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A fotografia em preto e branco

O motivo pelo qual foi escolhido a técnica do preto e branco empregados nas
nossas fotografias, não foi só por uma razão de estética, vai bem mais além, o preto e
branco não é uma técnica atrasada na fotografia, mas sim, um dos meios de conseguir
extrair emoções e outros sentimentos com mais intensidade ao se depararem com as
capturas feitas. Sabendo que antigamente, quando se ainda não existia a foto em
colorido, a fotografia em preto e branco era uma técnica bastante valorizada e tida como
intensa quando o assunto era transmitir uma mensagem.

Com a chegada da fotografia colorida, alguns fotógrafos da época acreditava


que as cores ativas coloridas poderiam ser uma distração para as pessoas, que ao
visualizarem uma obra se distrairiam por prestar atenção nas cores e esqueceriam do
foco principal, de ser o receptor da real mensagem ou sentimento que a obra estaria
tentando emitir.

De fato, comprovado que o nosso cérebro quando se depara com fotografias


coloridas, tem tendências a o cérebro ficar procurando as mais diversas cores que nela
existe e causando distrações, pode-se até dizer que com a visualização de uma fotografia
colorida veremos o todo da obra, mas na verdade está se vendo todos os elementos que
a compõem menos o essencial que seria o sentido, o foco da obra.

Com a técnica do preto e branco que decidimos empregar, tem se a ausência de


alguns elementos como as informações extras, estando sem esses elementos extras como
por exemplo a coloração das fotografias, tem-se a certeza de que o foco da obra será
bem maior e será alcançado. O que implica de dizer que nas fotografias essa ausência de
elementos como a cor pode atribuir sentidos e emoções diferentes a serem transmitidas.

A ideia de fazer as fotografias referentes ao lugar aonde Ariano Suassuna viveu


e passou, na técnica do preto e branco, dá-se como objetivo central do trabalho, tirar
toda distração que poderia conter nas imagens e deixa-las preto e branco para que não
seja fugido do foco, e para prender a atenção do leitor conseguindo transmitir parte das
emoções que o lugar que foi registrado contém.

Vale ressaltar que a fotografia preto e branco no contexto artístico tem um teor
dramático, que é o que traz nas fotografias voltadas para o ambiente de Ariano
Suassuna, também com a técnica nos dá a possibilidade de inibir a data do registro que
foi feito em Taperoá e Cabaceira, o que nos deixa nos aproximar e demonstrar através
das fotografias cada vez mais do ambiente e época em que vivia o artista Ariano
Suassuna.

Sabendo que a ausência de cor já nos causa um outro impacto e entendimento, a


dificuldade de datar o registro é intrigante e quando na imersão da obra há a técnica do
preto e branco que une a mais completa compreensão do foco e o espaço de tempo, tem
se uma obra extremamente expressiva e surpreendente.

Três pontos a se descantar na técnica empregada nas fotografias preto e branco é


a textura, formas, padrões e linhas. Como a proposta é focar no cenário do filme o Auto
da Compadecida, será necessário empregar tais procedimentos nas fotografias. Sabendo
que arquitetura vem em destaque na hora de fotografar, não pode escapar elementos
como; construções de pedra, a porta de madeira, ou seja, todos detalhes compostos nas
construções ali presente e que deram vida e se misturam com elementos naturais, a
exemplo de uma árvores, folhas ao chão, a presença de um pássaros, assim compondo o
conjunto da cena capturada.

Entre formas geométricas que se repetem seguindo um padrão visto em linhas, a


fotografia preto e branco trás os detalhes percebido no lugar a ser apresentado, como se
fotografar uma pessoa, dando destaque as suas rugas, um olhar assustado, sorriso
acanhado, as construções se concentra em dá enfoque as rachaduras na parede, o pedaço
de madeira faltando na porta e assim os detalhes dão lugar as cores não existente no
material apresentado.

É importante destacar que a luz natural contribui bastante para esta empreitada.
É nesse momento que os limites entre tons claros e escuros fazem toda a diferença,
portanto o contrate é de suma importância, e aparecimento de sobras reafirma a textura
e o contratual da foto. Então é conjuntos de elementos que tornam a fotografia em preto
e branco um trabalho minucioso, não pela ausência do que acham não ter cor, a
presença de diferentes tipos de tons entre o claro e o escuro que faz o trabalho se tornar
mais contemplativo e interessante, podemos perceber isso de acordo com Silveira
(2005, p.154)

Longe de serem imagens sem vida, sem variedade ou sem sentido, as


imagens em preto-e-branco fazem parte do mundo físico visual como
“chaves” ou partes integrantes da construção perceptiva cromática em cada
indivíduo, fazendo explodir cores subjetivas e particulares, sendo por isso
muito mais brilhantes e misteriosas que as cores fisicamente fixadas nas
imagens.

Através da técnica desenvolvida, espere-se que o projeto desperte sensações no


expectador, nesse mesmo contato surja uma sensibilidade proposta nas fotografias preto
e branco, resgatando memória, do que já se ouviu, leu ou assistiu sobre uma das
importantes produções de Ariano Suassuna. Assim, o intuito é criar um elo entre o que
já foi e o que ainda é forte entre as diferentes movimentações artísticas sobre A
Compadecida, e acreditamos que os diferentes tons de claros e escuros crie não apenas
relações entre produções, mas reconte mais uma vez uma história que faz parte de uma
identidade nacional.

Referência: https://www.superprof.com.br/blog/como-fazer-fotos-pb/

https://www.lomography.com/magazine/235957-a-expressividade-do-preto-e-branco

SILVEIRA, Luciana Martha. A cor na fotografia em preto-e-branco como uma flagrante


manifestação cultural. R e vis t a t e c n o l o g i a e s o c i e d a d e, Curitiba, ano 2005, v. 1, n.
1, ed. 1, p. 151-175, 1 out. 2005. Disponível em: file:///C:/Users/sabri/Desktop/2458-7220-1-
PB.pdf. Acesso em: 2 set. 2019.

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