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1 Não é segredo que a atividade física produz inúmeros benefícios para o corpo, e,
agora, a ciência reuniu provas suficientes para adicionar um novo e poderoso efeito à
sua lista de ações positivas: o aprimoramento do cérebro. As mais recentes descobertas
indicam que a prática regular de exercícios ajuda a pensar com mais clareza, melhora a
5 memória e proporciona um grande ganho na aprendizagem. Novos estudos sugerem
que as mudanças podem ser ainda maiores, alterando a própria estrutura do órgão ao
incentivar o nascimento e o desenvolvimento de neurônios.
Essas conclusões acabam de ser divulgadas nos Estados Unidos da América
por uma das mais renomadas cientistas no campo da neurogênese, Henriette van Praag
10 (Ph.D.), do Laboratório de Neurociências do Instituto Nacional de Saúde dos Estados
Unidos da América. Em estudos com ressonância magnética feitos em indivíduos, foi
possível também observar que quem se exercita regularmente produz uma intensa
atividade no hipocampo. Essa região do cérebro está relacionada à memória e à
aprendizagem, e lá estão armazenadas as células-tronco que darão origem aos novos
15 neurônios.
Mônica Tarantino e Monique Oliveira. Aumente o poder do cérebro com exercícios.
Internet: (com adaptações).
c) A oração “que a atividade física produz inúmeros benefícios para o corpo” (L.1) tem emprego
substantivo e funciona como sujeito em relação ao predicado nominal “Não é segredo” (L.1).
d) O segmento “do cérebro” (L.13) poderia ser corretamente substituído, sem prejuízo para a
correção gramatical ou a coerência do texto, pela forma adjetiva cerebral.
f) Pode-se substituir o pronome demonstrativo “Essa” (L.13) pelo também demonstrativo Esta,
que as relações coesivas e a correção gramatical do texto serão mantidas.
g) Infere-se da leitura do texto que o estilo de vida da pessoa interfere positiva ou negativamente
na atividade cerebral.
k) Pode-se substituir a forma adverbial “lá” (L.14) pelo termo nela, sem prejuízo para as relações
coesivas ou para a organização gramatical do texto.
l) O segmento “possível também observar que quem se exercita regularmente produz uma
intensa atividade no hipocampo” (L.12-13) funciona como sujeito oracional em relação à forma
verbal “foi”, empregada como verbo de ligação, na linha 11.
m) Os segmentos “que as mudanças podem ser ainda maiores” (L.6) e “quem se exercita
regularmente” (L.12) estão empregados em equivalência sintática.
o) Além da flexão de número “células-tronco” (L.14), está correta a forma plural célula-troncos.
p) O termo “por uma das mais renomadas cientistas no campo da neurogênese” (L.9) exerce a
função sintática de agente da passiva, que, na voz ativa, ganha a feição de sujeito simples na
reescrita que segue e que mantém a correção gramatical e os sentidos do texto: Uma das
mais renomadas cientistas no campo da neurogênese nos Estados Unidos da América,
Henriette van Praag, acaba de divulgar essas conclusões.
q) A palavra “suficientes” (L.2) foi empregada como adjetivo e cabe ser substituída, sem alterar o
sentido original e sem prejudicar a correção gramatical do texto, pelo também adjetivo
bastantes.
r) A oração “para adicionar um novo e poderoso efeito à sua lista de ações positivas: o
aprimoramento do cérebro” (L.2-3) introduz uma finalidade em relação ao segmento “a ciência
reuniu provas suficientes” (L.2).
t) No segmento “Em estudos” (L.11), a substituição da preposição “Em” por Mediante ou Por
meio de mantém tanto a correção gramatical, como a coerência desenvolvida originalmente
no texto.
1 O filme sobre a vida de Vinicius de Moraes me fez pensar sobre a necessidade que
temos de recuperar a leveza.
Vinicius, por exemplo, era leve, tão leve que chegava a ser leviano na gravidade de
suas paixões. Tom Jobim era leve. Vinicius e Jobim eram leves e engraçados. Ser leve e
5 engraçado era uma característica daquela geração. Você podia estar com o Hélio Pellegrino
que, sendo analista, hora nenhuma nos passava a ideia de que estava analisando nossas
neuroses, não estava ali para julgar ninguém.
Com isto, as crônicas refletiam a leveza da vida. Não que não houvesse drama e
tragédia, mas as pessoas não eram baixo-astral nem a crônica era, como nos dias atuais,
10 uma coisa chata e pesada.
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Também com um presidente leve como o Juscelino, que de tão leve vivia valsando
e que botou em aviões uma cidade inteira, levando-a para o Planalto Central, com ele tudo
ficava mais fácil e mais leve.
Affonso Romano de Sant’Anna. Tempo de delicadeza. p. 73-75 (com adaptações).
a) Ao afirmar que o presidente Juscelino “botou em aviões uma cidade inteira” (L.12), o autor do
texto faz uma crítica à construção de Brasília, período em que se iniciou o longo processo
inflacionário vivido pelo Brasil no século passado.
b) Deduz-se do texto que, para “recuperar a leveza” (L.2), é necessário estar alheio aos dramas
e às tragédias.
c) O autor do texto menciona ter tido uma motivação externa para pensar sobre o modo de
enfrentar os fatos da vida.
d) Na linha 11, a preposição de, em “que de tão leve vivia valsando”, exprime ideia de
consequência dentro do predicativo do sujeito.
e) Sem prejuízo para a correção gramatical ou para a coerência do texto, a oração “sendo
analista” (L.6) poderia ser reescrita, mantendo-se as vírgulas que a isolam, da seguinte forma:
embora fosse analista.
f) Os vocábulos “drama” e “tragédia”, nas linhas 8 e 9, remetem a uma ideia que se contrapõe à
da “leveza” (L.2) pretendida pelo autor do texto. Essa contraposição configura uma antítese de
pensamentos e de sentimentos em relação à vida.
h) A expressão “nos dias atuais” (L.9) pode ser substituída, sem prejuízo da correção gramatical
e do sentido original do texto, por atualmente.
i) Da leitura do trecho “Também com um presidente leve como o Juscelino” (L.11) depreende-se
que o texto foi escrito durante o governo de JK.
j) Na linha 12, a expressão “com ele”, empregada como recurso expressivo de repetição, pode
ser suprimida do período sem prejuízo sintático ou semântico para o texto.
l) Na linha 3, a palavra “que” foi empregada como conjunção e introduz oração que exprime
sentido consecutivo em relação a “Vinicius, por exemplo, era leve, tão leve” (L.3).
m) De acordo com o texto, pessoas que não viveram na geração de Tom Jobim e de Vinicius de
Moraes tendem a ter um comportamento pesado e desengraçado, conclusão que é reforçada
pelo emprego da expressão “como nos dias atuais” (L.9).
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n) O adjetivo “leviano” (L.3) foi empregado, no texto, em sentido figurado.
o) Na linha 6, a expressão “hora nenhuma” foi empregada como sujeito de “passava” (L.6) e
poderia ser substituída, sem prejuízo para a correção gramatical e os sentidos do texto, tanto
por nenhuma hora como por hora alguma.
p) A oração iniciada por “de que” (L.6) funciona como adjunto adnominal em relação ao
substantivo “ideia” (L.6).
3) Os itens abaixo formam um texto, que está adaptado. Julgue-os C ou E, quanto ao emprego
dos sinais de pontuação.
b) A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher discutiu atos de tortura, contra presidiárias, em
estabelecimentos no Pará e no Ceará, bem como, relatório do Mecanismo Nacional de
Prevenção e Combate à Tortura, órgão que integra o Ministério da Mulher, da Família e
Direitos Humanos.
c) O relatório aponta uma série de atos de tortura em presídios sob a responsabilidade da Força-
Tarefa de Intervenção Penitenciária no Pará.
e) Tarsila disse que inspeção feita no Centro de Reeducação Feminino, no Pará, em setembro,
mostra, ainda, a suspensão de visitas de familiares e a superlotação na unidade. “As celas
eram para acolher quatro pessoas, e havia lotação de 15 mulheres. Isso, por si só, já é uma
violação gravíssima dos direitos humanos” — afirmou ela.
f) Segundo ela, foram identificadas outras situações degradantes, como a ausência de material
de higiene, alimentos estragados, além da falta de água, de vestimenta e de medicamentos.
Havia no presídio feminino do Pará, contingente maior de agentes homens do que de agentes
mulheres — situação proibida e muito comum nas prisões femininas brasileiras. Além disso,
cerca 45% das presas estavam em situação provisória, sem acesso à Justiça — algumas há
mais de um ano.
h) A par disso, a situação das celas seria alarmante: “Muitos buracos no chão, animais
peçonhentos no chão, relatos da presença de cobra, de escorpião e de ratos pelas celas.
Muitas mulheres sofreram mordidas de ratos, porque várias, devido à superlotação tinham que
dormir no chão. A situação de alagamento nas celas em função da água de esgoto é a mais
grave, em meu entendimento, por ser constante na vivência dessas mulheres”, disse.
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i) O diretor do Sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona, responsável pela força-tarefa
rejeitou a ligação das mazelas nos presídios com a chegada da intervenção federal. Segundo
ele, as mazelas relatadas são anteriores à intervenção. Para ele, a chegada da força-tarefa
significa a retomada do controle do Estado nos presídios do Pará, onde, antes, os órgãos
estatais estavam ausentes.
j) Conforme ele, nos presídios do Pará, até mesmo a distribuição de comida e de medicamentos
estava sob controle dos presidiários, e, talvez por isso, eles faltassem.
k) “Os medicamentos prescritos eram entregues a alguns internos. Estes, de posse dos
medicamentos, cobravam para que os outros internos tivessem acesso a eles”, apontou.
l) Stona afirmou que hoje a situação no Centro de Reeducação Feminino, no Pará, já está
diferente: o espaço teria sido revitalizado, novos colchões teriam distribuídos, assim como
medicamentos e kits de higiene pessoal. Além disso, teria sido ofertado atendimento médico e
jurídico.
m) O diretor do Sistema Penitenciário Federal disse, ainda, que o uso de spray de pimenta pelos
agentes penitenciários, tem embasamento legal, por ser uma arma de menor potencial
ofensivo.
o) Uma das deputadas que requereu o debate, Sâmia Bonfim (PSOL-SP) disse que as
denúncias continuam chegando também por parte de familiares de presas do Ceará.
r) Outra solução, para ele, seria a colocação de câmeras nas roupas dos agentes públicos, para
filmar os atos que eles praticam.
a) Márcia, rapidamente, quis acionar a polícia; seu marido, porém, mais tranquilo, resolveu o
problema sozinho.
b) Imaginei que, com a ajuda da atendente do balcão, eu encontraria na loja todos os itens de
que eu precisava; consegui, entretanto, somente alguns.
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d) Reza o art. 1.º da nossa Constituição que a República Federativa do Brasil é formada pela
união indissolúvel dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, constituindo-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a
dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o
pluralismo político.
e) As sete maravilhas do mundo moderno representam monumentos que fazem parte da história
da humanidade: o Coliseu, na Itália; o complexo de ruínas maias Chichén Itzá, no México; a
cidadela Machu Picchu, no Peru; o Cristo Redentor, no Brasil; a Muralha da China, na China;
as Ruínas de Petra, na Jordânia; e o Taj Mahal, na Índia.
GABARITO
1) a- E (Perceba que o examinador usou, no item, o comando “Segundo o texto”. Para que o item
estivesse correto, seria necessário que as ideias nele cobradas tivessem sido desenvolvidas
explicitamente no texto, o que não aconteceu. No texto, passagens como “As mais recentes
descobertas / Novos estudos sugerem...” podem indiciar determinados pressupostos. No
entanto, o item fala “Segundo o texto”, o que foge à esfera dos pressupostos e das
inferências.)
c- C (“Não é segredo / (isto) que a atividade física produz (...) para o corpo.” A oração
sublinhada funciona como sujeito em relação a “Não é segredo”, já que faltou sujeito na
oração principal. O predicado “Não é segredo” é nominal, já que “é” = VL e “segredo” = PS.)
d- C
f- C (Como o referente da expressão “Essa região” é o termo “hipocampo”, tanto faz empregar
Essa ou Esta, ainda que o emprego seja anafórico.)
i- E (Novamente, o examinador usou, no item, o comando “De acordo com o texto”, que exige,
para o item estar correto, que as ideias estejam desenvolvidas explicitamente no texto, coisa
que não aconteceu quanto à afirmação de que “a intensa atividade do hipocampo relacionada
à prática de exercícios específicos para o cérebro impede a morte de neurônios”. Trata-se de
extrapolação.)
k- C (A substituição de “lá” por nela é possível porque o referente é o termo “Essa região do
cérebro” = nela.)
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l- E (Retirando-se do segmento selecionado o termo “possível também”, o item se torna
correto. O termo “possível também” faz parte da oração principal, e não da oração
subordinada substantiva subjetiva → foi possível também / (isto) ...)
m- E (A oração “que as mudanças podem ser ainda maiores” classifica-se como subordinada
substantiva objetiva direta em relação a “Novos estudos sugerem”; a oração “quem se
exercita regularmente” classifica-se como subordinada substantiva subjetiva em relação a
“produz uma intensa atividade no hipocampo”. Portanto, não há equivalência sintática entre
elas.)
n- C (O termo “agora” gera o pressuposto de que a ciência, no passado, não havia reunido
provas suficientes para adicionar um novo e poderoso efeito à sua lista de ações positivas.)
q- C
t- C
b- E (Com base nas ideias desenvolvidas no texto, esta inferência não tem suporte, já que não
há relação entre “recuperar a leveza” e a necessidade de estar alheio aos dramas e às
tragédias como ferramenta para se recuperar a leveza.)
c- C (“O filme sobre a vida de Vinicius de Moraes”, na linha 1, é uma dessas motivações.)
d- E (Na expressão “que de tão leve vivia valsando”, a preposição “de” indica noção de causa,
equivalente a “por” — que, por ser tão leve, vivia valsando —, e não de consequência.)
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g- C (Todos os termos selecionados funcionam sintaticamente como predicativos do sujeito.)
j- C (É possível omitir a expressão “com ele”, sem prejuízo para as ideias e para a
organização sintática do texto, porque, na linha 11, o autor já havia empregado “com um
presidente leve como o Juscelino”. Trata-se, de fato, de uma repetição meramente estilística.
Portanto, pode-se retirar o termo “com ele” do texto.)
k- C (“O filme sobre a vida de Vinicius de Moraes fez” = oração principal [a forma verbal “fez”
foi empregada como causativa]; “(me) pensar sobre a necessidade” = oração subordinada
substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo; “que temos” = oração subordinada
adjetiva restritiva [restringe o termo “necessidade”]; “de recuperar a leveza” = oração
subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo [esta oração completa
o substantivo “necessidade”].
l- C (Note a presença do advérbio de intensidade “tão” na oração principal. Isso é uma dica
para se reconhecer a consequência expressa pela oração iniciada pela conjunção “que”.)
o- E (O erro do item está em se dizer que “hora nenhuma” foi empregada como sujeito de
“passava”. O sujeito desta forma verbal está oculto, tendo como referente “Hélio Pellegrino” =
Ele (Hélio Pellegrino) hora nenhuma nos passava a ideia de que... / A expressão “hora
nenhuma” funciona sintaticamente como adjunto adverbial de tempo. O resto cobrado no
item está correto.)
p- E (A oração iniciada por “de que” classifica-se como subordinada substantiva completiva
nominal em relação a “ideia” > ideia / disto...)
3) a- C
b- E (Retire as vírgulas que isolam a expressão “contra presidiárias”, porque este termo
funciona como complemento nominal em relação a “tortura”. Não se separa o complemento
nominal do termo que o completa, por meio de vírgulas. / Retire a vírgula empregada após
“bem como”, porque este conectivo serve para unir o que vem antes ao que vem depois, e
não para separar, como fez a vírgula.)
c- C
d- C
e- C
f- E (Ou se retira a vírgula empregada após “do Pará”, ou se insere uma vírgula após “Havia”,
mantendo-se a vírgula empregada após “do Pará”. Enfim, ou se empregam as duas vírgulas
ou nenhuma delas. Do contrário, separa-se o objeto direto [contingente maior...] do verbo
haver.)
g- C
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h- E (Ou se retira a vírgula empregada após “várias”, ou se insere uma vírgula após
“superlotação”, mantendo-se a vírgula empregada após “várias”. Enfim, ou se empregam as
duas vírgulas ou nenhuma delas. Do contrário, separa-se o sujeito [várias] da forma verbal
tinham.)
i- E (É necessário inserir uma vírgula após “responsável pela força-tarefa”, porque este termo
funciona sintaticamente como aposto explicativo em relação a “Marcelo Stona”.)
j- C
k- C
l- C
n- C
o- C
p- C
q- C
r- C
4) D (É necessário inserir uma vírgula após “Estado Democrático de Direito”, porque a oração
“e tem como fundamentos (...) pluralismo político” é coordenada sindética aditiva em relação
a “Reza o art. 1.º (...) e do Distrito Federal”. Entre as duas, houve uma oração reduzida de
gerúndio — “constituindo-se em Estado Democrático de Direito” —, que quebrou a sequência
inicial.