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NR36 - Segurança e saúde no trabalho em

empresas de abate e processamento de carnes e


derivados: os requisitos mínimos para avaliação, mo-
nitoramento e controle dos riscos existentes neste tipo
de empresa são estabelecidos nesta norma para garan-
tir a segurança, saúde e qualidade de vida dos trabalha-
dores que atuam neste ramo de atividade.

Tendo sido relatados os objetivos das Normas


Regulamentadoras, informações específicas sobre a
aplicabilidade de cada uma, os conceitos envolvidos,
medidas de controle relativas aos diferentes agentes
de risco presentes nos ambientes de trabalho poderão
ser consultados na íntegra no site do Ministério do
Trabalho e Emprego.

As Normas Regulamentadoras atualizadas para consulta


encontram-se disponíveis em: http://portal.mte.gov.
br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm

1.2. Órgãos relacionados com


segurança do trabalho e
organização na empresa

A Segurança do Trabalho deve permanentemente


estar presente nas empresas com o propósito de pre-
venir perdas acidentais. Com este objetivo, o profissio-
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nal que integra o Serviço Especializado em Engenha-
ria de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)
deve, além de atender a legislação vigente, desenvolver
e implementar medidas de controle relativas aos riscos
operacionais existentes no ambiente de trabalho. Deve
ser dada ciência aos trabalhadores das medidas desen-
volvidas e implementadas por meio de treinamento
com o propósito de educá-los quanto à execução de
suas tarefas, de acordo com NR4 (BRASIL, 1978). A
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
tem como atribuição o desenvolvimento do Mapa
de Riscos, dentre outras, conforme estabelecido pela
NR5 (BRASIL, 1978). O SESMT deve interagir com a
CIPA, examinar atentamente considerações efetuadas
pela CIPA, além de treiná-la, atendê-la e apoiá-la, con-
forme define a NR4.

1.2.1 Serviço Especializado em Engenharia


de Segurança e em Medicina do Trabalho –
SESMT

O SESMT deve ser composto pelos seguintes pro-


fissionais: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Mé-
dico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de
Enfermagem do Trabalho e Técnico em Segurança do
Trabalho. Estes profissionais devem ser empregados da
empresa e sua dedicação deve ser exclusivamente volta-
da ao SESMT durante seu horário de atuação. Sua com-
posição e dimensionamento são definidos pela norma
que o institui, variando de acordo com o grau de risco
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da atividade principal e da quantidade total de emprega-
dos do estabelecimento.
Há um conjunto de atribuições para os integrantes
dos SESMT visando à prevenção de acidentes do traba-
lho e doenças ocupacionais. Para tanto, estes profissio-
nais devem, no exercício de sua profissão, reconhecer
os riscos existentes no ambiente de trabalho e propor
medidas para que estes sejam reduzidos ou eliminados
(BRASIL, 1978).
Cabe ressaltar a importância do correto reconhe-
cimento dos riscos presentes nas tarefas executadas
pelos trabalhadores ou no ambiente de trabalho, pois
esta etapa propiciará a definição e desenvolvimento das
medidas de controle.
Continuando a apresentar as atribuições dos inte-
grantes do SESMT, conforme NR4 (BRASIL, 1978),
estes devem contribuir, quando solicitados, nos proje-
tos de instalações físicas e tecnológicas da empresa com
seu conhecimento de engenharia de segurança e me-
dicina do trabalho. Devem também responsabilizar-se
tecnicamente pelas orientações embasadas no conteúdo
das NR e que são pertinentes às atividades desenvolvi-
das pelas empresas e por seus estabelecimentos.
A contribuição do profissional do SESMT aos
projetos da empresa, quando estes ainda estão no está-
gio de planejamento, tornará possível a antecipação do
reconhecimento dos possíveis riscos daquele projeto e,
como consequência, poderá haver o desenvolvimento
de medidas de controle relativas aos possíveis riscos. Tal
antecipação, portanto, possibilitará o desenvolvimento
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de tantas medidas de controle quanto seja possível para
prevenir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Ainda segundo a NR4, para promover a prevenção
tanto de acidentes do trabalho como de doenças ocupa-
cionais devem ser desenvolvidas pelo SESMT progra-
mas e campanhas permanentes que orientem, eduquem
e conscientizem os trabalhadores neste sentido. Do
mesmo modo, devem os empregadores ser estimulados
quanto à prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais por meio de esclarecimentos e conscienti-
zação realizada pelo SESMT (BRASIL, 1978).
Cabe, ainda, aos profissionais do SESMT, analisar
e efetuar registros sobre acidentes do trabalho e doen-
ças ocupacionais que tenham ocorrido, identificando
suas características, seu histórico, as características dos
agentes, do ambiente e informações a respeito dos tra-
balhadores envolvidos nos acidentes ou nos casos de
doenças. No que diz respeito aos registros de acidentes
e doenças, ainda há a obrigatoriedade destes em qua-
dros específicos constantes da NR4, que devem ser
apresentados ao Ministério do Trabalho e Emprego. A
NR4 ainda estabelece que tais registros devem ser man-
tidos arquivados na empresa (BRASIL, 1978).
De acordo com NR4 (BRASIL, 1978), os integran-
tes do SESMT têm sua atribuição definida com foco na
prevenção, no entanto, estes profissionais podem aten-
der situações de emergência, quando necessário. Para
tanto, devem ter elaborados planos para atendimento
de situações, como combate a incêndio, salvamento e
atenção à vítima deste ou de qualquer tipo de acidente.
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Quanto à obrigatoriedade dos registros de aciden-
tes do trabalho e das doenças ocupacionais que tiverem
ocorrido na empresa, a análise dos dados pode forne-
cer subsídios importantes para maior compreensão dos
fatos. Pode–se identificar ou inferir as possíveis causas
dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, ava-
liar quão eficientes são as medidas de controle vigentes
e quais aspectos podem ser incrementados e alterados
para que as futuras medidas de controle atuem efetiva-
mente na prevenção de perdas acidentais.
Para algumas atividades específicas, o SESMT é
dimensionado de modo diferente do estabelecido na
NR4 e agrega atribuições exclusivas, em virtude da ati-
vidade principal realizada. São elas:
Na construção civil, para o dimensionamento do
SESMT em canteiros de obras e frentes de trabalho há
orientações específicas na NR4 em seus subitens 4.2.1,
4.2.1.1 e 4.2.1.2.
Para as empresas que atuam na área da mineração,
tanto a própria empresa, como o Permissionário de La-
vra Garimpeira ou o responsável pela mina tem como
responsabilidade o cumprimento do disposto na NR22
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. Assim,
a empresa ou o Permissionário da Lavra Garimpeira
devem: intervir interrompendo a atividade que expo-
nha os trabalhadores a risco grave e iminente que possa
comprometer a saúde ou segurança destes; se a inter-
rupção for proposta pelos trabalhadores, em virtude de
risco grave e iminente, esta deve ser mantida, se confir-
mada. Ainda, para as empresas contratadas devem ser
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apresentados os riscos potenciais nas áreas de desen-
volvimento de suas atividades, devendo, ainda, haver a
coordenação de medidas de controle que garantam a
segurança e saúde dos trabalhadores das empresas con-
tratadas, conforme NR22 (BRASIL, 1978).
Nas atividades relacionadas ao trabalho portuário,
de acordo com NR29 (SSST, 1997), devem ser seguidas
as definições da NR29 - Norma Regulamentadora de Se-
gurança e Saúde no Trabalho Portuário. A organização
da área da Segurança e Saúde no Trabalho Portuário deve
estar sob responsabilidade de Serviço Especializado em
Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário - SESSTP.
Os integrantes do SESSTP devem atender todas
as atribuições definidas aos integrantes do SESMT,
constantes da NR4, além de outras específicas esta-
belecidas na NR29. Segundo NR29 (BRASIL, 1997),
são atribuições específicas dos integrantes do SESS-
TP: identificar as condições de segurança na atividade
portuária com pessoa responsável; efetuar registros
das condições de segurança identificadas entregando-
-os à pessoa responsável. Nos casos de acidentes com
morte, perda de membro, perda de função orgânica
decorrentes de acidentes ocorridos nas atividades por-
tuárias, estes profissionais devem efetuar análise direta
e obrigatória, com órgão competente do Ministério do
Trabalho e Emprego.
Para as atividades de trabalho aquaviário, a NR30,
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Tra-
balho Aquaviário, determina ser obrigatória a consti-
tuição de Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a
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Bordo das Embarcações – GSSTB, que funciona sob
orientação e apoio técnico do SESMT (BRASIL, 2002)
As atribuições do GSSTB, em conformidade com
NR30, são: garantir que, a bordo, sejam cumpridas as
normas de segurança e saúde no trabalho e de preser-
vação do meio ambiente, e se as medidas existentes são
suficientes para prevenção de acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais; determinar procedimentos que
envolvam medidas de segurança para atividades que
apresentem riscos, conferir o funcionamento de siste-
mas e equipamentos de segurança e salvatagem. Conti-
nuando, o GSSTB deve planejar exercícios de seguran-
ça, como: combate a incêndio, abandono, resgate em
locais confinados e outros da mesma natureza, avalian-
do seus resultados e propondo melhorias; deve ainda
reconhecer a necessidade de treinamentos voltados à
segurança, saúde e meio ambiente, organizar treina-
mentos com objetivo educativo. No caso de ocorrência
de acidentes, zelar pela emissão da CAT e efetuar a es-
crituração de termo de ocorrência no diário de bordo,
identificar as causas dos acidentes e propor medidas
corretivas, realizar os registros exigidos pela norma em
quadro específico, encaminhando-os ao empregador
(BRASIL, 2002).
Nas empresas cujas atividades desenvolvidas são
agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura deve ser estabelecido o Serviço Especializa-
do em Segurança e Saúde no Trabalho Rural – SESTR,
de acordo com NR31- Norma Regulamentadora de Se-
gurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária
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Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura (BRA-
SIL, 2005). O SESTR, integrado por profissionais espe-
cializados, tem as seguintes atribuições: identificação e
avaliação dos riscos existentes em todos os estágios da
produção, considerando a participação dos envolvidos;
propor medidas para que os riscos possam ser elimina-
dos, reduzidos ou controlados e avaliar periodicamen-
te as medidas adotadas para verificação de sua eficá-
cia; contribuir na concepção e modificações de postos
de trabalho, com o propósito de adaptá-lo ao homem.
Compete, ainda, ao SESTR assessorar tanto emprega-
dor como empregados tecnicamente; organizar ativida-
des educativas voltadas à segurança e saúde para todos
os trabalhadores. Quando da existência de risco grave
e iminente, intervir nas condições de trabalho para ga-
rantir a saúde e segurança dos trabalhadores. Manter-se
integrado à Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes do Trabalho Rural –CIPATR além de considerar
suas observações, além de treiná-la, apoiá-la e atendê-
-la. Cabe, ainda, ao SESTR manter registros das ações
desenvolvidas por este, as avaliações das condições de
trabalho, indicadores relativos à saúde, acidentes e do-
enças ocupacionais dos trabalhadores (BRASIL, 2005).
Pode-se perceber que as atribuições do SESMT,
conforme estabelecido pela NR4, são similares às atri-
buições dos demais órgãos, como: SESSTP, voltado às
atividades do trabalho portuário, do GSSTB, direcio-
nado ao trabalho a bordo de embarcações, das atribui-
ções determinadas à empresa e ao Permissionário da
Lavra Garimpeira nas atividades em mineração e do
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SESTR, cuja atuação está relacionada às atividades de
agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura, pois, além das particularidades do ramo de
atividade, o objetivo fundamental é o mesmo que o es-
tabelecido na NR4. As características inerentes dos di-
ferentes ramos de atividade apresentam especificidades
que, sendo conhecidas pelos seus integrantes, possibi-
litarão a identificação dos riscos existentes na atividade
com maior facilidade e, como consequência, o desen-
volvimento de medidas de controle.

1.2.2 Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes – CIPA

Com o objetivo de prevenir doenças ocupacio-


nais e acidentes do trabalho, bem como preservar a
vida e promover a saúde do trabalhador nas empresas
em que são admitidos empregados, há a obrigatorie-
dade da constituição da Comissão Interna de Preven-
ção de Acidentes – CIPA, atendendo as exigências da
Norma Regulamentadora 5. A CIPA é formada por
representantes designados pelos empregadores, titula-
res e suplentes, e representantes dos empregados, que
também apresentam-se como titulares e suplentes, e são
eleitos em escrutínio secreto, independentemente de fi-
liação sindical, unicamente os empregados interessados
(BRASIL, 1978).
As atribuições da CIPA, conforme NR5 (BRA-
SIL, 1978), demonstram que esta Comissão tem re-
levância na prevenção de acidentes. Para que sejam
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cumpridas as exigências relativas à CIPA, aos seus
integrantes deverá ser promovido pela empresa trei-
namento, antes da posse. O programa mínimo do trei-
namento é definido pela NR5.
As atribuições da CIPA são as seguintes, confor-
me NR5 (BRASIL, 1978): o reconhecimento dos riscos
existentes no ambiente de trabalho e a elaboração do
Mapa de Riscos, considerando a participação dos traba-
lhadores, com a assessoria do SESMT, quando houver
a CIPA deverá desenvolver plano para atuar preventiva-
mente na solução de problemas relacionados à saúde e
segurança; quanto às medidas preventivas necessárias,
a CIPA deve participar da implementação e contribuir
com o controle de qualidade destas e com o estabeleci-
mento de prioridades de ação no ambiente de trabalho.
O Mapa de Riscos a ser elaborado pela CIPA “com
a participação do maior número de trabalhadores, com
assessoria do SESMT, onde houver” (BRASIL, 1978).
Este mapa deve apresentar os riscos classificados em fí-
sicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes,
e ser revisado a cada Gestão da CIPA. Os riscos exis-
tentes nos diversos ambientes de trabalho devem ser
identificados, classificados e sobre a planta baixa dos
setores com as informações do arranjo físico existente,
os riscos devem ser indicados por meio de círculos com
diâmetros diferentes que representam a intensidade do
risco, pequena, média ou grande, e identificados pelas
seguintes cores-padrão: riscos físicos – verde; riscos
químicos – vermelha; riscos biológicos – marrom; ris-
cos ergonômicos – amarela e riscos de acidentes – azul.
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Nos círculos devem ser indicados a quantidade de tra-
balhadores expostos àquele risco e ao agente identifica-
do, por exemplo: poeira, radiação não ionizante, trans-
porte manual de peso. Depois de elaborado, o Mapa de
Riscos deve ser afixado nos setores que foram analisa-
dos para divulgação entre os trabalhadores.
Continuando, esta comissão deve, em intervalos
regulares, realizar verificações nos ambientes e nas con-
dições de trabalho com o objetivo de identificar situa-
ções que possam caracterizar riscos ao trabalhador; sen-
do identificadas situações que caracterizem risco grave
e iminente à saúde e segurança do trabalhador em má-
quinas ou setores, esta comissão deve solicitar ao SES-
MT, se houver, a paralisação destes; participar de dis-
cussões conduzidas pela empresa e com a participação
do SESMT, quando houver, dos possíveis impactos de
modificações no ambiente e nos processos de trabalho
e que tenham relação com a integridade do trabalhador.
Nas reuniões, ordinárias ou extraordinárias, con-
forme estabelecido para funcionamento desta Co-
missão, dentre outras exigências, deve ser avaliado se
o plano de trabalho está tendo suas metas atendidas,
devendo também ser discutidas situações de risco que
tenham sido identificadas. Ainda, como atribuição, a
CIPA deve divulgar aos trabalhadores informações re-
lativas à saúde e segurança no trabalho, contribuir no
desenvolvimento e implementação de programas como
PPRA e PCMSO, e também atuar na divulgação e pro-
moção das Normas Regulamentadoras e acordos e con-
venções coletivas relacionadas à segurança e saúde no
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trabalho. Atuando na promoção da saúde, a CIPA deve
anualmente, junto à empresa, participar das Campanhas
de Prevenção da AIDS, além de promover a Semana In-
terna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT,
com SESMT, onde houver.
Se ocorrerem acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais, a CIPA deve, junto ao empregador e ao
SESMT, onde houver, participar da análise de suas cau-
sas, bem como participar da proposição de medidas
corretivas para estes e solicitador ao empregador infor-
mações relativas a aspectos que tenham interferido com
a saúde e segurança no trabalho e analisá-las e solicitar
cópia das CAT emitidas pela empresa.
A CIPA deve, além de atender a legislação, obser-
var atentamente as mudanças que ocorrem nos ambien-
tes de trabalho quanto às instalações, às condições e à
organização de trabalho para identificar os riscos pre-
sentes e os possíveis riscos que possam advir das situ-
ações observadas e, assim, contribuir para medidas de
controle que tenham como objetivo prevenir acidentes
do trabalho e doenças ocupacionais.
A CIPA que tem seu dimensionamento determi-
nado pela NR5, levando em consideração a atividade
econômica da empresa e o número de empregados
no estabelecimento. No entanto, se a empresa não se
enquadrar no quadro de dimensionamento da CIPA,
ou seja, no referido quadro não há quantidade de
membros da CIPA indicada, a empresa deve indicar
entre seus funcionários aquele que será o designa-
do da CIPA. O designado da CIPA também deverá
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passar pelo treinamento, a exemplo dos integrantes
da CIPA.
Para atividades específicas, o dimensionamento se-
gue outras Normas Regulamentadoras. São elas: para
a construção civil deve ser dimensionada em confor-
midade com a NR18; para a mineração, a CIPA será
denominada CIPAMIN e deverá ser dimensionada de
acordo com NR22. No caso de trabalho portuário,
para o dimensionamento da Comissão de Prevenção de
Acidentes no Trabalho Portuário (CPATP) este deve-
rá ocorrer conforme NR29; para o trabalho aquaviá-
rio, a CIPA é dimensionada conforme NR30 e para as
atividades rurais, a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR) deve seguir o
dimensionamento estabelecido pela NR31.
A NR18 estabelece dimensionamento diferencia-
do em relação à NR5 para canteiros de obras e frentes
de trabalho. Como atribuições, a CIPA na área da cons-
trução civil segue àquelas estabelecidas na NR5.
No que diz respeito à CIPAMIN, estabelecida pela
NR22, esta apresenta alguns pontos similares às atri-
buições estabelecidas à CIPA na NR5 e algumas outras
específicas à Comissão que atua na área da mineração.
Desta maneira, a CIPAMIN tem como atribuições
(BRASIL, 1978): elaboração do Mapa de Riscos com
encaminhamento ao SESMT, se houver, e ao empre-
gador; aos riscos reconhecidos devem ser recomenda-
das medidas de controle; havendo acidentes ou doen-
ças profissionais, estes devem ser analisados, medidas
corretivas devem ser propostas para que sejam evitados
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outros acidentes semelhantes e os empregados devem
ser orientados quanto à sua prevenção; tomar parte nas
inspeções periódicas previstas pelo SESMT ou pela
empresa, conforme cronograma negociado com o em-
pregador. Para as atividades de mineração, há a obri-
gatoriedade do Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR), assim, as medidas de controle definidas no PGR
e no PCMSO devem ter sua implantação acompanha-
da pela CIPAMIN; realizar reuniões ordinárias durante
expediente normal, em local apropriado, conforme ca-
lendário anual e em conformidade com NR5; quanto às
reuniões extraordinárias, estas devem ser realizadas se
houver acidentes fatais ou lesões com perda de mem-
bro ou função orgânica ou prejuízos importantes em
até 48 horas após ocorrência; quanto às CAT emitidas,
solicitar cópias à empresa ou ao Permissionário da La-
vra Garimpeira. A CIPAMIN deve também requerer ao
SESMT ou ao empregador ciência prévia do impacto
à segurança e à saúde dos trabalhadores oriundos de
novos projetos ou de modificações que ocorram no
ambiente de trabalho ou nos processos de trabalho e,
como consequência, revisar o Mapa de Riscos. Nesta
NR fica estabelecido que no treinamento admissio-
nal devem ser apresentados os objetivos, atribuições e
responsabilidades da CIPAMIN aos trabalhadores. E,
deve, ainda, a CIPAMIN realizar anualmente a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Mi-
neração – SIPATMIN e com a divulgação dos resulta-
dos das ações implementadas pela CIPAMIN.
A CIPA nas empresas de navegação marítima ou
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fluvial, conforme NR30 (BRASIL, 2002) deve ter seu
dimensionamento de acordo com o estabelecido na
NR5, mas com particularidades para seu funcionamen-
to determinadas pela NR30.
Para as atividades relacionadas ao trabalho em
agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura, a CIPATR, de acordo com NR31 (BRA-
SIL, 2005) deve juntamente com o empregador anali-
sar as causas de acidentes e propor medidas corretivas
para que estas, de modo preventivo, possibilitem que
outros acidentes similares não ocorram. O empregador
propiciará aos trabalhadores a discussão a respeito do
controle dos riscos existentes no ambiente de trabalho
e a CIPATR deverá atuar conjuntamente nesta ativida-
de. Quanto ao dimensionamento e funcionamento da
CIPATR, estes devem ser estabelecidos pela NR31.
Como atribuições definidas pela NR31, a CIPA-
TR deve: identificar situações que ofereçam riscos aos
trabalhadores no ambiente de trabalho e comunicar ao
empregador para o desenvolvimento de medidas de
controle; atuando na gestão, acompanhar medidas de
controle de prevenção e contribuir com a avaliação das
prioridades de ação; deve interagir com SESTR para
discussões que avaliem os impactos de alterações nos
ambientes e processos de trabalho que de algum modo
se relacionam à saúde e segurança do trabalhador; ha-
vendo máquina ou setor que apresente risco grave e
iminente aos trabalhadores, esta Comissão deve inter-
romper seu funcionamento e comunicar ao SESTR. A
CIPATR deve participar do desenvolvimento e imple-
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mentação das ações da Gestão de Segurança, Saúde e
Meio Ambiente do trabalho rural, bem como divulgar
aos trabalhadores ações relacionadas à segurança e saú-
de do trabalho. Se houver acidentes ou doenças, partici-
par juntamente com SESTR ou empregador da análise
de suas causas e propor medidas de controle para as
ocorrências e constituir grupos de trabalho para estudo
das causas de acidentes na atividade rural; quanto à edu-
cação dos trabalhadores relativa às questões de saúde e
segurança, a CIPATR deve divulgar e zelar pelo cum-
primento das Normas Regulamentadoras, desenvol-
ver atividades que despertem no trabalhador interesse
pelos assuntos relacionados à prevenção de acidentes
do trabalho e, com este propósito, encaminhar ao em-
pregador recomendações de treinamentos e cursos que
possam contribuir para melhorias de condições de saú-
de e segurança no trabalho.
Deste modo, considerando as atribuições defini-
das para CIPA na NR5, podemos verificar que a estas
são adicionadas as específicas para diferentes atividades
desenvolvidas, como vimos na área da mineração, do
trabalho portuário, dos trabalhos aquaviários e para o
trabalho rural.
Neste capítulo pudemos verificar a legislação que
determina a obrigatoriedade do cumprimento das Nor-
mas Regulamentadoras para as empresas que admitem
empregados. As Normas Regulamentadoras determi-
nam as ações ou orientam para soluções preventivas ou
corretivas que devem ser implementadas com o propó-
sito de garantir a integridade do trabalhador.
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Sendo desenvolvidas e implementadas medidas de
controle para os riscos e perigos existentes no ambiente
de trabalho, a probabilidade de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais diminuirá, evitando-se, portanto,
as consequências negativas que abrangem não apenas
ao trabalhador e sua família, mas a sociedade, em vir-
tude dos custos gerados, que refletem-se na seguridade
social e na produtividade. Assim, quanto mais medidas
de controle forem adotadas, a probabilidade de aciden-
tes tenderá a diminuir. O cumprimento das Normas
Regulamentadoras possibilita a oposição à ocorrência
de acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, con-
tribuindo para a promoção da saúde e integridade física
e mental do trabalhador.

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Exercícios propostos

Vamos desenvolver exercícios que nos auxiliarão


no aprendizado dos aspectos relacionados à legislação e
normas de Segurança do Trabalho no país.

1) O Serviço Especializado em Engenharia de Seguran-


ça e em Medicina do Trabalho - SESMT de uma em-
presa tem por finalidade, de acordo com NR4, garantir
a integridade dos trabalhadores no local de trabalho e
promover a saúde destes. São todas as empresas exis-
tentes que tem obrigatoriedade de constituir SESMT?
Justifique sua resposta.

2) Apresente quem são os profissionais que compõem


o SESMT e relate os critérios para dimensionamento
do SESMT numa empresa, conforme NR4.

3) O Mapa de riscos, de acordo com a Portaria n.° 25,


de 29 de dezembro de 1994, “deve reunir as informa-
ções necessárias para estabelecer o diagnóstico da situ-
ação de segurança e saúde no trabalho na empresa”. A
quem cabe a responsabilidade de elaboração do Mapa
de Riscos?

4) Qual a Lei que determina as Normas Regulamenta-


doras?

5) A CIPA tem seu dimensionamento estabelecido


pela NR5. Deverá ser composta por representantes do
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empregador, que serão por ele designados e por repre-
sentantes dos empregados, os quais serão eleitos, em
escrutínio secreto, participando unicamente os empre-
gados interessados. Se a empresa estiver desobrigada
de constituir CIPA, porque o estabelecimento não se
enquadra no dimensionamento previsto na NR5, qual
providência deve ser encaminhada pela empresa com
relação à organização da CIPA?

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