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Dificuldade de Aprendizagem – Quais as razões?

POR ENTRETANTO

Geraldo Peçanha de Almeida

Por que há, hoje, tantos alunos com dificuldades de aprendizagem? E por que há uma
tendência em encaminhar essas crianças para os consultórios médicos? Não seria o caso de
“tratar” dessas questões por meio de intervenções pedagógicas individualizadas?

Estas perguntas parecem ter tantas respostas que não se sabe se o problema é mesmo de
aprendizagem da criança ou da forma de ensinar do professor e da professora. Geralmente, os
alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, sobretudo, quando o assunto é leitura e
escrita: a base sobre a qual todas as disciplinas são edificadas. Mas há outras dificuldades que
podem aparecer no aluno em idade escolar: memorização, raciocínio matemático,
compreensão e até mesmo dificuldade global, aquela que atinge o desenvolvimento geral do
aluno.

Se um aluno não sabe tirar de um texto tudo aquilo que ele pode oferecer, certamente os
conteúdos escolares não o transformarão como poderiam. É justamente aí que a exclusão
começa a se manifestar. A exclusão social é operacionalizada também pela escola e dentro
dela. Isso ocorre quando a escola não consegue lidar com as dificuldades dos alunos nos
quesitos “ler, escrever e pensar”, e essa dificuldade básica vai repercutir nas outras disciplinas,
levando o aluno a não entender matemática, história e demais áreas, pois todas elas
dependem da leitura.

A dificuldade em lidar com o texto na sala de aula não é um problema específico do professor
de língua portuguesa. Professores de história, de geografia, de filosofia, só para citar alguns
exemplos, também lidam diariamente com textos e, portanto, deveriam trabalhar também
técnicas de produzi-los, mas ao invés disto, sabe-se que muitos esperam que este trabalho seja
apenas do professor de língua portuguesa, e aí está um problema grave da escola. Toda a
escola é responsável pela aquisição da habilidade de leitura e escrita.

Basicamente, existem dois tipos de dificuldades de aprendizagem: as associadas às causas


orgânicas ou às causas pedagógicas. As que são associadas às causas orgânicas estão
vinculadas aos transtornos, aos déficits, às deficiências, ao estresse, ou aos outros quadros
patológicos que podem interferir na atividade e no processamento de informações que
envolvem o processo de ler, escrever e pensar.
Para lidar com essas situações é preciso contar com uma equipe multidisciplinar, em que cada
profissional terá um papel específico e confluente. Assim, médicos, fonoaudiólogos, psicólogos
e psicopedagogos podem, cada um na sua área, trazer uma contribuição importante para a
superação, quando possível, da limitação apresentada pelo aluno.

Já as dificuldades de aprendizagem associadas às causas pedagógicas (não orgânicas) são


demarcadas pelo uso equivocado de procedimentos pedagógicos em grupos de alunos
incapazes o ou com limitações para acompanhá-los. Os erros de condução pedagógica podem
ser revertidos quando os educadores persistirem na reciclagem do seu conhecimento

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