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A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

História da Primeira Guerra Mundial, antecedentes, conflitos econômicos,


concorrência industrial e comercial, Tríplice Aliança e Tríplice Entente, as
trincheiras, participação das mulheres, novas tecnologias, Tratado de
Versalhes, conseqüências, resumo

Avião de combate da Primeira Guerra Mundial


Antecedentes
Vários problemas atingiam as principais nações européias no início do
século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns
países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África,
ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado
de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam
explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande
mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto,
pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra.
Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte
concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa
pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de
interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados
numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou
atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão
e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro.
Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade
muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da
Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O
revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade
para retomar a rica região perdida.

O pan-germanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o


estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos
germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem
germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos.

O início da Grande Guerra


O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando,
príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-
Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de
um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria
na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas
tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914,
declarou guerra à Servia.

Política de Alianças
Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares
desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças
permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por
Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha ( a Itália passou para a outra aliança
em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a
participação de França, Rússia e Reino Unido.

O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha


enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.

Desenvolvimento.
As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os
soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela
conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também
eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização
de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões.
Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas
indústrias bélicas como empregadas.

Fim do conflito
Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância : a entrada
dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente,
pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e
França. Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a
assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de
Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A
Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a
região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia
Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores.
O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início
da Segunda Guerra Mundial.
A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de
feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes
prejuízos econômicos.
Causas da Primeira Guerra Mundial
A partilha da África e Ásia, nacionalismos, concorrência econômica,
corrida armamentista

Soldados numa trincheira durante a Primeira Guerra Mundial

Principais causas (motivos) que provocaram a Primeira Guerra Mundial:

- A partilha das terras da África e Ásia, na segunda metade do século


XIX, gerou muitos desentendimentos entre as nações européias. Enquanto
Inglaterra e França ficaram com grandes territórios com muitos recursos para
explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos territórios de
baixo valor. Este descontentamento ítalo-germânico permaneceu até o começo
do século XX e foi um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam
mais territórios para explorar e aumentar seus recursos.

- No final do século do século XIX e começo do XX, as nações européias


passaram a investir fortemente na fabricação de armamentos. O aumento das
tensões gerava insegurança, fazendo assim que os investimentos militares
aumentassem diante de uma possibilidade de conflito armado na região;

- A concorrência econômica entre os países europeus acirrou a disputa


por mercados consumidores e matérias-primas. Muitas vezes, ações
economicamente desleais eram tomadas por determinados países ou
empresas (com apoio do governo);

- A questão dos nacionalismos também esteve presente na Europa pré-


guerra. Além das rivalidades (exemplo: Alemanha e Inglaterra), havia o pan-
germanismo e o pan-eslavismo. No primeiro caso era o ideal alemão de formar
um grande império, unindo os países de origem germânica. Já o pan-eslavismo
era um sentimento forte existente na Rússia e que envolvia também outros
países de origem eslava.

Principais Consequências da Primeira Guerra Mundial:

- Durante a Primeira Guerra Mundial morreram, aproximadamente, 9


milhões de pessoas (entre civis e militares). O número de feridos, entre civis e
militares, ficou em cerca de 30 milhões.

- Desenvolvimento de vários armamentos de guerra como, por exemplo,


tanques de guerra e aviões.

- Desintegração dos impérios Otomano e Austro-Húngaro.

- Fortalecimento dos Estados Unidos no cenário político e militar


mundial.

- Criação da Liga das Nações, com o objetivo de garantir a paz mundial.

- Assinatura do Tratado de Versalhes que impôs uma série de


penalidades a derrotada Alemanha.

- Geração de crise econômica na Europa, em função da devastação


causada pela Grande Guerra e também dos elevadíssimos gastos militares.

- Fortalecimento e desenvolvimento da industrialização brasileira.

- Surgimento do sentimento de revanchismo na Alemanha, em função


das duras penalidades impostas pelo Tratado de Versalhes.
Participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) envolveu a participação de


muitos países e o Brasil não ficou de fora deste contexto.

Nos três primeiros anos da guerra, o Brasil permaneceu neutro. Porém,


em 5 de abril de 1917, um submarino alemão atacou um navio brasileiro (vapor
Paraná da Marinha Mercante) carregado de café. Neste ataque, próximo ao
litoral francês, três brasileiros foram mortos. Em 20 de maio, outro navio
brasileiro, agora o Tijuca, navegando em águas francesas, foi torpedeado por
um submarino alemão. Estes fatos foram o estopim para a entrada do Brasil no
conflito.

O Brasil declarou guerra aos países da Tríplice Aliança (Alemanha e


Império Austro-Húngaro) em 1 de junho de1917. Porém, o Brasil não enviou
soldados para os campos de batalha na Europa. Desta forma, nenhum militar
brasileiro foi morto durante o conflito armado mundial.

O Brasil participou enviando medicamentos e equipes de assistência


médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente (Reino Unido, França, Rússia
e Estados Unidos)..Também participou realizando missões de patrulhamento
no Oceano Atlântico, utilizando embarcações militares.

Os benefícios da Primeira Guerra para a economia brasileira

Durante os quatro anos da Primeira Guerra, os países europeus


envolvidos no conflito voltaram a produção de suas indústrias para a fabricação
de armamentos e equipamentos para os soldados. Desta forma, O Brasil ficou
sem opções para importar produtos manufaturados da Europa. Ricos
cafeicultores brasileiros, aproveitaram o momento e investiram capital
acumulado nas indústrias, favorecendo assim a industrialização do Brasil.

O Brasil também lucrou muito exportando matérias-primas para os


países em guerra como, por exemplo e principalmente, a borracha. Também
exportou muitos produtos agrícolas (café, cacau e açúcar).

O que foi o Tratado de Versalhes

Assinado em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi um acordo


de paz assinado pelos países europeus, após o final da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918). Neste Tratado, a Alemanha assumiu a responsabilidade
pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências
políticas, econômicas e militares. Estas exigências foram impostas à Alemanha
pelas nações vencedoras da Primeira Guerra, principalmente Inglaterra e
França. Em 10 de janeiro de 1920, a recém criada Liga das Nações (futura
ONU) ratificou o Tratado de Versalhes.

Algumas exigências impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes:


- reconhecimento da independência da Áustria;
- devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França;
- devolução à Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental;
- as cidades alemãs de Malmedy e Eupen passariam para o controle da
Bélgica;
- a província do Sarre passaria para o controle da Liga das Nações por
15 anos;
- a região da Sonderjutlândia deveria ser devolvida à Dinamarca
- pagamento aos países vencedores, principalmente França e Inglaterra,
uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. Este valor foi
estabelecido em 269 bilhões de marcos.
- proibição de funcionamento da aeronáutica alemã (Luftwaffe)
- a Alemanha deveria ter seu exército reduzido para, no máximo, cem mil
soldados;
- proibição da fabricação de tanques e armamentos pesados;
- redução da marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de
guerra e seis cruzadores;

Consequências

As fortes imposições do Tratado de Versalhes à Alemanha, fez nascer


neste país um sentimento de revanchismo e revolta entre a população. A
indenização absurda enterrou de vez a economia alemã, já abalada pela
guerra. As décadas de 1920 e 1930 foram marcadas por forte crise moral e
econômica na Alemanha (inflação, desemprego, desvalorização do marco).
Terreno fértil para o surgimento e crescimento do nazismo que levaria a
Alemanha para um outro conflito armado, a Segunda Guerra Mundial.

Livros sobre a Primeira Guerra Mundial


Primeira Guerra Mundial
   Autor: Willmott, H. P.
   Editora: Nova Fronteira
Tudo o que Você Deve Saber Sobre a Primeira Guerra Mundial
   Autor: Hernandez , Jesus
   Editora: Madras
O Maior Dia da História - Como a Primeira Guerra Mundial
Realmente Terminou
   Autor: Best, Nicholas
   Editora: Paz e Terra
A Primeira Guerra Mundial - Coleção História Mundial em
Quadrinhos
   Autor: Diniz, André
   Editora: Escala Educacional
A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira
   Autor: Garambone, Sidney
   Editora: Mauad
História Ilustrada da Primeira Guerra Mundial
   Autor: Keegan, John
   Editora: Ediouro
História Universal 18 - A Caminho da Primeira Guerra Mundial
   Autor: Grimberg, Carl
   Editora: Europa Editora
A Primeira Guerra Mundial
   Autor: Jayme Brener
   Editora: Ática
A Primeira Grande Guerra :  o confronto de imperialismos
   Autor: Janotti, Maria de Lourdes Monaco
   Editora: Atual
A grande guerra de 1914 :  uma guerra para acabar com todas as
guerras
   Autor: Marques, Adhemar Martins
   Editora: Lê
A Grande Guerra - 1914-1918
   Autor: Ferro, Marc
   Editora: Edições 70 - Brasil
Imperialismo e I Guerra Mundial (Coleção Ensaios)
   Autor: Schilling, Voltaire
   Editora: Movimento

HISTÓRIA DA 2ª GUERRA MUNDIAL Segunda Guerra Mundial


- História da 2ª Guerra Mundial MUNDO ANTIGO

2ª GUERRA MUNDIAL
Antecedentes da Segunda Guerra Mundial - Pearl Harbor - Nazismo e
Fascismo
Ofensiva de Hitler - kamikases - Dia D - Bomba Atômica de Hiroshima e
Nagazaki - Eixo e Aliados -
Batalhas da Segunda Guerra Mundial - Criação da ONU - Participação
do Brasil na Segunda Guerra

Resumo: A Segunda Guerra Mundial foi um conflito armado, ocorrido


entre os anos de 1939 e 1945. As forças do Eixo (Alemanha, Japão e Itália)
enfrentaram os Aliados (Inglaterra, França, EUA, União Soviética entre outros).
Com uma idéia expansionista, Hitler começou o conflito ao invadir a Polônia em
1939. Era só o início de uma guerra que mataria milhões de pessoa e arrasaria
cidades, indústrias e campos. O Brasil também participou do conflito, enviado
tropas para Monte Castelo, onde os pracinhas da FEB (Força Expedicionária
Brasileira) enfrentaram de forma vitoriosa os soldados italianos e alemães. A
Guerra terminou com a derrota da Alemanha em 1945 e com as bombas
atômicas lançadas pelos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki.

Causas da Segunda Guerra Mundial  


- Projetos militares: Alemanha, Itália e Japão (Eixo) com intenções
expansionistas
- Desrespeito ao Tratado de Versalhes por parte da Alemanha (produção de
armamentos, aumento do exército)
- 1939: Alemanha invade a Polônia: Inglaterra e França declaram guerra à
Alemanha 
Segunda Guerra Mundial (1939-1945)  
- EIXO (Alemanha, Itália e Japão) x  ALIADOS (Inglaterra, URSS, França e
EUA)
- Eixo liderado por Hitler
- Hitler persegue, prende em campos de concentração e ordena o assassinato
de aproximadamente 5 milhões de judeus ( Holocausto).
- Brasil entra na guerra ao lado dos Aliados: FEB ( força expedicionária
Brasileira) envia os pracinhas para lutar em Monte Cassino na Itália (vitórias
brasileiras)
-1939 a 1941 : vitórias do Eixo  
- Ofensiva japonesa: ataque a Pearl Harbor em 1941 e entrada dos EUA na
guerra
- 1941 a 1945: reação dos Aliados
- O Dia D : ataque dos aliados na Normandia
- 1945: Alemanha assina a rendição e suicídio de Hitler
-1945: EUA jogam bombas Atômicas no Japão (Hiroshima e Nagasaki)
Introdução : As causas da Segunda Guerra Mundial
Um conflito desta magnitude não começa sem importantes causas ou
motivos. Podemos dizer que vários fatores influenciaram o início deste conflito
que se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.
Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na década de 1930,
na Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e
expansionistas. Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que
pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes, 
inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Guerra. Na Itália
estava crescendo o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que se
tornou o Duce da Itália, com poderes sem limites.
Tanto a Itália quanto a Alemanha passavam por uma grave crise
econômica no início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem
emprego. Uma das soluções tomadas pelos governos fascistas destes países
foi a industrialização, principalmente na criação de indústrias de armamentos e
equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios, tanques etc).
Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus
domínios para territórios vizinhos e ilhas da região. Estes três países, com
objetivos expansionistas, uniram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes
características militares e com planos de conquistas elaborados em comum
acordo.
O Início
O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exército alemão
invadiu a Polônia. De imediato, a França e a Inglaterra declararam guerra à
Alemanha. De acordo com a política de alianças militares existentes na época,
formaram-se dois grupos : Aliados (liderados por Inglaterra, URSS, França e
Estados Unidos) e Eixo (Alemanha, Itália e Japão ).
Desenvolvimento e Fatos Históricos Importantes:
- O período de 1939 a 1941 foi marcado por vitórias do Eixo, lideradas
pelas forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França,
Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O Japão
anexou a Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e territórios da
Líbia.
- Em 1941 o Japão ataca a base militar norte-americana de Pearl Harbor
no Oceano Pacífico (Havaí). Após este fato, considerado uma traição pelos
norte-americanos, os estados Unidos entraram no conflito ao lado das forças
aliadas.
- De 1941 a 1945 ocorreram as derrotas do Eixo, iniciadas com as
perdas sofridas pelos alemães no rigoroso inverno russo. Neste período, ocorre
uma regressão das forças do Eixo que sofrem derrotas seguidas. Com a
entrada dos EUA, os aliados ganharam força nas frentes de batalhas. 
- O Brasil participa diretamente, enviando para a Itália (região de Monte
Cassino) os pracinhas da FEB, Força Expedicionária Brasileira. Os cerca de 25
mil soldados brasileiros conquistam a região, somando uma importante vitória
ao lado dos Aliados.
Final e Consequências
Este importante e triste conflito terminou somente no ano de 1945 com a
rendição da Alemanha e Itália. O Japão, último país a assinar o tratado de
rendição, ainda sofreu um forte ataque dos Estados Unidos, que despejou
bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. Uma ação
desnecessária que provocou a morte de milhares de cidadãos japoneses
inocentes, deixando um rastro de destruição nestas cidades.

Bomba Atômica explode na cidade japonesa de


Hiroshima
Os prejuízos foram enormes, principalmente para os países derrotados.
Foram milhões de mortos e feridos, cidades destruídas, indústrias e zonas
rurais arrasadas e dívidas incalculáveis. O racismo esteve presente e deixou
uma ferida grave, principalmente na Alemanha, onde os nazistas mandaram
para campos de concentração e mataram aproximadamente seis milhões de
judeus.
Com o final do conflito, em 1945, foi criada a ONU ( Organização das
Nações Unidas ), cujo objetivo principal seria a manutenção da paz entre as
nações. Inicia-se também um período conhecido como Guerra Fria, colocando
agora, em lados opostos, Estados Unidos e União Soviética. Uma disputa
geopolítica entre o capitalismo norte-americano e o socialismo soviético, onde
ambos países buscavam ampliar suas áreas de influência sem entrar em
conflitos armados.

Cronologia da Segunda Guerra Mundial


1939 
1 setembro - tropas da Alemanha invadem a Polônia. Começa
oficialmente a Segunda Guerra Mundial.
2 de setembro - Alemanha anexa a cidade livre de Danzig.
3 de setembro - França e Inglaterra declaram guerra à Alemanha.
10 de setembro - começa a Batalha do Atlântico.
17 de setembro - União Soviética invade a Polônia.
27 de setembro - a Polônia se rende aos alemães.
30 de novembro- a União Soviética ataca a Finlândia.
1940
18 de janeiro - Dinamarca, Suécia e Noruega declaram neutralidade.
9 de abril - Alemanha coloca em prática o plano de invadir a Noruega e a
Dinamarca.
10 de maio - Alemanha invade a Bélgica, Holanda, Luxemburgo e norte
da França.
16 de maio - a Alemanha começa a bombardear o sul da Inglaterra.
3 de junho - aviões da Alemanha bombardeiam a cidade de Paris.
10 de junho - Itália declara guerra aos aliados.
14 de junho - Paris é tomada pelos alemães.
8 de agosto - os alemães começam a atacar a cidade de Londres.
25 de agosto - a aviação inglesa bombardeia a cidade de Berlim.
28 de agosto - aviação alemã começa os bombardeios noturnos a várias
cidades inglesas.
13 de setembro - começam as incursões militares italianas no norte da
África.
22 de setembro - Japão invade a Indochina Francesa.
27 de setembro - Alemanha, Itália e Japão firmam o tratado conhecido
como Eixo Roma-Berlim-Tóquio.
1941
 2 de março - tropas da Alemanha entram em território da Bulgária.
13 de abril - União Soviética e Japão assinam o Pacto de Neutralidade.
16 de junho - Estados Unidos ordenam o fechamento de todos os
consulados alemães no país.
22 de junho - Alemanha ataca a União Soviética.
7 de dezembro - o Japão ataca a base norte-americana de Pearl Harbor.
8 de dezembro - os Estados Unidos declaram guerra ao Império
Japonês.
11 de dezembro - Alemanha e Itália declaram guerra aos Estados
Unidos.
1942
13 de setembro - tem início a Batalha de Stalingrado.
10 de novembro - a França de Vichy é ocupada pelos alemães.
24 de novembro - tropas alemãs são cercadas em Stalingrado.
1943
10 de julho - tropas aliadas desembarcam na Sicília.
28 de novembro - Conferência de Teerã, onde se encontram Churchill,
Roosevelt e Stálin.
1944
17 de janeiro - começa a Batalha de Monte Cassino na Itália com
participação de soldados brasileiros do lado dos aliados.
4 de junho - os aliados entram em Roma.
6 de junho - Dia D, os aliados desembarcam na Normandia.
1945
17 de janeiro - Varsóvia é ocupada pelas tropas da União Soviética.
27 de janeiro - o exército vermelho libertam os prisioneiros do campo de
concentração de Auschwitz.
4 de fevereiro - começa a Conferência de Yalta.
30 de abril - Hitler se suicida em Berlim.
2 de maio - Berlim é ocupada pelo exército soviético.
6 de agosto - os Estados Unidos lançam bomba atômica sobre a cidade
japonesa de Hiroshima. 
2 de setembro - assinatura da rendição do Japão e fim da Segunda
Guerra Mundial.
História do Dia D
O Dia D, 6 de junho de 1944, foi a data em que ocorreu o desembarque
das tropas aliadas na Normandia (noroeste da França). Este dia é considerado
por muitos historiadores como o mais importante da Segunda Guerra Mundial.
Foi decisivo na vitória dos aliados contra o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). O
nome oficial deste plano militar era Operação Overlord.
A região era dominada pelos alemães na chamada Muralha do Atlântico.
Os aliados, desembarcaram com mais de 300 mil homens e milhares de
armamentos. Os aliados usaram senhas e informações falsas sobre o
desembarque, estratégia importante para confundir as tropas alemãs.
Após duras batalhas, a operação Overlord funcionou e os aliados
venceram. Esta vitória foi crucial para o avanço dos aliados rumo a vitória
sobre a Alemanha em 1945.
Os soldados das tropas aliadas, que participaram da invasão da
Normândia durante no Dia D eram dos seguintes países: Estados Unidos,
Reino Unido, Canadá, França (parte livre), Polônia, Austrália, Bélgica, Nova
Zelândia, Holanda e Noruega. 

História do Fascismo
Introdução 

Entre as décadas de 1920 e 1940, surgiu e desenvolveu-se, em alguns países


da Europa, o fascismo. Era um sistema político, econômico e social que
ganhou força após a Primeira Guerra Mundial, principalmente nos países em
crise econômica (Itália e Alemanha). Na Itália, o fascismo foi representado pelo
líder italiano Benito Mussolini. Na Alemanha, Adolf Hitler foi o símbolo do
fascismo, que neste país ganhou o nome de nazismo. 
Este sistema terminou com a derrota do Eixo (Alemanha, Itália e Japão)
na Segunda Guerra Mundial (1939-45). 

Principais características e idéias do fascismo:

- Totalitarismo: o sistema fascista era antidemocrático e concentrava poderes


totais nas mãos do líder de governo. Este líder podia tomar qualquer tipo de
decisão ou decretar leis sem consultar políticos ou representantes da
sociedade. 

- Nacionalismo: entre os fascistas era a ideologia baseada na idéia de que só


o que é do país tem valor. Valorização extrema da cultura do próprio país em
detrimento das outras, que são consideradas inferiores.

- Militarismo: altos investimentos na produção de armas e equipamentos de


guerra. Fortalecimento das forças armadas como forma de ganhar poder entre
as outras nações. Objetivo de expansão territorial através de guerras.
- Culto à força física: Nos países fascistas, desde jovens os jovens eram
treinados e preparados fisicamente para uma possível guerra. O objetivo do
estado fascista era preparar soldados fortes e saudáveis.

- Censura: Hitler e Mussolini usaram este dispositivo para coibir qualquer tipo
de crítica aos seus governos. Nenhuma notícia ou idéia, contrária ao sistema,
poderia ser veiculadas em jornais, revistas, rádio ou cinema. Aqueles que
arriscavam criticar o governo eram presos e até condenados a morte.

- Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios de comunicação (rádios,


cinema, revistas e jornais) para divulgarem suas ideologias. Os discursos de
Hitler eram constantemente transmitidos pelas rádios ao povo alemão. Desfiles
militares eram realizados para mostrar o poder bélico do governo.

- Violência contra as minorias: na Alemanha, por exemplo, os nazistas


perseguiram, enviaram para campos de concentração e mataram milhões de
judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo deficientes físicos.
- Anti-socialismo: os fascistas eram totalmente contrários ao sistema
socialista. Defendiam amplamente o capitalismo, tanto que obtiveram apoio
político e financeiro de banqueiros, ricos comerciantes e industriais alemães e
italianos.

Curiosidade: 
- Embora Itália e Alemanha tenham sido os exemplos mais nítidos de
funcionamento do sistema fascista, em Portugal (governo de Salazar) e
Espanha (governo de Francisco Franco), neste período, características
fascistas se fizeram presentes. 
O fascismo na atualidade:
Embora tenha entrado em crise após a Segunda Guerra Mundial, alguns
aspectos da ideologia fascista ainda estão presentes em alguns grupos e
partidos políticos. Na Europa, por exemplo, existem partidos políticos que
defendem plataformas baseadas na xenofobia (aversão a estrangeiros).

Totalitarismo

Definição
Totalitarismo é um sistema de governo em que todos os poderes ficam
concentrados nas mãos do governante. Desta forma, no regime totalitário não
há espaço para a prática da democracia, nem mesmo a garantia aos direitos
individuais.

No regime totalitário, o líder decreta leis e toma decisões políticas e


econômicas de acordo com suas vontades. Embora possa haver sistema
judiciário e legislativo em países de sistema totalitário, eles acabam ficam às
margens do poder.

Outras características dos regimes totalitários:

- Uso excessivo de força militar como forma de reprimir qualquer tipo de


oposição ao governo;
- Falta de eleições ou, quando ocorrem, são manipuladas;
- Censura e controle dos meios de comunicação (revistas, jornais, rádio);
- Propaganda governamental como forma de exaltar a figura do líder.

Como exemplos de totalitarismo, podemos citar os regimes fascistas que


vigoraram em alguns países da Europa (Itália, Alemanha, Espanha e Portugal)
durante as décadas de 1930 a 1940. 

Ideologia
Definição

Ideologia é um conjunto de idéias ou pensamentos de uma pessoa ou de um


grupo de indivíduos. A ideologia pode estar ligada a ações políticas,
econômicas e sociais.

O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo filósofo Antoine Destutt de
Tracy. 

O conceito de ideologia foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx,
que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados
pela classe social dominante. De acordo com Marx, a ideologia da classe
dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade.

No século XX, varias ideologias se destacaram:

- Ideologia fascista: implantada na Itália e Alemanha, principalmente, nas


décadas de 1930 e 1940. Possuía um caráter autoritário, expansionista e
militarista.
- Ideologia comunista: implantada na Rússia e outros países (principalmente do
leste europeu), após a Revolução Russa (1917). Visava a implantação de um
sistema de igualdade social.
- Ideologia democrática: surgiu em Atenas, na Grécia Antiga, e possui como
ideal a participação dos cidadãos na vida política.
- Ideologia capitalista: surgiu na Europa durante o Renascimento Comercial e
Urbano (século XV). Ligada ao desenvolvimento da burguesia, visa o lucro e o
acumulo de riquezas.
- Ideologia conservadora: idéias ligadas à manutenção dos valores morais e
sociais da sociedade.
- Ideologia anarquista: defende a liberdade e a eliminação do estado e das
formas de controle de poder.
- Ideologia nacionalista: exaltação e valorização da cultura do próprio país.

Livros sobre o Fascismo


Mussolini e a Ascensão do Fascismo
   Autor: Sassoon, Donald
   Editora: Agir
A Anatomia do Fascismo
   Autor: Paxton, Roberto Owen
   Editora: Paz e Terra
A Segunda Grande Guerra - Do Nazi - Fascismo À Guerra Fria
   Autor: Arnaut, Luiz
   Editora: Atual
Do Fascismo À Democracia - Os Regimes , as Ideologias , os
Personagens e as Culturas Políticas
   Autor: Bobbio, Norberto
   Editora: Elsevier - Campus
Fascismo de Esquerda - A História Secreta do Esquerdismo
Americano
   Autor: Goldberg, Jonah
   Editora: Record
Fascismo Nazismo Integralismo
   Autor: Bertonha, Joao Fabio
   Editora: Ática
Psicologia de Massas do Fascismo
   Autor: Reich, Wilhelm
   Editora: Martins Editora
As Origens do Fascismo - Coleção Khronos
   Autor: Paris, Robert
   Editora: Perspectiva
Fascismos - Conceitos e Experiência
   Autor: Parada, Maurício
   Editora: Mauad
Ideologias Políticas 1 - Do Liberalismo ao Fascismo
   Autor: Heywood, Andrew
   Editora: Ática
O Fascismo no Direito do Trabalho Brasileiro
   Autor: Romita, Ariom Sayao
   Editora: LTR
O Nazi - Fascismo na América Latina - Mito e Realidade - Coleção
Síntese Universitária
   Autor: Trindade, Helgio
   Editora: UFRGS
Tecnologia Guerra e Fascismo
   Autor: Marcuse, Herbert
   Editora: UNESP

Introdução

O período Entre Guerras é uma fase da História do século XX que vai do


final da Primeira Guerra Mundial até o início da Segunda Guerra Mundial, ou
seja, entre 1918 a 1939. Este período é marcado por vários acontecimentos
mundiais de extrema importância para entendermos a História mundial dos
anos seguintes.

Os fatos históricos mais importantes deste período:

Tratado de Versalhes (1919) – impôs várias sanções e restrições à


Alemanha, tais como: perda de colônias na África, entrega da região da Alsácia
Lorena à França, limitação do exército alemão, pagamento de indenização
pelas perdas provocadas aos aliados.

Fascismo na Itália – os fascistas ganham força na Itália sob a liderança


de Benito Mussolini. Em 1922 ocorre a Marcha sobre Roma e os fascistas
assumem o poder na Itália.

Em 1929 é assinado o Tratado de Latrão na Itália. Neste documento o


papa Pio XI reconhece a Itália como país e Mussolini concede ao Vaticano a
soberania como Estado Independente.

Em 1929 ocorre a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque e a crise


econômica afeta a economia de vários países do mundo todo, inclusive a
brasileira.

Nas eleições parlamentares alemãs de 1930, o Partido Nacional


Socialista (nazista) torna-se o partido com maior representação no Parlamento
Alemão. Em 1933, Adolf Hitler torna-se chanceler da Alemanha e começa a
implantar o regime nazista na Alemanha e, futuramente nos países ocupados.

Em 1933, entra em vigor o “New Deal”, plano econômico criado pelo


governo Roosevelt para tirar a economia norte americana da recessão.

Em 1936 tem início a Guerra Civil Espanhola. No ano seguinte, aviões


alemães bombardeiam a cidade espanhola de Guernica. Era o apoio de Hitler
aos franquistas contra os republicanos.

Em 1938, a Alemanha anexa a Áustria. No ano seguinte, a Polônia é


invadida pela Alemanha. França e Inglaterra declaram guerra à Alemanha.
Começa a Segunda Guerra Mundial.

Principais causas da Segunda Guerra Mundial


- Podemos considerar que a principal causa que originou a Segunda
Guerra Mundial (1935-1945) foi a ideia de Hitler de expandir os domínios
territoriais da Alemanha e ampliar, desta forma, a obtenção de poder e
recursos materiais (principalmente matérias-primas). Estes objetivos seriam
conquistados, de acordo com as intenções nazistas, através da guerra. Estes
objetivos militaristas e expansionistas também se faziam presentes, no final da
década de 1930, na Itália fascista de Mussolini e no Japão. 
- Como sabemos somente ideias de governos não são suficientes para
causar uma guerra, ainda mais uma de grandes proporções como foi a
Segunda Guerra Mundial. Em 1 de setembro de 1939, Hitler coloca em prática
seu plano e invade a Polônia. Inglaterra e França declaram guerra contra
Alemanha, dando início ao maior conflito bélico de todos os tempos.
- Forte militarização da Alemanha e da Itália durante a década de 1930.
O forte investimento na indústria bélica tinha como objetivo diminuir a alto nível
de desemprego, mas também colocar em prática os ideais expansionistas nazi-
fascistas. O Japão também investiu na área militar, pois pretendia conquistar
território na Ásia, através da guerra.
- O sentimento revanchista na Alemanha nazista com relação a derrota
na Primeira Guerra Mundial. Hitler pretendia desrespeitar o Tratado de
Versalhes e reconquistar território perdidos na Primeira Guerra.

Livros sobre a Segunda Guerra Mundial

Segunda Guerra Mundial


   Autor: Willmott, H. P.; Cross, Robin; Messenger, Charles
   Editora: Nova Fronteira

Winston S. Churchill - Memórias da Segunda Guerra


Mundial - Volume 1 e Volume 2
   Autor: Churchill, Winston S
   Editora: Nova Fronteira

Enigmas e Mistérios da Segunda Guerra Mundial


   Autor: Hernández, Jesús
   Editora: Madras

O Duelo - Churchill X Hitler - 80 Dias Cruciais para a


Segunda Guerra Mundial
   Autor: Lukacs, John
   Editora: Jorge Zahar

Atlas da Segunda Guerra Mundial - Todos os Lados em


Combate
   Autor: Wiest, Andrew; Jordan, David
   Editora: Larousse Brasil

A Segunda Guerra Mundial - Que História É Esta ?


   Autor: Bertonha, Joao Fabio
   Editora: Saraiva

A Segunda Guerra Mundial - O Planeta em Chama


   Autor: Brener, Jayme
   Editora: Ática

O Brasil e a Segunda Guerra Mundial


   Autor: Alves, Vágner Camilo
   Editora: PUC-Rio

Os Brasileiros e a Segunda Guerra Mundial - Coleção


Descobrindo o Brasil
   Autor: Ferraz, Francisco César
   Editora: Jorge Zahar

A Segunda Guerra Mundial


   Autor: Chiaretti, Marco
   Editora: Ática
A Segunda Guerra Mundial - Coleção Discutindo a História
   Autor: Pedro, Antonio
   Editora: Atual

Antes da Tormenta - Origens da Segunda Guerra Mundial


(1918-1939)
   Autor: Salinas, Samuel Sergio
   Editora: Unicamp

História da Segunda Guerra Mundial


   Autor: Parker, R.C.A.
   Editora: Edições 70

Segunda Guerra Mundial - Em Balancç Histórico - Série


Eventos
   Autor: Coggiola, Osvaldo
   Editora: Xama

A Loucura de Stalin - Os Trágicos Dez Dias Iniciais da


Segunda Guerra Mundial no Front Oriental
   Autor: Pleshakov, Constantine
   Editora: Difel

Stálin , os Nazistas e o Ocidente - A Segunda Guerra


Mundial Entre Quatro Paredes
   Autor: Rees, Laurence
   Editora: Larousse Brasil

A Segunda Guerra Mundial - Histórias e estratégias


   Autor: Masson, Philippe / Correa, Angela
   Editora: Contexto

História da Segunda Guerra Mundial


   Autor: Jordan, David / Souza, Ricardo
   Editora: M. Books

Os Antecedentes da Segunda Guerra Mundial

O século XX começou com a esperança de novos tempos, após uma séria


crise financeira na Europa o capitalismo dava sinais de franca recuperação,
levando muitos a acreditar que o mundo vivia a “Bela Época”. Esse momento
de ouro do capitalismo e de grande efervescência cultural na Europa , escondia
uma corrida armamentista entre os impérios coloniais , a disputa acirrada por
mercado consumidor , levou o velho continente a Primeira Guerra Mundial
(1914-1918) , a chamada “Grande Guerra” , na visão de Estadistas foi
necessária para por fim a todas as possíveis futuras guerras.A lógica de travar
uma guerra , para acabar com as desavenças entre as nações imperialistas se
demonstrou um grave erro,anos depois a humanidade estaria exposta a um
conflito infinitamente mais trágico e destruidor.
O tratado de Versalhes, documento que sacramentou o fim da Primeira guerra
mundial, impôs pesadas medidas para com a Alemanha derrotada, o texto foi
marcado pelo revanchismo Francês que se utilizou das cláusulas do tratado
com vistas a acabar definitivamente com o rival histórico. A Alemanha foi
considerada a única responsável pela guerra , portanto teve que arcar com
pesadas indenizações , perdeu áreas territoriais na Europa e nas suas colônias
Africanas.
O Tratado de Versalhes não perdoou sequer o exército Alemão, motivos de
orgulho em outrora, os efetivos foram reduzidos a meros 100 mil soldados, as
armas pesadas de infantaria foram confiscadas ou destruídas, em suma
podemos dizer que toda estrutura militar alemã foi desarticulada. As
humilhações impostas a Alemanha ajudou a manter o orgulho germânico ainda
mais aflorado nos anos pós guerra , alguns historiadores apontam as pesadas
sanções a Alemanha como o estopim da segunda guerra mundial , o
documento abriu feridas que não cicatrizaram a tempo de evitar que as
palavras eloqüentes de um mero da Cabo desemboca – se,em uma nova
guerra.
As ascensões do Fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha estão
diretamente ligados ao cenário de crise econômica e social do pós primeira
guerra, Mussolini e Hitler souberam explorar de forma hábil, os elevados
índices de desemprego e a paranóia comunista que se instaurou em ambos os
países como forma de superar a crise, serviram de plataforma de ascensão
política de ambos que contaram com o amplo apoio da burguesia que esperava
a contenção da onda vermelha que tomava conta da Europa.
O discurso radical e nacionalista ganhou as mentes daqueles que esperavam
os vingadores da humilhação sofrida na guerra, Mussolini e Hitler, conseguiram
apoio popular para projetos imperialistas muito em razão do cenário de crise
econômica que ganha força em 1929 com a queda da bolsa de valores de
Nova York. Se a crise atingiu em cheio as democracias liberais que saíram
vitoriosas da primeira guerra , tente imaginar o que ela causou em países
fragilizados e que tentavam se recuperar dos prejuízos do primeiro conflito
mundial.
O Nazifascismo crescia a passos largos e ganhava simpatizantes pela Europa,
o cheiro de uma nova guerra estava no ar e o ensaio foi à chamada guerra civil
Espanhola (1936-1939), o conflito opôs franquistas/fascistas e
socialistas/republicanos, Hitler enviou sua recém criada força aérea para ajudar
Francisco Franco. O episódio mais emblemático dessa guerra foi o bombardeio
a cidade Basca de Guernica matando milhares de civis inocentes , as armas de
Hitler haviam passado no teste .
Enquanto Hitler dava claros sinais de que o tratado de Versalhes não servia
para mais nada e que desde a sua ascensão ao poder ele claramente rompia
com as cláusulas, transformando a Alemanha numa máquina de guerra, seus
vizinhos de continente nada faziam para barrar seus avanços em uma política
apaziguadora que se demonstrou catastrófica. Inglaterra e França não fizeram
nada para deter as aspirações de Hitler , acreditaram em suas boas intenções
de não mais invadir países da Europa, na conferência de Munique
intermediada por Mussolini,o líder nazista deu sua palavra que não causaria
uma nova guerra .A inércia e a inocência de Ingleses e franceses deram o
tempo necessário para Hitler se preparar melhor e por em ação a sua “Guerra
Relâmpago” , que tomaria de assalto grande parte da Europa no início da
Guerra.
O passo final no plano de dar início a uma guerra foi à assinatura de um tratado
de Não-agressão entre a Alemanha Nazista de Hitler e a União soviética de
Stalin no dia 23 de agosto de 1939, o acordo ainda previa a divisão da Polônia
entre ambas as nações. Com tal acordo Hitler pretendia manter a URSS longe
da guerra que ele pretendia começar no ocidente , evitando assim duas frentes
de combate.Na verdade sua real intenção era vencer a guerra contra seus
rivais ocidentais (Inglaterra e França) para posteriormente se voltar para uma
invasão do território soviético .
No dia 1 de setembro de 1939, as divisões Panzer dão início à invasão da
Polônia, que mesmo resistindo bravamente não foi capaz de deter o ímpeto
das divisões mecanizadas dos nazistas. Com a recusa de Hitler em acatar o
ultimato Francês de desocupar a Polônia temos o estopim da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) , conflito que matou mais de 50 milhões de pessoas.

A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas


das disputas por áreas coloniais. Dos vários fatores que desencadearam o
conflito destacaram-se o revanchismo francês, a Questão Alsácia-Lorena e a
Questão Balcânica. A Alemanha, após a unificação política, passou a
reivindicar áreas coloniais e a contestar a hegemonia internacional inglesa,
favorecendo a formação de blocos antagônicos. Constituíram-se, assim, a
Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e a Tríplice Entente
(Inglaterra, Rússia e França).Os blocos rivalizavam-se política e militarmente,
até que em 1914, surgiu o motivo da eclosão da Guerra: o assassinato do
herdeiro do trono Áustro-Húngaro (Francisco Ferdinando), em Sarajevo
(Bósnia). À declaração de guerra da Áustria à Sérvia seguiram-se outras,
formando-se as Tríplices Aliança e Entente.O conflito iniciou-se como uma
guerra de movimento para depois transformar-se em uma guerra de trincheiras.
Em 1917, os EUA entraram na guerra ao lado da Tríplice Entente, no mesmo
ano em que a Rússia, por causa da Revolução Bolchevique, retirava-se. Os
reforços dos EUA foram suficientes para acelerar o esgotamento do bloco
Alemão, sendo que em 1918, a Alemanha assinou sua rendição. No ano
seguinte foi assinado o Tratado de Versalhes, que estabeleceu sanções aos
alemães e a criação de um organismo que deveria zelar pela paz mundial.
Esse tratado, conforme os 14 pontos propostos pelo presidente Wilson (EUA),
determinou punições humilhantes aos alemães, semeando o revanchismo que
desencadearia, depois, a Segunda Guerra Mundial. A Primeira Guerra,
provocou uma alteração profunda na ordem mundial: os EUA surgiram como
principal potência econômica mundial, houve o surgimento de novas nações,
devido ao desmembramento do Império Áustro-Húngaro e Turco e surgiu um
regime de inspiração marxista na Rússia.

Rivalidades e Tensões Internacionais

As ambições imperialistas das grandes potências européias podem ser


mencionadas entre os principais fatoras responsáveis pelo clima internacional
de tensão e de rivalidade que marcou o início do século XX.

Essas ambições imperialistas manifestaram-se através dos seguintes


fatores:

Concorrência econômica

As grandes potências industrializadas buscavam por todos os meios dificultar a


expansão econômica do país concorrente. Essa concorrência econômica
tornou-se particularmente intensa entre Inglaterra e Alemanha, que depois da
unificação política entrou num período de rápido desenvolvimento industrial.

Disputa colonial

A concorrência econômica entre as nações industrializadas teve como


importante conseqüência a disputa por colônias na África e na Ásia. O domínio
de colônias era a solução do capitalismo monopolista para os problemas de
excedentes de produção e de controle das fontes fornecedoras de matérias-
primas.

Além desses problemas meramente econômicos, a Europa possuía focos de


conflito que transpareciam no plano político. Em diversas regiões, surgiam
movimentos nacionalistas que apresentavam o objetivo de agrupar sob um
mesmo Estado povos considerados de mesmas raízes culturais. Todos esses
movimentos políticos também estavam vinculados a interesses econômicos.

Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na


Europa, podemos destacar:

O Pan-eslavismo

Liderado pela Rússia, pregava a união de todos os povos eslavos da Europa


Oriental, principalmente aqueles que se encontravam dentro do Império Austro-
Húngaro.

O Pan-germanismo

Liderado pela Alemanha, pregava a completa anexação de todos os povos


germânicos da Europa Central.
Revanchismo francês

Com a derrota da França na guerra contra a Alemanha, em 1870, os franceses


foram obrigados a ceder aos alemães os territórios da Alsácia-Lorena, cuja
região era rica em minérios de ferro e em carvão. A partir dessa guerra,
desenvolveu-se na França um movimento de cunho nacionalista-revanchista,
que visava desforrar a derrota sofrida contra a Alemanha e recuperar os
territórios perdidos.

Nesse contexto de disputas entre as potências européias, podemos destacar


duas grandes crises, que provocariam a guerra mundial:

A crise do Marrocos: Entre 1905 e 1911, França e Alemanha quase chegaram


à guerra, por causa da disputa da região do Marrocos, no norte da África. Em
1906, foi convocada uma conferência internacional, na cidade espanhola de
Algeciras, com o objetivo resolver as disputas entre franceses e alemães. Essa
conferência deliberou que a França teria supremacia sobre o Marrocos,
enquanto à Alemanha caberia uma pequena faixa de terras no sudoeste
africano. A Alemanha não se conformou com a decisão desfavorável, e em
1911surgira novos conflitos com a França pela disputa da África. Para evitar a
guerra, a França concedeu à Alemanha uma considerável parte do Congo
francês.

A crise balcânica: No continente europeu, um dos principais focos de atrito


entre as potências era a Península Balcânica , onde se chocavam o
nacionalismo da Sérvia e o expansionismo da Áustria. Em 1908, a Áustria
anexou a região da Bósnia-Herzegovina, ferindo os interesses da Sérvia, que
pretendia incorporar aquelas regiões habitadas por eslavos e criar a Grande
Sérvia.

Os movimentos nacionalistas da Sérvia passaram a reagir violentamente contra


a anexação austríaca da Bósnia-Herzegovina. Foi um incidente ligado ao
movimento nacionalista da Sérvia que serviu de estopim para a guerra mundial.

A Política de Alianças e o Estopim da Guerra

As ambições imperialistas associadas ao nacionalismo exaltado fomentavam


todo um clima internacional de tensões e agressividade. Sabia-se que a guerra
entre as grandes potências poderia explodir a qualquer momento. Diante desse
risco quase certo, as principais potências trataram de estimular a produção de
armas e de fortalecer seus exércitos. Foi o período da Paz Armada.
Característica desse período foi a elaboração de diversos tratados de aliança
entre países, cada qual procurava adquirir mais força para enfrentar o país
rival.

Ao final de muitas e complexas negociações bilaterais entre governos,


podemos distinguir na Europa, por volta de 1907, dois grandes blocos distintos:

A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália;


A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia

Essa aliança original entre países europeus modificou-se nos anos da guerra,
tanto pela adesão de alguns países como pela saída de outros. Conforme seus
interesses imediatos, alguns países mudavam de posição, como a Itália, que
em 1915 recebeu dos países da Entente a promessa de compensações
territoriais, caso mudasse de lado. Mergulhada num clima de tensões cada vez
mais insuportáveis, a Europa vivia momentos em que qualquer atrito, mesmo
incidental, seria suficiente para incendiar o estopim da guerra. De fato, esse
atrito surgiu em função do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando,
herdeiro do trono austríaco. O crime foi praticado pelo estudante Gavrilo
Princip, ligado ao grupo nacionalista sérvio "Unidade ou Morte", que era
apoiado pelo governo da Sérvia. O assassinato provocou a reação militar da
Áustria, e a partir daí diversos outros países envolveram-se no conflito, uma
verdadeira reação em cadeia (devido à política de alianças).

Os passos iniciais do conflito europeu (1914) foram os seguintes:

28 de julho: O Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;

29 de julho: E apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra o


Império Austro-Húngaro e contra a Alemanha;

1º de agosto: A Alemanha declara guerra à Rússia;

3 de agosto: A Alemanha declara guerra à França. Para atingí-la, mobiliza


seus exércitos e invade a Bélgica, que era um país neutro;

4 de Agosto: A Inglaterra exige que a Alemanha respeite a neutralidade da


Bélgica. Como isso não ocorre, declara guerra à Alemanha.

O nome Primeira Guerra Mundial foi atribuído ao conflito de 1914 a 1918, pois
essa foi a primeira guerra da qual participaram as principais potências das
diversas regiões da Terra, embora o principal "cenário da guerra" tenha sido o
continente europeu.

Vejamos, a seguir, algumas nações que se envolveram no conflito:

Do lado da Alemanha e do Império Austro-Húngaro: Turquia (1914) e Bulgária


(1915);

Do lado da França, da Inglaterra e da Rússia: Bélgica(1914), Sérvia (1914),


Japão (1914), Itália (1915), Portugal (1915), Romênia (1916), Estados Unidos
(1917), Brasil (1917) e Grécia (1917).

Os conflitos internacionais anteriores tinham um caráter localizado, sempre


restrito a países de um mesmo continente. Já o conflito de 1914 a 1918,
envolveu potências que tinham alcançado a industrialização. Potências que
"dedicam sua capacidade de produção ao desenvolvimento de uma poderosa
indústria bélica e todos alinham efetivos consideráveis, extraídos
principalmente da população rural, cuja diminuição acarreta uma inquietadora
redução dos aprovisionamentos. Assim, o conflito desorganiza as trocas e
abala seriamente a estrutura econômica do mundo".

Primeira fase (1914-1915)

Essa fase foi marcada pela imensa movimentação dos exércitos beligerantes.
Ocorreu uma rápida ofensiva das forças alemãs, e várias batalhas foram
travadas, principalmente em território francês, para deter esse avanço. Em
setembro de 1914, uma contra-ofensiva francesa deteve o avanço alemão
sobre Paris (Batalha do Marne). A partir desse momento, a luta na frente
ocidental entrou num período de equilíbrio entre as forças em combate.

Segunda fase (1915-1917)

A imensa movimentação de tropas da primeira fase foi substituída por uma


guerra de posições, travada nas trincheiras. Cada um dos lados procurava
garantir seus domínios, evitando a penetração das forças inimigas. Os
combates terrestres tornaram-se extremamente mortíferos, com a utilização de
novas armas: metralhadoras, lança-chamas e projéteis explosivos. Mas a
grande novidade em termos de recursos militares foi a utilização do avião e do
submarino. Como salientou John Kenneth Galbraith, o desenvolvimento das
técnicas militares de matar não foi acompanhado pelo desenvolvimento da
"capacidade de pensar" dos generais tradicionais. "A adaptação de táticas
estava muito além da capacidade da mentalidade militar contemporânea. Os
generais hereditários e seus quadros de oficiais não pensavam em outra coisa
senão em enviar contingentes cada vez maiores de homens, eretos, sob
pesada carga, avançado a passo lento, em plena luz meridiana, contra o fogo
de metralhadora inimigo, após pesado bombardeio de artilharia. A esse
bombardeio, as metralhadoras, pelo menos um número suficiente delas,
invariavelmente sobreviviam. Por isso, os homens que eram mandados
avançar eram sistematicamente dizimados, e essa aniquilação, é preciso que
se frise, não é figura de retórica, ou força de expressão. Quem fosse lutar na
Primeira Guerra Mundial não tinha esperança de retornar".

Terceira fase (1917-1918)

Desde o início da guerra, os Estados Unidos mantinham uma posição de


"neutralidade" em face do conflito. Ou não intervinham diretamente com suas
tropas na guerra. Em janeiro de 1917, os alemães declararam uma guerra
submarina total, avisando que tropedariam todos os navios mercantes que
transportassem mercadorias para seus inimigos na Europa. Pressionado pelos
poderosos banqueiros estadunidenses, cujo capital investido na França e na
Inglaterra achava-se ameaçado o Governo dos Estados Unidos declarou
guerra à Alemanha e ao Império Austro-Húngaro em 6 de abril de 1917. A
Rússia retirou-se da guerra, favorecendo a Alemanha na frente oriental. E pelo
Tratado de Brest-Litovsk, estabeleceu a paz com a Alemanha. Esta procurou
concentrar suas melhores tropas no ocidente, na esperança de compensar a
entrada dos Estados Unidos. A Alemanha já não tinha condições para
continuar a guerra. Surgiram as primeiras propostas de paz do presidente dos
Estados Unidos, propondo, por exemplo, a redução dos armamentos, a
liberdade de comércio mundial etc. Com a ajuda material dos Estados Unidos,
ingleses e franceses passaram a deter um superioridade numérica brutal em
armas e equipamentos sobre as forças inimigas. A partir de julho de 1918,
ingleses franceses e americanos organizaram uma grande ofensiva contra
seus oponentes. Sucessivamente, a Bulgária, a Turquia e o Império Austro-
Húngaro depuseram armas e abandonaram a luta. A Alemanha ficou sozinha e
sem condições de resistir ao bloqueio, liderado pelos Estados Unidos, que
"privaram o exército alemão, não de armamentos, mas de lubrificantes,
borracha, gasolina e sobretudo víveres". Dentro da Alemanha, agravava-se a
situação política. Sentindo a iminência da derrota militar, as forças políticas de
oposição provocaram a abdicação do imperador Guilherme II. Imediatamente,
foi proclamada a República alemã, com sede a cidade de Weimar, liderada
pelo partido social democrata. Em 11 de novembro de 1918, a Alemanha
assinou uma convenção de paz em condições bastante desvantajosas, mas o
exército alemão não se sentia militarmente derrotado. Terminada a guerra, os
exércitos alemães ainda ocupavam os territórios inimigos, sem que nenhum
inimigo tivesse penetrado em territórios alemães.

A Destruição Européia e a Ascensão dos Estados Unidos

Ao final da Guerra, a Europa estava em ruínas no campo econômico e social,


além de 13 milhões de pessoas que morreram durante a guerra. E "a estas
baixas é preciso juntar as que, no seio das populações civis, resultaram das
invasões, das epidemias, das restrições alimentares e da fome, bem como do
déficit da natalidade". Às milhões de vidas sacrificadas deve ser acrescentado
um assombroso custo econômico que se refletia no "desgaste do material de
transporte, do instrumental das fábricas que foram utilizadas ao máximo e
insuficientemente renovadas e conservadas, o que representa no total uma
séria diminuição de seu potencial econômico. Houve não só prejuízo pela falta
de crescimento da produção e de natalidade, mas também o endividamento
dos países beligerantes que tiveram de contrair empréstimos, ceder parte de
suas reservas de ouro e desfazer-se de parte de seus investimentos no
estrangeiro". Todo esse grave quadro de crise e de decadência da Europa veio
beneficiar aos Estados Unidos, que despontaram, nos anos de pós-guerra, com
uma das mais poderosas potências mundiais. Um dos grandes fatores que
colaboraram para a ascensão econômica dos Estados Unidos foi a sua posição
de neutralidade durante boa parte da Primeira Guerra Mundial. Assim, puderam
desenvolver sua produção agrícola e industrial, fornecendo seus produtos às
potências européias envolvidas no conflito. Por outro lado, enquanto as
potências européias estavam compenetradas no esforço de guerra, os Estados
Unidos aproveitaram-se para suprir outros mercados mundiais, na Ásia e na
América Latina. Terminada a Guerra, a Europa arrasada tornou-se um grande
mercado dependente de exportações americanas. Possuindo
aproximadamente a metade de todo o ouro que circulava nos mercados
financeiros mundiais, os Estados Unidos projetavam-se como maior potência
financeira mundial do pós-guerra.

O Tratado de Versalhes e a Criação da Liga das Nações


No período de 1919 a 1929, realizou-se no palácio de Versalhes, na França,
uma série de conferências com a participação de 27 estados nações
vencedoras da Primeira Guerra Mundial. Lideradas pelos representantes dos
Estados Unidos, da Inglaterra e da França, essas nações estabeleceram um
conjunto de decisões, que impunham duras condições à Alemanha. Era o
Tratado de Versalhes, que os alemães se viram obrigados a assinar, no dia 28
de junho de 1919. Do contrário, o território alemão poderia ser invadido.
Contendo 440 artigos, o Tratado de Versalhes era uma verdadeira sentença
penal de condenação à Alemanha. Estipulava, por exemplo, que a Alemanha
deveria:

 Entregar a região da Alsácia-Lorena à França


 Ceder outras regiões à Bélgica, á Dinamarca e a Polônia
 Entregar quase todos os seus navios mercantes à França, Inglaterra e
Bélgica
 Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos países vencedores
 Reduzir o poderio militar dos seus exércitos sendo proibida de possuir
aviação militar.

Não demorou muito tempo para que todo esse conjunto de decisões
humilhantes, impostas à Alemanha, provocasse a reação das forças políticas
que no pós-guerra, se organizaram no país. Formou-se, assim, uma vontade
nacional alemã, que reivindicava a revogação das duras imposições do Tratado
de Versalhes. O nazismo soube explorar muito bem essa "vontade nacional
alemã", gerando um clima ideológico para fomentar a Segunda Guerra Mundial
(1939 – 1945). Além do Tratado de Versalhes, foram assinados outros tratados
entre os países participantes da Primeira Guerra Mundial. Através desses
tratados, desmembrou-se o Império Austro-Húngaro, possibilitando o
surgimento de novos países. Em 28 de abril de 1919, a Conferência de Paz de
Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações (ou Sociedade das Nações),
atendendo proposta do presidente dos Estados Unidos. Sediada em Genebra,
na Suíça, a Liga das Nações deu início às suas atividades em janeiro de 1920,
tendo como missão agir como mediadora no caso de conflitos internacionais,
procurando, assim, preservar a paz mundial. A Liga das Nações logo revelou-
se uma entidade sem força política, devido à ausência das grandes potências.
O Senado americano vetou a participação dos Estados Unidos na Liga, pois
discordava da posição fiscalizadora dessa entidade em relação ao
cumprimento dos tratados internacionais firmados no pós-guerra. A Alemanha
não pertencia à Liga e a União Soviética foi excluída. A Liga das Nações foi
impotente para impedir, por exemplo, a invasão japonesa na Machúria, em
1931, e o ataque italiano à Etiópia, em 1935.

As duras marcas deixadas pela guerra motivaram diversas crises econômicas e


políticas nos 20 anos seguintes, forjando as razões para o início de um conflito
mais terrível: a Segunda Guerra Mundial.

Galeria
Atentado contra Francisco Ferdinando, estopim da Primeira Guerra
Mundial

Ofensiva dos exércitos aliados em Argonne (última fase da Primeira


Guerra Mundial)

Tanques introduzidos pelo exército britânico pela primeira vez em uma


guerra

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