Você está na página 1de 16

Avaliação Diagnóstica das

Síndromes Vertiginosas

Marcelo Miguel Hueb


Camila Pazian Feliciano

Resumo então denominada vertigem.


Vertigem, por sua vez, pode corresponder
Equilíbrio pode ser definido como uma
à sensação ilusória rotativa em relação ao am-
condição de um sistema físico no qual as for-
biente (subjetiva) ou à rotação do ambiente em
ças que agem sobre ele não causam qualquer
relação ao corpo (objetiva), este último sendo
mudança em seu estado, ou, como a posição
mais comum. É, provavelmente, a causa mais
estável de um corpo, sem oscilações ou desvios,
comum de tontura, um sintoma responsável
com postura e posição estáveis. Em contraste, o
por um grande número de visitas a consultórios
termo tontura, de origem latina, provavelmente
médicos e popularmente associada a diversas
derivado da palavra attonitu (atordoado, mara-
etiologias: angiopática, auditiva, oral, gástrica,
vilhado) expressa desequilíbrio, desconforto,
labiríntica, mecânica, noturna, ocular, orgânica,
instabilidade, pré-síncope ou vertigem. Dese-
postural, vertical, etc. Em geral, existem mais
quilíbrio é geralmente expresso pelo paciente
de 300 condições que podem causar tonturas; a
como dificuldade em andar ou ficar em pé;
vertigem geralmente está relacionada ao com-
enquanto pré-síncope nada mais é do que a
prometimento do sistema labiríntico periférico
sensação de fraqueza – síncopes ou desmaios
(ouvido médio e interno e do nervo vestibular),
podem ocorrer em alguns pacientes. Além
central (núcleos vestibulares e conexões cen-
disso, desconforto é um sentimento indefinido
trais) ou ter uma etiologia combinada e, até
de fraqueza, ansiedade, cabeça vazia ou mesmo
mesmo, funcional (e.g. ansiedade).
desorientação espacial. Em determinadas cir-
cunstâncias, a tontura pode ser associada com PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico; Distúr-
uma sensação oscilatória rotacional irreal, sendo bios vestibulares; Vertigem.

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 23


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

Introdução A vertigem, por sua vez, pode correspon-


der à sensação ilusória do próprio corpo estar
Equilíbrio pode ser definido como uma girando em relação ao ambiente (subjetiva) ou
condição de um sistema físico no qual as gran- de rotação do ambiente em relação ao corpo (ob-
dezas que sobre ele atuam se compõem para jetiva), sendo esta última mais frequente. É, pro-
não provocar nenhuma mudança em seu estado, vavelmente, a causa mais comum de tonturas,
ou ainda, como sendo a posição estável de um sendo um sintoma responsável por um grande
corpo, sem oscilações ou desvios, com a pos- número de visitas aos consultórios médicos de
tura ou a posição estáveis.1 Em contrapartida, diversas especialidades e popularmente associa-
tontura, termo de origem latina, provavelmente da a variadas etiologias: angiopática, auditiva,
derivado da palavra attonitu (aturdido, pasma- aural, gástrica, labiríntica, mecânica, noturna,
do),2,3 expressa toda sensação de alteração do ocular, orgânica, postural, vertical.1 De uma
equilíbrio, seja ela de mal-estar ou cabeça vazia, maneira geral, existem mais de 300 doenças que
desequilíbrio, pré-síncope ou vertigem. Dese- podem ocasionar tonturas, porém na forma de
quilíbrio é geralmente expresso pelo paciente vertigem, é caracteristicamente relacionada ao
como sendo a dificuldade em caminhar ou ficar acometimento do sistema labiríntico, geralmen-
em pé, ao passo que pré-síncope nada mais é do te, associada a alterações periféricas (ouvidos
que a sensação de desfalecimento – a síncope médio e interno e nervos vestibulares – Fig.1, 2a
ou desmaio pode ocorrer em alguns pacientes. e 2b), centrais (núcleos vestibulares e conexões
Por outro lado, mal-estar é sentido como uma centrais) ou ainda, ter etiologia combinada e até
sensação indefinida de fraqueza, ansiedade, ca- mesmo funcional (e.g. ansiedade).
beça vazia, embaralhamento visual ou até mes- De uma maneira geral, a vertigem pode
mo desorientação espacial. Em determinadas estar relacionada a crises de aparecimento agudo
circunstâncias, a tontura pode estar associada e de pequena duração, intermitentes, recorrentes
a uma sensação oscilatória ou rotatória irreal, ou, até mesmo, crises agudas mais prolongadas,
sendo então denominada vertigem.1-3 além de eventualmente ser caracterizada como

Figura 1: Sexo masculino, 45 anos, otorreia crônica intermitente, otalgia ocasional, tontura ro-
tatória há 1 ano, piora durante as crises de otorreia. Semiologia vestibular não realizada, perda
mista profunda, com mínimo GAP à esquerda. CT em corte coronal demonstrando fístula no
canal semicircular lateral em área de velamento na mastoide (seta).

24 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

Figuras 2a e 2b: Sexo masculino, 47 anos, tonturas rotatórias há anos, perda auditiva mista
moderada a profunda bilateral; semiologia vestibular clínica normal, VENG com hiperrflexia
labiríntica unilateral. Tomografia computadorizada em cortes axiais, demonstrando áreas de
maior radiotransparência, correnspondentes à otosclerose compromentendo região apical da
cóclea e conduto auditivo interno (seta).

vertigem crônica. Principalmente nas crises ças e situações clínicas envolvidas na sua etio-
agudas, é acompanhada de sintomas e sinais logia. O fator etiológico causador da vertigem
neurovegetativos (náuseas/vômitos, palidez e pode ser suspeitado durante a anamnese entre
sudorese), podendo ainda ser acompanhada de 75% a 80% dos casos; eventualmente, através
sintomas otológicos (zumbidos, perda auditiva, de exames complementares a grande maioria
sensação de pressão) e, até mesmo, causar a dos casos pode ser efetivamente diagnosticada.4
sensação de morte iminente.
Desta forma, um conhecimento apropriado Considerações gerais
sobre sua etiologia e fisiopatologia possíveis A manutenção do equilíbrio corporal de-
é extremamente importante para os devidos pende de uma harmoniosa interação entre os
direcionamentos (Quadro1), haja vista a ne- sistemas sensoriais e motores e um processa-
cessidade da caracterização do tipo de tontura, mento preciso dessas informações. Desta forma,
da suspeição dos possíveis diagnósticos topo- o Sistema Nervoso Central (SNC) necessita de
gráficos e etiológicos e da definição do plano informações provenientes dos sistemas vesti-
terapêutico, em virtude do grande desconforto bular, visual e proprioceptivo a respeito do que
causado ao paciente e da grande gama de doen- ocorre no meio ambiente, com a finalidade de

Quadro 1: Raíz geral simplificada de raciocínio clínico à anamnese.

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 25


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

manter nosso corpo em equilíbrio.5,6 A deco- principais de tontura: desequilíbrio, sensação


dificação postural e do movimento é realizada, de flutuação ou de cabeça vazia, pré-síncope e
em conjunto, pelos sistemas: vestibular (ouvido vertigem.8 A vertigem, como sintoma capital,
interno – labirinto), visual e proprioceptivo com é ainda envolvida na definição das síndromes
estrita integração com o cerebelo na coordena- vestibulares, que são um conjunto de sinais e
ção do tônus muscular, postura e habilidades sintomas relacionados ao sistema vestibular.9
motoras e com o sistema óculo-motor em Assim sendo, na investigação do paciente
relação aos movimentos oculares (Quadros 2 com queixa de tontura, além da fundamental
e 3). Estes três decodificadores enviam ainda caracterização da mesma, o interrogatório
informações sensoriais ao córtex cerebral para sobre os diversos aparelhos com sinais e sinto-
a orientação espacial e equilíbrio. mas associados, hábitos pessoais, medicações
Alterações neste funcionamento geram em uso e antecedentes pessoais e familiares
conflitos de informações com consequente assume grande importância.9 Devido a esta
tontura, e têm uma alta incidência na popula- grande variabilidade etiológica, é imprescin-
ção mundial, sendo a principal queixa após os dível reconhecer e eventualmente caracterizar
65 anos de idade, presente em cerca de 80% da a disfunção vestibular (vertigem) por meio de
população. A tontura, de uma maneira geral, testes de exploração semiológica dos sintomas
pode ser classificada em dois grandes grupos: auditivo e vestibulares,10 sempre ressaltando-se
rotatória, conhecida como vertigem e não rota- que, em 85% dos casos a origem é localizada
tória, caracterizada por instabilidade, flutuação, no sistema vestibular e o restante tem origens
impressão de queda, desvio de marcha, sensação exclusivamente oculares, neurológicas, psíqui-
de cabeça oca ou pesada, entre outros.5-7 Mais cas, metabólicas ou cardiovasculares.11-13 Desta
especificamente, são descritos quatro tipos forma, a avaliação multidisciplinar (clínico

Quadro 2: Sistemas envolvidos equilíbrio humano e sua integração com o cerebelo.

Quadro 3: Decodificação, processamento e influência cerebelar nos movimentos oculares,


postura e habilidade motoras.

26 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

geral, geriatra, endocrinologista, neurologista, central, ocorrem alterações nos núcleos vesti-
psiquiatra, cardiologista, oftalmologista, reu- bulares e/ou nas inter-relações vestibulares e/
matologista, imagenologista, entre outros) deve ou auditivas no SNC. Nestes casos, é comum
ser considerada e assume grande importância a presença de desequilíbrio severo, oscilopsia,
(Quadro 4). sintomas neurológicos e lenta compensação dos
CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS sintomas.16 A história clínica bem conduzida
Em relação à investigação da vertigem, é capaz de fornecer dados qualitativos impor-
alguns parâmetros são fundamentais na anam- tantes, capazes de direcionar o diagnóstico e o
nese otoneurológica: característica clínica dos acompanhamento do paciente.17
sintomas, início, intensidade, duração, evolução No exame clínico, deve-se realizar a avalia-
temporal, sintomas associados, doenças de base, ção do equilíbrio postural e da função cerebelar
fatores predisponentes à tontura e fatores de me- (ambas com olhos abertos e fechados) e da
lhora ou piora.8,9,14 Entre as doenças vestibulares presença ou ausência de nistagmo espontâneo
deve-se determinar se há um comprometimento ou posicional, de olhos abertos, a avaliação do
das estruturas vestibulares centrais ou periféri- funcionamento dos nervos cranianos, coloração
cas a partir da história clínica e exame físico, pois de mucosas, aferição da pressão arterial, ausculta
o tratamento e a evolução têm direcionamentos cardíaca e carotídea. Além destes, são ainda re-
diferentes.5 alizadas a avaliação do reflexo vestíbulo-ocular,
O sintoma mais comum nas vestibulopatias através da vectoeletronistagamografia – VENG
periféricas é a vertigem (importante observar (nistagmo posicional, nistagmo espontâneo e se-
se é episódio único ou recorrente). Se episódio miespontâneo, movimentos sacádicos, rastreio
único, aventar as principais hipóteses diagnósti- pendular, nistagmo optocinético, prova rotató-
cas: neurite vestibular, labirintopatia traumática ria pendular decrescente – PRPD e nistagmo
ou infecciosa, fístula perilinfática, ansiedade/ pós‑calórico) e, mais raramente, a avaliação da
pânico e Acidente Vascular Cerebral de fossa função vestíbulo-espinhal, através da posturo-
posterior. Se episódios recorrentes, as principais grafia estática e dinâmica.
hipóteses são: Vertigem Postural Paroxística Na avaliação das provas de equilíbrio
Benigna, hidropsia endolinfática, insuficiência estático, o paciente é colocado em posição
vértebro-basilar e migrânea vestibular.6 Outras ortostática, com os pés juntos e braços juntos
manifestações clínicas podem estar associadas ao corpo (testes de Romberg e, eventualmente,
às queixas de tontura: manifestações neurovege- Romberg‑Barré – sensibilizado pela colocação
tativas (náusea, vômitos, sudorese, taquicardia), de um pé diante do outro), há lateralização para
alterações neurológicas, sintomas auditivos direita ou esquerda (dependendo do labirinto
(hipoacusia, plenitude auricular, otalgia, acú- lesado) nos casos de afecções vestibulares; que-
fenos) sinais auditivos (otorreia, otorragia), da geralmente sem lado preferencial nos casos
desequilíbrios/queda, síncope/pré-síncope e de afecções centrais; queda após a inibição da
alterações psíquicas.9 fixação ocular nos casos de afecções propriocep-
Quando a origem é periférica, seja ela irri- tivas; em casos de cerebelopatias há alargamento
tativa ou deficitária, ocorrem distúrbios devido da base de sustentação, sem a qual ocorre queda
ao comprometimento do órgão labiríntico e para os lados (Fig. 3a e 3b). Eventualmente, pode
do nervo vestibular até sua entrada no tronco ocorrer queda para frente ou para trás em casos
encefálico, com conflito de informações, es- de acometimento em regiões centrais (vérmix)
pecialmente se o acometimento for unilateral. do cerebelo.
Nestes casos, é comum a presença de náuseas/ À realização da prova de equilíbrio dinâ-
vômitos severos, disacusia e compensação mico de Unterberger, que envolve uma marcha
rápida dos sintomas.15,16 Nos casos de origem do paciente sobre um ponto fixo com os olhos

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 27


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

Quadro 4: Alguns dos múltiplos fatores envolvidos na gênese das tonturas.

Figura 3a e 3b: Sexo feminino, 79 anos, tonturas não rotatórias há 2 anos, com crise aguda de
desequilíbrio e tontura rotatória recentes; dismétrica e disdiadocinésica à avaliação clínica.
Ressonância magnética em cortes coronal e axial, demonstrando ampla área isquêmica com
hipossinal em T1 e hiperssinal em T2, comprometendo as substâncias branca e cinzenta do ce-
rebelo à direita (setas). Observe marcada redução volumétrica cerebral e moderada cerebelar.
fechados, ocorrerá alteração se o paciente mado teste dinâmico de Fukuda-Unterberger;
apresentar um deslocamento lateral ou desloca- nesta aferição deslocamentos laterais de até 45º
mento anterior ou posterior; geralmente, nestes ou rotação de até 60º são consideradas aceitá-
casos em que ocorrem tais tipos de alteração, veis, principalmente em pacientes idosos. Por
o paciente desvia em direção ao labirinto hi- fim, o teste de Babinski-Weill também avalia o
pofuncionante. Este teste pode ter aferição do equilíbrio dinâmico e pode denotar a suspeita
deslocamento quando tomada por base uma de afecção cerebelar quando o paciente apre-
cruz sobre a qual o paciente marcha, no cha- senta marcha ebriosa ou em estrela quando de

28 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

afecção labiríntica; neste teste, com o paciente vestíbulo-ocular.18,19


marchando para frente e para trás, com os olhos Por meio de programas específicos de com-
fechados, pode ocorrer desvio da marcha para putadores associados a métodos de registros
o lado do labirinto hipofuncionante. do nistagmo, é possível obter maior precisão
A função cerebelar é, parcialmente, avalia- e comparação da intensidade dos diferentes
da através da avaliação de algumas das provas estímulos captados nas diversas provas e ava-
acima, mas principalmente através da avaliação liações, melhor visualização do nistagmo e efe-
da coordenação motora nas provas índex-nariz, tivo arquivamento de dados.20-24 A presença do
índex-índex (do examinador) e calcanhar-joe- nistagmo espontâneo, juntamente com queixas
lho (metria) e através da avaliação da diadoco- relacionadas ao equilíbrio é sinal patológico de
cinesia, todas com os olhos fechados. Eumetria distúrbio vestibular20,25 e para outros autores,
é a correta realização dos movimentos com o mesmo sem queixas, a presença deste pode in-
calcanhar atingindo o joelho, o índex atingindo dicar problemas no funcionamento do sistema
o nariz ou mantendo-se estável em relação à po- vestibular.19,25
sição do índex do examinador; dismetria é qual- Estes testes avaliam o Reflexo Vestíbu-
quer alteração na realização destes movimentos. lo‑Ocular (RVO), que tem sua principal origem
Movimentos rápidos e alternados de pronação nas ampolas dos ductos semicirculares. Entre-
e supinação das mãos sobre as pernas quando tanto, embora o RVO seja fundamental para os
simétrico são denominados eudiadococinesia, deslocamentos angulares do corpo, o Reflexo
ao passo que a disdiadococinesia (dificuldade) Vestíbulo-Espinal (RVE) desempenha papel
e adiadococinesia (incapacidade) são sugestivas essencial na manutenção da postura e apenas
de acometimento cerebelar. a avaliação do RVO torna-se insuficiente para
Conforme exposto acima, a avaliação observar a função vestibular como um todo.
clínica e a realização de testes de equilíbrio Outro fato importante é que as informações
estático e dinâmico são extremamente úteis na visuais e somatosensoriais, bem como a cor-
complementação dos dados obtidos na anam- reta integração sensorial originada no tronco
nese. Em alguns casos, onde há necessidade de cerebral, participam ativamente da manutenção
aprofundamento no estudo da função/disfunção do equilíbrio corporal, tornando-se evidente a
do equilíbrio, a VENG, com provas calóricas, importância de um método diagnóstico que
continua sendo a técnica mais adequada, am- avalie individualmente essas informações. A
plamente aceita e útil na detecção de distúrbios Posturografia Dinâmica Computadorizada
vestibulares, especialmente nos comprome- (PDC) complementa esta bateria clássica de
timentos unilaterais.17 Em contrapartida, a testes para diagnóstico de comprometimento
PRPD é considerada o método “gold standard” vestibular.9
na avaliação da disfunção vestibular bilateral.18
Nestas avaliações, os movimentos oculares são Exames complementares
registrados através da captação do potencial
Após uma completa anamnese e avaliação
córneo-retiniano, sujeito a sofrer influências
ambientais tanto fisiológicas como patológi- física, alguns exames laboratoriais são solicita-
cas.20,21 Na VENG e, principalmente na vestíbulo dos com o objetivo de descartar doenças meta-
oculografia, tem-se uma ótima caracterização bólicas, alterações hematológicas, hormonais e
dos movimentos oculares, em especial o nistag- autoimunes. Essa rotina torna-se essencialmente
mo, sendo ainda capaz de avaliar a maior parte importante em pacientes idosos, que detêm, em
dos sistemas motores oculares supranucleares e média, mais de uma comorbidade, que pode
registrar os movimentos oculares nos diversos tanto desencadear quanto piorar a tontura e
testes que fazem parte da bateria de avaliação outros sintomas otológicos como a perda audi-

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 29


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

tiva e o acúfeno. Aliado a isso, observa-se que Síndromes/doenças


pacientes submetidos à reabilitação vestibular
específicas
têm melhores resultados na compensação dos
distúrbios vestibulares quando os distúrbios
Vertigem Postural Paroxística
metabólicos estão associadamente compensa-
Benigna (VPPB)
dos. Uma rotina básica de avaliação laboratorial
nestas condições deve incluir a realização de É a causa mais frequente de vertigem,
hemograma, glicemia de jejum (eventualmente marcadamente em idosos e no sexo feminino.
curvas glicêmica e insulinêmica), lipidograma Caracteriza-se por vertigens rotatórias intensas,
(triglicérides, colesterol total e frações), T4 livre eventualmente com forte manifestação neuro-
e TSH, além da realização de sorologia para vegetativa, com duração de poucos segundos,
Lues, Lyme, Rubéola e Citomegalovírus, quando frequentemente relacionadas à movimentação
suportadas pela anamnese e exame físico. da cabeça subitamente ou para determinada
Nos casos em que existe forte suspeita de posição (extensão ou rotação, sendo esta mais
alterações hormonais, como na síndrome do comum). A fisiopatologia compreende a cupu-
lolitíase ou a ductolitíase, sendo esta a mais
climatério, podem ser solicitadas dosagens
comum e caracterizada pelo deslocamento das
hormonais específicas. Da mesma forma, na
otocônias do sáculo e/ou utrículo para os ductos
suspeita de doenças autoimunes, a averiguação
semicirculares (o ducto posterior é o mais co-
da Velocidade de Hemossedimentação e a do-
mumente afetado). O diagnóstico é fortemente
sagem de mucoproteínas, complemento, imu-
conduzido pela história clínica e confirmado
nocomplexos circulantes, pesquisa e anticorpo
pela manobra de Dix-Hallpike, que consiste em
anticolágeno II e fator antinúcleo (FAN) pode,
girar a cabeça 45º lateralmente para o lado a ser
também, ser de grande valia diagnóstica.
testado, com o paciente sentado e depois levá-lo
Eventualmente e também quando supor-
bruscamente para a posição de decúbito hori-
tada pela anamnese e exame físico, a bateria de
zontal com apenas apoio da cabeça, inclinada
exames audiológicos e eletrofisiológicos deve
em 30º, o que desencadeia nistagmo e vertigem,
ser realizada. São exames de fundamental im-
fatigáveis. As principais causas são idiopática,
portância para o diagnóstico de vertigens decor-
traumática, hormonal, senil e eventualmente
rentes de distúrbios otológicos e eventualmente
inflamatória neural ou até mesmo Doença de
neurológicos. Devem incluir audiometria vocal
Ménière. A reabilitação labiríntica nas suas
e tonal, a timpanometria e a pesquisa do reflexo
várias formas, assume grande importância no
estapediano, eletrococleografia e a pesquisa de
tratamento destes pacientes, especialmente atra-
potenciais evocados de tronco cerebral. Pacien- vés das manobras de Epley (reposicionamento)
tes com esclerose múltipla podem ter, como ou Semont (liberadora), além dos exercícios de
primeiro sintoma, a vertigem, sendo a pesquisa habituação de Brandt e Daroff.
dos potenciais evocados de tronco cerebral de
grande valia diagnóstica, demonstrando atraso Neurite Vestibular
difuso nas latências das ondas e aumento no Geralmente precedida por infecção das vias
intervalo das mesmas. aéreas superiores, esta doença inflamatória do
Da mesma forma, a realização de radio- nervo vestibular caracteriza-se por vertigem
grafia simples da coluna cervical nas projeções de aparecimento súbito, com náuseas, vômitos,
anterior, lateral e oblíqua pode ser de grande palidez, atingindo um pico sintomatológico
ajuda, bem como a realização de outros exames rapidamente e declinando-se em intensidade no
de imagem como a tomografia computadorizada decorrer de poucos dias a semanas. Raramente
e a ressonância magnética. tem sintomas cocleares ou neurológicos asso-

30 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

ciados, podendo cursar com leve perda auditiva quências graves e, em alguns casos, também nas
sensório-neural. Ressalte-se que a destruição to- frequências agudas, configurando o padrão em
tal da função auditiva e vestibular pode decorrer curva “U” invertido. Em fases mais avançadas,
de infecções por vírus como ocorre na Caxumba a perda auditiva ocorre em todas as frequências
e Herpes Zoster; nestes, além do acometimento e o audiograma tende a apresentar-se como
neural, ocorre ainda comprometimento do uma curva mais plana. Felizmente, apenas uma
ouvido interno. pequena parcela de pacientes com esta doença
torna-se severamente incapacitado. Além das
Síndrome/Doença de Ménière crises características e sua típica evolução, o
Diferente da conceituação geral, a síndrome diagnóstico pode ser firmado pela Eletrococleo-
de Ménière é o termo que se refere à doença de grafia, onde pode ser observado um aumento na
causa definida e apresenta a hidropsia endo- latência dos potenciais de somação e de ação do
linfática como o seu substrato fisiopatogênico nervo coclear, além de um aumento na relação
(Figura 4), ao passo que a doença de Ménière entre os mesmos, com relação diretamente pro-
tem etiologia destas alterações audiovestibula- porcional ao aumento da pressão endolinfática.
res desconhecida. A hidropsia é definida como
aumento do volume da endolinfa com conse-
Labirintite aguda
quente dilatação do sistema endolinfático, sendo Geralmente, decorre de intoxicações agudas
que uma crise típica compreende vertigens (e.g. álcool) ou por infecções na orelha média,
associadas à piora da audição (perda auditiva disseminação hematogênica ou através das
sensorioneural flutuante, porém progressiva), meninges, trauma físico ou barotrauma. Os
zumbidos, plenitude aural, desconforto a sons sintomas são típicos de uma síndrome labi-
intensos, diplacusia e sintomas neurovegetati- ríntica periférica aguda, onde ocorre vertigem
vos. No início da doença, a audiometria tonal rotatória para o lado afetado, desvios segmen-
limiar apresenta perda sensorioneural nas fre- tares ipsilaterais e se observa nistagmo com fase

Figura 4: Corte histológico de osso temporal humano demonstrando dilataçnao do espaço


endolinfático, observada pelo abaulamento da membrana de Reissner (setas), labirintite infla-
matória, observada pela coloração rósea neste mesmo espaço (estrela), além de amplo foco de
otosclerose coclear (círculos) e pequena área de osso normal (circunferência). Coloração por
Hmatoxilina e Eosina; original x26.

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 31


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

rápida para o lado acometido.26-30 A otite média periférica aguda ou crônica, na dependência do
aguda leva a uma inflamação do revestimento fator etiológico, sendo este geralmente detectado
mucoperiosteal da cavidade da orelha média, à anamnese e ao exame físico. Nas síndromes
originada por um agente microbiano, desen- de deiscência de canal semicircular superior, há
cadeando alterações funcionais e estruturais, descontinuidade óssea, habitualmente no ápice
levando à otalgia, plenitude, acúfenos, hipoa- do canal, deixando o espaço perilinfático em
cusia e algumas vezes vertigem29,30 pela invasão íntimo contato com a dura-máter da fossa cra-
do espaço perilinfático através da membrana niana média sujeitando o referido espaço a um
da janela redonda, ao passo que nos casos de
aumento de pressão ou alterações hidrodinâmi-
acometimento crônico além desta via, pode
cas no mesmo, gerando sintomas vestibulares e
ocorrer destruição óssea e invasão direta deste
perda auditiva condutiva ou mista (Figura 5).
mesmo espaço. Além dos sinais e sintomas au-
diológicos, podem ocorrer cefaleias temporais, Cinetose
instabilidade e vertigem.28-30
É uma síndrome caracterizada por ver-
Fístula Labiríntica tigem, palidez, náusea, vômito, sudorese,
A fístula labiríntica é uma comunicação salivação, bocejos e mal-estar global, devidos
anormal entre a orelha interna e estruturas adja- à estimulação excessiva do sistema vestibular
centes, geralmente ouvido médio e/ou mastoide. quando em “ambiente em movimento”, com
Podem ocorrer de forma congênita ou adquirida o sistema labiríntico submetido a acelerações
súbita (trauma físico, barotrauma, iatrogênica) lineares e angulares. A não concordância entre
ou estarem associadas a alterações crônicas as mensagens envolvidas no equilíbrio (sistema
regionais (e.g. otite média crônica, tumores). vestibular, visual e proprioceptivo) é o desenca-
As crises se assemelham a uma crise labiríntica deante dos sintomas.

Figura 5: Sexo feminino, 29 anos, tonturas rotatórias há 2 anos, perda auditiva condutiva.Tomo-
grafia computadorizada em corte sagital demonstrando área deiscente no canal semicircular
superior (seta).

32 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

Migrânea Vestibular artéria (ductos semicirculares anterior e lateral


e utrículo) que, por não apresentarem circulação
É um distúrbio neurológico comum carac-
colateral, são muito sensíveis a esta situação. A
terizado por vertigem episódica, posicional ou
vertigem aguda associa-se ao nistagmo e altera-
tontura não rotatória, frequentemente associa-
ções auditivas sensório-neural nestes pacientes.
das à cefaleia. Agentes externos como influên-
cias alimentares, sono inadequado e estresse Insuficiência Vértebro Basilar
podem gerar um funcionamento inadequado
As causas desta doença são variadas,
dos centros de controle endógeno da dor e por
geralmente, relacionadas à aterosclerose ou
conexões ao sistema vestibular, desencadear
trombose das artérias vertebrais ou basilares e à
tontura.
estenose mecânica da artéria vertebral na coluna
Encefalopatia de Wernicke cervical. A vertigem ou a instabilidade e even-
tualmente quedas, especialmente ao levantar o
Causada pela deficiência de tiamina (vita-
pescoço para olhar para cima são os sintomas
mina B1), sendo mais comum em alcoólatras
mais presentes,34 especialmente em pacientes
crônicos, embora possa ocorrer como uma
idosos. Este acometimento indica sofrimento
consequência de desnutrição crônica. É um
por isquemia quando a pressão arterial cai brus-
distúrbio agudo, compreendendo a tríade clínica
camente ou o fluxo sanguíneo é interrompido.
de ataxia, oftalmoplegia e confusão. A ataxia
Os sintomas vestibulares podem ser de origem
afeta a marcha, primária ou exclusivamente.
periférica ou central. A suspeita diagnóstica é
A disartria é rara. Outros achados clássicos
confirmada pela angiografia (Figura 6).
incluem uma síndrome amnésica ou estado
confusional global, nistagmo horizontal ou Conclusões
combinado horizonto-vertical, paralisias do
reto lateral bilateral e reflexos aquíleos ausen- A tontura é um sintoma responsável por
tes. O teste calórico revela disfunção bilateral um grande número de visitas aos consultórios
ou unilateral. Paralisias do olhar conjugado, de médicos de diversas especialidades, seja em
anormalidades das pupilas e hipotermia podem suas formas de desequilíbrio, mal-estar, pré-
também ocorrer. -síncope ou vertigem, apresentando uma alta

Síndrome de Wallenberg
Também conhecida como síndrome da
artéria cerebelar posterior inferior; decorre de
acidente vascular cerebral na artéria vertebral
ou cerebelar póstero-inferior. Caracteriza-se por
alterações sensoriais que acometem o tronco e
as extremidades do lado oposto ao acidente vas-
cular e hiposensibilidade/hipofunção que afeta
a face e os nervos cranianos ipsilateralmente à
doença. Além de dificuldades na deglutição,
rouquidão, soluços e hipogeusia, ocorrem
alterações de equilíbrio e marcha, nistagmo e
vertigem (com látero-pulsão ipsilateral) com
náuseas e vômitos.
Alterações circulatórias no território da Figura 6: Sexo masculino, 55 anos, tonturas
artéria cerebelar ântero-inferior podem levar há anos, Arteriografia demonstrando este-
nose do óstio da artéria vertebral direita
à isquemia das estruturas irrigadas por esta (seta).

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 33


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

incidência na população mundial. É, talvez, the Vestibular System. 2nd ed. London: Oxford
Press; 2001.
a principal queixa após os 65 anos de idade,
presente em cerca de 80% da população. A sua 10. Nishino LK, Ganança CF, Manso A, et
al. Reabilitação vestibular personalizada:
origem tem, em aproximadamente 85% dos levantamento de prontuários dos pacientes
atendidos no ambulatório de otoneurologia
casos, localização no sistema vestibular, sendo as da I.S.C.M.S.P. Rev Bras Otorrinolaringol.
outras causas combinadas ou de origem exclusi- 2005;71(4):440-7.
va ocular, neurológica, psíquica, metabólica ou 11. Ganança FF, Perracini MR, Ganança CF.
Reabilitação dos distúrbios do equilíbrio
cardiovascular. Dessa forma, um conhecimento corporal. In: Ganança MM (coord.) Vertigem:
apropriado sobre sua etiologia e fisiopatologia abordagens diagnósticas e terapêuticas.
Fascículo III. 1 ed. São Paulo: Lemos; 2002.
possíveis é extremamente importante.
O principal desafio do médico diante de um 12. Ganança FF, Ganança CF, Caovilla HH, et al.
Como manejar o paciente com tontura por meio
paciente com queixa de vertigem é a realização da Reabilitação Vestibular. 1 ed. São Paulo:
Janssen-Cilag; 2000.
do diagnóstico (topográfico e etiológico) e a
definição do plano terapêutico, uma vez que 13. Campos CAH. Principais quadros clínicos no
adulto e no idoso. In: Ganança MM, editores.
as inúmeras doenças e situações clínicas que Vertigem tem cura? 1 ed. São Paulo: Lemos;
1998.
cursam com este sintoma, geralmente, requerem
abordagem e tratamento específicos. Ressalte­-se 14. Herdman SJ. Reabilitação Vestibular. 2nd ed.
São Paulo: Manole; 2002.
que o fator etiológico associado à vertigem pode
15. Ganança MM, Caovilla HH, Ganança
ser suspeitado durante a anamnese em 80% CF. Vertigem e sintomas correlacionados
dos casos. Quando não há certeza diagnóstica avaliação funcional do sistema vestibular In:
Ganança MM. (coord.) Vertigem: abordagens
nesta etapa, a identificação é feita ao final da diagnósticas e terapêuticas. Fascículo I. 1 ed.
investigação complementar (exames audio- São Paulo: Lemos; 2002.

vestibulares, eletrofisiológicos, laboratoriais e 16. B i t t a r R S M . C o m o a P o s t u r o g r a f i a


Dinâmica Computadorizada pode nos
imagenológicos). Ajudar nos Casos de Tontura? Arq Int
Otorrinolaringol.2007;11(3):330-3.
Referências 17. Fife TD, Tusa RJ, Furman JM, et al. Assessment:
vestibular testing techniques in adults and
1. Houaiss A. Dicionário Houaiss da Língua children: report of the Therapeutics and
Portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Technology Assessment Subcommittee of the
Objetiva; 2001. American Academy of Neurology. Neurology.
2000;55(10):1431-41.
2. Aulete FJC. Dicionário contemporâneo da
língua portuguesa. Lisboa: 1881 [acesso em 18. Goebel JA, Hanson JM, Langhofer LR, et al.
12/08/2012]. Disponível em http://usuarios. Headshake vestibulo-ocular reflex testing:
cultura.com.br/jmrezende/caibra.htm. comparison of results with rotational chair
testing. Otolaryngol Head Neck Surg.
3. Figueiredo C. Dicionário da língua portuguesa. 1995;112:203-9.
13ª ed. Lisboa: Editora Bertrand; 1949.
19. Black FO. What can posturography tell us about
4. Atherino CCT, Meirelles RC. Semiologia vestibular function. Ann N Y Sci. 2001;940:44-
do Aparelho Vestibular. Semiologia em 64.
Otorrinolaringologia. 2ª ed. Rio de Janeiro (RJ):
Editora Rubio; 2010. 20. Shin E, Manso A, Ganança CF. Influência do
Nistagmo Espontâneo de Olhos Fechados
5. Brandt T. Vertigo, its multisensory syndromes, na Vectonistagmografia Computadorizada
2nd Ed. London: Springer Verlag; 1999. em Pacientes com Vestibulopatias Periféricas
C rô n i c a s . A r q I n t O t o r r i n o l a r i n g o l .
6. Labuguen RH. Initial Evaluation of Vertigo. Am 2010;14(2):167-73.
Fam Physician. 2006;73(2):244-51.
21. Albernaz PLM, Ganança MM, Ito YI, et al.
7. Tusa RJ. Dizzines. Med Clin N Am. 2009;93:263- Aspectos Técnicos da Electronistagmografia.
71. ACTA AWHO. 1982;1(2):41-4.
8. Ganança FF, Bottino MA, Greters ME, et al. 22. Caovilla HH, Ganança MM, Munhoz MSL,
Manual de Otoneurologia. 1a ed. São Paulo: et al. O registro dos movimentos oculares.
ABORLCCF; 2010. Equilibriometria Clínica. 5ª ed. São Paulo:
Atheneu; 2000. p.31-40.
9. Baloh RW, Honrubia V. The History of the
dizzy patient in Clinical Neurophysiology of 23 B o a g l i o M . V e c t o n i s t a g m o g r a f i a

34 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Avaliação Diagnóstica das Síndromes Vertiginosas

Computadorizada em Portadores de Doença the patient as difficulty walking or standing,


de Ménière [tese]. São Paulo. Universidade
Federal de São Paulo; 2001. whereas presyncope is nothing else than the
24. Watanabe Y, Takeda S. Computerized Electro-
feeling of weakness - syncope or fainting may
nystagmography. Acta Otolaryngol Suppl. occur in some patients. Moreover, discomfort
1996;522:26-31.
is experienced as an undefined feeling of we-
25. Ta k a h a s h i J , K i t a m u r a K , M i ya t a M . akness, anxiety, head empty or even jamming,
Spontaneous Nystagmus in Normal Subjects.
ORL. 1996;58:42-5. visual spatial disorientation. In certain circums-
26. Brookler KH. Direction-fixed positional tances the dizziness may be associated with an
nystagmus; spontaneous nystagmus. Ear Nose oscillatory or rotational unreal sensation being
Throat J. 1999;78(10):750.
called vertigo.
27. Diamante VG. Otorrinolaringología y afecciones
conexas. 2ª ed. Buenos Aires: Promedicina; Vertigo in turn, may correspond to the
1997. illusory body sensation as to be rotating in
28. Pastor JB, Fernández NP. El sistema vestibular relation to the environment (subjective) or ro-
y sus alteraciones. Barcelona: Masson SA; 1998. tation of the environment relative to the body
29. Diccionario Mosby, Medicina, Enfermería (objective), the latter being more common. It is
y Ciencias de la Salud. Madrid: Ediciones probably the most common cause of dizziness, a
Harcourt SA; 2000.
symptom responsible for a large number of visits
to physicians’ offices and popularly associated
Abstract with various etiologies: angiopathic, auditory,
Balance can be defined as a condition of a aural, gastric, labyrinth, mechanical, night eye,
physical system in which the forces that act on it organic, postural vertical. In fact, vertigo is
do not to cause any change on its state, or, as the typically related to impairment of the labyrin-
stable position of a body, without fluctuations or thine system usually associated with peripheral
deviations, with stable posture and position. In changes (middle and inner ear and vestibular
nerve), central (vestibular nuclei and central
contrast, dizziness, a term of Latin origin, pro-
connections) or have a combined etiology and
bably derived from the word ‘attonitu’ (stunned,
may even be functional (e.g. anxiety).
amazed), expresses the feelings of imbalance,
sick or headedness, unsteadiness, presyncope KEY WORDS: Diagnosis, Vestibular disor-
or vertigo. Imbalance is usually expressed by ders, Vertigo.

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 35


Titulação dos Autores

Editorial Felippe Felix


Médico do Serviço de Otorrinolaringologia -
Roberto Campos Meirelles HUCFF-UFRJ;
Professor Associado - FMC-UERJ; Mestre em Otorrinolaringologia - Faculdade de
Medicina-UFRJ.
Doutor em Otorrinolaringologia - USP.
E-mail: felfelix@gmail.com
Endereço para correspondência:
Rua Sorocaba, 706, Botafogo.
Rio de Janeiro - RJ. CEP: 22271-110. Artigo 2: Zumbidos.
E-mail: rcmeirelles@gmail.com
Aída Regina Monteiro Assunção
Artigo 1: Novas Terapias para Professora Assistente - FCM-UERJ;
Surdez. Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia
HUPE-UERJ.
Shiro Tomita
Endereço para correspondência:
Professor Titular de Otorrinolaringologia da Secretaria da Otorrinolaringologia - HUPE-UERJ
Faculdade de Medicina - UFRJ; Av. 28 de setembro 77, 5°andar - Vila Isabel
Rio de Janeiro-RJ. CEP 20551-030
Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia - Telefone: 21 2868-8120
HUCFF- UFRJ. E-mail: aidarma@uerj.br
Endereço para correspondência:
Av. Professor Paulo Rocco 255, sala 11E24, Sergio Albertino
Ilha do Fundão.
Rio de Janeiro - RJ Professor Adjunto IV - UFF;
E-mail: shiro@openlink.com.br Doutor em Neurologia - UFF.

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 9


Artigo 3: Avaliação Diagnóstica Artigo 6: Abordagem Atual
das Síndromes Vertiginosas. das Hemorragias Nasais.

Marcelo Miguel Hueb Roberto Campos Meirelles


Professor Adjunto e Chefe da Disciplina e do (Vide Editorial)
Serviço de Otorrinolaringologia - UFTM;
Presidente da Associação Brasileira de Leonardo C. B. de Sá
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial-
Mestre em Medicina - Cirurgia Geral /
ABORL-CCF. Otorrinolaringologia - Faculdade de Medicina-
Endereço para correspondência: UFRJ;
Av. Santos Dumont, 409;
Fellowship em Cirurgia Nasossinusal pela
Uberaba - MG. CEP 38060-600 Universidade de Graz - Áustria.
Telefone: 34 3332-3033
E-mail: mmhueb@terra.com.br
Guilherme Almeida

Camila Pazian Feliciano Médico do Serviço de Otorrinolaringologia -


HUPE-UERJ.
Médica Voluntária do Serviço de
Otorrinolaringologia - UFTM. Artigo 7: Rinossinusite
Artigo 4: Terapêutica Crônica.
Farmacológica da Vertigem Débora Braga Estevão
Ciriaco. Professora Colaboradora - FMC-UERJ.

Cristóvão T. Atherino. Roberto Campos Meirelles


Professor Adjunto Doutor da Disciplina de (Vide Editorial)
Otorrinolaringologia - FCM-UERJ.
Endereço para correspondência: Artigo 8: Rinossinusite
Rua Rodolfo Dantas 106 / 201
Rio de Janeiro - RJ. CEP 22020-040 Nosocomial.
Telefone: 21 2541-9098
E-mail: crisatherino@gmail.com. Roberto Campos Meirelles

Artigo 5: Reabilitação (Vide Editorial)

Vestibular. Fabiana Rocha Ferraz


Professora Colaboradora - FCM-UERJ.
Sergio Albertino
(Vide Capítulo 2) Artigo 9: Síndrome da boca
seca.
Rafael S. Albertino
Ivan Dieb Miziara
Pós-graduando em Otorrinolaringologia - UFF.
Professor Livre Docente - Faculdade de Medicina-
USP;
Médico Chefe do Grupo de Estomatologia da
Divisão de Clínica ORL do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina-USP.

10 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Ali Mahmoud Artigo 12: Afecções
Pós-graduando do Departamento de Otorrinolaringológicas
Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina-
USP. no Idoso: O impacto da
Polifarmácia.
Artigo 10: Distúrbios da
Mônica Aidar Menon Miyake
Deglutição.
Otorrinolaringologista e Alergologista;
Geraldo Pereira Jotz Hospital Sírio Libanês, Hospital Israelita Albert
Professor Associado do Departamento de Ciências Einstein e Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos;
Morfológicas - UFRS; Doutora em Ciências pela Disciplina de
Professor Adjunto do Departamento de Ciências Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina -
Básicas da Saúde - UFCSPA; USP;
Pós Doutorado no Swallowing Center - Especialização em Pesquisa Clínica - FCM Santa
Universidade de Pittsburgh. Casa-SP.
Endereço para Correspondência:
Silvia Dornelles Clínica Menon
Fonoaudióloga Clínica; Rua Afonso Brás 525 cj. 21
São Paulo - SP. CEP 04511-011
Professora Adjunta do Curso de Fonoaudiologia - Telefone: 11 3842-4288
UFRS. E-mail: clinica@clinicamenon.com.br

Artigo 11: Presbifonia.


Roberto Campos Meirelles
(Vide Editorial)

Roberta Bak
Médica Otorrinolaringologista;
Residência Médica em Otorrinolaringologia -
HUCFF-UFRJ;
Primeira Tenente Médica Otorrinolaringologista -
PMERJ.

Fabiana Chagas da Cruz


Médica Residente do Terceiro Ano do Serviço de
Otorrinolaringologia - HUCFF-UFRJ.

Ano 11, Julho / Setembro de 2012 11

Você também pode gostar