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1.

BOAS-NOVAS
O que estamos fazendo aqui?
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 1. Você pode
adaptá-las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado,
mostre o Episódio 1 (Boas-novas) do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 6 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali enquanto ouve a palestra.

Alvos

± Dar boas-vindas às pessoas que chegam para o curso.

± Identificar e desafiar os preconceitos dos participantes sobre o Cristianismo.

± Mostrar que o cristianismo são as “boas-novas” sobre Jesus Cristo (Marcos 1.1).

± Desafiar o grupo a descobrir o que são as “boas-novas”, separando um tempo


para vir a esse curso e para ler o Evangelho de Marcos.

Introdução
Qual a vista mais bonita que você já teve?
Para mim provavelmente foi... (Compartilhe uma história pessoal descrevendo
uma vista de beleza natural surpreendente.)
Qual foi a sua?
E quando viu o que viu, fico imaginando se você se perguntou as mesmas coisas

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que eu... que tipo de poder teria produzido algo tão extraordinariamente bonito
que deixa o ser humano em atitude de pura admiração e sem palavras?
Vivemos num mundo maravilhoso.

A milhões e milhões de quilômetros acima de nós, aparentemente, existem pelo


menos 100 bilhões de estrelas. Essas são apenas as que estão em nossa galáxia,
a Via Láctea. Quanto melhor nossa tecnologia se torna, mais galáxias podemos
ver. Atualmente, os cientistas estimam que existam, pelo menos, 100 bilhões de
galáxias no universo.

Não são extraordinárias apenas as grandes coisas da vida, as pequenas também são.

Você sabia que há 75 mil quilômetros de vasos sanguíneos dentro de nós e pelo
menos 50 trilhões de células? Essas são estatísticas fantásticas! Se o DNA de
apenas uma célula humana fosse esticado, mediria 1,80 m de comprimento.

Então, se todo o DNA contido nas células de apenas um ser humano fosse
esticado de um ponto a outro, ele atingiria todo o caminho até a lua. Ida e volta.
Oito mil vezes.

Certamente a maravilha da vida deveria levantar grandes perguntas para nós...

O esclarecimento insensato da “existência ao acaso” explica esse mundo


maravilhoso?

Como a vida começou, sem antes ter uma vida para criá-la?

E mesmo que eu decida que tudo aconteceu completamente ao acaso, por que,
afinal, existe alguma coisa aqui? Por que existe alguma coisa... e não nada?

A Bíblia, de forma honesta, diz que toda essa complexidade e beleza natural se
destinam a nos indicar a direção a Deus, Aquele que criou o universo em que
vivemos, em escala e complexidade, e o corpo em que habitamos.

Mas é nesse ponto em que muitas pessoas se desligam. Elas podem ter
compreendido alguma coisa da maravilha da criação, mas o cristianismo as deixa
indiferentes.

Muitas pessoas cortaram a ligação entre a vida e suas maravilhas, e a fé cristã.

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Então, é importante falar no começo do Investigando o Cristianismo que muitas
pessoas consideram o cristianismo tedioso e irrelevante.
Você pode olhar para o livro de Marcos e se perguntar: “Qual o objetivo de ler
algo escrito há 2.000 anos e a aproximadamente 3.000 km de distância?” –
principalmente se você julgar que é tedioso e irrelevante, e supor que o conteúdo
da Bíblia não é verdadeiro.

O curso Investigando o Cristianismo foi desenvolvido por pessoas que uma


vez se sentiram assim também. Ele existe para elucidar todas as concepções
errôneas sobre o cristianismo, a fim de que você examine os fatos por si
mesmo.

É por isso que começamos com a primeira frase de Marcos. Diz assim: “Princípio
do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Marcos 1.1).

Se você pensa que cristianismo é sobre igrejas e regras, que despreza a


racionalidade e tira todo o seu prazer, está enganado.

Cristianismo não é sobre isso. A primeira frase do Evangelho de Marcos diz que
Cristianismo é sobre Cristo, Jesus Cristo.

A palavra “Cristo” não é um sobrenome, é um título, como presidente ou


Primeiro ministro, e significa “o único escolhido por Deus para ser rei”. Tratava-
se de uma palavra perigosa para Marcos usar num tempo em que o imperador
Romano era adorado como um deus. Falar de Jesus como o único representante
de Deus na terra era algo que poderia jogar o evangelista no Coliseu para ser
dilacerado por animais selvagens.

Na verdade, a declaração de Marcos de que Jesus é o Cristo, o único escolhido por


Deus para ser rei, é controversa hoje. Pergunto: o que você pensa disso?

Marcos diz que seu livro é o “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de
Deus”. A palavra “evangelho” significa “boas-novas”.

Não sei como você respondeu à pergunta sobre a melhor notícia já ouvida, mas
quando Marcos usa a palavra “boas-novas”, ele está se referindo a notícias tão
boas que transformam vidas. É como a notícia de que a guerra acabou, e você
está do lado vencedor.

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Então, Marcos 1.1 nos conta que o evangelho – novas excepcionalmente boas – é
sobre Jesus Cristo.
Tenho de ser honesto e dizer que compreendo aqueles que julgam a fé cristã
inútil, sem significado, desagradável, difícil de acreditar. Mas o problema é que,
muitas vezes, não foi eliminada a coisa real ou verdadeira.

Fico aborrecido com algumas das experiências oferecidas sob o nome de


cristianismo.

± Inclua um exemplo pessoal aqui – tanto de uma experiência desagradável ou negativa


com o Cristianismo, que você teve ou a experiência de alguém que conhece.

Você talvez tenha tido experiências ruins com a religião. Se for o caso, espero que
fique conosco para ver quanto não religioso Jesus é. Você poderá se surpreender
com o Jesus que vai encontrar.

Cristianismo é sobre Cristo

A partir desse versículo, você sabe sobre o que Marcos não se refere. Ele não diz
que é o princípio do evangelho sobre ser religioso, observar as regras e ser infeliz.
Não, diz que é o “princípio do evangelho de Jesus Cristo”.

Marcos não diz que é o princípio do evangelho de “parar de pensar”. Você não
precisa suspender suas faculdades mentais para crer em Jesus – porque Ele é uma
pessoa real na história humana que viveu, andou e conversou. Ele é Alguém que
pode ser examinado.

Quando olhamos para Jesus, os jogos de adivinhação acabam. O Deus da Bíblia


não é Alguém que inventamos! Não vamos aborrecer você com teorias sobre
Deus. Não, Deus Se revelou a nós! Deus nos mostrou como Ele é enviando-nos
Seu Filho, Jesus Cristo.

Marcos 1.1 é um convite para ler e encontrar as melhores notícias que uma
pessoa poderia ouvir. Se, nesse momento, você não pensa que o cristianismo é
a melhor e mais empolgante notícia já ouvida, posso dizer novamente que você
deve ter entendido errado. E existem muitas pessoas que fizeram a mesma coisa.

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Essa é uma declaração corajosa de se fazer, mas permita-me assegurar-lhe que
Investigando o Cristianismo não foi desenvolvido para doutrinar as pessoas.
Estamos ministrando esse curso a fim de dar a você oportunidade de ver os fatos
por si mesmo.

Vo c ê q u e r t e s t a r a d e c l a r a ç ã o d e M a r c o s ?

A pergunta é: Você separa um tempo para testar a declaração de Marcos? Você


vai aceitar o desafio de examinar para ver se ele está lhe contando a melhor
notícia já dada?

± A ilustração verdadeira a seguir mostra quanto é fácil as pessoas perderem algo


importante. Se você tiver uma ilustração pessoal ou uma que é da sua área ou
cultura, use-a no lugar desta.

Com certeza, você já teve a experiência de estar andando pela avenida


______________________________________________________ (dê o nome
da avenida principal em sua cidade) e recusar um folheto que alguém lhe
ofereceu – ou pegou e o ignorou – porque achou que não era importante.

Bem. Certa vez, um jornal britânico conduziu o seguinte experimento: um


homem ficou do lado de fora da estação do metrô, no centro de Londres,
distribuindo folhetos, nos quais estava a oferta de cinco libras (cerca de
R$15,00) apenas para trazer o folheto de volta para o homem.

Uma multidão passou por ele e, em três horas, apenas onze pessoas voltaram
para pegar as cinco libras. As pessoas presumiram saber o que estava escrito e
pensaram que aquilo não lhes faria nenhum bem – então, não se incomodaram
em pegar o folheto e lê-lo.

Meu apelo é que você não cometa o mesmo erro com a Bíblia. Se
quiser descobrir como Deus é e como deve se relacionar com Ele,
então isto (levante a Bíblia ou o Evangelho de Marcos) é tudo que
você precisa.

Nesse curso vamos descobrir, ao longo do Evangelho de Marcos, quem é Jesus,


por que Ele veio ao mundo e o que significa segui-Lo. Essa é uma grande e
excelente notícia.

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±Você poderia usar essa ilustração:
É como admirar um carro que está à venda, e o vendedor lhe entregar a chave,
dizendo que você pode fazer um test drive por algumas semanas, a fim de
verificar a qualidade, ver como funciona e descobrir se realmente é um carro que
gostaria de possuir.

No Investigando o cristianismo, estamos dizendo: “Aqui está o evangelho escrito


por Marcos – aqui está a chave de ignição do cristianismo. Pegue-a para um test
drive por sete semanas. Faça qualquer pergunta que quiser, verifique a qualidade
da visão de mundo do cristão, veja como funciona e descubra se isso faz sentido
de vida como nada mais faz.”

Onde começa Marcos

A Se você já distribuiu as Bíblias ou os exemplares do Evangelho de Marcos


ao grupo, peça que abram no capítulo 1 de Marcos. Diga o número da
página para que ninguém fique constrangido tentando encontrar.

Deixe-me apresentar-lhes os desdobramentos do drama do evangelho de Marcos...

A seção de abertura do Evangelho de Marcos nos prepara para um encontro


excepcional. No capítulo 1, versículos 2-3, Marcos cita o Antigo Testamento
– a parte da Bíblia que aborda a história do relacionamento de Deus com a
humanidade, da criação até o período anterior à vinda de Jesus.

] Leia Marcos 1.2-3

Essas palavras foram escritas mais de 700 anos antes de Jesus ter nascido! O
ponto ressaltado por Marcos mostra que a vinda de Jesus ao mundo não foi
um pensamento tido por Deus posteriormente. Tais versículos indicam que
esse sempre foi o plano. Quando Jesus veio ao mundo e iniciou Seu ministério,
o plano de Deus estava sendo cumprido de forma precisa e com exatidão
surpreendente.

Marcos nos apresenta João – mais conhecido como João Batista, porque ele
batizava as pessoas no rio Jordão. João veio preparar o caminho para Jesus, como

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o versículo 4 mostra.

] Leia Marcos 1.4


Ele era a “voz do que clama no deserto” (v.3), que foi anunciada centenas de anos
antes. Então, veja os versículos 7-8.

] Leia Marcos 1.7-8

A menção repentina de Marcos ao Antigo Testamento mostra que o povo estava


esperando por muito tempo a pessoa que Deus enviaria. É equivalente a esperar
no aeroporto por um voo que está atrasado.

A Se possível, inclua um exemplo pessoal sobre esperar, longo tempo,


por um voo que você realmente queria que chegasse. Ex.: porque está
trazendo um membro da família ou um amigo que não via há alguns
anos.

Você quase desistiu de ter esperança, então, no painel é anunciada a chegada


esperada, e finalmente, aparece a palavra “aterrissou”.

É o que Marcos está dizendo. Deus havia prometido enviar um Rei. Temos as
profecias do Antigo Testamento que apontam para o lugar exato e a maneira da
vinda.

Marcos nos mostra como João Batista veio, de repente, para falar que a chegada
à terra do Rei de Deus era esperada e iminente. E os versículos 9-11 são como a
palavra no painel do aeroporto: “aterrissou”.

O que aconteceu quando o Rei prometido


por Deus chegou?

] Leia Marcos 1.9-11

Foi um início surpreendente. Somos informados de que o céu se abriu, o Espírito


Santo desceu sobre Jesus como pomba, e Deus, o Pai, anunciou: “Tu és o meu
Filho”.

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Claramente, Jesus é o “mais poderoso” a quem João se referia no versículo 7.
Preciso dizer a você que encontrar o Rei prometido por Deus – Jesus – no evangelho
de Marcos nos leva a um universo totalmente diferente. Mas quero encorajá-lo a
perceber os eventos excepcionais que estão além da nossa habilidade e fizeram
parte da cena quando Deus, o Filho, tomou a forma humana e veio para o mundo
criado por Ele.

Se Jesus é apenas um ser humano, o que lemos é inacreditável. Mas se Ele é


Deus em forma humana, então não deveríamos nos surpreender quando coisas
impressionantes acontecessem... coisas sobrenaturais.

A melhor notícia do mundo

Você não pode perder o ponto mais importante aqui. João Batista nos diz, no
versículo 8, que Jesus veio para batizar as pessoas no Espírito Santo. Isso significa
trazer pessoas simples como nós para uma vida vivificante e transformada pelo
poder de Deus.

O ministério de João tinha limites – ele batizou com água. Marcos nos diz que...

“Saíam a ter com ele toda a província da Judeia e todos os habitantes de


Jerusalém” (Marcos 1.5).

As pessoas acorreram a João porque, se Deus estava voltando, elas precisavam se


preparar, pois sabiam, pela própria experiência, que não eram quem queriam ser,
muito menos o povo que Deus queria que fosse.

Então, João ofereceu-lhes o batismo com água, como sinal de terem sido lavadas,
de serem perdoadas.

A imersão na água simbolizava a morte da pessoa para a sua antiga forma


de viver; a emersão, o ressurgir para a vida nova. Mas João sabia que o Cristo
ofereceria muito mais.

“Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito
Santo” (Marcos 1.8).

O que João disse é absolutamente impressionante. Ele afirmou que Jesus Cristo
não apenas ofereceria o perdão a todos que colocassem a confiança Nele, mas Ele

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também os encheria com o Espírito Santo de Deus, que transforma radicalmente
a vida.
Para aqueles que sabem não ser a pessoa que desejam, menos ainda a que Deus
gostaria que fossem, essa é a melhor, a mais extraordinária notícia do mundo.

Ainda que tudo isso pareça um pouco demais para a semana 1 do curso, Marcos,
em seu primeiro capítulo, nos dá um relance do final do processo, o Espírito de
Deus vindo habitar em nós.

É como se ele nos encontrasse no portão da fábrica onde os produtos finalizados


são despachados. Marcos nos mostra o final do processo, mas também nos
acompanha ao longo da linha de montagem e explica passo a passo quem é
Jesus, quanto precisamos Dele e como podemos ter relacionamento completo e
feliz com Ele.

Isso é exatamente a razão de existir do curso Investigando o cristianismo. No


coração da mensagem do evangelho, está a impressionante verdade de que Deus
não permaneceu distante, mas veio até nós na pessoa de Jesus Cristo.

Cristianismo é Cristo. Vale a pena encontrar o Jesus real. Por isso vale a pena
investigar o cristianismo.

Que tal fazer um test drive de sete semanas?

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2. IDENTIDADE 2
Quem é Jesus?
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 2. Você pode adaptá-
las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado, mostre o
Episódio 2 (Identidade) do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 13 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali enquanto ouve a palestra.

Alvos

± Ajudar o grupo a ver a evidência da identidade única de Jesus.

± Mostrar que Jesus tem poder e autoridade de Deus.

± Desafiar os membros do grupo a considerar essas implicações na própria vida.

Introdução

A Comece com uma ilustração sobre como você se enganou com a identidade
de alguém e que o levou a tratar a pessoa de forma errada ou a ignorá-la.
Se não tiver uma história própria, use a ilustração a seguir:

Alguma vez você não reconheceu quem era uma pessoa... até que fosse tarde
demais? Certa ocasião, o criador do curso Investigando o Cristianismo, Rico Tice,
foi convidado para um almoço. Enquanto esperava do lado de fora da sala, ele
se viu em frente a um jovem rapaz que lhe parecia vagamente familiar. Por cinco

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minutos, ninguém disse uma palavra, embora o jovem rapaz parecesse esperar
que Sr. Rico falasse com ele. Mas Rico Tice não sabia quem era o rapaz, então não
disse nada. Somente quando ele saiu é que Rico Tice descobriu sua identidade –
era o Príncipe William, futuro rei da Inglaterra.

Rico Tice esteve em frente ao Príncipe William por cinco minutos e não disse uma
única palavra, porque não o reconheceu. Rico Tice viu apenas um jovem rapaz.
Não viu o futuro rei, então não aproveitou a oportunidade para relacionar-se
com ele.

Se errarmos a identidade de alguém, vamos nos relacionar de forma errada com


ele. Nesta semana, no Investigando o Cristianismo, vamos examinar o que Marcos
nos diz sobre a identidade de Jesus e por que está convencido de que Jesus é o
único escolhido por Deus para ser o Rei. É importante que acertemos a identidade
desse Rei – do contrário vamos nos relacionar com Ele de forma errada, ou mesmo
ignorá-Lo completamente.

Na semana passada, vimos que Marcos começa seu livro com as palavras:

“Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Marcos 1.1).

Marcos está dizendo que a mensagem sobre Jesus são “boas-novas” sobre o
“Cristo”, o único escolhido por Deus para ser Rei. É uma declaração estupenda, por
isso, Marcos fundamenta a ideia nos primeiros capítulos de seu livro, colocando em
evidência quem é Jesus.

Vamos examinar cinco maneiras usadas por Marcos a fim de revelar a identidade
de Jesus. Cinco exemplos de evidências que mostram a conclusão de que Jesus é
realmente o único escolhido por Deus para ser o rei.

1. Jesus tinha poder e autoridade para ensinar

Marcos nos conta o que aconteceu quando Jesus foi ao lugar de culto dos judeus,
a sinagoga.

] Leia Marcos 1.21-22


O que diferenciou Jesus dos outros mestres foi Sua maneira de ensinar. Os mestres
da lei não expunham o próprio material. Eles lidavam com material de segunda mão,

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confiavam nos grandes mestres do passado e apenas os citavam ou davam opiniões
do que tais mestres haviam falado.

Mas quando Jesus veio e começou a ensinar, as pessoas ficaram admiradas. Ele ensinava
coisas sobre as quais elas nunca tinham ouvido. Marcos diz que elas ficaram impressio-
nadas com a autoridade pessoal que Jesus tinha para ensinar. Aquelas pessoas estavam
ouvindo a palavra de Deus da boca do Filho de Deus. Ouviam a Palavra sendo ensinada
por alguém que a vivia. Ouvir Jesus era como acender uma luz na escuridão.

Por isso as pessoas que O ouviram ficaram “maravilhadas” com Suas palavras e
perguntavam umas às outras: “Que vem a ser isto? Uma nova doutrina! Com autori-
dade!” (Marcos 1.27).

Claramente, Jesus podia ensinar, mas Ele também vivia o que ensinava.

A Você pode incluir aqui ilustração de alguém que diz uma coisa, mas é descoberto
fazendo algo completamente diferente. Por exemplo, um líder religioso que tem
um caso extraconjugal, ou um político que rouba recursos do governo.

Todos nós já nos deparamos com hipócritas, pessoas que falam uma coisa e fazem
outra. Mas Jesus não era assim. Por exemplo, Ele ensinou: “Eu, porém, vos digo:
amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5.44). Mais tarde,
quando estava sendo morto, Ele orou pelos Seus executores: “Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). Isso é que é praticar o que se prega!

Aqui estava um mestre que ensinava com poder e autoridade, e também vivia o
que ensinava.

Mas Jesus não era apenas um mestre...

2. Jesus tinha poder e autoridade sobre


as doenças

Vimos o que aconteceu quando Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar.


Marcos nos conta o que aconteceu quando Ele saiu.

] Leia Marcos 1.29-31


Jesus demonstrou autoridade absoluta sobre a doença. Apenas um toque da Sua
mão, e a febre foi curada, o que não foi um acontecimento isolado.

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A Bíblia tem mais de trinta exemplos de Jesus curando pessoas. E como resultado: o
surdo voltou a ouvir; o cego, a enxergar; o coxo, a andar; os leprosos foram curados
e restaurados.

Marcos também nos conta que Jesus curava pessoas de sofrimentos espirituais, e
não somente sofrimentos físicos – libertando pessoas de opressão demoníaca.

As pessoas daquele tempo estavam obviamente convencidas de que Jesus tinha


uma habilidade extraordinária para curar. Em Marcos 1.45 lemos que “de toda parte
vinham ter com ele”.

Ninguém, nem mesmo os inimigos de Jesus, duvidaram de Seu poder. Seus inimigos
queriam desacreditá-Lo, mas não podiam negar o poder que Ele tinha. As evidências
apontam para uma habilidade genuína de cura, como a de Deus.

Esses são grandes milagres. Se Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus


entrando na história, não é isso que você esperaria ver?

Mas Jesus não era apenas um mestre e alguém que curava...

3. Jesus tinha poder e autoridade sobre


a natureza

Vejamos a história em que Jesus acalma a tempestade.

] Leia Marcos 4.35-41


Não é surpreendente ver nessa história a humanidade genuína de Jesus? Ele era
homem de carne e ossos. E aqui lemos que Ele estava na popa do barco, dormindo
sobre uma almofada. Ele estava exausto. Mas Ele era apenas um homem?

A palavra traduzida por “grande temporal de vento” pode literalmente significar


um furacão. O barco estava quase afundando. Os discípulos acordaram Jesus e
reclamaram: “Mestre, não te importa que pereçamos?” (v.38).

Alguns dos discípulos eram pescadores experientes. Eles navegaram no lago


da Galileia centenas de vezes. Se pensaram que iam morrer, é porque era algo
crítico.

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Percebam que eles O chamaram de “mestre”. Eles sabiam que Jesus falava
com autoridade. Sabiam que Ele podia curar o doente. Então, tinha poder,
mas Ele Se importava? Esta era a pergunta deles: “Mestre, não te importa que
pereçamos?”

O que aconteceu a seguir foi impressionante.

“E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emu-


dece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança” (Marcos 4.39).

Você consegue ver o que está sendo apresentado aqui? Jesus não apenas tem
autoridade sobre as pessoas e sobre doenças. Nesse exemplo, Ele falou, e as forças
da natureza – que não têm ouvidos para ouvir e nem cérebro para entender Seu
comando – atenderam instantaneamente.

Jesus, na verdade, fez duas coisas nesse episódio:

± Ele parou o vento, que era a causa da tempestade;

± Ele acalmou as ondas, que eram o resultado da tempestade.

A Você pode incluir uma ilustração prática aqui. Por exemplo, sugira ao grupo
o que segue:

Da próxima vez que você encher uma vasilha com água, tente balançar de um
lado para outro a fim de fazer algumas ondas. Daí, pare de balançar e veja o que
acontece. Mesmo depois que a vasilha parou de balançar, as ondas não pararam.
Elas continuaram a se mover de um lado para o outro. A mesma coisa acontece
com as ondas do mar.

Normalmente demoram horas até que a superfície da água se acalme depois de


uma tempestade forte – porque as ondas se avolumam. Mas Jesus acalmou aquelas
ondas instantaneamente.

Assim que o mar ficou calmo, Ele disse aos discípulos: “Por que sois assim tímidos?!
Como é que não tendes fé?”

Do que eles estavam com medo agora? Estavam com medo da tempestade? Tudo
já tinha se acalmado!

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“E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este
que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4.41)

Os discípulos conheciam o Antigo Testamento e sabiam que só o Deus Todo-


-Poderoso tinha poder para controlar as forças impressionantes da natureza. Eles
provavelmente cantaram salmos sobre isso.

Mas uma coisa é crescer cantando sobre um Deus que acalma os ventos e as ondas.
Outra coisa muito diferente é se encontrar sentado em um barco com Ele, tendo-O
despertado bruscamente e perguntado se Ele Se importava!

Enquanto estavam sentados no barco, no mar calmo, eles começaram a ver o


que esse milagre significava. Jesus ficou cansado e caiu no sono, como nós. Mas,
diferente de nós, Ele falou com os ventos e as ondas, e estes Lhe obedeceram.
Então os discípulos perguntam: “Quem é este?” A resposta é óbvia: quem mais Jesus
poderia ser se não Deus em forma humana?

Tão surpreendente quanto possa parecer, no capítulo seguinte lemos que os discípu-
los testemunharam algo ainda mais surpreendente...

4. Jesus tinha poder e autoridade sobre


a morte

] Leia Marcos 5.21-22


Jairo era homem de destaque na comunidade, uma figura de honra e respeito. No
entanto, ele se prostrou diante de Jesus.

Vemos o porquê no versículo 23.

“E insistentemente [Jairo] lhe suplicou: Minha filhinha está à morte;


vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá”.

Estava ali um pai que sempre supriu as necessidades de sua filha. Ele sempre a pro-
tegeu e fez tudo que podia por ela, mas naquele momento sentia-se desesperado.
Imagine a aflição e a impotência se seu próprio filho estivesse morrendo? Essa é a
intensidade emocional aqui.

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A Inclua uma ilustração aqui, da sua própria experiência com a morte e
como ela rompe o relacionamento com pessoas que amamos.

Imagine o alívio de Jairo quando Jesus concordou em ir com ele. Jairo sabia que
Jesus nunca havia fracassado em curar qualquer doença.

Enquanto eles estavam caminhando juntos, uma senhora se aproximou de


Jesus buscando ajuda, tocou nas vestes Dele e ficou curada. Jesus parou
e conversou com ela. Essa senhora estivera doente pelo mesmo tempo de
vida da filha de Jairo. Esse pai deve ter ficado fora de si, ansioso pela
demora.

Veja a história no versículo 35.

] Leia Marcos 5.35


Aqueles homens ainda chamaram Jesus de “Mestre”. Todos eles sabiam de Seu
ensino surpreendente, que Ele poderia curar doenças e controlar as forças da
natureza, mas pensavam que havia um limite para a autoridade de Jesus. Eles
supunham que tal limite tinha sido alcançado.

Os homens que trouxeram a terrível notícia tinham visto a menina morta. Então a
visão deles era: “Jesus pode ser um mestre maravilhoso. Ele pode ser capaz de fazer
pessoas doentes ficarem boas, o que podemos esperar que Ele faça por nós, mas ela
não está mais doente, está morta. Não precisamos mais de Jesus”.

Mas ouçam as palavras extraordinárias de Jesus no versículo 36.

] Leia Marcos 5.36


Jesus ignorou o que eles disseram! Embora tenha ouvido que a menina morrera,
não houve nenhuma diferença nos Seus planos. Jesus ignorou o fato consumado
da morte dela!

Vamos dar uma olhada no que aconteceu depois.

] Leia Marcos 5.37-40a


Essa era uma risada de escárnio. Talvez você esteja rindo com desdém também
diante do pensamento de que Jesus era capaz de fazer essas coisas. Mas, se isso é
verdade, as implicações são muito grandes.

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Jesus não queria dizer que a menina não estava morta, ela estava. Mas Ele
sabia que seria mais fácil trazê-la de volta à vida do que é para você acordar um
adolescente.

Por quê? Porque Ele é o Filho de Deus e tem poder e autoridade sobre a morte.

] Leia Marcos 5.40b-42

Essa não é uma cena marcante? Jesus colocou os zombadores do lado de fora. Mãe
e pai estavam assistindo enquanto Ele pegava a mão da filha e dizia: “Talitá cumi!”
– que significa: “Menina, eu te mando, levanta-te!”. Essas eram palavras que seu
pai teria usado para acordá-la todas as manhãs.

Os olhos dela se abriram. Ela se levantou! E Jesus mandou que lhe dessem alguma
coisa para comer. Não é de se admirar que eles estivessem “completamente sur-
presos”. Você não ficaria?

Se esse é o Homem que tem poder sobre a morte, certamente seria loucura ignorá-
Lo e dizer: “Não estou interessando nisso” ou “Isso é muito chato” ou “Tudo bem
você acreditar nisso!”

Um dia, você e eu vamos morrer. Após a evidência que acabamos de ver, a per-
gunta que devemos fazer a nós mesmos é esta: Posso confiar a minha morte a
Jesus?

Mas tenho de falar que “Aquietai-vos!” e “Menina... levanta-te!” não são as coisas
mais impressionantes que Jesus falou e que estão registradas em Marcos. Para isso
vamos voltar ao capítulo 2 desse evangelho.

5. Jesus tinha poder e autoridade para


perdoar pecados

] Leia Marcos 2.1-12


O texto mostra que Jesus foi interrompido enquanto falava. Eu já experimentei algu-
mas interrupções surpreendentes quando falei a outros grupos.

A Ilustre uma interrupção que você teve enquanto falava a um grupo ou viu
acontecer com outro preletor.

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Mas essa interrupção supera tudo. Parte do teto foi descoberto. Pedaços caíram na
multidão. E veio um feixe de luz. Depois ficou escuro novamente enquanto a maca
era baixada, e o pobre homem desceu nela.

Então temos as primeiras palavras ditas por Jesus a ele: “Filho, os teus pecados estão
perdoados”.

Por que Jesus falaria isso? O problema óbvio desse homem era sua paralisia. Você
pode imaginá-lo falando: “Desculpe-me, Jesus, não estou preocupado com os meus
pecados, mas com minhas limitações. São as minhas pernas, não consigo andar!”

Jesus sabia que o pecado do homem era um problema mais urgente do que sua
paralisia. Para ver por que, temos que entender o que a Bíblia quer dizer com
“pecado”.

Pecado não é apenas fazer coisas erradas; não é apenas luxúria ou preguiça, ou
qualquer outra coisa assim. Não, a Bíblia diz que pecado é ignorar nosso Criador no
mundo que Ele fez. É viver do jeito que queremos, ao invés de viver da forma que
Ele quer. O assunto do pecado é importante porque se constitui obstáculo entre nós
e Deus.

Jesus sabe que nosso relacionamento com Deus é mais importante do que qualquer
outra coisa. Por isso Seu foco estava no pecado do homem, e não da deficiência
das pernas dele.

Como vimos anteriormente, os líderes religiosos estavam enfurecidos. Eles sabiam


que somente Deus tem poder e autoridade para perdoar pecados. Se pecado é
ignorar a Deus no mundo que Ele criou, somente Deus tem o direito de perdoar isso.
Então eles tomaram como certo que Jesus estava mentindo.

Mas Jesus sabia o que estavam pensando e disse-lhes

] Leia Marcos 2.9-11


O objetivo de Jesus ao curar o homem – ao fazer aquele criativo milagre espetacular
– foi revelar Sua verdadeira identidade. Foi a fim de mostrar que Ele é Deus e que
tem autoridade na terra para perdoar pecados.

Na próxima semana, veremos que Jesus mesmo afirmou ser para isso que Ele veio.
Sua missão foi salvar pecadores.

19

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Conclusão
Ouvimos, no início da palestra, o que acontece quando alguém erra a identidade
de uma pessoa.

A De forma resumida (em uma frase) relembre a ilustração que você usou no
começo da palestra (do Príncipe William).

Marcos nos deu cinco exemplos de evidências que apontam para a identidade real
de Jesus. Notamos Seu poder e autoridade:

± para ensinar;

± para curar o doente,

± para controlar a natureza,

± para ressuscitar mortos; e

± para perdoar pecados.

Vimos que Jesus atua no mundo de Deus com a autoridade de Deus.

Então, quem é Jesus? Marcos nos mostra que Jesus é o Filho de Deus, com o mesmo
poder e autoridade de Deus. Ele é o único escolhido por Deus para ser o Rei. Se
é essa a identidade de Jesus, a pergunta para nós deve ser: “Como temos nos
relacionado com Ele?”

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3. PECADO
Por que Jesus veio?
3
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 3. Você pode
adaptá-las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado,
mostre o Episódio 3 (Pecado) do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 19 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali enquanto ouve a palestra.

Alvos
± Mostrar que Jesus veio para curar o problema do nosso coração – nosso pecado
– e nos resgatar da condenação ao inferno.

± Desafiar os membros do grupo a considerar as implicações disso na própria


vida.

Introdução
A Comece com uma ilustração que mostra como descobrir a verdade sobre
nós mesmos enquanto ainda há tempo de fazer algo. Se não tiver uma
ilustração pessoal sobre o assunto, use a seguinte:

Não sei como você se sente em relação a dentistas. Tenho a impressão de que
poucas pessoas se levantam de manhã pensando: “Finalmente, chegou o dia que
eu estava esperando ansiosamente. Vou ao dentista para meu check-up semestral!”

Você sabe que a ferramenta afiada do dentista vai lhe picar em um momento ou
outro. Quando isso acontecer, sentirá dor e saberá que está com problemas. Mas
é melhor saber sobre o que está estragado agora do que quando for tarde demais
para fazer algo a respeito.

21

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A Adapte o parágrafo a seguir para se adequar à ilustração que você acabou
de usar.

Essa seção do Investigando o Cristianismo vai ser um pouco como ir ao dentista.


Ouvir o que Jesus tem a dizer sobre nós pode ser extremamente desconfortável,
porque expõe o que realmente somos, como aquela dor que sentimos quando
vamos ao dentista. Entretanto, é melhor descobrir a verdade sobre nós mesmos
enquanto ainda há tempo para fazer algo a respeito.

Existem aspectos do ensino de Jesus que são difíceis para todos nós ouvirmos, mas
são coisas que precisamos entender, e Jesus quer que as saibamos por que Ele pode
tratar delas.

Já investigamos quem é Jesus. Nessa seção focaremos outra questão importante:


Por que Jesus veio?

Como você responderia a essa pergunta? Ele queria trazer paz à terra? Foi para
curar doenças e acabar com o sofrimento no mundo? Ele queria transformar a
sociedade e nos dar exemplos de como devemos viver?

Existe um pouco de verdade em cada uma dessas opções. Mas Marcos diz que não
são as razões principais para a vinda do Senhor. Jesus veio para curar um problema
que todos nós temos...

1 . To d o s n ó s t e m o s u m p r o b l e m a n o c o r a ç ã o
A Comece com um ou dois exemplos de beleza natural em sua cidade ou país,
exemplo: estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, ou
um lugar especial perto de sua cidade – uma cachoeira, uma praia...

Quando olhamos para o mundo, vemos tantas maravilhas. Mas quem pode dizer
honestamente que tudo o que há no mundo é bom?

As estimativas variam, mas histórias do século XX sugerem que pelo menos cem
milhões de pessoas morreram de forma violenta nesses cem anos. A pergunta é:
Por que o mundo é assim?

Jesus nos conta uma verdade inquietante no Evangelho de Marcos. Ele diz que a
razão pela qual o mundo não é como deveria ser é porque nós não somos como
deveríamos.

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A Imagine, por um momento, uma grande galeria pública. (Você pode dar
um exemplo de uma galeria ou de um prédio público próximo.) Na parede
há uma exposição sobre você, mostrando tudo o que você já fez – e
também cada palavra que você disse, e cada pensamento que já teve.
Nada é deixado de fora – está tudo lá para que todos vejam.

Tenho certeza de que haverá partes das quais você ficará orgulhoso: realizações
especiais; sucesso no trabalho, esporte ou música; momentos em que você ajudou
outras pessoas ou foi generoso com seu dinheiro. Entretanto, haverá milhares de
coisas que você não quer que alguém veja. Coisas que fez, ou falou, ou pensou, que
não gostaria que alguém soubesse, nem mesmo o seu amigo mais próximo. Não
são apenas aquelas que falamos, fizemos ou pensamos que são problemas. Existem
também outras que deveríamos ter feito e palavras que deveriam ter sido ditas.

Fico imaginando como você ia se sentir, sabendo que tudo isso estaria exposto para
todo mundo ver. Falando por mim, se minha vida estivesse exposta para que todos
vissem, eu ficaria muito envergonhado, não seria capaz de olhar as pessoas nos
olhos. Honestamente, você seria?

Então, por que somos assim? Por que há tantas coisas pelas quais ficamos enver-
gonhados? Jesus nos dá a resposta. Está escrita em Marcos, capítulo 7.

] Leia Marcos 7.20-23


O que Jesus disse é alarmante. É como mostrar a radiografia do nosso coração, não
aquela que mostra os nossos órgãos, mas quem somos e como realmente somos
por dentro.

Você pode se sentir indignado com o que Jesus diz aqui. Não é a forma como nor-
malmente as pessoas falam sobre as atitudes erradas. Estamos acostumados a ouvir
pessoas, com vida pública, chamarem de “engano” as coisas erradas que fizeram.
Isso dá a impressão de que adultério, roubo, mentira ou qualquer outra coisa não
foi intencional, foi apenas algo que aconteceu com elas.

Jesus diz que isso é um absurdo. Pecado não é algo que me deparo “lá fora” e
sou apanhado por ele involuntariamente. É algo que descobri aqui (aponte para o
coração). Posso ver pela radiografia – você pode? Temos que olhar para dentro e
assumir a responsabilidade pelo que vemos. Jesus nos diz que pecado – rebelar-
se contra Deus e escolher nosso próprio caminho ao invés de escolher o Dele – vem
de “dentro”, do nosso “coração”.

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Veja como Jesus inclui todos nós. Ele não menciona apenas imoralidade, roubo,
assassinato e adultério – mas também ganância, inveja, calúnia, arrogância e insen-
satez.

Alguns pecados aparecem como manchetes na primeira página dos jornais nesse
mundo; outros não, porém, todos são maus na avaliação de Deus, e vêm de dentro
de mim e de vocês! Se pudéssemos ver a exposição de nossa vida nas paredes de
uma galeria, veríamos que nós todos temos problemas no coração. Muitas vezes
tratamos uns aos outros e ao nosso mundo de forma vergonhosa. Mas nossos
problemas não acabam aqui, porque tratamos Deus dessa forma também.

Em Marcos, capítulo 12, Jesus nos conta como devemos nos relacionar com Deus.

] Leia Marcos 12.30


Se não temos problema no coração – se você não é pecador – então você vai olhar
para sua vida e ver que amou a Deus com todo o seu coração, toda a sua alma,
todo o seu entendimento e toda a sua força.

Se você não é pecador, então você sempre colocou Deus e a glória Dele no centro
de sua vida.

Mas vejo a exposição na galeria de minha vida e não consigo achar nem mesmo
dez minutos consecutivos quando tratei Deus com amor e honra que são Seus por
direito.

Nós todos temos os mesmos problemas. Devemos amar a Deus com todo o nosso
coração, a alma, a mente (entendimento) e a força – porque Ele é o nosso amável
Criador. Mas nunca conseguimos fazer isso.

Pelo contrário, todos nós nos rebelamos contra Deus. Ele é o nosso amável Criador,
mas escolhemos viver do nosso jeito e não do jeito Dele. Entregamos o nosso coração
a muitas coisas, mas não ao nosso Criador. A Bíblia chama isso de “pecado”.

2. Jesus veio para curar o problema do nosso


coração

O Evangelho de Marcos relata que Jesus veio para curar o problema do nosso
coração: o problema do nosso pecado.

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No capítulo 2, Marcos nos conta o que aconteceu quando Jesus Se sentou à mesa
na casa de Levi, que era coletor de impostos e trabalhava para os romanos. Levi
era visto como traidor pelo povo judeu e como “pecador” pelos líderes religiosos.
Então, por que Jesus Se sentou à mesa com ele?

] Leia Marcos 2.15-17


Há dois grupos de pessoas nessa passagem – as “pessoas boas” e as “pessoas más”.
As “boas” eram as figuras religiosas da época – os mestres da lei e os fariseus. Eles
pareciam irrepreensíveis em termos religiosos. As “más” eram aquelas pessoas como
Levi, coletor de impostos, e seus amigos.

E a pergunta é: Com quem você espera que Jesus deseje passar mais tempo?

Os religiosos não podiam acreditar que Jesus escolheu sentar-se à mesa com um
coletor de impostos e seus amigos. Sem dúvida, Ele deveria ter escolhido ficar com
os religiosos, não com os rebeldes.

Mas observe novamente as palavras de Jesus no versículo 17. Isso não é coincidência
ou erro. É intencional. Ele diz:

“Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar
justos, e sim pecadores” (Marcos 2.17).

Jesus estava na casa de Levi a negócios. E Seu negócio era ser o doutor para os que
estão espiritualmente doentes. Ele não veio para aqueles que pensam que estão
espiritualmente bem, mas para aqueles que sabem que estão espiritualmente arruinados.

Ele diz que, se você pensa que está bem, se supõe que está espiritualmente saudável,
então não vai pensar que precisa Dele. Assim como pessoas saudáveis não precisam
de médicos, elas também supõem que estão bem e não precisam de Jesus. O critério
para vir até Jesus não é ser bom o suficiente, mas perceber que é mau o suficiente.

Jesus veio para pessoas que sabem que têm problema no coração e sabem que
precisam Dele para curar tal problema.

3. Por que o problema do nosso coração


é tão importante?
A Retorne para a ilustração que usou no início da palestra e explique o que
aconteceria se você não levasse essa advertência a sério. Por exemplo:

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Se o dentista faz um diagnóstico do meu problema e explica o tratamento com
detalhes assustadores, eu poderia agradecer-lhe educadamente e sair correndo.
Poderia escolher ignorar o problema, a menos que entendesse as consequências.
Portanto, é necessário que eu entenda o que acontecerá se eu não levar sua
advertência a sério.

O mesmo é verdade para nós agora. Precisamos entender por que o


problema do nosso coração importa tanto e quais são as consequências se não
fizermos nada a respeito. Isso nos leva a uma das mais perturbadoras passagens
no Evangelho de Marcos, onde descobrimos o que Jesus disse sobre a seriedade do
pecado.

] Leia Marcos 9.43-47


Você pode imaginar uma situação em que seria melhor perder uma das mãos do
que mantê-la? Melhor perder um olho do que ter os dois? Nós provavelmente já
vimos fotos de pessoas que perderam braços ou pernas em acidentes de carro ou
na guerra. São imagens horríveis.

Por que Jesus está usando uma linguagem tão extrema aqui? Por que Ele está sendo
tão direto? Porque Ele sabe que, se rejeitarmos a Deus por toda a nossa vida, então,
no final, Deus terá o direito de nos rejeitar. Se o pecado não é tratado, ele nos levará
para o inferno. Jesus carinhosamente nos adverte sobre o pecado, porque não quer
que vamos para lá.

No século 21, muitas pessoas descartam o inferno com se fosse um mito, ou o


tratam como se fosse brincadeira. Elas brincam que preferem muito mais estar no
inferno a estar no céu, porque todos os seus amigos estarão lá e então será mais
divertido.

Mas não há nenhuma diversão no inferno, nenhuma amizade também. Inferno


significa estar totalmente separado da misericórdia e das bênçãos de Deus, e com-
pletamente desligado de toda a bondade que Deus traz. Deus é fonte de amor,
alegria, amizade, longanimidade. No inferno, não vai existir nenhuma dessas coisas.
Não há nada bom lá.

O inferno é o lugar onde as pessoas sofrerão a pena pela rebelião contra Deus.
Você pode ver por que Jesus nos adverte sobre o inferno e usa essa linguagem tão
pesada para fazer isso. Ele sabe como é lá e não quer que vamos para aquele lugar
de sofrimento.

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Quem realiza funerais sabe que as pessoas querem ouvir muito sobre o céu, mas não
seremos coerentes a menos que falemos também do inferno, que é a consequência
do pecado. Já vimos que todos temos problema no coração. Todos nós pecamos,
o que significa que estamos em perigo, percebendo ou não. E é por isto que Jesus
veio: para curar o problema do nosso coração e nos resgatar das consequências do
nosso pecado.

A Retorne novamente a ilustração usada no começo. Por exemplo:


Posso gostar do meu dentista se ele me disser que meus dentes estão bons e posso
continuar comendo muito chocolate. Mas se ele sabe que isso não é verdade,
não está sendo amigo. Meu dentista não está sendo cruel quando me diz que é
necessário fazer uma restauração. Ele não fala para arruinar meu dia ou porque
gosta de infligir dor. Na verdade, ele está sendo atencioso. Está advertindo-me sobre
um problema enquanto ainda há tempo de fazer alguma coisa. Posso escolher ouvi-
-lo ou não dar a menor atenção. Mas se eu o ignorar, sei que haverá consequências.

Jesus não nos adverte sobre o inferno porque Ele é cruel, não fala para arruinar o
nosso dia. Ele carinhosamente nos adverte sobre o inferno porque não quer a nossa
presença ali. Jesus sabe quais são as consequências do problema do nosso coração,
e nos ama tanto que veio para nos salvar dessas consequências – nos resgatar dos
nossos pecados.

Se você entende isso, então começará a ver por que Marcos diz que Jesus é uma
notícia tão boa! Ele não veio para “chamar justos, mas pecadores”.

A pergunta é: Vamos ouvir a voz de Jesus enquanto ainda há tempo para fazer
alguma coisa sobre o problema?

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4. A CRUZ
Por que Jesus morreu?
4
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 4. Você pode
adaptá-las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado,
mostre o Episódio 4 (A Cruz) do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 28 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com


os tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali, enquanto ouve a
palestra.

Alvos
± Explicar o significado da cruz.

± Investigar as diferentes reações à morte de Jesus como registrada no Evangelho


de Marcos.

± Desafiar os membros do grupo a considerar as implicações disso na própria


vida.

Introdução
Deixe-me começar com uma pergunta:

Se parar para pensar por um momento sobre todas as crenças e filosofias do mundo,
quantas celebram a morte de seu fundador? E quantas veem a morte de seu funda-
dor como o momento mais significativo da história?

Tenho certeza de que você sabe que estou falando da fé cristã. Entretanto,
quis fazer as perguntas para mostrar como é impressionante. A morte de
Jesus Cristo na cruz está bem no centro do cristianismo. Pense em como isso é
estranho.

29

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A Mostre uma biografia recente de alguém famoso que não está vivo.
(Bibliotecas ou buscadores da Internet são uma boa fonte se você não
tem nada apropriado.) Dê um ou dois breves exemplos de coisas que a
biografia nos conta sobre a vida daquela pessoa.

Se você ler biografias, perceberá que os escritores se concentram na vida da pessoa


em questão. A morte dela é uma pequena nota.

A Mostre quão pouco da morte de alguém é registrado em sua biografia


(talvez algumas poucas páginas ou um parágrafo).

Mostre ainda, as quatro biografias sobre a vida de Jesus – os Evangelhos de


Mateus, Marcos, Lucas e João – um terço de cada livro é sobre Sua morte.

Não apenas isso, mas os cristãos nunca param de falar sobre a cruz. Isso parece,
particularmente, estranho porque a crucificação, a forma como Jesus morreu, era
considerada terrivelmente vergonhosa.

Quando uma pessoa era crucificada, primeiramente era açoitada de forma severa,
pregada numa cruz de madeira, que era então levantada com a vítima presa ali, e
deixada para morrer. A crucificação era deliberadamente cruel e horrível para que
qualquer escravo que estivesse pensando em rebelião e visse uma pessoa sendo
crucificada concluiria que não valia a pena o risco. Era a dissuasão definitiva.

Então, por que a cruz é o símbolo universalmente reconhecido como o do cristianis-


mo? Os cristãos poderiam ter escolhido a manjedoura para lembrá-los do nascimento
de Jesus, ou talvez um pergaminho para lembrá-los de Seu impressionante ensino.
Mas não, a cruz é a lembrança de Sua morte. Por que isso? A resposta é simples. A
cruz é a forma como Jesus resgata as pessoas.

Portanto, hoje vamos olhar para:

± o que realmente aconteceu quando Jesus morreu na cruz;

± o que isso significa;

± como as pessoas reagiram ao fato.

Primeiro vamos lembrar por que as pessoas precisam ser resgatadas.

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Por que precisamos ser resgatados?
Na semana passada, vimos que cada um de nós tem um sério “problema de
coração”. Olhamos para Marcos capítulo 7, que registra a explicação de Jesus sobre
o assunto.

“O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do


coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostitu-
ição, os furtos, os homicídios, os adultérios” (Marcos 7.20-21). E a lista
continua.

Significa que estamos todos em perigo, quer percebamos ou não, porque, no final,
nosso pecado nos levará ao inferno.

Também ouvimos a notícia maravilhosa que Jesus deu anteriormente:

“... não vim chamar justos, e sim pecadores” (Marcos 2.17).

Lembre-se de que a qualificação para vir até Jesus não é ser bom o suficiente, mas
perceber que é mau o suficiente. Jesus quer resgatar pessoas pecadoras como você
e eu. Hoje, veremos que Ele fez isso por meio do que conquistou por nós quando
morreu na cruz.

] Leia Marcos 8.31


Jesus ensinou Seus seguidores que Ele deveria sofrer e ser rejei-
tado. E que deveria morrer. Era algo que Ele tinha que fazer. Por quê?
Temos a resposta nas palavras de Jesus, em Marcos capítulo 10 versículo
45.

] Leia Marcos 10.45


Isso é o que Jesus disse que veio fazer: “dar a sua vida em resgate por muitos”.
Jesus foi para a morte voluntária e deliberadamente. Ele sabia que era necessário
passar por aquilo.

Para entender exatamente o que aconteceu – e como Jesus morreu para res-
gatar ou libertar outros – precisamos ler o relato de Marcos sobre a morte de
Jesus.

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] Leia Marcos 15.22-39
Aprendemos três coisas importantes nessa passagem:

± Deus estava irado.

± Jesus foi abandonado.

± Nós podemos ser aceitos.

1. Deus estava irado


Versículo 33 diz:

“Chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora
nona” (Marcos 15.33).

Marcos contou o tempo de acordo com o antigo sistema judaico, portanto a sexta
hora teria sido meio-dia. No momento em que o sol do meio-dia deveria estar bril-
hando no céu, a escuridão encobriu toda a terra e durou até as três horas da tarde.

Não poderia ser um eclipse, porque isso aconteceu na festa da Páscoa judaica – e
a Páscoa sempre acontece na lua cheia. Um eclipse solar não pode acontecer ao
mesmo tempo que a lua cheia. Também, eclipses solares nunca duram mais do que
seis minutos. Essa escuridão durou três horas. Portanto, algo sobrenatural estava
acontecendo.

Muitas vezes, na Bíblia, a luz significa a presença e as bênçãos de Deus – enquanto


escuridão é sinal da ira e do julgamento do Senhor. Quando a escuridão veio sobre
toda a terra enquanto Jesus estava morrendo, era sinal de que Deus estava irado.

Não entenderemos isso se olharmos para a ira como algo que é imprevisível e bár-
baro – o resultado de um temperamento explosivo. A ira de Deus não é assim. A
ira de Deus é Sua hostilidade pessoal constante e controlada a tudo que é errado.

Deus é Deus de santidade, de resplandecente pureza – e Ele odeia o que é mau.


Quando se trata de algo mau, Ele não Se recosta em uma cadeira de balanço e finge
que nada está acontecendo. Não, Deus Se importa com coisas erradas.

Como eu trato você importa para Deus. Como você me trata importa para Deus. E
como tratamos o mundo é importante para Deus. E para alguns de vocês que foram
maltratados por outras pessoas, quero que saibam que Deus Se importa com isso.

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Se nos importamos com as injustiças que vemos no mundo, com certeza não espera-
mos que nosso amoroso Criador Se importe menos. E um Deus que Se importa com
a injustiça está certo em ficar irado com o pecado, e tem o direito de punir quem
o comete.

Enquanto Jesus estava morrendo na cruz, a escuridão veio sobre toda a terra. Era
um sinal sobrenatural da ira de Deus. Isso nos deixa com uma pergunta: O que tal
fato tem a ver com Jesus?

2. Jesus foi abandonado


No versículo 34, Marcos nos conta algo que Jesus disse pouco antes de morrer:

“À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer
dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15.34).

Não existe nenhuma dúvida de que Jesus sofreu agonia física na cruz. Mas o que
está sendo dito aqui é a respeito de agonia espiritual – ser desamparado ou aban-
donado por Deus.

Conforme lemos o relato de Marcos sobre a crucificação e ouvimos o clamor de


Jesus, começamos a ver que na cruz Jesus foi de alguma forma “desamparado” ou
“abandonado” por Deus, enquanto Deus punia o pecado. Ele focava Sua ira por
nosso pecado sobre Jesus, que estava levando a punição merecida por nós.

Jesus, entretanto, teve uma vida sem pecado. Em nossa primeira palestra, lemos que
João Batista batizou Jesus. Marcos nos conta que a voz de Deus, o Pai, foi ouvida
naquele momento dizendo:

“Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Marcos 1.11).

Em outra parte do Evangelho de Marcos, a voz de Deus é ouvida novamente. Dessa


vez Ele disse:

“Este é o meu Filho amado; a ele ouvi” (Marcos 9.7).

Jesus nunca pecou – Ele sempre obedeceu perfeitamente à vontade de Deus. O


significado disso é enorme conforme pensamos sobre Sua morte na cruz. Vimos que
Deus ficou irado com o nosso pecado. Agora vemos que Deus está punindo Jesus.
Claro que Jesus não estava sendo punido por causa de pecado.

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Por que Deus O estava punindo? Por que Jesus Se submeteu a tal castigo? A res-
posta é que Jesus passou por tudo isso em nosso lugar para que pudéssemos ser
resgatados. Ele veio dar Sua vida em resgate de muitos.

A Use a seguinte ilustração (páginas 180-181) para explicar o que aconteceu


enquanto Jesus morria na cruz.

O que fazer O que dizer

Levante uma capa Relembre a galeria pública onde toda sua vida está exposta nas
de DVD vazia na paredes. É mostrado tudo que você já fez, disse ou pensou. Agora,
mão direita. imagine tudo isso gravado em um DVD.

Tem muita coisa aqui que parece excelente para nós. Talvez tenha
uma casa cheia de amor, realizações e sucesso. Mas também há
muitas coisas neste DVD das quais você se envergonha. Coisas que
você preferiria que as outras pessoas não vissem. Todos nós temos
segredos que não gostaríamos que fossem expostos.

A Bíblia diz:

“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo


contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos
daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.13).

E não é apenas a forma como tratamos os outros, mas também


como tratamos a Deus que está gravada.

Estenda a mão Vamos imaginar que minha mão esquerda representa minha vida e o
esquerda, com a teto representa Deus. Entre eu e Deus há a gravação do meu pecado,
palma virada para e é isso que me separa de Deus.
cima.

Pegue o DVD e Meu pecado me separa de Deus. Mas permita-me ilustrar o que
coloque-o em sua mão aconteceu na cruz.

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O que fazer O que dizer
Estenda sua mão Imagine que minha mão direita representa Jesus – lembre-se de que o
direita, virada para teto representa Deus. Jesus viveu uma vida sem pecado. Ele sempre
cima. Sua mão obedeceu perfeitamente à vontade de Deus, portanto, não havia
esquerda deve nenhuma barreira entre Jesus e Deus.
continuar com o
DVD.

Mas Jesus disse que veio para “dar Sua vida como resgate por muitos”.
Então, quando estava na cruz, Ele levou o meu pecado.

Transfira o DVD É por isso que Jesus clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me
da mão esquerda desamparaste?”enquanto estava pregado na cruz. Não foi o Seu
para a direita pecado que O separou de Deus, porque Jesus nunca pecou. Não! Foi
O nosso pecado que O fez sentir-se desamparado por Deus.

Naqueles momentos agonizantes, Jesus estava tomando sobre Si toda


a punição que o nosso pecado merecia, tudo o que está neste DVD.

A Bíblia diz:

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um


se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a
iniquidade de nós todos” (Isaías 53.6).

Jesus morreu na cruz como meu substituto, em meu lugar, tomando


a punição que eu merecia.

Mostre sua mão Quantos pecados sobraram? (Espere por uma resposta – não se
esquerda, agora preocupe se for uma pausa longa, isso fará com que o ponto seja
vazia, ainda virada enfatizado ainda mais). Sim, correto, zero! Na verdade, isso é
para cima. impressionante, eu posso ficar sem pecado aos olhos de Deus, como
Jesus!

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3. Podemos ser aceitos

Vamos olhar novamente para os versículos 37 e 38.

] Leia Marcos 15.37-38


Marcos relata o momento exato da morte de Jesus – mas depois chama a nossa atenção
para uma coisa que aconteceu simultaneamente no templo, que ficava do outro lado
da cidade. Ele quer que entendamos que os dois eventos estão conectados de alguma
forma.

Havia uma cortina* de 15 metros de altura no templo, que era tão grossa quanto
à extensão da mão de um homem. (Levante sua mão para mostrar como a cortina
era grossa.) Quando Jesus morreu, essa cortina se rasgou de alto a baixo. Por que
isso é tão importante?

Essa cortina grossa ficava no templo, separando as pessoas do lugar onde era dito
que Deus estava. A cortina era algo como uma grande placa escrita “não entre”.
Essa placa mostrava claramente que era impossível para pessoas pecadoras como
você e eu entrar na presença de Deus.

Então, de repente, enquanto Jesus morria na cruz, Deus rasgou a cortina em


duas, de alto a baixo. É como se Deus estivesse falando: “O caminho está
aberto para as pessoas se aproximarem de mim”. E isso somente é possível
porque Jesus pagou o preço por nosso pecado. Jesus morreu como “resgate por
muitos”.

Era isso que estava acontecendo na cruz. Jesus estava morrendo como nosso
substituto, sendo punido por nosso pecado, para que pudéssemos ser resgatados.
Por causa da cruz, o caminho está aberto para as pessoas se aproximarem de Deus.
Você pode entender por que a cruz, a lembrança da morte de Jesus, é o símbolo
do cristianismo.

E as pessoas que estavam lá quando Jesus morreu? Como reagiram à morte de Jesus
na cruz?

*acácia
A cortina era pendurada em ganchos de ouro que estavam ligados a quatro pilares de madeira de
coberta de ouro. Os ganchos de ouro eram inseridos em soquetes de prata. A cortina, de acordo
com fontes posteriores, era da largura da mão de um homem, e apenas algum tipo de tapeçaria poderia
ter realizado isso. (Champlin, R. N., Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, vol.6. 5. ed., São Paulo:
Hagnos, 2001, p.621)

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Quatro reações à morte de Jesus
Marcos chama a nossa atenção para a forma como várias pessoas reagiram à morte
de Jesus. Conforme olhamos para essas reações, pergunte-se como você vê a morte
de Jesus e como reage a ela.

1. Os soldados
Versículo 24 nos diz sobre os soldados que pregaram Jesus à cruz.

] Leia Marcos 15.24


Os soldados não se interessaram no que estava acontecendo na cruz – eles já tinham
visto cenas parecidas. A única coisa pela qual se interessaram foi jogar com as
roupas de Jesus. Perderam completamente o que estava acontecendo bem na frente
deles. Para aqueles homens, o principal legado da cruz eram as roupas de Jesus.

2. Os líderes religiosos
Os líderes religiosos queriam por muito tempo a morte de Jesus. Eles O assistiram
morrer, rindo entre si.

] Leia Marcos 15.31-32


Os líderes religiosos estavam convencidos de que sabiam o caminho para Deus,
portanto, não precisavam de Jesus. Eles sabiam que algumas pessoas pensavam ser
Jesus o Cristo, único escolhido por Deus para ser o rei. Mas o principal dos sacer-
dotes e os mestres da lei se recusavam a acreditar naquilo.

Ironicamente, eles zombaram de Jesus, alegando que Ele não poderia salvar a Si
mesmo – e se equivocaram totalmente porque Ele estava morrendo para salvar
outros, da forma como havia dito que faria.

3. Pôncio Pilatos
Os líderes religiosos rejeitaram a Jesus – e os líderes políticos? E o governador
romano, Pôncio Pilatos? Ele interrogou Jesus pessoalmente, e sabia que era homem
inocente. Mas Pilatos foi influenciado pela multidão.

] Leia Marcos 15.12-15


Pilatos sabia que Jesus era inocente. Mas quando estava sob pressão, cedeu. Em
vez de libertar Jesus, como sabia ser correto, ele cedeu à multidão e O crucificou.

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Ao nos mostrar essa reação diferente, é como se Marcos estivesse dizendo: “Certo,
essa foi a forma como as outras pessoas reagiram à morte de Jesus na cruz. E você?
O que você vê quando olha para a cruz?”

± Estamos muito ocupados como os soldados?

± Sentimo-nos muito justos como os líderes religiosos?

± Somos covardes como Pilatos?

± Mas existe mais uma reação para olharmos…

4. O centurião romano
Marcos relata a reação do centurião romano – um soldado resistente que era oficial
do alto escalão militar. Ele viu muitos homens morrerem – mas nunca viu um homem
morrer daquela forma. Assim Marcos descreve o fato:

] Leia Marcos 15.39


É o que devemos ver quando olhamos para o que aconteceu na cruz. Podemos
reconhecer que Jesus está falando a verdade: que Ele é mesmo o Filho de Deus. E
que Sua morte foi o plano maravilhoso de Deus para nos resgatar de nosso pecado.
Nunca houve notícia melhor do que essa. A mensagem do evangelho me fala sobre
a terrível verdade sobre mim mesmo – sobre meu problema de coração que não
consigo curar. Mas depois me fala sobre a notícia maravilhosa da morte de Jesus
pelos pecadores, dando Sua vida em resgate de muitos.

Então, a pergunta é: O que você pensa de tudo isso? E o que você vai fazer com o
seu pecado? Vai levá-lo consigo para a sepultura e insistir que você mesmo vai pagar
por ele? Ou você o levará à cruz para ser perdoado?

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5. Ressurreição 5
Por que Jesus ressuscitou?
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 5. Você pode
adaptá-las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado,
mostre o Episódio 5 (Ressurreição), do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 36 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações nesse esboço enquanto ouve
a palestra.

Alvos

± Apresentar os fatos sobre a ressurreição de Jesus.

± Mostrar como a ressurreição traz esperança e advertência.

± Desafiar os membros do grupo a considerar as implicações para a própria vida.

Introdução

A Ilustração de abertura. Dê um exemplo sobre ficar em uma fila, de


preferência por algo que você não gostaria de receber, mas que certamente
vai acontecer. Por exemplo:

Lembro-me muito bem quando um médico veio à escola para aplicar vacina
contra tuberculose. Eu tive que ficar parado lá, esperando para receber a
injeção, o que não foi uma grande alegria. Lembro-me dos outros garotos na
minha frente, enfileirados em ordem alfabética. E meu sobrenome começa
com T (de Tice)! Pensei: “Se eles entrarem e saírem bem, eu ficarei bem”.

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O primeiro menino entrou e, para minha surpresa, não houve gritos na sala
do médico – e não escorreu sangue por debaixo da porta! Ele saiu calma-
mente arrumando a manga da sua camisa. Então, pensei: “Estou bem. Se ele
conseguiu passar por isso, eu também consigo”.

Estamos ministrando o curso Investigando o Cristianismo porque estamos todos em


uma fila. Somos mortais e vamos todos morrer – não necessariamente em ordem
alfabética! Todos nós sabemos disso. Não podemos ignorar esse fato, embora
muitos tentem fazer isso. A realidade da morte se aplica a todos nós – um dia nossa
vida terá fim.

Na semana passada, vimos que Jesus morreu na cruz para curar o problema do
nosso coração, o problema do nosso pecado. E Marcos nos diz que Jesus não apenas
morreu pelos pecadores, mas ressuscitou da morte. Por causa disso, o último terror
da morte é removido. Porque Jesus passou pela morte e triunfou sobre ela, Ele pode
nos ajudar a passar por isso também.

Vamos investigar os eventos da manhã da ressurreição no breve relato de Marcos,


no capítulo 16. Mas primeiramente vamos ver o que Jesus disse sobre a Sua ressur-
reição antes de acontecer.

Jesus sabia que ressuscitaria


Nessas previsões, Jesus usou novamente a expressão: “o Filho do Homem” para
referir-se a Si mesmo.

] Leia Marcos 8.31


Jesus disse a mesma coisa em outras duas ocasiões:

“O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o matarão;


mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará” (Marcos 9.31).

“Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos
principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entre-
garão aos gentios; hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo;
mas, depois de três dias, ressuscitará” (Marcos 10.33-34).

Jesus declarava constantemente que ressuscitaria no terceiro dia depois de Sua morte.
A ressurreição não era uma surpresa para Ele – sabia que Sua morte não seria o final.

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Vamos ver o que Marcos diz sobre a ressurreição de Jesus, começando com algumas
mulheres que presenciaram a morte de Jesus.

] Leia Marcos 15.40-16.3


A Se possível, apresente os quatro títulos com um auxílio visual enquanto
você ministra a palestra, mostrando cada título conforme for falando:

1. Morto e sepultado
2. Vivo e bem
3. Governando como Rei
4. Vá e conte

1. Morto e sepultado
Essas mulheres conheciam bem Jesus. Somos informados no versículo 41 que elas
cuidaram de Jesus e das necessidades Dele. Depois assistiram à Sua morte cruel e
viram onde o corpo foi sepultado.

Jesus foi sepultado por um homem chamado José de Arimateia, que foi ao
governador romano, Pôncio Pilatos, e, com bastante coragem, pediu permissão para
sepultar o corpo de Jesus.

Pilatos ficou surpreso por ouvir que Jesus já tinha morrido. Então, verificou os fatos,
perguntando ao centurião romano se Jesus realmente estava morto – e o centurião
confirmou ser verdade. Pilatos concordou que José sepultasse o corpo.

José tirou o corpo sem vida, ensanguentado, da cruz, envolveu-o em um lençol e o


colocou num túmulo escavado numa rocha. Jesus Cristo estava morto e sepultado.
Trinta e seis horas depois, na manhã do domingo, as três mulheres enlutadas foram
fazer o que entendiam ser a última demonstração de amor por Jesus: embalsamar
o corpo Dele.

Na noite anterior, já escuro, quando o sábado judaico havia acabado e as lojas


estavam abertas novamente, elas compraram algumas especiarias. A ideia delas
era colocar as especiarias no lençol em que o corpo foi enrolado, como uma última
demonstração de amor, a fim de disfarçar o odor de decomposição.

Então levantaram cedo na manhã seguinte e foram ao túmulo. Elas já sabiam onde
deveriam ir porque tinham visto o sepultamento de Jesus.

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Enquanto elas caminhavam em direção à sepultura, conversaram sobre as barreiras
que enfrentariam naquela manhã. Elas viram José rolar a grande pedra fechando a
entrada do túmulo e perguntaram quem poderia tirar a pedra para que pudessem
colocar as especiarias no corpo de Jesus. Teria sido muito pesado para elas soz-
inhas moverem a pedra – mais pesado do que se fôssemos levantar um piano
sozinhos.

A Você pode incluir uma ilustração pessoal aqui sobre visitar o túmulo de
alguém que conhecia e amava. Você sabe que não vai ver aquela pessoa
lá, sabe que ela está morta, mas vai se lembrar dela e talvez até colocar
algumas flores no túmulo.

Era assim para as mulheres naquela manhã, porque sabiam – assim como o cen-
turião romano – que Jesus estava morto e sepultado.

2. Vivo e bem

Vamos olhar a próxima parte do capítulo 16 para ver o que aconteceu quando as
mulheres chegaram ao túmulo.

] Leia Marcos 16.4-8


As mulheres levaram dois grandes choques que as deixaram “tremendo e assom-
bradas” (v.8), e elas “fugiram do sepulcro”. A palavra grega traduzida por “fugiu”
é a palavra usada para escapar de um animal selvagem. Se puder imaginar como
você se sentiria sendo seguido por um touro ou uma matilha de lobos, então saberá
como essas mulheres se sentiram!

A Se tiver uma ilustração pessoal de ter sido perseguido por um animal,


use-a de forma breve aqui. Ex.: “Fui perseguido por um cachorro muito
bravo uma vez e fiquei aterrorizado. Foi dessa forma que essas mulheres
se sentiram”.

O primeiro choque é descrito no versículo 4 quando as mulheres chegaram e desco-


briram que alguém já havia resolvido o problema da pedra na entrada do túmulo.
A grande pedra pesada tinha sido rolada para longe da entrada.

O segundo choque foi que não havia mais necessidade para as especiarias nas quais
gastaram tanto dinheiro. A barreira foi removida – e o corpo não estava lá.

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Um “jovem rapaz vestido em roupas brancas” – claramente um mensageiro de
Deus – disse o seguinte:

“Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado”


(Marcos 16.6).

Ele confirmou que o homem de Nazaré, chamado Jesus, cuja morte as mulheres
tinham visto, foi crucificado e foi sepultado lá. Ele disse:

“... vede o lugar onde o tinham posto”.

Elas não estavam imaginando isso, não estavam no lugar errado – aquele era o lugar
onde Jesus havia sido colocado. Elas não estavam sonhando – realmente aconteceu.
Mas não é o fim da história.

O mensageiro disse: “Vocês podem ver o lugar, podem ver os tecidos de sepulta-
mento descartados, mas não o verão aqui. Ele não está aqui. Ele ressuscitou!”

Mas não era o fim das notícias do jovem. Ele tinha uma mensagem para os dis-
cípulos – uma mensagem que pode somente ser verdade se Jesus tiver mesmo
ressuscitado.

“Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós
para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse” (Marcos 16.7).

Numa das profecias que vimos anteriormente em nosso estudo “Investigue”, Jesus
disse a Seus discípulos que Ele ressuscitaria e iria para a Galileia, onde se encon-
trariam. Agora o jovem vestido de branco disse a mesma coisa às mulheres. O Jesus
ressurreto iria Se encontrar com os discípulos, incluindo Pedro, na Galileia.

Marcos termina seu livro com a reação das mulheres. Mas os outros três evangelhos e o
livro de Atos informam alguns fatos que aconteceram depois da ressurreição. Eles nos
dizem que Jesus apareceu aos Seus discípulos, pelo menos, em dez ocasiões depois de
Sua morte. Ele também apareceu para mais de 500 pessoas ao mesmo tempo.

Agora, neste momento, você pode supor ser difícil acreditar no que Marcos nos
relata sobre a ressurreição. Ou talvez rejeite tudo que a Bíblia revela sobre as coisas
maravilhosas que Jesus disse e fez. Todos nós sabemos que trazer vida para um

43

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corpo é algo que a ciência e o poder humanos não podem fazer. Mas não devemos
rejeitar a ressurreição dos mortos só porque não podemos fazê-lo.

Por favor, não descarte o ensino claro da Bíblia sobre Jesus morrer e ressuscitar
com base em que, se nós não podemos fazê-lo, não pode ser feito. Conforme nos
encontramos com Jesus no evangelho de Marcos, ouvimos e vimos coisas que estão
além da nossa compreensão e habilidade. Era o esperado quando Deus, o Filho, veio
ao mundo que Ele criou.

Se você não viu quem Jesus é enquanto Ele ensina, chama, cura, controla, ressuscita
dos mortos e perdoa pecados – então, claramente, não vai acreditar que Ele possa
ressuscitar dos mortos.

Marcos não “pinta de rosa” as reações dos que ouviram originalmente as notícias
de que Jesus ressuscitou. As mulheres viram Jesus ser brutalmente executado 36
horas antes. Elas reagiram à notícia de que Ele estava vivo novamente com espanto
e medo. Marcos não subestima a luta delas em compreender o que foi dito sobre
Jesus. Porque isso é história – isso aconteceu!

3. Governando como Rei

Pense em todas as coisas que fizeram para Jesus antes e enquanto morria. As pes-
soas O traíram, rejeitaram, zombaram Dele, cuspiram Nele, O açoitaram e mataram.
Essas coisas mostram o que as pessoas pensavam de Jesus. Ele não tinha valor para
elas. Não deram nenhum valor à Sua vida.

A ressurreição mostra que Deus reverteu esse veredicto. Ele deu valor máximo a
Seu Filho. Deus não deixou Jesus onde os homens O colocaram. Não. A notícia
surpreendente veio: “Ele ressuscitou!” Deus pensa de forma diferente a respeito
de Seu Filho. As pessoas O rejeitaram – Deus O exaltou. Esse sempre foi o plano.

Foi por causa disso que o jovem vestido de branco disse no versículo 7:

“Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós
para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse”.

Jesus sempre falou sobre a certeza de Sua ressurreição quando Se referia à Sua
morte. Que imagem essa do poder soberano de Jesus, o Rei! Quem mais poderia
estar em tal controle de cada aspecto da própria morte e ressurreição?

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É quase como se Jesus estivesse falado a Seus seguidores: “Vamos passar por
momentos muito difíceis, e vocês me verão morrendo – mas vou ressuscitar no
domingo, e vamos todos nos encontrar na Galileia, na segunda-feira, conforme
planejado”.

Qualquer um poderia ter dito essas palavras, mas somente um Rei com poder sur-
preendente poderia fazê-las acontecer!

A ressurreição de Jesus, portanto, reverte o veredicto do mundo sobre Ele. Mostra


que Ele é o Rei e Filho exaltado de Deus – que esteve sempre no controle soberano,
mesmo quando foi rejeitado pelos judeus, abandonado pelos discípulos, brutalizado
pelos romanos e abandonado por Deus na cruz enquanto pagava pelo meu pecado.

As mulheres vieram prestar o último tributo ao corpo morto, ungir o corpo. Elas
pensaram que tudo tinha acabado nessa tragédia no momento em que Jesus
morreu, e as esperanças delas foram despedaçadas.

Mas estas duas palavras: “Ele ressuscitou” mudou tudo.

4. Vá e conte
Vimos como Marcos foi inflexivelmente honesto em seu relato sobre o que acon-
teceu naquele dia. Marcos 16.8 nos diz que, pelo menos no início, as mulheres
ficaram tão completamente confusas que correram para salvar a vida e não falaram
nada.

Entretanto, como você pode ver, essa notícia sobre a ressurreição precisa ser con-
tada. O mensageiro de Deus falou:

“Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para
a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse” (Marcos 16.7).

Em outras palavras, a notícia é: Jesus está vivo, e você vai se encontrar com Ele,
como havia dito.

A Se possível, mostre esta afirmação com um auxílio visual:

A notícia é: Jesus está vivo, e você vai se encontrar com Ele, como havia dito.

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Como alguém poderia dizer que a mensagem cristã é irrelevante? Estamos todos na
fila. Todos vamos ter que enfrentar a morte. Mesmo assim, aqui está Jesus – que saiu
do sepulcro a fim de liderar para fora da sepultura os que confiam Nele.

A notícia da ressurreição é absolutamente maravilhosa. Significa que a morte não


destruiu Jesus. Ele sofreu, mas a destruiu em Sua ressurreição. Essa notícia é sur-
preendente e maravilhosa.

Esse é o ponto em que fica desconfortável para todos nós. Eu fico desconfortável,
porque tenho que lhe contar uma coisa, e estou preocupado em ser mal inter-
pretado por vocês. E vocês ficarão desconfortáveis enquanto ouvem, porque a
ressurreição de Jesus tem outra implicação.

Permita-me falar novamente e explicar. Essa notícia sobre a ressurreição tem que
ser contada. A notícia é: Jesus está vivo, e você vai se encontrar com Ele, como Ele
disse.

Você consegue ver a implicação para todos a respeito da ressurreição e sobre a qual
não iremos escapar? Não são apenas os discípulos que verão Jesus novamente –
todos nós O veremos.

Em Atos 17, quando o apóstolo Paulo estava falando em Atenas, ele disse que Deus
“estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que
destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (Atos 17.31).

A ressurreição de Jesus traz esperança diante da morte. Também promete que Jesus
Cristo tem poder e direito de nos ressuscitar e nos julgar. Haverá um ponto final na
história, quando Jesus retornar a este mundo – que ainda está em rebelião contra
Ele – e acabar com a revolta. Haverá um dia quando Deus vai mostrar que aquele
Jesus desprezado é Seu Filho amado, exaltado, Rei e Juiz.

Essa é uma perspectiva assustadora se você, como eu, sabe quanto tem maltratado
o Senhor Jesus.

A Levante o DVD da ilustração da última semana, e lembre ao grupo que o


DVD contém o registro de tudo que fizemos, falamos e pensamos.

Permita-me encerrar mostrando em Marcos 16 como você pode estar preparado, e


não ter vergonha de encontrar-se com Jesus quando Ele retornar.

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Marcos 16.7 diz: “Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de
vós para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse”.

A Levante o DVD novamente.


O que havia no DVD de Pedro? Os discípulos tinham fugido de Jesus no momento
crítico, mas Pedro tinha até mesmo negado conhecê-Lo. Esse é o homem que argu-
mentou, em Marcos 8, que Jesus não deveria ir para a cruz. Perceba como, após a
falha de Pedro, o Jesus ressurreto envia uma mensagem particular a ele.

Pedro deve ter pensado que sua falha foi fatal, mas o Senhor Jesus ressurreto, que
morreu pelos pecados, diz que Pedro é bem-vindo.

Assim como Pedro, nós negamos a Deus e fazemos uma confusão de nosso relaciona-
mento com Ele. Entretanto, Jesus pagou por esse pecado na cruz. E agora Ele vive
– conforme mostra o relato da ressurreição – para perdoar a todos que vão confiar Nele.

A ressurreição de Jesus prova que Deus aceitou Sua morte em meu lugar, paga-
mento integral e definitivo por minha rebelião pessoal contra Ele. Jesus deu Sua vida
pelo resgate de muitos, da forma que disse que iria fazer. Ele morreu para pagar
pelo nosso pecado, e ressuscitou para provar que o pecado estava verdadeiramente
pago. O preço do resgate foi pago.

Esta é a mensagem que todos precisam ouvir: Jesus está vivo, e você vai se encontrar
com Ele, como havia dito.

Você pode encontrá-Lo antes disso, pela fé. Enquanto agradece a Ele por ter mor-
rido em seu lugar, peça perdão pelos seus pecados e coloque a fé em Suas mãos.
Você pode passar pela vida sem medo da morte ou do julgamento porque Jesus
enfrentou tudo por você.

Por causa da ressurreição, podemos confiar em Jesus com relação à nossa morte. E
porque Ele está vivo, você pode conversar com Ele agora mesmo.

A Você pode dar um pequeno testemunho pessoal sobre “encontrar Jesus


pela fé” e “falar com Ele você mesmo” – e como isso é real e transformador.
Ou sugerir que as pessoas perguntem a você ou a um dos líderes sobre
isso no final da reunião, se quiserem mais informações.

Deixe-me encerrar falando novamente que essa é a mensagem que todo mundo
precisa ouvir: Jesus está vivo, e você vai se encontrar com Ele, como Ele disse.

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6. GRAÇA
Como Deus pode nos aceitar?
6
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 6. Você pode
adaptá-las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado,
mostre o Episódio 6 (Graça) do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 43 do Guia de Estudo do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali, enquanto ouve a palestra.

A Esta palestra usa 14 cartões grandes (ou folhas) como auxílio visual. Deixe
um cartão em branco. Escreva o que segue no restante dos cartões (ou
faça o download de um conjunto no site www.investigandoocristianismo.
org):

Conjunto A Conjunto B

Sou uma boa pessoa Sou uma pessoa espiritual


Não roubo Tento tratar os outros
Não minto como gosto de ser tratado
Faço doações Fui batizado
Doo sangue Vou à igreja
Não sou assassino Tomo a santa ceia
Não sou estuprador Leio a Bíblia

Alvos
A Mostrar que nós nunca podemos fazer o suficiente para herdar a vida
eterna.

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A Explicar a graça de Deus – Seu presente imerecido para nós.

A Analisar as implicações disso e como os membros do grupo respondem a


Deus.

Introdução
No início do Investigando o Cristianismo, perguntamos a você:

“Se você pudesse fazer uma pergunta a Deus e tivesse certeza de que Ele respon-
deria, que pergunta seria essa?”

Agora gostaria de pensar em outra questão. Dessa vez é algo que Deus pode per-
guntar a você:

“Se Deus lhe perguntasse: ‘Por que Eu deveria lhe dar a vida eterna?’, o que você
responderia?”

Tire alguns momentos para pensar em silêncio sobre sua resposta.

A (Opcional) Você pode pedir que escrevam a resposta, assegurando a todos


que nenhuma será lida em voz alta. Se fizer isso, dê oportunidade para que
pensem sobre a pergunta novamente no começo da seção “Discussão”,
depois dessa palestra, pois talvez queiram mudar a resposta.

Eu fico pensando o que você diria. Algumas pessoas podem responder da seguinte
forma:

A Levante os cartões do conjunto A, um de cada vez. Isso funciona bem


se levantar todo o conjunto e então, mover um cartão de cada vez do
primeiro ao último.

Ou talvez a sua resposta seja mais religiosa:

A Levante os cartões do conjunto B, um de cada vez. Depois coloque os


cartões em uma pilha, para serem usados mais tarde.

A questão da vida eterna é uma sobre a qual as pessoas pensam em algum momen-
to da vida. Eu imagino que provavelmente você não estaria fazendo esse curso se
não estivesse interessado em saber a resposta.

Em Marcos 10, descobrimos alguns pontos cruciais sobre a vida eterna. Também a
encontramos descrita de várias formas: “ter tesouro no céu”, “entrar no reino de

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Deus”, “ser salvo”. Essas expressões tratam de ser aceito por Deus como membro
de Seu reino agora, e aguardar com ansiedade para desfrutar um relacionamento
com Ele para sempre.

Em Marcos 10, lemos a respeito de um homem que realmente queria saber como
obter a vida eterna. Marcos nos conta que esse homem tinha “uma grande
riqueza”. Outros dois escritores da Bíblia nos ajudam a montar uma imagem dele:
Mateus nos diz que ele era jovem, e Lucas adiciona o detalhe que ele era um tipo
de “governante”.

Portanto, significa que esse homem tinha todas as coisas a seu favor. Ele era jovem;
apesar da sua juventude, já era importante e muito rico. Mas tinha uma pergunta
crucial para fazer a Jesus – sobre algo que sabia não ter – a vida eterna.

] Leia Marcos 10.17


Observe duas coisas que ele disse a Jesus: chamou-O de “Bom Mestre” e perguntou
o que precisava “fazer” para herdar a vida eterna. Jesus criticou esses dois pontos
enquanto o ajudou a entender algumas coisas muito importantes.

O problema em “ser bom”


Primeiramente, Jesus foca o título “Bom Mestre”.

] Leia Marcos 10.18


Talvez esse homem estivesse sendo apenas educado. Ele sabia que Jesus havia
construído a reputação de alguém que ensinava com autoridade e cujo ensino era
completamente diferente daquele dado pelos líderes religiosos. E claramente respei-
tava Jesus como um homem de Deus – tanto que ele se ajoelhou diante de Jesus.
Então, talvez “bom Mestre” fosse forma de mostrar respeito por Jesus.

Jesus escolheu usar o título para ensinar a esse homem – e também aos discípulos
que estavam ouvindo. “Ninguém é bom senão um, que é Deus”, Ele disse. Observe
o que Jesus não estava dizendo. Ele não estava negando Sua divindade – não estava
dizendo que Ele não é o Filho de Deus. Jesus é realmente bom. Ele também usou
esse título para desafiar a forma como a maioria das pessoas vê a si mesmas.

É fácil nos comparar a alguém que é desonesto, violento, criminoso sexual, e decidir
que, comparado a eles, somos basicamente bons. Usamos a palavra “bom” quando
deveríamos dizer “não tão ruim quanto”.

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A Dê uma ilustração de alguém que está atualmente nas manchetes por
fraude, crime sexual, assassinato, etc. Explique à turma que a única razão
para a mídia ter focado tão fortemente essa pessoa é porque ficamos
chocados com o nível de transgressão. Comparados a eles, a maioria de
nós poderia dizer que é uma pessoa boa.

Jesus nos mostra que estamos nos comparando com a pessoa errada. A questão
não é se somos melhores do que _________________________________________
(a pessoa sobre a qual você acabou de falar), mas é como nos comparar com o
próprio Deus, que é genuinamente e completamente bom. Ele é perfeitamente
justo, perfeitamente sábio, perfeitamente puro e perfeitamente amor. Como Jesus
coloca: “Ninguém é bom senão um, que é Deus”.

Parece provável que esse homem se considerava bom. Vamos ver como Jesus o
instiga sobre tal conceito.

] Leia Marcos 10.19-20


As leis que Jesus mencionou aqui vêm dos dez mandamentos. São as dez
leis que Deus deu a Moisés a fim de mostrar aos israelitas a maneira de viver
como povo de Deus. Jesus citou mandamentos que estão ligados à forma
como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor. Havia também
mandamentos sobre o relacionamento com Deus, os quais Jesus falou mais
tarde.

Esse homem jovem e rico estava muito confiante sobre sua habilidade em guardar
os mandamentos de Deus. Ele declarou: “Mestre, tudo isso tenho observado desde
a minha juventude”.

A Levante novamente o conjunto todo de cartões (conjunto A e B juntos).

A resposta do jovem deve ter sido como algumas das que vemos nesses cartões.
Em outras palavras, ele tratava bem as pessoas; ele nunca matou ninguém ou
cometeu adultério; não era ladrão, trapaceiro ou mentiroso. Ele estava extre-
mamente confiante de que tinha vivido uma vida correta, guardando as leis de
Deus.

Se Deus perguntasse a ele: “Por que eu deveria lhe dar a vida eterna?”, essa seria
a resposta que ele daria.

52

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Por que ser bom nunca é suficiente?
A observação da lei por esse jovem nos dá uma ideia da segunda coisa que ele
perguntou a Jesus:

“Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Marcos 10.17
Ele já guardava as leis que Jesus havia listado – ou acreditava que o fazia. Mas cer-
tamente havia mais alguma coisa que ele poderia fazer para herdar a vida eterna.
Em outras palavras, ele queria saber como poderia ganhar um lugar no reino de
Deus, como poderia ser bom o suficiente para Deus o aceitar. Ele queria ser capaz
de trabalhar para isso, e receber um prêmio muito merecido também.

A Dê um exemplo de algo pelo qual você trabalhou e alcançou. Por


exemplo: Concluir um curso e ter um certificado de ensino para trabalhar
em escolas; ter uma qualificação em computação a fim de ganhar uma
promoção; passar no teste de habilitação para motorista; aprender a tocar
guitarra para entrar para uma banda. Estamos acostumados a ganhar o
nosso sucesso – e parece que esse jovem queria fazer a mesma coisa.

Esse homem parecia sinceramente acreditar que estava guardando toda a lei de
Deus e que talvez houvesse algo mais que ele pudesse fazer para ganhar a vida
eterna. Ele queria que falassem o que fazer – Jesus lhe deu a resposta.

] Leia Marcos 10.21-22


O homem perguntou a Jesus o que fazer, mas quando Jesus respondeu, ele não
reagiu com alegria ou com desejo de fazer o mais rápido possível. Ao invés disso,
ficou contrariado, virou-se e, triste, foi embora para casa. Por quê? Porque “era
muito rico”.

Ele era rico, e ser convidado a dar todo o seu dinheiro era pedir-lhe muito. O que
isso realmente mostra é que ele não estava de forma nenhuma guardando todas as
leis de Deus. Os primeiros mandamentos dizem respeito aos relacionamentos com
Deus. Incluem:

“Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de
escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem
embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás,
nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso,
que visito a iniquidade dos pais” (Êxodo 20.3-5).

53

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Em outras palavras, ninguém é maior do que Deus. E você não deve tratar alguém
ou alguma coisa como mais importante do que Ele. Se esse jovem governante rico
realmente pensava que amar e servir a Deus, e desfrutar da vida eterna, fosse mais
importante do que as coisas que ele tinha aqui na terra, ele teria alegremente dis-
tribuído seu dinheiro e aberto mão de sua posição importante para seguir a Jesus. O
ponto é se alguém pudesse ganhar a vida eterna, teria que viver de forma perfeita,
em relação aos outros e a Deus.

A reação desse homem mostra que ele não estava guardando todas as leis de Deus
– estava tratando seu dinheiro como um ídolo mais importante do que Deus, que o
criou. Existia um tesouro maior que ele preferia ter que estar com Jesus e alcançar
seu tesouro no céu. O dinheiro era mais importante do que Deus.

Portanto, vemos que esse homem estava errado em acreditar que guardava as leis
de Deus. Ele estava também errado em pensar que poderia fazer algo para ganhar
a vida eterna. Nunca poderemos fazer o suficiente para herdar a vida eterna. Veja
o que Jesus falou a seguir.

] Leia Marcos 10.23-27


Naquele tempo, as pessoas acreditavam que riqueza e sucesso era a prova de que
Deus estava satisfeito com elas. Os discípulos ficaram aturdidos com o que Jesus
falou. Se até para os homens ricos era difícil entrar no reino de Deus, como possivel-
mente poderia alguém fazê-lo? Eles, então, perguntaram: “Quem pode ser salvo?”.
E Jesus respondeu: “Para os homens é impossível”.

O problema com o nosso coração


Você se lembra de que na semana 3 aprendemos que todos nós temos problema
de coração.

“Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus


desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a ava-
reza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a
loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem”
(Marcos 7.21-23).

O pecado vem de dentro, do nosso coração – e todos nós pecamos. Não amamos
a Deus de todo o nosso coração, toda a nossa alma, mente e força. Temos um
problema de coração, e nada que fizermos pode curar. Por isto Jesus veio: “para

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servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45). Jesus veio para nos
resgatar do nosso pecado, tomando sobre Si o castigo que merecíamos.

Sabemos que o preço do resgate foi pago e aceito por causa da ressurreição. Jesus
morreu para pagar pelo pecado, e ressuscitou para provar que o pecado foi real-
mente pago.

Por isso Jesus disse: “Para os homens é impossível”. Nada que façamos pode curar
nosso problema de coração – somente Jesus pode.

A Levante o conjunto de cartões novamente. Rasgue-os ao meio ou jogue-


os no chão de uma só vez, para mostrar que são inúteis.

Qual é então a resposta para a pergunta dos discípulos? “Quem pode ser salvo?”

O maravilhoso presente de Deus


A resposta para essa pergunta vem de outro encontro com Jesus. Um pouco antes
de o jovem governante rico ter vindo falar com Jesus, outras pessoas foram trazidas
até Ele. Elas não eram ricas, importantes ou adultas: eram crianças.

A Dê uma ilustração de como as crianças são vistas em seu país e cultura.


Atualmente, existe cada vez maior número de comerciais na televisão
dirigidos às crianças e aos adolescentes. Muitos têm mesada para gastar,
e os anunciantes estão cientes do “poder de incomodar” para persuadir
seus pais a fim de comprar-lhes os últimos equipamentos, roupas e
acessórios da moda, jogos, etc. Você pode citar ou mostrar um comercial
recente desse tipo.

No primeiro século, as crianças de Israel eram vistas de forma muito diferente. Eram
muito amadas por seus pais, mas também constituíam um fardo para os recursos da
família até que tivessem idade para trabalhar. As crianças tinham pouco ou nenhum
status. Tenha isso em mente enquanto lemos mais uma vez a passagem que vimos
anteriormente em nosso grupo.

] Leia Marcos 10.13-16


Essas crianças não tinham nada para oferecer a Jesus. Elas não fizeram nada para
merecer Seu amor e aprovação. Talvez seja por isso que os discípulos não queriam
que Jesus fosse incomodado por elas. Mas ouça o que Jesus disse:

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“… porque dos tais é o reino de Deus… Quem não receber o reino de Deus
como uma criança de maneira nenhuma entrará nele” (Marcos 10.14-15).

Aquelas crianças não fizeram nada para merecer a aprovação de Jesus.

A Levante o cartão em branco.

Tudo que fizeram foi vir até Ele. E Jesus as tomou nos braços e as abençoou.

Como receber o dom de Deus

Aqui está a resposta para a pergunta do jovem rico sobre herdar a vida eterna. E
para a pergunta dos discípulos sobre serem salvos. A resposta é que somente aque-
les que receberem o reino de Deus como uma criança é que nele entrarão.

A Apresente a ilustração de dar a alguém um presente (a uma criança, de


preferência). Inclua qual foi a reação dela. Por exemplo: dar um presente
a um filho na fé, uma sobrinha. Descreva a alegria demonstrada quando o
presente foi aberto. Explique quão chocado você ficaria se a criança tivesse
perguntado quanto teria que pagar pelo presente. Ela não pagaria nada –
era um presente.

Nós não podemos fazer nada para ganhar a vida eterna. Não podemos trabalhar
para preparar nosso caminho até o reino de Deus. Nada que façamos vai curar nosso
problema de coração. Não podemos fazer nada por nós mesmos para que possamos
ser salvos. Mas podemos receber gratuitamente a vida eterna – paga com a morte
de Jesus.

Nosso meio de entrada no reino de Deus não são as coisas boas que fizermos para
Deus. Pelo contrário, é algo surpreendente que Cristo fez por nós. Não se trata
de pegarmos o que pensamos que ganhamos, mas se trata de receber de Deus o
oposto do que merecíamos. A Bíblia chama isso de “graça” – presente imerecido de
Deus para nós. E como uma criança, tudo que podemos fazer é recebê-la.

Conclusão
Essas são as boas-novas sobre as quais Marcos tão bem escreveu no começo desse
livro: as boas-novas de Jesus Cristo.

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Jesus nos mostra que somos todos pecadores. Todos nós temos um problema de
coração que não conseguimos curar. Ele nos diz que não há o que possamos fazer
para sermos salvos. Mas Ele também mostrou quanto nos ama voluntariamente lev-
ando sobre Si a punição que merecíamos, dando Sua vida pelo resgate de muitos.
E como resultado, quando confiamos no que Jesus fez, podemos ser aceitos por
Deus e receber a vida eterna – se simplesmente a recebermos como um presente
gratuito e imerecido.

Isso é graça – somos mais pecadores do que jamais pensamos, porém mais amados
do que jamais imaginamos.

O impacto da graça em nossa vida agora é imenso. Viver pela graça significa que
não preciso viver fingindo ser o que não sou ou usando uma máscara para disfarçar
o que sou. Quando entendo a graça de Deus, não preciso provar nada, nem usar
máscara. Deus sabe exatamente como sou. Eu não consigo me esconder Dele. E
mesmo assim, surpreendentemente, em Cristo, Ele me aceita e me ama. Isso é tão
libertador! São boas-novas! Excelentes!

Isso é graça.

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u?

ara
ptá-
7. RENÚNCIA
O que significa seguir a Jesus?
7
uas
e o
A Use as anotações a seguir para ministrar a Palestra 7. Você pode adaptá-
ndo
las ao seu grupo e adicionar suas ilustrações. Se for apropriado, mostre
o Episódio 7 (Renúncia) do DVD Investigando o Cristianismo. (Título no
DVD: Venha e morra)

A Na página 60 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali, enquanto ouve a palestra.

Alvos
± Recapitular o ensino de Marcos sobre identidade, missão e chamado de Jesus.

± Mostrar que seguir a Jesus significa negar a si mesmo e tomar sua cruz.

± Dar aos membros do grupo oportunidade de responder individualmente ao


chamado de Jesus.

Introdução

Hoje chegamos ao final da nossa curta jornada ao longo do Investigando o Cristia


nismo. Muito obrigado por investigar o Evangelho de Marcos conosco.

Pode ser o final do curso, porém, espero que descubram que é apenas o começo de
uma vida com Jesus. Isso vai depender de como vocês responderão a Ele.

Durante o curso, vimos o que Marcos diz sobre Jesus: Sua identidade (quem Ele
é), Sua missão (por que Ele veio) e Seu chamado (o que significa segui-Lo). Os
versículos que vamos observar agora nos lembram essas três coisas, e também nos
desafiam a pensar sobre onde estamos com Jesus, individualmente.

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A Você pode usar um auxílio visual simples para ajudar o seu grupo a
acompanhar a palestra.

7
± Identidade: quem é Jesus?

± Missão: por que Jesus veio?

± Chamado: o que significa seguir a Jesus?

± E agora?

Identidade: Quem é Jesus


Algumas vezes, supomos poder ver as coisas claramente, quando na verdade esta-
mos vendo apenas parte do quadro.

A Ilustração: Mostre a figura da mulher jovem/idosa. Pergunte aos


participantes o que conseguem ver. Alguns poderão ver somente a mulher
jovem, ou a mulher idosa. Ajude-os a ver as duas, mas não demore
muito tempo com isso. Tudo bem se uma ou mais pessoas do grupo não
conseguir ver nenhuma das duas na imagem.

Os discípulos passaram três anos com


Jesus. Viram Seu poder e autoridade
surpreendentes: como um mestre, sobre
doenças, espíritos imundos, natureza e
sobre a própria morte. Mesmo assim
se perguntavam: “Quem é esse?”. Eles
eram testemunhas oculares de tudo
que Jesus tinha falado e feito, mas não
enxergavam Sua identidade. Eles esta-
vam vendo apenas parte do quadro.

Se estar com Jesus em pessoa não curou


a cegueira deles, o que iria fazê-lo? Para
ajudar a responder a essa pergunta,
Jesus curou o homem cego, contudo
foi uma cura incomum. Esse foi o único
momento em que Jesus não curou uma
pessoa imediatamente.

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] Leia Marcos 8.22-26
O homem foi curado por etapas. Ele começou totalmente cego; depois foi capaz
de ver um pouquinho, mas não claramente; ao final, sua visão foi restaurada por
completo. Essa cura gradual reflete o crescimento gradual da compreensão dos
discípulos. Para começar, não podiam ver quem Jesus era. Eles não conheciam Sua
identidade. A partir dos relatos do capítulo 8, percebemos eles começaram a ver a
verdade, porém não claramente.

Marcos 8.27-29 enfoca a identidade de Jesus. Primeiramente, perguntou aos Seus


discípulos quem as pessoas diziam ser Ele, e depois perguntou quem eles pensavam
que Ele era.

] Leia Marcos 8.27-29


Quem as evidências dizem que Jesus é? Quem você pensa que Jesus é? Você precisa
resolver essa questão por si mesmo, pois é um assunto de vida ou morte.

Pedro deu uma resposta surpreendente. Ele viu que Jesus não era outro profeta, ou
um grande mestre, ou curador, mas o Cristo, o Messias – o Rei que Deus prometeu
enviar, Aquele que já veio ao mundo.

Então, como o homem cego, os discípulos podiam ver quem Jesus era. Conheciam
Sua identidade – que Jesus é o Cristo, o único escolhido por Deus para ser Rei. Mas
a “visão” deles não estava totalmente curada. Embora soubessem quem era Jesus,
ainda não compreendiam por que Ele veio ou o que significava segui-Lo. Eles viam
apenas parte do quadro.

Missão: Por que Jesus veio?

Tão logo a identidade de Jesus foi estabelecida, veja o que aconteceu em seguida.
O foco se torna a missão de Jesus.

] Leia Marcos 8.30-32a


Esta é a razão pela qual Jesus veio – para sofrer, ser rejeitado, morrer e ressusci-
tar – para “dar sua vida em resgate por muitos”. E Jesus confirmou essa missão
repetidamente, como já vimos.

Agora vamos ler todo o versículo 32.

60

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] Leia Marcos 8.32
Pedro mostrou presunção quando repreendeu Aquele que acabou de identificar
como o rei prometido por Deus. Mas ele não foi muito longe. Veja o versículo 33.

] Leia Marcos 8.33


“Tendo na mente as coisas dos homens” pode significar que Pedro tinha grandes
expectativas de que sua importância cresceria como aliado íntimo do Rei. Ou que ele
desejava que o rei Jesus libertasse os judeus dos carrascos romanos que ocuparam
seu país. Entretanto, nenhuma dessas coisas poderia acontecer se Jesus fosse morto
como Ele havia profetizado.

Pedro não desejava que Jesus sofresse e morresse, porque isso não serviria “as coisas
dos homens”. Mas ele não era o único a não querer que Jesus morresse daquela
forma. Jesus entendia que o desejo de Satanás era que Ele não cumprisse “as coisas
de Deus” também.

Ao tentar impedir Jesus de passar por sofrimento, rejeição e morte, Pedro estava se
aliando a Satanás, não a Deus.

Nossa tentação pode ser muito parecida com a de Pedro nesse momento: pensar na
morte de Jesus como algo desagradável, desnecessário – um constrangimento. Será
que, como Pedro, estamos vendo apenas parte do quadro?

Pedro estava cego para o significado da cruz. Nós estamos cegos? Vemos a cruz
como desperdício ou resgate?

Enquanto pensa sobre a cruz, você está agradecido a Jesus por morrer para pagar
pelo seu pecado a fim de que não tenha que pagá-lo você mesmo?

Infelizmente muitas pessoas estão impressionadas com Jesus, mas a influência de


Satanás as faz ficar com medo da rejeição que possam sofrer por serem Suas segui-
doras, e então desistem de segui-Lo.

A influência de Satanás é tão forte quanto sutil. Isso resulta num mundo em que as
pessoas toleram, apoiam e até mesmo abraçam quase toda forma de pensamento
e comportamento. Mas colocar a fé no Senhor Jesus Cristo, que me serviu, dando
Sua vida na cruz para pagar pelo meu pecado, para que eu possa ser perdoado e
ficar bem com Deus para sempre – isso é entendido em todas as culturas como a
coisa mais constrangedora que existe!

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É surpreendente que tenha de ser assim. Nosso Criador deu a vida para nos resgatar
das consequências terríveis de nossa rebelião contra Ele. Como poderíamos ficar
constrangidos por isso?

Mesmo assim, para tantos, como Pedro, a missão de Jesus é muito constrangedora
para se associar a ela. O medo dos amigos e da família, dos vizinhos e colegas de
trabalho rindo da atitude de amor e gratidão a Jesus tem feito muitos desistirem
Dele, mesmo estando convencidos de que Ele é real.

Satanás falhou em impedir Jesus de ir para a cruz. Ele ainda tentará impedir você
de seguir o Cristo da cruz. É por isso que Jesus deixa muito claro o que significa ser
Seu seguidor e por que devemos querer ser Seus seguidores...

Chamado: O que significa seguir a Jesus

Nós começamos de onde paramos e voltamos ao chamado de Jesus em Marcos 8.34-38.

] Leia Marcos 8.34-38


No versículo 38, há uma advertência de Jesus sobre o que acontecerá se ficarmos
com vergonha Dele e de Sua palavra. Ele explica que o pensamento humano é
instintivamente infiel a Deus e rebelde em relação a Ele. Isso significa que é um
ambiente muito difícil para aqueles que escolhem seguir a Jesus.

Ouça novamente o que Ele diz no versículo 34:

“Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos,


disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a
sua cruz e siga-me” (Marcos 8.34).

Essa era exatamente a luta de Pedro. Ele tinha em mente as coisas dos homens
– seguir um líder popular, poderoso, ser um dos melhores, vê-lo derrotando seus
inimigos romanos. Era isso o que Pedro queria.

Jesus, no entanto, disse: “Não! Eu vim para sofrer, ser rejeitado e morrer, e vou res-
suscitar para que possa resgatar você. E se vai me seguir, precisa negar-se o direito
de administrar a própria vida, e assim como esse mundo me rejeita, também o
rejeitará porque me segue”.

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É como se Jesus dissesse a Pedro: “Da mesma forma que não há como Eu escapar
da vergonha da cruz, Pedro, não há como você escapar da vergonha da cruz se for
Meu discípulo”.

Assim como a cruz significa rejeição, humilhação e sofrimento para Jesus, ela
também poderá significar a mesma coisa para nós, Seus seguidores.

Negar-se a si mesmo significa abrir mão do desejo ao conforto e à aceitação deste


mundo, para que isso não o impeça de seguir a Jesus e ser salvo. Todos nós deseja-
mos conforto e aceitação, e é por isso que Jesus disse:

“Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Marcos 8.35).

Se você quer a aprovação deste mundo e não pode suportar a ideia de ser rejeitado
por Ele, então você vai salvar sua vida agora e perdê-la eternamente.

Mas se você vir o tesouro que há em Jesus e escolher segui-Lo, então, mesmo que o
mundo zombe de você e o rejeite agora, sua vida será salva eternamente. Jesus é o
único que morreu e ressuscitou a fim de viver para sempre, portanto, Ele é o único
que pode fazer desse fato uma realidade para nós. Se quisermos salvar nossa vida,
devemos confiá-la a Jesus.

Jesus enfatiza esse ponto no próximo versículo:

“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?


Que daria um homem em troca de sua alma?” (Marcos 8.36-37).

A questão é que nós não somos apenas carne e ossos. Sua alma é a sua essência,
a parte do seu ser que não pode ser radiografada ou tocada. É a parte que dura
eternamente, tanto desfrutando de Deus ou separado de Suas bênçãos, no inferno.
Você percebe quanto sua alma é incomparavelmente preciosa?

Nossa alma durará para sempre, mas Satanás nos cega para a realidade eterna. Em
vez disso, ele nos faz pensar somente nas coisas desta vida, que não têm valor eterno.

Satanás faz coisas assim, e muito piores. Ele não está preocupado com churrascos
ou estômagos grandes! Ele quer que nos esqueçamos do futuro e da nossa alma
eterna, e nos foquemos no aqui e agora.

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Jesus disse:

“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua


alma?” (Marcos 8.36).

A Em 1000 d.C., 186 anos depois da morte do Imperador Carlos Magno,


oficiais do Imperador Otto reabriram sua sepultura. Perante eles, estava
uma visão extraordinária. Em meio a todos os ornamentos sepultados
com ele – o ouro, as joias, os tesouros incalculáveis – estava o esqueleto
do próprio Carlos Magno, ainda sentado em seu trono, ainda usando
sua coroa. Em seu colo, havia uma Bíblia, um dedo ossudo repousava
em Marcos capítulo 8, versículo 36: “Que aproveita ao homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma?”

Jesus tem sido muito claro sobre o preço a ser pago para segui-Lo. Seus discípulos
precisavam saber o que significaria, assim como nós. Também precisamos entender
com clareza o que Jesus não está dizendo.

Primeiramente, por favor, não pense que a dificuldade em ser cristão nos torna
merecedores da nossa salvação. Isso é o oposto da mensagem do evangelho. Temos
visto durante o curso que Jesus “não veio para ser servido, mas para servir e dar
a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45). É Jesus quem obtém a nossa
salvação, não somos nós.

Em segundo lugar, não pense que ser crente é apenas dores sem nenhum ganho.
Jesus é muito claro sobre o custo, mas Ele também nos diz que o que você abre mão
não é nada comparado ao que você ganha. Nós lemos em nosso DIA DE ENCONTRO
sobre as promessas que Jesus fez aos Seus discípulos.

] Leia Marcos 10.29-30


Você está entendendo o que Jesus diz? Mesmo aqueles que deixam o conforto, a
casa, o apoio da família, a riqueza em propriedades e seus meios normais de sus-
tento por causa de Jesus, não ficarão sem nada.

Jesus cuidará para que sejam confortados, apoiados e supridos. Eles enfrentarão
perseguições por defender Jesus e o evangelho, mas não serão rejeitados por Ele.
Desfrutarão de uma qualidade de vida inimaginável, imperecível e ilimitada, e de
Deus para sempre.

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Um verdadeiro seguidor de Jesus é aquele que claramente vê quanto lhe custará
segui-Lo, mas o faz com alegria mesmo assim, sabendo que Jesus é digno de infini-
tamente mais.

A Mostre a figura da mulher idosa/jovem novamente.

Muitas pessoas, quando olham para essa figura, veem somente uma mulher.
Elas supõem ver claramente, mas na verdade não estão vendo o quadro todo. O
mesmo ocorreu com o homem cego. A princípio, ele não podia ver nada; depois
pôde ver alguma coisa, mas não claramente; e no final, sua cegueira foi curada,
e ele pôde ver com clareza.

A cura gradual do homem cego reflete o crescimento gradual da compreensão


dos discípulos. Marcos 8 relata que eles finalmente viram a identidade de Jesus –
que Ele é o Cristo, o único escolhido por Deus para ser Rei, mas ainda não viam o
quadro todo. Então, Jesus lhes explicou Sua missão pacientemente – que Ele teria
de sofrer, ser rejeitado, morrer e ressuscitar. Ele os chamou para segui-Lo, negando
a si mesmos e tomando a própria cruz.

E agora?

Gostaria de saber se você é como os discípulos. Você pode ver a identidade de


Jesus? Você pode ver a necessidade de Sua missão? Você está pronto para responder
ao Seu chamado?

Ou você está com dificuldades como o “O Dilema da Semana 7”?

A Observe: Se você não está usando o Investigando o Cristianismo


semanalmente, use outro nome como “Dilema – Última Seção” ou “O
Dilema de Marcos 8”.

“O Dilema da Semana 7” é um dilema no qual provavelmente você se verá, após ter


se encontrado com Jesus em Marcos. É o seguinte:

Por um lado, você pode pensar que está curioso ou pessoalmente impactado por
Jesus, mas, por outro lado, você se preocupa porque será constrangido publica-
mente por Ele.

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Você pode ter começado a sentir esta tensão: está curioso ou impressionado por
tudo que tem visto em Jesus; talvez a estatura Dele tenha aumentado diante de
seus olhos e você está surpreso de ver que Ele é o oposto do que sempre pensou.

Mas enquanto resolve como vai responder-Lhe e se você se tornará Seu seguidor,
tem esta pergunta que incomoda: Como a família, os amigos e os colegas de tra-
balho vão reagir a você se passar a confiar em Cristo?

Esse é o “O Dilema da Semana 7”. Se for um dilema com o qual você está lutando,
eu gostaria muito de ajudá-lo a pensar sobre o assunto. Ficarei feliz em conversar
com você. Ou você achará útil continuar investigando o cristianismo vindo a um dos
nossos grupos pequenos.

A Observe: Por favor, adapte as sugestões para se adequar ao seu contexto.


Você pode ter um curso de acompanhamento adequado, ou uma série de
sermões para sugerir. Qualquer encontro um a um com membros do grupo
são feitos da melhor forma pelo líder do mesmo sexo que o participante.

Enquanto resolve como vai responder a Jesus, permita-me deixá-lo com uma per-
gunta ainda maior: como Ele responderá a você?

] Leia Marcos 8.38


Naquele dia, quando virmos Jesus em Sua majestade incomparável, será inimaginável
que qualquer um de nós poderá ter tido vergonha Dele.

A grande maravilha daquele dia será isto:

Os que tiverem respondido ao chamado e seguido a Jesus descobrirão que, a despei-


to de todo o pecado e rebelião em nossa vida, Ele não ficará com vergonha de nós.

Conclusão
Então – o que você vê quando olha para Jesus?
± O que você vê quando olha para a identidade de Jesus? Ele é apenas um bom
homem ou Ele é o Cristo, o Filho de Deus?

± O que você vê quando olha para a missão de Jesus? A morte Dele é um


desperdício trágico ou é um resgate – um “resgate por muitos”?

± E o que você vê quando olha para o chamado de Jesus? É uma forma de perder
sua vida ou uma forma de ganhá-la?

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DIA DE ENCONTRO
I. O SEMEADOR
Ouça com cuidado
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 1 do DIA DE
ENCONTRO. Você pode adaptá-las à turma e adicionar suas ilustrações. Se
for apropriado, mostre o Episódio 1 do DIA DE ENCONTRO (O Semeador),
do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 50 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com


os tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali enquanto ouve a
palestra.

Alvo
± Mostrar que as boas-novas de Jesus só vão mudar sua vida se ouvi-las
corretamente.

± Desafiar os membros do grupo a considerar que tipo de solo eles são.

Introdução
Todo o curso Investigando o Cristianismo foi desenvolvido ao redor de três grandes
perguntas pelas quais Marcos estava fascinado: Quem é Jesus? Por que Ele veio? O
que significa segui-Lo? Nas primeiras duas semanas, investigamos Quem é Jesus. Em
seguida, nas semanas 3 a 5 vimos por que Jesus veio. A pergunta da semana 6 em
diante é: Como devemos responder? O que Jesus pediu de nós?

Para que possamos responder essa pergunta, precisamos ter algo muito básico
esclarecido.

Nós ouvimos o que Jesus disse? A Sua palavra criou raízes em nossa vida?

67

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Esse é o assunto em Marcos 4. Jesus nos contou uma história que retrata Suas
palavras extraordinárias, que são como sementes muito pequenas e vulneráveis às
condições do solo, mas que transformam vidas. O que Jesus está falando é claro.
Assim como você só verá as sementes crescerem se plantá-las adequadamente,
também as boas-novas sobre Ele somente mudarão sua vida... se as ouvir correta-
mente.

] Leia Marcos 4.3-9


Não sei se percebeu, mas você tem uma parte nessa história. Todos que já ouviram
as boas-novas – a mensagem do evangelho de Jesus – aparecem nela. É como se
Jesus estivesse segurando um espelho para que pudéssemos ver o nosso reflexo.

O foco principal da parábola não é o semeador ou a semente. Jesus foca o solo.


É tudo uma questão de onde a semente é plantada – a forma como as pessoas
respondem ao ouvir a mensagem do evangelho, e como Satanás interfere na palavra
de Deus para impedi-la de causar o seu impacto.

Jesus nos compara com quatro tipos de solo em que as sementes podem ser lança-
das – o solo duro à beira do caminho, o solo superficial e rochoso, o solo onde os
espinhos crescem, e por último, o solo bom. Cada um de nós recebe as boas-novas
de forma diferente. E Jesus quer que façamos essa pergunta para nós mesmos:
Como estou respondendo ao evangelho? Que tipo de solo eu sou?

Solo duro
O primeiro tipo de solo está descrito no versículo 4: o caminho, onde o solo é duro.
Os campos no antigo Israel eram áreas longas e estreitas divididas por pequenos
caminhos. Ao longo dos anos, o tráfego de passos, de cascos de animais e de rodas
transformou esse caminho num solo duro como concreto. Portanto, se sementes
caíssem ali, elas nunca penetrariam tão fundo – apenas bateriam no solo e per-
maneceriam na superfície.

Quando a semente cai nesse solo duro, as aves imediatamente vêm e a comem.

Jesus explicou, conforme o versículo 15, que algumas pessoas, enquanto ouvem as
boas-novas, são como o solo endurecido:

“São estes os da beira do caminho, onde a palavra é semeada; e, enquanto


a ouvem, logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles” (Marcos 4.15).

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Pode ser que você não tenha levado a pessoa de Satanás a sério antes. Você pode
ter pensado que ele é uma figura mística de conto de fadas. Mas a Bíblia diz que
Satanás é verdadeiramente real. Em todo o evangelho de Marcos, lemos que Jesus
Se encontrou com ele e que o derrotou com Seu poder. Nesse versículo há uma
advertência de Jesus para que levemos Satanás a sério e que fiquemos alertas contra
as sutilezas do trabalho dele. O alvo de Satanás é sempre evitar que a mensagem
do evangelho seja ouvida corretamente, e tirar essa mensagem de nós – imediata-
mente, se possível.

Quem é como esse primeiro tipo de solo, o caminho, talvez seja um cético endure-
cido, que rejeita imediatamente qualquer coisa que desafia suas próprias ideias.

Ou pode ser simplesmente alguém que se distrai facilmente. Satanás gosta muito
de nos distrair com pensamentos sobre trabalho, família, finanças ou passatempos.
Se puder tão somente distraí-lo para que a palavra de Deus entre por um ouvido
e saia pelo outro, Satanás terá tido sucesso em remover a mensagem de Deus e, o
impacto dela em você será bloqueado.

A Adicione uma ilustração pessoal sobre alguém que rejeitou a mensagem


do evangelho ou foi distraído. Por exemplo:

Levei um amigo a uma reunião a fim de ouvir um pregador conhecido expli-


car o evangelho. No final da noite, quando perguntei qual era a sua opinião
sobre o que tinha sido dito, ele explicou que não poderia levar alguém com
um sotaque como o daquele pregador a sério! Ele havia se desligado com-
pletamente.

No centro de Londres, presa a um poste, há uma placa grande, amarela, com letras
na cor preta, e a seguinte mensagem:

“Ladrões operam nesta área. Você não é obrigado a ser sua vítima.
Vigie seus pertences de valor!”

Enquanto começamos nosso Encontro hoje, quero dar a mesma advertência. Existe
um ladrão entre nós que quer tirar de você – não apenas sua carteira, bolsa ou as
chaves do carro – mas a palavra de Deus. Existe o risco de voltarmos para casa no
final do dia com a cabeça e o coração vazios, porque tudo com significado dura-
douro foi roubado de nós. Satanás é como um ladrão que quer tirar a mensagem
do evangelho de você.

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Você reconhece a possibilidade de que até este momento a verdade da mensagem
do evangelho, o poder da palavra de Deus, tenha caído em solo duro na sua vida?
Se você realmente não se lembra muito do curso e se muito pouco do que vimos
sobre Jesus causou impacto em você, então, a verdade lhe foi roubada. Por favor,
converse comigo, ou com o líder do seu grupo, se estiver preocupado com isso.

O ladrão, entretanto, não está limitado a um roubo imediato. Algumas vezes ele tra-
balha gradualmente, vagarosamente, secretamente, tirando as sementes da palavra
de Deus de nossa vida.

Solo superficial
Em Israel, uma parte da terra tem uma camada fina de solo situada na parte supe-
rior do leito rochoso calcário. Se a semente cai lá, o sol aquece o solo rapidamente
porque é muito superficial, e ela responde de uma vez. O crescimento imediato é
espetacular.

Como a rocha fica a apenas alguns centímetros abaixo, não há para onde as raízes
crescerem, e nenhuma forma da planta fica umedecida, portanto, morre rapidamente.

Isso é o que Jesus tinha em mente, conforme o versículo 5. E Ele explicou na sequên-
cia da história, conforme os versículos 16-17.

] Leia Marcos 4.16-17


Tal pessoa responde rápida e alegremente à mensagem do evangelho. Mas, depois,
a tribulação e a perseguição vêm como resultado, e num determinado momento ela
se desvia, desiste de seguir a Jesus.

É surpreendente ver como Jesus é franco. Ele realmente sabe que as tribulações
virão e adverte quanto a elas. O próprio Jesus foi rejeitado, e Seus seguidores
também o serão. Isso pode ser muito doloroso.

Essa tribulação é um pouco parecida com os efeitos colaterais que você pode ter
ao tomar determinada medicação. Diversos tratamentos que salvam a vida trazem
consigo efeitos colaterais muito ruins.

A Dê uma ilustração pessoal de alguém (você mesmo?) que está


experimentando efeitos colaterais de um tratamento que salva a vida, tal
como quimioterapia.

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Há momentos em que o paciente em tratamento pode achar que o processo da cura
é pior do que a própria doença. Mas desistir de um tratamento que salva a vida por
causa de efeitos colaterais temporários seria desistir da vida.

Como um médico, Jesus explicou os desagradáveis efeitos colaterais temporários


de segui-Lo. Ele nos adverte que, se não entendemos e enfrentamos essa reação
hostil das pessoas, podemos concluir que a vida cristã não vale a pena devido às
tribulações atraídas por ela. Podemos desistir de Jesus em vez de enfrentar o custo
de segui-Lo.

É por isso que somos cuidadosos durante o Investigando o Cristianismo, a fim de


explicar o que significa seguir a Jesus; haverá momentos difíceis para nós. A vida
cristã é como subir a escada rolante que está descendo. Temos que ir contra o fluxo.
Haverá muitos obstáculos e oposição.

A Peça que um líder dê um testemunho de três minutos sobre um período


difícil enfrentado depois de se tornar cristão.

Mas não ficaremos sozinhos para lidar com isso. De volta a Marcos, capítulo 1,
lemos que Jesus “vos batizará com o Espírito Santo” (v.8). O Espírito Santo não é
uma força, como eletricidade. É uma pessoa. Ele é o Espírito de Deus, que vem viver
em cada um que segue a Jesus. Ele dá àqueles que confiam em Jesus o poder de
atravessar momentos difíceis e as raízes para os estabilizar.

Solo espinhoso
Eu nunca conheci um jardineiro que escolhesse plantar entre espinhos e entre ervas
daninhas. Mas de acordo com Jesus é o que essas pessoas da terceira categoria,
efetivamente, fazem na vida.

] Leia Marcos 4.18-19


“Mas os cuidados do mundo” não são coisas tão negativas sobre as quais
estamos nos preocupando, mas coisas que nos distraem e nos preocupam
tanto que determinam nossos valores.

Desejar segurança, conforto, aprovação ou poder, talvez dinheiro, talvez a expec-


tativa a respeito do cônjuge que não compartilha de sua visão sobre Jesus – esses
desejos, e as preocupações que vêm com eles, se tornam mais fortes do que o
anseio por Jesus.

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Jesus também menciona os “enganos das riquezas”. A riqueza é enganosa quando
promete felicidade completa e garante vida farta. Nós nos enganamos quando faze-
mos do fato de sermos ricos – ou pelo menos mais ricos do que somos no momento
– a prioridade de nossa vida.

Podemos ter aquele sentimento mesquinho de que se ficarmos com o evangelho, e


construirmos nossa vida sobre ele, teremos que desistir de algo muito melhor.

É como a história do jovem que disse: “Querida, quero que saiba que a amo
mais do que tudo no mundo. Quer se casar comigo? Eu sei que não sou rico
como Roberto da Silva, não tenho uma casa grande ou um carro bonito,
mas eu realmente a amo de todo o meu coração”. E a jovem responde: “Eu
também o amo com todo o meu coração..., mas me fale mais sobre esse tal
de Roberto da Silva”.

“Mas os cuidados do mundo” podem nos fazer acreditar que seremos muito
mais felizes se não levarmos Jesus tão a sério.

O desejo por outras coisas compete com o nosso envolvimento com Jesus. Quando
somos como o solo espinhoso, não notamos que segurança, conforto, aprovação e
poder que vêm de conhecer a Cristo superam infinitamente qualquer tesouro que
esse mundo tem a nos oferecer.

Solo bom
A semente da palavra de Deus deve ser excelente e poderosa já que Satanás montou
todas essas estratégias contra ela. No final da parábola, Jesus nos mostra a eficácia e
o poder surpreendentes da mensagem do evangelho para transformar radicalmente
vidas. Vejamos as palavras de Jesus no versículo 20:

“Os que foram semeados em boa terra são aqueles que ouvem a palavra e
a recebem, frutificando a trinta, a sessenta e a cem por um” (Marcos 4.20).

Quando Jesus fala do quarto tipo de solo nessa parábola, Ele está falando de alguém
que não somente ouve as boas-novas de Jesus Cristo, mas as vê pelo que são,
transformando-as em seu tesouro. Quando Jesus se torna para você mais valioso do
que qualquer coisa no mundo, é quando se percebe que você realmente O ouviu. E
a partir de começos bem pequenos, enquanto a semente da palavra de Deus cresce
em nossa vida, mudanças são feitas que vão durar por toda a eternidade.

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Em um cemitério na Itália, existe uma pedra grossa de mármore sobre uma
das sepulturas. De alguma forma, anos antes, uma semente caiu em uma
pequena rachadura para dentro do túmulo. Com o passar dos anos, essa
semente cresceu até que eventualmente saiu pela rachadura do mármore,
quebrando-o em dois pedaços. Conforme a árvore cresceu, ela empurrou o
mármore para o lado como se ele não existisse.

Existia muito poder dentro daquela semente. Tudo que precisava era o tipo certo
de solo. A mensagem do evangelho, embora pareça pequena e fraca, tem o poder
de penetrar em qualquer coração humano – se tão somente ouvirmos e agirmos de
acordo com que ouvimos.

Talvez existam áreas de seu coração que são impenetráveis, inalcançáveis e imu-
táveis. Talvez existam problemas de autoimagem, luta contra vícios, alienação ou
abuso. Você pode se sentir preso por todos os tipos de escuridão dentro de si, coisas
que sente e nem mesmo admite. Deixe que essa parábola lhe dê esperança. Como
pode ver, existe muito poder dentro daquela semente.

A Peça a um líder (ou você mesmo) que dê um testemunho de três minutos


nesse momento sobre o poder e o impacto da palavra de Deus em sua
vida.

Permita que essa parábola o faça valorizar a palavra de Deus, a semente que é
lançada. A mensagem do evangelho nos diz que Jesus Cristo pagou totalmente o
preço pelo pecado na cruz, por isso o caminho está aberto para conhecer a Deus e
desfrutar Dele para sempre, se tão somente ouvir, aceitar e confiar Nele.

Isso não é uma coisa que acontece por si só. Não é algo que vai simplesmente
acontecer independente ou não de escolhermos agir de acordo com o que ouvi-
mos. O ladrão (Satanás) quer que a semente da palavra de Deus se torne nada em
sua vida. Fique atento ao ladrão. Conheça suas táticas. Reconheça sua atividade.
Lembra-se daquela placa no centro de Londres? “Ladrões operam essa área. Você
não é obrigado a ser sua vítima. Vigie seus pertences de valor!”

Conforme ouvir a palavra de Deus hoje, você vai aceitá-la, recebê-la, valorizá-la?

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DIA DE ENCONTRO
II. TIAGO E JOÃO
Ouça com cuidado
A Use as anotações que seguem para ministrar a Palestra 2 do DIA DE
ENCONTRO. Você pode adaptá-las ao grupo e adicionar suas ilustrações.
Se for apropriado, mostre o Episódio 2 do DIA DE ENCONTRO (Tiago e
João), do DVD Investigando o Cristianismo.

A Na página 52 do GUIA DE ESTUDO do participante, há um esboço com os


tópicos. Incentive a turma a fazer anotações ali enquanto ouve a palestra.

Alvos
± Mostrar o contraste entre o que Tiago e João pediram que Jesus fizesse por eles,
e o que Bartimeu pediu.

± Mostrar que seguir a Jesus diz respeito a serviço, não status – e que precisamos
pedir misericórdia a Jesus, não recompensa.

± Desafiar os membros do grupo a considerar o que querem que Jesus faça por eles.

Introdução

Em nossa vida diária, há muitas situações nas quais as pessoas perguntam o que
queremos que elas façam por nós. Em uma loja: “Posso ajudá-la?” Uma assistente
social visitando a casa de alguém pode perguntar: “O que posso fazer por você?”
Se visitamos um médico, ele ou ela poderão dizer: “Como posso ajudar?” Em uma
lanchonete, poderia ser apenas: “O que vai querer?”

A Mude os exemplos mencionados se necessário, para adequar à sua


situação.

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Em todos esses exemplos, as pessoas estão fazendo a mesma pergunta: “O que
quer que eu faça por você?”

Mas se Deus lhe fizesse essa pergunta? Se Deus dissesse: “O que quer que Eu faça por
você?”, o que você pediria? Qual seria a sua prioridade? Qual é o seu maior desejo?

No capítulo 10 de Marcos, lemos que Jesus fez essa pergunta duas vezes: “O que
quer que Eu faça por você?” As respostas que Ele recebeu nos ajudarão a pensar
sobre nossa resposta a essa pergunta.

Os irmãos...
Tiago e João eram irmãos e dois dos discípulos mais chegados de Jesus. Eles pas-
saram três anos com Jesus e O conheciam bem. Ouviram Seu maravilhoso ensino,
viram Seu poder e autoridade sobre doenças, natureza e mesmo a morte; e O viram
expulsar espíritos imundos.

Eles estavam lá quando Pedro finalmente viu que Jesus era o Cristo, único escolhido
por Deus para ser Rei. Foi-lhes dada uma oportunidade única de reconhecer a identi-
dade de Jesus e entender Sua missão.

Tiago e João já tinham ouvido Jesus falar que iria sofrer e morrer. Em Marcos 10,
podemos observar que Ele explicou isso novamente aos discípulos.

] Leia Marcos 10.33-34


Essa foi a terceira vez que Jesus disse aos discípulos o que iria acontecer. Ele sabia
que seria traído, que sofreria e morreria, e depois ressuscitaria. Estava a caminho
de Jerusalém, onde os líderes religiosos e as autoridades romanas, os gentios, iriam
trabalhar juntos para matá-Lo.

Esta é a razão pela qual Jesus veio: para “dar a sua vida em resgate por muitos”
(Marcos 10.45). Jesus estava dizendo aos discípulos que faria isso por eles e quanto
Lhe custaria – Ele seria escarnecido, cuspido, açoitado e morto.

Então, como Tiago e João responderam a essas notícias? O versículo a seguir nos diz.

] Leia Marcos 10.35


Jesus disse a Tiago e João o que faria por eles – e a resposta deles mostra que pen-
saram em si mesmos. Desejavam que Jesus fizesse alguma coisa apenas por eles.

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E ainda queriam que Jesus concordasse mesmo antes de saber o que – “Mestre,
queremos que nos concedas o que te vamos pedir”, eles disseram.

Quem fez a pergunta errada...

Então, o que eles queriam que Jesus fizesse?

] Leia Marcos 10.36-37


Tiago e João não pediram um pequeno favor. Eles tinham compreendido que Jesus
seria exaltado de alguma forma, assim, queriam as duas posições mais importantes
em Seu reino – sentar-se à direita e à esquerda Dele, em lugares de poder e prestígio.

Isso foi surpreendentemente inapropriado. Esse pedido foi como estar em um


casamento e pedir para sair em todas as fotos, entre os noivos!

Embora Jesus tenha explicado Sua missão que sofreria e morreria olharam para a
afinidade entre eles em termos de poder. Queriam uma parte disso para si. Alguns
dias antes, os discípulos haviam discutido entre si sobre quem era o maior. Se Tiago
e João recebessem os dois lugares mais importantes ao lado de Jesus, a discussão
entre eles estaria resolvida de uma vez por todas.

Eles conheciam bem a Jesus – sabiam o que Ele havia dito sobre o que veio fazer,
mas fizeram a pergunta errada.

Como havia feito muitas vezes, Jesus usou a pergunta deles como oportunidade
para ensiná-los – sobre eles, e também sobre Si e Sua missão. Ele começou com
uma pergunta.

] Leia Marcos 10.38-39a


O que Jesus quis dizer com “beber o cálice que eu bebo”? Ele quis dizer “sofrer a
ira de Deus com o nosso pecado enquanto morria em resgate por muitos”. Tiago e
João podiam fazer o que Jesus estava para fazer? Eles podiam morrer para salvar os
pecadores? Podiam derrubar a barreira que separava os seres humanos pecadores
do Criador? Poderiam ser ressuscitados para provar que o pecado e a morte foram
derrotados?

“Nós podemos”, eles disseram. Mas claramente não era possível. Eles não podiam
salvar outros, pois precisavam ser salvos de seu próprio pecado de rebelião contra
Deus. Como Jesus disse, eles não sabiam o que estavam pedindo.

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Tiago e João queriam glória, mas não tinham nenhuma ideia sobre o percurso de
sofrimento que levaria Jesus à glória. Era um caminho que Jesus estava claramente
querendo percorrer. Ele sabia que era apenas por meio de Sua morte e ressurreição
que os homens podem ser resgatados dos resultados de seus pecados, e desfrutar
de um relacionamento correto com Deus, para sempre.

Tiago e João queriam poder e prestígio, mas Jesus ofereceu algo muito mais valioso
– Ele mesmo. Enquanto os irmãos pensavam sobre o que poderiam ganhar para si,
Jesus pensava sobre quanto iria Lhe custar servir e dar a vida em resgate de muitos.

Jesus então mostrou a todos os discípulos que segui-Lo diz respeito a serviço, não
a posição.

] Leia Marcos 10.41-44


Não é nenhuma surpresa os outros dez discípulos estarem “indignados” com Tiago e
João. A reação deles mostra que também estavam preocupados com posição. Clara-
mente não queriam que Tiago e João fossem mais importantes do que o restante do
grupo. Mas essa não era a forma como Jesus queria que pensassem. Jesus queria que
eles se concentrassem no que podiam dar, não no que podiam receber.

Jesus lembrou a eles como a maioria das pessoas funciona:

“Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos


sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade”
(Marcos 10.42).

Isso soa familiar, não soa? Nós, provavelmente, já tivemos experiências com pessoas
que, quando tinham autoridade, usavam a oportunidade para tratar com arrogância
os outros.

A Apresente uma ilustração pessoal aqui, talvez sobre uma situação local
ou uma notícia recente, de alguém usando a posição de autoridade para
ganho pessoal e prestígio.

Estamos acostumados a ver pessoas que desejam ser reconhecidas como as maiores
tentarem conseguir o que querem usando outras como degraus de uma escada a ser
escalada, ou até mesmo para pularem para frente da fila. É fácil impressionar-se com
esse tipo de ansiedade para ficar à frente. Jesus usou isso como contraste da maneira
que Seus seguidores devem ser. O foco deles não deveria ser status, mas serviço.

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Em outras palavras, eles não deveriam usar como modelo as mesmas coisas que o
resto do mundo usa. O modelo deles devia ser o próprio Jesus.

] Leia Marcos 10.45


Jesus é o exemplo máximo do que os discípulos estavam sendo chamados a fazer.
Jesus tem poder e autoridade. Ele é o Filho de Deus. Ele não veio para ser servido,
embora esse seja um direito Seu. Ao invés disso, veio para servir aos outros mor-
rendo por eles, dando Sua vida “como resgate por muitos”. É por tal motivo
que algumas vezes você vai ouvir os cristãos chamando Jesus de “o Rei que
serve”.

Na verdade, o desejo por grandeza pessoal e glória que nos coloca acima dos
nossos pares nunca poderá ser satisfeito. Uma rápida olhada na vida daqueles que
perseguiram tal intento nos mostra que é um sonho impossível. Eles nunca estão
seguros e continuam querendo mais poder, mais prestígio, mais status. Esta é a
maneira do mundo: não importa quanto conquistamos, nunca estamos satisfeitos.
Nós simplesmente queremos mais.

A Inclua aqui um exemplo de um celebridade que alcançou sucesso, fama e


dinheiro, mas descobriu que não satisfaziam.

E existe uma razão para isso. Nós só podemos ser completamente satisfeitos
amando e servindo Àquele que nos criou. É a forma como Ele nos criou para ser.
Procuramos por contentamento, satisfação e realização nos lugares errados. Bus-
camos riqueza, sucesso, família, segurança, sexo ou poder para preencher nossa
vida.

Damos a tais coisas mais importância do que a Deus. A Bíblia chama de idolatria –
transformar algo que Deus criou em um substituto para Ele.

Vimos o que aconteceu quando Jesus perguntou a Tiago e João: “O que querem
que eu faça por vocês?” Eles O conheciam bem, mas pediram pela coisa errada.
E Jesus usou tal fato como oportunidade para ensiná-los o que realmente significa
segui-Lo: que Ele veio para servir, e que a verdadeira grandeza não é encontrada
em status, mas em servir.

Mais tarde, Jesus fez a mesma pergunta a outro homem: “O que quer que Eu faça
por você?” Mas ele era muito diferente de Tiago e João.

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O homem cego...

Jesus e Seus discípulos estavam a caminho de Jerusalém. Quando chegaram a


Jericó, uma multidão se juntou a eles. Enquanto deixavam a cidade, passaram por
um homem cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Não sabemos se
tal homem se encontrou com Jesus antes – provavelmente não, mas ele sabia quem
Jesus era.

] Leia Marcos 10.46-47


Bartimeu não podia enxergar, mas mesmo assim estava vendo claramente. Ele podia
ver quem Jesus era. Esse é o único momento no evangelho de Marcos em que Jesus
é chamado de “Filho de Davi”. Bartimeu estava certo de que Jesus pertencia à
linhagem do rei Davi, o maior rei que os israelitas haviam tido. Mas “Filho de Davi”
significa mais do que isso.

Deus prometeu a Davi que alguém de sua família seria rei para sempre. Esse seria
o único escolhido por Deus para ser Rei, o Cristo ou o Messias. Quando Bartimeu
chamou Jesus de “Filho de Davi”, ele viu que Jesus era o Rei prometido por
Deus.

Jesus chamou Bartimeu até Ele e lhe fez a mesma pergunta que havia feito a
Tiago e João: “O que quer que Eu faça por você?” Dessa vez a resposta foi muito
diferente.

Quem pediu a coisa certa...

] Leia Marcos 10.48-51


Bartimeu era mendigo. A única coisa de valor que possuía era a sua capa. Mas
quando Jesus o chamou, ele jogou sua capa para o lado e correu até Jesus. Ele já
tinha pedido misericórdia ao Senhor. Então simplesmente pediu o que precisava –
queria enxergar.

Bartimeu sabia que não tinha nada para oferecer a Jesus. Ele sabia que era impo-
tente e sem esperança. Tudo que podia fazer era ir até o Rei de Deus e implorar por
misericórdia. Isso significa que ele sabia que não tinha direito a ela – não merecia o
milagre e era indigno. Quão diferente de Tiago e João era aquele cego.

Tiago e João buscavam glória. Bartimeu pediu por misericórdia – e a recebeu.

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] Leia Marcos 10.52
Jesus deu a Bartimeu o que ele pediu. Ele já podia ver quem era Jesus com os própri-
os olhos. Recebeu a misericórdia que havia pedido, e sua resposta foi seguir a Jesus.

Pense em todas as coisas que Bartimeu poderia fazer pela primeira vez na vida,
agora que ele podia enxergar. Mas de todas as pessoas que ele poderia ver agora, e
de todas as possibilidades que a vida lhe apresentava, ele escolheu seguir a Jesus ao
longo do caminho. Está claro que, para Bartimeu, Jesus era o tesouro mais precioso.

Se você vir quem é Jesus, experimentando Sua graça e misericórdia, segui-Lo não
será uma tarefa árdua, sacrificial. Será a fonte de sua maior e mais duradoura
alegria.

Não nos é dito como os discípulos reagiram a esse milagre. Mas Tiago e João devem
ter reconhecido a pergunta que Jesus fez a Bartimeu, a mesma que havia feito a
eles: “O que quer que faça por você?” Se tivessem respondido à pergunta como
Bartimeu, teriam visto um resultado muito diferente.

Tiago e João procuravam por status – em vez disso, foi-lhes mostrada a necessidade
de serem servos. Bartimeu pediu apenas misericórdia, e a recebeu.

É uma pergunta para pensarmos também. Se Jesus perguntasse: “O que quer que
eu faça por você?”, o que você pediria?

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