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Distúrbios de Aprendizagem
MÓDULO II
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.
MÓDULO II
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Explicação das dificuldades de aprendizagem da matemática (DAM)
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Neuropsicologia
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Nas lesões frontais, as manifestações são:
Explicação Educativa
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explicação. Os fatores que produzem a aprendizagem explicam as dificuldades do
mesmo, e, concretamente, os referentes à aprendizagem da matemática e suas
dificuldades.
Os enfoques condutuais e suas aplicações na aprendizagem e na instrução
tiveram e mantêm uma grande influência. Conceitos como a associação entre
condições estimulantes e de resposta, antecedentes e consequentes, programas de
reforço, fortalecimento da aprendizagem, condições, taxa e quantidade da prática,
habituação, entre outros, são centrais.
Dentro das explicações educativas estão os modelos de diagnóstico
prescritivo de ensino ou o programa DISTAR de aritmética (ENGELMANN e
CARNINE, 1975).
Do mesmo modo, a utilização de testes de conhecimentos precisos pode
medir as mudanças operadas por efeito da aprendizagem ou os conhecimentos
específicos em diferentes hierarquias de conteúdos matemáticos que é preciso
aprender.
As dificuldades de aprendizagem e, concretamente, as dificuldades de
aprendizagem da matemática, são explicadas por questões como as seguintes:
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DISTAR de aritmética) reestruturando e manejando os fatores de contingências
externos, como ocorre com os programas baseados na análise de erros, a partir dos
quais se avaliam as habilidades específicas deficitárias e sobre os quais se
desenvolve a programação educativa e as estratégias de ensino da matemática.
Esse enfoque foi criticado por seu mecanismo, por não considerar o
construtivismo do conhecimento da criança, por ser puramente reativo e ignorar a
personalidade global do aluno com dificuldades de aprendizagem da matemática e
seus processos internos, seus desejos, intenções e planos, o que converteria as
aprendizagens em não significativas e não relevantes para a pessoa que as
aprende. Essas críticas procedem de diversas frentes.
Explicação Cognitiva
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desenvolvimento de estratégias e programas de intervenção eficazes e com grande
justificação e fundamentações teóricas, baseadas no ensino direto das tarefas
matemáticas, mas enfatizando os processos que se põem em andamento em cada
momento (Cf. REID, 1988, 1989; REID e STONE, 1991).
Angel Riviére (1990) queixa-se, não sem pesar, da contradição que supõe
haver em uma parte importante da psicologia cognitiva e, concretamente, da
instrução atual que se está construindo mediante a utilização de problemas
matemáticos com as contribuições na explicação teórica e aplicada, e dos poucos
estudos em relação às dificuldades de aprendizagem da matemática.
São diversas as explicações procedentes dos enfoques cognitivos em
relação às dificuldades de aprendizagem da matemática (MORRISON e SIEGEL,
1991). Pensemos nos enfoques baseados nas propostas piagetianas que são
conhecidos (PIAGET e SZEMINSKA, 1941) ou nos enfoques mais específicos
aplicados a aspectos concretos das tarefas matemáticas, por exemplo, a contagem
(BERMEJO e LAGO, 1991): um enfoque baseado no estabelecimento de regras
inapropriadas, um enfoque baseado na dependência do contexto e no não
conquistar a descontextualização e um enfoque baseado no paradigma dos tempos
de reação para o estabelecimento de modelos mentais dos problemas aritméticos.
Existem diferentes enfoques que utilizam metodologias diversas, mas que
poderiam agrupar-se na consideração de que os erros cometidos pelas pessoas com
dificuldades de aprendizagem da matemática não são aleatórios, mas, sim, de
caráter sistemático e consistente com o conhecimento matemático que essas
pessoas possuem e que está representado no uso de regras procedimentais ou no
uso de algoritmos internos que teriam certa estabilidade ao aplicar-se a situações
instrucionais diversas e a tarefas e problemas matemáticos específicos. O
desenvolvimento e o uso das regras são de natureza específica e refere-se a
problemas-tipo (BROWN e VANLEHN, 1980, 1982).
Na escola, o professor verbaliza os procedimentos e regras adequadas a
seguir na solução dos problemas matemáticos; essa explicitação possibilita que a
criança, durante o processo de instrução e interação educativa, vá internalizando as
regras procedimentais e praticando-as, automatizando-as, colocando-as em
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funcionamento, aplicando-as ao lhe serem apresentados os problemas específicos
significativos e relevantes para as regras internalizadas (Cf. REID, 1988; 1989; REID
e STONE, 1991).
O que acontece quando se aprende incorretamente as regras ou quando
estas são aprendidas referentes a tipos de problemas distintos, ou quando não se
aplicam bem, ou quando não são bem internalizadas? Os resultados são os erros
que se tratam, em relação às regras procedimentais aplicadas à solução dos
problemas matemáticos específicos ou problemas-tipo. A intervenção educativa
eficaz deverá levar em conta essas questões e diagnosticar adequadamente o
caminho em que a internalização e o uso das regras procedimentais em relação com
a solução dos problemas matemáticos falha para intervir, modificando a regra
aplicável ou a aplicação relevante a problemas-tipo frente a outros que requeiram
outras regras.
Uma ilustração disto, aplicada à explicação dos primeiros conceitos
matemáticos adequados pelas crianças, é a referente ao aprender a contar ou
contagem (BERMEJO e LAGO, 1991). Um dos modelos de contagem aplicado à
criança de cinco anos é o de Greeno, Riley e Gelman (1984), segundo o qual as
crianças utilizam três elementos de sua competência para compreender a contagem:
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3. Um terceiro componente da competência de contagem ou de uso é
referente aos aspectos diretos da conduta de solução do problema de
contagem, como os aspectos da monitorização e as regras que devem
ser colocadas em ação, tais como a harmonização da demarcação da
tarefa, a colocação em funcionamento das regras de comprovação de
teoremas e os heurísticos de comprovação na realização concreta.
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A solução de problemas matemáticos supõe o uso das regras ou a aplicação
de modelos de solução que estão à margem das condições concretas em que se
produzem. O que ocorre quando a criança se torna “dependente do contexto” na
solução dos problemas matemáticos? Comete erros sistemáticos que refletem o não
uso, “sempre”, das regras pertinentes ante problemas-tipo, ou se guia por chaves do
enunciado da tarefa, sem identificar corretamente o algoritmo pertinente, ou não é
capaz de recuperar de sua memória o algoritmo mais adequado ou, inclusive, carece
de êxitos em situações anteriores, o que lhe vai levar a cometer erros ante as tarefas
matemáticas (MORRISON e SIEGEL, 1991).
O conhecimento do contexto, muitas vezes, facilita a aplicação dos
procedimentos adequados para a solução dos problemas matemáticos, como a
aplicação de certas analogias que podem facilitar sua solução apropriada. Contudo,
a criança deve ser capaz de extrair do contexto e da tarefa os elementos essenciais
ou relevantes que estão além dos contextos que, inclusive, estão desvinculados de
suas intenções e desejos, mas que são necessários abstrair e construir em forma de
regras procedimentais ou em forma de modelos. Se não se consegue isto, podem
acontecer dificuldades na aprendizagem da matemática.
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resposta é um composto aditivo no qual estariam representadas as distintas
operações ou passos requeridos. De todos esses passos, apenas um não teria um
tempo de reação constante, e, portanto, o tempo de reação diferencial repetiria o
tempo requerido para um dado passo. O tempo de reação que exigem as diversas
operações é constante, de um ensaio a outro. No exemplo, a codificação do
estímulo, a recontagem interna e a elaboração da resposta, sendo o tempo de
reação diferencial atribuível ao incremento da recontagem, com o qual é possível
achar o melhor modelo que encaixe com os dados mediante o cálculo dos “mínimos
quadrados”. Seguindo este paradigma, tentamos explicar o desenvolvimento
matemático das crianças. Por exemplo, tentou-se explicar a soma simples de um
dígito, apresentada horizontalmente, em crianças, mediante estratégias de
contagem, e, em adultos, por processos de recuperação, a subtração em crianças
mediante estratégias de contagem.
Morrison e Siegel (1991) apresentam os seguintes modelos possíveis do
estudo que propõem Groen e Parkman (1972):
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aparece referente à segunda parcela. Quando se aplica a adultos, estes demoram
muito pouco tempo, aduzindo-se explicações baseadas na recuperação da memória
com rapidez, e o algoritmo de contagem seria utilizado apenas ocasionalmente.
Verificou-se que, à medida que as crianças dominavam o uso de problemas
matemáticos, por exemplo, a partir do terceiro ano primário, iriam passando de um
modelo incremental ou baseado na contagem para um modelo baseado na
recuperação da memória, ou seja, iriam passando de um “conhecimento
procedimental” para um “conhecimento declarativo”, que é o que se observa em
adultos. Esta mudança de estratégia – e, se preferirmos, de um modelo aditivo a um
baseado no armazenamento e recuperação da memória – foi confirmada com
modificações do paradigma do tempo de reação, incluindo “verdadeiro versus falso”
(TUDELA, 1985b) por Geary, Widaman, Little e Cormier (1987) nas crianças
normais, mudança que se torna difícil nas crianças com dificuldades de
aprendizagem de matemática e que se reflete em tempos de reação mais
prolongados.
Nas crianças de quarto e sexto ano do primeiro grau, normais, observava-se
a mudança de estratégia baseada na contagem à recuperação da memória, o que
não ocorria em seus iguais com dificuldades de aprendizagem de matemática. De
outra forma, nas crianças de quatorze anos com este tipo de dificuldades começava-
se a observar a mudança de estratégia, mas com maior lentidão. Geary et al. (1987)
concluem que os alunos com dificuldades de aprendizagem na matemática
apresentam diferenças significativas em nível acadêmico:
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Posto que não tenham sido “controlados” os níveis de leitura, pode ser que
este fator tenha influído nos resultados. Para subsanar isto, Kirby e Becker (1988)
compararam os resultados com o paradigma do tempo de reação entre uma amostra
de crianças com níveis adequados de aproveitamento, uma amostra de crianças
com dificuldades de aprendizagem de leitura e uma amostra de crianças com
dificuldades de aprendizagem de matemática, no quinto ano do primeiro grau.
A amostra total era composta por 48 crianças, 16 em cada amostra. As 48
crianças foram selecionadas a partir de 200 crianças de quinto ano do primeiro grau
que assistiam aulas comuns. A seleção foi feita com base em critérios de
discrepância. Os resultados mostraram que as crianças com dificuldades de
aprendizagem na matemática eram deficitárias na eficiência operacional ou
velocidade de processamento, mas não na codificação ou na aplicação de
estratégias, em relação aos controles normais. Nesse estudo não está claro se se
tratam de crianças com dificuldades de aprendizagem na matemática realmente ou
apenas de crianças com baixos níveis matemáticos, tal como ocorre com as
dificuldades de aprendizagem da leitura. Esse problema reflete-se no uso exclusivo
de critérios de “discrepância” e não em outros critérios mais amplos.
De qualquer modo, os resultados são ilustrativos das dificuldades que
apresentam as pessoas com DAM mediante o uso do paradigma do tempo de
reação. A diferença do estudo anterior, de Geary et al. (1987), apenas observou-se,
nas dificuldades de aprendizagem da matemática, maior lentidão ou pobre eficiência
operacional, e não diferentes estratégias. Como a questão está por averiguar,
devemos esperar outras pesquisas.
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inicial da Síndrome do Autismo, em 1943, por Leo Kanner, se bem que, ao analisar a
literatura (como o caso narrado em “Florecilhas de S. Francisco”, sobre Frei
Jerundio), a história (como os casos da Rússia Imperial), a mitologia (como os
meninos – lobos) ou a história da educação especial (como o caso Victor, educado
pelo Dr. Itard), ela reflete casos de provável autismo, com os critérios atuais (Cf., por
exemplo, SCHREIBMAN, 1988). Por exemplo, é possível diagnosticar com os
critérios atuais, de forma experimental, pessoas de importância histórica que
supostamente sofreram o que hoje se denomina uma dificuldade de aprendizagem
(DA). Uma ilustração disso é o estudo de Aaron, Phillips e Larsen (1988), que,
baseando-se em informes biográficos, exploram aspectos cognitivos, biológicos e
neuropsicológicos das dificuldades de aprendizagem e a possibilidade de que quatro
homens famosos a tivessem sofrido: Thomas Alva Edison, Woodrow Wilson, Hans
Christian Andersen e Leonardo da Vinci, e, apresentado, em resumo, características
compatíveis com a presença de dificuldades de aprendizagem da leitura.
Silver (1989) relembra como, antes de 1940, se classificavam as crianças
com dificuldades de aprendizagem como “transtornados emocionalmente”, como
“retardos mentais” ou como “desavantajados culturais”. Esses transtornos podem
produzir, e de fato produzem, dificuldades de aprendizagem, contudo, é somente a
partir dos anos 40 que se acolhe a possibilidade de causas neurológicas, sugerindo-
se que as dificuldades ou problemas de aprendizagem fossem ocasionados por um
dano cerebral, tal como sugerem, em 1941, Werner e Strauss ou, em 1947, Strauss
e Lehtinen (MERCER, 1991a). Ao tratar-se de crianças de “aparência normal”, se
sugeria que o dano cerebral deveria ser reduzido, com o que o termo da lesão
cerebral mínima se impôs (SILVER, 1989). Ao não ser possível à verificação do
suposto dano, hipotetizou-se uma disfuncionalidade cerebral, sobretudo nas
conexões cerebrais.
É assim que, em 1966, Clements propõe o termo disfunção cerebral mínima.
Realizaram-se múltiplos estudos interdisciplinares a partir de diversas disciplinas, na
busca das possíveis disfunções de base. Afirmava-se terem sido identificadas essas
supostas disfunções, e ressaltava-se a área problema. Se a dificuldade estivesse
centrada na leitura, denominavam-se esses transtornos de dislexias; se a dificuldade
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estivesse na linguagem, denominava-se disfasia, enquanto que, se tratássemos da
escrita, denominavam-se disgrafias, assim como, se a área problema fosse a
matemática, chamavam-se discalculias. Inclusive hoje em dia há uma distinção
muito importante com respeito aos nomes com o prefixo a, ou com o prefixo dis.
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poderá, ainda que necessite de certas adaptações que poderão ser realizadas com
o apoio e concurso dos serviços e recursos de que disponha o centro, seja professor
de apoio, seja psicopedagogo, mas, sempre, ao não se tratar de um aluno com
necessidades educativas especiais, deverá ser o professor ou professores de aula
ordinária os que monitorizarão e realizarão as intervenções.
Uma das questões que, neste momento, parece assumida de forma geral é
a de que as dificuldades de aprendizagem devem ser diagnosticadas de forma
diferencial em relação a outros transtornos próximos, ainda que, frente à presença
em uma pessoa de uma dificuldade de aprendizagem e de outro transtorno, seja
necessário classificar ambos os transtornos, sabendo que se trata de dois
transtornos superpostos. Alguns destes exemplos são:
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da manutenção da atenção, controle de impulsos, assim como a regulagem da
conduta motriz em resposta às demandas da situação (ANASTOPOULOS e
BARKLEY, 1992). Historicamente, este tipo de criança foi classificado em categorias
como:
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Nos anos 70, reconheceu-se que o problema de atenção ou do controle dos
impulsos era ainda mais importante que o de hiperatividade motora. Isso influiu na
mudança operada em 1980 no DSM-III ao propor o transtorno por déficit de atenção
com e sem hiperatividade. Mas, como o debate sobre o fato do déficit de atenção ser
o núcleo do transtorno continuou, sugeriram-se explicações alternativas, segundo as
quais o núcleo do transtorno estava ou em dificuldades na regulação da conduta às
demandas situacionais ou na autodireção de instruções, ou a autorregulação do
arousal às demandas do entorno ou da conduta governada por regras. Coincidiu, em
geral, na crença de que as funções executivas supõem um problema central, pelo
qual a hiperatividade motora voltou a ser considerada um componente do transtorno,
propondo ao DSM-IV o TDAH, sendo que casos em que não houvesse
hiperatividade seriam classificados nos transtornos por déficit de atenção
indiferenciados. O debate, não obstante, continua.
Segundo Anastopoulos e Barkley (1992), os sintomas primários seriam a
desatenção, a impulsividade e a hiperatividade, além de outros sintomas, mas que
não seriam tão amplamente aceitos como os déficits na conduta governada por
regras ou a variabilidade nos processos executivos.
A prevalência estimada, com os critérios do DSM-IV, estaria entre 3 e 5%,
sendo estável por meio de diferentes grupos socioeconômicos e culturais, ainda que
se costume encontrar seis meninos para cada menina diagnosticada de TDAH;
contudo, em estudos com amostras baseadas em comunidades a média é três
meninos para cada menina.
Igualmente (ANASTOPOULOS e BARKLEY, 1992) descreveram-se outros
problemas secundários ou co-mórbidos, tais como:
1. De conduta, que parece ser observado entre 40 e 60% dos casos, por
exemplo, de transtornos oposicionais-desafiantes (BARKLEY et al.,
1991), ou entre 20 e 40% de outras condutas, como vandalismo, entre
outros (SZATMARI et al., 1989).
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2. Implicações emocionais, tais como hipersensibilidade, baixa autoestima,
baixa tolerância à frustração e, inclusive, sintomas de depressão e
ansiedade.
3. Problemas de socialização (MURPHY, PELHAM e LANG, 1992).
4. Problemas familiares; dificuldades na execução acadêmica,
apresentando rendimentos menores que os esperados pelo seu
potencial estimado, sendo classificáveis entre 20 e 30% também como
disléxicos ou com outras dificuldades de aprendizagem (BARKLEY,
DUPAUL e MCMURRAY, 1990), pelo que muitas das crianças com
TDAH deverão receber algum tipo de ajuda de programas de educação
especial.
5. Habilidades cognitivas e linguísticas, apresentando, muitos deles,
dificuldades nas tarefas de resolução de problemas complexos ou nas
habilidades organizativas, e, inclusive, acontecendo frequentemente
problemas de fala e linguagem.
6. Dificuldades com a saúde, em uma proporção maior do que as crianças
normais ou, inclusive, uma maior incidência dos denominados “sinais
neurológicos menores ou brandos”.
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Transtorno da fala: a Gagueira
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A prevalência é de 50% em crianças, e somente 1% em adultos. Dá-se em
uma proporção de três para um em crianças. Além disso, há um forte componente
de incidência familiar (pode chegar até 50% nos familiares de primeiro grau).
O tratamento condutual parece ser o mais eficaz (SANTACREU, 1990;
SANTACREU e FROJÁN, 1993).
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