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TEORIA DA HISTÓRIA B

TEXTOS:
Teses sobre teoria e história (Ethan Kleinberg / Joan Wallach Scott / Gary Wilder)
Crer em história (François Hartog)

Como forma de legitimação da produção de um conhecimento sobre o passado, os


historiadores do século XIX, reforçam o estudo da história como um saber empírico,
desencadeando o que os autores chamam de "disciplinarização" da história, e que promove essa
suposta separação entre "teoria" e "história", colocando o método como parte central do fazer
histórico, e a teoria apenas como um suporte, caso necessário.
O afastamento da teoria produz uma história pouco crítica e contestadora, fruto
também de uma padronização presente no meio acadêmicos, que permanece com poucas
aberturas ao novo, causando a manutenção de toda uma tradição historiográfica, que reforça a
história como um conhecimento racional, técnico, verdadeiro e neutro, afastado até mesmo
do próprio historiador.
Tais condições, exigem a busca de uma nova visão sobre a produção do passado,
entendendo, que esse é uma construção do historiador, por meio da fonte, mas também por
meio de reflexões sobre o objeto.
Essa história que é discutida no manifesto, em Hartog é posta em prova, logo no título
do texto "Crer em história", afinal, ainda cremos na história? Na história como mestra da vida?
Essa que afirmada como ciência, outrora era vista como os designíos do um ser superior, crer
na história era crer em Deus.
A modernidade traz consigo questionamentos, esses que colocam a história agora nas
mãos dos homens, vinculando com esse saber a potencialidade de unir o passado e o presente
( Hartog, F. p 12, 2017), como uma grande guia do caminho da humanidade. A consequência
dessa emancipação, é a institucionalização do "fazer" histórico. Contudo essa produção
permanece de acordo com os interesses de seu tempo, assim como em outros períodos.
A história é colocada a prova com a chegada do século XX, e todos os seus
desdobramentos, pondo em cheque essa superioridade de um saber como mestra da vida, tendo
em muitos casos o recurso da memória como forma de recorrer ao passado, tais
acontecimentos, maximizam as responsabilidades do historiador quanto a construção de um
determinado recorte do passado, e o forte questionamento sobre “ em qual história crer?”.

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