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CORAÇÃO DO MISTÉRIO
REFERÊNCIA:
RESUMO
Dd
PALAVRAS-CHAVE/FICHA
CATALOGRÁFICA
Dd
OBJETIVO DA OBRA
1
Cf. Valeriano Santos COSTA (org.). Liturgia: Peregrinação ao coração do mistério
A CASA DA IGREJA: SIGNIFICADO DA CATERAL PARA A TEOLOGIA LITÚRGICA
E PARA A PASTORAL (ARTIGO 1)
“A vida da diocese chega a seu cume e atinge sua fonte cada vez que o bispo preside a liturgia” (p. 29).
“Em síntese: como lura de confluência de toda a comunidade diocesana e sede da atuação pastoral do
bispo, a catedral deve ser o modelo de vida litúrgica e também símbolo de fé e da unidade de toda a
diocese” (p. 31).
Deus não habita em templos feitos pela mão humana. “no entanto, a comunidade cristã precisa de um
espaço para celebrar a liturgia. Esse espaço não tem apenas uma dimensão funcional, mas sobretudo
uma dimensão simbólica [...]”2.
Ecclesia cathedralis: no sentido original, a aigreja que tem uma cátedra. A ecclesia mater. A ecclesia
major. Domus Dei: a casa principal de Deus na região. “no século II, Tertuliano aconselhava os cristãos a
visitar as igrejas apostólicas nas quais estavam as cadeiras dos apóstolos” (p. 16)
A partir do CVII, “o espaço sagrado começa a estruturar-se, tendo em vista a funcionalidade da ação
litúrgica, a partir de seus vetores essenciais, ou seja, o altar, o ambão, a cátedra e o lugar da
assembleia”. (p. 18)
a. A mesa da Eucaristia
“sendo a Eucaristia o sacramento principal da vida da Igreja, o altar resume em si o mistério do culto
cristão de glorificação de Deus e santificação de pessoas. Nesse sentido o altar é o lugar especial de
encontro de Deus com a comunidade, através do sacrifício pascal de Jesus Cristo”. (p. 18)
Na celebração da dedicação de uma igreja, tem-se quatro ritos cujo objetivo é por em relevo o altar como
símbolo principal da igreja, lugar destinado a celebração eucarística (cf. p. 18-19). Coloca-se o sinal e
seu significado:
2
Incenso queimado sobre o altar: o sacrifício de Cristo sobe a Deus em odor de suavidade.
Balbinot, o autor do artigo, cita Martinot, quando diz: “antes de mais nada, o altar é uma mesa, a mesa
da refeição, sobre a qual o sacerdote, representando o Cristo Senhor, realiza o que Jesus fez na Quinta-
feira Santa quando instituiu o seu memorial”. (p. 19)
De preferência, deve se rfixo, simbolizando Cristo, a pedra forte e firme. É fundamental que seja único.
b. A mesa da palavra
A origem grega do ambão é anabanien, ou seja, subir. Todo o destaque exigido do ambão origina-se do
fato de que, quando a Palavra é proclamada, Cristo está verdadeiramente presente. Sobre o ambão,
Crsito faz-se o “Pão da Palavra” e de lá é feito o diálogo e renovada a aliança de Deus com seu povo.
Em uma catedral, o ambão possui especial importância pois é dele que o bispo ou seus sacerdotes
atualizam a palavra de Deus para a comunidade daquela diocese.
“Assim como do altar da catedral brota toda a unidade da diocese ao redor do seu bispo, também do
ambão da catedral brota o anúncio profético da realização do Reino de Deus inaugurado e realizado por
Cristo numa Igreja particular concretamente situada”. (p. 21)
c. O lugar da presidência
“a sede é o lugar daquele que guia a assembleia cristã e a preside na pessoa de Cristo e em nome da
Igreja [...] quem preside fala e age em nome de Cristo” (p. 21)
d. A fonte batismal
É o lugar onde se realiza a entrada do fiel à vida de Deus e da Igreja. Ao passar por estas águas,
participa do Mistério Pascal.
O Batistério deve conter o maior número possível de pessoas e “o Ritual de Bênçãos diz que o mais
importante é que se destaque a conexão do Batismo com a Palavra de Deus e com a Eucaristia” 3.
Adquire especial importância o batismo celebrado na catedral, pois é a ecclesia diocesana, representada
pela catedral, que recebe os catecúmenos4.
Citando a ODEA, o autor diz que “o edifício deve manifestar a imagem da assembleia reunida, permitir a
participação ordenada e orgânica de todos e favorecer o desempenho dos diversos ministérios” 5.
e. O lugar da reconciliação
3
Egídio BALBINOT, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 23.
4
Cf. Ibid.
5
Id., p. 24.
“O bispo em sua catedral é, por excelência, o ministro da reconciliação” 6. Na Igreja primitiva, somente o
bispo era o ministro da Reconciliação, celebrando o sacramento na sua Cátedra, sinal de seu poder de
ministro ordenado. Entretanto, como crescia o número de fiéis e para que não se ouvisse o que era dito
em confissão, “são elevados braços laterais desta e cadeira e providos de uma garde; os genuflexórios
laterais para os penitentes foram ladeados com paredes e cobertos de tal forma que assim surgem três
cubículos: no meio para o confessor e dos dois lados para os penitentes” 7. “Dada a sua condição de
igreja diocesana, a catedral é o lugar especial de acolhida dos filhos que decidem voltar à casa do Pai” 8.
É um “lugar devocional do espaço eclesial” 9. O autor, citando a Sagrada Comunhão e o Culto do Mistério
Eucarístico fora da missa, diz que a finalidade primária e primitiva da reserva eucarística é o viático. O
autor também sustenta que o tabernáculo deve ser posto em uma capela especial e propiciar uma
devoção eucarística de cunho pascal10.
Lembra a coluna de fogo que andava à frente do povo em sua caminhada rumo à terra prometida (Ex 13,
21). O autor diz que as demais luzes do espaço celebrativo têm como fonte a do Círio Pascal 11.
Nas liturgias voltadas ao templo, aparece uma linguagem pessoal e esponsal. A igreja-edifício se
diversifica para a comunidade-Igreja para a qual é destinada, enfeitada como esposa e reunida em nome
da Trindade. Dessa forma, a Catedral é destinada a acolher a unidade da igreja particular quando
preside em sua catedral, o bispo estimula a todos na caridade e piedade. a celebração do bispo em sua
catedral é “a mais clara manifestação da interna concórdia de mente e de vontade que reina entre a grei
e o seu pastor”12. Segundo a Pastores gregis, o ponto focal do bispo diocesano é sua catedral, enquanto
lugar onde o mesmo preside as principais celebrações do ano litúrgico 13. A importância que deve se dar
à vida litúrgica
i. a oração
Sempre deveria haver, no lugar por excelência da oração comunitária – a catedral, a oração oficial da
Igreja, a Liturgia das Horas, presidida pelo bispo e seu presbitério.
6
Id., p. 25.
7
Ibid.
8
Id., p. 26.
9
Ibid.
10
Cf. Id., p. 26-27.
11
Cf. Id., p. 27.
12
PAULO VI, Mirificus eventus. AAS 57 (1965) 948-949.
13
Cf. JOÃO PAULO II, Pastores gregis, 34.
j. a Eucaristia
É sinal e causa de comunhão: “A comunhão eclesial é comunhão eucarística” 14. “Presidindo a ceia do
Senhor, circundado pelo presbitério e pelos fiéis, ele [o bispo] realiza perfeitamente tudo o que faz nas
múltiplas atividades de sua função de governo”15.
k. o Batismo e a Confirmação
Pelos sacramentos de iniciação cristã, a catedral converte-se em igreja-mãe de uma diocese, “Sua fonte
batismal é o “útero da Igreja”, seu seio materno, pelo qual viemos à luz pela ação do Espírito Santo. [...]
A presença do batistério se justifica pelo fato de a catedral ser a igreja de toda a comunidade diocesana.
Na catedral, a fonte batismal [...] tem uma função de ser memória permanente deste sacramento” 16.
l. a Reconciliação
Batismo e Reconciliação estão relacionados pelo fato de serem ambos meios de perdão dos pecados.
Por ser o bispo o ministro do Sacramento da Reconciliação, junto com seus presbíteros, e moderador da
disciplina sacramental de sua diocese, o autor aconselha momentos de celebração deste sacramento na
catedral17.
m. a presença na cidade
Pelo fato de a catedral ser uma referência civil, histórica e cultural à cidade onde está situada, torna-se
um sinal da presença do divino na cidade, “Ela evangeliza por si mesma” 18. A igreja deve propiciar
diálogos com a sociedade, sendo a catedral o lugar de encontro das pessoas com Deus e entre si.
Segundo o autor, a catedral, sempre de portas abertas, deve realçar a dignidade humana, a glória de
Deus e sua santidade. A catedral deve ser acolhedora, como expressa o ODEA, II, 62: “Aqui os pobres
encontrem misericórdia, e todos os seres humanos se revistam da dignidade de vossos filhos” 19.
n. o testemunho da beleza
Em sua raiz, beleza (bel el za) quer dizer: “lugar em que Deus brilha”. No judaísmo, é a shekináh, isto é,
a glória de Deus expressa em todo o seu esplendor, a presença perene de Deus junto a seu povo. Para
os gregos a beleza (kalos) é o esplendor da verdade e está relacionada com o bom e o verdadeiro. A
14
Egídio BALBINOT, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 29.
15
Ibid.
16
Id., p. 30.
17
Id., p. 31.
18
Id., p. 32.
19
Ibid.
beleza em uma catedral, portanto, leva a comunidade a sonhar com uma sociedade mais bela, boa e
verdadeira.
INTRODUÇÃO
Objetiva-se, com esse artigo, entender quais forma as orientações dadas por folhetos e subsídios quanto
à aspersão de água como substituição do Ato Penitencial durante a quaresma do ano de 2008, que foi
do ciclo A. após, far-se-á uma reflexão, no campo da teologia litúrgica, sobre a relação entre o rito de
aspersão na missa e o Tempo Pascal.
Orientações gerais: tanto a CNBB quanto outras fontes incentivaram o rito da aspersão como
substituição do ato Penitencial durante a quaresma de 2008.
Folhetos e subsídios litúrgicos: percebeu-se que, dos cinco folhetos/subsídios consultado, quatro
sugeriam o rito de aspersão em, pelo menos, um domingo da quaresma. Diante desse quadro, pergunta-
se o autor se não seria melhor reservar a aspersão para o Tempo da Páscoa, respeitando, assim, a
dinâmica do Ciclo Pascal. Ao comparar os referidos subsídios litúrgicos no Tempo da Páscoa, apenas
um sugeriu que se fizesse a aspersão nesse tempo.
Os dois tempos, com o Tríduo Pascal, formam o Ciclo Pascal. A Conferência de Aparecida, em 2007,
motivou que, durante esse ciclo, fossem iniciados na fé os catecúmenos valendo-se, para isso, do RICA.
Assim, a quaresma seria o último tempo de preparação para o Batismo e o Tempo da Páscoa, a
mistagogia.
Para o autor, a Quaresma, enquanto tempo de purificação e iluminação dos catecúmenos que se
preparam para receber o Batismo e Confirmação na Mãe das Vigílias, é tempo de índole batismal.
Objetiva incentivar e infundir nos catecúmenos o desejo “de serem purificados e redimidos pelo Cristo” 21.
20
Jacques TRUDEL, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 36.
21
RICA, n. 57 in Jacques TRUDEL, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 44.
22
Jacques TRUDEL, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 43.
23
Id., p. 43-44.
Os escrutínios visam libertar o eleito do pecado e do demônio e confirmá-los em Cristo, água viva (ev. da
samaritana), luz (ev. do cego de nascença) e ressurreição e vida (ev. da ressurreição de Lázaro). São
feitos progressivamente, tendo os catecúmenos a consciência do pecado e o desejo de salvação.
O autor põe sua posição: não é bom que se faça a aspersão em substituição ao Ato Penitencial durante
as missas na Quaresma pois se abafaria o desejo dos catecúmenos, em serem iniciados nos
sacramentos, e dos batizados, que desejam renovar as promessas batismais na Páscoa.
O sentido da aspersão da água sobre o povo que substitui o Ato Penitencial no início das Missas
dominicais é recordar o batismo “[...] Para que se digne abençoar esta água que vai ser aspergida sobre
nós, recordando o nosso Batismo. Que ele se digne ajudar-nos a permanecermos fiéis ao Espírito que
recebemos [grifo nosso] [...]”26. Essa introdução é a mesma da Vigília da Páscoa, apenas substituindo-se
‘ajudar-nos’ por ‘renovar-nos’. A oração da bênção da água também é a mesma, com o pormenor, de
que na Grande Vigília, antecede as palavras “Nesta noite santa”. Dessas três orações, apenas a
destinada ao Tempo Pascal alude ao batismo.
A terceira edição do Missal Romano, no número 51, traz um acréscimo em relação à segunda edição:
“[...] Aos domingos, particularmente, no Tempo Pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se
fazer, por vezes, a bênção e aspersão da água em recordação do Batismo” 27. A mesma ênfase é dada
no Guia litúrgico-pastoral da CNBB, que diz, inclusive, ser o rito celebrado aos domingos por conta da
Páscoa e não por conta da semana 28. Portanto, percebe-se que as orientações litúrgicas privilegiam a
aspersão no Tempo Pascal.
Nos Estados Unidos, foi aprovado que, na missa matinal do Domingo da Ressurreição, a assembleia
pode renovar as promessas do Batismo no momento do Creio, seguindo-se a aspersão, como na Vigília
Pascal.
24
Id., p. 47.
25
Cf. RICA, n. 40.
26
MR, Rito para bênção e aspersão de água, pp. 1001-1004.
27
IGMR, nº 51. Comparar com MR, nº 29, p. 38 in Jacques TRUDEL, Liturgia: peregrinação ao coração do
Mistério, 2009, p. 50.
28
CNBB, Guia litúrgico-pastoral, s/d, pp. 45 e 35.
Há muitos outros testemunhos sobre a importância da aspersão da água nos domingos do Tempo
Pascal, exibidos à página 53.
Antes da Reforma, era o rito de Asperges, com caráter de lustração, isto é, de purificação e de proteção
contra as ciladas do inimigo. O CVII deu o sentido de recordação do batismo à aspersão. Entretanto, o
tema das duas primeiras opções de oração para a bênção da água e do sal apresentam o tema da
lustração.
Percebe-se, então, que não é de se espantar que a aspersão da água benta sobre o povo não é um
marco distintivo do Tempo Pascal por conta de ainda ser novo. Mas o autor apresenta, ainda, duas
outras dificuldades: se a Bênção/aspersão é para recordar a da Vigília, por que se faz no lugar do ato
penitencial e, ao voltar para a cadeira, o sacerdote pronuncia a absolvição sacerdotal? E a versão de
bênção da água para o Tempo Pascal é longa, além de ter uma única opção.
O autor resolve a questão da seguinte maneira: o texto de Bênção da água para o Tempo Pascal é
composto de 4 elementos com os seguintes temas: o pedido de bênção da água; a anamnese da água
na história da criação; a anamnese da água na história da salvação; e o pedido de bênção com o sentido
pascal. Para um texto mais curto, bastaria cortar o terceiro elemento.
A espiritualidade dos dias de hoje, além de aparecer como uma reação ao materialismo contemporâneo,
deve, através de uma conversão pessoal e pastoral, levar à uma experiência de comunhão e
participação. Objetiva-se, pois, uma espiritualidade missionária. Um elemento que contribui para tal
espiritualidade é a religiosidade popular, que, segundo o DA, “reflete uma sede de Deus que somente
os pobres e simples podem conhecer” 29 e que é um como lugar de encontro com Ele. É expressão da fé
católica dos povos latino-americanos. É expressão do transcendente!
Caminhar em direção do Santuário já é uma confissão de fé, um canto de esperança. Nesses encontros
de amor que os peregrinos têm com Deus nesses lugares especiais, tomam decisões por toda a vida,
condensam sua vivência espiritual, contemplam o mistério!
29
Giuliana FROZONI, Krzysztof DWORAK, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 61.
Essa experiência, da qual se fala, se verifica nos romeiros do Bom Jesus? Analisemos a partir de
benditos.
Nesse Santuário, “os romeiros fazem sua experiência de convocação, de encontro com o Deus Vivo e de
construção da comunidade eclesial. Isso acontece através da prática vivificante do Mistério proclamado,
celebrado e vivido”30.
O canto permite ao fiel contemplar a atividade de Deus e se relacionar com o Mistério. Aludindo ao
estudo 79 da CNBB, os autores dizem que “o canto sacro e a música litúrgica estão a serviço do louvor e
do encontro dos fieis entre si e com Deus” 31. A música, de uma forma geral, e os cantos piedosos
populares, em particular, têm uma função simbólica de ligação com o transcendente e com sua cultura e
comunidade.
Composta recentemente, a estrutura celebrativa da Novena do Bom Jesus foi pensada “a expressar, de
maneira inovadora, a espiritualidade da romaria e do próprio Santuário nas suas dimensões:
escatológica, penitencial, festiva, apostólica e comunitária” 32. Este estudo vai se deter apenas na
ladainha.
A liturgia foi imposta e os negros tiveram que a engolir. “Parece que o objetivo de celebrar a fé em Jesus
Cristo a partir da cultura do povo e fazer com que a liturgia celebrada pela Igreja não seja estranha a
nenhuma pessoa, não tem sido atingido. Apesar dos quinhentos anos de “evangelização” a Igreja não
incorporou os valores das culturas negras em sua liturgia” 35. Assim, “podemos ter certeza eu a abertura
da liturgia para elementos culturais afro-brasileiros fará a Igreja de Cristo mais católica, isto é, “para
todos””36.
“Desse modo, podemos afirmar que inculturação é um processo histórico que envolve o encontro do
evangelho (fé cristã) com as diferentes culturas. Esse encontro estimula novas relações entre as
pessoas e Deus, originando um processo de conversão individual e comunitária cuja intenção é a
vivência do evangelho sem trair o modo de ser, de atuar e de comunicar das pessoas dessa cultura que
está entrando em contato com o evangelho”37.
30
Id., p. 66.
31
Id., p. 67.
32
Id., p. 81.
33
Id., p. 85.
34
Ibid.
35
Id., p. 91.
36
Id., p. 93.
37
Id., p. 94.
O autor faz um resgate histórico sobre a inculturação. A Igreja estava preocupada com inculturar a
mensagem do Evangelho às diferentes culturas em que chegava até o primeiro século do segundo
milênio. A partir de então, estabeleceu uma “cultura cristã católica”, impondo-a a outros povos, como na
colonização. O CVII, entretanto, ressuscitou a preocupação da Igreja com a inculturação.
“Concluindo, podemos afirmar que o louvor ao Senhor ao som dos atabaques, a oração comunitária
sustentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia e os valores culturais afro-brasileiros adaptados à
liturgia contribuem para uma celebração mais inculturada e propiciam em nossa vida a experiência do
encontro com o Cristo morto e ressuscitado, fazendo com que nos apaixonemos cada vez mais por Ele,
nos tornando assim, discípulos e discípulas missionários afro-brasileiros” 38.
“Como rios em busca do grande oceano, nossas vidas buscam sua habitação divina. Por isso nossas
peregrinações aos lugares sagrados são, na verdade, epifanias do espírito peregrino de nossa
existência”39.
“O ser humano, entre agonia e esperança, é um eterno peregrino, e sua vida, um perene peregrinar. Na
verdade, os sacrifícios e as intempéries da estrada simbolizam e sintetizam os sofrimentos e as agruras
cotidianas”40.
“essas experiências [de peregrinação] refletem a busca incessante dos fiéis por lugares sagrados e
momentos de pacificação de seus espíritos, de consolo em suas dores e alimento em suas
esperanças”41.
Como é o espírito dos fieis que se põem em peregrinação? É um espírito de quem está em marcha,
procissão, inspirada por ideias religiosos e sentimentos de fé, para realizar promessas e ter um encontro
pessoal com Deus. Essas procissões s e vinculam a grandes acontecimentos da existência. Na
antiguidade, o encontro divina se realiza na natureza (montanhas, rios). No judaímo, no lugar de grandes
acontecimentos (batalhas, eventos históricos). Com regras rigorosas, no que diz respeitos a estações,
dias e alimentação, essas peregrinações sempre findam a lugares “onde os fiéis evocam a própria
existência e atualizam seus sonhos e esperanças por meio das intervenções de Deus em suas histórias
pessoais”42.
Há aqui um importante conceito: o homo religiosus, que “se expressa pela inquietude fundamental que o
ser humano convoca à transcendência”43. Ao peregrinar, o homem faz uma experiência de encontro com
seus antepassados na fé, nos próprios lugares (não necessariamente) onde eles viveram. Os peregrinos
38
Id., p. 99.
39
José Luís ARAÚJO; Antônio S. BOGAZ, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 101.
40
Id., p. 102.
41
Id., p. 103.
42
Id., p. 104.
43
Ibid.
atualizam a comunhão com a história da salvação. Vede como é místico na Bíblia a peregrinação à
Jerusalém! Além disso, a peregrinação lembra que o homem é peregrino nesse mundo.
É comum a todos os peregrinos de diferentes credos o sentimento de unidade. É um fenômeno que liga
o ser humano à sua consciência de um ser a caminho desta vida efêmera à outra.
Peregrinações no cristianismo~
Nos primórdios do cristianismo, era muito forte a imagem dos primeiros discípulos, seus pais espirituais.
Daí a peregrinação a lugares por onde passaram ou foram sepultados. Os cristãos querem tocar e
sentirem-se tocados na própria fé pelo encontro com as relíquias. ‘Peregrinação’ tem esse nome pois os
cristãos iam pelos campos (per agros) “desenvolvendo rituais solenes que pertencem ao patrimônio
cultural e religioso da humanidade”44. O nome ‘romaria’ se deve Às peregrinações feitas À Roam com
início no século 13.
O povo hebreu é peregrino, caminha sem cessar e busca lugares sagrados para celebrar seus ritos. A
“terra prometida” era seu sonho. Na diáspora, tornou-se sonho o Templo, cujos sacrifícios celebrados
nele são símbolos da unidade de fé dos hebreus. Em outra imagem, peregrinar a Jerusalém é como o
retorno do exílio. “A procissão é o memorial da volta e penhor da salvação e triunfo divino (Is 52, 7-12)” 45.
É por isso que a colhida e um dever sagrado. Assim como fez Jacó, andando pelos caminhos de Abraão,
parece que “Peregrinar pelas terras é um modo subjetivo de comungar com todos os seus patrícios e
unir-se à Javé, que entrega a terra ao povo” 46. Peregrinar implica mudança de vida ao ter solidariedade
com os irmãos no deserto... no caminho, todos têm que se ajudar. É uma atitude de confiança nos
oráculos de Javé. Mas o povo hebreu tinha desconfiança em conviver com outros povos.
“O abrigo e a acolhida ao peregrino é uma virtude que marca a espiritualidade bíblica” 47. A memória da
escravidão do Egito faz com que o povo hebreu se atende a tratar os forasteiros com mais humanidade.
Torna-se uma exigência da Aliança. “Acolher o peregrino significa acolher o Senhor, pois ele vem em seu
nome e representa seu rosto de paz e de fraternidade”48. Para os hebreus, chegar ao templo é uma
vitória. Em sua concepção, Deus está ligado fisicamente ao Templo, lugar onde reina a paz. Portanto,
peregrinar a Jerusalém é reunir o povo da diáspora, é o retorno dos exilados, é o símbolo do Templo do
Deus vivo, que congrega todos os povos da Terra.
44
Id., p. 107.
45
Id., p. 107.
46
Id., p. 108.
47
Id., p. 109.
48
Id., p. 110.
Qual é o fundamento de todas as peregrinações? A vida de Jesus, o peregrino, e sua Encarnação.
Caminhar é uma “opção espiritual”. É procura de Deus, é percorrer um caminho sagrado e, no final do
itinerário, optar, para sua vida, essa senda sagrada. Em outras palavras, é conversão.
Mais tarde, os lugares de martírio eram os itinerários dos peregrinos cristãos. Daí vieram as basílicas,
onde, no dies natalis de cada mártir, os fiéis acorriam para prestar-lhes homenagem. Assim, o culto aos
santos e toda a devoção santoral têm início com o culto aos mártires” 49.
Peregrinações maiores: para Jerusalém (Jesus), Roma (túmulo de São Pedro) e Santiago (túmulo de
São Tiago).
As peregrinações para Santiago “representam a ocupação política e social da ocupação das regiões
ibéricas contra a ocupação dos normandos e muçulmanos”50. Caminhar para lá era se arriscar e assumir
a dores de Cristo.
E assim surgiram as peregrinações aos lugares dos demais santos e para onde a Virgem Maria
apareceu.
Quais são as dimensões litúrgicas presentes nas peregrinações? A de Cristo Peregrino. O romeiro
encontra no santuário lugar para rezar, descansar, celebrar, reavivar sua fé. Lá ele participa da vida
sacramental e faz a experiência da liturgia celeste. “O santuário é o lugar da eterna Aliança, que se
renova a cada visitação”51.
O mais eloquente sinal da peregrinação cristã é o deserto. É lá que se prova a fidelidade do crente/povo
e também onde Deus se manifesta e dá sua graça. Deserto e peregrinação revelam o sentido efêmero
da existência. Aqui também há outra ligação: DESERTO – PEREGRINAÇÃO – QUARESMA. É próprio
da espiritualidade quaresmal a ideia de deserto e de peregrinação. E ainda outra: DESERTO –
PEREGRINAÇÃO – QUARESMA – MÁRTIRES, pois sua fidelidade e coragem anima os crentes. É
imporante, para o autor, que se revigore essa espiritualidade apresentada nas ligações, uma vez que
“Voltar às fontes é uma forma segura de revigorar a opção cristã das comunidades” 52. Muitos fieis
passaram a assumir as peregrinações como forma de vida, tornando-se comum a Igreja aplicar punições
canônicas aos pecadores em forma de peregrinações penitencias.
Na Idade Média, peregrinação, espiritualidade cristã e ascética se unem. Os medievais criam que, ao
peregrinar-se, o homem se aproximava de Deus. Existiam as “romarias de lugar”, que eram
peregrinações feitas a certas catedrais quando não se podia ir a Jerusalém.
49
Id., p. 112.
50
Id., p. 113.
51
Ibid.
52
Id., p. 114.
Peregrinos de Aparecida
1. Espacialidade da pesquisa
Os dados apresentados doravante são de pesquisa realizada em cem pessoas, romeiros (as) da Mãe
Aparecida, de tradição barroca, e engajados, de forma geral, nas comunidades locais. Percebe-se que
os mais pobres têm estruturas eclesiais melhores.
Naturalidade dos entrevistados: do do interior de SP nasceram e vivem até hoje me sua cidade. Os da
grande SP são migrantes oriundos principalmente do nordeste e do interior de SP e PR.
São pessoas simples, sem muita formação, engajadas na vida da comunidade e sacramental, devotos
de Maria e têm apreço pela Igreja e seus pastores.
3. Motivações da peregrinação
O amor a Cristo e devoção à Mãe de Deus. Ir à Aparecida é uma necessidade espiritual e afetiva e que
dá proteção aos devotos. A fé vem da família e meio cultural e alimenta-se na peregrinação ao
Santuário. São motivados tanto pelas instituições eclesiais (como paróquias) como pelo povo (líderes
populares). Em segundo plano, é um passeio que marca datas importantes da família. Os fiéis pedem
silenciosamente um milagre e/ou vão para agradecer uma graça alcançada. Alguns, entretanto, rejeitam
essa espiritualidade de “comércio de promessas/favores” e vão unicamente para agradecer.
No santuário: destaque para a Missa, confissão e práticas litúrgicas, como o acendimento de velas,
caminhar de joelhos. É fundamental participar da Missa e visitar a imagem. É comum comprar
lembranças e mandarem abençoá-las.
De forma acadêmica, o autor sustenta que há dois tipos de peregrinação: a peregrinação como turismo
religioso – que geralmente incorre na dimensão comercial, de proporção menor, em que pessoas que
têm fé querem desfrutar de lazer, convivência familiar, “turistar” e celebrar eventos pessoais importantes;
e a peregrinação devocional, que possui três modelos de práticas: as açãoes litúrgicas eclesiais, os
momentos de meditação e silêncio e as devoções marianas.
Nos últimos anos, ocorreram várias peregrinações por grupo de resistência que unem sua causa À
devoção mariana, como o “Grito dos Excluídos”. Há destaque para o âmbito emocional das
peregrinações.
Percebeu-se nas entrevistas que há uma preocupação, por parte dos romeiros, de não suplantar a
devoção mariana à cristológica. Para os romeiros, o centro é Cristo e sua divindade e Maria é aclamada,
mais afavelmente, no sentido de sua maternidade divina. Assim, há retidão doutrinal.
7. Promessas e sacrifícios
“A título de conclusão, podemos dizer que peregrinar a Aparecida é percorrer um caminho que renova o
espírito, participar das ações litúrgicas e devocionais que encantam a existência e abastecem o coração
para retomar suas labutas cotidianas. A sensação de vitória, existencial e espiritual, é um sentimento
comum que se expressa no olhar de todos os peregrinos”53.
O autor inicia refletindo como o CVII, em sua constituição Sacrosanctum Concilium (SC) entende a
liturgia: é a fonte, centro e cume de toda a vida da Igreja, todas as ações apostólicas têm como objetivo
último a liturgia. Já o DA, em relação à liturgia, “deixa a desejar. Dá mais importância À piedade popular
do que à liturgia como lugar de encontro com Jesus Cristo (cf. nn. 258-265)” 54. Trazendo para a realidade
brasileira, o autor diz que o DA é destinado à grade multidão de fiéis católicos já batizados porém não
praticantes, que seriam 120 milhões. Sentem-se membros da instituição Igreja Católica, esperam receber
ajuda dos padres quando necessitam e têm uma piedade baseada na popular. Daqui provém um desafio:
como reacender a fé daqueles que um dia já tiveram a experiência com Cristo?
A SAGRADA LITURGIA NO DA
A ideia de liturgia do CVII não encontrou lugar na Conferência que redigiu o DA. Há, no DA, uma
distorção na compreensão da liturgia, relegada à segundo plano e restringida mais aos sacramentos,
como se esses fossem desvinculados da liturgia, apenas na última hora, no número 250, que a liturgia foi
entendida como fonte e cume da vida dos discípulos e missionários de Cristo. Assim, essa dimensão
litúrgica “não perpassa o Documento”55. “Os sacramentos aparecem quase exclusivamente como sinais
eficazes de salvação e não como Mistério Pascal celebrado e testemunhado” 56. A Eucaristia é um
sacramento estático, importando mais a comunhão. A Reconciliação serve para receber a comunhão. Há
desconexão entre liturgia e Palavra de Deus. A mesma separação se percebe nas Diretrizes gerias da
ação evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, em que há diferença entre “ministério da palavra” e
“ministério da liturgia”. “Confirma-se, assim, o que os bispos em Santo Domingos já haviam constatado:
“Ainda não se alcançou a plena consciência do que significa a centralidade da liturgia como fonte e cume
53
Id., p. 126.
54
Alberto BECKHÄUSER, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 128.
55
Id., p. 132.
56
Id., p. 130.
da visa eclesial””57. Portanto, surge a necessidade de envidar todos os esforços para que a Sagrada
Liturgia tenha o seu devido lugar.
Este tópico responderá a questão: por que e como a ação litúrgica manifesta a vida dos discípulos e
missionários de Jesus?
Os cristãos discípulos são aqueles que unem toda sua vida à Cristo, sacerdote, profeta e rei. Sempre
recordam dele e anunciam sua palavra pela caridade, como lembra o Ato dos Apóstolos. Lembre-se de
Atos 13, 2-3, em que Saulo e Barnabé foram escolhidos por Deus e enviados em missão durante uma
liturgia.
SC 7: “Para levar a efeito obra tão importante, Cristo está sempre presente em sua Igreja, sobretudo nas
ações litúrgicas”. Este é o ligar da liturgia na vida dos discípulos. Entre as obras apostólicas, a liturgia é a
de maior eficácia e para onde toda a pastoral tende (cf. SC 10).
CUME (ponto de chegada): é a expressão máxima da vida da Igreja. Segundo o autor, existem dois
pontos de partida. A liturgia “é a origem ou o fundamento do discipulado” 58 e “fonte, ponto de partida”59,
força para a missão.
O cristão que é discípulo verdadeiro, também é missionário pois, “Celebrando o Mistério Pascal, ele
anuncia o Evangelho, anuncia o Mistério Pascal, anuncia Jesus Cristo” 60. E a Igreja é missionária
particularmente na liturgia, meio pelo qual anuncia o mundo a Ressurreição.
1. A assembleia reunida
2. A presidência das ações litúrgicas
3. Os sacramentos
Destinam, conforme diz a SC n. 59, à santificação dos seres humanos, à edificação do corpo de Cristo e,
ainda, ao culto a ser prestado a Deus. Sendo sinais, destinam-se também à instrução. Não só supõem a
fé, mas por palavras e coisas também a alimentam, a fortalecem e a exprimem”.
Quando se celebra um sacramento, decerto se faz memória de todo o Mistério Pascal de Cristo. Mas,
além disso, nos diversos sacramentos comemoram-se aspectos diversos do mistério de Cristo.
“Podemos dizer que os sacramentos constituem ações simbólicas proféticas dos mistérios de Cristo” 61.
Há três elementos em todo sacramento: o fato valorizado, como páscoa-fato; o rito e a vivência solidária
57
Id., p. 132.
58
Id., p. 134.
59
Ibid.
60
Id., p. 137.
61
Id., p. 139.
do mistério. Há, também, três tempos: o fato passado, que se comemora, o presente como atualização
ou representação desse fato e o futuro que se prefigura no presente. E a expressão significativa, ou os
sinais da celebração têm três dimensões: “é rememorativa do passado, demonstrativa do presente e
prognóstica ou profética do futuro”62. Essa dimensões implicam numa quarta: a do empenhativa, ou seja,
o compromisso com o que se celebrou.
4. O Batismo
É a celebração do mistério da Ressurreição. A Igreja é missionária pelo Batismo pois, nele, celebra e
testemunha a justificação pela fé e pelo Batismo.
5. A Crisma
É a celebração do mistério de Pentecostes. O Dom de Deus é infundido nele a fim de que possa
compreender o Evangelho e levar à plenitude sua missão.
6. A Eucaristia
“A celebração eucarística é a mais perfeita epifania da Igreja” 63 pois é celebrado todo o Mistério de
Cristo, especialmente na Oração Eucarística: Eis o Mistério da Fé! “A Eucaristia, [..] é a celebração da
vida nas pausas do caminho, para que todo caminho se torne Eucaristia” 64.
“Assim, a Eucaristia não está vinculada a um determinado momento da vida. Ela perpassa toda a vida. É
celebrada na experiência da páscoa semanal e, mesmo, diária. Faz com que todos os momentos da vida
se tornem pascais, se transformem em ação de graças” 65.
A Eucaristia, sendo ação de graças, vai marcando todo o nosso caminho, a fim de que todo ele se torne
uma ação de graças à Santa Trindade. É interessante como o autor enfatiza que a Eucaristia tem como
seu objeto de celebração a vida vivida com Cristo66.
O discípulo e missionário de Jesus tem como ume de sua vida celebrar a Eucaristia e ser Eucaristia.
Neste sacramento, a Igreja celebra o Cristo que perdoa, Deus de bondade. É o próprio Cristo que
celebra este sacramento e comunidade ao reconciliado o Dom, o Paráclito, para que possa viver em
atitude de conversão. É pascal, pois a experiência é de queda e reconciliação. A Igreja torna-se
missionária, neste sacramento, ao ser discípula de uma conversão contínua.
A Igreja envolve o doente e celebra o Cristo que cura, conforta e perdoa os enfermos, isto é, Cristo
médico. É “a experiência pascal da enfermidade na esperança da saúde” 67 em que Cristo se torna
presente com seu Espírito Santo, quando a comunidade se reúne em torno do doente. Neste
62
Ibid.
63
Id., p. 141.
64
Ibid.
65
Id., p. 141.
66
Cf. Id., p. 142.
67
Id., p. 143.
sacramento, a Igreja anuncia que o ser humano é chamado a ser discípulo de Jesus mesmo em meio a
sofrimentos e proclama seu Evangelho de vida e de consolação.
9. A Ordem
Este sacramento manifesta a Igreja, sinal e instrumento de salvação, pelo Cristo que veio para servir e
não para ser servido.
10. O Matrimônio
No casal que, dando a vida, gera a vida, é manifestado o amor dos cônjuges em Deus e o amor de Deus
pela humanidade. Seu apostolado é dado, primeiramente, por seu amor mútuo.
No decorrer do ano, a Igreja, em certos dias, relembra a obra salvífica de seu esposo. Assim, dá a os
fiéis o poder e a graça santificadores de Cristo e é por meio disso que os discípulos, educados no tempo
da Igreja, são chamados a serem missionários ao revelar e anunciar ao mundo “todo o Mistério de
Cristo”69. É dessa forma que o Ano Litúrgico carrega caráter sacramental.
A Igreja prega, na profissão religiosa, a vocação de todos à santidade e as núpcias de Deus com a
humanidade. Além disso, lembra as realidades escatológicas, já visíveis em seus religiosos.
Toda a Palavra possui um caráter sacramental pois é celebrada e rememora os mistérios de Cristo.
O CVII considera que as bênçãos são celebradas, e não simplesmente dadas. Nelas, a Igreja glorifica o
Deus de Bondade, de onde provém toda a bênção, enquanto que os seres humanos são santificados.
Por isso, é recomendado que sejam de caráter comunitário.
Há muitos textos que expressam a ligação entre Eucaristia celebrada e eucaristia vivida. Como os textos
cujas expressões são proféticas, com os do Batismo e os da Ceia do Senhor, particularmente o da
Oração Eucarística. Além disso, são também proféticos os textos da coleta, especialmente os de depois
da comunhão e os ritos de encerramento da Missa, em que, os que são abençoados, imediatamente são
chamados a anunciar o que viveram. O autor lembra uma oração do Sacramentário Veronense:
68
O autor baseou suas reflexões na SC, nº 102.
69
SC, nº 102.
“Louvem-te, Senhor, as nossas vozes, louve a alma e louve a vida; e porque é teu o obséquio do que
somos, seja teu tudo quanto vivemos”70.
A liturgia não é fechada em si mesma. Ela leva à vida: “trata-se da liturgia vivida ou da vida transformada
toda ela em liturgia”71.
É importante saber-se que o Cristo se faz presente em toda a ação da Igreja antes e depois de ser
realizada por meio de seu Espírito, que vai formando o Corpo Místico. A liturgia perpassa e anima
todas as ações eclesiais.
Primeira: antes das celebrações, está presente várias dimensões, como a missionária, pois a Igreja em
missão é imagem do Cristo enviado do Pai, e a catequética, pois é Cristo que vai aprofundando o povo
nos mistérios do Reino. E também depois, como nas dimensões ecumênica, em que os cristãos acolhem
e valorizam tudo de bom que os outros irmãos separados têm a oferecer e a sociotransformadora, em
que os fiéis consagram todas as suas ações a Deus por um mundo mais humano. Todas as ações da
Igreja são fatos pascais no tempo da Igreja, isto é, passa-se de uma situação pior a uma mais
humana.
No dizer do autor, “toda a ação da Igreja, antes e depois da ação litúrgica, é objeto de celebração. Na
ação litúrgica, a Igreja faz memórias dessas ações pascais de toda a Igreja. Em outras palavras: a Igreja
acolhe e expressa na sua ação litúrgica todas as dimensões da vida da Igreja” 72.
O gráfico seguinte explicita as duas razões/dimensões de como a liturgia perpassa e anima todas as
ações eclesiais:
pácoas- celebrações
fatos dos da Igreja
critãos
Animam e perpassam as
70
Sacramentário Veronense, nº 1329.
71
Alberto BECKHÄUSER, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 150.
72
Id., p. 152.
AGORA, COMO CADA DIMENSÃO, DAS MENCIONADAS PELO AUTOR, SE FAZ
PRESENTE NA AÇÃO LITÚRGICA?
É aí que a Igreja celebra sua vocação comunitária, põe suas carismas a serviço uns dos outros e faz
deles motivo de ação de graças.
2. A dimensão missionária
Não está intrinsecamente na celebração, mas dela emana e para ela converge. Há uma dimensão
missionária em cada sacramento. No fim da Eucaristia, renova-se o envio de cada fiel.
3. A dimensão catequética
Catequese e liturgia não são o mesmo. A catequese introduz o cristão em toda a vivência da Igreja.
5. A dimensão sociotransformadora
Dois aspectos da sociotransformação pedida pela liturgia: a liturgia é sociotransformadora por aquilo que
ela é pois a Palavra de Deus mexe no coração humano e o leva à uma conversão pessoal que
desabrochará em uma conversão social; e a transformação social que o cristão opera em sua vida
pessoal, fora do culto.
6. A dimensão litúrgica
É o cume de todas as dimensões da Igreja. Ela acolhe e expressa as demais dimensões da vida eclesial
na perspectiva do Mistério Pascal. Assim, “A dimensão litúrgica celebra os mistérios de Cristo,
manifestados nas demais dimensões da vida da Igreja”73 e “Nas diversas dimensões da vida da Igreja
revelam-se os mistérios de Cristo celebrados na liturgia”74.
O autor diz que podemos chamar de liturgias quentes a Última Ceia de Jesus, em que os discípulos
foram profundamente tocados, o episódio de Emaús e Moisés na Sarça Ardente. Par o autor, “Tal
encontro em comunhão existencial com o Senhor e, através dele, com o Pai no Espírito Santo, é a meta
e o resultado indispensável de uma liturgia quente” 75. O autor coloca mais um elemento para que a
liturgia seja quente: ser fundamentada na tradição da Igreja que, falando-se da missa, remonta à Última
Ceia. A liturgia que celebra-se não vem de nós, mas da tradição da Igreja.
Coloca-se duas perguntas: como relacionar a tradição com o agente celebrante de aqui e agora? E
podemos experenciar a ação de Deus na liturgia de tal forma que converta toda nossa vida para a
missão?
a) Deve haver fé madura por parte dos celebrantes, individual e comunitária, em que os discípulos
(individual) são também missionários (comunitário). Assim, a comunidade também quer a
salvação do mundo.
b) Se há essa fé, então a liturgia da Igreja pode facilmente ser acolhida, acolhendo, também,
aquelas partes divinamente instituídas. As partes suscetíveis de mudança devem ser
inculturadas para melhor expressar o Mistério Pascal. Assim, temos que celebrar a Páscoa de
Cristo também na vida das pessoas de agora. Isso, que o autor chama de “liturgia quente” é
trabalhoso, pois exige que se adaptem cantos, ritos e até o espaço litúrgico.
75
Gregório LUTZ, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 165.
Como conseguir celebrações quentes?
Adverte o autor: “Lembremos mais uma vez que a liturgia é o ponto culminante da vida e ação cristã e
que, por isso, ela deve ser celebração ritual daquilo que vivemos e fazemos, como indivíduos e como
comunidade. Não adiante querer construir nas alturas quando não existe um fundamento. Quem quer
uma liturgia quente deve preocupar-se em primeiro lugar com os sujeitos da celebração para que sejam
“quentes” em sua fé e vida. Só assim poderemos conseguir liturgias quentes” 76.
De forma prática, não se deveria visar a lotar as igrejas fazendo aquilo que o povo gosta. É necessário
suscitar a fé nas comunidades e sua relação com a liturgia, especialmente por meio dos iniciadores dela,
os catequistas. Também os padres carecem de formação litúrgica, que pode ser obtida através de boas
bibliografias e cursos oferecidos pela ASLI e pelo Centro de Liturgia da Pontifícia Faculdade de Teologia
NS da Assunção.
Todas as sugestões devem ser postas em prática em três campos: na celebração, na música e no
espaço litúrgico.
Por que o Catecismo é tão raso ao falar sobre liturgia e sacramentária? Talvez por que há dificuldade
entre conjugar fé e vida, isto é, a práxis celebrativa e a teologia litúrgica. A liturgia é o locus theologicus,
isto é, onde a teologia se faz presente. Também é o espaço onde a Palavra de Deus é interpretada
coletivamente.
A assembleia é sinal da unidade dos cristãos, a expressão mais forte da verdadeira epifania da Igreja 78 e
“explicita a natureza da Igreja, isto é, ser sacramento de Cristo onde quer que ela se faça presente” 79.
Na Igreja, o Verbo se vivifica e dá vigor à nova criação. A partir disso, entende-se que o sacramento é a
“realidade divinizada pelo toque do Logos na economia da encarnação”80. Sendo que, segundo
Ratzinger, os mistérios do Logos são os Mistérios cristãos. Assim, os sacramentos são “meios que
expressam e comunicam a totalidade do Mistério que é a graça da Trindade salvífica” 81.
Assim também se compreende o que é a celebração. Esta seria o “lugar onde o Mistério abraça e atua
na história e, por sua vez, esta se transforma num grande cenário litúrgico” 82. Então, é preciso ter me
mente primeiro a dimensão cósmica do Mistério.
76
Id., p. 168.
77
Joaquim CAVALCANTE, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 172.
78
Cf. A. G. MARTIMORT, La Iglesia em oración, introdución a la liturgia, 1992, p. 119.
79
Joaquim CAVALCANTE, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 173.
80
Id., p. 174.
81
Ibid.
82
Ibid.
Assim, há duas coisas que se nos imperam: recuperar o entendimento de sacramento como sinal e canal
pelo qual a graça de Deus vem à assembleia e exige responsabilidade e compromissos sociais; e
entender a liturgia como Mistério que é de Deus.
“A Igreja é mais que administradora dos sacramentos, ela se autoexpressa neles, exprime sua
sacralidade no serviço da administração deles e se afirma na condição de peregrina e guardiã do
depósito da fé e da graça”83.
O mistério sempre é algo que se revela, e não um segredo, na experiência que é articulada entre:
Fé trinitária
Filiação em Celebração
Cristo Eclesial
“Desse modo, os sacramentos, como celebração do Mistério de Deus, radicam “numa vida de
seguimento de Jesus, vida que os precede, a eles se orienta e neles se expressa, e recriam essa vida,
aprofundam, alimentam e incentivam”.
Quando se celebra o mistério de Deus lembra-se do mistério do culto cristão bíblico. Esse mistério é
centrado na glorificação da Trindade. O culto cristão tem seu kairós no louvor ininterrupto da Igreja
celebrando o mistério de Cristo. Dentro do campo do culto cristão, há uma relação entre CRISTO e a
83
Id., p. 175.
84
Ibid.
IGREJA, dos quais o culto é instrumento: a Igreja é santificada em Cristo, e por ele, rende glorificação a
Deus.
É interessante o que diz uma nota de rodapé, escrito pelo autor: “o prolongamento da ações salvadoras
de Deus, que tem seu lugar especial na liturgia, [...] sem dúvida é a mais importante, porque, segundo a
Sacrosanctum Concilium, dela derivam e para ela convergem todas as ações da Igreja (SC, n. 10)”85.
Eis um ponto importante: “A economia da celebração do mistério cristão se sustenta no princípio de que
Deus revelou sua realidade como Uno e Trino”86.
“Na verdade, a liturgia não se situa dentro da conceituação teológica que pode reduzi-la a aparatos
estéticos, à interpretação alegórica ou a gostos pessoais; sua natureza teândrica revela a centralidade
que ela ocupa dentro da história da salvação , como evento que torna presente, na dinâmica trinitária e
no tempo da Igreja, a incessante ação salvífica de Deus” 87.
“Por conseguinte, a liturgia é locus privilegiado para a reflexão teológica, lugar de encontro gratuito,
diálogo fecundo, amoroso e salvífico do ser humano com Deus” 88.
A singularidade da liturgia vem evidenciar a simbiose entre o mistério trinitário e o corpo eclesial. A
celebração litúrgica comunica a vida trinitária89.
“A liturgia autenticamente renovada, celebrada e vivida na dinâmica trinitária pela comunidade dos
batizados é fonte de santificação e de unidade entre todas as igrejas” 90.
O autor propõe que a liturgia seja celebrada na perspectiva da união entre as diferenças, verdadeiras
feridas, uma vez que a Trindade, comunhão em si mesma, é o modelo, o fim e o cume da comunhão
eclesial que se apercebe na liturgia92.
A Trindade se auto-revela à Igreja e a liturgia vê a celebração como “profissão de fé que afirma o amor e
a comunhão na unidade da Trindade”93.
85
Id., p. 176.
86
Id., p. 177.
87
Id., p. 177-178.
88
Id., p. 178.
89
Cf. Id., p. 180.
90
Ibid.
91
Ibid.
92
Cf. Id., p. 181.
93
Ibid.
“Neste prisma,
a CELEBRAÇÃO como evento marcado
pelo trinômio TRINDADE, IGREJA E LITURGIA pode
ser considerada
o ESPAÇO primário detentor da EXPERIÊNCIA DO
MISTÉRIO CRISTÃO”94.
A Trindade opera sua Encarnação do Verbo na história e na liturgia em sua realidade TRIPESSOAL. É
assim que ela dá o caráter de teofania do Mistério de Deus à celebração.
Deus Pai é a origem de tudo. É Ele que concede à Igreja o dom de louvá-lo, por Cristo e no Espírito. Por
isso, a liturgia procede e tende à Deus Pai, unicamente. Ao Filho compete o papel de mediador (por
conta de sua Paixão, Morte e Ressurreição). O Espírito, por seu turno, faz o papel de dínamo, um motor,
que dá vida e diviniza a criação. É o vínculo do amor e da eterna caridade na Trindade.
O Mistério Salvífico da Trindade, portanto, é uma dialética pois “tudo vem do Pai, no Filho, pelo Espírito”
assim como tudo volta. Essa dialética pode ser observada nas duas últimas orações do Cânon Romano:
Na celebração cristã, “Tudo acontece na gratuidade e no amor recíproco entre o Pai, o Filho e o Espírito
Santo, na Igreja”95. A Trindade se manifesta na vida da comunidade, especialmente durante a celebração
eucarística, pois “A assembleia reunida para a celebração sacramental é sinal profético e ícone trinitário
porque é o lugar privilegiado para a manifestação da Trindade na história” 96.
No artigo, falou-e de espiritualidade litúrgica. Quais seriam os princípios para essa espiritualidade?
São três:
94
Ibid.
95
Id., p. 183.
96
Id., p. 184.
1. A liturgia deve ser fonte da espiritualidade duma comunidade, deve ser viva e encarnada
naquela comunidade. “De tal modo que a vida da comunidade celebrante se torne, pela liturgia,
vida pascalizada na Páscoa de Cristo”97;
2. A liturgia deve ser celebração ativa, consciente e comunitária, menos privada;
3. A liturgia deve celebrar “o Mistério de Cristo ligado à criação, à vida e à existência dos
cristãos”98.
a. Sobre esse princípio, a nota de rodapé é muito esclarecedora: “A celebração litúrgica
deve ser o momento potencializador da existencialidade humana. [...] Pensa-se uma
liturgia que, ao celebrar os mistérios de Deus, não negue a existência humana. Assim,
ela é, realmente, a celebração do mistério salvífico de Cristo no mistério da vida dos
cristãos. Parece mais sensato que a celebração passe pela experiência vivida pelas
pessoas para que a liturgia se torne a passagem desejada pelas pessoas para fazerem
a experiência do mistério”99.
À GUISA DE CONCLUSÃO
O Catecismo defende que a liturgia é obra da Trindade. De fato, porém sem a mediação da Igreja, da
pedagogia dos sinais e do protagonismo do Espírito Santo 100.
Documento Animação da Vida Litúrgica no Brasil: liturgia é celebração e celebração é algo humano.
“A Igreja é o sijeito da celebração enquanto corpo espiritual de Cristo (1Cor 15,44) e santuário do Espírito
Santo, somente neste prisma entende-se sua participação na atualização da obra salvífica do Pai em
Cristo”101.
“Após a sua ascensão, a Igreja assumiu a densidade sacramental de Cristo, tornando-se o seu
sacramento na história e celebrando seus mistérios na liturgia” 102.
Os três últimos parágrafos do artigo são compostos de uma belíssima oração baseada no Te Deum103.
1. Ritos de preparação;
2. Ritos de execução;
3. Ritos de Conclusão.
97
Id., p. 187.
98
Ibid.
99
Id., p. 188.
100
Ibid.
101
Id., p. 190.
102
Id., p. 191.
103
Id., p. 191-192.
RITOS DE PREPARAÇÃO
Finalidade: fazem com que os fiéis para que se acheguem do banquete com as devidas disposições.
Pai nosso: desde o século IV. Evidencia a relação do pão cotidiano e o eucarístico e para purificar-nos
de nossos pecados: “Perdoai-nos as nossas ofensas”. O autor cita algo interessante: “santo Agostinho
afirma que, ao recitar o pai-nosso, nós lavamos o rosto antes de comungar e receber o corpo e o sangue
de Cristo. Por isso, em Hipona, sacerdotes e fiéis, ao pronunciar a invocação do perdão, se batiam no
peito”104.
1. Oração do presidente: essa oração foi transformada em pública por desejo expresso de Paulo
VI, o que, segundo p. Jounel, o papa quis para dar-lhe um sentido ecumênico.
2. Saudação-anúncio da paz;
3. Abraço da paz. Paulo VI se perguntou, sobre a indicação “se for oportuno”: “Tirar o ‘se for
oportuno?’”105.
Fração do pão: vem da liturgia judaica. Desde o século 7 era acompanhado pelo canto do Cordeiro de
Deus. A partir do século 13, transformou-se em meras cerimônias.
A distinção entre hóstia magna e as do povo sugere uma “comunhão mais importante” e uma
“comunhão menos importante”.
Deve-se abolir a patena pequena a fim de colocar todas as hóstias numa só bandeja.
O pão deve ser partido e distribuído a pelo menos alguns fieis: “Trata-se de partir para
repartir”107.
A prática de distribuir a comunhão com hóstias consagradas em outra missa é abolida.
O Cordeiro de Deus: a primeira notícia que se tem do Cordeiro é do Papa Sérgio I (68-701). Era um rito
solene. A partir do século10, o rito perde importância. O Missal de Paulo VI retoma sua importância,
mesmo que na prática não se observa.
RITOS DE EXECUÇÃO
Expressam a realidade de que a celebração eucarística é volta real e mística aos acontecimentos do
Mistério Pascal.
Oração em silêncio.
Apresentação da hóstia: segundo o autor, os sacerdotes que dizem: “Felizes somos nós os convidados
para a Ceia do Senhor” cometem um erro, pois excluem a universalidade da fórmula.
104
Manoel João FRANCISCO, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 195.
105
A. BUGNINI, La reforma litúrgica (1948-1975), Roma: Ed. Liturgiche, 1983, p. 375.
106
Encontradas em Manoel João FRANCISCO, Liturgia: peregrinação ao coração do Mistério, 2009, p. 200.
107
Ibid.
Recepção do corpo de Cristo: deve ser feita com calma. O autor apresenta 5 motivos do porquê a
comunhão na mão foi reautorizada na página 207.
Recepção do sangue de Cristo: o CVII introduziu-o. pode ser feito de 4 modos e expressa mais
claramente o sinal: “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas
espécies” (IGMR, n. 281).
Quantas vezes por dia se pode comungar: segundo o cânon 917, pode-se recebe-la “outra vez” no
mesmo dia, contanto que se participe de uma missa e comungue nela.
Pão de trigo, vinho de uva: há algo interessante: o sacerdote que não pode comungar pão com
quantidade suficiente de glúten ou ingerir álcool não pode celebrar a Eucaristia individualmente nem
presidir concelebrações.
RITOS DE CONCLUSÃO
Para o autor, as abluções deveriam ser feitas depois da missa, para que os ministros não percam o
tempo de ação de graças.
O “hino de ação de graças”, segundo o autor, deve ser entoado conjuntamente, sem solista ou coros,
como louvor de agradecimento.