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Proteção contra Choques 

Condição de seccionamento - Esquema TN

Introdução

A norma NBR 5410 Instalações elétricas de baixa tensão no item 5.1.3 Proteção
contra choques por contato indireto determina os critérios para utilização de
fusíveis e disjuntores na proteção contra choques 

Devem ser obedecidas as prescrições descritas a seguir:

a) todas as massas devem ser ligadas por condutores de proteção ao ponto da


alimentação aterrado (neutro);

b) o condutor de proteção deve ser aterrado na proximidade de cada transformador


de potência ou de cada gerador da instalação. Se existirem outras possibilidades
efetivas, recomenda-se o aterramento do condutor de proteção em tantos pontos
quanto possível. O aterramento múltiplo do condutor de proteção, em pontos
regularmente distribuídos, pode ser necessário para garantir que, em caso de falta
para massas ou para a terra, o potencial do condutor de proteção e das massas que
lhe são ligadas permaneça tão próximo quanto possível do potencial local. Em
construções de porte, tais como edifícios de grande altura, ligações eqüipotenciais
entre condutor de proteção e elementos condutores estruturais locais, são
indispensáveis para assegurar o desempenho da função do condutor de proteção.

NOTA - Pela mesma razão, especifíca-se ligar o condutor de proteção à terra no


ponto de entrada de cada edificação ou propriedade.

c) nas instalações fixas, pode-se utilizar um mesmo e único condutor para as


funções de condutor de proteção e de condutor neutro (condutor PEN), observadas
as seguintes prescrições:

c.1 Nos esquemas TN, quando o condutor de proteção tiver uma seção maior ou
igual a 10 mm² em cobre ou a 16 mm² em alumínio, nas instalações fixas, as
funções de condutor de proteção e de condutor neutro podem ser combinadas,
desde que a parte da instalação em referência não seja protegida por um
dispositivo a corrente diferencial-residual. No entanto, a seção mínima de um
condutor PEN pode ser de 4 mm², desde que o cabo seja do tipo concêntrico e que
as conexões que garantem a continuidade sejam duplicadas em todos os pontos de
conexão ao longo do percurso do condutor periférico. O condutor PEN concêntrico
deve ser utilizado desde o transformador e limitado a uma instalação que utilize
acessórios adequados.

c.2 O condutor PEN deve ser isolado para as tensões a que possa ser submetido, a
fim de evitar fugas de corrente.

c.3 Se, a partir de um ponto qualquer da instalação, o neutro e o condutor de


proteção forem separados, não é permitido religá-los após esse ponto. No ponto de
separação, devem ser previstos terminais ou barras separadas para o condutor de
proteção e o neutro. O condutor PEN deve ser ligado ao terminal ou barra previsto
para o condutor de proteção.

d) as características dos dispositivos de proteção e as impedâncias dos circuitos


devem ser tais que, ocorrendo em qualquer ponto uma falta de impedância
desprezível entre um condutor de fase e o condutor de proteção ou uma massa, o
seccionamento automático se efetue em um tempo no máximo igual ao
especificado. Esta prescrição será atendida se a seguinte condição for satisfeita:

  

Zs . Ia £ Uo

 Onde:

Zs é a impedância do percurso da corrente de falta;

Uo é a tensão nominal entre fase e terra e  

Ia é a corrente que assegura a atuação do dispositivo de proteção num


tempo no máximo igual ao especificado na tabela 20 ou a 5 s  para
circuitos de distribuição, bem como para circuitos terminais que alimentem
unicamente equipamentos fixos, desde que uma falta no circuito de
distribuição, circuito terminal ou equipamento fixo (para os quais esteja
sendo considerado o tempo de seccionamento de até 5 s) não propague,
para equipamentos portáteis ou equipamentos móveis deslocados
manualmente em funcionamento, ligados a outros circuitos terminais da
instalação, uma tensão de contato superior ao valor apropriado de UL.
Quando a condição acima não puder ser respeitada, deve-se realizar uma
ligação eqüipotencial suplementar. 

NOTA - Numa instalação dada, o valor de Zs pode ser determinado por cálculo ou
por medições.

Tempos de seccionamento máximos no esquema TN

Uo Tempo de seccionamento (s)


(V) Situação 1 Situação 2
115, 120,
0,80 0,35
127
220,277 0,40 0,20
400 0,20 0,05
> 400 0,10 0,02
Uo = tensão nominal entre fase e terra, valor eficaz em corrente
alternada

Condição de seccionamento

Como numa seqüência típica de projeto, o valor de Ia é conhecido nesta etapa do


projeto. A condição de seccionamento é verificada usando a relação seguinte:
Zs  £  (Uo /  Ia)

ou seja, a garantia da condição do seccionamento se faz garantindo que a


impedância do percurso da corrente de falta (Zs) não seja superior ao valor dado
pela relação anterior. O valor de Zs pode ser determinado por cálculo ou por
medição. 

Para a determinação do Zs por medição a NBR 5410 apresenta no anexo C dois


métodos, usando equipamentos de medida simples ou de fácil obtenção, como
voltímetro e amperímetro. Também pode ser usado equipamentos específicos para
este fim disponíveis no mercado. Esta opção, a medição, é adequada aos trabalhos
de inspeção das instalações elétricas, mas obviamente inviável na fase de projeto.

A determinação do Zs por cálculo, adequada aos trabalhos de projeto, é feita


considerando as impedâncias: da fonte, do condutor fase e do condutor de
proteção. A impedância do percurso da corrente de falta fase-massa, Zs, é dada
pela seguinte expressão:

 onde:

-      RO, XO são, respectivamente, a resistência e a reatância da fonte ao


quadro de distribuição terminal;
-      RL, XL são, respectivamente, a resistência e a reatância dos condutores
fase do circuito terminal;
-      RPE, XPE são, respectivamente, a resistência e a reatância dos
condutores de proteção do circuito terminal.

 Para que este cálculo seja viável, os condutores vivos e os de proteção devem
estarem juntos uns dos outros (como por exemplo, o condutor PE e os
condutores vivos como veias de um mesmo cabo multipolar, ou os condutores
vivos e o PE contidos no mesmo conduto) e ainda, é necessário conhecer as
resistências e reatâncias de todos os componentes desde a fonte até a carga.

No caso de instalações alimentadas a partir de subestação transformadora nas


instalações consumidoras, em instalações industriais e grandes instalações
comerciais ou residenciais, este cálculo é feito considerando parâmetros
exclusivos da instalação.  No caso de instalações alimentadas diretamente da
rede de distribuição pública em baixa tensão, as resistências e reatâncias de
todos os componentes da rede de distribuição, isto é, entre a fonte e a origem
da instalação, devem ser obtidos da concessionária de energia elétrica.
Quando não se conhece os parâmetros da rede de distribuição, o cálculo da
impedância Zs pode ser feito por um modelo simplificado, que é dado pela
seguinte fórmula:

No caso  onde os condutores são de pequenas seções (inferiores a 35mm 2),


pode-se, ainda, desprezar a reatância desse circuito, considerando apenas a
resistência do condutor fase, RL, e a do condutor de proteção, RPE. Nestas
condições a equação simplificada de Zs pode ser escrita como:

Para o caso de condutores de seção inferior a 16 mm2, como é o caso das


instalações prediais, as seções dos condutores fase e de proteção devem ser iguais,
logo RL = RPE. Nestas condições a equação simplificada de Zs pode ser escrita como:

A resistência do condutor é dada pela seguinte equação:

onde:

r é a resistividade do material condutor (cobre);

S é a seção do condutor;

l comprimento do circuito do quadro de distribuição terminal até a carga.

Para o caso de condutores de seção inferior a 16 mm2, a condição de


seccionamento pode ser reescrita em termos de um comprimento máximo do
circuito Lmax como:

Logo pode-se concluir que para estas instalações elétricas a condição de


seccionamento é garantida se o comprimento máximo do circuito não for superior
ao valor adequado de Lmax. Baseados em valores de disjuntores normalizados, pode-
se montar tabelas de comprimento máximo em função da corrente nominal do
disjuntor e da seção nominal dos condutores.

Tabelas de comprimento máximo do circuito

Tensão 380/220 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva B

Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 196 117 90 73        
2,5 326 196 150 122 98      
4,0 521 313 241 196 156 125    
6,0 782 469 361 293 235 188 147 117
10,0 1304 782 602 489 391 313 244 196

Tensão 220/127 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva B

Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 113 68 52 42        
2,5 188 113 87 71 56      
4,0 301 181 139 113 90 72    
6,0 452 271 208 169 135 108 85 68
10,0 753 452 347 282 226 181 141 113

Tensão 380/220 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva C

Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 98 59 45 37        
2,5 163 98 75 61 49      
4,0 261 156 120 98 78 63    
6,0 391 235 181 147 117 94 73 59
10,0 652 391 301 244 196 156 122 98

Tensão 220/127 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva C


Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 56 34 26 21        
2,5 94 56 43 35 28      
4,0 151 90 69 56 45 36    
6,0 226 135 104 85 68 54 42 34
10,0 376 226 174 141 113 90 71 56

Tensão 380/220 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva D (50 IN)

Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 20 12 9 7        
2,5 33 20 15 12 10      
4,0 52 31 24 20 16 13    
6,0 78 47 36 29 23 19 15 12
10,0 130 78 60 49 39 31 24 20

Tensão 220/127 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva D (50 IN)

Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 11 7 5 4        
2,5 19 11 9 7 6      
4,0 30 18 14 11 9 7    
6,0 45 27 21 17 14 11 8 7
10,0 75 45 35 28 23 18 14 11

Tensão 380/220 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva D (20 IN)

Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 49 29 23 18        
2,5 81 49 38 31 24      
4,0 130 78 60 49 39 31    
6,0 196 117 90 73 59 47 37 29
10,0 326 196 150 122 98 78 61 49

Tensão 220/127 - disjuntor NBR IEC 60898 Curva D (20 IN)


Seção 6 10 13 16 20 25 32 40
1,5 28 17 13 11        
2,5 47 28 22 18 14      
4,0 75 45 35 28 23 18    
6,0 113 68 52 42 34 27 21 17
10,0 188 113 87 71 56 45 35 28

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