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Dissertação de Mestrado
Fernando Beltrame
PPGEE
2009
ANÁLISE COMPARATIVA DE CONVERSORES
MONOFÁSICOS APLICADOS À CORREÇÃO DE FATOR DE
POTÊNCIA
por
Fernando Beltrame
PPGEE
2009
___________________________________________________________________________
© 2009
Todos os direitos autorais reservados a Fernando Beltrame. A reprodução de partes ou do todo
deste trabalho só poderá ser com autorização por escrito do autor.
Endereço: Rua do Acampamento, 599, apto 201. Santa Maria, RS, 97050-003.
Fone (055)9628-7801; Endereço eletrônico: engbeltrame@yahooo.com.br
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
elaborada por
Fernando Beltrame
COMISSÃO EXAMINADORA:
_________________________________
José Renes Pinheiro, Dr.
(Presidente/Orientador)
_________________________________
Mário Lúcio da Silva Martins, Dr. (UTFPR)
_________________________________
Felix Alberto Farret, Ph.D. (UFSM)
This work presents a study and a comparative analysis of high power single-phase
converter applied to power factor correction in according to the international standards IEC
61000-3-4 (harmonics limitation) and CISPR 22 (electromagnetic interference limitation) for
high power applications. The converters studied were the conventional boost converter, the
interleaved boost converter, with two cell operating with a delay angle of 180º between each
other, and the dual boost converter. Such converters are used in front-end modules of
information technology equipment. All converters have the same input and output voltage and
the same input current. The converters were projected to provide the same total input
harmonic distortion (THD), with the idea of using the same input filter. Implementation of the
control laws was performed through a digital control with the use of a 16 bits microcontroller.
All converters were, first of all, studied and presented in this dissertation. The
analyzed parameters for comparison were: power factor, total harmonic distortion (THD),
semiconductor losses and magnetic losses, heat-sinks volume and magnetics volume,
conducted electromagnetic interference, performance and costs.
Figura 5-4 - Energia da recuperação reversa do diodo em função da corrente de condução, [50].........71
Figura 5-5 - Curva Característica do diodo 30EPH06, [50]...................................................................72
Figura 5-6 - Aproximação da curva característica da corrente I f (t ) × I rr (t ) do diodo 10ETF06S, [50].72
Figura 5-8 - Curva característica Vce (t ) × I ce ( t ) dos diodos intrínsecos do IRGP30B60KD-E, [50]. .....73
INTRODUÇÃO
1.1 Introdução
área, englobando cargas como centrais de telefonia fixa e móvel (fontes para Telecom),
equipamentos para informática, como servidores, redes de computadores e fontes
ininterruptas de potência (UPS – Uninterrupted Power Supply).
Muitos dessas cargas requerem alimentação com tensão e corrente contínuas para seu
funcionamento, o que exige algum tipo de condicionamento, mais especificamente a
retificação, no estágio de entrada, para permitir o provimento de energia a partir do sistema
elétrico de tensão alternada. Tal retificação produz uma corrente deformada que degrada
significativamente o fator de potência dos equipamentos em questão, apresentando elevado
conteúdo harmônico de corrente. Isso ocorre nesses casos, devido à utilização de retificadores
passivos a diodos acompanhados de um filtro capacitivo, fazendo com que a rede enxergue a
carga como não-linear. Na Figura 1-1 é mostrado um retificador passivo a diodos em ponte
completa. Já na Figura 1-2-(a) é ilustrado a corrente de entrada utilizando-se a retificação a
diodos, e Figura 1-2-(b) mostra o espectro harmônico desta corrente típica de equipamentos
que utilizam este tipo de retificação.
iin
vin
iin
0 t(s)
1º 3º 5º 7º 9º 11º 13º15º
Harmônicos (n)
(a) Corrente e tensão de entrada (b) Espectro harmônico de corrente
Figura 1-2 - Formas de onda da tensão e corrente e espectro harmônico com retificação passiva.
Como pode ser visto pela Figura 1-2(b) esta situação resulta na injeção de um elevado
conteúdo harmônico de corrente na rede elétrica, o que acarreta uma elevada taxa de distorção
harmônica (THD), e consequentemente, um baixo fator de potência (FP). Mas o que é taxa de
distorção harmônica e fator de potência?
23
⎛1 ∞ ⎞
THDI (%) =⎜
⎜ I1 ∑I n
2
⎟⎟100% (1.1)
⎝ n=2 ⎠
Já o fator de potência é definido como a relação entre a potência ativa e a potência
aparente consumidas por um dispositivo ou equipamento, independente do formato que as
formas de onda de tensão e corrente apresentam, como mostrado na equação (1.2).
1T
Pativa ∫ V (t ).I (t ).dt
FP = =T0 (1.2)
Paparente VRMS .I RMS
FP = cos θ (1.3)
cos θ
FP = (1.4)
1 + THD 2
No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL estabelece que o fator de
potência nas unidades consumidoras deve ser superior a 0,92 capacitivos durante 6 horas da
madrugada e 0,92 indutivos durante as outras 18 horas do dia. Esse limite é determinado pelo
Artigo nº. 64 da Resolução da ANEEL nº. 456 de 29 de novembro de 2000 [2]. Quem
descumprir esta resolução está sujeito a uma espécie de multa que leva em conta o fator de
potência medido e a energia consumida ao longo de um mês. Por outro lado, ainda não existe
nenhuma legislação para regulamentar os limites dos harmônicos injetados na rede.
Logo, pode-se afirmar que uma elevada taxa da distorção harmônica, e um baixo fator
de potência são indesejados, pois podem produzir alguns efeitos prejudiciais em componentes
do sistema de energia elétrica, conforme mostrado por [3] e listados a seguir:
¾ Motores e geradores:
• Aquecimento devido ao aumento das perdas no ferro e no cobre, afetando a
eficiência e o torque disponível;
• Aumento do ruído audível, quando comparado com alimentação senoidal;
• Presença de harmônicos no fluxo podem produzir alterações no acionamento,
como componentes de torque que atuam no sentido oposto ao da fundamental;
24
iin
vin
iin
0 t(s)
1º 3º 5º 7º 9º 11º 13º15º
Harmônicos (n)
(a) Corrente e tensão de entrada (b) Espectro harmônico de corrente
Figura 1-3 - Formas de onda e espectro de um circuito ativo de alta frequência.
a absorção de variações bruscas na tensão da rede (“spikes”), de modo a não afetar o restante
do circuito, além de facilitar a obtenção da forma desejada da corrente (senoidal).
Como desvantagens desta topologia operando como PFC podem-se salientar o fato
que esta topologia não proporciona uma isolação entre a entrada e a saída. A posição da chave
semicondutora não permite proteção contra curto-circuito na carga ou sobre-corrente. Além
disso, o diodo de alta freqüência do conversor Boost pode produzir perdas elevadas de
comutação devido ao bloqueio em corrente, quando este opera em modo de condução
contínua (CCM), [3]-[8].
Outra desvantagem desta topologia que deve ser destacada são as perdas de condução.
Devido à presença obrigatória de três semicondutores em condução a cada instante (dois
diodos da ponte retificadora de entrada e um dos semicondutores do conversor, chave
semicondutora ou diodo Boost), as perdas por condução podem ser significativas. Além disso,
a chave semicondutora está sujeita a grandes esforços de corrente.
Uma alternativa para este problema do conversor Boost, é a utilização de chaves
semicondutoras adicionais em paralelo, de tal forma que a corrente fique dividida entre elas,
ou ainda, células boost operando em paralelo, conforme mostrado na Figura 1-5. Tal
conversor, conhecido como conversor Boost Intercalado ou interleaved [9] tem como
vantagem a divisão da corrente de entrada entre suas células, diminuindo dessa forma as
perdas e esforços nas chaves semicondutoras. Como desvantagem pode-se citar o elevado
número de componentes e maior complexidade no controle.
Como outra alternativa, pode-se citar o conversor Dual Boost [10], mostrado na Figura
1-6. Esta topologia associa retificação e correção do fator de potência em um único estágio de
conversão (CA-CC). Nos conversores Boost e Boost Intercalado isso não ocorre, já que estes
conversores possuem dois estágios, o primeiro responsável pela retificação (CA-CC), e o
segundo responsável pela correção do fator de potência (CC-CC).
Podem-se destacar ainda, como uma das vantagens deste conversor, as reduzidas
perdas de condução. Isso acontece devido ao fato desta topologia apresentar somente dois
29
Portanto, pode-se dizer que cada conversor possui suas vantagens e desvantagens, sendo
somente possível afirmar qual é o mais adequado, dependendo da aplicação para o qual o
mesmo será utilizado. Com isso, esse trabalho de dissertação terá como objetivo mostrar qual é
o mais adequado, dentre os três supracitados, para aplicações de alta potência. Alguns trabalhos
comparativos podem ser encontrados na literatura, como é mostrado a seguir. No entanto,
poucos trabalhos apresentaram uma comparação envolvendo os três conversores.
Enjeti et al em 1993 em [11] e Martinez [10] em 1995 apresentaram uma comparação
dos conversores Boost e Dual Boost operando como PFC. As vantagens do conversor Dual
Boost com relação ao conversor Boost foram discutidas neste trabalho.
Em 1994 Kandianis et al em [12] comparam três conversores utilizados como PFC,
para aplicações de baixas e médias potências, levando-se em consideração os estresses de
comutação, eficiência, complexidade de implementação do controle e número de
componentes. Os conversores estudados foram os conversores Boost, o Dual Boost e o
conversor Quase-ressonante. Conclui-se que para aplicações de baixa potência (<300W) o
conversor Boost é o mais recomendado, considerando os parâmetros de comparação citados
anteriormente. Para aplicações de médias potências (entre 300W a 1 kW) conclui-se que o
conversor Dual Boost apresentou menores perdas em seus semicondutores e uma eficiência
levemente maior que o conversor Boost. Já o conversor Quase-ressonante é utilizado para
baixas potências onde há rigorosas restrições quanto à interferência eletromagnética.
Já em 1998 Wei et al apresentaram em [13] uma análise comparativa de conversores
DC/DC aplicados à correção de fator de potência. Os conversores analisados foram os
conversores Buck, Boost, Buck-boost, Flyback, Foward, Cuk, Sepic e Zeta. O trabalho
apresenta um estudo das topologias citadas operando em modo de condução descontínua,
(DCM). Além disso, foram discutidas as características de cada conversor. Dessa forma,
30
1.4 Objetivos
CONVERSOR BOOST
2.1. Introdução
¾ Alta eficiência;
¾ Facilidade de projeto e controle;
¾ Baixo custo;
¾ Presença de um filtro inerente, filtro natural de corrente de entrada, o indutor Boost;
¾ Variações bruscas de tensão na rede elétrica não afetem diretamente o barramento CC,
devido à localização do indutor, entre a rede elétrica e o barramento CC;
¾ O indutor conectado na entrada ajuda a atenuar a emissão de ruído de alta freqüência e
facilita a obtenção da forma corrente (senoidal);
¾ Tal topologia proporciona regulação da tensão de saída CC para fator de potência
unitário na entrada e reduzida THD da corrente de entrada;
¾ Adequado para aplicações com entrada universal de tensão (90~260Volts), devido a
característica elevadora de tensão deste conversor;
¾ O fato do capacitor de saída operar em alta tensão permite valores relativamente
menores de capacitância;
¾ Acionamento da chave semicondutora é realizado sem a necessidade de circuitos
isolados, pois a mesma está ligada diretamente ao ponto comum do sistema;
¾ Distorção da corrente de entrada no cruzamento por zero não existe neste conversor.
¾ Devido aos altos valores de pico da corrente, o filtro de EMI deve ser projetado para
atenuar elevados níveis de ruído conduzido.
Sendo assim, o nível de aplicação da operação DCM fica limitado a sistemas de baixa
potência, onde as perdas em condução são menos significativas. Logo, recomenda-se a
utilização deste modo de condução para aplicações de até 400 W, como mostrado por [41].
Nesta seção, são apresentadas as etapas de operação do conversor Boost nos dois
modos de condução, CCM e DCM.
VL = Vin (t ) (2.1)
Vo
ic = − (2.2)
R
2ª ETAPA: No instante em que a chave semicondutora S w é bloqueada, o diodo D entra em
condução, e a energia armazenada no indutor, na etapa anterior, passa para a carga. A corrente
fluirá agora por L, D, C e pela carga. Nesta etapa, a corrente da chave semicondutora é nula, e
a corrente do diodo é igual a corrente do indutor ( iD = iL ). A corrente no indutor L decresce
até que a chave semicondutora entre novamente em condução. As equações (2.3) e (2.4)
descrevem a tensão no indutor e a corrente no capacitor, e a Figura 2-5 ilustra esta etapa.
38
VL = Vin (t ) − Vo (2.3)
Vo
ic = iL − (2.4)
R
Para a obtenção do ganho estático do conversor Boost em CCM deve-se considerar
nula a ondulação da corrente e calcular a componente CC da corrente do indutor, através do
seu valor médio, equação (2.5). Dessa forma, substituindo as equações (2.1) e (2.3) na
equação (2.5) obtém-se a equação (2.6), onde d é a razão cíclica e d ' = (1 − d ) .
1 Ts
Ts ∫
0
VL (t )dt = 0 (2.5)
1ª ETAPA: Esta etapa inicia quando a chave semicondutora S w entra em condução no instante
t = 0. O diodo D é polarizado reversamente. Nesta etapa o indutor L acumula energia
proveniente à fonte de entrada, e o capacitor C alimenta a carga R, como pode ser visto na
Figura 2-6. A tensão no indutor e a corrente no capacitor para esta etapa de operação são as
mesmas descritas na 1ª etapa de operação CCM, (2.1) e (2.2) respectivamente.
3ª ETAPA: Esta etapa de operação é representada pela Figura 2-8. Toda a energia armazenada
em L foi transferida à carga na etapa anterior, o diodo D é bloqueado e o capacitor C se
encarrega de alimentar à carga. A tensão no indutor, corrente no indutor e capacitor são
ilustrados pelas equações (2.8), (2.9) e (2.10).
VL = 0 (2.8)
iL = 0 (2.9)
V0
ic (t ) = − (2.10)
R
Da mesma forma que foi obtido o ganho estático do conversor operando em CCM, é
realizada para o DCM. Logo, utilizando a equação (2.5), mas agora considerando o tempo em
que a chave semicondutora e o diodo estão bloqueados, e as equações (2.1), (2.3) e (2.8)
obtém-se o ganho estático para o conversor Boost em DCM, segundo equação (2.11), onde d1
é o tempo de condução da chave semicondutora.
4d12 RTs
1+ 1+
Vo 2L
= (2.11)
Vin 2
40
Como a corrente de entrada é a mesma corrente que circula pelo indutor ( iin = iL ), e
com o uso das equações (2.12) e (2.13), pode-se definir a corrente média de saída para a
fronteira dos modos, através da equação (2.14).
TsVo
ioB = d (t )(1 − d (t )) 2 (2.14)
2L
Mantendo-se a tensão de saída do conversor Boost constante, iLB e ioB podem ser
plotados em função da razão cíclica, como mostrado na Figura 2-10.
Figura 2-10 - Correntes de saída e do indutor nas fronteiras dos modos de condução.
41
Pode ser observado na Figura 2-10 que iLB alcança seu valor máximo quando d(t)=0,5.
Logo o valor máximo da corrente do indutor na fronteira dos modos é obtido pela equação
(2.15). Da mesma forma, ioB obtém seu valor máximo quando d(t)=0,333, logo, seu valor
máximo é determinado pela equação (2.16).
TsVo
iLB _ max = (2.15)
8L
TsVo
ioB _ max = 0, 074 (2.16)
L
Na Figura 2-11 d(t) são ilustradas as correntes parametrizadas ioB e iLB em função dos
seus valores máximos para o conversor Boost operando na carga máxima de 6 kW. Já na
Figura 2-12 é plotado a fronteira dos modos de condução com relação io / ioB _ max para
diferentes relações de Vo / Vin . Podem ser observadas as fronteiras dos modos de condução para
o conversor Boost operando na carga máxima.
Figura 2-12 - Curva característica da fronteira dos modos de condução, conversor Boost.
42
Para circuitos que funcionam como uma fonte de corrente (Boost, Cuk, SEPIC), após a
ponte de diodos é necessário um indutor de entrada para o adequado funcionamento destes
conversores. Se um indutor muito grande é utilizado, a ondulação da corrente na entrada será
pequeno, o que significa menor emissão de EMI conduzida de modo diferencial. Por outro
lado, se diminuir-se o tamanho do indutor Boost, a ondulação da corrente de entrada aumenta,
exigindo maiores dimensões para o filtro de entrada. Dessa forma, deve-se encontrar um
ponto onde nem o volume do indutor de entrada, nem o volume do filtro de EMI de modo
diferencial sejam penalizados.
Logo, o cálculo da indutância do indutor Boost em CCM pode ser obtido pela equação
(2.17), em função da tensão de saída e da máxima ondulação, como mostrado por [28]. Já o
cálculo do número de espiras e seleção do núcleo magnético foi realizado conforme [29].
Vo
L = (2.17)
4 f s Δ im a x
Onde:
Vo : Tensão de saída do conversor;
f s : Frequência de comutação;
Δi
max
: Ondulação máximo de corrente.
Para garantir que o conversor opere somente em CCM, para uma carga mínima
determinada, o valor do indutor deve atender a equação (2.18), conforme mostrado por [30].
RmTs
L> (2.18)
4M p 2
Onde:
Rm : Resistência de carga para a mínima carga desejável;
O critério que se utiliza o hold-up time foi o escolhido neste trabalho. Dessa forma, os
outros parâmetros que irão determinar a escolha do capacitor são a potência de saída e a
ondulação máxima no barramento CC. Logo, o valor de C é determinado pela equação (2.19),
como mostrado por [28]:
2 Poth
C= (2.19)
V − Vo2_ min
o
2
Onde:
Po : Potência de saída do sistema;
th : Hold-up time;
Devido ao fato dos conversores operarem em modo condução mista neste trabalho, e
em carga máxima, os três conversores operam em CCM, o dimensionamento dos
semicondutores é feito somente para esse modo de condução. Logo, não será apresentado o
equacionamento das correntes das chaves semicondutoras e diodos em DCM. No entanto, tal
equacionamento pode ser visto em [1].
A. Corrente na chave semicondutora
Uma típica forma de onda da corrente na chave semicondutora do conversor Boost é
ilustrada na Figura 2-13. Esta corrente é modulada pela largura do pulso, com ambos, a razão
cíclica e o pico de corrente, variando com a tensão de entrada.
Figura 2-13 - Forma de onda típica da corrente da chave semicondutora do Conversor Boost.
Dessa forma, o valor eficaz da corrente na chave semicondutora do conversor pode ser
definido através da equação (2.20), onde Tac é o período da forma de onda da entrada. A
integral pode ser expressa como uma soma das integrais sobre todo o período de comutação
em um período da rede de entrada, equação (2.21), onde Ts é o período de comutação.
Tac
I S _ rms = 1
Tac ∫ iS ²(t )dt (2.20)
0
n.Ts
1 Tac / Ts 1
I S _ rms = .Ts ∑ ( ∫ iS ²(t ).dt ) (2.21)
Tac n =1 Ts ( n −1)Ts
A quantia dentro dos parênteses da equação (2.21) é o valor médio de iS2 sobre um
período de comutação. O somatório pode ser aproximado por uma integral no caso em que Ts é
muito menor que Tac . Esta aproximação corresponde a tomar o limite com Ts tendendo a zero,
conforme equacionamento a seguir.
1 ⎡ Tac / Ts 1 n.Ts
⎤ 1 Tac ⎡ 1 t +Ts ⎤
I S _ rms = lim ⎢T ∑ ( ∫ iS ²(τ )dτ ⎥ = ∫0 ⎢ ∫ iS ²(τ )dτ dt ⎥ = iS ²(T )
Tac Ts →0 ⎣ s n =1 Ts ( n −1)Ts ⎦ Tac ⎣ Ts t ⎦
Ts
Tac
1 t +Ts
iS ² = .∫ iS ²(t ).dt (2.22)
Ts
Ts t
Se a tensão de entrada é dada pela equação (2.23), então a corrente de entrada é
expressa pela equação (2.24), onde Re é a resistência equivalente de entrada do conversor.
Vin _ pico
iin (t ) = sin ω.t (2.24)
Re
A razão cíclica da chave semicondutora, d(t), obtida pela equação (2.7) pode ser expressa
de forma diferente com a substituição do valor de Vin por (2.23), obtendo-se a equação (2.25).
Vin _ pico
d (t ) = 1 − sin ω.t (2.25)
Vo
45
2
1 Vin _ pico π Vin _ pico
I S _ rms = ∫0 [(sin ²(ωt ) − sin ³(ωt )]dt (2.28)
π Re 2
Vo
8 Vin _ pico
I S _ rms = I in _ rms 1 − (2.29)
3π Vo
2 2 π Vin _ pico
I = I in _ rms (1 − ) (2.30)
s π 4 Vo
B. Corrente no diodo
Da mesma forma que foi realizado o equacionamento da corrente na chave
semicondutora, obtém-se a corrente eficaz e média do diodo conforme equações (2.31) e (2.32).
16 Vo
I D _ rms = I dc (2.31)
3π Vin _ pico
I D = I dc (2.32)
C. Corrente na ponte retificadora
Corrente média em cada diodo da ponte retificadora pode ser dada pela equação (2.33)
e sua corrente eficaz é calculada pela equação (2.34).
2
ID = I in _ rms (2.33)
π
2
I D _ rms = I in _ rms (2.34)
2
46
É útil comparar o estresse total dos semicondutores e o fator de utilização dos mesmos.
Em um bom projeto, a tensão e corrente aplicada aos semicondutores é minimizada, enquanto
que a potência de carga deve ser maximizada. Logo, se um conversor contém k dispositivos
semicondutores, o estresse total sobre estes dispositivos é calculado pela equação (2.36), onde
V j é a tensão de pico aplicada ao semicondutor, e I j é a corrente eficaz. Dessa forma, o fator
de utilização do semicondutor pode ser expresso pela equação (2.37), onde Pc arg a é a potência
Pc arg a
U= (2.37)
S sw
2.9. Conclusão
3.1. Introdução
Figura 3-1 - Conversor Boost com duas chave semicondutoras semicondutoras em paralelo.
Figura 3-3 - Correntes nos indutores (iL1 e iL2) e corrente de entrada (iin) do Boost Intercalado.
49
S2 S2
1 2 3 4 1 2 3 4
Figura 3-5 - Etapas de operação do Boost Intercalado em CCM na região onde d(t) ≥ 0,5.
Figura 3-6 - Etapas de operação do Boost Intercalado em CCM na região onde d(t) ≤ 0,5.
Segundo modo:
1ª ETAPA: S w1 em condução e S w 2 bloqueada (Figura 3-9.a);
Figura 3-9 - Etapas de operação do Boost Intercalado em DCM na região onde d(t) ≤ 0,5.
Terceira Etapa:
1ª ETAPA: S w1 em condução e S w 2 bloqueada (Figura 3-10.a);
Figura 3-10 - Etapas de operação do Boost Intercalado em DCM na região onde d(t) ≤ 0,5.
Figura 3-11 - Fronteira dos modos de condução para o conversor Boost Intercalado.
56
B. Corrente no Diodo
Da mesma forma que foi realizado o equacionamento para a chave semicondutora,
pode-se fazer para verificar a corrente eficaz e média do diodo. Logo, a equação (3.7)
representa a corrente eficaz do diodo Boost para o conversor Boost Intercalado e a equação
(3.8) a corrente média.
I dc 16 Vo
I D _ rms = (3.7)
n 3π Vin _ pico
I dc
ID = (3.8)
n
C. Corrente na Ponte Retificadora
O cálculo da corrente média e eficaz em cada diodo da ponte retificadora do conversor
Boost Intercalado é o mesmo que do Boost, pois a corrente de entrada para os dois
conversores é a mesma.
3.7. Conclusão
4.1. Introdução
Como uma das alternativas para superar algumas das desvantagens do conversor
Boost, o conversor Dual Boost (também conhecido como Bridgeless ou Semi-Boost
simétrico), mostrado na Figura 4-1, foi proposto como um forte candidato. Tal topologia
combina retificação e correção do fator de potência, com a grande vantagem da eliminação da
ponte retificadora, sendo substituída pelos diodos intrínsecos das chaves semicondutoras [10].
Isso faz com que a qualquer instante, somente dois semicondutores estejam no fluxo da
potência, reduzindo as perdas, conforme mostrado em [10] e [18].
Outro fato determinante que faz com que esta topologia apresente uma redução nas
perdas nos semicondutores, é o fato de que somente uma chave semicondutora opera a cada
semi-ciclo da tensão de entrada do conversor. Dessa forma a corrente eficaz nas chaves
semicondutoras é menor, logo há uma redução dos esforços de corrente sobre as chaves
semicondutoras. Isso acarreta em um menor aquecimento das mesmas e menores perdas [43].
Como principais características desta topologia, podem-se citar ainda [43]-[46]:
¾ Alta eficiência;
¾ Aplicável para maiores níveis de potência em comparação ao Boost;
¾ Exige satisfatória regulação de tensão para variação de carga, logo é adequado para
aplicações onde ocorre significativa variação de carga;
¾ A dinâmica deste conversor é similar ao conversor Boost monofásico;
¾ As chaves semicondutoras são referenciadas ao mesmo ponto, logo, podem ser
acionadas sem a necessidade de circuitos isolados;
¾ A posição das chaves semicondutoras não permite proteção contra curto-circuito.
¾ Adição de uma chave semicondutora, um circuito de comando, um diodo rápido,
entretanto, tem-se a vantagem da eliminação da ponte retificadora;
¾ Adição de custos e complexidade no controle se comparado ao Boost;
¾ Complexidade na aquisição das variáveis (tensão de entrada, tensão de saída e corrente);
¾ Em aplicações que requerem isolação o conversor Dual Boost não é recomendado,
pois esta topologia não proporciona isolação entre a entrada e a saída;
¾ Necessidade de uso de um circuito extra para limitar a corrente de inrush.
Além disso, pode-se destacar ainda a característica elevadora de tensão deste
conversor, da mesma forma que o conversor Boost. Logo é adequado para aplicações com
entrada universal de tensão (90~260Volts). Além disso, pode-se destacar o fato do capacitor
de saída operar em alta tensão (a tensão de saída é maior do que o pico da tensão de entrada,
Vo > Vin ), permitindo dessa forma valores relativamente menores de capacitância.
[18]. Isso ocorre devido ao fato do terra de saída do conversor Dual Boost estar conectado ao
terra da fonte CA somente no semi-ciclo positivo através do diodo da chave semicondutora
S w2 , resultando em uma diferença de potencial entre o terra da fonte e o terra da carga igual a
zero. Por outro lado, durante o semi-ciclo negativo, o terra de saída é pulsante em relação à
fonte CA com uma alta freqüência e com uma amplitude igual a tensão de saída, conforme
Figura 4-2. Nos conversores Boost e Boost Intercalado isso não ocorre, pois o terra de saída
está sempre conectado a fonte CA através do diodo D4 e D3 da ponte retificadora.
As etapas de operação do conversor Dual Boost em CCM e DCM são descritas nesta
seção. Como mostrado por [10] e [47] e ilustrado pela Figura 4-3, este conversor se comporta,
tanto no semi-ciclo positivo quanto no semi-ciclo negativo da rede, como o conversor Boost.
62
(a) Conversor Dual Boost – Semi-ciclo positivo. (b) Conversor Dual Boost – Semi-ciclo negativo.
Figura 4-3 - etapas de operação do conversor Dual Boost.
Semi-ciclo Positivo:
1ª ETAPA: Inicia quando a tensão de entrada é positiva e a chave semicondutora S w1 é
Semi-ciclo Negativo:
1ª ETAPA: Esta etapa de operação, agora no semi-ciclo negativo é idêntica a 1ª etapa descrita
para o semi-ciclo positivo, com a diferença que agora é a chave semicondutora S w 2 que opera
Semi-ciclo Positivo:
1ª ETAPA: Idêntica a 1ª etapa do CCM. A tensão de entrada é positiva e a chave semicondutora
S w1 está em condução e o indutor está armazenando energia, como pode ser visto na Figura 4-8.
2ª ETAPA: Da mesma forma que a etapa anterior, esta etapa é idêntica a 2ª etapa do CCM
para o semi-ciclo positivo e é ilustrada na Figura 4-9.
Semi-ciclo Negativo:
1ª ETAPA: A Figura 4-11 ilustra a 1ª etapa no semi-ciclo negativo, que como pode ser visto é
idêntico a 1ª etapa do semi-ciclo negativo em CCM.
2ª ETAPA: Novamente, esta etapa é idêntica a 2ª etapa do semi-ciclo negativo em CCM e está
ilustrada na Figura 4-12.
3ª ETAPA: A Figura 4-13 mostra a 3ª etapa em DCM para o semi-ciclo negativo onde a
energia armazenada no capacitor é transferida para a carga.
Logo, pode-se concluir que o conversor Dual Boost se comporta como o conversor
Boost. Dessa forma, a equação do ganho estático deste conversor é idêntica a equação (2.7)
para o modo CCM e a equação (2.11) para o DCM.
A fronteira dos modos de condução, para o conversor Dual Boost, pode ser verificado
através da Figura 4-14, a qual foi obtida seguindo os mesmos passos descritos no capítulo 2.
Figura 4-14 - Fronteira dos modos de condução para o conversor Dual Boost.
Como foi mostrado, o conversor Dual Boost opera exatamente igual ao Boost. Logo a
obtenção do valor de sua indutância é feita exatamente igual ao conversor Boost. Por outro
lado, devido à localização do indutor no lado CA, tem-se a inversão da corrente sobre o
indutor. Essa inversão proporcionará uma melhor utilização do material magnético
acarretando em menores perdas neste elemento, como será verificado no capítulo 5.
cada chave semicondutora conduz corrente somente meio ciclo de rede. Dessa forma, obteve-se
as equações (4.1) e (4.2) para o cálculo da corrente eficaz e média.em cada chave.
1 4 Vin _ pico
I S _ rms = I in _ rms ( − ) (4.1)
2 3π Vo
2 π Vin _ pico
I = I in _ rms (1 − ) (4.2)
s π 4 Vo
B. Corrente no Diodo
As equações (4.3) e (4.4) descrevem o cálculo da corrente eficaz e média do diodo.
I D _ rms = I in _ rms − I S _ rms (4.3)
I dc
ID = (4.4)
2
C. Corrente nos diodos retificadores
Os diodos intrínsecos das chaves semicondutoras, que realizam a retificação, conduzem
corrente somente meio ciclo de rede cada, respectivamente quando a chave semicondutora não
está conduzindo. Logo através da equação (4.5) calcula-se a corrente eficaz em cada diodo, e a
corrente média é obtida através da equação (4.6).
2
ID = I in _ rms (4.5)
π
2
I D _ RMS = I in _ rms (4.6)
2
4.7. Conclusão
5.1. Introdução
Esse capítulo apresenta as perdas estimadas nos semicondutores para as três topologias
de conversores já mencionadas, além das perdas nos magnéticos. São abordadas
detalhadamente as perdas na ponte retificadora, nas chaves semicondutoras e nos diodos
Boost para o projeto do dissipador. Além disso, é apresentado o cálculo para as perdas dos
magnéticos dos indutores Boost. O capítulo é finalizado com uma comparação das perdas e
volume dos dissipadores e magnéticos para as três topologias.
A quantificação das perdas é baseada nas informações dos datasheets dos dispositivos
semicondutores empregados, o que torna os resultados fortemente dependentes das
características dos dispositivos especificados. O método usado para a determinação das perdas
no conversor consiste em realizar a estimação das perdas de condução e comutação para cada
dispositivo semicondutor bem como as perdas por recuperação reversa dos diodos. Daí então,
é realizada a soma de todos os resultados para obtenção das perdas totais.
IGBT e V f (θ ) para o diodo. Tais valores são dependentes da corrente que os percorre e da
temperatura, e são obtidos das curvas disponíveis nos datasheets dos componentes,
Vce (θ ) xI ce (θ ) para o IGBT e V f (θ ) xI f (θ ) para o diodo. Com o valor da queda de tensão
2π
1
Pcond _ chave =
2π ∫V
0
ce (t ) I ce (t )tcond dt (5.1)
2π
1
Pcond _ diodo =
2π ∫V
0
f (t ) I f (t )tcond dt (5.2)
transição de comutação e calculadas através das equações (5.3), (5.4) e (5.5) respectivamente.
1
Pturn −on =
2π
∑E on ( I ce ) (5.3)
1
Pturn −off =
2π
∑E off ( I ce ) (5.4)
1
Prec _ rev =
2π
∑E rec (I f ) (5.5)
da Figura 5-1 e a manipulação de tais pontos com o software Matlab®. Tal equacionamento é
mostrado no Apêndice B.
Da mesma forma como foi realizado o equacionamento das perdas por condução é
feito para as perdas por comutação. A Figura 5-2 mostra a energia dissipada durante as
comutações, turn-on e turn-off, em função da corrente de condução da chave semicondutora,
para os dois modelos de IGBT. Através dessa energia dissipada são calculadas as perdas por
comutação da chave semicondutora.
T j = 25º C .
As perdas por comutação nos diodos Boost ocorrem devido aos problemas de
recuperação reversa durante o seu turn-off. Tal problema causará perdas em si próprio e na
chave semicondutora, pois nas topologias Boost, Boost Intercalado e Dual Boost, toda a
corrente de recuperação reversa do diodo circulará nas chaves semicondutoras, causando
perdas durante a comutação de turn-on das mesmas. Logo, há a necessidade do cálculo dessas
duas perdas durante o processo de comutação do diodo. Nos diodos da ponte retificadora esse
tipo de perda é desconsiderado devido ao fato desses diodos comutarem em baixa freqüência.
As perdas devido à recuperação reversa sobre o diodo são calculadas em função da
carga de recuperação reversa armazenada Qrr no tempo de recuperação reversa trr . Logo, Qrr
é obtida da Figura 5-4, com uma taxa de variação da corrente (dif/dt) constante de 200A/μs,
conforme mostrado por [51]. A temperatura de junção utilizada é a do pior caso, ou seja,
T j = 125º C para o diodo 30EPH06 e T j = 150º C para o diodo 10ETF06S.
71
Com a obtenção do valor de Qrr , e com o uso da equação (5.6) tem-se a energia
Como pode ser visto pela Figura 5-4, tem-se Qrr ( I f ) somente para alguns valores de
corrente. Logo, há a necessidade da interpolação das curvas para obtenção dos valores de Qrr
para outros valores de corrente. Dessa forma, é possível o cálculo das perdas por turn-off no
diodo. A interpolação foi realizada com o equacionamento das curvas da Figura 5-4 , através do
Método de Newton (Apêndice B) com o uso do software Matlab®, considerando um dif/dt de
200A/μs conforme realizado por [51].
trr xI rr
Qrr = (5.7)
2
O cálculo das perdas por condução dos diodos da ponte retificadora é similar ao
realizado para os diodos Boost. Logo através do equacionamento da Figura 5-7 determina-se o
comportamento da queda de tensão nos diodos em função da corrente que circula nos mesmos.
73
Figura 5-8 - Curva característica Vce (t ) × I ce ( t ) dos diodos intrínsecos do IRGP30B60KD-E, [50].
Onde:
P : Potência dissipada pelo dispositivo semicondutor;
TJ : Temperatura de junção;
TC : Temperatura de case;
TD : Temperatura do dissipador;
TA : Temperatura ambiente.
Para obter-se RDA , deve-se primeiramente obter TD , com o uso da equação (5.8), onde
TD − TA
RDA = (5.9)
P
Foram escolhidos quatro tipos de perfil de dissipador, e através do datasheet do fabricante
[52] obtiveram-se os valores da resistência térmica de cada perfil, como mostrado na Tabela 5-2.
Onde:
Rth _ perfil : Resistência térmica de cada perfil de dissipador;
Fc _ temp : Fator de correção da temperatura - obtido pela equação (5.11) e a Figura 5-10.
8, 24 Fcc _ perfil − 1, 74
L perfil = (5.13)
Fcc _ perfil 3 − 0, 61Fcc _ perfil 2 + 0, 27 Fcc _ perfil − 0, 056
levantados com o núcleo sendo excitado com uma tensão senoidal, onde a perda por unidade
de volume do núcleo é registrada para cada valor de amplitude e freqüência da tensão de
excitação. O resultado são curvas onde se fixa a freqüência e se varia a amplitude da tensão de
excitação, a qual aumenta a variação da densidade de fluxo. Tais curvas podem ser
aproximadas pela equação de Steinmetz, equação (5.14) conforme mostrado por [5].
Pnuc
= C ΔB m f n (5.14)
Vnuc
Onde:
Pnuc : Perdas no núcleo magnético;
ΔB: Variação do fluxo magnético em Tesla;
Vnuc : Volume do núcleo em cm³;
f : Freqüência em Hz;
C, m e n: Coeficientes de Steinmetz.
O valor do fluxo magnético é calculado conforme mostrado no datasheet da Magnetics
através da equação (5.15), onde os coeficientes a, b, c, d, e são constantes fornecidos no
datasheet do núcleo magnético.
a + bH (t ) + cH (t ) 2
B (t ) = (5.15)
1 + dH (t ) + eH (t ) 2
Conhecendo-se a corrente instantânea que circula pelo indutor, o número de espiras e
as características físicas e magnéticas do núcleo utilizado, pode-se estimar a força
magnetizante H(t) através da equação (5.16).
π Ni(t )
H (t ) = 4.10−3 (5.16)
le
onde:
N: Número de espiras do indutor;
i(t): Corrente a cada instante, em Ampers;
le : Comprimento médio do fluxo magnético do núcleo.
ρWi
Rdc = (5.17)
Aw
5.6. Conclusão
Nesse capítulo foi apresentado o método utilizado para o cálculo das perdas nos
dispositivos semicondutores (chaves semicondutoras, diodos e pontes retificadoras). Estes
cálculos foram realizados através do equacionamento das curvas presentes nos datasheets dos
semicondutores. Todo o equacionamento é demonstrado no Apêndice B.
Com o cálculo das perdas pode-se determinar o comprimento do dissipador necessário
para proteção dos dispositivos semicondutores quanto ao aquecimento. Logo, foi apresentado
o projeto completo do dissipador.
Além disso, foram mostrados os resultados obtidos das perdas para cada dispositivo
semicondutor, o comprimento e volume dos dissipadores para cada topologia, as perdas nos
magnéticos e em seus enrolamentos, bem como o volume dos magnéticos.
Dessa forma, pode-se concluir que o conversor Boost foi o conversor que apresentou as
maiores perdas em seus semicondutores, consequentemente, o maior volume de dissipador. Já o
conversor Dual Boost foi o que apresentou as menores perdas e o menor volume de dissipador.
Quanto às perdas nos componentes magnéticos, o conversor Boost intercalado foi o
que apresentou as menores perdas e o menor volume. Por outro lado, o conversor Boost
apresentou as maiores perdas em seus componentes magnéticos, e juntamente com o
conversor Dual Boost, o maior volume.
Capítulo 6
INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA
6.1. Introdução
Tal ruído conduzido é dividido em duas formas: ruído conduzido de modo diferencial
e o ruído conduzido de modo comum. O ruído de modo diferencial (DM), mostrado na Figura
6-1(a), ou também chamado de ruído simétrico, circula sobreposta a própria corrente de
alimentação do equipamento nos terminais de entrada, com a única diferença de ter
freqüências superiores múltiplas da freqüência de comutação utilizada. Já o ruído de modo
comum (CM), ou assimétrico, por sua vez, circula pelo condutor de aterramento, como pode
ser visto na Figura 6-1(b), e utiliza como caminho os elementos parasitas que existem entre o
circuito e o chassi do equipamento, que por questões de segurança deve ser aterrado.
A Figura 6-1 apresenta a circulação do ruído conduzido para um equipamento
qualquer. No entanto, nosso objetivo nesse capítulo é a análise do ruído nos conversores
Boost, Boost Intercalado e Dual Boost operando como PFC. Logo, no item a seguir, serão
apresentados as fontes de ruído conduzido nestes conversores, bem como os caminhos pelos
quais este tipo de ruído circula.
indutor Boost, o qual determina a forma de onda da corrente e represente um caminho de alta
impedância para o ruído.
Outro fato que deve ser salientado é a utilização de um equipamento entre a
alimentação de entrada e a etapa PFC, por onde há circulação do ruído. Tal equipamento é
necessário em medidas de EMI conduzida e representa uma rede padrão, conhecida como
“Line Impedance Stabilization Network (LISN)”, usado para proporcionar uma impedância de
carga padrão para a fonte de ruído. A tensão através desta carga é medida como emissão de
ruído conduzido do equipamento sobre teste [57].
(a) Circulação do ruído DM na etapa PFC, semi-ciclo positivo e negativo (b) Circuito equivalente
Figura 6-4 - Caminho de circulação do ruído DM no conversor Dual Boost.
sendo que os vales constituem pontos de baixa impedância e facilitam a transmissão do ruído
de comutação para os terminais de entrada. Esses vales são determinados pelos parasitas
capacitivos do indutor Boost. Como resultado, tem-se que o espectro do ruído DM fica
amplificado nas freqüências dos vales, como pode ser notado na Figura 6-5(b).
(a) Curva de impedância do indutor Boost (b) Impacto da capacitância parasita do indutor
Boost no ruído DM
Figura 6-5 - Análise das capacitâncias parasitas do indutor Boost sobre o ruído DM.
Há ainda outro aspecto que pode ser considerado uma fonte de ruído DM, a recuperação
reversa do diodo Boost. Esta corrente de recuperação ocorre sobre a chave semicondutora na
topologia Boost, causando oscilações de alta freqüência, conforme pode ser observado Figura
6-6 e mostrado por [60]. Estas oscilações são uma fonte de ruído DM.
tensão (dv/dt), zero volt quando a chave semicondutora está em condução e igual à tensão do
barramento CC quando a chave semicondutora está bloqueada. Devido a esse alto dv/dt nesse
ponto, poderá ocorrer maior fuga de corrente para o chassi através das capacitâncias parasitas
mencionadas anteriormente. Quanto maior a taxa de variação de tensão mais esse aspecto se
evidencia, devido ao efeito da reatância capacitiva. O resultado é o aparecimento de impulsos
(spikes) de corrente no caminho do ruído CM nos momentos em que ocorrem as comutações
da chave semicondutora principal. Dessa forma, como a corrente apresenta-se na forma de
impulsos, o ruído se espalhará no espectro, a partir da freqüência de comutação, com uma
amplitude aproximadamente uniforme.
A Figura 6-7(a) apresenta o caminho percorrido pelo ruído CM no conversor Boost
através da capacitância parasita e o terra. Não há circulação do ruído de modo comum através
do indutor Boost devido ao fato do mesmo representar um caminho de alta impedância para o
ruído. Entretanto, devido às capacitâncias parasitas do indutor, discutidas anteriormente, em
alta freqüência pode haver circulação de ruído CM pelo indutor.
determinada pela variação da tensão ( dv/dt ) aplicada à trilha do dreno (ou coletor) das
chaves semicondutoras principais.
Além disso, destaca-se o fato do conversor Boost Intercalado apresentar duas
capacitâncias parasitas em paralelo, o que poderá acarretar em uma maior fonte de ruído CM.
Outro fato interessante é a presença do indutor Boost no caminho do ruído CM no conversor
Dual Boost resultando em um caminho de alta impedância para o ruído CM.
O controle da emissão de ruído conduzido se faz necessário sempre que o mesmo for
superior aos limites recomendados pela norma, na faixa de freqüência especificada pela mesma.
Dessa forma, pode-se obter o controle da emissão do ruído eletromagnético através de dois
métodos:
¾ Método Preventivo
¾ Método Corretivo
O primeiro método, preventivo, procura atacar os pontos onde o ruído é gerado ou
transmitido para os condutores de entrada, para diminuir a sua influência e a necessidade de
filtragem. O segundo método, corretivo, faz o bloqueio do ruído existente através de
filtragem. Na maior parte dos casos, ambos os métodos precisam ser utilizados, pois nem
sempre é possível um nível de minimização suficiente, através do método preventivo, para se
descartar o filtro. Entretanto, a utilização do método preventivo é essencial para o aumento da
densidade de potência do conversor, uma vez que ele pode contribuir significativamente para
reduzir a atenuação necessária na etapa da filtragem.
¾ Blindagem
Outra forma bastante comum de se reduzir EMI é o uso de blindagem. Todo
equipamento eletrônico precisa ter um comportamento neutro em relação à radiação
eletromagnética, ou seja, seu funcionamento não deve ser afetado pela presença de campos
eletromagnéticos e, ao mesmo tempo, ele não deve gerar campos eletromagnéticos que
89
possam afetar outros equipamentos. Logo, para que se tenha imunidade à interferência
eletromagnética os equipamentos devem possuir uma blindagem, uma espécie de escudo
protetor que impeça a livre passagem das ondas eletromagnéticas. Filmes finos condutivos de
cobre trançado e folhas de metal são os materiais de blindagem mais comuns [64].
Figura 6-10 - Tensão na chave semicondutora com e sem o uso de técnicas de comutação suave.
Além disso, as técnicas de comutação suave podem também ser utilizadas para atuar
sobre o problema de recuperação reversa do diodo reduzindo as oscilações de alta freqüência
geradas por este problema.
Através da resistência de gate das chaves semicondutoras é outra forma de reduzir a
emissão de EMI através da redução da taxa de variação da tensão e da corrente no dispositivo
semicondutor. Para baixas resistências de gate, o dv/dt e di/dt da tensão e da corrente na chave
semicondutora são maiores. Portanto, a escolha adequada do valor da resistência de gate ajudará
na redução do dv/dt e di/dt causando impacto significativo nos níveis de ruído de alta
freqüência, como mostrado por [60].
90
¾ Ondulação da Corrente
A ondulação da corrente é resultado direto do valor da indutância do indutor Boost.
Menor indutância, maior a ondulação da corrente, logo, maiores níveis de EMI. Dessa forma,
a escolha adequada desta variável resultará em uma EMI reduzida.
Grandes ondulações de corrente produzem altos níveis de EMI para baixas freqüências
(150 kHz a 1 MHz), enquanto que baixas ondulações têm-se maiores níveis de EMI para altas
freqüências (1 MHz a 30 MHz). Isto pode ser explicado devido ao fato que uma maior
ondulação proporciona uma menor indutância, portanto tem-se uma menor impedância entre a
tensão da chave semicondutora e a LISN, assim produzindo uma maior corrente de ruído
através da LISN. Além disso, uma maior ondulação também reduz os problemas da recuperação
reversa dos diodos rápidos, conforme mostrado por [60]. Esse é outro fato que explica porque
uma grande ondulação produz menos ruído nas altas freqüências (1 MHz a 30 MHz), pois se
tem a redução das oscilações de alta freqüência provocadas pela recuperação reversa do diodo.
¾ Freqüência de Comutação
A freqüência de comutação é também uma variável que determina o comportamento do
ruído de EMI. Com o aumento da freqüência de comutação, os harmônicos com maior amplitude
são alocados para a faixa de medidas das normas (0,150 – 30 MHz), assim tem-se um aumento
dos níveis de EMI. O impacto do aumento da freqüência de comutação é mais notável na faixa de
altas freqüências (1 MHz a 30 MHz); principalmente porque a partir de 1 MHz o filtro é menos
efetivo devido aos parasitas do próprio filtro [60]. Por outro lado, com uma maior freqüência de
comutação tem-se a redução do valor do indutor Boost, logo, pode-se ter uma redução nos
parasitas dos enrolamentos do indutor, o que melhora a desempenho de EMI em altas freqüências.
¾ Dispositivo Semicondutor
A escolha do dispositivo semicondutor também apresenta uma direta relação com a
EMI. Dispositivos semicondutores (MOSFET ou IGBT) apresentam diferenças nas suas
características (delay time, fall time, rise time, etc.). Logo, a EMI gerada por cada componente
será diferente, já que tais características são determinantes para as taxas de variação de tensão
e corrente sobre a chave semicondutora. Dessa forma, um estudo e uma análise comparativa
entre os dispositivos são de grande importância para se ter conhecimento de qual dispositivo
apresenta melhor desempenho com relação à interferência eletromagnética.
¾ Capacitores Feedthrough
A aplicação de capacitores do tipo feedthrough (capacitores de passagem) já é bastante
conhecida no meio técnico, sendo uma das melhores soluções de baixo custo para minimizar a
91
¾ Capacitores de Desacoplamento
Na comutação dos circuitos tem-se a formação de laços de corrente que aumentam a
possibilidade de interferências eletromagnéticas. Estes laços de corrente são prejudiciais, pois
os campos magnéticos gerados podem interferir causar interferências através de indução. O
ideal é diminuir as áreas internas aos laços minimizando possíveis induções em outros ramos
dos circuitos através da utilização de capacitores de desacoplamentos. Esses capacitores
funcionam como um capacitor bypass de alta freqüência, que é utilizado para drenar a
corrente pulsada gerada durante as comutações.
Capacitores de desacoplamentos devem suportar correntes de alta freqüência e possuir
baixa indutância, por essa razão capacitores de disco cerâmicos ou capacitores multicamadas
cerâmicas são preferidos [68].
¾ Indutor Boost
Como foi apresentado no item 6.4 o indutor Boost tem papel decisivo com relação ao
ruído diferencial. Ele influencia a parte de baixa freqüência (150 kHz – 5 MHz) através da
amplitude da ondulação de corrente, além da parte de altas freqüências (5 MHz – 30 MHz)
devido a presença de parasitas capacitivos no mesmo.
No primeiro caso, na faixa de freqüência de 150 kHz a 5 MHz, a redução do ruído
gerado só é atingida se o valor da indutância for aumentado para diminuir a amplitude da
ondulação de corrente (considerando a mesma freqüência de comutação).
Já no segundo caso, na faixa de freqüência de 5 MHz a 30 MHz, o desafio é a
minimização dos parasitas capacitivos do indutor Boost, os quais estão ligados a forma como
o indutor é confeccionado e aos materiais utilizados. Uma técnica muito utilizada consiste em
enrolar os indutores com uma única camada de fio, pois isso elimina a capacitância que se
estabelece entre as camadas, que é uma das mais expressivas.
Outro técnica positiva para a redução dos parasitas capacitivos do indutor é a escolha
do material magnético, pois cada material pode apresentar características elétricas e
dielétricas diferentes. Como a primeira camada de espiras fica muito próxima do material
92
¾ Projeto do Layout
Parasitas do layout tem um efeito significativo no ruído conduzido, especialmente nos
laços que conduzem correntes de alta freqüência de comutação e nos nós com alta variação de
tensão. Em fontes chaveadas, estes laços geralmente envolvem dispositivos semicondutores.
Para o conversor Boost, o laço de alto di/dt e o nó onde se tem um alto dv/dt, pode ser visto na
Figura 6-11, [60]. Logo, atuação sobre esses laços e nós proporcionará uma redução dos
níveis de EMI, especialmente para o ruído conduzido CM.
(a) Laço de alta di/dt, linha tracejada. (b) Nó com alto dv/dt, linha tracejada.
Figura 6-11 - Laços e nós com alta variação de corrente e tensão.
Quanto menor a área dos tracejados da Figura 6-11, menor será as áreas de emissão,
reduzindo a eficiência das antenas destes laços equivalentes. Como conseqüência, a
quantidade de ruído irradiado que pode acoplar com circuitos condutores, assim tornando-se
ruído conduzido, também será minimizado. Logo, para redução do efeito destas antenas
irradiadoras de ruído, algumas medidas podem ser tomadas como solução, como mostradas
por [67] e [68]:
a) Redução do comprimento dos fios onde há circulação de corrente;
b) Entrelaçar, se possível, todas as trilhas críticas da placa de circuito impresso (PCB), e
também os fios do enrolamento do indutor, como mostrado na Figura 6-12. Isto
mantém as áreas de emissão tão pequenas quanto possíveis, introduzindo também um
cancelamento mutuo dos fluxos.
c) Redução das áreas dos laços onde há grandes variações de corrente e tensão (di/dt e
dv/dt). A diminuição das áreas dos laços, através da aproximação das vias de ida e
retorno do sinal ajuda a diminuir a possibilidade de emissão e recepção de
interferências eletromagnéticas, como pode ser visto na Figura 6-13.
93
d) A trilha que liga o dreno do MOSFET( ou emissor do IGBT) ao diodo, onde há alta
variação de tensão durante as comutações, deve ser mantida a mais curta possível.
e) Uso de plano de terra conectado ao source (para MOSFET ou emissor para IGBT),
fazendo com que a corrente capacitiva acoplada ao dreno flui diretamente através do
terminal source sem passar pela LISN.
¾ Plano de Terra
A corrente de ruído que flui pelo circuito através das impedâncias das trilhas, ou
outras impedâncias do circuito, provocam quedas de tensão em série com o sinal, podendo
causar instabilidade e distorções. A correta localização dos planos de terra pode remove estes
problemas, pois se tem uma redução da impedância de terra, diminuindo dessa forma as
chances de instabilidade ou distorções nos sinais transmitidos nas trilhas.
Em situações em que não é possível a obtenção de um plano de terra a melhor solução
é fazer ao menos uma malha (grid) de terra no PCB. Uma outra solução para a construção de
um plano de terra é a utilização de tecnologia multi-layer. As impedâncias do plano de terra
nesta configuração são muito menores do que a de uma série de trilhas [68].
Chassi Chassi
D D
Chave
Chave
(a) Capacitância parasita entre o dispositivo (b) Inserção de uma capacitância série entre o
semicondutor e o chassi dispositivo semicondutor e o chassi
Figura 6-16 - Capacitâncias parasitas.
dissipador, conforme Figura 6-17(a). Como solução para redução desta capacitância parasita
algumas medidas podem ser tomadas, como mostrada em [5] e [55]:
¾ Utilizar um capacitor em série entre o dissipador e o terra, conforme Figura 6-17(b).
Isso ajuda a diminuir a capacitância total, pois produz um caminho com duas
capacitâncias em série.
¾ Utilizar um material condutor entre o isolante térmico e o dissipador, Figura 6-17(c),
inserindo dessa forma mais uma capacitância, diminuindo a capacitância total.
Semicondutora
Dissipador
Semicondutora
Semicondutora
Chave
Chave
Chave
(a) Capacitância parasita entre (b) Inserção de capacitância série (c) Inserção de capacitância série
o semicondutor e o dissipador entre o dissipador e o terra entre o semicondutor e o dissipador
Figura 6-17 - Técnicas para redução das capacitância parasitas.
Nesta seção é apresentado o método corretivo. São ilustrados alguns filtros de EMI e o
projeto completo de um desses filtros.
Já a Figura 6-19 apresenta a topologia de filtro mais utilizada para o controle da EMI
conduzida, chamada de filtro π balanceado. É uma topologia compacta, pois utiliza apenas um
núcleo magnético, e eficaz, pois tem ação em ambos os tipos de ruído, ruído DM e CM.
capacitor aplicada ao circuito RL os outros 20dB/dec. Por outro lado, a Figura 6-20(b), no caso
da atenuação do ruído DM, além do indutor existe ainda outros dois capacitores Cx , o que
aumenta a ordem do filtro, e faz com que o mesmo atenue a uma taxa de 60dB/dec.
(a) Circuito equivalente para filtragem do ruído CM (b) Circuito equivalente para filtragem do ruído DM
Figura 6-20 - Circuitos equivalentes para o filtro π balanceado segundo o tipo de ruído.
98
Na Figura 6-21 é ilustrado o filtro múltiplo π que consiste basicamente de dois filtros π
ligados em série, aumentando a ordem do filtro para 5ª para o ruído DM e 4ª ordem para o
ruído CM.
diferencial. Já os capacitores C y afetam tanto o ruído CM quanto o ruído DM, mas como o
valor de Cx é muito grande, esse efeito sobre o ruído DM é pequeno. No caso do indutor
1 1
LC = ( )2 (5.20)
2π fC _ CM 2CY
LD1 = LD2
(5.21)
Lc1 = Lc2
(5.22)
C X1 = C X 3 = 0.5C X 2
(5.23)
Onde:
Cx : Capacitor de modo diferencial;
Os capacitores do filtro têm influência no fator de potência, logo, estes precisam ser
limitados. Pode-se estimar o valor máximo da capacitância equivalente de entrada do filtro
pela equação (5.24), a qual desconsidera a presença das indutâncias de modo diferencial do
filtro de EMI, já que na freqüência da rede (50/60 Hz) a influência delas é desprezível, [5].
Pmin
Cmax = tan(arccos( FPmin )) (5.24)
2π f (V fase ( rms ) ) 2
Onde:
Pmin : Potência mínima de entrada;
f : Freqüência da rede;
V fase ( rms ) : Tensão eficaz de entrada.
Além disso, o uso do filtro de EMI provoca um outro problema ao PFC. O filtro de
entrada afeta a dinâmica do conversor, muitas vezes de forma que prejudique o desenpenho
do conversor. Isso acontece porque o os elementos do filtro de entrada afetam a função de
transferência do conversor. Como solução, utiliza-se um resistor em paralelo com o filtro para
amortecer as oscilações geradas pela aplicação do filtro de EMI. Contudo, esta solução
apresenta um novo problema, a potência dissipada sobre este resistor. Dessa forma, o uso de
um resistor em paralelo não é uma solução prática.
Uma outra solução é ilustrada na Figura 6-24, como mostrado por [1]. É adicionado
um capacitor Cb em série com o resistor R f , logo, nenhuma corrente CC fluirá através deste
Lc
Rof = (5.25)
Cx
Cx
n= (5.26)
Cf
(2 + n)(4 + 3n)
R f = Rof (5.27)
2n 2 (4 + n)
O espectro de ruído medido diretamente nos resistores da LISN é o ruído total. Para
analisar o ruído de modo diferencial e o ruído de modo comum separadamente, um separador
de ruído deve ser usado, como mostrado por [71].
O conceito do separador de ruído é muito simples. Na Figura 6-25 pode-se ver a
representação do funcionamento deste conceito. Dois sinais (A e B) derivados da LISN
consistem de ambos os ruídos, diferencial e comum. Contudo, um dos sinais é um vetor soma
destes dois modos, e o outro sinal é um vetor diferença dos dois modos.
Isso é realizado com o uso de um equipamento chamado power combiner de 0° e 180°.
A saída do 0° é a soma dos dois sinais de entrada, e a saída do 180° é a diferença dos sinais de
entrada. No separador de ruído, o 0° power combiner cancela a componente diferencial e
permite a passagem da componente comum. Já o 180° power combiner cancela a componente
comum e permite a passagem da componente diferencial. A inserção de um separador de
ruído não perturba o sistema de medição porque a impedância vista pelo ponto A em relação
ao aterramento (ou ponto B para o terra) ainda é 50Ω.
(a) Separação do ruído de modo diferencial (b) Separação do ruído de modo comum
Figura 6-25 - Princípios do Separador de Ruído, [71].
102
1 1
2
1
(c) Indutor do conversor Boost Intercalado – célula 1 (d) Indutor do conversor Boost Intercalado – célula 2
Figura 6-28 - Curvas de impedância dos indutores implementados.
104
6.7. Conclusão
RESULTADOS EXPERIMENTAIS
7.1. Introdução
Na Tabela 7-2 é apresentado os valores projetados dos elementos passivos para que os
conversores operarem como PFC. Tais elementos foram projetados segundo as equações
apresentadas nos capítulos 2, 3 e 4 respectivamente. Pode-se notar que os valores de
indutância são diferentes entre si. Isso se deve ao fato dos indutores terem sidos projetados
para que os três conversores apresentassem os mesmos valores de THD da corrente de
entrada, com o intuito de apresentarem o mesmo filtro de EMI.
I s = 7,89 A
Da mesma forma, através da equação (2.31), corrente eficaz do diodo semicondutor, e
a equação (2.32), corrente média, tem-se:
I D _ rms = 23, 4 A
I D = 16, 667 A
Para o cálculo da corrente eficaz dos diodos semicondutores da ponte retificadora
utilizou-se a equação (2.33) e a equação (2.34) para o cálculo da corrente média.
I D _ rms = 19, 28 A
I D = 12, 27 A
108
I = 3,95 A
s
Para o cálculo da corrente eficaz dos diodos semicondutores utilizou-se a equação
(3.7) e a equação (3.8) para o cálculo da corrente média. O cálculo da corrente eficaz e médio
na ponte retificadora é o mesmo realizado para o conversor Boost.
I D _ rms = 11, 7 A
I D = 8,34 A
I s = 3,95 A
I D = 8,33 A
Já o cálculo das correntes dos diodos intrínsecos das chaves, responsáveis pela
retificação, utilizou-se a equação (4.5), corrente eficaz, e a equação (4.6) para corrente média.
I D _ rms = 19, 28 A
I D = 12, 28 A
As simulações foram realizadas com o uso dos parâmetros descritos pela Tabela 7-1 e
Tabela 7-2 através do software Psim. A Figura 7-1 apresenta os resultados de simulação para
o conversor Boost operando como PFC para a carga de 6 kW, 220V de tensão de entrada e
400V a tensão do barramento. O controle utilizado para essas simulações está descrito no
Apêndice A. A Figura 7-1(a) mostra a tensão de entrada e a corrente de entrada do conversor.
Já a Figura 7-1(b) apresenta a corrente do indutor Boost.
Vin
Iin
Vin
Iin
Da mesma forma, a Figura 7-3 apresenta o conversor Dual Boost operando como PFC,
onde na Figura 7-3(a) tem-se a tensão e a corrente de entrada, e na Figura 7-3(b), a corrente
do indutor Boost para este conversor.
111
Vin
Iin
Vin
Iin
Figura 7-4 - Boost operando como PFC, Po = 300W. Escalas:100V/div, 5A/div, 5ms/div.
Vin
Iin
Figura 7-5 - Boost Intercalado como PFC, Po = 300W. Escalas:100V/div, 5A/div, 5ms/div.
Já para o conversor Dual Boost, a fonte de ruído de modo comum presente neste
conversor interferiu no sinal amostrado da tensão de entrada, fazendo com que o
microcontrolador não conseguisse ler o sinal de entrada. Na Figura 7-6 pode ser verificado tal
interferência. Pode-se perceber pela figura, que o sinal ruidoso acontece somente no semi-
ciclo negativo. A solução utilizada para contornar o problema, foi a isolação da parte de
114
potência do controle, o que não acontecia nos conversores Boost e Boost Intercalado, fazendo
com que a tensão de saída seja agora medida isoladamente através de um sensor de tensão.
Além disso, outras técnicas para eliminação do ruído de modo comum foram aplicadas, como
utilização de filtros RC, planos de terra, filtro de ruído de modo comum para o sinal
amostrado e blindagem do indutor Boost. Feito isso, obteve-se a Figura 7-7 a qual mostra o
conversor Dual Boost operando como PFC, para a mesma carga dos demais.
Vin
Iin
Figura 7-7 - Dual Boost operando como PFC, Po = 300W. Escalas:100V/div, 5A/div, 5ms/div.
Após a obtenção dos resultados experimentais dos três conversores operando como
PFC, para a potência de 300 W, realizou-se a medição da interferência eletromagnética
conduzida gerada por esses conversores. Tais resultados foram realizados no laboratório de
EMI do GEPOC/UFSM com o uso do equipamento EMC Analyzer E7400A. Logo, a Figura
7-8 mostra o resultado experimental do conversor Boost quanto à interferência
eletromagnética conduzida sem a utilização de filtros. Já a Figura 7-9 e Figura 7-10
apresentam os mesmos resultados para os conversores Boost Intercalado e Dual Boost,
respectivamente.
115
Figura 7-9 - Interferência eletromagnética conduzida sem filtro – Conversor Boost Intercalado.
Figura 7-10 - Interferência eletromagnética conduzida sem filtro – Conversor Dual Boost.
Pode-se perceber que os três conversores estão fora dos limites estabelecidos pela
norma, e que o conversor Dual Boost mostrou-se o conversor mais ruidoso. Logo, projetou-se
o filtro de EMI seguindo-se as etapas de projeto apresentadas no capítulo 6. A Figura 7-11
ilustra o filtro múltiplo π implementado.
116
Figura 7-13 - Interferência eletromagnética conduzida com filtro – Conversor Boost Intercalado.
117
Figura 7-14 - Interferência eletromagnética conduzida com filtro – Conversor Dual Boost.
Vin
Iin
A Figura 7-16 mostra o conversor Boost Intercalado operando como PFC nas mesmas
condições de testes do conversor Boost. Pode-se perceber que a tensão e a corrente estão
totalmente em fase. A corrente nos dois indutores do conversor Boost Intercalado, as quais estão
operando intercaladamente com uma defasagem de 180º entre si, é ilustrada na Figura 7-17.
Vin
Iin
Figura 7-17 - Corrente nos indutores operando intercaladamente. Escalas: 5A/div, 5ms/div.
Na Figura 7-18 tem-se o conversor Dual Boost operando como PFC para a mesma
carga dos demais.
Vin
Iin
O espectro harmônico de cada conversor para a carga de 1600W pode ser visto na
Figura 7-20, do 2º ao 40º harmônico, conforme estipulado pela norma. A obtenção destes
resultados foi realizada com o uso do equipamento Yokogawa WT1600 Digital Power Meter.
Pode-se perceber que o conversor Dual Boost foi o que apresentou os maiores valores de seus
harmônicos, enquanto que o Boost Intercalado apresentou os menores valores.
Para finalizar, é ilustrado na Tabela 7-5 uma comparação dos conversores, com alguns
parâmetros avaliados neste trabalho, onde é destacado qual conversor mostrou-se mais
satisfatório para cada quesito.
Pode-se concluir pela tabela que se for levado em consideração o alto fator de
potência, reduzido número de componentes e baixo custo de implementação deve-se utilizar o
conversor Boost. Já se for levado em consideração a baixa THD e reduzidas perdas e volume
dos magnéticos deve-se utilizar o conversor Boost Intercalado. E se a preocupação for o valor
reduzido das perdas nos semicondutores, menor número de queda de tensões nos dispositivos
semicondutores e eliminação da ponte retificadora, o conversor Dual Boost é o mais
recomendado.
7.7. Conclusão
Este capítulo apresentou todos os resultados experimentais obtidos neste trabalho. Além
disso, foram especificados os dispositivos semicondutores e apresentado simulações dos
conversores operando como PFC, com o uso das leis de controle utilizadas. Análise detalhada
dos custos de implementação das três topologias foi descrita, além dos resultados experimentais
e medições de interferência eletromagnética conduzida sem e com a utilização de filtro.
121
Com isso, após o estudo dos conversores Boost, Boost Intercalado e Dual Boost
aplicados à correção do fator de potência, pode-se citar as seguintes conclusões:
Quanto ao Fator de Potência
Os três conversores apresentaram bons resultados quanto ao fator de potência,
resultando em valores muito próximos do valor unitário, estando totalmente de acordo com o
Artigo nº. 64 da Resolução ANEEL nº456, que estabelece um fator de potência mínimo de 0,92.
Quanto à Taxa de Distorção Harmônica da Corrente de Entrada (THD)
O projeto inicial dos conversores foi realizado com o intuito dos mesmo apresentarem
a mesma taxa de distorção harmônica, tendo dessa forma o mesmo filtro de entrada para as
três topologias. Para os conversores Boost e Boost Intercalado isso realmente ocorreu na
prática, pois ambos apresentaram valores de THD muito próximos. Já o conversor Dual
Boost, apresentou a maior THD e muito diferente dos outros dois conversores. Isso aconteceu
devido à presença da fonte de ruído de alta freqüência de modo comum presente nesta
topologia que resultou na elevação do THD.
Quanto aos Harmônicos da corrente de entrada
Como pode ser visto nos harmônicos mostrados nas figuras do capítulo 7 o conversor
Dual Boost apresentou os maiores valores para os harmônicos de corrente de entrada devido
aos problemas de ruído já mencionado.
Quanto às Perdas nos Magnéticos
Quanto às perdas nos magnéticos, o conversor Boost Intercalado foi o que apresentou as
menores perdas. Isso se deve ao fato deste conversor ter sua corrente de entrada dividida entre
as duas células Boost, fazendo com que a corrente no indutor seja a metade da presente nos dois
outros conversores. Além disso, cada célula Boost opera com a metade da freqüência de
comutação dos outros conversores, reduzindo dessa forma as perdas sobre os magnéticos.
Quanto às Perdas no cobre
Da mesma forma que as perdas nos magnéticos, o conversor Boost Intercalado foi o
que apresentou as menores perdas no cobre, já que estas perdas são diretamente proporcionais
a corrente que circula nos fios e suas resistências.
Quanto às Perdas nos Semicondutores
Quanto às perdas nos semicondutores, o conversor Dual Boost foi o conversor que
apresentou as menores perdas nos semicondutores. Isso pode ser justificado devido a dois fatores:
i) A eliminação da ponte retificadora proporcionou a redução de componentes, o que resultou
na diminuição no número de quedas de tensão (perdas) sobre os dispositivos semicondutores,
sendo nesta topologia somente 2 quedas de tensão a cada instante, enquanto que nos outros
124
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APÊNDICE A
CONTROLE IMPLEMENTADO
+ + +
d
_
v*
o + ev Voltage iL* i* L + ei Current u d
+ control
x + PWM
- - control
vo
v in |vin| pu iL vo iL vin
PU
DSP/uC
Conversores para correção de fator de potência para aplicações em baixas potências, até
uma determinada faixa de potência, normalmente operam no DCM. No entanto, devido à
exposição dos componentes a grandes esforços além de problemas com emissão de ruído
conduzido, o uso de conversores operando neste modo é limitado à faixa de baixas potências.
Portanto, muitos conversores para correção de fator de potência para uma faixa de potência
mais elevada são operados no CCM.
Porém, quando o conversor opera com cargas leves, o DCM está presente em certos
momentos, fazendo com que o conversor atue em ambos os modos de condução (operação em
modo de condução mista – MCM). Como resultado, a dinâmica do conversor muda
bruscamente quando este muda de um modo de condução para outro durante o semi-ciclo de
tensão da rede, provocando a distorção da corrente de entrada. Além disso, quando a carga
diminui muito, o conversor poderá operar no DCM durante todo o período da rede,
deteriorando a qualidade da corrente de entrada, uma vez que ela seguirá a referência de
maneira insatisfatória.
Desta forma, se torna necessário um algoritmo de controle que seja capaz de lidar com
mudanças súbitas na dinâmica do conversor, fazendo com que o conversor opere em ambos os
modos, determinando qual lei de controle será utilizada a cada instante. Com isso, são
apresentadas separadamente as leis de controle para o DCM e CCM e em seguida a forma
como foi feita a detecção dos modos de condução.
2 L iL* ( k ) ( vo ( k ) − vin ( k ) )
ud ( k ) = (A.1)
vo ( k ) vin ( k ) T
onde k é o índice da amostra e iL∗ * é a referência de corrente gerada pela malha de tensão. A
ação de controle preditiva em DCM é dada por (A.2).
ud (k + 1) =
(
2 L iL* v o ( k + 1) − v in ( k + 1)
.
) (A.2)
v o ( k + 1) v in ( k + 1) T
134
L ΔiL ( k + 1)
vL ( k + 1) = . (A.3)
T
O objetivo é obter uma ação de controle tal que a variação da corrente no indutor seja
nula, equação (A.4).
e ( k + 1) = iL* ( k + 1) − iL ( k + 1) (A.4)
vL ( k + 1) = vin (k + 1) − vo (k + 1) (1 − u (k + 1) ) . (A.6)
v in (k + 1)
u (k + 1) = 1 − +
L
v o (k + 1) v o (k + 1)T L ((
i * k + 1) − i L ( k + 1) . ) (A.8)
Nesta equação, as tensões de saída e entrada estimadas são dadas, respectivamente, por
(A.9) e (A.10), enquanto a corrente no indutor é estimada por (A.11).
v o ( k + 1) = vo (A.9)
T
iˆL (k + 1) = iL (k ) + s ⋅ [Vin (k ) − Vo (k ) + Vo (k ) ⋅ D ] , (A.11)
L
135
(a) Conversor Boost (b) Conversor Boost Intercalado (c) Conversor Dual Boost
Figura A - 2 - Atuação da lei de controle em CCM para carga de 3kW.
Desde que a função de transferência da planta é diferente em DCM e CCM, uma escolha
óbvia seria detectar o modo de condução e mudar os parâmetros do sistema quando o mesmo
transita de um modo de condução para outro. Para a operação em ambos os modos de condução,
essa aproximação garante baixa distorção da corrente de entrada. Deve-se ter em mente que a
fronteira entre os modos de condução é atravessada lentamente (pode levar alguns ciclos de
comutação) e pode fazer com que o controlador do modo descontínua atue durante o modo
contínua e vice-versa. Sendo o ganho do controlador no modo descontínua muito maior que o
ganho do controlador modo contínua, o sistema se torna instável no primeiro caso, enquanto
que no caso do controlador do modo contínua atuando na parte descontínua do semi-ciclo
resulta em um rastreamento muito pobre.
Logo, é desejável um controlador que opere em modo de condução mista, onde o ganho
da função de transferência no DCM depende da razão cíclica em regime permanente e da tensão
de entrada. Em CCM, o valor da razão cíclica alimentada diretamente (feedforward) pode ser
obtido a partir da equação (A.12). Já em DCM utiliza-se a equação (A.13).
136
v in (k + 1)
uc (k + 1) = 1 − . (A.12)
v o (k + 1)
ud (k + 1) =
(
2 L iL* v o ( k + 1) − v in ( k + 1) ) (A.13)
v o ( k + 1) v in ( k + 1) T
Figura A - 3- Ação feedforward durante um semi-ciclo da tensão da rede para CCM e DCM.
(a) Conversor Boost (b) Conversor Boost Intercalado (c) Conversor Dual Boost
Figura A - 4 - Atuação das leis de controle em modo misto para 3kW.
APÊNDICE B
¾ Diodo 30EPH06 - V f (θ ) × I f (θ )
V f ( I f ) = 1,56 exp(7,5e −3 I f ) − 0, 78exp(−0, 23I f ) (B.7)
¾ Diodo 10ETF06S - V f (θ ) × I f (θ )
V f ( I f ) = 1,23exp(6,5e-3 I f ) − 0,55exp(-0,21I f ) (B.8)
Curva de 30A
Qrr (di / dt ) = 2,3e-16 (di / dt )3 − 7,97e-13 (di / dt ) 2 +1,4e-9 (di / dt ) + 7,9e-9 (B.10)
Curva de 5A
Qrr (di / dt ) = -8,3e-14 (di / dt )3 + 1,3e-11 (di / dt ) 2 + 4,3e-9 (di / dt ) + 3,9e-7 (B.12)
Curva de 30A
Qrr (di / dt ) = 26,39 exp(-6,2e-3 di / dt ) + 71,83exp(-1,48e-4 di / dt ) (B.14)
¾ Diodo 10ETF06S - I rr ( I f ) × di / dt
Curva de 20A
I rr (di / dt ) = 2,1e-6 (di / dt )3 -9,6e-4 (di / dt ) 2 + 0,198(di / dt ) + 0,1932 (B.15)
Curva de 1A
I rr (di / dt ) = 1e-6 (di / dt )3 -3,86e-4 (di / dt ) 2 + 0,198(di / dt ) + 0,1932 (B.16)
INSTRUMENTAÇÃO APLICADA À
MEDIÇÃO DAS GRANDEZAS