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Curso de Eletricista Vol 1 PDF
Curso de Eletricista Vol 1 PDF
Eletricista
1
emprego
Construção Civil
E le t ri cis ta
1
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
Rodrigo Garcia
Secretário
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Anamaco, Arnaldo Borges da Silva Filho, Jhone da Silva, Marcelo Bonetti e Rima Yehia
Caro(a) Trabalhador(a)
CDD: 371.425
621.31042
621.31924
FICHA CATALOGRÁFICA
Sandra Aparecida Miquelin - CRB-8/6090
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 1
Alguns traços da
história da eletricidade
Em geral, quando falamos de eletricidade, o que nos vem à
cabeça?
© Irina Belousa/123RF
2800 a.C. 2000 a.C. 1500 a.C. 700 a.C. 600 a.C.
Ele percebeu que, esfregando lã de carneiro em âmbar, este passava a atrair pequenos
pedaços de palha e de madeira. Começou então a experimentar se outros materiais se
comportavam como o âmbar, com a capacidade de atrair objetos depois de atritados.
© Karol Kozlowski/123RF
Com isso, Tales de Mileto identificou – de forma ain-
da elementar – um dos tipos de energia de que falamos
anteriormente: a energia elétrica. Ou seja, ele percebeu
que pelo atrito (fricção) entre dois objetos específicos
(lã de carneiro e âmbar), um deles (o âmbar) ganhava
uma característica (ou propriedade) que ele não tinha
antes de ser atritado: a capacidade de atrair outros
objetos.
Os estudos sobre o poder de atração, resultante do atrito,
Você sabia? continuaram, e acredita-se que o nome eletricidade tenha
Hoje sabemos que o fe- sido criado na Grécia, já que a palavra âmbar, na língua
nômeno observado por grega, é élektron. Por isso, supõe-se que desse vocábulo
Tales acontece porque,
quando dois corpos neu-
tenham surgido as palavras elétron e eletricidade.
tros (com número igual de
cargas positivas e negati-
vas) são atritados, um de-
les perde elétrons (um
2 000 anos depois
dos tipos de cargas nega-
tivas que existem). Com Somente cerca de 2 000 anos mais tarde, os estudos sobre
isso, ele ganha carga elé-
trica positiva (passa a ter
a eletricidade tornaram-se mais constantes.
mais cargas positivas do
que negativas), já o outro Foi nessa época, mais especificamente em 1672, que um
corpo que foi atritado fica cientista alemão chamado Otto von Guericke (1602-1686)
com carga elétrica negati-
va, pois ficou com mais
inventou uma máquina capaz de gerar eletrização (e poder
cargas negativas (elétrons) de atração) pelo atrito de uma esfera de enxofre com a terra.
do que positivas. Mas nin-
guém sabia disso naquela Essa máquina, e muitas outras que surgiram posterior-
época.
mente, ficou conhecida pelo nome de gerador eletrostá-
© Bettmann/Corbis/Latinstock
Máquina construída
por Guericke.
© Mark Burnett/Photoresearchers/Photoresearchers/Latinstock
© Photolibrary/Glow Images
Atividade 1
É hora de experimentar
Vamos fazer uma experiência bastante simples para observar como a energia elétri-
ca pode ser gerada pelo atrito.
As ciências da natureza e
o conhecimento científico
Podemos dizer – ao tratar-
mos de ciências da natureza
– que um conhecimento é
científico quando a mesma
ideia pode ser verificada em
diferentes momentos e con-
textos, desde que mantidas
algumas condições predeter-
minadas. Para lembrar a história
No caso desse experimento, No século XVIII (18), a ciência e a técnica passaram por muitas mu-
as condições eram que todos danças; e, com isso, também mudou a forma de produzir bens e
trabalhassem usando os mes- serviços. Era a chamada Revolução Industrial.
mos materiais: plástico, cabe-
lo humano e pequenos peda- São características desse período:
ços de papel. • novas relações de trabalho, com máquinas ocupando o lugar de par-
Isso ocorrendo, todos chega- te do trabalho humano e a disseminação do trabalho assalariado;
rão aos mesmos resultados. • novas relações políticas, com a perda de poder da nobreza e do
clero (Igreja) e a ascensão de uma nova elite política nas cidades:
a burguesia;
• novas relações sociais e econômicas, com a separação entre aque-
les que eram donos dos meios de produção (máquinas, ferramen-
tas etc.) e os que sabiam trabalhar com eles; e a dominância do
modo de produção capitalista.
Atividade 2
C ondutores e isolantes elétricos
Água
Vidro
Ferro
Madeira
Alumínio
Prata
Para resumir
A essa altura, as principais descobertas nesse assunto eram as seguintes:
1. A de que existem duas possibilidades de gerar eletricidade:
a) Eletrização por atrito: quando se atrita um objeto em outro, desde que ambos sejam compostos de
materiais distintos, eles ganham eletricidade (carga elétrica).
b) Eletrização por contato: quando se encosta um objeto eletrizado em um “neutro” (não eletrizado), o
primeiro cede uma parte de sua eletricidade (carga) para o segundo e os dois se tornam eletrizados.
2. E a de que existem dois tipos de produtos ou objetos: os que conduzem a eletricidade e os que a isolam
e não permitem que ela seja conduzida para outros corpos.
Acumuladores de eletricidade
O próximo passo importante nesse caminho da ciência foi a descoberta de uma
forma de “guardar” ou armazenar a eletricidade, para usá-la quando fosse necessá-
rio. Isso foi possível com a invenção do condensador ou capacitor, um dispositivo
capaz de guardar cargas elétricas.
© Heritage Images/Diomedia
2. Como fazer:
a) Forre as partes interna e externa do pote de plástico
com papel-alumínio, até um pouco mais da metade.
Prenda o papel com fita adesiva.
b) Coloque a palha de aço dentro do pote até a altura do
papel-alumínio.
c) Na tampa do pote, faça um pequeno furo e coloque
um clipe ou um alfinete de segurança aberto. Para
fixar, use um pouco de massa epóxi. A parte do clipe
ou alfinete que fica dentro do pote de plástico deve
encostar na palha de aço.
© Paulo Savala
3. A garrafa está montada. Mas é preciso agora carregá--
-la com eletricidade estática. Vamos às novas instruções.
Joseph-Siffred Duplessis. Retrato de Benjamin Franklin, c. 1785. Georges Dary. A travers l’électricité, 1900. Gravura.
Óleo sobre tela. Galeria Nacional do Retrato, Washington, EUA. Paris, França.
Fonte: Volta, Alessandro. Coleção das obras. Tomo II, parte II. Liber Liber. p. 7.
Tradução: Rita de Luca. Texto italiano disponível em: <http://www.liberliber.it/mediate
ca/libri/v/volta/collezione_dell_opere_2_2/pdf/volta_collezione_dell_opere_2_2.pdf>.
Acesso em: 25 jun. 2012.
Na aplicação de sua teoria, Volta criou a primeira pilha de que se tem notícia. Ele
partiu das reações produzidas por tipos de metal – o zinco e o cobre – em contato
com uma substância química: o ácido sulfúrico. Por meio dessas reações químicas,
criaram-se dois polos – positivo e negativo – que, ligados por um fio, conduziam
corrente elétrica.
Essa pilha, chamada pilha galvânica ou voltaica, foi construída com “discos” de
cobre e de zinco alternados, sendo colocados, entre eles, pedaços de feltro molhados
em ácido sulfúrico, conforme se pode ver a seguir. © Sheila Terry/Science Photo Library/Latinstock
Volta não sabia disso, mas ele poderia ter usado outros metais, desde que eles tives-
sem cargas elétricas de tipos diferentes, tornando opostas as polaridades de cada
lado da pilha.
1. Veja outra forma de representar essa experiência, na qual se detalha o que acon-
tece com os metais e as cargas elétricas. Em grupo de cinco pessoas, observem e
busquem entender o esquema a seguir.
© Hudson Calasans
cobre (+)
zinco (-)
Cu++
Zn++ Cu++
Zn++
Cu++
Zn++ Cu++
Zn++
Solução
SO4-- H+ Cu++
Zn++
Zn++ de H2SO4 Cu++
Zn ++
íon de zinco
2. Agora, usando o laboratório e com a ajuda do monitor, vocês vão construir uma
pilha de Volta.
Zinco, cobre, um pedaço de arame, fita adesiva e ácido sulfúrico deverão estar à
disposição da classe.
Prestem atenção, em particular, no momento de usar o ácido sulfúrico – como
esse produto libera calor quando é diluído em água, ele deve ser manuseado
com cuidado.
3. Descreva em seu caderno como a experiência foi feita (dificuldades, acertos etc.)
e seus resultados.
Os íons são partículas, ou moléculas, com desequilíbrio entre o número de cargas positivas e negativas.
Eles podem ser íons positivos se tiverem excesso de cargas positivas, por exemplo, uma molécula ou
átomo com menos elétrons do que prótons; nesse caso são chamados de cátions ou íons positivos. Já
os íons negativos são aqueles que têm excesso de cargas negativas, com mais cargas negativas do que
positivas, por exemplo, uma molécula ou átomo com mais elétrons do que prótons. Os íons se despren-
dem dos metais e de outros materiais, conforme eles entram em contato com determinadas substâncias
químicas, ou com a luz, ou por serem aquecidos, entre outras causas.
O eletromagnetismo
Após a invenção da pilha de Volta, esse mecanismo foi sendo aprimorado por di-
versos cientistas, criando pilhas mais eficientes e baterias recarregáveis.
Ao observar a ação da corrente elétrica sobre uma bússola, o físico e químico dina-
marquês Hans Christian Oersted (1777-1851) percebeu que a corrente elétrica era
capaz de produzir um campo magnético. Com isso, deu início à compreensão de
que eletricidade e magnetismo eram duas faces de uma mesma moeda, criando um
novo conhecimento físico: o eletromagnetismo.
As bases para a criação do primeiro gerador de correntes elétricas foram dadas pelos
experimentos do inglês Michael Faraday (1791-1867), que, em 1831, conseguiu
observar e explicar um fenômeno chamado indução eletromagnética.
© Image Asset Management/Easypix
Mais descobertas
Paralelamente, outras formas de gerar energia foram sen-
do encontradas, assim como inúmeros avanços nos estudos
do campo do eletromagnetismo permitiram que novas
invenções ganhassem espaço. Vejamos alguns exemplos:
• Em 1885 – com base em estudos sobre a luz e o ele-
tromagnetismo realizados por um físico escocês (James
Clerk Maxwell, 1831-1879) –, Heinrich Hertz (físico
alemão, 1857-1894) deduziu que a luz e o rádio são
ondas eletromagnéticas que se propagam, conhecimen-
tos que, apenas anos mais tarde, foram aplicados. Foi
quando, já no início do século XX (20), o italiano
Guglielmo Marconi (1874-1937) usou ondas de rádio
para criar o primeiro telégrafo sem fio.
Atividade 5
A evolução da ciência pelos territórios
Você reparou que, quando falamos de vários cientistas e da expansão de suas inven-
ções, nos referimos a países diferentes?
Dois mil anos depois – do final do século XVII (17) ao século XIX (19)
2. Otto von
Alemanha Gerador eletrostático.
Guericke
Dois mil anos depois – do final do século XVII (17) ao século XIX (19)
5. Pieter van
Holanda Condensador de eletricidade ou capacitor.
Musschenbroek
6. Ewald Georg
Alemanha Condensador de eletricidade ou capacitor.
von Kleist
12. J ames Clerk Escócia Entende que a luz é uma onda eletromagnética e
Maxwell (Reino Unido) como ela se propaga.
14. Guglielmo Cria o primeiro telégrafo sem fio, com base nos
Itália
Marconi estudos de Heinrich Hertz.
15. T
homas Alva
EUA Lâmpada elétrica.
Edison
Trópico de Câncer
OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
PACÍFICO
Equador OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
0 327 km
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009, p. 32-33 (adaptado).
b) Por que o desenvolvimento das ciências entre os séculos XVII (17) e XIX (19) foi
maior na Europa e nos Estados Unidos da América do que nos demais países?
Os átomos
Antes de encerrarmos essa história, vale ainda ressaltar,
no campo da Física, um estudo que muito contribuiu
para o que se conhece sobre eletricidade nos dias de hoje:
o dos átomos, pequenas partículas presentes na estrutu-
ra de todas as substâncias.
Seu estudo teve início muito antes (os próprios gregos
já usavam essa palavra), mas foi somente no século XX
(20) que as teorias sobre os átomos ganharam maior
consistência.
Os primeiros estudos sobre a estrutura dos átomos, que
têm relação com o que sabemos hoje, foram feitos pelo
físico Ernest Rutherford (1871-1937), da Nova Zelân-
dia, em 1911.
No modelo de Rutherford, os núcleos dos átomos são
fixos (parados) e compostos de prótons (que têm carga
positiva) e nêutrons (não carregados). Apenas os elétrons,
que ficam na parte externa (nas órbitas) dos átomos, se
movimentam. Eles são carregados de carga negativa.
Mais adiante voltaremos a falar dos elétrons e das cor-
rentes elétricas. Antes disso, vamos ver alguns dados
sobre a ocupação de eletricista.
Atividade 1
R eflita com base em sua experiência
Levantar material a
ser utilizado
Quantificar material
a ser utilizado
Orçar serviço
Dimensionar local
de execução de
serviço
Estabelecer
cronograma de
execução de serviço
Organizar
equipamentos e
ferramentas
Determinar número
de ajudantes para o
serviço
Passar condutores
elétricos nos dutos
Instalar quadros de
distribuição de circuitos
Seguir padrões de
medição
Balancear cargas de
circuitos de distribuição
Testar as instalações
elétricas
O que
O que
Executar serviços de O que sei fazer
não sei
manutenção corretiva sei fazer mais ou
fazer
menos
Identificar defeitos
Preparar equipamentos
para manutenção
Selecionar ferramentas e
materiais
Corrigir defeitos de
máquinas, equipamentos
e sistemas
Testar funcionamento
de máquinas,
equipamentos e sistemas
Escolarização e Conhecimentos
formação/ Conhecimentos que preciso Conhecimentos
experiência que tenho aprimorar ou em que não tenho
profissional andamento
Ensino Fundamental
completo
Curso de
qualificação de nível
básico de 200 horas*
Utilizar informática
básica
Aplicar
procedimentos de
primeiros socorros
Saber diferenciar
cores
* Para eletricistas de instalações em geral. Para os eletricistas de instalações especializados em cenários e/ou edifícios, a carga
horária de qualificação é de 400 horas.
© Dmutro Streltsov/123RF
À esquerda, as cores como são; à direita, como as cores são percebidas pelos daltônicos.
Aspectos relacionados
às atitudes no âmbito O que sei O que sei fazer O que não
pessoal e no ambiente fazer mais ou menos sei fazer
de trabalho
Comunicar-se com os
colegas
Demonstrar
condicionamento físico
para executar a função
Demonstrar capacidade
para enfrentar situações
de emergência
Usar equipamentos de
proteção individual (EPI)
Demonstrar atenção na
execução do serviço
Demonstrar organização
Seguir normas de
segurança
Antes de seguir adiante, lembre-se de que parte desses últimos aprendizados você
pode ter obtido em momentos de sua vida. São saberes adquiridos em vivências
(experiências de vida) que não precisam estar relacionadas ao trabalho e à escola.
Ou seja, esses saberes podem ou não ter relação com o que você aprendeu na esco-
la ou com suas experiências de trabalho, quaisquer que elas tenham sido.
Lembre-se sempre de que existem saberes:
• de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos
esportes, às habilidades manuais etc.;
• que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança,
na reunião da associação de bairro etc.;
• que aprendemos de formas diferentes – olhando os outros fazendo (ou seja, pelo
exemplo), lendo, exercitando etc.
Por isso, vamos sugerir que você, antes de seguir adiante, retorne um pouco mais
para as histórias de sua vida.
1. Preencha o quadro a seguir, indicando se e como suas histórias podem ter con-
tribuído para você adquirir esses saberes.
Dois lembretes:
a) Esse quadro ficará apenas com você e essa atividade não tem “certo” ou “errado”.
Escreva o que você achar importante, sem se preocupar com os outros.
b) Não é preciso preencher todos os espaços. Apenas o que você encontrar de in-
formação ao buscar “nos escuros da cabeça”.
A expressão “nos escuros da cabeça” é de um escritor mineiro chamado João Guimarães Rosa, que viveu
entre 1908 e 1967. Está na novela “Campo Geral”, publicada em Manuelzão e Miguilin (Corpo de Baile, 1956).
Ele era um mestre em criar expressões desse tipo, usando um linguajar típico da região sertaneja de
Minas Gerais, onde nasceu e viveu parte de sua vida, até mudar-se para o Rio de Janeiro.
Seus livros mais conhecidos são: Sagarana (publicado em 1946) e Grande sertão: veredas (1956).
Atividade 1
F erramentas conhecidas
© Paulo Savala
© Lynx/Iconotec.com/Keystone
© Paulo Savala
© Paulo Savala
Garra para cabos. Teste com lâmpada.
Barra de Junção.
© Konstantin Iliev/123RF
• Uma lata de limpador de contatos elétricos, para remover poeira, umidade, restos
de comida, oleosidade e outros resíduos. Ele é usado nos componentes elétricos
dos eletrodomésticos, dos instrumentos e materiais usados em consertos elétricos.
© Paulo Savala
Caneta de teste
É utilizada para indicar (diferenciar) polaridade, mostrar se o fio é um fio fase (ou
vivo), ou se é um fio neutro (ou retorno).
Esse equipamento também pode identificar o fio terra (aterramento utilizado para
evitar choques).
A caneta de teste apenas diferencia os fios que estão ligados à fase (em que a tensão
oscila entre +127 V e ‒127 V, acendendo uma luz) dos que não oscilam (a luz per-
manece apagada), seja o neutro – que tem uma voltagem fixa e serve de referência
para a oscilação do fase –, seja o fio terra – que está ligado ao segundo aterramento
específico para esse fim. © Pumkinpie/Alamy/Other Images
© Paulo Savala
Amperímetro de alicate
De forma semelhante ao multímetro, esse instrumento combina mais de uma
função: utilizando fios, indica voltagem e amperagem. Mas sua principal função
é indicar a intensidade da corrente elétrica em um fio (amperagem), bastando
colocar o fio dentro da pinça do alicate, sem precisar ligar o equipamento ao
© Artur Synenko/123RF
Zelar pelo próprio material de
trabalho é um dos cuidados
importantes que você deve ter!
Sempre guarde suas ferramentas e
instrumentos em locais seguros,
protegidos de calor, umidade e
outros fatores externos, que podem
danificá-los.
Ohmímetro ou ducter
É um aparelho específico para fazer a indicação de ohm/
medida de resistência.
© Paulo Savala
Você sabia?
Nas empresas, para esse
tipo de procedimento (so-
licitar um pedido para in-
terrupção de energia em
um local e responder a
ele), utiliza-se, em geral,
um formulário chamado
ordem de serviço.
Trata-se de um documen-
to padronizado, que deve
ser preenchido e assinado
pelos responsáveis das
áreas. Isso facilita a comu-
nicação entre setores da
empresa, além de deixar
registradas todas as ocor-
rências.
© John Takai/123RF
Atividade 1
Os equipamentos de proteção individual
essenciais para um eletricista
1. Em dupla, discuta com o colega ao lado quais EPI vocês consideram essenciais:
a) se estiverem trabalhando em uma indústria ou obra de construção civil;
b) se estiverem trabalhando em uma residência.
2. Justifiquem suas respostas na tabela a seguir.
Capacete plástico
© Sergey Skleznev/123RF
Óculos
© Ihsg/123RF
Respiradores
© Les Cunliffe/123RF
Cinturões de
segurança
© Imagebroker/Alamy/Other Images
E se acontecer um acidente?
Quando trata dos conhecimentos necessários a um trabalhador dessa área, a CBO
– conforme vimos na Unidade 2 – cita a importância de saber como aplicar proce-
dimentos de primeiros socorros.
Por quê? Por mais que sejam tomados cuidados, o risco de ocorrer um acidente
continua existindo. E há situações em que providenciar medidas certas e de forma
imediata faz toda a diferença.
Existe um órgão do Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
ria (Anvisa), que publicou, em 2003, um Manual de primeiros socorros.
Há dois itens nesse manual que interessam diretamente aos trabalhadores que vão
exercer a ocupação de eletricista. O primeiro trata de choques elétricos e o segundo,
de queimaduras por eletricidade.
Choque elétrico
São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo corpo humano.
[...] Esses efeitos variam, porém, conforme a sua frequência, a intensidade medida em amperes, a tensão
medida em volts, a duração da sua passagem pelo corpo, o seu percurso através do mesmo e das con-
dições em que se encontrava a vítima.
[...]
Em condições habituais correntes de 100 a 150 volts já são perigosas e acima de 500 volts são mortais.
A intensidade da corrente é o fator mais importante a ser considerado nos acidentes com eletricidade.
Corrente com 25 mA determina espasmos musculares, podendo levar à morte se atuar por alguns minu-
tos, por paralisia da musculatura respiratória. Entre 25 mA e 75 mA, além do espasmo muscular, dá-se a
parada do coração em diástole (fase de relaxamento) ventricular. [...]
Cada segundo de contato com a eletricidade diminui a possibilidade de sobrevivência da vítima.
Queimaduras por eletricidade
Estas queimaduras são produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. Os principais
danos à saúde do acidentado são os provocados pelo choque elétrico. Os danos resultam dos efeitos
diretos da corrente e conversão da eletricidade em calor durante a passagem da eletricidade pelos tecidos,
são difíceis de avaliar, pois dependem da profundidade da destruição celular, e mesmo as lesões que
Atividade 2
A prendizado de primeiros socorros
Imagine que você acabou este curso e vai começar a trabalhar como eletricista. Será
que o planejamento poderá auxiliá-lo em algum aspecto?
Registre o que pensou.
Enfim, é planejando seu trabalho que você poderá saber: o que precisará comprar
para fazê-lo, quanto tempo vai gastar em determinado serviço, quantas pessoas
serão necessárias para ajudá-lo a fazer o serviço, quanto deverá cobrar por ele, qual
será seu ganho líquido (descontadas as despesas) e assim por diante.
Ganho líquido
Esse tipo de planejamento, entretanto, apenas estará sob sua responsabilidade se você
trabalhar por conta própria – um tema que trataremos na Unidade 10.
Se você for prestar serviço para uma empresa da área de construção civil, por exem-
plo, é provável que participe de trabalhos grandes, mais demorados e que demandam
uma quantidade maior de profissionais. Nesse caso, a definição dos prazos, a com-
pra e organização dos materiais para executar o trabalho e o tamanho da equipe
que se envolverá na obra não serão, provavelmente, sua responsabilidade.
Vamos imaginar, porém, que sua escolha seja como autônomo; um eletricista que
é chamado diretamente pelas pessoas que precisam do serviço de eletricista em suas
casas, lojas, restaurantes etc.
Apresentação do orçamento
Quando for apresentar um orçamento ao cliente, lembre-se de que o ideal é o orça-
mento estar discriminado, ou seja, mostrando os itens que você incluiu. Assim, o
cliente terá uma ideia clara do que está contratando.
Além disso, um orçamento bem-feito (se possível, em uma planilha elaborada em
computador) causa impressão de organização, seriedade, e dá confiança para seu
trabalho.
Transporte para o
local da obra
Alimentação no
dia do trabalho
Ajudante (diária)
Custo da hora ou do
dia de trabalho
Total
Atividade 2
A presente um orçamento ao cliente
1. Imagine que você foi consultado para apresentar um orçamento para os serviços
que listamos anteriormente:
a) Monte uma lista com o material que você vai usar. Pesquise, na internet, os
preços e anote-os ao lado de cada material.
b) Lembre-se também de colocar um valor para compensar o desgaste de suas fer-
ramentas. Se alguma ferramenta especial, diferenciada, for necessária para o
trabalho, verifique seu preço para conversar com o cliente.
c) Verifique e inclua na planilha os custos indiretos do trabalho.
d) Inclua, no final, o preço de seu serviço: pode ser por tarefa ou pelos dias ou
horas de trabalho que vai gastar. Para isso, imagine como será o trabalho e faça
uma lista com as etapas e o tempo que deverá usar.
e) Some tudo ao final.
A energia em casa
A energia chega a nossas casas por uma rede de distribuição, da
qual fazem parte os parques de transformação, os sistemas de
segurança, as estações e subestações, os transformadores nos
postes, entre outros.
Dos transformadores que atendem a rua em que estamos, a
energia segue para o padrão de entrada, nele há o medidor de
energia. E desse, por meio de um circuito de distribuição, ela
segue até os quadros de luz de nossas casas. Dentro de nossas
casas, esse caminho continua. Veja a seguir:
© Hudson Calasans
Quadro de
distribuição
de energia
22222
kwh
Circuito de distribuição
Fios de ligação
Televisor
22222
kwh
Quadro de
distribuição
de energia Interruptor
Esse caminho é chamado circuito elétrico. Ele é composto de uma fonte de energia
elétrica (neste caso, a caixa de distribuição de energia), um aparelho elétrico (a te-
levisão, as lâmpadas...) e fios que fazem a ligação entre a fonte de energia e o apare-
lho e por onde caminham os elétrons.
Mas se a caixa de luz distribui energia de forma contínua e constante para dentro
de nossas casas, por que as luzes, a televisão, o chuveiro e outros aparelhos elétricos
que temos não ficam ligados o tempo todo?
Isso acontece porque o circuito elétrico pode ser interrompido. Ou seja, entre a
fonte de energia (o quadro de luz) e o aparelho que se quer ligar (ou lâmpada que
se quer acender), existe uma interrupção no circuito, que não deixa a energia seguir
adiante.
Na televisão, no liquidificador, no aparelho de CD, essa interrupção se dá pelo
botão de “liga-desliga”. Mas os botões de acender e apagar a luz (interruptores) – as
tomadas, os disjuntores – também têm essa função.
© Hudson Calasans
Fios de
ligação
Tomada
Interruptor Aparelho elétrico
Grandezas elétricas
Para entender mais a fundo todo esse processo, que é
fundamental para o trabalho de um eletricista, vamos
tratar das grandezas elétricas. Ou, se preferir, das dife-
rentes medidas que têm relação com a eletricidade.
Nem sempre os aparelhos têm indicação das cinco grandezas que utilizaremos para
o trabalho de eletricista: tensão, potência, corrente elétrica, frequência e resistência.
Vamos ver cada uma dessas grandezas a seguir.
Resistência (R)
Medida por uma unidade chamada ohm (referência ao nome do físico alemão
Georg Simon Ohm, 1789-1854), ela representa quanto um material resiste à passa-
gem da corrente elétrica.
Quando essa resistência é muito intensa, há geração de calor, pois os elétrons têm
de se esforçar mais para seguir seu caminho e manter a corrente. É o que acontece
nos chuveiros, por exemplo, em que temos a presença de uma resistência (ou resistor).
A relação entre resistência (R), tensão (U) e corrente elétrica (i) pode ser expressa,
matematicamente, pela Lei de Ohm da seguinte forma: i = U
R
2. Aparelhos motores: são aqueles que, quando ligados, transformam energia elé-
trica em energia mecânica, gerando algum tipo de movimento. Furadeiras, ven-
tiladores, liquidificadores são alguns desses aparelhos.
© Laurent Davoust/123RF
© Mikko Pitkanen/123RF
© Krzysztof Grzymajło/123RF
4. Fontes: são os aparelhos que alimentam outros aparelhos com energia elétrica.
Ao contrário dos dois primeiros grupos, eles não transformam energia elétrica
em outras formas de energia, mas são fontes de energia elétrica.
Com essa característica, temos as tomadas, as baterias, os plugues etc.
© Fernando Favoretto/Criar Imagem
© Vlad Kochelaevskiy/123RF
Atividade 1
Os aparelhos e as medidas de energia
• aparelhos motores:
• fontes:
b) Escolha dois aparelhos e identifique os valores das cinco grandezas físicas estu-
dadas: tensão, potência, corrente elétrica, frequência e resistência.
Os valores não especificados nos aparelhos devem ser calculados.
www.viarapida.sp.gov.br