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MANUAL

Economia
UFCD: Comércio e Moeda

Horas

Formador: Ana Paula Fernandes


Conteú do

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OBJETIVOS DA AÇÃ O

 Compreender o conceito de comércio e identificar os vários tipos de comercio.


 Enumerar caraterísticas de cada tipo de comercio.
 Identificar as funções de moeda
 Compreender o conceito atual de desmaterialização da moeda
 identificar as vantagens e desvantagens da moeda única
 enumerar as componentes do preço de um bem
 compreender o conceito de inflação e da sua importância para a economia de um
país.

MÉ TODOS DE AVALIAÇÃ O
Os formandos vão ser avaliados através de testes na plataforma.

CONTEÚ DO PROGRAMÁ TICO

1. Comércio – noção e tipos

2. A evolução da moeda – formas e funções

3. A nova moeda portuguesa – O Euro

4. O preço de um bem- noção e componentes

5. A inflação – noção e componentes

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1. Comércio – noçã o e tipos
Ao longo do nosso dia-a-dia necessitamos de um conjunto, mais ou menos alargado, de bens e
serviços para podermos satisfazer as nossas necessidades. Mas não basta que esses bens sejam
produzidos, é necessário que cheguem juntos dos consumidores, de forma cómoda e em
quantidades adequadas às suas necessidades.
De fato, se tivéssemos de adquirir cada bem de que necessitamos junto de cada um dos
produtores, a nossa vida seria impossível. Por outro lado, o produtor teria muita dificuldade em
escoar a sua produção. Assim, é importante que exista um conjunto de atividades que estabeleça
a ligação entre a produção e o consumo. Este conjunto de atividades é designado de
Distribuição.

Distribuição é o conjunto de todas as entidades singulares ou coletivas que, através de


múltiplas transações comerciais e diferentes operações logísticas, desde a fase de produção
até à fase do consumo, colocam produtos ou prestam serviços, acrescentando-lhes valor,
nas condições de tempo, lugar e modo mais convenientes para satisfazer as necessidades
dos consumidores.

A distribuição é fundamental na atividade económica, acrescentando maior utilidade aos bens, já


que os disponibiliza ao consumidor nas quantidades que ele deseja, quando necessita e no local
que lhe seja mais conveniente.

O comércio constitui uma das atividades que compõem a distribuição, correspondendo apenas à
fase em que se estabelece a troca de bens. Assim, é habitual distinguirem-se dois tipos de
comércio:
 Grossista, que contacta diretamente o produtor e reúne, por vezes, produções que se
encontram dispersas.
 Retalhista, que adquire os produtos junto do grossista, oferecendo-os aos consumidores
nos locais e nas quantidades de que eles necessitam.

É o comércio retalhista que contacta diretamente o consumidor final, por essa razão temos
tendência a associar a atividade do comércio apenas à função retalhista. No entanto, a atividade
grossista é também muito importante para que os produtos cheguem junto dos consumidores.

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Circuitos de distribuição
São etapas percorridas pelos bens ou serviços através de diversos agentes económicos com
diferentes funções, desde o seu lugar de produção até serem colocados à disposição dos
consumidores.
Existem vários circuitos de distribuição que se caracterizam pela sua extensão, ou seja, pelo
número de agentes económicos envolvidos.

Assim podemos encontrar os seguintes tipos de circuitos de distribuição:


 Circuito ultracurto, quando o produtor oferece diretamente os seus produtos aos
consumidores. É o caso da venda à porta da fábrica, podendo o consumidor final
comprar os produtos diretamente do produtor. É também o caso de grande parte das
vendas ao domicílio, como o caso d Avon, ou da Tupperware ou ainda das vendas por
correspondência, como o Círculo de Leitores.

Produtor
Consumidor

 Circuito Curto quando o número de intermediários entre o produtor e o consumidor se


reduz apenas ao retalhista, assumindo neste caso o produtor a função de grossista.

Produtor Retalhista Consumidor

 Circuito longo, quando intervêm dois ou mais intermediários, desempenhando diferentes


funções e que estabeleçam a ligação entre o produtor e o consumidor.

Produtor Retalhista Retalhista Consumidor

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Tipos ou formas de comércio
Quando observamos o comércio retalhista, verificamos que existem várias formas de este se
organizar, com o objectivo de conseguir melhores resultados no exercício da sua atividade.

Assim, é habitual distinguirem-se três tipos de comércio:

 Comércio independente

O comércio independente, constituído na grande maioria das vezes por empresas


familiares, de dimensões relativamente pequenas, emprega um número reduzido de
trabalhadores ou até mesmo nenhum, pois encontram-se a cargo do próprio
proprietário e operam normalmente num único ponto de venda.

Este tipo de comércio encontra-se espalhado pelos centros habitacionais, junto dos
consumidores ou em pequenos centros urbanos.

Encontramos vários exemplos desta forma de comércio nos centros habitacionais,


junto dos consumidores, apresentando algum grau de especialização. O ponto de
venda dedica-se, em geral, á comercialização de um tipo de produto; é o caso das
lojas de ferragens, dos minimercados,das lojas de roupa ou mesmo o caso do
comércio ambulante ou itinerante.

 Comércio integrado

Este tipo de comércio, devido á sua grande dimensão, reúne as funções de grossista e
retalhista, explorando cadeias de pontos de venda, identificadas pela mesma insígnia,
e aplicando políticas comuns de gestão. Tal é o caso das redes de supermercados
Pingo Doce, Worten, etc.

Dentro desta forma de comércio encontramos:

 Os grandes armazéns, que oferecem num mesmo local diversas categorias de


produtos arrumadas em secções com uma gama variada, funcionando cada secção quase como
uma loja especializada. Neste tipo de lojas, o consumidor encontra uma grande variedade de
produtos, num mesmo edifício, o que se torna muito cómodo. São exemplo deste tipo de
comércio os armazéns El Corte Inglés e o Printemps ou o Harrods.
 Os armazéns populares constituem uma versão menos sofisticada dos grandes
armazéns, já que se dirigem a clientes com menor poder de compra ou que pretendem gastar

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menos. Apresentam uma variedde de produtos mais reduzida, vendendo em
geral em livre serviço, com o objectivo de reduzir custos e oferecer preços mais baixos. São
exemplos deste tipo de comercio as cadeias Minipreço, Lidl, etc
 As grandes superfícies generalistas são lojas de grande dimensão, oferecendo uma
grande variedade de bens, sobretudo alimentares e de higiene. Em termos da sua dimensão, em
Portugal, considera-se uma grande superfície quando a sua área é igual ou superior a 2000
metros quadrados. São exemplos desta forma de comércio os hipermercados, como o
Continente, o Jumbo, etc.
 As grandes superfícies especcializadas são lojas de grande dimensão, tal como as
anteriores, mais dirigidas para uma mesma gama de produtos, bastante especializada. São
exemplos desta forma de comércio „Toys’R’Us“ na área dos brinquedos, o Ikea na área da
decoração, o Aki na área de bricolage e a Fnac na área dos livros e da música.
 O franchising, reunindo empresas que, embora se mantenham jurídica e
financeiramnte independentes uma das outras, estão ligadas por contrato à empresa-mãe – o
franqueador – aplicando políticas de gestão comuns. Existem várias empresas nesta situação, das
quais a Benetton, e o McDonald’s são exemplos.

 Comércio Associado

O comércio associado compreende empresas que mantêm a sua independência


jurídica, associando uma ou mais atividades, de modo a obter vantagens e a competir
com o comércio integrado.

De forma geral, estas associações de comerciantes têm como grande objectivo efetuar
compras em conjunto e obter preços mais baixos devido ao grande volume de
compras, o que não conseguiriam se atuassem isoladamente. Por outro lado,
usufruindo de serviços comuns, podem desenvolver operações promocionais de
maior escala, conhecer melhor os mercados e gerir mais racionalmente os stocks, o
que também isoladamente se tornaria mais difícil.

Métodos de venda
Até agora considerámos que no contacto com o consumidor existia sempre como base o ponto

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de venda, local físico onde consumidor e comerciante se encontram. No
entanto, nem sempre tal situação acontece, estabelecendo-se o contacto entre o consumidor, o
produtor e o produto de uma outra forma. Dos vários métodos de venda existentes destacam-se
os seguintes:

 Venda á distância é uma técnica de venda em que os produtos são apresentados aos
consumidores através de vários meios de comunicação, como a televisão ou por
catálogo, respondendo os consumidores por meios idênticos, seja telefonando seja
por envio de cupões pelos correios. Neste tipo de venda, também chamada de venda
sem loja , não existe o contacto direto entre o vendedor e o comprador.
 Venda automática este tipo de venda utiliza equipamentos automáticos instalados em
locais públicos e de grande circulação, como estações de comboio, metro, hospitais
ou fábricas. Hoje encontramos uma grande variedade de produtos oferecidos desta
forma , desde bilhetes de comboio ou de cinema até sanduiches, tabaco, bebidas,
chocolates, etc. Na grande maioria a forma de pagamento utilizada é o dinheiro, no
entanto, já é possível encontrar pagamento através de cartões de débito ou de crédito.
 Venda direta ou ao domicílio, que exige o contacto direto entre o vendedor e o
consumidor; no entanto, este contacto não é feito no ponto de venda, mas na casa do
cliente ou no emprego, sendo por esta razão é também habitualmente designado por
venda porta-a-porta.
 Cibervenda ou venda através da Internet. Esta modalidade corresponde à forma mais
recente de venda e tem vindo a crescer nos últimos tempos, facilitada pelo aumento
do uso de computadores, consistindo na venda/aquisição de bens ou serviços através
da Internet. O número de lojas e centros comerciais virtuais tem vindo a crescer nos
últimos anos, quer em Portugal quer um pouco por todo o mundo, comercializando
os mais diversos tipos de bens e serviços, que vão desde livros, CD’s, vestuário,
bilhetes de avião, férias, etc.

2. A evoluçã o da Moeda – formas e funçõ es


2.1. Noção de moeda
A moeda faz parte integrante do nosso quotidiano, sendo a sua invenção considerada por muitos
autores tao importante como a do fogo ou da roda.
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Desde tempos muito recuados que o homem utiliza a moeda como um
intermediário nas trocas. No século III antes de Cristo, os romanos cunhavam moeda, no templo
da Deusa Juno Moneta, que tinha a função de “monere”, ou seja, anunciar os acontecimentos
futuros. Daí deriva a palavra

moeda, do latim “monere”.


Mas a invenção da moeda é muito anterior aos romanos, existindo registos que aponta, vários
povos que utilizavam os mais variados bens como moeda. Colares, braceletes, conchas, pedras
de adorno e peles foram utilizadas como moeda. Na China utilizava-se o chá, em África o
marfim, na Pérsia as Tâmaras. Na Índia utilizava-se o gado como moeda. Só mais tarde o
homem introduziu metais como moeda, sendo estas duas formas utilizadas, em muitos locais em
simultâneo.
De fato, qualquer dos bens, gado, marfim, chá ou metal, pode ser considerado como moeda, pois
funcionava como um intermediário na troca, aceite por todos os membros de uma comunidade,
que a utiliza para efetuar as suas trocas, sendo também em moeda que se expressa o valor de
todos os bens.

2.2 Funções da Moeda


 Unidade de conta ou medida de valor, pois é a moeda que expressa o valor dos bens e
serviços;
 Meio de pagamento, uma vez que, sendo aceite por todos, permite adquirir os bens e
serviços;
 Reserva de valor, pois é possível guardar moeda com vista adquirir bens ou serviços no
futuro.

As primeiras sociedades humanas possuíam uma economia muito simples, vivendo


principalmente do que recolhiam da natureza, sendo o seu nível de produção muito reduzido.
À medida que o homem vai dominando a natureza, o seu nível de produção aumenta,
produzindo mais do que aquilo que consumia. Estes excedentes de produção podem agora ser
trocados por tudo aquilo que ele não produz, o que possibilita o aparecimento de trocas.
Inicialmente, as trocas assumiram uma forma muito rudimentar, trocando-se um bem
diretamente por outro bem. Era a troca Direta. Na prática este tipo de troca levantava grandes
inconvenientes:
 Dupla coincidência de desejos
 Atribuição de valor aos bens
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 Divisibilidade ou fracionamento dos bens
 Transporte dos bens
 Elevado número de transações

À medida que a especialização aumenta, aumenta também o número de produtos destinados à


troca. A troca direta constituía um entrave ao desenvolvimento das trocas e da economia. Assim,
começam a ser utilizados alguns bens como intermediários na troca, que sendo aceites por todos
os membros da comunidade, permitem dividir a operação de troca em três partes: trocar o bem
que possuo por esse bem intermediário e posteriormente utilizá-lo para adquirir outros bens.

Trata-se agora de uma Troca Indireta funcionando esse intermediário como moeda, a moeda-
mercadoria, que constitui a forma mais rudimentar da moeda.

2.3 Evolução da Moeda


Mas a moeda mercadoria, apresentava ainda alguns inconvenientes:
 Dado ser um bem útil, era utilizada para fins não monetários, podendo haver falta de
moeda;
 Nem sempre era fácil ou conveniente o seu fracionamento, como era o caso do gado ou
mesmo das peles.
 O transporte deste tipo de moeda nem sempre era fácil e prático;
 Por vezes era difícil conservá-la no tempo, pois podia deteriorar-se.

Todos este inconvenientes vieram a ser ultrapassados com a introdução dos metais preciosos
como moeda, principalmente o ouro e a prata. A moeda passou assim à forma metálica, que
ainda hoje utilizamos.
O usos da moeda metálica divulgou-se rapidamente na maioria das sociedades, pois representava
claras vantagens:
 Fácil divisível e pequenas partes
 Grande durabilidade
 Fácil de transportar
 Difícil de falsificar, devido ao seu elevado valor mesmo em pequenos pedaços
 Aceite por todos
 Baixa procura não monetária
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 Como é um metal precioso, é rara e escassa

Inicialmente, sendo a moeda em ouro ou prata, o valor da moeda correspondia ao seu peso em
metal precioso, por essa razão as lojas dispunham de uma balança para pesar a moeda e assim se
efetuar a transação. Era a fase da Moeda Pesada. Como este método não era de fato muito
prático,

devido ao esforço de pesagem e aos erros que eventualmente podiam ocorrer, passou-se a outra
forma, a moeda contada. A moeda assumia agora a forma de pequenos discos redondos, com
pesos determinados, bastando contar os discos para determinar a quantidade de ouro ou prata
desejada.

Agora, era necessário garantir a sua autenticidade e o seu peso, o que levou as autoridades, o rei,
o senhor feudal ou o imperador a inscrever em cada umas das faces da moeda o seu escudo, a
sua cara ou o seu selo, de forma a dar confiança às pessoas sobre a sua autenticidade e valor. A
moeda passou a ser cunhada.
No fim da Idade média, as trocas intensificaram-se, sobretudo entre regiões, obrigando os
mercadores a transportar consigo elevadas quantias em moedas de ouro e prata, o que, devido á
insegurança, se tornava perigoso. Para resolver esta questão, para além da própria necessidade
da troca da sua moeda pela utilizada noutra região os comerciantes depositavam as suas moedas
num cambista de uma cidade, recebendo em troca um certificado de depósito ou uma letra de
câmbio com a inscrição do valor ai depositado. Era assim mais pratico e seguro.

Dada a comodidade que apresentavam, estes certificados passaram a ser aceites como meio de
pagamento, pois representavam o ouro que estava depositado. A moeda passou a ter suporte em
papel, sendo designada por moeda papel, que representava ouro depositado e podia ser
convertida em ouro.

Rapidamente os banqueiros perceberam que poderia emitir mais “papel” do que o ouro que
tinham depositado, pois seria improvável que todos os depositantes reclamassem o seu ouro em
simultâneo.
Para evitar situações de abuso e regular a situação, o Estado passou a intervir, chamando a si a
exclusividade de toda a emissão de moeda, decretando a obrigatoriedade de aceitação da moeda
papel, tornando o seu curso forçado, sem que fosse possível trocarem-na por ouro, ou seja,
tornando-a inconvertível. A moeda passou assim a circular com base na confiança ou fé que as
pessoas nela depositava, ; era por isso uma moeda fiduciária.
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Passando apenas o Estado a poder emitir papel moeda, os bancos continuam a aceitar os
depósitos dos seus clientes, não em ouro mas em notas de banco, dando ordens ao seu banco,
através de cheques, para movimentar a sua conta. Surge assim um novo instrumento bancário –
a moeda escritural.

A moeda escritural traduz-se em inscrições contabilísticas realizadas pelos bancos nas


contas dos seus clientes, que previamente constituíram um depósito à ordem.

Mias recentemente o desenvolvimento da eletrónica e da informática, o uso dos cartões de


credito e de débito têm constituído o meio preferencial de movimentação da moeda escritural,
em detrimento dos cheques. Muitos autores consideram mesmo este tipo, a moeda eletrónica,
como moeda, quando a utilizamos para efetuar pagamentos nos terminais que se
encontram nos estabelecimentos de comércio.

2.4 Desmaterialização da moeda


Neste longo processo de evolução da moeda verificamos que a moeda se vai gradualmente
separando do seu suporte físico inicial – o ouro ou a prata.
A passagem da moeda papel ao papel moeda, em que perde a sua convertibilidade em metal
precioso, passando a circular por força de disposições legais, sob a forma de pedaços de papel
impressos com um valor inscrito superior ao material em que é feita, mostra bem o processo de
desmaterialização por que foi passando.
Este processo foi ainda mais acentuado com a criação da moeda escritural pois por simples jogos
de escrita é possível efetuar as mais diversas transações sem qualquer intervenção da moeda
física.
Com o desenvolvimento da informática, da eletrónica e das telecomunicações, este processo tem
vindo a acentuar-se ainda mais, pois já nem é necessário inscrever tal ordem de movimentação
num cheque, basta, pois, através do cartão de plástico, digitar um simples código ou mesmo
apenas apresentar o próprio cartão.

2.5 Formas atuais de moeda


 Divisionário ou de trocos, constituída pela moeda metálica, utilizada, sobretudo para
pagamentos de baixo valor;

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 Papel moeda, notas de banco, utilizadas principalmente para pagamento
de valor mais elevado;
 Moeda escritural, constituída poe depósitos previamente efetuados nos bancos e que
pode ser movimentada, através de cheque, cartões de débito e de crédito.

3. A nova moeda portuguesa – o Euro


No dia 1 de janeiro de 2020 entrou em circulação a moeda europeia – o Euro -, substituindo
assim as moedas nacionais que circularam até essa data em cada um dos países que constituíam
a Zona Euro.

Zona Euro é o espaço comum europeu onde circula a esma moeda – o Euro

Numa primeira fase, em 1999, foram onze os países fundadores. Um ano mais tarde juntou-se a
este grupo um novo país,- a Grécia, passando assim a Zona Euro a ser composta por doze países.
Depois, em 2007 a Eslovénia adotou o Euro.
Os países que compõem esta zona são: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Áustria, Itália,
Finlândia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Irlanda, Grécia e Eslovénia.

Para fazer parte da zona Euro, os países têm de cumprir um conjunto de critérios, estabelecidos
no Tratado de Maastricht – os critérios de convergência nominais.
De fora da zona euro ficaram os restantes catorze países que em 2007 faziam parte da União
Europeia. Alguns destes países não pretenderam aderir ao euro: é o caso do Reino Unido, da
Dinamarca e da Suécia. Os restantes países, que correspondem à última vaga de alargamento,
encontram-se em situações diferentes para reunir as condições exigidas pelos critérios de
convergência nominais.

Os critérios de convergência, cujo objetivo era o de assegurar uma certa homogeneização entre
as economias dos diversos estados-membros. Daí que tenha considerado necessário o
cumprimento dos cinco critérios a seguir enumerados:
 Estabilidade dos preços – a taxa de inflação não deve ultrapassar em mais de 1,5% a
média dos três Estados que apresentem os melhores resultados em matéria de

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estabilidade de preços;
 Taxas de juro a longo prazo – não devem superar em mais de 2% as verificadas nos
mesmos estados-membros;
 Défice orçamental – a relação entre o défice público e o produto interno bruto não deve
ultrapassar os 3%;
 Dívida pública – a relação entre a dívida pública e o PIB não seve ultrapassar os 60%;
 Estabilidade cambial – as taxas de câmbio deverão manter-se dentro da margem de
flutuação autorizada durante os dois anos anteriores à entrada da UEM.

3.1 Vantagens do Euro


Dentre as diversas vantagens que representa a adoção da moeda única, salientem-se:
 Reforço da união entre os cidadãos europeus, todos eles interessados em preservar o
poder de compra da moeda comum;
 Eliminação dos riscos das flutuações cambiais;
 Redução dos custos das transações cambiais;
 Facilidade na comparação dos preços praticados nos vários países;
 Revitalização do comércio internacional;
 Transparência dos mercados
 Maior facilidade no turismo.

3.2 Desvantagens do Euro


No que respeita às desvantagens, é de realçar como aspetos fundamentais:
 Os bancos centrais nacionais perdem a competência para conduzir a política monetária,
isto é, deixam de poder fixar as taxas de juro oficiais e determinar o crescimento da
oferta de moeda que considerem adequados aos objetivos nacionais;
 As autoridades nacionais perdem também a competência para ajustar a sua taxa de
cambio em relação às outras moedas. Não mais podem decidir a desvalorização da
moeda como forma de tornar as suas exportações mais competitivas.
 Em consequência do Pacto de Estabilidade e Crescimento, os governos são forçados a
manter os seus deficits orçamentais dentro de determinados limites, não podendo
aumentar os seus gastos para fazer face a choques económicos, designadamente ao nível
do desemprego e do bem estar social.

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4. O preço de um bem – noçã o e componentes
A moeda expressa o valor de troca dos bens e serviços, ou seja, a moeda é a unidade do valor de
troca dos bens, pois funciona como o equivalente geral das trocas. É pois em moeda que se fixa
o preço dos bens e serviços. Para adquirir um bem é necessário despender uma quantidade de
moeda em troca.

O preço de um bem ou de um serviço é a quantidade de moeda que é necessário despender


para o obter.

Importa, no entanto, realçar que a moeda expressa o valor de troca de um bem e não o seu valor
de uso.
Valor de uso de um bem corresponde ao conjunto de caraterísticas próprias desse bem e que
conduz à sua escolha, dependendo de outros fatores subjetivos, que variam de acordo com o
contexto social em que a escolha se efetua.
O valor de troca exprime-se por uma relação de troca que, relativamente a cada bem, expressa a
quantidade de outros bens que lhe são equivalentes.

Segundo os modernos economistas, a formação do preço de um bem é um processo no qual


intervém um conjunto de fatores simultaneamente, dos quais se destacam:
 Os custos de produção envolvidos na produção do bem, quer sejam os custos fixos quer
os custos variáveis;
 O custo do fator trabalho, que consequentemente se reflete nos custos de produção do
bem;
 O preço dos outros bens que possam ser substituíveis;
 A imagem de marca do bem, pois a empresa poderá pretender afirmar-se no mercado
através de uma estratégia de preços mais elevados, de forma a criar uma imagem de
prestígio.
 A intervenção do Estado, nomeadamente através da aplicação de impostos indiretos,
fazendo aumentar o preço do bem ou através da concessão de subsídios, o que provoca
uma redução do seu preço.
 O número de compradores e de vendedores existentes. Se uma empresa opera sozinha
no mercado, naturalmente terá maior possibilidade de fixar o preço do que aquela que

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opera nu, mercado em que existem muitas mais, podendo o comprador
escolher aquela que oferece um preço mais baixo.

5.A inflaçã o – noçã o e medida


5.1. Noção de inflação
Sabemos da nossa vida quotidiana que os preços não se mantêm inalteráveis ao longo do ano,
sofrendo por vezes oscilações. Tal é o caso dos produtos hortícolas, que, devido a fatores
sazonais e climatéricos, verificam subidas ou descidas dos seus preços.
Embora estes exemplos traduzam uma situação de subida do preço, não podem ser confundidos
com inflação, sendo apenas uma subida ocasional ou sazonal do preço de um grupo de bens,
voltando este ao seu nível anterior logo que o fator que originou a subida seja controlado.
Assim, falamos de inflação quando se verifica:
 Um subida generalizada do preço de todos os bens e serviços
 Um subida sustentada e continuada dos preços.

Inflação é a subida generalizada e sustentada do nível médio do preço dos bens e dos
serviços.

5.2. Tipos de Inflação


A intensidade com que os preços sobem não é sempre a mesma havendo períodos em que a
inflação é praticamente impercetível e outros em que atinge valores incalculáveis. Assim, é
habitual distinguir.se três tipos de inflação:
 Moderada, quando os preços sobem lentamente, apresentando taxas anuais de um só
digito (inferior a 10%).
 Galopante, quando os preços começam a subir de forma mais acelerada, a taxas de dois

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ou três dígitos. Os impactos desta subida são tao mais graves quanto os
valores que atinge, pois é diferente estarmos na presença de uma taxa de 11% e de
300%.
 Hiperinflação, quando os preços sobem descontroladamente, atingindo valores muito
elevados, da ordem dos quatro ou mais dígitos.

5.3. Inflação e valor da moeda


Naturalmente que a inflação provoca efeitos na economia, nomeadamente sobre o valor da
moeda. Sendo o preço a quantidade de moeda que temos de despender para adquirir um bem, se
o preço desse bem aumenta, isso significa que terei de dar uma maior quantidade de moeda para
o obter. O mesmo +e dizer que o valor da moeda despreciou, pois aquela quantidade de moeda
já não +e suficiente para adquirir o bem.

5.4. Inflação e poder de compra


A inflação reflete-se também direta e imediatamente no poder de compra de pessoas.
Consideremos que o rendimento da população se mantém constante, logo, um aumento
generalizado do preço dos bens e serviços irá traduzir-se numa menor capacidade de adquirir
bens e serviços, ou seja, numa deterioração do seu poder de compra.
Claro que se o rendimento das pessoas aumentar na mesma proporção da subida dos preços
então o seu poder de compra mantém-se.

5.5. A medida da inflação: O Índice de Preços no Consumidor


Para se medir a evolução dos preços no tempo, é habitual utilizar-se o índice de preços.

O Índice de Preços no Consumidor (IPC)


Para medir a evolução dos preços numa economia, num determinado período de tempo, utiliza-
se o índice de Preços no Consumidor – IPC, que constitui uma das medidas da inflação.
Como se calcula o IPC?
1. Através de inquéritos realizados junto de um amostra significativa de famílias das várias
regiões do país.
2. Calcula-se o preço desse “cabaz” para um determinado ano considerado como base (ano
base)
3. Calcula-se o preço do mesmo cabaz para o ano que se pretende considerar;
4. Relaciona-se o preço dos dois cabazes obtidos-

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I(ano b/ano) = (preço do cabaz no ano b)/ ( preço do cabaz no ano a) *100

O IPC e a taxa de inflação são utilizados frequentemente para dar a conhecer a evolução,
aumento ou diminuição do que correntemente se designa por custo de vida.

5.6. Índice Harmonizado de Preços no Consumidor


Para melhor se comparar a evolução dos preços nos diferentes países da União Europeia, tem-se
vindo a uniformizar a fórmula de cálculo do IPC, de forma a torna-lo numa base comparável.
Designa-.se este índice por IHPC, Índice Harmonizado de Preços no Consumidor.
 O IHPC inclui algumas rubricas que não eram consideradas anteriormente, como
medicamentos não comparticipados, seguros ligados à habitação e serviços de educação
integralmente suportados pelos consumidores.

5.7. Taxa de inflação média anual e taxa de inflação homóloga


De acordo com a análise que se pretende realizar. Pode ainda determinar-se:
 A taxa de inflação média anual, que expressa a média de variação dos preços dos bens
considerados no cabaz ao longo do ano;
 A taxa de inflação homóloga, que compara a variação do preço do “cabaz” num
determinado mês, relativamente ao preço do “cabaz” no mesmo mês do ano anterior.

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