeiro país e de exportação no se- lamento das taxas.
gundo país pode afetar a taxa cambial entre as duas
moedas, sem afetar o nível de preços no país cujo Pelo exposto, podemos concluir que a Teoria de
volume de produção e de emprego crescem. Cassel é válida, dentro de certas limitações, eviden-
temente, devendo, porém, a sua fórmula de corre-
Motivos psicológicos, tais como instabilidade po- ção ser considerada apenas como guia para a de-
lítica, ameaça de revoltas, maior ou menor confian- terminação dos tipos de câmbio, porquanto, embora
ça na política econômico-financeira do governo po- no caso de inflação constante a tendência da taxa
dem provocar aumento na procura de moeda es- cambial seja de elevação, ela não ocorre de manei-
trangeira, o que implicará aumento na taxa cambial, ra contínua, estando sujeita a variações sazonais,
sem necessidade obrigatória de influência sobre o ou seja, a altos e baixos, de acordo com o esquema
nível geral de preços. seguinte:

Outra crítica é a de que a teoria de Cassel está


baseada na idéia, excessivamente simplificada, de
que o comércio internacional e a única fonte de pa-
gamentos internacionais. Isso significaria reduzir-se
a balança de pagamentos a uma balança comercial,
sem levar-se em consideração os movimentos de
capitais, os quais influem sobre a taxa cambial. Uma
entrada de capitais, por exemplo, aumenta a oferta
de divisas estrangeiras e contribui para diminuir a
taxa cambial.

Finalmente, a última crítica é a de que a Teoria


revela-se completamente inútil em situações onde
ocorram controles de câmbio.

Aspectos Positivos da Teoria


Desvalorizações Cambiais e Balança Comercial
Todavia, deve ser levado em conta que a Teoria
da Paridade do Poder de Compra foi desenvolvida As desvalorizações cambiais têm sido utilizadas
logo após a 1ª Grande Guerra, quando as altas de por vários países, em épocas diversas, como uma
preços foram consideráveis e as principais respon- tentativa de corrigir déficits em suas balanças co-
sáveis pela instabilidade monetária internacional. merciais

Aliás, é interessante mencionar que, não obstan- Consideremos que o valor do dólar nor-
te as críticas apontadas, inúmeros economistas são te-americano seja de CR$ 1.000,00. Chamemos de
concordes em afirmar que as variações dos níveis "A" ao conjunto de mercadorias que são importadas
de preços constituem o fator mais importante na de- pelo Brasil do restante o mundo e "B" ao conjunto
52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

de mercadorias que exportamos para os diversos


países. As variações nas quantidades exportadas e im-
portadas dependem de uma série de fatores. Um
Admitamos que todas essas transações sejam deles, talvez o mais importante, vem a ser a cha-
conduzidas unicamente em dólares nor- mada elastícidade-preço da procura de exportá-
te-americanos (que é o que praticamente ocorre na veis ou importáveis. Em poucas palavras, vem a ser
realidade). a resposta da procura a uma variação no preço dos
produtos.
Finalmente, suponhamos, ainda, que o rego, tan-
to de uma unidade de "A" como "B", seja igual a Há várias maneiras, algumas mais sofisticadas,
US$ 1,00 outras menos, de se calcular a elasticidade-preço. O
que importa, porém, para o leitor, é entender o seu
Teríamos, então: funcionamento.
US$ CR$
preço de A.........................1,00 1.000,00 Consideremos que o preço de um produto au-
preço de B ........................1,00 1.000,00 mente (ou diminua), digamos, 10%. Se as quantida-
des procuradas diminuírem (ou aumentarem) em
Vamos supor agora, que o governo ceda a uma 10%, diremos que a procura possui elasticidade
desvalorização cambial (ou seja, desvalorize o cru- unitária. Se as quantidades procuradas diminuírem
zeiro real em relação ao dólar). Com isso o valor do (ou aumentarem) em mais de 10%, diz-se que a
dólar se elevará em, digamos, 50%. procura é elástica. Se, porém, as quantidades pro-
curadas diminuírem (ou aumentarem) em menos de
A nova situação será a seguinte: 10%, a procura diz-se inelástica.

US$ CR$ Vejamos como as elasticidades influem sobre as


preço de A.........................1,00 1.500,00 importações. Se a procura de importáveis for elásti-
preço de B ........................1,00 1.500,00 ca, então as quantidades importadas se reduzirão
em proporão maior do que o aumento nos preços e
Observa-se que as importações custarão mais cruzeiros), o que significará que o dispêndio total
cruzeiros reais para o importador brasileiro e que, em dólares diminuirá.
por outro lado, os exportadores brasileiros recebe-
rão mais cruzeiros reais pelas suas exportações. Is- Examinemos agora o que ocorre com as expor-
to poderá levar os exportadores a diminuir o preço tações. Uma desvalorização cambial permitira ao
de seus produtos em dólares, com o objetivo de ex- exportador brasileiro, como já vimos, receber mais
portar maiores quantidades. cruzeiros-reais por suas exportações. Isto permitira
aos nossos exportadores reduzir os preços em dóla-
Em princípio, tal situação poderá provocar uma res, sem sacrificar suas receitas em termos de cru-
diminuição das importações e um aumento das ex- zeiros reais. Se a procura estrangeira por nossos
portações, contribuindo para a melhora da balança produtos for elástica, o aumento da quantidade
comercial. procurada mais do que compensará o menor preço
em dólares por unidade exportada, de modo que a
Na realidade, porém, esse resultado dependerá receita em dólares aumentará.
de como as procuras de exportáveis e importáveis
reagirão às variações de preços. Poderá ocorrer Combinando-se o novo dispêndio em divisas
que uma desvalorização agrave ainda mais o déficit destinadas à importação com o aumento da receita
da balança comercial, conforme veremos. de divisas provenientes do aumento da exportação,
o resultado será um saldo favorável.
Suponhamos que os preços (em dólares) dos
exportáveis diminuam. Como já dissemos, as quan- Porém, o que acontecerá se as elasticidade-
tidades exportadas poderão aumentar. Porém, a preço para a procura de exportáveis e importáveis
menos que a variação da receita cambial resultante forem baixas, isto e, se as procuras forem inelásti-
do aumento das quantidades exportadas seja igual cas?
ou maior do que a variação negativa representada
pela diminuição dos preços dos exportáveis, a recei- Na importação, a quantidade poderá diminuir,
ta cambial decrescerá. este caso, os dispêndios porem, em proporção bem menor do que o aumento
com divisas na importação terão de diminuir subs- ocorrido nos preços (em cruzeiros reais) desses
tancialmente para compensar a diminuição da recei- produtos. Para complicar mais a situação, poderá
ta de divisas provenientes da exportação. ocorrer, no caso de produtos essenciais, que a pro-
cura nem diminua, apesar do aumento de preços.

No lado das exportações, a situação será pior a-


A Elasticidade-Preço inda. A procura de nossos produtos poderá aumen-
53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

tar, porém, numa proporção menor do que a queda Contrato de Câmbio e Financi-
ocorrida nos preços: Resultado a receita de expor-
tação diminuirá. amentos à Exportação e à Impor-
tação
Um pequeno exemplo numérico permitira melhor
compreensão do assunto. DEFINIÇÃO

Suponhamos que, ao preço de US$ 1.000, uma Define-se o Contrato de Câmbio como instru-
empresa exporte 1.000 unidades de uma mercado- mento especial firmado entre o vendedor e o com-
ria. Sua receita cambial será, portanto, de US$ 1 mi- prador de moedas estrangeiras, no qual se mencio-
lhão. Consideremos, agora, que tenha havido uma nam as características completas das operações de
maxidesvalorização cambial. A empresa receberá câmbio e as condições sob as quais se realizam.
mais cruzeiros reais por seus dólares de exporta-
ção. Ela resolve, então, diminuir o preço em dólares, Na técnica bancária, o ajuste que se firma para a
com o objetivo de vender maiores quantidades. Ad- aquisição de dinheiro estrangeiro ou para a venda
mitamos que o preço seja reduzido para US$ 700 e, dele, diz-se mais propriamente OPERAÇÃO DE
com isso, a empresa consiga colocar 1.200 unida- CAMBIO, aliás, o objetivo que se efetiva pelo con-
des. Sua receita cambial será de US$ 840 mil, infe- trato.
rior, portanto, àquela percebida quando o preço de
seu produto era mais elevado. O mesmo poderão Podemos dizer, pois, que o Contrato de Câmbio
ocorrer com os produtos das demais empresas ex- é um instrumento especial através do qual se forma-
portadoras, provocando redução da receita cambial lizam as transações em moedas estrangeiras.
do país.
PREENCHIMENTO
Como resultado desse efeito combinado, iremos
ter um agravamento da balança comercial. Existe um "Manual de Preenchimento e Utiliza-
ção de Formulários de Contratos de Câmbio (E-
Várias outras situações poderão ser considera- NOC) ", mas, conforme Previsto na letra "f", do item
das, combinando-se diferentes tipos de elasticidade 2, do referido Manual, em se apresentando dúvidas
para as exportações e para as importações. deverá o preenchimento do contrato de câmbio ser
Na prática, seria muito difícil para os governantes feito sob a orientação do Setor de Controle Cambial
calcular as elasticidades-preço da procura de todos da Praça. (C. Circ. GECAM 312, do BC).
os produtos exportáveis e importáveis, especialmen-
te em países COM deficiência de estatísticas, como Apesar da obrigação normal do corretor em auxi-
é o caso do Brasil. Além do mais, as elasticidades liar no preenchimento do Contrato, é oportuno que o
podem variar com o tempo, devido a circunstâncias exportador disponha de um roteiro, a fim de minimi-
diversas (Mudanças de hábitos, alterações nos ren- zar a perda de tempo.
dimentos dos indivíduos, surgimento de produtos
substitutos etc.). Embora, na prática, não se dê a importância de-
vida, o preenchimento incorreto dos formulários po-
Assim sendo, os governantes partem do pressu- derá ocasionar seja determinada a exclusão do con-
posto de que tanto a procura de exportáveis como trato da posição cambial do estabelecimento, sem
de importáveis são bastante elásticas e que uma prejuízo das sanções legais eventualmente cabí-
desvalorização cambial, aumentando os preços dos veis.
artigos importáveis e permitindo uma redução nos
preços dos produtos exportáveis, proporcionara Face ao disposto no art. 23, da Lei 4.131, de
uma redução nas despesas totais com a importação 3.9.62, é de se ressaltar a absoluta importância da
e um aumento nas receitas totais da exportação. colaboração da rede bancária autorizada a operar
Nada, porém, poderá garantir a priori que isto ocor- em câmbio e das sociedades corretores de câmbio,
rerá. no sentido do adequado emprego dos formulários
de contrato e do completo e correto preenchimento
de todos os seus campos.

Aliás, os formulários de contrato de câmbio ado-


tados em obediência à Instrução nº 260, de
23.12.63, da extinta SUMOC, contêm declaração de
que os contratantes têm pleno conhecimento do ar-
tigo 23, da Lei 4.131, de 03.09.62, declaração assi-
nada pelo cliente do banco e visada por este.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

A formalização das operações de câmbio, a par- estrangeira, ou os documentos relativos à exporta-


tir de 10 de janeiro de 1977 (contratação, alteração, ção, até a data aprazada para esse fim, no res-
cancelamento ou baixa) passou a ser promovida pectivo contrato de cambio.
com utilização, exclusivamente, dos formulários de
contratos correspondentes aos modelos BC Os contratos de câmbio relativos à exportação
0203408 (TIPO 01), BC 0203416 (TIPO 02), BC de produtos sujeitos a prévio exame de preços e
0203424 (TIPO 03), BC 02032 (TIPO 04), BC controle de quantidade pela CACEX, deverão conter
0203440 (TIPO 05), BC 203459 (TIPO 06), BC anotação do registro de venda naquela Carteira de
0203467 (TIPO 07) BC 0203475 (TIPO 08), BC Comercio Exterior e a validade do registro como se-
0263483 (TIPO 09) e BC 0203491 (TIPO 10), insti- que: "Registro de Venda nº ........ da CACEX (pra-
tuídos pelo Comunicado GECAM nº 333, de 1.11.76 ça), válido até (data)."
(V. Circular GECAM 312).
Cumprirá ao Banco comprador do câmbio aver-
De grande importância para a espécie, é o co- bar no verso do original do Registro de Venda o
nhecimento do texto integral da Lei 4.131, de número, a data, valor em moeda estrangeira e ven-
03.09.62, supra citada, que "Disciplina a aplicação cimento do contrato de câmbio aplicado.
do capital estrangeiro e as remessas de valores pa-
ra o exterior, especialmente no que trata das "Dis- Observadas as cautelas pró rias para cada ne-
posições Cambiais", donde destacamos o disposto gócio, com especial cujo para as operações financi-
no art. 23 e seus parágrafos. adas, consideram os bancos contratantes os se-
guintes elementos na contratação: o cliente. a moe-
CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EX- da, a taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o fi-
PORTAÇÃO nanciamento, as garantias e as condições de com-
pra e venda.
Em nosso País não é permitido o manuseio das
divisas resultantes das. operações comerciais com Dão os bancos maior ênfase às COMPRAS
o exterior. Assim, sempre que se realiza uma expor- PRONTAS ou com REDUZIDO PRAZO DE EN-
tação, deve-se ter, com antecedência, contratada a TREGA e às vendas a prazo - respeitados os limites
venda das moedas estrangeiras. Isso se faz obri- para estas - com vista à obtenção de disponibilida-
gatoriamente através de um corretor devidamente des externas em níveis adequados às suas necessi-
autorizado, que, intervindo na operação, a confirma- dades.
ra e responderá, perante o Banco negociador, pela
legitimidade do cliente e abonará a sua firma. Observação: Prescindem de Instrumento indivi-
Assim, o câmbio de exportação deverá ser, em dual de contrato de câmbio as seguintes operações:
regra, contratado previamente à emissão, pela Car-
teira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A. I - DE CAMBIO MANUAL As operações:
ou pelo Banco Central, da respectiva guia que am-
pare o embarque da mercadoria. a) de compras de moeda em espécie ou "travel-
ler's checks",
Excetuam-se, porém: b) de vendas de moedas em espécie ou "travel-
ler's checks".
a) a exportação de bens de capital e de consumo
durável, bem como a venda de estudos e projetos II - FINANCEIRAS:
técnico-econômicos e de engenharia destinados a
empreendimentos no exterior, contratadas para pa- a) de compras de ordens de pagamento do exte-
gamento a prazo superior a 180 dias; rior, desde que o valor de cada uma delas não seja
b) as exportações em consignação; superior a US$ 1.000 ou equivalente;
c) outros casos especiais de exportação sujeitos b) vendas relativas a remessas pessoais de até
a normas cambiais próprias. US$ 300 ou equivalente;
c) vendas referentes a transferências de até US$
A contratação do câmbio de exportação poderá 1.000, ou equivalente, destinadas a despesas de vi-
ser efetuada com antecedência de até 180 dias em agem.
relação ao embarque da mercadoria, ressalvados os
casos de produtos sujeitos a características especi- Subordina-se a visto ou autorização prévia do
ais de comercialização em que o Banco Central es- Banco Central do Brasil a contratação de câmbio re-
tabeleça prazo diferente do referido limite e as ope- ferente, entre outras, a:
rações concernentes a pagamento antecipado de - compra e venda de moeda em espécie ou "tra-
exportação. veller's checks" e operações financeiras (há algu-
mas isenções);
Entretanto, somente deverá vender câmbio para - compras de exportação de café, cujas respecti-
liquidação futura o exportador que tenha a real pos- vas declarações de vendas contenham essa deter-
sibilidade de entregar ao banco comprador a moeda minação;
55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

- alterações, prorrogações, baixas e cancelamen- dos pelo banco remetente, atentando-se sempre pa-
tos de compras de exportação (inclusive café); ra a conveniência da sua recepção, pelo banqueiro
- com -rã de livros, jornais, revistas e publicações no exterior, antes da cada da mercadoria.
similares, de valor superior a US$ 300 efetuada por
particulares ou entidades jurídicas, não ligadas ao A remessa ao exterior dos documentos referen-
comércio livreiro. tes à exportação poderá, também, ser efetuada dire-
tamente pelo exportador, nos casos em que - inexis-
PRAZOS tindo de tal procedimento qualquer inconveniente
para o normal pagamento da exportação no exterior
Das Letras e/ou Documentos de Exportação: - seja essa forma convencionada entre as partes.
Será indispensável, porém, que de tal fato se faça
O prazo das letras e/ou documentos de exporta- constar cláusula expressa no contrato de câmbio.
ção não deve exceder a 180 dias, contados da data
do embarque da mercadoria, exceto se previamente De Liquidação do Contrato de Câmbio de Ex-
autorizado prazo maior pelo Banco Central do Brasil portação:
ou no caso de exportações pagáveis a prazo supe-
rior e objeto de normas cambiais especificas. Os prazos dos contratos de câmbio, celebrados
entre os bancos e seus clientes, obedecerão ao se-
De Entrega dos Documentos Referentes à guinte regime geral:
Exportação:
COMPRAS EM MOEDAS CONVERSÍVEIS:
Os documentos referentes à exportação devem
ser entregues pelo exportador a banco com o qual a) Exportação:
tenha negociado câmbio correspondente à transa-
ção, até a data estipulada para esse fim no respec- 1. Liquidação pronta: o prazo se estende até o
tivo contrato de câmbio e, respeitada esta, até o segundo dia útil após a data da contratação do
10o. dia útil seguinte ao do embarque da mercado- câmbio.
ria. 2. Liquidação futura: a fixação do prazo deve ser
feita tendo-se em conta a data prevista para a en-
O prazo previsto para entrega dos documentos trega da moeda estrangeira, como segue:
referentes à exportação com câmbio contratado não
deverá exceder a 180 dias da data do fechamento I - nos casos em que a liquidação de câmbio de-
do câmbio, exceto em se tratando de exportação va processar-se contra a entrega da moeda estran-
com pagamento antecipado e nos casos de produ- geira, mediante crédito em conta no exterior (item I
ção sujeitos a características especiais de comercia- da Res. Nº 391), o prazo de liquidarão do contrato
lização em que o Banco Central estabeleça prazo será determinado adicionando-se ao prazo de entre-
diferente. ga, dos documentos o prazo das letras ou dos do-
Nas operações de câmbio referentes a exporta- cumentou de exportação e o período de trânsito, de
ções e café, o prazo revisto para entrega dos docu- até 30 dias corridos, relativo a remessa dos docu-
mentos não deverá exceder a 10 dias úteis após o mentos, e/ou à recepção do aviso de pagamento ou
término da época estabelecida para embarque na de crédito o valor da exportação, no exterior;
respectiva declaração de venda. II - nas operações lastreadas em cartas de crédi-
to (exportações à vista ou a prazo), o vencimento do
Esgotado o prazo pactuado no contrato de câm- prazo para a liquidação do contrato de câmbio não
bio para a entrega dos documentos, sem que esta poderá exceder de 5 dias úteis o vencimento do
se efetive e sem que ocorra a correspondente pror- prazo previsto para a entrega dos documentos de
rogação, deverá ser o contrato cancelado ou baixa- embarque;
do, no máximo, nos 20 dias seguintes ao vencimen- III - nos contratos de câmbio celebrados para li-
to do referido prazo. quidação futura, relativos a exportações em que o
ingresso da moeda estrangeira deva ocorrer anteci-
REMESSAS padamente ao embarque da mercadoria o prazo pa-
ra liquidação do contrato de câmbio será de até - di-
De Remessa ao Exterior dos Documentos Re- as, contados da data da sua celebração. Decorrido
ferentes à Exportação: esse prazo sem que se verifique a liquidação do
contrato, deverá ser este cancelado ou baixado, no
A remessa ao exterior, de documentos de expor- máximo até o 5o. dia útil subseqüente ao ven-
tação, será processada, em regra, através de banco cimento do prazo de liquidação (Com. GECAM 331,
que tenha contratado câmbio correspondente à ex- do BC).
portação, observado que os documentos deverão b) Financeiras: Somente para entrega pronta:
ser encaminhados ao exterior no menor prazo pos- - liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés. 120, z
sível, depois de devidamente examinados e conferi- BC)

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

- operações enquadradas na Rés. 63 e Comuni- ao respectivo embarque da mercadoria, indepen-


cado dentemente de prévia autorização do Banco Central
do Brasil.
Firce 10: liquidação em 3 dias úteis, contados a
partir da data em que as divisas tenham sido credi- Eventuais modificações do valor da operação se-
tadas à conta do banco brasileiro autorizado a ope- rão formalizadas por novo instrumento, a saber:
rar em câmbio (C. Circ. GECAM 151 do BC).
- alteração para maior: mediante complemento
Não ocorrendo a liquidação do contrato de câm- de compra e venda, conforme o caso;
bio no prazo avençado para tal fim, deverá ser pror- - alterações para menor: mediante cancelamento
rogado, cancelado ou baixado o contrato, no máxi- parcial da operação.
mo, nos 30 dias seguintes ao vencimento do prazo
de liquidação, à exceção dos casos de prorroga Concretizam-se as alterações mediante preen-
cancelamento ou baixa que dependam prévia auto- chimento de instrumentos apropriados, que devem
rização do banco Central do Brasil hipótese em que ser assinados pelo cliente e pelo Banco, cabendo,
o prazo de 30 dias, indicado, prevalecerá para apre- também, nos casos de operações processadas em
sentação do correspondente pedido ao Banco Cen- praça sede de Bolsas de Valores em funciona-
tral. mento, a interveniência e assinatura da firma ou so-
ciedade corretora, que tenha ou não participado da
ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE operação original.
EXPORTAÇÃO
Quanto às prorrogações dos prazos para entrega
Dos elementos constantes dos contratos de de cambiais e/ou documentos de embarque e para
câmbio de exportação, não são suscetíveis de alte- liquidação de contratos, quando esta dilação, soma-
ração as partes intervenientes como comprador e da ao prazo inicial, ultrapassar os limites máximos
vendedor, bem como os relativos ao valor em moe- admitidos livremente (v. item PRAZOS, acima), de-
da estrangeira, valor em moeda nacional, a taxa pendem de prévia autorização do Banco Central do
cambial aplicada e outras mercadorias para café. Brasil.

A alteração dos demais elementos integrantes Se respeitados os limites do Banco Central, in-
dos contratos de câmbio de exportação poderá ser dependem de autorização prévia.
efetuada, por mútuo consenso das partes e desde
que com anterioridade ao respectivo embarque da Porém, quando o embarque da mercadoria, por
mercadoria, independentemente de prévia autoriza- razões comprovadamente alheias à vontade do ex-
ção do Banco Central do Brasil, cumprindo notar, portador, não puder se efetuar dentro do prazo má-
todavia, em relação ao item MERCADORIA, que: ximo admitido, possível é, por mútuo consenso, ser
promovida a prorrogação do prazo pelo estritamente
- será indispensável a observância, na alteração, necessário à efetivação do embarque e entrega dos
quando for o caso, da exigência referente à expor- documentos, independentemente de autorização do
tação de produtos sujeitos a prévio exame de pre- Banco Central (tolerância) desde que essa prorro-
ços e controle de quantidade pela CACEX; gação não exceda 30 (trinta) dias.
- é vedada a alteração de outras mercadorias pa-
ra café. O vencimento de compras de exportação poderá
ser prorrogado nos seguintes casos:
Assim, poderão, por mútuo consenso entre as
partes, durante. a vigência da operação de câmbio, - antes da entrega das letras e/ou documentos
ser introduzidas alterações nos elementos que a (desde que haja dilação do prazo da entrega, ou do
compõem, admitindo modificações, entre outras: prazo das letras, ou de ambos simultaneamente);
- após a entrega das letras e/ou documentos
- a moeda; (desde que haja dilação do prazo para pagamento
- o vencimento, o prazo de entrega e o prazo das das cambiais)
letras;
- a modalidade de pagamento; As prorrogações de compras de exportação se
- a mercadoria; farão mediante preenchimento e instrumento pró-
- a natureza da operação; prio, o qual deverá ser assinado pelo cliente, pelo
- as parcelas que compõem o preço (F.O.B., banco negociador do câmbio e, nos casos de ope-
FRETE E SEGURO), sem alteração do valor; rações processadas em praça-sede de Bolsas de
- o porto de embarque, o preço de registro e as valores em funcionamento, por firma ou sociedade
cotas de contribuição, etc. corretora.
As alterações admitidas nos contratos de compra Correlativamente. à PRORROGAÇÃO ' tem-se
de exportação poderão ser efetuadas, por mútuo que, em princípio, devem os, contratos de câmbio
consenso das partes e desde que com anterioridade de exportação ser cumpridos dentro dos prazos ori-
57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

ginalmente pactuados. Deve-se considerar que as Nas exportações, à vista ou a prazo, amparadas
prorrogações, embora admitidas, podem ocasionar em cartas de crédito, acolhidas para negociação
problemas vinculados à posição de câmbio dos (pelo banco comprador do câmbio), o contrato de
bancos no exterior. Isso porque os bancos, com a câmbio deverá ser liquidado quando do recebimen-
finalidade de evitar saldo a descoberto, em contas to, pelo banco comprador do câmbio, dos docu-
mantidas com seus correspondentes no exterior, ao mentos comprobatórios da exportação, desde que
contratarem operações de câmbio procuram conju- não apresentem qualquer discrepância quanto às
gar os prazos de suas compras futuras com os (Ias condições estabelecidas na carta de crédito, Em se
vendas a prazo. verificando qualquer discrepância. nos documentos,
não regularizada previamente à sua remessa para o
É claro que havendo prorrogação da COMPRA, exterior, a liquidação do contrato de câmbio somen-
sem a correspondente prorrogação da VENDA, dis- te poderá ser efetuada mediante o recebimento, pe-
to resultará um desequilíbrio em sua posição origi- lo banco comprador de câmbio, do aviso do ban-
nal, sendo forçado o Banco a desembolsar a moeda queiro instituidor do crédito, dando conformidade
vendida antes do recebimento da comprada e que, aos documentos ou informando o pagamento da
em havendo saldo a descoberto, obrigar-se-á a pa- exportação.
gar juros sobre os saldos devedores até a Nata da
regularização. Em se verificando o desconto no exterior, sem di-
Remetendo, aqui, o leitor, ao item "Posição de reito de regresso, de cambial de exportação, deverá
Câmbio dos Bancos", acima, exemplificamos: ser o correspondente contrato de câmbio imediata-
mente liquidado.
Se um banco com rã para entrega em 90 dias
US$ 800.000% e não vende essa posição no mes- O contrato de câmbio de exportação poderá ser
mo dia, obriga-se a repassar para o Banco Central o também liquidado mediante a entrega, ao banco
excesso, digamos, US$ 300.000,00 repasse que comprador de câmbio, de letras de exportação
poderá ser feito para entrega no mesmo prazo, para avalizadas ou garantidas por banqueiro de 1ª or-
tanto, firmando com aquela Autarquia um contrato dem, no exterior.
de compra e venda e assumindo o compromisso de, A liquidação do contrato de câmbio de exporta-
naquele prazo, entregar a moeda estrangeira. ção ainda, verificar-se contra o recebimento pelo
banco comprador do câmbio, da moeda estrangeira,
Decorrido o prazo, se o vendedor da moeda es- entre gue em espécie ou em "traveller's checks",
trangeira ao Banco não tiver realizado a entrega da nos casos especiais, objeto de regulamentação es-
mesma, ainda que o banco mantenha internamente pecifica do Banco Central do Brasil, em que tal pro-
uma posição comprada no limite superior permitido, cedimento sei a admitido.
na realidade sua conta de depósito, junto ao ban-
queiro no exterior, estará a descoberto e sobre o Portanto, em síntese, são de liquidação imediata
saldo a descoberto de US$ 300.000,00 pagará juros (dentro de 2 dias úteis de seu fechamento) as com-
ao banqueiro e terá mais o prejuízo da não aplica- pras e vendas de câmbio financeiras, sendo que as
ção no mercado da diferença de US$ 500.000,00 ' compras de exportação de mercadorias (inclusive
não devendo ser esquecido que, além dos juros, parcela de frete e seguro ligadas às mesmas) serão
experimenta, ainda, o banco, o ônus do imposto de liquidadas, como norma geral, nas seguintes ocasi-
renda, num percentual que atinge a 33,34,, sobre o ões:
valor dos juros pagos. - quando do pagamento antecipado;
Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de 7.01.53, ar- - quando do recebimento da moeda estrangeira
tigo 2o., § 2o., "obriga o vendedor a indenizar o em espécie, inclusive "travellers checks" (casos es-
comprador dos ônus advindos do atraso na entrega peciais definidos em regulamentação especifica);
das cambiais. A essa justíssima indenização é que - quando do recebimento/remessa dos documen-
se denomina de BONIFICAÇÃO, que nada mais é tos (cambiais à vista, baseadas em cartas de crédito
do que os juros devidos pelo vendedor em razão do sem discrepância, ao amparo de linhas de crédito
atraso na entrega das cambiais. concedidas a agencias e banqueiros no exterior,
bem como cursados dentro dos Convênios de Cré-
LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE ditos Recíprocos e Convênios Bilaterais de Paga-
EXPORTAÇÃO mentos);
- quando do vencimento da cambial (cambiais a
A liquidação, do contrato de câmbio de exporta- prazo, com aval bancário, dentro dos Convênios de
ção será, em regra, efetuada contra o recebimento, Créditos Recíprocos ;
pelo banco comprador do câmbio, do aviso de pa- - quando do recebimento do aviso ~e crédito de
gamento da exportação ou, se recebido antes, do banqueiro de 1' ordem (símbolo 13) - (nas exporta-
respectivo aviso de crédito do valor em moeda es- ções refinanciadas pela CACE );
trangeira em conta pelo mesmo mantida no exterior. - quando do recebimento do aviso de liquidação
da respectiva documentação no exterior (nos de-
mais casos).
58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

posições teóricas acompanhou todo o desenvolvi-


mento do capitalismo, desde o mercantilismo, pas-
MERCADO MONETÁRIO sando pelo liberalismo econômico - laissez-faire - e
intensificando-se após a crise econômica de 1929,
Designa o setor do mercado financeiro que opera quando o Estado passou a intervir diretamente na
a curto prazo. Compõe-se da rede de entidades ou economia para controlar as crises cíclicas do siste-
órgãos financeiros que negociam títulos e valores, ma e promover e orientar o desenvolvimento.
concedendo empréstimos a empresas ou particula-
res, a curto ou curtíssimo prazo, contra o paga-
mento de juros. Além dos bancos comerciais e das
NOÇÕES DE POLÍTICA MONE-
empresas financeiras de crédito, o mercado mone- TÁRIA
tário compreende também o mercado paralelo e o
mercado de divisas. 0 movimento financeiro a longo Conjunto de medidas adotadas pelo governo vi-
prazo caracteriza outro segmento, o do mercado de sando a adequar os meios de pagamento disponí-
capitais. veis às necessidades da economia do país. Essa
adequação geralmente ocorre por meio de uma a-
NOÇÕES DE POLÍTICA ECO- ção reguladora exercida pelas autoridades sobre os
recursos monetários existentes, de tal maneira que
NÔMICA estes sejam plenamente utilizados e tenham um
emprego tão eficiente quanto possível. Na maior
Conjunto de medidas tomadas pelo governo de parte dos países, o principal órgão executor da polí-
um país com o objetivo de atuar e influir sobre os tica monetária é o Banco Central, entidade do Esta-
mecanismos de produção, distribuição e consumo do ou dele dependente, encarregada da emissão de
de bens e serviços. Embora dirigidas ao campo da moeda, da regulação do crédito, da manutenção do
economia, essas medidas obedecem também a cri- padrão monetário e do controle de câmbio. De ma-
térios de ordem política e social - na medida em que neira geral, esse órgão põe ao alcance dos bancos
determinam, por exemplo, quais, segmentos da so- os mesmos serviços que eles prestam a seus clien-
ciedade se beneficiarão com as diretrizes econômi- tes. A política monetária pode recorrer a diversas
cas emanadas do Estado. 0 alcance e o conteúdo técnicas de intervenção, controlando a taxa de juros
de uma política econômica variam de um país para por meio da fixação das taxas de redesconto 'co-
outro, dependendo do grau de diversificação de sua bradas dos títulos apresentados pelos bancos, regu-
economia, da natureza do regime social, do nível de lando as operações de open market ou impondo aos
atuação dos grupos de pressão (partidos, sindica- bancos o sistema de reservas obrigatórias (depósi-
tos, associações de classe e movimentos de opinião tos compulsórios) para garantir a liquidez do siste-
pública). Finalmente, a política econômica depende ma bancário. Em relação ao crédito, podem ser ado-
da própria visão que os governantes têm do papel tadas medidas restritivas ou práticas seletivas. As
do Estado no conjunto da sociedade. De maneira primeiras geralmente ocorrem em períodos de ele-
geral, podem-se classificar as políticas econômicas vada inflação ou crise no balanço de pagamentos e
em três tipos, segundo os objetivos governamentais: consistem na fixação dos limites de crédito bancário
estruturais, de estabilização conjuntural e de expan- e na redução dos prazos de pagamento dos em-
são. A política estrutural está voltada para a modifi- préstimos. As práticas seletivas, por sua vez, visam
cação da estrutura econômica do país (podendo sobretudo a direcionar o crédito para as atividades
chegar até mesmo a alterar a forma de propriedade mais rentáveis e produtivas da economia. No Brasil
vigente), regulando o funcionamento do mercado e em outros países, a política monetária constitui
(proibição de monopólios e trustes) ou criando em- atualmente um instrumento de combate aos surtos
presas públicas, regulamentando os conflitos traba- inflacionários. Sua maior eficácia em relação às ou-
lhistas, alterando a distribuição de renda ou nacio- tras políticas econômicas se deve à flexibilidade
nalizando empresas estrangeiras. A política de es- com que pode ser aplicada e ao conjunto de medi-
tabilização conjuntural visa à superação de desequi- das práticas que põe ao alcance das autoridades,
líbrios ocasionais. Pode envolver tanto uma luta desobrigando-as de submeter suas decisões ao le-
contra a depressão como o combate à inflação ou à gislativo. Convém ressalvar, no entanto, que essa
escassez de determinados produtos. A política de "autonomia monetarista", se levada ao extremo, po-
expansão tem por objetivo a manutenção ou a ace- de ocasionar graves distorções e resultados muitas
leração do desenvolvimento econômico. Nesse ca- vezes desastrosos. É o que afirmam, num pólo do
so, podem ocorrer reformulações estruturais e me- pensamento econômico, os defensores das refor-
didas de combate à inflação, proteção alfandegária mas estruturais, para agilizar a economia; e, no ou-
e maior rigor na política cambial contra a concorrên- tro pólo, os partidários da escola de Chicago, para
cia estrangeira. Cada uma dessas modalidades a- quem a regulação da atividade econômica deve ser
póia-se numa corrente ou mais de pensamento e- exercida pelo rígido controle do crescimento da
conômico e liga-se a critérios políticos e ideológicos. massa monetária, que deveria aumentar em con-
Essa subordinação das decisões governamentais a
59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

formidade com uma taxa previamente determinada nes, para quem a quantidade de moeda, aliada à
ou limitada a uma estreita faixa de variação. preferência pela liquidez, é que determina a taxa de
juros. Esta seria determinada pela oferta e procura
da moeda, que tanto pode ser utilizada em investi-
FORMAÇÃO DA TAXA DE JURO mentos quanto em consumo ou especulação. A
conseqüência prática da teoria keynesiana do juro
JURO. Remuneração que o tomador de um em- foi possibilitar a manipulação da oferta monetária
préstimo deve pagar ao proprietário do capital em- disponível e, conseqüentemente, alterar a taxa de
prestado. Quando o juro é calculado sobre o mon- juros, transformada em instrumento de uma política
tante do capital, é chamado de juro simples. Para o de desenvolvimento econômico ou de combate à in-
cálculo do juro composto, o juro vencido e não pago flação. Alguns keynesianos propuseram a instituição
é somado ao capital emprestado, formando um de uma taxa de juros alta, atuando como fator de
montante sobre o qual é calculado o juro seguinte. desestímulo ao gasto de recursos escassos e de in-
Suponhamos um empréstimo de R$ 1000,00 a 5% centivo à poupança. A essa posição contrapôs-se o
ao ano, por um período de três anos. Se o contrato próprio Keynes, quando considerou que a extensão
estabelecer juros simples, o resultado será: juros da poupança é determinada pelo fluxo de investi-
simples = 3 X 5% de R$ 1000,00 = R$ 150,00 mento e este, por sua vez, cresce com uma taxa de
Se o juro for composto, o resultado será: juros baixa. A política econômica ideal seria a de
juros do 1º ano = 5% de R$ 1000,00 = R$ 50,00 baixar a taxa de juros até o ponto em que, em rela-
juros do 2º ano = 5% de R$ 1050,00 = R$ 52,50 ção à curva de lucro, alcançasse o mais alto nível
juros do 3º ano = 5% de R$ 1102,50 = R$ 55,125 de atividade econômica, com pleno emprego. De-
R$ 157,625 ve-se dizer, porém, que a determinação da taxa de
juros como instrumento de política econômica tem
0 juro composto (R$ 157,625) é maior do que o sido considerada pouco eficaz, uma vez que o peso
juro simples (R$ 150,00). Na medida em que o juro do juro no custo da produção não é significativo. An-
composto é calculado sobre um montante cada vez tes da expansão comercial e do desenvolvimento do
maior, seu resultado será sempre maior do que o ju- capitalismo, a cobrança de juros constituía, um pro-
ro simples. 0 cálculo do juro composto pode ser blema ético. Chamada de usura, era terminante-
n
simplificado mediante a fórmula j = c(1+i) - c, onde j mente proibida pela Igreja na Idade Média. Mas,
é o juro a ser calculado; c é o capital emprestado; i com a expansão do comércio, as novas exigências
é a taxa de juro; n é o número de períodos (um ano, de capitais mais vultosos estimularam a cobrança
uma semana etc.) ou intervalos nos quais o juro é de juros. A reboque dos fatos, a Igreja teve de fazer
composto. No exemplo anterior, o cálculo do juro concessões e passou a proibir somente a cobrança
composto seria o seguinte: j = R$ 1000 (1+0,05) - de juros em empréstimos destinados ao consumo
R$ 1000 = 157,625. Do ponto de vista teórico, os pessoal. No século XVI, a reforma calvinista aceitou
economistas clássicos como Adam, Smith, Ricardo e justificou "teologicamente" a cobrança de juros,
e Marx associam de alguma forma a taxa de juro à mas foi somente no século XVIII que os estudiosos
taxa de lucro. Marx, por exemplo, considera o juro a começaram a buscar uma justificativa econômica
participação financeira no lucro (forma de expressão para a cobrança de juros sobre os empréstimos
da mais-valia) do capitalista produtivo, e afirma que monetários. Embora ainda existam limites para a
a taxa de juro deve ser inferior à taxa média de lu- cobrança de juros, esses limites, atualmente, pos-
cro, resultante da produção capitalista. Os econo- suem finalidade econômica e são estabelecidos pe-
mistas clássicos atribuíam a cobrança de juros à las autoridades monetárias de cada país. No Brasil,
produtividade do capital, ou seja, ao lucro que o ca- a Constituição de 1988 estabeleceu que o juro real
pital proporciona a quem o possui. A cobrança tam- máximo a ser cobrado pelo sistema financeiro é de
bém foi considerada o pagamento de um serviço, is- 12% ao ano. Esse dispositivo constitucional neces-
to é, da possibilidade de dispor de um capital. Ou- sita de lei complementar para ser regulamentado,
tros viram na cobrança de juros uma compensação uma vez que a Constituição não esclarece o que
pela "espera", ou seja, uma compensação pelo fato significa juro real nem estabelece as sanções para
de o dono do capital deixar de dispor desse dinhei- aqueles que infringirem a norma. Veja também Key-
ro. Keynes explicou a cobrança de juros pela escas- nes, John Maynard; Marx, Karl Heinfich; Renda; Ta-
sez de capital (fator objetivo) e por um elemento bela Price.
subjetivo, a "renúncia" do dono do capital à liquidez.
As várias correntes econômicas também se posicio- JURO BANCÁRIO. A taxa de juros cobrada pe-
nam sobre as variações da taxa de juros. Para os los bancos nas operações efetuadas junto aos clien-
economistas clássicos, essas variações são decor- tes varia com o tipo de operação realizada: cheque
rência das variações na taxa de lucro, cujo movi- especial, empréstimo pessoal, desconto de duplica-
mento acompanham. Na teoria marginalista, a taxa ta, capital de giro etc. Os valores são, em geral, fi-
de juros vem associada à taxa de lucro marginal e xados pelos movimentos do mercado, isto é, giram
não à taxa de lucro médio. A contribuição decisiva em torno de taxas comuns a todos os bancos, com
para a teoria do juro foi oferecida por John M. Key- pequenas variações conforme a política de cada es-
tabelecimento.
60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos


JURO NOMINAL. É o juro correspondente a um das liquidações
empréstimo ou financiamento, incluindo a correção 2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas
monetária do montante emprestado. Quando a in- sobre serviços
flação é zero, inexistindo correção monetária, o juro 3. consolidação do relacionamento com o cliente
nominal é equivalente ao juro real. 4. inexistência do risco de crédito.

JURO REAL. É o juro cobrado ou pago sobre • Para o Cliente:


um empréstimo ou financiamento, sem contar a cor- 1. capilaridade da rede bancária
reção monetária do montante emprestado. 2. crédito imediato dos títulos cobrados
3. consolidação do relacionamento com o banco
JUROS DE MORA. juros decorrentes da mora, 4. garantia do processo de cobrança (quando
isto é, do atraso no pagamento de algo, em con- necessário o protesto)
seqüência de ato do devedor.
Processo de cobrança bancária:
JUROS EXATOS. São aqueles incidentes to- 1. Os títulos a serem cobrados (ou mo-
mando-se por base um ano de 365 dias. dernamente apenas seus dados, via computador)
são passados ao banco;
JUROS FLUTUANTES. Vigentes no mercado no 2. o banco emite os bloquetes aos sacados (a-
momento do pagamento dos juros das dívidas con- quele que deverá pagar o valor do bloquete);
traídas. Ao contrário dos juros fixos, pagos durante 3. o sacado paga;
todo o período do empréstimo, de acordo com uma 4. o banco credita o valor na conta do cliente
taxa preestabelecida em contrato, os juros flutuan- (cedente).
tes trazem surpresas muito desagradáveis para os
devedores, pois podem elevar-se acentuadamente Diferentes tipos de cobrança (criados devido a
antes do término do pagamento de um empréstimo, concorrência):
onerando extraordinariamente o serviço da dívida, • cobrança imediata: sem registro de títulos;
como aconteceu com o Brasil no final dos anos 70 e • cobrança seriada: para pagamento de parce-
início dos anos 80. las
• cobrança de consórcios: para pagamento de
consórcios;
SISTEMA DE PAGAMENTOS • cobrança de cheques pré-datados: cobrança
BRASILEIRO remunerada: remuneração dos valores co-
brados;
COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E • cobrança indexada: em qualquer índice ou
CARNÊS moeda;
• cobrança casada: cedente sensibiliza sacado
A cobrança de títulos foi o produto mais impor- e vice-versa;
tante envolvido pelas instituições nos últimos 10 a- • cobrança programada: garantia do fluxo de
nos. caixa do cedente;
• cobrança antecipada: eliminação de tributos
Servem para aumentar o relacionamento institui- de vendas a prazo;
ção financeira x empresa, aumentam a quantidade • cobrança caucionada: cobrança das garanti-
de recursos transitórios e permitem maiores aplica- as de contratos de empréstimos
ções destes recursos em títulos públicos. • cobrança de títulos descontados: desconto
de títulos.
A cobrança é feita através de bloquetes que po-
dem circular pela câmara de compensação (câmara OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata
de integração regional) o que permite que os ban- • nota fiscal é um documento fiscal, compro-
cos cobrem títulos de clientes em qualquer praça vante obrigatório da saída de mercadoria de
(desde que pagos até o vencimento - após o ven- um estabelecimento comercial ou industrial;
cimento, o pagamento somente poderá ser feito na • fatura é uma relação de notas fiscais que
agencia emissora do bloquete). correspondem a uma venda a prazo;
• duplicata é um título de crédito formal e no-
Os valores resultantes da operação de cobrança minativo emitido pelo vendedor com a mes-
são automaticamente creditados na conta corrente ma data, valor global e vencimento da fatura
da empresa cliente no prazo estipulado entre o ban- que lhe deu origem e representa um direito
co e o cliente. de crédito do sacador (vendedor) contra o
sacado (comprador). A propriedade da dupli-
Vantagens da cobrança de títulos: cata pode ser tranSTerida por endosso.
• Para o Banco:
61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

PAGAMENTOS DE TÍTULOS E CARNÊS exportação, distribuição ou comercialização de


produtos ou prestação de serviços.
Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,
tratamento de seus títulos a receber (cobrança). material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no
O cliente informa ao banco, via computador, os mercado de consumo, mediante remuneração,
dados sobre seus fornecedores, com datas e valo- inclusive as de natureza bancária, financeira, de
res a serem pagos e, se for o caso, entrega de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
comprovantes necessários ao pagamento. relações de caráter trabalhista.

De posse desses dados, o banco organiza e e- CAPÍTULO II


xecuta todo o fluxo de pagamento do cliente, via Da Política Nacional de Relações de
débito em conta DOC ou ordem de pagamento, in- Consumo
formando ao cliente todos os passos executados.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de
O documento de crédito (DOC) é utilizado para Consumo tem por objetivo o atendimento das
pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo es- necessidades dos consumidores, o respeito à sua
tando em praças diferentes. dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade
A ordem de pagamento OP é utilizada para pa- de vida, bem como a transparência e harmonia das
gamentos ou depósitos dentro do mesmo banco, relações de consumo, atendidos os seguintes
para agencias em praças diferentes. princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de
21.3.1995)
CÓDIGO BRASILEIRO DE I - reconhecimento da vulnerabilidade do
consumidor no mercado de consumo;
DEFESA DO CONSUMIDOR II - ação governamental no sentido de proteger
efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
LEI Nº 8.078, DE 11 DE b) por incentivos à criação e desenvolvimento de
SETEMBRO DE 1990. associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá consumo;
outras providências. d) pela garantia dos produtos e serviços com
padrões adequados de qualidade, segurança,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber durabilidade e desempenho.
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a III - harmonização dos interesses dos
seguinte lei: participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a
TÍTULO I necessidade de desenvolvimento econômico e
Dos Direitos do Consumidor tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
CAPÍTULO I Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e
Disposições Gerais equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;
Art. 1° O presente código estabelece normas de IV - educação e informação de fornecedores e
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública consumidores, quanto aos seus direitos e deveres,
e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso com vistas à melhoria do mercado de consumo;
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. V - incentivo à criação pelos fornecedores de
48 de suas Disposições Transitórias. meios eficientes de controle de qualidade e
segurança de produtos e serviços, assim como de
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou mecanismos alternativos de solução de conflitos de
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço consumo;
como destinatário final. VI - coibição e repressão eficientes de todos os
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a abusos praticados no mercado de consumo,
coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, inclusive a concorrência desleal e utilização
que haja intervindo nas relações de consumo. indevida de inventos e criações industriais das
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, possam causar prejuízos aos consumidores;
bem como os entes despersonalizados, que VII - racionalização e melhoria dos serviços
desenvolvem atividade de produção, montagem, públicos;
criação, construção, transformação, importação, VIII - estudo constante das modificações do
mercado de consumo.
62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

IX - (Vetado);
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
Relações de Consumo, contará o poder público com públicos em geral.
os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e Art. 7° Os direitos previstos neste código não
gratuita para o consumidor carente; excluem outros decorrentes de tratados ou
II - instituição de Promotorias de Justiça de convenções internacionais de que o Brasil seja
Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério signatário, da legislação interna ordinária, de
Público; regulamentos expedidos pelas autoridades
III - criação de delegacias de polícia administrativas competentes, bem como dos que
especializadas no atendimento de consumidores derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
vítimas de infrações penais de consumo; costumes e eqüidade.
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Parágrafo único. Tendo mais de um autor a
Causas e Varas Especializadas para a solução de ofensa, todos responderão solidariamente pela
litígios de consumo; reparação dos danos previstos nas normas de
V - concessão de estímulos à criação e consumo.
desenvolvimento das Associações de Defesa do
Consumidor. CAPÍTULO IV
§ 1° (Vetado). Da Qualidade de Produtos e Serviços, da
§ 2º (Vetado). Prevenção e da Reparação dos Danos

CAPÍTULO III SEÇÃO I


Dos Direitos Básicos do Consumidor Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 6º São direitos básicos do consumidor: Art. 8° Os produtos e serviços colocados no


I - a proteção da vida, saúde e segurança contra mercado de consumo não acarretarão riscos à
os riscos provocados por práticas no fornecimento saúde ou segurança dos consumidores, exceto os
de produtos e serviços considerados perigosos ou considerados normais e previsíveis em decorrência
nocivos; de sua natureza e fruição, obrigando-se os
II - a educação e divulgação sobre o consumo fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as
adequado dos produtos e serviços, asseguradas a informações necessárias e adequadas a seu
liberdade de escolha e a igualdade nas respeito.
contratações; Parágrafo único. Em se tratando de produto
III - a informação adequada e clara sobre os industrial, ao fabricante cabe prestar as informações
diferentes produtos e serviços, com especificação a que se refere este artigo, através de impressos
correta de quantidade, características, composição, apropriados que devam acompanhar o produto.
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem; Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
desleais, bem como contra práticas e cláusulas adequada, a respeito da sua nocividade ou
abusivas ou impostas no fornecimento de produtos periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras
e serviços; medidas cabíveis em cada caso concreto.
V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no
revisão em razão de fatos supervenientes que as mercado de consumo produto ou serviço que sabe
tornem excessivamente onerosas; ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos ou periculosidade à saúde ou segurança.
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e § 1° O fornecedor de produtos e serviços que,
difusos; posteriormente à sua introdução no mercado de
VII - o acesso aos órgãos judiciários e consumo, tiver conhecimento da periculosidade que
administrativos com vistas à prevenção ou apresentem, deverá comunicar o fato
reparação de danos patrimoniais e morais, imediatamente às autoridades competentes e aos
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a consumidores, mediante anúncios publicitários.
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o
necessitados; parágrafo anterior serão veiculados na imprensa,
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu produto ou serviço.
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for § 3° Sempre que tiverem conhecimento de
verossímil a alegação ou quando for ele periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de segurança dos consumidores, a União, os Estados,
experiências; o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-
63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

los a respeito. I - o modo de seu fornecimento;


II - o resultado e os riscos que razoavelmente
Art. 11. (Vetado). dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
SEÇÃO II § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e adoção de novas técnicas.
do Serviço § 3° O fornecedor de serviços só não será
responsabilizado quando provar:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, I - que, tendo prestado o serviço, o defeito
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, inexiste;
independentemente da existência de culpa, pela II - a culpa exclusiva do consumidor ou de
reparação dos danos causados aos consumidores terceiro.
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, § 4° A responsabilidade pessoal dos
construção, montagem, fórmulas, manipulação, profissionais liberais será apurada mediante a
apresentação ou acondicionamento de seus verificação de culpa.
produtos, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Art. 15. (Vetado).
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece
a segurança que dele legitimamente se espera, Art. 16. (Vetado).
levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais: Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-
I - sua apresentação; se aos consumidores todas as vítimas do evento.
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se
esperam; SEÇÃO III
III - a época em que foi colocado em circulação. Da Responsabilidade por Vício do Produto e
§ 2º O produto não é considerado defeituoso do Serviço
pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido
colocado no mercado. Art. 18. Os fornecedores de produtos de
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou consumo duráveis ou não duráveis respondem
importador só não será responsabilizado quando solidariamente pelos vícios de qualidade ou
provar: quantidade que os tornem impróprios ou
I - que não colocou o produto no mercado; inadequados ao consumo a que se destinam ou
II - que, embora haja colocado o produto no lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
mercado, o defeito inexiste; decorrentes da disparidade, com a indicações
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
terceiro. ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, podendo o
Art. 13. O comerciante é igualmente consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
responsável, nos termos do artigo anterior, quando: § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o de trinta dias, pode o consumidor exigir,
importador não puderem ser identificados; alternativamente e à sua escolha:
II - o produto for fornecido sem identificação clara I - a substituição do produto por outro da mesma
do seu fabricante, produtor, construtor ou espécie, em perfeitas condições de uso;
importador; II - a restituição imediata da quantia paga,
III - não conservar adequadamente os produtos monetariamente atualizada, sem prejuízo de
perecíveis. eventuais perdas e danos;
Parágrafo único. Aquele que efetivar o III - o abatimento proporcional do preço.
pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito § 2° Poderão as partes convencionar a redução
de regresso contra os demais responsáveis, ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
segundo sua participação na causação do evento anterior, não podendo ser inferior a sete nem
danoso. superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
adesão, a cláusula de prazo deverá ser
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, convencionada em separado, por meio de
independentemente da existência de culpa, pela manifestação expressa do consumidor.
reparação dos danos causados aos consumidores § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem das alternativas do § 1° deste artigo sempre que,
como por informações insuficientes ou inadequadas em razão da extensão do vício, a substituição das
sobre sua fruição e riscos. partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece características do produto, diminuir-lhe o valor ou se
a segurança que o consumidor dele pode esperar, tratar de produto essencial.
levando-se em consideração as circunstâncias § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa
relevantes, entre as quais: do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo
64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

possível a substituição do bem, poderá haver se esperam, bem como aqueles que não atendam
substituição por outro de espécie, marca ou modelo as normas regulamentares de prestabilidade.
diversos, mediante complementação ou restituição
de eventual diferença de preço, sem prejuízo do Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham
disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo. por objetivo a reparação de qualquer produto
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
natura, será responsável perante o consumidor o de empregar componentes de reposição originais
fornecedor imediato, exceto quando identificado adequados e novos, ou que mantenham as
claramente seu produtor. especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: a estes últimos, autorização em contrário do
I - os produtos cujos prazos de validade estejam consumidor.
vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, empresas, concessionárias, permissionárias ou sob
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, qualquer outra forma de empreendimento, são
ainda, aqueles em desacordo com as normas obrigados a fornecer serviços adequados,
regulamentares de fabricação, distribuição ou eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
apresentação; contínuos.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
revelem inadequados ao fim a que se destinam. total ou parcial, das obrigações referidas neste
artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
Art. 19. Os fornecedores respondem cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
solidariamente pelos vícios de quantidade do prevista neste código.
produto sempre que, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
for inferior às indicações constantes do recipiente, vícios de qualidade por inadequação dos produtos e
da embalagem, rotulagem ou de mensagem serviços não o exime de responsabilidade.
publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha: Art. 24. A garantia legal de adequação do
I - o abatimento proporcional do preço; produto ou serviço independe de termo expresso,
II - complementação do peso ou medida; vedada a exoneração contratual do fornecedor.
III - a substituição do produto por outro da
mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
vícios; cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
IV - a restituição imediata da quantia paga, obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções
monetariamente atualizada, sem prejuízo de anteriores.
eventuais perdas e danos. § 1° Havendo mais de um responsável pela
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do causação do dano, todos responderão
artigo anterior. solidariamente pela reparação prevista nesta e nas
§ 2° O fornecedor imediato será responsável seções anteriores.
quando fizer a pesagem ou a medição e o § 2° Sendo o dano causado por componente ou
instrumento utilizado não estiver aferido segundo os peça incorporada ao produto ou serviço, são
padrões oficiais. responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou
importador e o que realizou a incorporação.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao SEÇÃO IV
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por Da Decadência e da Prescrição
aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
publicitária, podendo o consumidor exigir, aparentes ou de fácil constatação caduca em:
alternativamente e à sua escolha: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de
I - a reexecução dos serviços, sem custo serviço e de produtos não duráveis;
adicional e quando cabível; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
II - a restituição imediata da quantia paga, serviço e de produtos duráveis.
monetariamente atualizada, sem prejuízo de § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
eventuais perdas e danos; partir da entrega efetiva do produto ou do término
III - o abatimento proporcional do preço. da execução dos serviços.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser § 2° Obstam a decadência:
confiada a terceiros devidamente capacitados, por I - a reclamação comprovadamente formulada
conta e risco do fornecedor. pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem serviços até a resposta negativa correspondente,
inadequados para os fins que razoavelmente deles que deve ser transmitida de forma inequívoca;
65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou
encerramento. serviços devem assegurar informações corretas,
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
decadencial inicia-se no momento em que ficar sobre suas características, qualidades, quantidade,
evidenciado o defeito. composição, preço, garantia, prazos de validade e
origem, entre outros dados, bem como sobre os
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à riscos que apresentam à saúde e segurança dos
reparação pelos danos causados por fato do consumidores.
produto ou do serviço prevista na Seção II deste
Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão
do conhecimento do dano e de sua autoria. assegurar a oferta de componentes e peças de
Parágrafo único. (Vetado). reposição enquanto não cessar a fabricação ou
importação do produto.
SEÇÃO V Parágrafo único. Cessadas a produção ou
Da Desconsideração da Personalidade importação, a oferta deverá ser mantida por período
Jurídica razoável de tempo, na forma da lei.

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone
personalidade jurídica da sociedade quando, em ou reembolso postal, deve constar o nome do
detrimento do consumidor, houver abuso de direito, fabricante e endereço na embalagem, publicidade e
excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito em todos os impressos utilizados na transação
ou violação dos estatutos ou contrato social. A comercial.
desconsideração também será efetivada quando
houver falência, estado de insolvência, Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica solidariamente responsável pelos atos de seus
provocados por má administração. prepostos ou representantes autônomos.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços
societários e as sociedades controladas, são recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações publicidade, o consumidor poderá, alternativamente
decorrentes deste código. e à sua livre escolha:
§ 3° As sociedades consorciadas são I - exigir o cumprimento forçado da obrigação,
solidariamente responsáveis pelas obrigações nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
decorrentes deste código. II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
§ 4° As sociedades coligadas só responderão equivalente;
por culpa. III - rescindir o contrato, com direito à restituição
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a de quantia eventualmente antecipada,
pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores. SEÇÃO III
Da Publicidade
CAPÍTULO V
Das Práticas Comerciais Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a
SEÇÃO I identifique como tal.
Das Disposições Gerais Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do para informação dos legítimos interessados, os
seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as dados fáticos, técnicos e científicos que dão
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas sustentação à mensagem.
nele previstas.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou
SEÇÃO II abusiva.
Da Oferta § 1° É enganosa qualquer modalidade de
informação ou comunicação de caráter publicitário,
Art. 30. Toda informação ou publicidade, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
suficientemente precisa, veiculada por qualquer modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
forma ou meio de comunicação com relação a erro o consumidor a respeito da natureza,
produtos e serviços oferecidos ou apresentados, características, qualidade, quantidade,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se propriedades, origem, preço e quaisquer outros
utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. dados sobre produtos e serviços.
66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade XI - Dispositivo incorporado pela MPV nº


discriminatória de qualquer natureza, a que incite à 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso
violência, explore o medo ou a superstição, se XIII, quando da converão na Lei nº 9.870, de
aproveite da deficiência de julgamento e experiência 23.11.1999
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que XII - deixar de estipular prazo para o
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou de seu termo inicial a seu exclusivo critério.(Inciso
segurança. acrescentado pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste
é enganosa por omissão quando deixar de informar diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
sobre dado essencial do produto ou serviço. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.870, de
§ 4° (Vetado). 23.11.1999)
Parágrafo único. Os serviços prestados e os
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na
correção da informação ou comunicação publicitária hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
cabe a quem as patrocina. amostras grátis, inexistindo obrigação de
pagamento.
SEÇÃO IV
Das Práticas Abusivas Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a
entregar ao consumidor orçamento prévio
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais
serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação e equipamentos a serem empregados, as condições
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) de pagamento, bem como as datas de início e
I - condicionar o fornecimento de produto ou de término dos serviços.
serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; orçado terá validade pelo prazo de dez dias,
II - recusar atendimento às demandas dos contado de seu recebimento pelo consumidor.
consumidores, na exata medida de suas § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o
disponibilidades de estoque, e, ainda, de orçamento obriga os contraentes e somente pode
conformidade com os usos e costumes; ser alterado mediante livre negociação das partes.
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem § 3° O consumidor não responde por quaisquer
solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de
qualquer serviço; serviços de terceiros não previstos no orçamento
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do prévio.
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou
seus produtos ou serviços; de serviços sujeitos ao regime de controle ou de
V - exigir do consumidor vantagem tabelamento de preços, os fornecedores deverão
manifestamente excessiva; respeitar os limites oficiais sob pena de não o
VI - executar serviços sem a prévia elaboração fazendo, responderem pela restituição da quantia
de orçamento e autorização expressa do recebida em excesso, monetariamente atualizada,
consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas podendo o consumidor exigir à sua escolha, o
anteriores entre as partes; desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
VII - repassar informação depreciativa, referente sanções cabíveis.
a ato praticado pelo consumidor no exercício de
seus direitos; SEÇÃO V
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer Da Cobrança de Dívidas
produto ou serviço em desacordo com as normas
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor
normas específicas não existirem, pela Associação inadimplente não será exposto a ridículo, nem será
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, ameaça.
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); Parágrafo único. O consumidor cobrado em
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de quantia indevida tem direito à repetição do indébito,
serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri- por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
los mediante pronto pagamento, ressalvados os acrescido de correção monetária e juros legais,
casos de intermediação regulados em leis salvo hipótese de engano justificável.
especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de SEÇÃO VI
11.6.1994) Dos Bancos de Dados e Cadastros de
X - elevar sem justa causa o preço de produtos Consumidores
ou serviços. (Inciso acrescentado pela Lei nº 8.884,
de 11.6.1994) Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto
67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

no art. 86, terá acesso às informações existentes de escritos particulares, recibos e pré-contratos
em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e relativos às relações de consumo vinculam o
de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre fornecedor, ensejando inclusive execução
as suas respectivas fontes. específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores
devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato,
linguagem de fácil compreensão, não podendo no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do
conter informações negativas referentes a período ato de recebimento do produto ou serviço, sempre
superior a cinco anos. que a contratação de fornecimento de produtos e
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
dados pessoais e de consumo deverá ser especialmente por telefone ou a domicílio.
comunicada por escrito ao consumidor, quando não Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o
solicitada por ele. direito de arrependimento previsto neste artigo, os
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar valores eventualmente pagos, a qualquer título,
inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, imediato, monetariamente atualizados.
no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração
aos eventuais destinatários das informações Art. 50. A garantia contratual é complementar à
incorretas. legal e será conferida mediante termo escrito.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a Parágrafo único. O termo de garantia ou
consumidores, os serviços de proteção ao crédito e equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de
congêneres são considerados entidades de caráter maneira adequada em que consiste a mesma
público. garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança que pode ser exercitada e os ônus a cargo do
de débitos do consumidor, não serão fornecidas, consumidor, devendo ser-lhe entregue,
pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do
quaisquer informações que possam impedir ou fornecimento, acompanhado de manual de
dificultar novo acesso ao crédito junto aos instrução, de instalação e uso do produto em
fornecedores. linguagem didática, com ilustrações.

Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do SEÇÃO II


consumidor manterão cadastros atualizados de Das Cláusulas Abusivas
reclamações fundamentadas contra fornecedores
de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras,
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento
foi atendida ou não pelo fornecedor. de produtos e serviços que:
§ 1° É facultado o acesso às informações lá I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a
constantes para orientação e consulta por qualquer responsabilidade do fornecedor por vícios de
interessado. qualquer natureza dos produtos e serviços ou
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas
mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as relações de consumo entre o fornecedor e o
do parágrafo único do art. 22 deste código. consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá
ser limitada, em situações justificáveis;
Art. 45. (Vetado). II - subtraiam ao consumidor a opção de
reembolso da quantia já paga, nos casos previstos
CAPÍTULO VI neste código;
Da Proteção Contratual III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas
SEÇÃO I iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
Disposições Gerais desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a eqüidade;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de V - (Vetado);
consumo não obrigarão os consumidores, se não VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em
lhes for dada a oportunidade de tomar prejuízo do consumidor;
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os VII - determinem a utilização compulsória de
respectivos instrumentos forem redigidos de modo a arbitragem;
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. VIII - imponham representante para concluir ou
Art. 47. As cláusulas contratuais serão realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
interpretadas de maneira mais favorável ao IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
consumidor. não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou
Art. 48. As declarações de vontade constantes indiretamente, variação do preço de maneira
68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

unilateral; § 3º (Vetado).
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido Art. 53. Nos contratos de compra e venda de
ao consumidor; móveis ou imóveis mediante pagamento em
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os prestações, bem como nas alienações fiduciárias
custos de cobrança de sua obrigação, sem que em garantia, consideram-se nulas de pleno direito
igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; as cláusulas que estabeleçam a perda total das
XIII - autorizem o fornecedor a modificar prestações pagas em benefício do credor que, em
unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do razão do inadimplemento, pleitear a resolução do
contrato, após sua celebração; contrato e a retomada do produto alienado.
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de § 1° (Vetado).
normas ambientais; § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de
XV - estejam em desacordo com o sistema de produtos duráveis, a compensação ou a restituição
proteção ao consumidor; das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
XVI - possibilitem a renúncia do direito de descontada, além da vantagem econômica auferida
indenização por benfeitorias necessárias. com a fruição, os prejuízos que o desistente ou
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, inadimplente causar ao grupo.
a vontade que: § 3° Os contratos de que trata o caput deste
I - ofende os princípios fundamentais do sistema artigo serão expressos em moeda corrente nacional.
jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais SEÇÃO III
inerentes à natureza do contrato, de tal modo a Dos Contratos de Adesão
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade
do contrato, o interesse das partes e outras competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
circunstâncias peculiares ao caso. fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual consumidor possa discutir ou modificar
abusiva não invalida o contrato, exceto quando de substancialmente seu conteúdo.
sua ausência, apesar dos esforços de integração, § 1° A inserção de cláusula no formulário não
decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. desfigura a natureza de adesão do contrato.
§ 3° (Vetado). § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
entidade que o represente requerer ao Ministério escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
Público que ajuíze a competente ação para ser no § 2° do artigo anterior.
declarada a nulidade de cláusula contratual que § 3° Os contratos de adesão escritos serão
contrarie o disposto neste código ou de qualquer redigidos em termos claros e com caracteres
forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua
obrigações das partes. compreensão pelo consumidor.
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços direito do consumidor deverão ser redigidas com
que envolva outorga de crédito ou concessão de destaque, permitindo sua imediata e fácil
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, compreensão.
entre outros requisitos, informá-lo prévia e § 5° (Vetado).
adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda CAPÍTULO VII
corrente nacional; Das Sanções Administrativas
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva
anual de juros; Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal,
III - acréscimos legalmente previstos; em caráter concorrente e nas suas respectivas
IV - número e periodicidade das prestações; áreas de atuação administrativa, baixarão normas
V - soma total a pagar, com e sem relativas à produção, industrialização, distribuição e
financiamento. consumo de produtos e serviços.
§ 1° As multas de mora decorrentes do § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os
inadimplemento de obrigações no seu termo não Municípios fiscalizarão e controlarão a produção,
poderão ser superiores a dois por cento do valor da industrialização, distribuição, a publicidade de
prestação.(Redação dada pela Lei nº 9.298, de produtos e serviços e o mercado de consumo, no
1º.8.1996) interesse da preservação da vida, da saúde, da
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação segurança, da informação e do bem-estar do
antecipada do débito, total ou parcialmente, consumidor, baixando as normas que se fizerem
mediante redução proporcional dos juros e demais necessárias.
acréscimos. § 2° (Vetado).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito serão aplicadas pela administração, mediante


Federal e municipais com atribuições para fiscalizar procedimento administrativo, assegurada ampla
e controlar o mercado de consumo manterão defesa, quando forem constatados vícios de
comissões permanentes para elaboração, revisão e quantidade ou de qualidade por inadequação ou
atualização das normas referidas no § 1°, sendo insegurança do produto ou serviço.
obrigatória a participação dos consumidores e
fornecedores. Art. 59. As penas de cassação de alvará de
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir licença, de interdição e de suspensão temporária da
notificações aos fornecedores para que, sob pena atividade, bem como a de intervenção
de desobediência, prestem informações sobre administrativa, serão aplicadas mediante
questões de interesse do consumidor, resguardado procedimento administrativo, assegurada ampla
o segredo industrial. defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das
infrações de maior gravidade previstas neste código
Art. 56. As infrações das normas de defesa do e na legislação de consumo.
consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às § 1° A pena de cassação da concessão será
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo aplicada à concessionária de serviço público,
das de natureza civil, penal e das definidas em quando violar obrigação legal ou contratual.
normas específicas: § 2° A pena de intervenção administrativa será
I - multa; aplicada sempre que as circunstâncias de fato
II - apreensão do produto; desaconselharem a cassação de licença, a
III - inutilização do produto; interdição ou suspensão da atividade.
IV - cassação do registro do produto junto ao § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a
órgão competente; imposição de penalidade administrativa, não haverá
V - proibição de fabricação do produto; reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou
serviço; Art. 60. A imposição de contrapropaganda será
VII - suspensão temporária de atividade; cominada quando o fornecedor incorrer na prática
VIII - revogação de concessão ou permissão de de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do
uso; art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do
IX - cassação de licença do estabelecimento ou infrator.
de atividade; § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo
X - interdição, total ou parcial, de responsável da mesma forma, freqüência e
estabelecimento, de obra ou de atividade; dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo,
XI - intervenção administrativa; local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer
XII - imposição de contrapropaganda. o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
Parágrafo único. As sanções previstas neste § 2° (Vetado).
artigo serão aplicadas pela autoridade § 3° (Vetado).
administrativa, no âmbito de sua atribuição,
podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive TÍTULO II
por medida cautelar, antecedente ou incidente de Das Infrações Penais
procedimento administrativo.
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo consumo previstas neste código, sem prejuízo do
com a gravidade da infração, a vantagem auferida e disposto no Código Penal e leis especiais, as
a condição econômica do fornecedor, será aplicada condutas tipificadas nos artigos seguintes.
mediante procedimento administrativo, revertendo
para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de Art. 62. (Vetado).
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre
consumidor nos demais casos. (Redação dada pela a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
Lei nº 8.656, de 21.5.1993) embalagens, nos invólucros, recipientes ou
Parágrafo único. A multa será em montante não publicidade:
inferior a duzentas e não superior a três milhões de Pena - Detenção de seis meses a dois anos e
vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência multa.
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí- § 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar
lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de de alertar, mediante recomendações escritas
6.9.1993) ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização prestado.
de produtos, de proibição de fabricação de § 2° Se o crime é culposo:
produtos, de suspensão do fornecimento de produto Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
ou serviço, de cassação do registro do produto e
revogação da concessão ou permissão de uso Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

competente e aos consumidores a nocividade ou Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do


periculosidade de produtos cujo conhecimento seja consumidor às informações que sobre ele constem
posterior à sua colocação no mercado: em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e Pena Detenção de seis meses a um ano ou
multa. multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas
quem deixar de retirar do mercado, imediatamente Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente
quando determinado pela autoridade competente, informação sobre consumidor constante de
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste cadastro, banco de dados, fichas ou registros que
artigo. sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de
periculosidade, contrariando determinação de Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o
autoridade competente: termo de garantia adequadamente preenchido e
Pena Detenção de seis meses a dois anos e com especificação clara de seu conteúdo;
multa. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são
aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer
lesão corporal e à morte. para os crimes referidos neste código, incide as
penas a esses cominadas na medida de sua
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
omitir informação relevante sobre a natureza, gerente da pessoa jurídica que promover, permitir
característica, qualidade, quantidade, segurança, ou por qualquer modo aprovar o fornecimento,
desempenho, durabilidade, preço ou garantia de oferta, exposição à venda ou manutenção em
produtos ou serviços: depósito de produtos ou a oferta e prestação de
Pena - Detenção de três meses a um ano e serviços nas condições por ele proibidas.
multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem Art. 76. São circunstâncias agravantes dos
patrocinar a oferta. crimes tipificados neste código:
§ 2º Se o crime é culposo; I - serem cometidos em época de grave crise
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. econômica ou por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe coletivo;
ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: III - dissimular-se a natureza ilícita do
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. procedimento;
Parágrafo único. (Vetado). IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe condição econômico-social seja manifestamente
ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor superior à da vítima;
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a b) em detrimento de operário ou rurícola; de
sua saúde ou segurança: menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e pessoas portadoras de deficiência mental
multa: interditadas ou não;
Parágrafo único. (Vetado). V - serem praticados em operações que
envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, outros produtos ou serviços essenciais .
técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção
será fixada em dias-multa, correspondente ao
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
peça ou componentes de reposição usados, sem privativa da liberdade cominada ao crime. Na
autorização do consumidor: individualização desta multa, o juiz observará o
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. disposto no art. 60, §1° do Código Penal.

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e
ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, de multa, podem ser impostas, cumulativa ou
afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a
qualquer outro procedimento que exponha o 47, do Código Penal:
consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira I - a interdição temporária de direitos;
com seu trabalho, descanso ou lazer: II - a publicação em órgãos de comunicação de
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. grande circulação ou audiência, às expensas do
condenado, de notícia sobre os fatos e a
71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

condenação; pelo menos um ano e que incluam entre seus fins


III - a prestação de serviços à comunidade. institucionais a defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código, dispensada a
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que autorização assemblear.
trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela § 1° O requisito da pré-constituição pode ser
autoridade que presidir o inquérito, entre cem e dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts.
duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a social evidenciado pela dimensão ou característica
substituí-lo. do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
Parágrafo único. Se assim recomendar a protegido.
situação econômica do indiciado ou réu, a fiança § 2° (Vetado).
poderá ser: § 3° (Vetado).
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses
protegidos por este código são admissíveis todas as
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes espécies de ações capazes de propiciar sua
previstos neste código, bem como a outros crimes e adequada e efetiva tutela.
contravenções que envolvam relações de consumo, Parágrafo único. (Vetado).
poderão intervir, como assistentes do Ministério
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso Art. 84. Na ação que tenha por objeto o
III e IV, aos quais também é facultado propor ação cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida juiz concederá a tutela específica da obrigação ou
no prazo legal. determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao do adimplemento.
TÍTULO III § 1° A conversão da obrigação em perdas e
Da Defesa do Consumidor em Juízo danos somente será admissível se por elas optar o
autor ou se impossível a tutela específica ou a
CAPÍTULO I obtenção do resultado prático correspondente.
Disposições Gerais § 2° A indenização por perdas e danos se fará
sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos Processo Civil).
consumidores e das vítimas poderá ser exercida em § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda
juízo individualmente, ou a título coletivo. e havendo justificado receio de ineficácia do
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
quando se tratar de: liminarmente ou após justificação prévia, citado o
I - interesses ou direitos difusos, assim réu.
entendidos, para efeitos deste código, os § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na
transindividuais, de natureza indivisível, de que sentença, impor multa diária ao réu,
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas independentemente de pedido do autor, se for
por circunstâncias de fato; suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
II - interesses ou direitos coletivos, assim prazo razoável para o cumprimento do preceito.
entendidos, para efeitos deste código, os § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção
transindividuais, de natureza indivisível de que seja do resultado prático equivalente, poderá o juiz
titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas determinar as medidas necessárias, tais como
entre si ou com a parte contrária por uma relação busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
jurídica base; desfazimento de obra, impedimento de atividade
III - interesses ou direitos individuais nociva, além de requisição de força policial.
homogêneos, assim entendidos os decorrentes de
origem comum. Art. 85. (Vetado).

Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, Art. 86. (Vetado).
são legitimados concorrentemente: (Redação dada
pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este
I - o Ministério Público, código não haverá adiantamento de custas,
II - a União, os Estados, os Municípios e o emolumentos, honorários periciais e quaisquer
Distrito Federal; outras despesas, nem condenação da associação
III - as entidades e órgãos da Administração autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de
Pública, direta ou indireta, ainda que sem advogados, custas e despesas processuais.
personalidade jurídica, especificamente Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé,
destinados à defesa dos interesses e direitos a associação autora e os diretores responsáveis
protegidos por este código; pela propositura da ação serão solidariamente
IV - as associações legalmente constituídas há condenados em honorários advocatícios e ao
72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

décuplo das custas, sem prejuízo da


responsabilidade por perdas e danos. Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo
promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único abrangendo as vítimas cujas indenizações já
deste código, a ação de regresso poderá ser tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
ajuizada em processo autônomo, facultada a sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
vedada a denunciação da lide. § 1° A execução coletiva far-se-á com base em
certidão das sentenças de liquidação, da qual
Art. 89. (Vetado). deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em
julgado.
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste § 2° É competente para a execução o juízo:
título as normas do Código de Processo Civil e da I - da liquidação da sentença ou da ação
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no condenatória, no caso de execução individual;
que respeita ao inquérito civil, naquilo que não II - da ação condenatória, quando coletiva a
contrariar suas disposições. civil, naquilo que não execução.
contrariar suas disposições.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos
CAPÍTULO II decorrentes de condenação prevista na Lei n.°
Das Ações Coletivas Para a Defesa de 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações
Interesses Individuais Homogêneos pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo
evento danoso, estas terão preferência no
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 pagamento.
poderão propor, em nome próprio e no interesse Parágrafo único. Para efeito do disposto neste
das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva artigo, a destinação da importância recolhida ao
de responsabilidade pelos danos individualmente fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos 1985, ficará sustada enquanto pendentes de
seguintes. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de decisão de segundo grau as ações de indenização
21.3.1995) pelos danos individuais, salvo na hipótese de o
patrimônio do devedor ser manifestamente
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a suficiente para responder pela integralidade das
ação, atuará sempre como fiscal da lei. dívidas.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça habilitação de interessados em número compatível
Federal, é competente para a causa a justiça local: com a gravidade do dano, poderão os legitimados
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer do art. 82 promover a liquidação e execução da
o dano, quando de âmbito local; indenização devida.
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Parágrafo único. O produto da indenização
Federal, para os danos de âmbito nacional ou devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.°
regional, aplicando-se as regras do Código de 7.347, de 24 de julho de 1985.
Processo Civil aos casos de competência
concorrente. CAPÍTULO III
Das Ações de Responsabilidade do
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital Fornecedor de Produtos e Serviços
no órgão oficial, a fim de que os interessados
possam intervir no processo como litisconsortes, Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do
sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do
comunicação social por parte dos órgãos de defesa disposto nos Capítulos I e II deste título, serão
do consumidor. observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a autor;
condenação será genérica, fixando a II - o réu que houver contratado seguro de
responsabilidade do réu pelos danos causados. responsabilidade poderá chamar ao processo o
segurador, vedada a integração do contraditório
Art. 96. (Vetado). pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta
hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de
poderão ser promovidas pela vítima e seus Processo Civil. Se o réu houver sido declarado
sucessores, assim como pelos legitimados de que falido, o síndico será intimado a informar a
trata o art. 82. existência de seguro de responsabilidade,
Parágrafo único. (Vetado). facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de
73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

ação de indenização diretamente contra o anterior não beneficiarão os autores das ações
segurador, vedada a denunciação da lide ao individuais, se não for requerida sua suspensão no
Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos
litisconsórcio obrigatório com este. do ajuizamento da ação coletiva.

Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste TÍTULO IV


código poderão propor ação visando compelir o Do Sistema Nacional de Defesa do
Poder Público competente a proibir, em todo o Consumidor
território nacional, a produção, divulgação
distribuição ou venda, ou a determinar a alteração Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa
na composição, estrutura, fórmula ou do Consumidor (SNDC), os órgãos federais,
acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo estaduais, do Distrito Federal e municipais e as
regular se revele nocivo ou perigoso à saúde entidades privadas de defesa do consumidor.
pública e à incolumidade pessoal.
§ 1° (Vetado). Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa
§ 2° (Vetado). do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito
Econômico (MJ), ou órgão federal que venha
CAPÍTULO IV substituí-lo, é organismo de coordenação da política
Da Coisa Julgada do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor,
cabendo-lhe:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este I - planejar, elaborar, propor, coordenar e
código, a sentença fará coisa julgada: executar a política nacional de proteção ao
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado consumidor;
improcedente por insuficiência de provas, hipótese II - receber, analisar, avaliar e encaminhar
em que qualquer legitimado poderá intentar outra consultas, denúncias ou sugestões apresentadas
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova por entidades representativas ou pessoas jurídicas
prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do de direito público ou privado;
art. 81; III - prestar aos consumidores orientação
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, permanente sobre seus direitos e garantias;
categoria ou classe, salvo improcedência por IV - informar, conscientizar e motivar o
insuficiência de provas, nos termos do inciso consumidor através dos diferentes meios de
anterior, quando se tratar da hipótese prevista no comunicação;
inciso II do parágrafo único do art. 81; V - solicitar à polícia judiciária a instauração de
III - erga omnes, apenas no caso de procedência inquérito policial para a apreciação de delito contra
do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus os consumidores, nos termos da legislação vigente;
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo VI - representar ao Ministério Público competente
único do art. 81. para fins de adoção de medidas processuais no
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos âmbito de suas atribuições;
incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos VII - levar ao conhecimento dos órgãos
individuais dos integrantes da coletividade, do competentes as infrações de ordem administrativa
grupo, categoria ou classe. que violarem os interesses difusos, coletivos, ou
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso individuais dos consumidores;
de improcedência do pedido, os interessados que VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades
não tiverem intervindo no processo como da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios,
litisconsortes poderão propor ação de indenização a bem como auxiliar a fiscalização de preços,
título individual. abastecimento, quantidade e segurança de bens e
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o serviços;
art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros
24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de e outros programas especiais, a formação de
indenização por danos pessoalmente sofridos, entidades de defesa do consumidor pela população
propostas individualmente ou na forma prevista e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
neste código, mas, se procedente o pedido, X - (Vetado).
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que XI - (Vetado).
poderão proceder à liquidação e à execução, nos XII - (Vetado).
termos dos arts. 96 a 99. XIII - desenvolver outras atividades compatíveis
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à com suas finalidades.
sentença penal condenatória. Parágrafo único. Para a consecução de seus
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do
incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e
induzem litispendência para as ações individuais, entidades de notória especialização técnico-
mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra científica.
partes a que aludem os incisos II e III do artigo
74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

TÍTULO V mediante combinações, que terá eficácia de título


Da Convenção Coletiva de Consumo executivo extrajudicial".

Art. 107. As entidades civis de consumidores e Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de
as associações de fornecedores ou sindicatos de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
categoria econômica podem regular, por convenção "Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em
escrita, relações de consumo que tenham por objeto julgado da sentença condenatória, sem que a
estabelecer condições relativas ao preço, à associação autora lhe promova a execução, deverá
qualidade, à quantidade, à garantia e características fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa
de produtos e serviços, bem como à reclamação e aos demais legitimados".
composição do conflito de consumo.
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n°
do registro do instrumento no cartório de títulos e 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o
documentos. parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados redação:
às entidades signatárias. "Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o danos".
fornecedor que se desligar da entidade em data
posterior ao registro do instrumento. Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 108. (Vetado). "Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
TÍTULO VI honorários periciais e quaisquer outras despesas,
Disposições Finais nem condenação da associação autora, salvo
comprovada má-fé, em honorários de advogado,
Art. 109. (Vetado). custas e despesas processuais".

Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de
art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985: julho de 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou se os seguintes:
coletivo". "Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e
interesses difusos, coletivos e individuais, no que for
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de cabível, os dispositivos do Título III da lei que
24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação: instituiu o Código de Defesa do Consumidor".
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a
proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e cento e oitenta dias a contar de sua publicação.
paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou
coletivo". Art. 119. Revogam-se as disposições em
contrário.
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da
de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação: Independência e 102° da República.
"§ 3° Em caso de desistência infundada ou FERNANDO COLLOR
abandono da ação por associação legitimada, o Bernardo Cabral
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a Zélia M. Cardoso de Mello
titularidade ativa". Ozires Silva

Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e


6° ao art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de
1985:
"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser
dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou
característica do dano, ou pela relevância do bem
jurídico a ser protegido.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre
os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal
e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta lei. TESTES
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão
tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, 1. Assinale, dentre as abaixo, a opção incorreta.
75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

a) O Sistema Financeiro é um conjunto de institu- d) Após o Plano Collor, o Banco do Brasil ficou
ições com objetivo de propiciar fluxo de recursos en- responsável por gerir todo o processo de privatiza-
tre poupadores e investidores. ção.
b) Os intermediários financeiros são instituições e) A CVM é classificada como intermediário fi-
que emitem seus próprios passivos. nanceiro.
c) Instituições auxiliares apenas colocam em
contato poupadores e investidores. 6. Assinale a alternativa incorreta :
d) A Instituição financeira que possui capacidade São exemplos de instituições financeiras"
de criar moeda escritural faz parte do sistema mo- a) Bancos Comerciais, Caixas Econômicas e
netário. Cooperativas de Crédito.
e) As bolsas de valores são exemplos de inter- b) Bancos Comerciais, Banco Central e Caixas
mediários financeiros. Econômicas.
c) Bancos de Investimento, Bancos Cooperativos
2. Assinale dentre as abaixo a opção incorreta. e Bancos Múltiplos.
a) As autoridades são classificadas como Autori- d) Companhias Hipotecárias, Agências de Fo-
dades Monetárias e Autoridades de Apoio mento e Sociedades de Crédito Imobiliário.
b) O Banco Central do Brasil é um exemplo de e) Sociedades Distribuidoras, Sociedades de Ar-
autoridade de apoio. rendamento Mercantil e Sociedades Corretoras.
c) O Conselho Monetário Nacional é exemplo de
Autoridade Monetária. 7. Analise as sentenças abaixo e marque a alter-
d) A Comissão de Valores Mobiliários é um e- nativa correta :
xemplo de Autoridade de Apoio. I - A captação de depósitos à vista é operação
e) O BNDES é um exemplo de autoridade de a- passiva típica de Banco Comercial.
poio. II - Descontar títulos é operação passiva típica de
Banco Comercial.
3. Analise as sentenças abaixo e marque a alter- III - Um dos objetivos dos Bancos Comerciais é
nativa correta: proporcionar suprimento oportuno e adequado para
I - Regular o valor interno da moeda, prevenindo financiar a indústria a curto e médio prazos.
ou corrigindo surtos inflacionários ou deflacionários a) Todas as sentenças acima são verdadeiras.
é competência do Conselho Monetário Nacional. b) Apenas I e II são verdadeiras.
II - Autorizar a emissão de papel-moeda é com- c) Apenas I e III são verdadeiras.
petência do Banco Central do Brasil. d) Somente I é verdadeira.
III - No Brasil, o Banco Central é independente, e) Todas as sentenças acima são falsas.
como na Alemanha, Japão e Estados Unidos.
8. Assinale a alternativa incorreta :
a) Todas as sentenças acima são verdadeiras. a) As Caixas Econômicas não integram o Siste-
b) Apenas I e II são verdadeiras. ma Brasileiro de Poupança e Empréstimo.
c) Apenas I e III são verdadeiras. b) As SCFI (financeiras) não podem manter con-
d) Somente I é verdadeira. tas correntes.
e) Todas as sentenças acima são falsas. c) São operações ativas de Banco de Investi-
mento os empréstimos para financiamento de capi-
4. Assinale dentre as abaixo a opção incorreta. tal fixo.
a) A CVM é um órgão normativo. d) É operações passiva das SCR a colocação de
b) A CVM é uma entidade auxiliar (que emite o letras de câmbio.
próprio passivo). e) As Sociedades Corretoras fazem in-
c) A CVM é uma entidade autárquica. termediação nas Bolsas de Valores e de Mercadori-
d) A CVM é uma entidade descentralizada as.
e) A CVM tem como objetivo estimular a pou-
pança no mercado acionário. 9. Assinale a alternativa incorreta :
a) As sociedades distribuidoras possuem acesso
5. Assinale a alternativa correta às Bolsas de Valores e de Mercadorias.
a) O Banco do Brasil tem função típica de Autori- b) As Associações de Poupança e Empréstimo
dade Monetária. são sociedades civis.
b) O BNDES é a instituição responsável pela po- c) A colocação de Letras Imobiliárias é operação
lítica de investimentos de curto e médio prazo do passiva das Sociedades de Crédito Imobiliário
Governo Federal. (SCI).
c) A Caixa Econômica Federal é a instituição fi- d) Às Companhias Hipotecárias não se aplicam
nanceira responsável pela operacionalização das as normas do SFH (Sistema Financeiro da Habita-
políticas para habitação popular e saneamento bá- ção)
sico. e) As agências de fomento foram uma das alter-
nativas criadas para o saneamento dos bancos es-
taduais.
76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

b) A NTN-H é um título que serve como proteção


10. Analise as sentenças abaixo e marque a al- para investidores que possuem passivos vinculados
ternativa correta - a dólar.
I - As carteiras de um Banco Múltiplo envolvem c) Cabe aos Bancos Comerciais controlar a ex-
pelo menos duas carteiras. pansão dos meios de pagamento.
II - A carteira de "leasing" pode fazer parte da d) A cobrança de títulos é operação que diminui
carteira de um Banco Múltiplo. as reservas bancárias
III - Os Bancos de Investimento não podem man- e) O depósito compulsório é um instrumento, uti-
ter contas correntes. lizado pelo Banco Central, para fins de política mo-
netária.
a) Todas as sentenças acima são verdadeiras.
b) Apenas I e II são verdadeiras. 15. Assinale a alternativa incorreta.
c) Apenas I e III são verdadeiras. a) Os leilão informais de título realizados pelo
d) Somente I é verdadeira. Banco Central são denominados de "Go-around".
e) Todas as sentenças acima são falsas. b) Diz-se que o BC está undersold quando o
montante em valor de títulos públicos em poder das
11. Assinale a alternativa correta : instituições financeiras é maior que o estoque de re-
a) São raros os países em que a política monetá- servas bancárias destinado a seu financiamento.
ria é executada pelo Banco Central. c) O controle feito pelo BC via compra e venda
b) A política monetária visa adequar os meios de de moeda é uma forma de controle ágil e rápido so-
pagamento disponíveis às necessidades políticas do bre o volume de recursos em reservas bancárias.
governo. d) O controle via "zeragem automática" se baseia
c) A política cambial é instrumento de política de na suposição que todas as Instituições Financeiras
relações comerciais e financeiras entre um país e ó devem terminar o dia com as contas equilibradas.
conjunto dos demais países. e) O open-market é um mercado secundário de
d) A política monetária envolve a carga tributária títulos públicos.
exercida sobre os agentes econômicos.
e) A política cambial envolve a definição dos gas- 16. Assinale a alternativa incorreta:
tos do governo. a) o mercado interbancário é um mercado ode os
bancos trocam reservas entre si;
12. Analise as sentenças abaixo e marque a al- b) o mercado interbancário assemelhase ao O-
ternativa correta : pen Market mas é lastreado em títulos privados;
I - O déficit primário inclui o cômputo da correção c) o Banco Central não tem acesso ao Mercado
monetária. interbancário;
II - O déficit operacional não inclui o cômputo das d) o mercado interbancário está imune às influ-
despesas financeiras. ências sazonais do fluxo de recursos mantido entre
III - O déficit nominal não inclui o cômputo da o Sistema Bancário e o Governo;
correção monetária e nem o cômputo das despesas e) O custo do dinheiro de um dia negociado no
financeiras. mercado interbancário é muito próximo do custo da
troca das reservas bancárias lastreadas em títulos
a) Todas as sentenças acima são verdadeiras. federais.
b) Apenas I e II são verdadeiras.
c) Apenas I e III são verdadeiras. 17. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
d) Somente I é verdadeira. ção correspondente:
e) Todas as sentenças acima são falsas. I - Houve uma crise de liquidez dos Bancos Es-
taduais em 1990.
13. Assinale a alternativa incorreta : II - Até 1996, nove estados já haviam reestrutu-
São (foram) Títulos do Tesouro Nacional.- rado suas dívidas passando a ter como único credor
a) ORTN e LTN. a União.
b) OTN. III - O SELIC - Sistema Especial de Liquidação e
c) BTN e LFT. Custódia foi criado em 1980.
d) UFIR.
e) NTN. a) todas as assertivas estão corretas;
b) somente as assertivas I e II estão corretas;
c) somente as assertivas I e III estão corretas"
d) somente a assertiva I está correta;
14. Assinale a alternativa correta : e) nenhuma assertiva está correta.
a) A NTN-D é um título que serve como proteção
para investidores que possuem passivos vínculados 18. Assinale a alternativa verdadeira:
a TR. a) CETIP é um sistema computadorizado on-line
e real time;

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

b) Selic é o local onde se custodiam, registram e


liquidam financeiramente as operações feitas com 23. Assinale a alternativa incorreta:
todos os papéis privados; a) home banking é a ligação entre o computador
c) o índice DIEESE arma os sindicatos para ne- do cliente e do banco;
gociações salariais em todo o País; b) a ligação pode ser feita através de linha tele-
d) o IPC - FIPE mede a inflação das famílias fônica;
paulistanas entre 1 e 2 salários mínimos; c) os computadores do cliente e do banco, para
e) o IGP-m é calculado entre os dias 1 e 30 de que seja possível a comunicação, devem ser idênti-
cada mês. cos;
d) um dos serviços típicos de homebanking é a
19. Assinale a alternativa incorreta: sonsulta de saldos.
a) o IPCA-I corrige o saldo devedor dos impostos e) o pager também pode ser utilizado como veí-
através da correção da UFIR; culo do cliente.
b) a TR define os rendimentos das cadernetas de
poupança; 24. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
c) a TR foi criada pelo plano Collor II, ção correspondente:
d) a TR foi criada para ser uma taxa básica refe- I - EDI consiste na troca de documentos eletrôni-
rencial dos juros a serem praticados no mês e não cos em padrão préestabelecido de forma que todo
como um índice que refletisse a inflação do mês an- um processo de negócios seja feito.
terior; II - Remote banking é o atendimento ao cliente
e) a TJLP foi criada em novembro de 1984 para fora das agências bancárias.
estimular o consumo. III - O saque de dinheiro em caixas eletrônicos
são um serviço típico de home banking.
20. Assinale a alternativa incorreta:
a) depósitos à vista em conta-corrente é ativida- a) todas as assertivas estão corretas;
de típica dos Bancos Comerciais; b) somente as assertivas I e II estão corretas;
b) cheque é uma ordem de pagamento à vista; c) somente as assertivas I e III estão corretas;
c) cheques cruzados não podem ser desconta- d) somente a assertiva I está correta;
dos, apenas depositados; e) nenhuma assertiva está correta.
d) os bancos não podem recusar o pagamento
de cheques por insuficiência na assinatura do emi- 25. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
tente; ção correspondente:
e) os cheques acima de R$ 100,00 se não forem I - Desde que respeitados os prazos mínimos, o
nominativos serão devolvidos. CDB é transferível antes de seu vencimento.
II - A transferência pode ser feita através de en-
21. Assinale a alternativa correta com relação à dosso em branco.
cobrança de títulos: III - O RDB também é transferível.
a) a cobrança de títulos é um produto de pouca
importância para os bancos; a) todas as assertivas estão corretas
b) uma vantagem para o Banco é o aumento de b) somente as assertivas I e II estão corretas;
depósitos à vista pelos créditos das liquidações c) somente as assertivas I e III estão corretas;
c) os bloquetos de cobrança bancária não podem d) somente a assertiva I está correta;
circular pela câmara de compensação. e) nenhuma assertiva está correta.
d) os valores resultantes de operação de cobran-
ça são automaticamente debitados da con- 26. Assinale a alternativa incorreta
ta-corrente da empresa cliente,- a) as LC são instrumento de captação específico
e) a capilaridade da rede bancária é uma des- das SCFI-I
vantagem para o cliente. b) as LH são títulos emitidos pelas instituições fi-
nanceiras autorizadas a conceder créditos hipotecá-
22. Analise as assertivas abaixo e assinale a op- rios;
ção correspondente: c) as Li são emitidas por bancos múltiplos com
I - A nota fiscal é um documento fiscal obrigató- carteira comercial;
rio. d) os TDE são emitidos por Bancos de Investi-
II - Fatura é uma relação de notas fiscais corres- mento;
pondente a uma venda a prazo. e) a Cédula Hipotecária pode ser integral ou fra-
III - Duplicata é um título de crédito formal. cionária

a) todas as assertivas estão corretas;


b) somente as assertivas I e II estão corretas;
c) somente as assertivas I e III estão corretas; 27. Assinale a alternativa correta:
d) somente a assertiva I está correta; a) as operações compromissadas de 30 dias de-
e) nenhuma assertiva está correta. vem ser lastreadas por títulos privados;
78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

b) a formação da taxa do hot money é baseada d) o Banco Central permite a outorga de carta de
na taxa do CDI, mais o PIS e mais um spread; fiança para obtenção de liminar em mandado de se-
c) a operação de desconto não dá direito de re- gurança destinado a sustar a cobrança de tributos;
gresso; e) o Banco Central veda a outorga de carta de fi-
d) o financiamento de tributos e tarifas públicas ança em moeda estrangeira, exceto quando se tra-
se dá entre o banco comercial e o Governo; tar de operações ligadas ao comércio exterior.
e) a maior utilização do CDC é na aquisição de
bens imóveis. 32. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
ção correspondente:
28. Assinale a alternativa incorreta I - A classificação tradicional dos fundos de in-
a) o Fundo de Aval é formado por recursos pró- vestimentos é em fundo de renda fixa e fundo de
prios do SEBRAE; renda variável.
b) os cartões magnéticos representam um estí- II - Os fundos de curto prazo possuem média vo-
mulo ao consumo, os saques são efetuados mesmo latilidade.
sem saldo na conta corrente; III - Chinese wall é a separação feita entre a ad-
c) os cartões de cébito também são conhecidos ministração de recursos do fundo e a tesouraria da
como "private labels"; instituição financeira.
d) os cartões inteligentes são dotados de pro-
cessador e memória; a) todas as assertivas estão corretas
e) os cartões de valor agregado representam um b) somente as assertivas I e II estão corretas;
montante pré-pago e aceito em estabelecimentos c) somente as assertivas I e III estão corretas;
devidamente equipados. d) somente a assertiva I está correta;
e) nenhuma assertiva está correta.
29. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
ção correspondente: 33. Assinale a alternativa correta:
I - O Crédito Rural é o suprimento de recursos fi- a) os FIF não sofrem tributação de IR
nanceiros para aplicação exclusiva nas atividades b) os FIF sofrem tributação de IOF;
agropecuárias; c) o BC foi extremamente rigoroso na definição
II - No mínimo 50% da exigibilidade deve ser sa- das regras de aplicação do patrimômio do FIF
tisfeito com crédito a mini ou pequeno produtor; d) as aplicações do Fundo em títulos de um
III - O empréstimo do Governo Federal (EGF) é mesmo grupo financeiro não pode exceder a 20%
viabilizado nas modalidades COV e SOV. de seu PL ajustado;
e) Ações de companhias abertas somente po-
a) todas as assertivas estão corretas dem fazer parte do Fundo até 10% de seu patrimô-
b) somente as assertivas I e II estão corretas; nio.
c) somente as assertivas I e III estão corretas;
d) somente a assertiva I está correta; 34. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
e) nenhuma assertiva está correta. ção correspondente:
I - FIF de curto prazo - compulsório de 50%
30. Assinale a alternativa correta: II - FIF 30 dias - compulsório de 5%
a) através do FINAME, o BB financia a compra III - FIF 60 dias - livres de compulsório
de máquinas e equipamentos para o setor agrope-
cuário; a) todas as assertivas estão corretas
b) o PRONAF é formado por recursos do reco- b) somente as assertivas I e II estão corretas;
lhimento de impostos; c) somente as assertivas I e III estão corretas;
c) o Aval Bancário Completo é também chamado d) somente a assertiva I está correta;
de Aval em Branco; e) nenhuma assertiva está correta.
d) a fiança bancária está sujeita ao IOF
e) se o afiançado não cumprir as obrigações re- 35. Assinale a alternativa incorreta:
lativas à fiança bancária, a operação fica isenta do a) o Fundão (FAF) tinha uma carteira altamente
IOF. amarrada à aplicações compulsórias
b) os FAF-II foram incorporados aos FAC;
31. Assinale a alternativa incorreta: c) o Money Market Fund foi criado com cota em
a) o BID Bond é uma fiança emitida por um ban- URV;
co, a pedido de um cliente, a fim de habilitá-lo a par- d) o depósito especial remunerado foi criado pa-
ticipar de uma concorrência pública no exterior; ra receber cruzados liberados pelo governo;
b) o performance bond é uma fiança prestada e) as carteiras dos FMIS são compostas, pelo
por um banco a um cliente que tenha assumido um menos em 51 %, de ações de companhias fecha-
contrato de execução longa, das.
c) o Banco Central permite a outorga de carta de
fiança à diretoria do banco; 36. Assinale a alternativa incorreta :

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

a) Os títulos de capitalização são regu-


lamentados pela Superintendência de Seguros Pri- 40. Assinale a alternativa correta :
vados (SUSEP) a) "Commercial Papers" são títulos similares aos
b) Sociedades Anônimas financeiras não podem bônus, assemelhando-se, àqueles principalmente
emitir debêntures. no que diz respeito ao prazo.
c) A responsabilidade de assegurar que o emi- b) Certificados de depósito são títulos nominati-
tente cumpra as cláusulas pactuadas na escritura vos emitidos no exterior, com prazo variando entre
compete ao próprio comprador da debênture. 90 e 360 dias.
d) A Securitização consiste na conversão de em- c) O empréstimo pela 4.131 ocorre quando um
préstimos bancários e outros ativos em títulos para banco estrangeiro empresta diretamente recursos
venda a investidores. para uma empresa brasileira.
e) Existem 3 tipos básicos de contrato de "Un- d) Não há qualquer restrição de prazo nas con-
derwriting" , que podem ser realizados, a saber - "s- tratações de empréstimo para repasse ao amparo
traight", "standby" e "best efforts". da Resolução 63.
e) Não há qualquer repasse para o tomador a-
37. Assinale a alternativa correta : lém, obviamente, da variação cambial do montante
a) O contrato de seguro caracteriza-se por, na emprestado.
maioria das vezes não ser oneroso.
b) A apólice de seguros costuma ser, normal- 41. Assinale a alternativa incorreta :
mente, emitida em três vias. a) Os "Par bonds" têm prazo de 30 anos e foram
c) O contrato de seguro, uma vez realizado, não oferecidos em troca da dívida antiga na proporção
pode ter quaisquer de seus elementos alterados. de 1:1.
d) Franquia é o valor do prejuízo que fica a cargo b) Os "Discount Bonds" foram emitidos à propor-
do segurado, só respondendo a Seguradora por da- ção de 65% da divida antiga, tendo sido deposita-
nos que ultra passem este valor. dos pelo Brasil, a título de garantia, os juros de 12
e) O Cosseguro pode ser conceituado como o meses, em dinheiro.
seguro do segurador. c) Os FLIRBs foram oferecidos em troca da dívi-
da antiga na proporção de 1:1.
38. Assinale a alternativa incorreta : d) Nos Bônus de Redução de Juros com Capita-
a) O conceito de Engenharia Financeira abrange, lização Parcial (FLIRB-C) não há previsão de prazo
por exemplo, a intervenção de uma Instituição Fi- de carência.
nanceira para o reescalonamento de dívida junto a e) Os chamados Bônus de Reestruturação con-
credores de uma empresa em dificuldades financei- sistem, na verdade, na recontratação da dívida ve-
ras. lha por novos contratos de empréstimo ao par.
b) As operações inclusas no conceito de Corpo-
rate Finance envolvem a intermediação de fusões, 42. Assinale a alternativa incorreta, com relação
cisões e incorporações de empresas. às operações de "factoring"
c) "Takeover Bid" é a aquisição do controle acio- a) A pessoa que vende seus ativos é denomina-
nário de uma empresa através do mercado de a- da de "sacador".
ções. b) A casa compradora representa a empresa que
d) O "Takeover Bid" pode ser hostil ou amigável. fornecerá o dinheiro ao sacador pelo ativo.
e) A operação de "Tender Offer" consiste em c) Existe, nas operações de "factoring", um de-
uma oferta de compra da empresa a valor de mer- ságio em relação ao valor de face dos títulos nego-
cado, não envolvendo qualquer prêmio sobre tal va- ciados.
lor. d) No Brasil, todas as modalidades de "factoring"
conhecidas estão sendo atualmente utilizadas.
39. Analise as afirmativas abaixo e marque a op- e) As principais fontes de captação utilizadas pe-
ção correta. las empresas de "factoring" são a emissão de de-
I - O termo bônus é usado tradicionalmente, no bêntures e "Commercial Papers".
exterior, para títulos com mais de 10 anos de prazo.
II - Eurobônus e Euronotes são termos que ca- 43. Assinale a alternativa correta :
racterizam a emissão de títulos denominados em a) Os ADRs (American Depositary Receipts) na-
dólar no próprio mercado americano. da mais são do que títulos, emitidos e passíveis de
III - Nos bônus conversíveis, a empresa emissora negociação no exterior, representativos de ações de
oferece ao investidor a possibilidade de trocar os tí- empresas brasileiras negociadas em bolsa, ficando
tulos por ações de sua própria emissão. tais ações aqui custodiadas.
b) O mercado de "commodities" têm como carac-
a) todas as assertivas estão corretas terística básica a predominância de seus negócios
b) somente as assertivas I e II estão corretas; no mercado à vista (Spot).
c) somente as assertivas I e III estão corretas; c) O "open-market" ( Mercado Aberto pode ser
d) somente a assertiva I está correta; conceituado como o mercado no qual atua o Banco
e) nenhuma assertiva está correta. Central de cada país, comprando e vendendo títu-
80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

los, não se caracterizando, no entanto, como ins-


trumento ativo de política monetária. 47. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
d) O mercado acionário de balcão consegue ofe- ção correspondente:
recer as mesmas garantias proporcionadas ao in- I - As opções podem dar ao comprador o direito
vestidor pelas Bolsas de Valores. de comprar ou vender o ativo objeto até a (ou na)
e) O mercado fracionário de ações caracteriza-se data do vencimento.
pela possibilidade de negociação limitada a lotes de II - Nas opções americanas, o exercício deve o-
100 ou 1.000 ações. correr necessariamente na data de vencimento.
III - A expectativa do lançador de uma opção de
44. Assinale a alternativa incorreta : venda é de baixa do preço do ativo objeto.
a) No mercado internacional de ouro, as princi-
pais praças de negociação são Londres e Zurique a) todas as assertivas estão corretas
(Mercado de Balcão) e Nova York (Bolsa de Merca- b) somente as assertivas I e II estão corretas;
dorias de Nova York) c) somente as assertivas I e III estão corretas;
b) A cotação do ouro, no Brasil, é feita em dóla- d) somente a assertiva I está correta;
res por "onça-troy" de ouro puro, de forma a se coa- e) nenhuma assertiva está correta.
dunar com os padrões internacionais.
c) O mercado "spot" de ouro abrange as opera- 48. Assinale a alternativa incorreta
ções com entrega, em geral, 24 horas depois da
compra/venda, ao preço do dia. a) SWAP são derivativos que permitem a troca
d) O sistema SINO é o utilizado pela CETIP para de indexação de montantes ativos e passivos;
centralizar as negociações com ouro ocorridas no b) uma empresa possuidora de um passivo em
âmbito deste mercado de balcão. A cotação do ouro dólar pode se proteger do risco de uma eventual
nas principais praças internacionais utiliza a "on- desvalorização cambial entrando na ponta vendida
ça-troy" como unidade de medida, sendo que 1 "on- de um SWAP pré x dólar;
ça troy" equivale a 31,10 gramas. c) a liquidação dos contratos de SWAP dá-se pe-
la diferença entre os montante indexados apurados
45. Assinale a alternativa incorreta: na data do vencimento;
a) no Brasil, as negociações do mercado de deri- d) o mercado de SWAP tem como característica
vativos concentram-se na Bolsa de Mercadorias e a grande participação de pessoas físicas no papel
Futuros (BM&F) de São Paulo e na Bolsa Brasileira de "hedger"
de Futuros (BBF) do Rio de Janeiro; e) dentre os indicadores principais utilizados nas
b) o especulador caracteriza-se por ser um agen- operações de SWAP podemos citar CDI (taxa pós),
te que, necessariamente, possui algum tipo de vín- dólar (variação cambial) e IGP-M.
culo com a mercadoria objeto da operação;
c) os mercados futuros são uma forma eficaz de 49. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
eliminar o risco do investidor que detenha determi- ção correspondente:
nada posição física em um ativo; I - O Acordo da Basiléia relaciona-se ao controle
d) os contratos futuros diferem dos contratos a dos padrões de solvência e liquidez das instituições
termo por terem especificações padronizadas pelas componentes do Sistema Financeiro;
bolsas onde são negociados; II - O valor do patrimônio líquido exigido das insti-
e) ao estar comprada em um contrato futuro de tuições financeiras é obtido através da aplicação do
dólar, a instituição financeira tem expectativa de alta percentual de 8% sobre o ativo ponderado pelo per-
da taxa de câmbio até o vencimento do contrato. centual de risco;
III - Pode-se ainda, pelo acordo da Basiléia, con-
46. Analise as assertivas abaixo e assinale a op- tinuar a calcular o limite de enquadramento das ins-
ção correspondente tituições a partir da estrutura de seus passivos.
I - Nos mercados futuros, há realização diária de
lucros ou prejuízos através do mecanismo de "ajus- a) todas as assertivas estão corretas
tes diários". b) somente as assertivas I e II estão corretas;
II - Existe um mercado secundário ativo para os c) somente as assertivas I e III estão corretas;
contratos futuros. d) somente a assertiva I está correta;
III -O raciocínio do mercado futuro de taxa média e) nenhuma assertiva está correta.
de depósitos interfinanceiros de um dia (futuro de
DI) deve ser inverso àquele utilizado no mercado fu- 50. Analise as assertivas abaixo e assinale a op-
turo de dólar. ção correspondente:
I - O PROER é instrumento hábil para resguardar
a) todas as assertivas estão corretas os interesses dos depositantes e investidores.
b) somente as assertivas I e II estão corretas; II - No âmbito do PROER, as chamadas moedas
c) somente as assertivas I e III estão corretas; podres são reconhecidas em sua totalidade pelo
d) somente a assertiva I está correta; Banco Central, não havendo qualquer tipo de desá-
e) nenhuma assertiva está correta. gio.
81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

III - O FGC garante o total de créditos de cada caras que trabalham nesse sistema.
pessoa contra determinada instituição (ou conglo-
merado financeiro) até o valor máximo de R$ Considere as seguintes afirmações:
20.000,00. I. Muitos consumidores das cercanias de São
Paulo passaram a cultivar hortas domésticas, em
a) todas as assertivas estão corretas que podem colher verduras não contaminadas.
b) somente as assertivas I e II estão corretas; II. Um hábito da Idade Média inspirou várias fa-
c) somente as assertivas I e III estão corretas; mílias que, morando nas cercanias da Serra da
d) somente a assertiva I está correta; Cantareira, resolveram fazer das hortas comunitá-
e) nenhuma assertiva está correta. rias autênticas feiras livres.
III. A venda de hortaliças diretamente do produtor
para o consumidor traz, para aquele, vantagens fi-

GABARITO nanceiras e, para este, a garantia de produtos mais


saudáveis.

1. Em relação ao texto, está correto SOMEN-


1. E 2. B 3. D 4. B 5. C TE o que se afirma em
6. B 7. C 8. A 9. A 10. A a) I.
11. C 12. E 13. D 14. E 15. B b) II.
16. D 17. A 18. C 19. E 20. D c) III.
21. B 22. A 23. C 24. B 25. D d) I e II.
26. C 27. B 28. B 29. A 30. B e) II e III.
31. C 32. C 33. D 34. A 35. E
36. C 37. D 38. E 39. C 40. C São grandes as vantagens que ...... da compra
41. D 42. D 43. A 44. B 45. B direta de hortaliças (ou dos ...... , em geral); sabem
disso aqueles que já se ...... e pensaram nos males
46. A 47. D 48. D 49. B 50 - A
dos agrotóxicos.

2. Completam corretamente as lacunas do pe-


PROVA CEF - 2000 ríodo acima:
a) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
b) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
c) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
PORTUGUÊS d) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
e) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram

3. A frase corretamente construída é:


Atenção: As cinco questões abaixo referem-se
a) Alface, rúcula, pepino e outros legumes es-
ao texto que segue.
palham-se aos dezessete hectares na Chácara do
Frade.
Várias famílias percorrem dez ou mais quilôme-
b) As pessoas preferem os legumes de cujo
tros com destino à Serra da Cantareira, mais preci-
risco de agrotóxicos seja evitado.
samente à Chácara do Frade, com seus dezessete
c) Foi na Idade Média onde começou a surgir
hectares tomados por alface, rúcula, pepino, cenou-
a venda direta do plantio ao consumidor.
ra e dezenas de outras hortaliças. As pessoas ca-
d) Os agrotóxicos, com que estão contamina-
minham entre os canteiros, trocam informações so-
dos os legumes nos supermercados, são evitados
bre o plantio, escolhem o que comprar e levam pro-
pelo produtor José Frade.
dutos fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxi-
e) Comprar hortaliças do próprio produtor é
cos.
uma providência de que muitas pessoas já começa-
ram a se habituar.
Cada vez mais hortas instaladas perto da capital
estão abrindo suas portas aos visitantes. O proprie-
4. Transpondo para a voz passiva a frase "Es-
tário, José Frade, lucra com a venda direta. O con-
tão abrindo suas portas aos visitantes", a forma ver-
sumidor, por sua vez, garante a qualidade do que
bal resultante será ...... .
está comendo.
a) serão abertas
b) são abertas
Na Europa, isso é muito comum. Desde a Idade
c) têm sido abertas
Média, durante a época da colheita, as plantações
d) têm aberto
dos vilarejos vizinhos às cidades se transformam
e) estão sendo abertas
em verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está
apenas começando. Num raio de cem quilômetros
Na Chácara do Frade, as pessoas olham os can-
da capital já existem pelo menos nove sítios e chá-
teiros e percorrem os canteiros informando-se sobre
82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

o que está plantado nos canteiros. fessores, das universidades públicas; estes, desa-
nimados, fazem greve, ou: as trocam pelas institui-
5. Eliminam-se as repetições viciosas da frase ções privadas.
acima substituindo-se corretamente os termos
sublinhados por: Atenção: As cinco questões abaixo referem-se
a) percorrem eles - lhes está plantado ao texto que segue.
b) os percorrem - neles está plantado
c) percorrem-lhes - neles está plantado Os velhos das cidadezinhas do interior parecem
d) os percorrem - está plantado-lhes muito mais plenamente velhos que os das metrópo-
e) percorrem-lhes - lhes está plantado les. Não se trata da idade real de uns e outros, que
pode até ser a mesma, mas dos tempos distintos
Atenção: As duas questões abaixo referem-se ao que eles parecem habitar. Na agitação dos grandes
texto que segue. centros, até mesmo a velhice parece ainda estar in-
tegrada na correria; os velhos guardam alguma an-
É grave o quadro atual do ensino superior. A siedade no olhar, nos modos, na lentidão aflita de
greve de professores paralisa boa parte das univer- quem se sente fora do compasso. Na calmaria das
sidades federais. As universidades públicas estão cidades pequeninas, é como se a velhice de cada
amargando uma espécie de êxodo de seus melho- um reafirmasse a que vem das montanhas e dos
res profissionais. Têm cada vez menos condições horizontes, velhice quase eterna, pousada no tem-
de competir com os salários pagos pelas instituições po.
privadas.
Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos:
6. Indique o período que resume, de forma cla- aquele chapéu de feltro manchado, aquelas largas
ra e exata, as informações do texto, e que não a- calças de brim cáqui, incontavelmente lavadas, a-
presenta incorreção gramatical alguma. quele puído dos punhos de camisas já sem cor - tu-
a) Devido a pagarem mal os professores, es- do combina admiravelmente com a enorme jaqueira
tão havendo greves nas universidades federais, em do quintal, com a generosa figueira da praça, com
que os melhores profissionais procuram as institui- as teias no campanário da igreja. E os hábitos? Pi-
ções privadas. ca-se o fumo de corda, lentamente, com um canive-
b) Os professores do ensino superior oficial es- te herdado do século passado, enquanto a conversa
tão fazendo greve, ou mesmo êxodo para as parti- mole se desenrola sem pressa e sem destino.
culares, já que seus salários não são competitivos.
c) Como os salários que pagam estão cada Na cidade grande, há um quadro que se repete
vez mais baixos, as universidades públicas estão mil vezes ao dia, e que talvez já diga tudo: o velhi-
sofrendo greves e o êxodo de seus melhores pro- nho, no cruzamento perigoso, decide-se, enfim, a
fessores. atravessar a avenida, e o faz com aflição, um braço
d) As universidades particulares atraem os estendido em sinal de pare aos motoristas apressa-
professores das oficiais, em virtude dos salários que dos, enquanto amiúda o que pode o próprio passo.
pagam, e que chegam a provocarem greves. Parece suplicar ao tempo que diminua seu ritmo,
e) Há êxodo ou greve dos professores das u- que lhe dê a oportunidade de contemplar mais de-
niversidades federais para as particulares, onde os moradamente os ponteiros invisíveis dos dias pas-
salários as tornam muito mais competitivas. sados, e de sondar com calma, nas nuvens mais al-
tas, o sentido de sua própria história.
7. Indique o período cuja pontuação está intei-
ramente correta. Há, pois, velhices e velhices - até que chegue o
a) Há muito, vêm caindo os salários dos pro- dia em que ninguém mais tenha tempo para de fato
fessores das universidades públicas, estes desani- envelhecer.
mados fazem greve ou, as trocam pelas instituições
privadas. Celso de Oliveira
b) Há muito vêm caindo os salários, dos pro-
fessores das universidades públicas: estes desani- 8. A frase "Os velhos das cidadezinhas do in-
mados, fazem greve ou as trocam, pelas instituições terior parecem muito mais plenamente velhos que
privadas. os das metrópoles" constitui uma:
c) Há muito, vêm caindo, os salários dos pro- a) impressão que o autor sustenta ao longo do
fessores das universidades públicas; estes desani- texto, por meio de comparações.
mados fazem greve, ou as trocam pelas instituições b) impressão passageira, que o autor relativiza
privadas. ao longo do texto.
d) Há muito vêm caindo os salários dos pro- c) falsa hipótese, que a argumentação do au-
fessores das universidades públicas; estes, desani- tor demolirá.
mados, fazem greve ou as trocam pelas instituições d) previsão feita pelo autor, a partir de obser-
privadas. vações feitas nas grandes e nas pequenas cidades.
e) Há muito vêm caindo, os salários dos pro- e) opinião do autor, para quem a velhice é
83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

mais opressiva nas cidadezinhas que nas metrópo- d) "a conversa mole se desenrola" = a expla-
les. nação é detalhada.
e) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve
Considere as seguintes afirmações: desacelerar suas passadas.
I. Também nas roupas dos velhinhos interioranos
as marcas do tempo parecem mais antigas. Atenção: As treze questões abaixo referem-se ao
II. Na cidade grande, a velhice parece indiferente texto que segue:
à agitação geral.
III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto No início do século XX, a afeição pelo campo era
que fazem os velhinhos nos cruzamentos. uma característica comum a muitos ingleses. Já no
final do século XVIII, dera origem ao sentimento de
9. Em relação ao texto, está correto o que se saudade de casa tão característico dos viajantes in-
afirma SOMENTE em: gleses no exterior, como William Beckford, no leito
a) I. de seu quarto de hotel português, em 1787, "asse-
b) II. diado a noite toda por idéias rurais da Inglaterra." À
c) III. medida que as fábricas se multiplicavam, a nostal-
d) I e III. gia do morador da cidade refletia-se em seu peque-
e) II e III. no jardim, nos animais de estimação, nas férias
passadas na Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no
10. Indique a afirmação INCORRETA em rela- gosto pelas flores silvestres e a observação de pás-
ção ao texto: saros, e no sonho com um chalé de fim de semana
a) Roupas, canivetes, árvores e campanário no campo. Hoje em dia, ela pode ser observada na
são aqui utilizados como marcas da velhice. popularidade que se conserva daqueles autores
b) autor julga que, nas cidadezinhas interiora- conscientemente "rurais" que, do século XVII ao XX,
nas, a vida é bem mais longa que nos grandes cen- sustentaram o mito de uma arcádia campestre.
tros.
c) Hábitos como o de picar fumo de corda de- Em alguns ingleses, no historiador G.M. Trevel-
notam relações com o tempo que já não existem yan, por exemplo, o amor pela natureza selvagem
nas metrópoles. foi muito além desses anseios vagamente rurais.
d) que um velhinho da cidade grande parece Lamentava, em um dos seus textos mais eloqüen-
suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de vida tes, de 1931, a destruição da Inglaterra rural e pro-
compatível com sua idade. clamava a importância do cenário da natureza para
e) autor sugere que, nas cidadezinhas interio- a vida espiritual do homem. Sustentava que até o fi-
ranas, a velhice parece harmonizar-se com a pró- nal do século XVIII as obras do homem apenas se
pria natureza. somavam às belezas da natureza; depois, dizia, ti-
nha sido rápida a deterioração. A beleza não mais
11. O sentido do último parágrafo do texto deve era produzida pelas circunstâncias econômicas co-
ser assim entendido: muns e só restava, como esperança, a conservação
a) Do jeito que as coisas estão, os velhos pa- do que ainda não fora destruído. Defendia que as
recem não ter qualquer importância. terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, a maio-
b) Tudo leva a crer que os velhos serão cada ria completamente inculta, deveriam ser mantidas
vez mais escassos, dado o atropelo da vida moder- assim.
na.
c) prestígio do que é novo é tão grande que já Há apenas poucos séculos, a mera idéia de re-
ninguém repara na existência dos velhos. sistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria
d) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão ininteligível. Como teria progredido a civilização sem
harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o pró- a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a con-
prio envelhecimento. versão da paisagem agreste em terra colonizada
e) No ritmo em que as coisas vão, a própria pelo homem? A tarefa do homem, nas palavras do
velhice talvez não venha a ter tempo para tomar Gênesis, era "encher a terra e submetê-la". A agri-
consciência de si mesma. cultura estava para a terra como o cozimento para a
carne crua. Convertia natureza em cultura. Terra
12. Indique a alternativa em que se traduz cor- não cultivada significava homens incultos. E quando
retamente o sentido de uma expressão do texto, os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massa-
considerado o contexto. chusetts, parte de sua argumentação em defesa da
a) "parecem muito mais plenamente velhos" = ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles
dão a impressão de se ressentirem mais dos males que por si mesmos não submetiam e cultivavam a
da velhice. terra não tinham direito de impedir que outros o fi-
b) "guardam alguma ansiedade no olhar" = zessem.
seus olhos revelam poucas expectativas.
c) "fora do compasso" = num distinto anda- 13. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do tex-
mento. to, a inclinação dos ingleses pelo espaço rural, o au-
84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

tor c) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos


a) busca enfatizar o que ocorre no século XX, que acreditavam na força da agricultura para o pro-
em que a afeição pelo campo lhe parece ser real- gresso da civilização.
mente mais genuína. d) confirmação de que terras incultas são en-
b) a caracteriza em diferentes momentos histó- traves que, há séculos, subtraem ao homem o direi-
ricos, tomando como referência distintas situações to de progredir.
em que ela se manifesta. e) comprovação de que, há poucos séculos, o
c) cita costumes do povo inglês destruídos pe- cultivo da terra era entendido como sinônimo de ci-
la aceleração do crescimento das fábricas, causa de vilização.
sua impossibilidade de volta periódica ao campo.
d) refere autores que procuraram consciente- 17. Assinale a afirmação INCORRETA.
mente manter sua popularidade explorando temas a) Infere-se do texto que as palavras do Gêne-
"rurais" para mostrar como se criou o mito de um sis foram entendidas por muitos como estímulo a
paraíso campestre. derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores,
e) particulariza o espaço estrangeiro visitado matar insetos nocivos, arrancar parasitas, drenar
pelos ingleses - Portugal - para esclarecer o que os pântanos.
indivíduos buscavam e não podia ser encontrado na b) paralelo estabelecido entre o cultivo da terra
sua pátria. e o cozimento dos alimentos é feito para se pôr em
evidência a ação do homem sobre a natureza.
Leia com atenção as afirmações abaixo sobre o c) texto mostra que o amor pela natureza sel-
segundo parágrafo do texto. vagem está na base da relação que se estabelece
I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o autor entre cultivo da terra e civilização.
apresenta um outro matiz da relação do espírito d) texto mostra que o amor à natureza selva-
inglês com o espaço rural. gem, considerado como barbárie, permitiu que cer-
II. O autor assinala os pontos mais relevantes tos povos se dessem o direito de apoderar-se dela.
referidos por G.M Trevelyan para comprovar a idéia e) Gênesis foi citado no texto porque o crédito
universalmente aceita de que o contato com a natu- dado às palavras bíblicas explicaria o desejo huma-
reza é importante para o espírito. no de transformar a natureza selvagem pensando
III. O historiador inglês revela pessimismo, a cu- no bem-estar do homem.
jos fundamentos ele não faz nenhuma referência no
texto. 18. Assinale a alternativa que apresenta ERRO
de concordância.
14. São corretas: a) Não que os esteja considerando inválido,
a) I, somente. mas o professor gostaria de conhecer os estudos de
b) III, somente. que se retirou os dados mencionados no texto.
c) I e III, somente. b) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada,
d) II e III, somente. o mais possível, a agricultura em regiões de flores-
e) I, II e III. ta; são áreas tidas como adequadas à preservação
de espécies em vias de extinção.
15. As indagações presentes no terceiro pará- c) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas
grafo representam, no texto, que defendem o cultivo incondicional da terra, assim
a) pontos relevantes sobre os quais a humani- como deve haver muitos que condenam qualquer al-
dade ainda não refletiu. teração da paisagem natural, por menor que seja.
b) perguntas que historiadores faziam às pes- d) Nem sempre são suficientes dados estatisti-
soas para convencê-las da importância do culto à camente comprovados para que as pessoas se
natureza. convençam da necessidade de repensarem suas
c) os pontos mais discutidos quando se falava convicções, trate-se de assuntos polêmicos ou não.
do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo e) Faz séculos que filósofos discutem as rela-
campo. ções ideais entre os homens e a natureza, questão
d) questões possivelmente levantadas pelos que nem sempre lhes parece passível de consenso.
que procurassem entender a razão de muitas pes-
soas não considerarem a agricultura um bem em si. 19. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
e) aspectos importantes sobre a relação entre erro algum de concordância.
a natureza e o homem, úteis como argumentos a a) Já há muito tempo tinha sido feito por impor-
favor da idéia defendida por Trevelyan. tante estudioso previsões pessimistas quanto ao
destino das áreas rurais na Inglaterra, mas muitos
16. No último parágrafo do texto, o comentário não as consideraram.
sobre os ingleses seiscentistas foi feito como: b) Às vezes não basta alguns comentários so-
a) denúncia dos falsos argumentos utilizados bre a importância do cenário da natureza para a vi-
por aqueles que ocupam territórios indígenas. da espiritual do homem no sentido de que se tentem
b) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na evitar mais prejuízos ao meio ambiente.
tarefa de colonização do território americano. c) Certos argumentos de G.M. Trevelyan tor-
85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

naram vulnerável certas visões acerca do modo Do século XVII ao XX circulou na Europa, com
como deveriam ser tratadas terras incultas. bastante intensidade, o mito de uma arcádia cam-
d) Segundo o que se diz no texto, os ingleses pestre. Muitos escritores ingleses sustentaram tam-
havia de terem se preocupado com a legitimação de bém esse mito durante séculos; os textos desses
sua tarefa de ocupação dos territórios indígenas. autores ingleses são até hoje bastante populares.
e) Quaisquer que sejam os rumos das cidades
contemporâneas, sempre haverá os que lamentarão 23. Reescrevendo-se o segundo período e
a perda da vida em contato direto com a natureza. substituindo-se os termos grifados acima por pro-
nomes correspondentes, obtém-se corretamente:
20. Assinale a alternativa em que há regência a) Muitos escritores ingleses, os quais textos
INCORRETA. são até hoje bastante populares, o sustentaram
a) O empenho com que G.M. Trevelyan dedi- também durante séculos.
cou-se à sua causa foi reconhecido por outros, prin- b) Muitos escritores ingleses, cujos textos são
cipalmente pelo autor do texto. até hoje bastante populares, sustentaram-lhe tam-
b) A crise em que passa a civilização contem- bém durante séculos.
porânea é visível em muitos aspectos, inclusive na c) Muitos escritores ingleses, cujos os textos
relação do homem com a natureza selvagem. são até hoje bastante populares, sustentaram-no
c) O homem sempre esteve disposto a dialo- também durante séculos.
gar com a natureza, mas esse diálogo nem sempre d) Muitos escritores ingleses, cujos textos são
se deu segundo os mesmos interesses ao longo dos até hoje bastante populares, sustentaram-no tam-
séculos. bém durante séculos.
d) Muitos consideram ofensivo à natureza con- e) Muitos escritores ingleses, que os textos de-
siderá-la como algo à disposição das necessidades les são até hoje bastante populares, sustentaram-
humanas. lhe também durante séculos.
e) Acompanhar a relação do ser humano com
o campo através dos séculos propicia ao estudioso Leia com atenção as frases que se seguem.
observar situações de que o homem nem sempre I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza
pode orgulhar-se. ainda não deteriorada pelo homem.
II. Durante séculos a atividade humana comple-
21. Assinale a alternativa em que há ERRO de mentou as belezas naturais.
flexão verbal e/ou nominal. III. Chegou o tempo em que a atividade humana
a) Receemos pelo futuro, dizem alguns espe- começou a degradar as belezas naturais.
cialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos não de-
tiverem a deterioração ambiental, a humanidade 24. Assinale a alternativa em que as frases a-
corre sérios riscos. cima estão em correta relação lógica, de acordo
b) Crêem certos estudiosos que convém estu- com o texto.
dar profunda e seriamente o progresso da civiliza- a) Chegou o tempo em que a atividade huma-
ção quando ele implica destruir o que a natureza le- na começou a degradar as belezas naturais, mesmo
vou milhões de anos para sedimentar. tendo acontecido de, antes, complementá-las, logo
c) Quando, na década de 30, o historiador in- que se iniciou a luta pela conservação da natureza
glês interviu na discussão sobre o tratamento dis- ainda não deteriorada pelo homem.
pensado às terras adquiridas pelo Patrimônio Na- b) Iniciou-se a luta pela conservação da natu-
cional, muitos não contiveram seu desagrado. reza ainda não deteriorada pelo homem, quando
d) Dizem alguns observadores que, quando as ocorreu o tempo de a atividade humana começar a
pessoas virem o que resta da natureza sem as mar- degradar as belezas naturais, visto que, durante sé-
cas predatórias do homem, elas próprias buscarão culos, a atividade humana complementou as bele-
frear as atividades consideradas negativas para o zas naturais.
meio ambiente. c) Assim que chegou o tempo de a atividade
e) Elementos da natureza são verdadeiros ar- humana começar a degradar as belezas naturais, i-
tesãos de obras-primas; se os homens as desfize- niciou-se a luta pela conservação da natureza ainda
rem, estarão cometendo crime contra a humanida- não deteriorada pelo homem, à proporção que, du-
de. rante séculos, a atividade humana complementou
as belezas naturais.
22. No segundo período do primeiro parágrafo, d) Iniciou-se a luta pela conservação da natu-
a forma verbal "dera" pode ser substituída pela for- reza ainda não deteriorada pelo homem, embora a
ma correspondente: atividade humana tivesse, durante séculos, com-
a) haveria dado. plementado as belezas naturais, quando chegou o
b) havia dado. tempo de degradá-las.
c) teria dado. e) Apesar de, durante séculos, a atividade hu-
d) havia sido dado. mana ter complementado as belezas naturais, che-
e) tinha sido dado. gou o tempo em que ela começou a degradá-las,
por isso iniciou-se a luta pela conservação da natu-
86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

reza ainda não deteriorada pelo homem. necessárias para que y realize essa tarefa é
a) 4
25. As frases abaixo, tiradas do texto, apresen- b) 5
tam alterações em sua pontuação original. Assinale c) 6
a alternativa em que a alteração acarretou frase d) 7
pontuada de maneira INCORRETA. e) 8
a) Hoje em dia ela pode ser observada na po-
pularidade, que se conserva daqueles autores 28. Em uma agência bancária trabalham 40
conscientemente "rurais" que do século XVII ao XX, homens e 25 mulheres. Se, do total de homens,
sustentaram o mito de uma arcádia campestre. 80% não são fumantes e, do total de mulheres, 12%
b) Em alguns ingleses - no historiador G.M. são fumantes, então o número de funcionários des-
Trevelyan, por exemplo - , o amor pela natureza sa agência que são homens ou fumantes é
selvagem foi muito além desses anseios vagamente a) 42
rurais. b) 43
c) Sustentava que, até o final do século XVIII, c) 45
as obras do homem apenas se somavam às bele- d) 48
zas da natureza; depois, dizia, tinha sido rápida a e) 49
deterioração.
d) A beleza não mais era produzida pelas cir- 29. Ao receber moedas como parte de um pa-
cunstâncias econômicas comuns e só restava como gamento, um caixa de uma agência bancária contou
esperança a conservação do que ainda não fora t moedas de 1 real, y de 50 centavos, z de 10 cen-
destruído. tavos e w de 5 centavos. Ao conferir o total, perce-
e) E quando os ingleses seiscentistas muda- beu que havia cometido um engano: contara 3 das
ram-se para Massachusetts, parte de sua argumen- moedas de 5 centavos como sendo de 50 centavos
tação em defesa da ocupação dos territórios indíge- e 3 das moedas de 1 real como sendo de 10 centa-
nas foi que aqueles que, por si mesmos, não sub- vos. Nessas condições, a quantia correta é igual à
metiam e cultivavam a terra não tinham direito de inicial
impedir que outros o fizessem. a) acrescida de R$ 1,35
b) diminuída de R$ 1,35
c) acrescida de R$ 1,65

MATEMÁTICA d) diminuída de R$ 1,75


e) acrescida de R$ 1,75

30. Seja f a função do 2o grau representada no


gráfico abaixo.
26. Para todo número real x, tal que 0 < x < 1, pode-
se considerar 2 - x como uma boa aproximação para o va-

lor de: Nessas condições, a razão positiva


entre o erro cometido ao se fazer essa aproxima-
ção e o valor correto da expressão, nessa ordem,
é:

A)
Essa função é dada por:
B)
A)
c) x2
B)
D) C)

E)
D)

E)

31. Calculando-se o valor de,


27. Uma pessoa x pode realizar uma certa tare-
fa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais efici-
ente que x. Nessas condições, o número de horas
87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

seguintes considere o enunciado abaixo.

obtém-se: Um industrial, pretendendo ampliar as instala-


a) log 3 1/5 ções de sua empresa, solicita R$ 200 000,00 em-
b) 1/3 prestados a um banco, que entrega a quantia no a-
c) 1/5 to. Sabe-se que os juros serão pagos anualmente, à
d) -1/3 taxa de 10% a.a., e que o capital será amortizado
e) -1 em 4 parcelas anuais, pelo Sistema de Amortização
Constante (SAC).
32. Um capital foi aplicado a juro simples e, ao
completar um período de 1 ano e 4 meses, produziu 37. O valor da terceira prestação deverá ser
um montante equivalente a 7/5 de seu valor. A taxa a) R$ 60 000,00
mensal dessa aplicação foi de b) R$ 65 000,00
a) 2% c) R$ 68 000,00
b) 2,2% d) R$ 70 000,00
c) 2,5% e) R$ 75 000,00
d) 2,6%
e) 2,8% 38. Os juros pagos por esse empréstimo deve-
rão totalizar a quantia de
33. Um capital de R$ 15 000,00 foi aplicado a a) R$ 40 000,00
juro simples à taxa bimestral de 3%. Para que seja b) R$ 45 000,00
obtido um montante de R$ 19050,00, o prazo dessa c) R$ 50 000,00
aplicação deverá ser de d) R$ 55 000,00
a) 1 ano e 10 meses. e) R$ 60 000,00
b) 1 ano e 9 meses.
c) 1 ano e 8 meses. 39. Numa pista circular de autorama, um carri-
d) 1 ano e 6 meses. nho vermelho dá uma volta a cada 72 segundos e
e) 1 ano e 4 meses. um carrinho azul dá uma volta a cada 80 segundos.
Se os dois carrinhos partiram juntos, quantas voltas
34. Um capital de R$ 2 500,00 esteve aplicado terá dado o mais lento até o momento em que am-
à taxa mensal de 2%, num regime de capitalização bos voltarão a estar lado a lado no ponto de parti-
composta. Após um período de 2 meses, os juros da?
resultantes dessa aplicação serão a) 6
a) R$ 98,00 b) 7
b) R$ 101,00 c) 8
c) R$ 110,00 d) 9
d) R$ 114,00 e) 10
e) R$ 121,00

35. Pretendendo guardar uma certa quantia


para as festas de fim de ano, uma pessoa depo-
sitou R$ 2 000,00 em 05/06/97 e R$ 3 000,00
em 05/09/97. Se o banco pagou juros compostos
à taxa de 10% ao trimestre, em 05/12/97 essa pes-
soa tinha um total de
a) R$ 5 320,00
b) R$ 5 480,00
c) R$ 5 620,00
d) R$ 5 680,00
e) R$ 5 720,00

36. Um trator pode ser comprado à vista por um


preço v, ou pago em 3 parcelas anuais de R$
36000,00, a primeira dada no ato da compra. Nesse
caso, incidem juros compostos de 20% a.a. sobre o
saldo devedor. Nessas condições o preço v é
a) R$ 75 000,00
b) R$ 88 000,00
c) R$ 91 000,00
d) R$ 95 000,00
e) R$ 97 000,00
Instruções: Para responder às duas questões Na figura abaixo tem-se um cubo formado por 64
88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

cubinhos iguais. d) Em 14/03 às 22 h.


e) Em 15/03 às 2 h.

44. faxineiro A limpa certo salão em 4 horas. O


faxineiro B faz o mesmo serviço em 3 horas. Se A e
B trabalharem juntos, em quanto tempo, aproxima-
damente, espera-se que o serviço seja feito?
a) 2 horas e 7 minutos.
b) 2 horas e 5 minutos.
c) 1 hora e 57 minutos.
d) 1 hora e 43 minutos.
e) 1 hora e 36 minutos.

Na volta toda de um prédio, em cada andar, há


um friso de ladrilhos, como mostra a figura abaixo:

40. Se o cubo é pintado em todas as suas seis


faces, alguns dos cubinhos internos não receberão
tinta alguma. Quantos são esses cubinhos?
a) 8
b) 12
c) 16
d) 20
e) 27

41. Se A é um número compreendido entre 0 e 45. prédio tem a forma de um prisma reto com
2
1, então é FALSO que base quadrada de 144 m de área. Além disso, tem
a) 1 16 andares, incluindo o térreo. Se cada friso tem 20
b) A2 > A cm de altura, qual é a área total da superfície des-
c) 0,9 . A < A ses frisos?
d) A > - 1 a) 76,8 m2
e) A / 2A = 0,5 b) 144 m2
c) 153,6 m2
42. Em 3 dias, 72 000 bombons são embalados, d) 164,2 m2
usando-se 2 máquinas embaladoras funcionando 8 e) 168,4 m2
horas por dia. Se a fábrica usar 3 máquinas i-
guais às primeiras, funcionando 6 horas por dia, em 46. Qual é o menor número pelo qual se deve
quantos dias serão embalados 108 000 bombons? multiplicar 84 para se obter um quadrado perfeito?
a) 3 a) 18
b) 3,5 b) 21
c) 4 c) 27
d) 4,5 d) 35
e) 5 e) 42

43. João e Maria acertaram seus relógios às 14 47. Antonio tem 270 reais, Bento tem 450 reais
horas do dia 7 de março. O relógio de João adianta e Carlos nada tem. Antonio e Bento dão parte de
20 s por dia e o de Maria atrasa 16 s por dia. Dias seu dinheiro a Carlos, de tal maneira que todos a-
depois, João e Maria se encontraram e notaram cabam ficando com a mesma quantia. O dinheiro
uma diferença de 4 minutos e 30 segundos entre dado por Antonio representa, aproximadamente,
os horários que seus relógios marcavam. Em que quanto por cento do que ele possuía?
dia e hora eles se encontraram? a) 11,1
a) Em 12/03 à meia noite. b) 13,2
b) Em 13/03 ao meio dia. c) 15,2
c) Em 14/03 às 14 h. d) 33,3

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

e) 35,5
SERVIÇOS BANCÁRIOS
A figura seguinte é formada por 4 triângulos de
mesmo tamanho, alguns dos quais estão subdividi-
dos em 9 triangulozinhos de mesmo tamanho. 51. Quando concorrerem para a abertura de
conta ou movimentação de recursos sob nome fal-
so, respondem como co-autores por crime de falsi-
dade, o
a) beneficiário da conta, que irregularmente a
abriu.
b) gerente e o administrador.
c) gerente que irregularmente identificou o cor-
rentista.
d) funcionário que irregularmente identificou o
correntista.
e) funcionário que irregularmente identificou o
correntista, o gerente e o administrador.

52. A personalidade civil do homem, começa


a) do nascimento com vida.
b) aos 14 anos.
c) aos 16 anos.
d) aos 21 anos.
e) aos 24 anos, quando universitário ou cur-
sando escola de 2o grau.
48. A que fração do total corresponde a parte 53. Os ausentes, para serem considerados ab-
sombreada na figura? solutamente incapazes de exercer pessoalmente os
a) 11/12 atos da vida civil, devem
b) 1/2 a) encontrar-se em lugar incerto e não sabido.
c) 7/9 b) encontrar-se nessa situação por mais de 12
d) 4/9 meses.
e) 2/3 c) ser declarados como tais por ato do juiz.
d) ser declarados como tais por autoridade po-
Imagine os números inteiros de 1 a 6 000, escri- licial da jurisdição de seu domicílio.
tos na disposição que se vê abaixo: e) encontrar-se nessa situação por mais de 24
meses.
1ª linha: 1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11 12 54. Quando os estatutos das pessoas jurídicas
: : : : : : não o designarem, estas serão representadas, ativa
e passivamente nos atos judiciais e extra-judiciais,
49. Qual é o número escrito na 5a coluna da pelos seus
243a linha? a) executivos.
a) 961 b) diretores.
b) 1 059 c) executivos categorizados.
c) 1 451 d) administradores comerciais.
d) 1 457 e) gerentes administrativos.
e) 3 151
55. Quando os estatutos de uma pessoa jurídi-
50. Desejando limpar uma prateleira, a arruma- ca de direito privado não elegerem domicílio especi-
deira retirou de lá uma coleção de livros numerados al, elo código civil, será considerado como sendo o
de 1 a 9. Depois, ela recolocou aleatoriamente os li- do local onde funcionarem as respectivas
vros na prateleira. É claro que ela pode tê-los colo- a) atividades fins.
cado na ordem normal, ou seja, 1, 2, 3 etc. No en- b) atividades industriais, se este for seu objeto.
tanto, a chance de isso ocorrer é apenas 1 em: c) atividades mercantis, se este for seu objeto.
a) 16 660 d) diretorias e administrações.
b) 40 320 e) atividades de prestação de serviços, se este
c) 362 880 for seu objeto.
d) 368 040
e) 406 036

CONHECIMENTO DE 56. Constitui título de crédito, a


a) nota fiscal de venda.
90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

b) fatura.
c) duplicata.
d) nota fiscal de simples remessa.
e) nota fiscal de serviços. 64. A imagem de uma página criada, por uma
luz brilhante refletida, medida e quantificada, de ca-
57. É ordem de pagamento da ponto de uma página original, caracteriza o prin-
a) a ação ordinária. cípio de funcionamento de
b) a fatura. a) um plotter, somente.
c) a nota promissória. b) um scanner, somente.
d) warrant. c) uma impressora laser, somente.
e) a letra de câmbio. d) um plotter ou uma impressora laser.
e) um scanner ou uma impressora laser.
58. Se o aval de um cheque não indicar o avali-
zado, considera-se como tal o 65. A criação de cópias de segurança para res-
a) emitente. taurar ou recuperar arquivos perdidos, em casos de
b) sacado. defeito no disco rígido do computador, pode ser rea-
c) endossante ou os endossantes. lizada por programas
d) primeiro endossante. a) fontes.
e) último endossante. b) aplicativos.
c) compiladores.
59. A "chave" utilizada para as "ordens de pa- d) de editar, copiar e colar.
gamento", constitui medida de segurança e) de backup.
a) da existência de fundos suficientes.
b) na identificação do destinatário. 66. Acessório do Windows 95 utilizado para de-
c) da autenticidade da ordem de pagamento. senhar é o
d) na identificação do remetente. a) Paint.
e) da destinação da ordem de pagamento. b) WordPad.
c) ScanDisk.
60. O modelo confeccionado e em uma única d) Midia Player.
via e a cor da impressão em papel branco, do Do- e) Microsoft Exposition.
cumento de Crédito - DOC", é
a) A, sépia. 67. Os comandos comuns que podem ser usa-
b) B, sépia. dos em qualquer item do Windows 95, clicando-se o
c) C, verde escuro. botão direito do mouse sobre o item desejado, estão
d) A, verde escuro. contidos
e) C, sépia. a) na barra de tarefas.
b) na barra de propriedades.
61. É garantia real que pode ser transcrita ou c) no menu Iniciar.
averbada no registro de imóveis, d) no menu de atalho.
a) a hipoteca, somente. e) no Windows Explorer.
b) penhor, somente.
c) a caução, somente. 68. Ao inserir, na tela do Word 7.0, os campos
d) a alienação fiduciária, somente. para digitar cabeçalhos e rodapés, o texto passará a
e) a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciá- ser exibido no modo
ria. a) Normal.
b) Tópicos.
62. A fiança diferencia-se do aval, por ser uma c) Layout da Página.
a) obrigação acessória. d) Documento Mestre.
b) garantia cambial plena. e) Tela Inteira.
c) garantia cambial autônoma.
d) garantia cambial a obrigado. 69. A criação de um arquivo, a partir de um do-
e) garantia cambial a coobrigado. cumento digitado no Word 7.0, é realizado através
da caixa de diálogo denominada
63. A sociedade comercial em que a responsa- a) Novo.
bilidade de todos os sócios é ilimitada é a b) Editar.
a) em comandita simples. c) Arquivo.
b) anônima. d) Salvar tudo.
c) em comandita por ações. e) Salvar como.
d) em nome coletivo.
e) de capital e indústria.

INFORMÁTICA 70. Uma pasta de trabalho no Excel 7.0 é


a) a planilha que contém um gráfico.
91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

b) a planilha em que se está trabalhando num zem as insatisfações do povo do Brasil.


determinado momento. d) ao processo de desenvolvimento no Brasil
c) arquivo em que se trabalha e armazena da- do movimento de reforma agrária liderado por Fran-
dos. cisco Julião.
d) documento usado para armazenar e mani- e) ao confronto no Brasil dos coronéis latifun-
pular dados. diários com as lideranças políticas da zona rural.
e) documento que contém um conjunto de ma-
cros para realizar tarefas específicas. 75. A Zona Franca de Manaus, a partir dos a-
nos 70, tinha objetivos específicos, visando ao mer-
71. O valor lógico Verdadeiro ou Falso é gerado cado interno; agora, no final dos anos 90, as suas
por funções, do Excel 7.0, que utilizam operadores indústrias querem ser também exportadoras, como
a) aritméticos. resultado
b) matemáticos. a) da dramática queda da produção da indús-
c) de texto. tria coreana, chinesa e japonesa.
d) de comparação. b) da crescente influência das montadoras da
e) de referência. Argentina, Colômbia e Costa Rica no mercado
mundial.
c) da introdução do Imposto sobre Produtos

ATUALIDADES Industrializados na Zona Franca.


d) da globalização da economia e a possibili-
dade de maior concorrência da ALCA.
e) do desaquecimento das vendas internas
72. As reformas básicas - reforma constitucio- provocado pela baixa dos juros no Brasil.
nal, investimentos em infra-estrutura física e social,
desregulamentação da economia etc. - para eliminar 76. Cachoeira, Santo Amaro, Nazaré das Fari-
o chamado custo Brasil, segundo dados da FIPE, nhas e São Félix, na Região do Recôncavo Baiano,
têm como um de seus objetivos prioritários, no mo- começam a sofrer grandes transformações sociais e
mento, econômicas no momento atual (1997/8),graças, so-
a) aumentar o custo do trabalho na indústria bretudo,
em cerca de 20%. a) ao crescimento de correntes migratórias de
b) fazer com que o gasto de consumo do go- povos europeus da região mediterrânea.
verno seja 15% menor. b) à criação da Companhia de Navegação
c) impedir que o déficit comercial seja cerca de Baiana ligando Salvador a Santo Amaro da Purifica-
US$ 6 bilhões menor. ção.
d) criar condições para aumentar, em média, o c) aos investimentos públicos estaduais e pri-
custo dos produtos em 10%. vados para desenvolver a indústria de turismo.
e) levar o consumo doméstico a diminuir o seu d) ao interesse de capitais estrangeiros que fi-
percentual de 9 para 7%. zeram grandes investimentos na região de Itaparica.
e) ao surgimento na área de novos campos de
73. A Fundação Oswaldo Cruz, na atualidade, exploração petrolífera por empresas privadas.
está se transformando em um grande parque temá-
tico de ciência, tecnologia e saúde, mas ao ser cria- 77. Roraima, objeto de preocupação mundial
da (1904) era um centro voltado para quando do grande incêndio de sua floresta (1998),
a) a pesquisa da evolução de grandes acha- tem dificuldade de implantar um parque industrial
dos fósseis, como os pterodontes. moderno em Boa Vista, em decorrência
b) desenvolvimento de estudos de Biologia a) da falta de energia elétrica, que é fornecida
Molecular ligados ao vírus da AIDS. por uma termelétrica de geradores ultrapassados.
c) controle de doenças pulmonares, face o alto b) da ausência de uma estrada de rodagem
índice de tuberculose. que permita ligar a sua capital a Manaus.
d) a industrialização do soro destinado a com- c) da oposição das madeireiras asiáticas que
bater os efeitos da mordida de ofídios. não desejam uma concorrência aos produtos Asiáti-
e) a fabricação de soros e vacinas contra as cos
pestes que assolavam o Brasil. d) da concentração da economia na agricultura
e no extrativismo na região dos cerrados produtivos.
74. O filme brasileiro Central do Brasil, premia- e) da ameaça dos ianomâmis, que rejeitam a
do na Europa em 1998 e sucesso nacional, tem a aproximação com elementos brancos para mante-
sua temática ligada rem sua cultura.
a) à saga da vida de uma professora aposen-
tada, que reflete um Brasil real e de ilusões. 78. Rio de Janeiro, antecipando-se aos demais
b) à luta de uma jovem universitária do Nor- Estados na solução da deficiência de sua malha de
deste em defesa dos Sem-Terra no Brasil. transportes, promoverá, por decisão governamental,
c) à atuação de grupos folclóricos que tradu- a
92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - SERVIÇOS BANCÁRIOS

a) transferência da rede ferroviária de trans-


portes para o Poder Federal.
b) troca de composições sucateadas por trens 1-c 21 - c 41 - b 61 - e
importados. 2-a 22 - b 42 - c 62 - a
c) substituição dos trens urbanos por corredo- 3-d 23 - d 43 - e 63 - d
res de ônibus. 4-e 24 - e 44 - d 64 - b
d) recuperação do maquinário e dos trilhos da 5-b 25 - a 45 - c 65 - e
sua rede ferroviária. 6-c 26 - a 46 - b 66 - a
e) privatização do sistema de trens suburba- 7-d 27 - e 47 - a 67 - d
nos. 8-a 28 - b 48 - e 68 - c
9-d 29 - a 49 - d 69 - e
79. Pontal do Paranapanema no extremo sudo- 10 - b 30 - d 50 - c 70 - c
este de São Paulo, situado na fronteira de Mato
11 - e 31 - e 51 - b 71 - d
Grosso e do Paraná, ganhou projeção nacional por
12 - c 32 - c 52 - a 72 - b
ser região
13 - b 33 - d 53 - c 73 - e
a) de intensa exploração de minérios importan-
tes para a indústria nuclear. 14 - a 34 - b 54 - b 74 - a
b) de conflitos sociais relacionados aos pro- 15 - d 35 - e 55 - d 75 - d
blemas gerados por grandes latifúndios. 16 - e 36 - c 56 - c 76 - c
c) da falta de integração de diferentes grupos 17 - c 37 - a 57 - e 77 - a
étnicos provenientes do Oriente. 18 - a 38 - c 58 - a 78 - e
d) de agricultura altamente mecanizada se- 19 - e 39 - d 59 - c 79 - b
gundo padrões modernos. 20 - b 40 - a 60 - b 80 - d
e) de população economicamente ativa com
mais de 12 anos de escolaridade.

80. A atual instabilidade política do Paraguai,


resultado do fracionamento do Partido Colorado,
que detêm o poder, é acompanhada com preocupa-
ção no Brasil devido ao fato de
a) ser o Paraguai o maior comprador latino-
americano de produtos brasileiros.
b) haver um próspero intercâmbio comercial
entre Ciudad del Este (Paraguai) e o governo brasi-
leiro.
c) a política externa do Brasil procurar atrair o
Paraguai para o Mercosul.
d) cerca de 12% do consumo brasileiro de e-
nergia vir do Paraguai (Itaipu).
e) Brasil não desejar que surjam condições pa-
ra uma dependência econômica do Paraguai.

GABARITO
93

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