O curupira é protagonista de uma lenda surgida entre os povos
indígenas, mas é impossível precisar quem a criou e quando surgiu. O que sabemos é que essa história é uma das mais antigas do folclore brasilero.
A definição mais conhecida e difundida faz menção a uma das
características físicas do curupira e diz que o nome da lenda significa “corpo de menino”. Outros especialistas, porém, sugerem que o significado pode ser “pele de sarna” ou “coberto de pústulas”. Ele também é conhecido como “demônio da floresta”, porque assobiava e usava falsos sinais aos caçadores que querían destruir- lá.
O curupira, de acordo com o que muitos relataram é um dos seres
que mais causavam medo nos indígenas nos séculos passados. A descrição física desse ser afirma que ele teria corpo de menino, baixa estatura, cabelos vermelhos e os pés ao contrário, isto é, com os calcanhares para frente. Além disso, esse também teria grande força física.
Esse ser aterrorizava os indígenas porque seria um defensor da
floresta e, assim, voltava-se contra todos aqueles que entravam no mato para caçar animais ou derrubar árvores. Os indígenas acreditavam que o curupira poderia aterrorizar suas vítimas e, até mesmo, matá-las, além de acreditarem que corpos de seres humanos encontrados na floresta eram vítimas do curupira.
Os índios acreditavam que temiam tanto ao curupira que muitos,
quando iam entrar na floresta, prestavam oferendas para garantir o favor desse ser. A lenda fala que o curupira gostava muito de cachaça e fumo, mas existem relatos de que os indígenas ofereciam flechas, penas de aves, entre outros objetos.
A presença do curupira poderia ser notada por meio de
um assovio constante e contínuo que atormentava aqueles que entravam na floresta. O detalhe é que aqueles que ouviam o assovio não conseguiam identificar de onde o som era emitido e também não conseguiam encontrar quem o emitia. Muitos acreditavam que o curupira poderia assumir a forma de um animal para confundir o caçador e fazê-lo se perder no mato. O caçador avistava o animal, mas não conseguia capturá-lo e, na perseguição, acabava ficando perdido no meio da floresta. Todavia, muitos falam que o curupira só fazia isso contra os caçadores que caçavam por prazer. Aqueles que caçavam para atender suas necessidades básicas não eram incomodados pelo curupira.
Quem encontrasse o Curupira na floresta deveria pegar uma corda
e dar um nó, escondendo muito bem a sua ponta. Isso deixa o Curupira tão curioso sobre a ponta escondida, que ele se senta para desfazer o nó e acaba esquecendo da pessoa, que se livra do encanto e consegue encontrar o caminho pra casa.
De acordo com a lenda, aqueles que procuram propositadamente
encontrar o curupira nunca o encontrarão, porque seus pés ao contrário dão a esse ser uma importante vantagem: suas pegadas indicam uma direção, enquanto o curupira está, na verdade, indo na direção contrária.
Ele não só protege os animais, quando uma tempestade está
chegando, o Curupira atravessa a floresta batendo nos troncos das árvores para verificar se elas são fortes para suportar a tempestade. Se ele percebe que uma árvore pode ser derrubada pelo vento, ele adverte os animais para que eles não fiquem perto delas.
A lenda narra que o curupira não gosta de estar em locais
densamente povoados e, por isso, evita estar onde estão muitos humanos. O ambiente natural do curupira é a floresta e, por isso, os indígenas temiam tanto entrar nela.
Poucos sabem, mas existe uma data comemorativa associada ao
curupira. Essa data é comemorada no dia 17 de julho e é conhecida como Dia da Proteção das Florestas ou Dia do Protetor das Florestas. Como já vimos, o papel de protetor da floresta estava associado ao curupira, e daí vem sua relação com essa data.