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TRÂNSITO DO
ATIRADOR
DESPORTISTA
GARANTIDO
LEGALMENTE PELO
ESTATUTO DO
DESARMAMENTO E
REGULAMENTADO
PELA
PORTARIA 28
DO COLOG/EB
Lei nº 10.826 de 22 de Dezembro de 2003
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo
e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
define crimes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto
na Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003,
DECRETA:
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, com o objetivo de estabelecer regras e procedimentos para o
registro, o cadastro e a aquisição de armas e de munições por caçadores, colecionadores e atiradores.
§ 1º As armas de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores serão cadastradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas - Sigma.
§ 2º O Certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador expedido pelo Comando do Exército, terá validade de dez anos.
§ 3º A expedição e a renovação do Certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador e os registros de propriedade de armas de fogo,
as transferências, o lançamento e a alteração de dados no Sigma serão realizados diretamente no Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados das
Organizações Militares, de forma descentralizada, em cada Região Militar, por meio de ato do responsável pelo setor, com taxas e procedimentos
uniformes a serem estabelecidos em ato do Comandante do Exército.
§ 4º O protocolo do pedido de renovação do Certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador, realizado no prazo legal e perante a
autoridade competente, concederá provisoriamente ao seu requerente os direitos inerentes ao Certificado de Registro original até que o seu pedido seja
apreciado.
I - arma de fogo de uso permitido - as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética
superior a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) não portáteis;
b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior
a mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária;
ou
a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de porte ou portáteis de alma raiada, energia cinética superior a mil e duzentas libras-pé ou mil
seiscentos e vinte joules;
V - munição de uso proibido - as munições que sejam assim definidas em acordo ou tratado internacional de que a República Federativa do Brasil
seja signatária e as munições incendiárias ou químicas;
VI - arma de fogo obsoleta - as armas de fogo que não se prestam ao uso efetivo em caráter permanente, em razão de:
a) sua munição e seus elementos de munição não serem mais produzidos; ou
b) sua produção ou seu modelo ser muito antigo e fora de uso, caracterizada como relíquia ou peça de coleção inerte;
VII - arma de fogo de porte - as armas de fogo de dimensões e peso reduzidos que podem ser disparadas pelo atirador com apenas uma de suas
mãos, a exemplo de pistolas, revólveres e garruchas;
VIII - arma de fogo portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, podem ser transportadas por uma pessoa, tais
como fuzil, carabina e espingarda;
IX - arma de fogo não portátil - as armas de fogo que, devido às suas dimensões ou ao seu peso, precisam ser transportadas por mais de uma
pessoa, com a utilização de veículos, automotores ou não, ou sejam fixadas em estruturas permanentes;
X - munição - cartucho completo ou seus componentes, incluídos o estojo, a espoleta, a carga propulsora, o projétil e a bucha utilizados em armas
de fogo;
XI - cadastro de arma de fogo - inclusão da arma de fogo de produção nacional ou importada em banco de dados, com a descrição de suas
características;
XII - registro - matrícula da arma de fogo que esteja vinculada à identificação do respectivo proprietário em banco de dados; e
XIII - porte de trânsito - direito concedido aos colecionadores, aos atiradores e aos caçadores que estejam devidamente registrados no Comando do
Exército e aos representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no País, de transitar com as armas de fogo de seus
respectivos acervos para realizar as suas atividades.
Parágrafo único. O Comando do Exército estabelecerá os parâmetros de aferição e a listagem dos calibres nominais que se enquadrem nos
limites estabelecidos nos incisos I, II e IV do caput, no prazo de sessenta dias, contado da data de publicação deste Decreto.
Art. 3º A autorização para aquisição de arma de fogo de porte e de arma de fogo portátil por colecionadores, atiradores e caçadores será
concedida, desde que comprovado o cumprimento dos requisitos a que se refere o § 2º, observados os seguintes limites:
§ 1º Poderão ser concedidas autorizações para aquisição de arma de fogo de uso permitido em quantidade superior aos limites estabelecidos no
inciso I do caput, a critério da Polícia Federal.
§ 1º Poderão ser concedidas autorizações para aquisição de arma de fogo de uso permitido em quantidade superior aos limites estabelecidos no
inciso I do caput, a critério do Comando do Exército. (Redação dada pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
§ 2º Para fins de aquisição de arma de fogo e de emissão do Certificado de Registro de Arma de Fogo para colecionadores, atiradores e
caçadores, o interessado deverá:
§ 2º Para fins de registro de colecionadores, atiradores e caçadores no Comando do Exército, o interessado deverá: (Redação dada pelo
Decreto nº 10.030, de 2019)
III - comprovar a idoneidade moral e a inexistência de inquérito policial ou de processo criminal, por meio de certidões de antecedentes criminais
das Justiças Federal, Estadual, Militar e Eleitoral;
VI - comprovar a aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por psicólogo credenciado pela
Polícia Federal.
§ 3º O cumprimento dos requisitos de que tratam os incisos III, IV, V, VI do caput do § 2º deverá ser comprovado, a cada dez anos, junto ao
Comando do Exército, para fins de renovação do Certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador.
§ 4º Ato do Comandante do Exército regulamentará a aquisição de armas de fogo não portáteis por colecionadores registrados no Comando do
Exército.
§ 5º A aquisição de armas de fogo por colecionadores, atiradores e caçadores ficará condicionada à apresentação: (Incluído pelo Decreto nº
10.030, de 2019)
I - de documento de identificação e Certificado de Registro válidos; e (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
II - da autorização de aquisição expedida pelo Comando do Exército. (Incluído pelo Decreto nº 10.030, de 2019)
Art. 4º A aquisição de munição ou insumos para recarga por colecionadores, atiradores e caçadores ficará condicionada apenas à apresentação
pelo adquirente de documento de identificação válido e do Certificado de Registro de Arma de Fogo no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, e ficará
restrita ao calibre correspondente à arma de fogo registrada.
§ 1º O colecionador, o atirador e o caçador proprietário de arma de fogo poderá adquirir até mil munições anuais para cada arma de fogo de uso
restrito e cinco mil munições para as de uso permitido registradas em seu nome e comunicará a aquisição ao Comando do Exército ou à Polícia Federal,
conforme o caso, no prazo de setenta e duas horas, contado da data de efetivação da compra, e informará o endereço em que serão armazenadas.
§ 1º O colecionador, o atirador e o caçador proprietário de arma de fogo poderá adquirir até mil munições anuais para cada arma de fogo de uso
restrito e cinco mil munições para as de uso permitido registradas em seu nome e comunicará a aquisição ao Comando do Exército, no prazo de setenta
e duas horas, contado da data de efetivação da compra, e informará o endereço em que serão armazenadas. (Redação dada pelo Decreto nº 10.030,
de 2019)
§ 2º Não estão sujeitos ao limite de que trata o § 1º as munições adquiridas por entidades de tiro e estandes de tiro devidamente credenciados
para fornecimento para seus membros, associados, integrantes ou clientes.
§ 3º As armas pertencentes ao acervo de colecionador não podem ser consideradas para a aquisição de munições a que se refere o § 1º.
§ 4º Os caçadores e os atiradores poderão ser autorizados a adquirir munições em quantidade superior ao limite estabelecido no § 1º, a critério
do Comando do Exército e por meio de requerimento.
Art. 5º Os clubes e as escolas de tiro e os colecionadores, os atiradores e os caçadores serão registrados no Comando do Exército.
§ 1º O Comando do Exército fiscalizará o cumprimento das normas e das condições de segurança dos depósitos de armas de fogo, munições e
equipamentos de recarga.
§ 2º Fica garantido o direito de transporte desmuniciado das armas dos clubes e das escolas de tiro e de seus integrantes e dos colecionadores,
dos atiradores e dos caçadores, por meio da apresentação do Certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador ou do Certificado de Registro
de Arma de Fogo válidos.
§ 3º Os colecionadores, os atiradores e os caçadores poderão portar uma arma de fogo curta municiada, alimentada e carregada, pertencente a
seu acervo cadastrado no Sinarm ou no Sigma, conforme o caso, sempre que estiverem em deslocamento para treinamento ou participação em
competições, por meio da apresentação do Certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador, do Certificado de Registro de Arma de Fogo e
da Guia de Tráfego válidos.
§ 4º A Guia de Tráfego é o documento que confere a autorização para o tráfego de armas, acessórios e munições no território nacional e
corresponde ao porte de trânsito previsto no art. 24 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
§ 5º A Guia de Tráfego a que refere o § 4º poderá ser emitida gratuitamente no sítio eletrônico do Comando do Exército.
§ 5º A Guia de Tráfego a que refere o § 4º poderá ser emitida no sítio eletrônico do Comando do Exército. (Redação dada pelo Decreto nº
10.030, de 2019)
Art. 6º Os clubes e as escolas de tiro poderão fornecer a seus associados e clientes munição recarregada para uso exclusivo nas dependências
da agremiação em provas, cursos e treinamento.
Parágrafo único. O limite de que trata o § 1º do art. 3º não se aplica aos clubes de às escolas de tiro com registro válido no Comando do
Exército.
Art. 7º A prática de tiro desportivo, nas modalidades aceitas pelas entidades nacionais de administração do tiro, por pessoas com idade entre
quatorze e dezoito anos:
I - será previamente autorizada conjuntamente por seus responsáveis legais, ou por apenas um deles, na falta do outro;
III - poderá ser feita com a utilização de arma de fogo da agremiação ou do responsável legal, quando o menor estiver por este acompanhado.
Parágrafo único. A prática de tiro desportivo por maiores de dezoito anos e menores de vinte e cinco anos de idade poderá ser feita com a
utilização de arma de fogo de propriedade de agremiação ou de arma de fogo registrada e cedida por outro desportista.
Art. 8º Os caçadores registrados no Comando do Exército poderão portar armas portáteis adquiridas para a finalidade de caça, observado o
disposto na legislação ambiental.
EB: 64447.045758/2019-29
O COMANDANTE LOGÍSTICO, no uso das atribuições previstas na alínea "f" do inciso I do art. 14
do Regulamento do Comando Logístico, aprovado pela Portaria nº 353, do Comandante do Exército, de 15
de março de 2019; alínea "g" do inciso VIII do art. 1º da Portaria nº 1.700, do Comandante do Exército, de 8
de dezembro de 2017; de acordo com os Decretos nº 9.846, de 25 de junho de 2019 e nº 10.030, de 30 de
setembro de 2019; e considerando a proposta da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados
(DFPC), resolve:
II - coleção de armas e munições: reunião de armas e munições, de valor histórico ou não, que
apresentam atributos que as tornam de interesse para a preservação do patrimônio histórico.
III - arma exposta: aquela colocada fora do local de guarda com acesso restrito, para fim de
exposição ou de decoração, em ambiente de livre circulação ou acesso, seja no imóvel do colecionador ou
em outro local onde as armas estejam expostas.
CAPÍTULO I
Seção I
Do colecionamento
Art. 5º As normas expedidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
e/ou pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEx) serão aplicadas, no que
couber, à atividade de colecionamento.
Art. 6º As armas consideradas de valor histórico e ainda não registradas terão seu registro
autorizado pela DFPC, para inclusão em acervo de coleção, em até noventa dias após o reconhecimento.
Parágrafo único. A análise de valor histórico deve seguir o previsto no art. 44 do Decreto nº
10.030/2019 e no art. 59 das Instruções Gerais para a Fiscalização de Produtos Controlados pelo Exército
Brasileiro, aprovada pela Portaria nº 255, de 27 de fevereiro de 2019, do Comandante do Exército.
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-150-de-5-de-dezembro-de-2019-232214925 1/9
09/12/2019 PORTARIA Nº 150, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2019 - PORTARIA Nº 150, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2019 - DOU - Imprensa Nacional
Art. 7º Os museus e espaços culturais podem ter em seu acervo armas não permitidas a
colecionadores, de acordo com estas normas, desde que autorizados pelo Comando Logístico (COLOG),
por intermédio da DFPC.
Art. 10. São vedadas as seguintes práticas com armamento objeto de coleção, conforme os art.
47 e 48 do Decreto nº 10.030/2019:
Seção II
Do tiro desportivo
Art. 11. Para fins de fiscalização de PCE, o tiro desportivo enquadra-se como esporte de prática
formal e desporto de rendimento, nos termos da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 e do art. 51 do
Decreto nº 10.030/2019.
Art. 12. Atirador desportivo é a pessoa física registrada no Comando do Exército e que pratica
habitualmente o tiro como esporte, conforme o inciso I do art. 52 do Decreto nº 10.030/2019.
§2º Considera-se prática frequente de tiro desportivo a participação do atirador em, no mínimo,
oito atividades de treinamento ou de competição em entidade de tiro, em eventos distintos, dentro de um
período de doze meses.
Art. 13. A habitualidade deve ser comprovada pela entidade de prática e/ou de administração
de tiro de vinculação do atirador desportivo e ser fundamentada nas informações dos registros de
habitualidade, conforme o anexo A.
§2° Devem constar nessas anotações a data, o nome e o registro do atirador, o evento ou a
atividade, a arma (tipo e calibre), o consumo de munição (quantidade e calibre) e a assinatura do atirador
desportivo.
§4º A comprovação da habitualidade do atirador desportivo será exigida para a emissão de guia
de tráfego.
§5º A confirmação das informações constantes dos registros de habitualidade, citados nos §1º e
§2º, terão prioridade nas operações de fiscalização.
§6º A habitualidade a que faz referência o caput poderá ser comprovada pela instituição de
origem das pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003.
Art. 14. A prática de tiro desportivo com arma de fogo por menores de vinte e cinco anos dar-se-
á da seguinte forma:
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-150-de-5-de-dezembro-de-2019-232214925 2/9
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a) será previamente autorizada conjuntamente por seus responsáveis legais, ou por apenas um
deles, na falta do outro, conforme previsto no inciso I do art. 7º do Decreto nº 9.846/2019.
b) poderá ser feita com a utilização de arma de fogo da agremiação ou do responsável legal,
quando o menor estiver por este acompanhado, conforme previsto no inciso III do art. 7º do Decreto nº
9.846/2019.
II - por pessoas maiores de dezoito anos e menores de vinte e cinco anos de idade poderá ser
feita com a utilização de arma de fogo de propriedade de agremiação ou de arma de fogo registrada e
cedida por outro desportista, conforme previsto no parágrafo único do art. 7º do Decreto nº 9.846/2019.
Parágrafo único. Os integrantes das instituições constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do
caput do art. 6º da Lei nº 10.826/2003, nos termos do art. 28 da referida Lei, poderão realizar a prática de
tiro desportivo com a utilização de arma de fogo de sua propriedade.
Art. 15. As armas de fogo vedadas para o tiro desportivo são as previstas no art. 11 da Portaria nº
136-COLOG/2019.
Seção III
Art. 16. As entidades de tiro desportivo, na forma estabelecida no art. 16 da Lei nº 9.615, de 24 de
março de 1998, pessoas jurídicas registradas no Comando do Exército, são auxiliares da fiscalização de
PCE com as atribuições previstas no art. 53 do Decreto nº 10.030/2019.
Art. 17. As informações de que trata o caput do art. 62 da Portaria nº 136-COLOG/2019 deverão
ser disponibilizadas ao Comando do Exército no prazo estabelecido no inciso IX, do art. 53 do Decreto nº
10.030/2019, por intermédio da página eletrônica institucional da entidade ou diretamente pelo envio aos
SFPC/RM de vinculação das entidades de tiro desportivo.
Seção IV
Da caça
Art. 18. Para fins do disposto nesta portaria, considera-se caçador a pessoa física registrada no
Comando do Exército, vinculada a entidade ligada a caça e que realiza o abate de espécies da fauna, com
arma de fogo, em observância às normas de proteção ao meio ambiente, conforme o art. 55 do Decreto nº
10.030/2019.
Art. 19. Para o abate de espécies da fauna, obedecida a competência dos órgãos responsáveis
pela tutela do meio ambiente, compete ao SisFPC a expedição de guia de tráfego para a utilização de
arma de fogo, acessórios e munição nessa atividade, conforme o art. 56 do Decreto nº 10.030/2019.
Art. 20. São consideradas entidades de caça as pessoas jurídicas que se dedicam à prática do
abate de fauna exótica invasora, nos termos da legislação de proteção ao meio ambiente; e que estejam
registradas no Comando do Exército, conforme o parágrafo único do art. 55 do Decreto nº 10.030/2019.
Parágrafo único. As atribuições das entidades de caça estão previstas no art. 57 do Decreto nº
10.030/2019.
Art. 21. As armas de fogo vedadas para a caça são aquelas previstas no art. 12 da Portaria nº 136
-COLOG/2019.
CAPÍTULO II
Seção I
Do registro
Art. 22. É obrigatório o registro de pessoas físicas no Comando do Exército para o exercício das
atividades de colecionamento, tiro desportivo e caça.
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§1º Fica ressalvado do registro para o tiro desportivo as pessoas menores de dezoito anos de
idade, observadas as prescrições do art. 14.
§2º O prazo de validade do registro para colecionador, atirador desportivo e caçador é de dez
anos, contados a partir da data de sua concessão ou de sua última revalidação.
Art. 23. A concessão de registro para o exercício das atividades de colecionamento, tiro
desportivo e caça será processada de forma descentralizada no SisFPC, nos termos do §3º do art. 1º do
Decreto nº 9.846/2019, via requerimento (anexo B).
§1º O requerimento deverá ser dirigido à OM do SisFPC designada pela Região Militar (RM) em
cuja área de responsabilidade esteja domiciliado o requerente e deverá ser acompanhado da
documentação de que trata o §2º.
IX -laudo de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, fornecido por psicólogo
credenciado pela Polícia Federal;
§4º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput do art. 6º da Lei nº 10.826/2003
poderão obter certificado de registro de atirador desportivo mediante a apresentação do requerimento
previsto no caput, que deverá ser acompanhado do documento original e cópia da identidade funcional e
da documentação prevista nos incisos V, VI, VII e XI do §2º.
Art. 25. O registro de pessoas jurídicas para o exercício das atividades de colecionamento, tiro
desportivo e caça deve atender às prescrições das normas administrativas para registro no Comando do
Exército para o exercício de atividades com PCE.
§2º A suspensão não constitui sanção administrativa e terá a extensão necessária, no tempo e
no espaço, até a remoção do motivo de sua adoção.
§3º Cessados os motivos motivadores da suspensão o ato será revogado por meio de
publicação em boletim.
Seção II
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-150-de-5-de-dezembro-de-2019-232214925 4/9
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Da revalidação do registro
§2º A documentação para revalidação do registro é a prevista no §2º do art. 23 desta portaria,
exceto para as pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput do art. 6º da Lei nº 10.826/2003, que
seguirão o disposto no §4º do art. 23.
§3º É condição, ainda, para a revalidação do registro, que os CRAF das armas do acervo do
requerente estejam válidos.
Art. 28. O registro permanecerá válido até decisão final sobre o processo de revalidação, desde
que a revalidação tenha sido solicitada no prazo estabelecido, conforme o art. 65 do Decreto nº
10.030/2019.
Art. 29. A expiração da validade do registro implicará o seu cancelamento, ressalvado o disposto
no art. 28 desta portaria.
Art. 30. O registro cujo processo de revalidação for indeferido será cancelado, depois de
esgotados os recursos cabíveis.
Seção III
Do apostilamento ao registro
§1º Apostilamento é qualquer alteração de dados constantes do registro, podendo ser inclusão,
exclusão, atualização, substituição ou qualquer outra modificação de dados da pessoa, do produto, da
atividade ou de informações complementares, mediante iniciativa do interessado.
Art. 33. O requerimento para apostilamento deve ser dirigido à OM do SisFPC de vinculação com
a alteração pretendida, acompanhado dos documentos comprobatórios, inclusive das taxas respectivas.
Art. 34. Poderá ser apostilado um segundo endereço de acervo de coleção, tiro desportivo ou
caça, localizado em qualquer área do território nacional.
Seção IV
Do cancelamento do registro
Art. 36. A pessoa física ou jurídica cujo registro no Comando do Exército for cancelado e possuir
produto controlado será notificada para providenciar a destinação do PCE ou solicitar a concessão de novo
registro, no prazo de noventa dias, contado da data do cancelamento do registro, conforme o art. 68 do
Decreto nº 10.030/2019.
a) transferência para pessoa física ou jurídica autorizada, conforme o parágrafo único do art. 68
do Decreto nº 10.030/2019; ou
b) entrega à Polícia Federal, nos termos do art. 31 da Lei nº 10.826/2003, quando o produto for
arma de fogo.
§2º Quando o destino for a entrega à Polícia Federal, o titular do registro deve informar ao
SisFPC os dados da(s) arma(s) entregue(s), mediante a apresentação de documento comprobatório da
Polícia Federal.
§3º O prazo poderá ser prorrogado, em caráter excepcional, por igual período, mediante
solicitação fundamentada ao SisFPC, conforme o art. 69 do Decreto nº 10.030/2019.
§4º Não havendo manifestação do administrado e salvo motivo de força maior, esgotado o
prazo, o SisFPC informará ao órgão de polícia judiciária a situação irregular de posse de armas, munições,
acessórios e equipamentos de recarga.
Seção V
Das Vistorias
Art. 37. As vistorias nos acervos de colecionamento, tiro desportivo e caça têm por objetivo a
verificação da posse de PCE, como medida de controle desses produtos.
Parágrafo único. É facultado ao vistoriado a presença de até três testemunhas, de sua escolha,
para o acompanhamento da vistoria, conforme o §1º do art. 71 do Decreto nº 10.030/2019.
Art. 39. Quando o local do acervo de colecionamento, tiro desportivo ou caça situar-se em área
de outra RM, a vistoria poderá ser realizada pelo SFPC da área onde o acervo se encontra, mediante
solicitação do SFPC de vinculação do titular do acervo.
Art. 40. O Termo de Vistoria para cancelamento de registro (anexo E) é o documento que
consolida as informações e as observações do vistoriador sobre os produtos controlados de posse do
titular do registro no Comando do Exército cancelado.
Art. 41. O efetivo, o armamento, o equipamento e o uniforme (ou traje civil) das equipes de
vistoria serão definidos pelo Comandante da Região Militar.
Seção VI
Do tráfego
Art. 42. A circulação de produtos controlados em território nacional deve estar acompanhada da
respectiva autorização por meio da Guia de Tráfego (GT).
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-150-de-5-de-dezembro-de-2019-232214925 6/9
09/12/2019 PORTARIA Nº 150, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2019 - PORTARIA Nº 150, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2019 - DOU - Imprensa Nacional
§1º A Guia de Tráfego é a autorização, dada pelo Comando do Exército, para o tráfego de armas,
acessórios e munições e outros Produtos Controlados pelo Exército no território nacional e corresponde ao
porte de trânsito previsto no art. 24 da Lei nº 10.826/2003.
§2º A Guia de Tráfego para atiradores desportivos e caçadores terá validade de trinta e seis
meses e terá abrangência nacional.
CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA
Art. 44. As medidas de segurança para guarda de acervo de colecionamento, tiro desportivo e
caça são as previstas no anexo E.
Art. 45. As coleções podem estar em locais de guarda com acesso restrito (interior de
construção isolada, domicílio e outros) ou em locais de acesso livre, de acordo com as regras de
segurança previstas no anexo F desta portaria.
Art. 46. O deslocamento de veículos blindados objetos de coleção, por força de mudança do
local da coleção ou para exposição, requer autorização OM do SisFPC de vinculação do colecionador por
meio de Guia de Tráfego.
Art. 47. A obediência à legislação de trânsito vigente deve ser fator obrigatório de segurança
para os veículos blindados objetos de coleção, uma vez que tais veículos não possuem licenciamento
regular junto a órgão do Sistema Nacional de Trânsito.
CAPÍTULO IV
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 49. A fiscalização pode verificar, in loco, no desempenho do poder de polícia administrativa,
o cumprimento dos requisitos já autorizados para exercício das atividades de colecionamento, tiro
desportivo e caça, previstos na legislação em vigor.
Art. 50. As entidades de tiro desportivo, de caça e museus, quando fiscalizados, devem designar
um acompanhante com acesso às instalações da entidade/museu e com capacidade para prestar
informações e apresentar documentação à equipe fiscalizadora.
Art. 51. A execução da fiscalização é de competência das Regiões Militares, por intermédio dos
SFPC, e em coordenação com a DFPC, quando for o caso.
Art. 52. Fica a DFPC autorizada a expedir instruções para regular os procedimentos
administrativos relativos ao planejamento e à execução da fiscalização tratados nesta portaria.
CAPÍTULO V
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09/12/2019 PORTARIA Nº 150, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2019 - PORTARIA Nº 150, DE 5 DE DEZEMBRO DE 2019 - DOU - Imprensa Nacional
Art. 54. É vedada a alteração das características originais de armamento objeto de coleção,
conforme o art. 48 do Decreto nº 10.030/2019.
Parágrafo único. As armas de fogo objeto de coleção que não foram numeradas na sua
fabricação poderão ser registradas apenas com suas características particulares.
Art. 55. As armas originais de fábrica com calibres intercambiáveis (composto) serão registradas
como uma única arma, com as informações dos respectivos calibres.
Art. 57. A perda, o furto, o roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, de acessórios e
de munições de propriedade de colecionador, atirador desportivo ou caçador deverão ser comunicadas
por meio eletrônico ao SisFPC, no prazo de até setenta e duas horas, contado da ocorrência do fato.
§2º Após a comunicação de que trata o caput, o colecionador, atirador desportivo ou caçador
terá o prazo de até dez dias úteis para encaminhar à OM do SisFPC de vinculação a cópia do boletim de
ocorrência policial para a atualização da situação do armamento no SIGMA.
Art. 58. O CRAF deve ser emitido para as armas de fogo do acervo de coleção, de tiro desportivo
e de caça, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas.
Art. 59. Fica a DFPC autorizada a expedir Instrução Normativa sobre procedimentos
administrativos e processos automatizados para as atividades de colecionamento, tiro desportivo e caça.
Art. 60. As taxas de fiscalização de produtos controlados pelo Comando do Exército estão
estabelecidas na Lei nº 10.834, de 29 de dezembro de 2003, com suas alterações.
Art. 61. Os colecionadores, os atiradores e os caçadores poderão portar uma arma de fogo curta
municiada, alimentada e carregada, pertencente a seu acervo cadastrado no SINARM ou no SIGMA,
conforme o caso, sempre que estiverem em deslocamento para treinamento ou participação em
competições; para abate autorizado de fauna; ou para exposição do acervo de coleção, por meio da
apresentação do Certificado de Registro de colecionador, atirador desportivo ou caçador, do CRAF e da
Guia de Tráfego, válidos, nos termos do §3º do art. 5º do Decreto nº 9.846/2019.
Art. 62. As informações sobre acervo de armas de fogo e sobre suas condições de segurança
são consideradas de acesso restrito.
Anexos:
www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-150-de-5-de-dezembro-de-2019-232214925 8/9
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO LOGÍSTICO
DEPARTAMENTO MARECHAL FALCONIERI
“Art. 26-A. Poderá ser apostilado um segundo endereço de acervo de coleção, tiro
desportivo ou caça, localizado na área da Região Militar de vinculação ou na de outra RM.”
...........................................................................................................................................
§1º A solicitação para aquisição de munição deve ser encaminhada à RM onde ocorrerá o
evento, conforme anexo K, desta portaria.
§2º A munição adquirida deve ser consumida no local da competição. As munições não
utilizadas deverão ser devolvidas ao fornecedor na sua integralidade, não sendo permitido o repasse a
quaisquer pessoas.
§3º A entidade de tiro adquirente da munição deve remeter, em até cinco dias úteis após a
competição de tiro, uma via do relatório de consumo (anexo L) à RM onde ocorreu o evento e
manter outra via em arquivo para consulta da fiscalização de PCE, por até cinco anos.
§4º A autorização para nova aquisição de munição para competições internacionais
depende da quitação de apresentação do relatório previsto no §3º deste caput.
§5º A apresentação do relatório previsto no anexo L não exime a entidade que adquiriu
munição para a competição internacional dos registros previstos no art. 75 da Portaria nº 51-
COLOG, de 8 de setembro de 2015.
§6º A munição tratada no caput, não será computada para efeito das quantidades previstas
no art. 91 e no anexo H da Portaria nº 51- COLOG, de 8 de setembro de 2015.”
...........................................................................................................................................
...........................................................................................................................................
II – Nova redação dos art. 75, 92, 93, 96, 122 e 133 e dos Anexos A, B e E:
..................................................................................................................................................
§4º A habitualidade do atirador desportivo nível I, poderá ser feita por declaração de
próprio punho, conforme o Anexo B2 desta portaria, desde que o mesmo possa comprovar sua
participação em treinamentos ou competições.
I - ............................................................................................................................................
"Art. 96. A arma de fogo importada para uso na atividade de tiro desportivo poderá ser
transferida:
I -para acervo de colecionador, atirador desportivo ou caçador, próprio ou de outrem; e
II - para acervo próprio de cidadão, quando se tratar de pistolas ou revólveres de uso restrito.
§1º Em todos os casos, as transferências tratadas neste artigo só poderão ser realizadas, depois
de decorrido o prazo mínimo de doze meses, contado da data de inclusão da arma no acervo e
obedecendo-se às prescrições contidas na norma cogente.
§2º Excetua-se o cumprimento do prazo mínimo previsto no §1º deste artigo nos casos de
espólio ou de cancelamento de registro.”
“Art. 122. A arma de fogo importada para uso na atividade de caça poderá ser transferida:
II - para acervo próprio de cidadão, quando se tratar de pistolas ou revólveres de uso restrito.
§1º Em todos os casos, as transferências tratadasneste artigo só poderão ser realizadas, depois
de decorrido o prazo mínimo de doze meses, contado da data de inclusão da arma no acervo e
obedecendo-se às prescrições contidas na norma cogente.
§ 2º Excetua-se o cumprimento do prazo mínimo previsto no §1º deste artigo nos casos de
espólio ou de cancelamento de registro.”
“Art. 133. O Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF) deve ser emitido para as
armas de fogo do acervo de coleção, de tiro desportivo e de caça.”
Parágrafo único. O CRAF tem validade de cinco anos.
Anexos:
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PÁGINA INICIAL (/INDEX.PHP) > ÚLTIMAS NOTÍCIAS (/INDEX.PHP/ULTIMAS-NOTICIAS) > LEI 13.497/2017 NÃO SE APLICA AOS ATIRADORES DESPORTIVOS
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No dia 26 de outubro de 2017, foi sancionada a Lei 13.497 que incluiu o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto
no artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, no rol daqueles etiquetados como hediondos (Lei 8.072/1990).
A alteração legislativa demanda uma análise crítica acerca das consequências jurídicas que possam surgir, notadamente quanto aos caçadores,
atiradores e colecionadores esportivos, também chamados de “CACs”, e que, eventualmente, venham a infringir quaisquer normas do Comando
do Exército, frente às gravosas imposições legais, previstas tanto na Constituição Federal, como na própria Lei dos Crimes Hediondos.
Cediço que aos “CACs” é garantida a posse e o porte de arma de fogo de uso restrito na forma dos artigos 6º, inciso IX, 9º e 24, todos do Estatuto
do Desarmamento, e do Decreto 5.123/2004, observando-se, ainda, os regulamentos expedidos pelo Comando do Exército.
Ocorre que, rotineiramente se encontra divergência entre os tribunais em relação à conduta dos “CACs” — em hipótese de descumprimento de
regras para uso dos artefatos —, a incidir ou não nas penas do artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, podendo-se listar as mais comuns
como sendo: posse de arma de fogo com registro vencido; porte ou transporte de arma de fogo sem guia de tráfego, com esta vencida, ou fora
de rota de clube de tiro e transporte de arma municiada.
Porém, analisando o projeto de Lei 230/2014, que foi convertido na lei sob comento, de relatoria do senador Edison Lobão, observa-se que a
vontade do legislador, ao considerar hediondo o crime previsto no artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, foi o de combater o alto índice de
criminalidade decorrente do uso clandestino/criminoso de arma de fogo de uso restrito, e não o de punir àqueles que são devidamente
cadastrados junto ao Exército Brasileiro, e que, eventualmente, venham a infringir quaisquer de suas regras para utilização dos artefatos.
“A inclusão dos crimes de posse e de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito na Lei dos Crimes Hediondos é medida conveniente e
oportuna, haja vista o elevadíssimo número de homicídios praticados no Brasil com o uso de arma de fogo, parte deles com armas de uso
restrito. Como bem destacado pelo autor da proposição, foram quase 39.000 pessoas mortas com arma de fogo no País só no ano de 2010, ou
seja, aproximadamente 106 pessoas por dia. Ante esse quadro nefasto de extrema violência, o recrudescimento das penas do mencionado
crime é medida necessária e urgente. É preciso interromper essa escalada criminosa, a m de evitar que vidas de crianças, jovens e pais de
família sejam ceifadas prematuramente.”
http://www.dfpc.eb.mil.br/index.php/ultimas-noticias/751-lei-13-497-2017-nao-se-aplica-aos-atiradores-desportivos 1/2
21/02/2019 Lei 13.497/2017 não se aplica aos atiradores desportivos - DFPC ON LINE
Assim, sem sombra de dúvidas, temos que quaisquer condutas irregulares praticadas pelos “CACs” implicam, portanto, somente em infrações
administrativas, a serem punidas na forma do artigo 247 do Decreto 3.665/2000, que regulamenta a Fiscalização de Produtos Controlados (R-
105), e não nas tenazes do artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, máxime se for levado em consideração que referida conduta criminosa, por
ser de perigo abstrato, constitui, por si só, uma antecipação da tutela penal.
Esse, aliás, foi o entendimento rmado pela 5ª do Superior Tribunal de Justiça, ao acolher voto do ministro Gilson Dipp, por ocasião do
julgamento do Habeas Corpus 50.450/MS, trancando ação penal que envolvia hipótese de transporte de arma de fogo emprestada sem a guia
de tráfego, por entender que, à luz dos princípios da proporcionalidade, da ofensividade e da necessidade, na hipótese, deveria incidir somente
em irregularidade administrativa a ser aplicada pelo Exército Brasileiro:
“(...) À luz dos princípios da proporcionalidade, da ofensividade e da necessidade, é inadmissível que dois colecionadores – sendo um dos
pacientes, inclusive, praticante de tiro desportivo –, devidamente registrados no órgão competente, venham a responder processo criminal pelo
fato de transportar arma do fogo, anteriormente emprestada, legalmente cadastrada junto ao Ministério da Defesa, acondicionada no
compartimento de bagagem e desmuniciada. - Situação em que as penalidades previstas no art. 247 do Decreto 3.665/2000 mostram-se
cabíveis e su cientes à repreensão da infração cometida. - Não se justi ca, neste caso especí co, a intervenção do direito penal. (...).”
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal, em situação envolvendo atirador devidamente cadastrado junto ao Comando do Exército, ao julgar a
Apelação 1004934, relator desembargador Waldir Leôncio Lopes Júnior, considerou atípica a conduta de portar arma de fogo com o porte de
trânsito vencido. Na mesma linha, entendeu o Tribunal de Justiça de São Paulo na Apelação Crime 00214762320128260019, relator
desembargador Nuevo Campos.
Nesse sentido, diante da desproporção entre a gravidade do fato praticado e as consequências jurídicas no âmbito do direito penal, ante a
agora hediondez da conduta prevista no artigo 16 do Estatuto do Desarmamento, não se pode mais reputar criminoso o fato cometido por
parte dos “CACs” que venha a violar quaisquer normas do Comando do Exército, passível, como se disse, somente de punição administrativa,
com incidência imediata nas ações penais em trâmite.
(http://www.acessoainformacao.gov.br/) (http://www.portaltransparencia.gov.br/)
(http://www.eb.mil.br/) (http://www.brasil.gov.br/)
http://www.dfpc.eb.mil.br/index.php/ultimas-noticias/751-lei-13-497-2017-nao-se-aplica-aos-atiradores-desportivos 2/2