EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ZONA ELEITORAL DE
______ - COMARCA DE ________ – ESTADO DE SÃO PAULO.
Proc. nº
(XXXXXXXXXXXXXX), já devidamente qualificada, nos autos do processo em epígrafe, por
meio de seu advogado, que subscreve, vem à digna presença de Vossa Excelência apresentar, com fulcro nos dispositivos legais e normativos pertinentes (Lei nº 9.504/97 e Resoluçã o TSE nº 23.608) DEFESA em REPRESENTAÇÃO ELEITORAL, promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, consubstanciada nos motivos fá ticos e jurídicos a seguir articulados: DA SÍNTESE DA INICIAL: Trata-se de representaçã o proposta pelo Ministério Pú blico Eleitoral alegando, em síntese, que a representada divulgou pré-candidatura nas redes sociais, o que é vedado pela legislaçã o. Aduz que a propaganda é irregular. Requer cessaçã o da propaganda e aplicaçã o de multa. É o que basta ventilar para o desate da questã o. DO MÉRITO PROPRIAMENTE DITO: Descortinando o mérito, fá cil constatar que tudo que foi ventilado na inicial faz referência à propaganda eleitoral. Senã o vejamos: A pró pria inicial nos socorre, pois o fato descrito foi feito sem que se caracterizasse propaganda eleitoral antecipada da representada e por este motivo recebe proteçã o legislativa, mais especificamente no artigo 36-A da Lei das Eleicoes. Assim, passemos da analisar de forma verticalizada a questã o: a) Das exceções normativas previstas na legislação eleitoral: O Ministério Pú blico Eleitoral narra que a representada anuncia pré-candidatura nas redes sociais. Cumpre observar, Excelência, que com a novel reforma, tornou-se possível a mençã o da “pré-candidatura” inclusive com plataforma de governo e pedido de apoio e divulgaçã o de posicionamento político. Eis o texto normativo: Art. 36-A. Nã o configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que nã o envolvam pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderã o ter cobertura dos meios de comunicaçã o social, inclusive via internet: (Redaçã o dada pela Lei nº 13.165, de 2015) I - a participaçã o de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rá dio, na televisã o e na internet, inclusive com a exposiçã o de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rá dio e de televisã o o dever de conferir tratamento isonô mico; (Redaçã o dada pela Lei nº 12.891, de 2013) II - a realizaçã o de encontros, seminá rios ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organizaçã o dos processos eleitorais, discussã o de políticas pú blicas, planos de governo ou alianças partidá rias visando à s eleiçõ es, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicaçã o intrapartidá ria; (Redaçã o dada pela Lei nº 12.891, de 2013) III - a realizaçã o de prévias partidá rias e a respectiva distribuiçã o de material informativo, a divulgaçã o dos nomes dos filiados que participarã o da disputa e a realizaçã o de debates entre os pré-candidatos; (Redaçã o dada pela Lei nº 13.165, de 2015) IV - a divulgaçã o de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que nã o se faça pedido de votos; (Redaçã o dada pela Lei nº 12.891, de 2013) V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes sociais; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) VI - a realizaçã o, a expensas de partido político, de reuniõ es de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicaçã o ou do pró prio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidá rias. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) § 1o É vedada a transmissã o ao vivo por emissoras de rá dio e de televisã o das prévias partidá rias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicaçã o social. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) § 2o Nas hipó teses dos incisos I a VI do caput, sã o permitidos o pedido de apoio político e a divulgaçã o da pré-candidatura, das açõ es políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) § 3o O disposto no § 2o nã o se aplica aos profissionais de comunicaçã o social no exercício da profissã o. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015) Analisando referido dispositivo, vislumbramos que legislaçã o tolera uma série de condutas, tais como apresentaçã o de pré-candidato, discussã o de plataformas, projetos políticos, divulgaçã o de atos parlamentares, manifestação de posicionamento pessoal acerca de questões políticas, vedando apenas o pedido de voto explícito. A norma tem como fundamento a liberdade de comunicaçã o e expressã o que possuem textura constitucional. O ilustre José Jairo Gomes, em sua obra “Direito Eleitoral” (2015, pá g.285) leciona que: “A livre circulaçã o de ideias é essencial à democracia. Sem ela, nã o floresce a criatividade, estorva-se o diá logo, ficam tolhidas as manifestaçõ es de inconformismo e insatisfaçã o.” Portanto, do ponto de vista em tela, nã o há que se falar em propaganda antecipada, pois a divulgaçã o da pré-candidatura com a exposiçã o de questõ es sociais e políticas, desde as ú ltimas reformas eleitorais, acabou sendo permitida, desde que nã o se faça o pedido explícito de voto. A representada, conforme trazido no bojo da inicial, apenas expõ e sua pré-candidatura sem qualquer pedido expresso de voto, o que tem respaldo eleitoral. Veja que na postagem que escolta a inicial há apenas a mençã o à sua “pré-candidatura”. Ademais, sabemos que a mudança legislativa causou uma série de contratempos e incertezas, e em sua maioria sem definiçã o, sendo os precedentes da Corte Bandeirante sinalizadores de nossas açõ es, sempre de forma cautelosa. Citamos a decisã o emblemá tica do Tribunal Regional Eleitoral de Sã o Paulo (TRE-SP) nos autos do RECURSO ELEITORAL (11548) - 0600011-74.2020.6.26.0089 - Piedade - SÃ O PAULO, cuja relatoria é do Juiz MANUEL PACHECO DIAS MARCELINO como a primeira nas eleições de 2020 sobre o tema: RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊ NCIA. PRELIMINAR: INADMISSIBILIDADE DOS DOCUMENTOS JUNTADOS EM SEDE RECURSAL. ACOLHIDA. SITUAÇÃ O NÃ O AMPARADA PELA EXCEÇÃ O PREVISTA NO ART. 435, DO CÓ DIGO DE PROCESSO CIVIL. VEICULAÇÃ O DE NOVAS PRETENSÕ ES. MÉ RITO: ENTREVISTAS, LIVES E PUBLICAÇÕ ES EM REDES SOCIAIS. PROTAGONISMO DO VIICE-PREFEITO (PRÉ - CANDIDATO) NA COMUNICAÇÃ O INSTITUCIONAL DO MUNICÍPIO. SITUAÇÃ O DE ANORMALIDADE (ESTADO DE NECESSIDADE ADMINISTRATIVA), CAUSADA PELA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19). AUSÊ NCIA DE PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTO, BEM COMO DE MENÇÃ O À PRETENSÃ O PRETENSA CANDIDATURA E AO PLEITO MUNICIPAL VINDOURO. HIPÓ TESE ABRIGADA PELO ART. 36-A, DA LEI N.º 9.504/1997. CIRCUNSTÂ NCIAS INSUFICIENTES PARA CONFIGURAR PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. MERA PROMOÇÃ O PESSOAL. DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃ O. DESPROVIMENTO DO RECURSO. O bojo do acordã o é mais explícito: “Da aná lise do conteú do descrito acima, observa-se que, com relaçã o à s postagens nas pá ginas os apoiadores da rede social Facebook (itens 1, 2, 3 e 5), em nenhum momento houve pedido explícito de votos, razã o pela qual tais publicaçõ es nã o podem ser consideradas propaganda eleitoral antecipada, conforme estabelece o art. 36-A, caput, da Lei n.º 9.504/1997. Na mesma linha, a publicaçã o do recorrido José Tadeu, especificada no item” 4. E prossegue o Nobre magistrado: “Ressalte-se, outrossim, que a mera promoção pessoal de pré-candidato, sem pedido explícito de votos, está amparada pela exceção prevista no art. 36-A, da Lei n.º 9.504/97, e no art. 3º, da Resolução TSE n.º 23.610/2019, bem como pela liberdade de expressão e comunicação, garantida pelo art. 5º, inciso IV, e 220, da Carta Magna. Ausentes, portanto, os requisitos caracterizadores da propaganda eleitoral antecipada, impõ e-se a manutençã o da r. sentença combatida, que julgou improcedente a presente representaçã o”. Portanto, analisa-se o conteú do da mençã o para concluir se há pedido explícito de voto. E da aná lise do material encartado, nã o há nada que possa fazer referência ao PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTO. Pelo contrá rio, toda narrativa trazida na inicial se amolda perfeitamente as hipó teses elencadas no artigo 36-A, a Lei nº 9.504/97. Assim, perfeitamente possível, a divulgaçã o da pré-candidatura, sem qualquer transgressã o da norma, sendo de fato o que foi feito pela representada, escorada no artigo 36-A da lei em comento. Mais uma vez nos socorremos de José Jairo Gomes (2018, 14º ed; pá g.513) “o impulsionamento é uma estratégia onerosa de açã o na Internet (notadamente em redes sociais como o Facebook e o Instagram) que aumenta o impacto do conteú do veiculado e estende o seu alcance a maior nú mero de usuá rios. Trata-se de açã o paga (onerosa) que amplia a visibilidade e a exposiçã o do conteú do veiculado. Nas situações abrangidas pelo artigo 36-A em que a comunicação se dá pela Internet ou em redes sociais, é razoável admitir-se o impulsionamento de conteúdos, porque se trata de formas lícitas de comunicação. Apesar de o artigo 57-C, caput, da LE (com a redaçã o da Lei nº 13.488/2017) vedar a veiculaçã o na Internet “de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga”, excepcionalmente permite o “impulsionamento de conteú dos, desde que identificado de forma inequívoca como tal”. É verdade que esse dispositivo legal só permite a contrataçã o de impulsionamento por “partidos, coligaçõ es e candidatos e seus representantes”; também é verdade que o artigo 57-B, IV, b, da mesma LE, proíbe a contrataçã o de impulsionamento por pessoa natural ou física – todavia, é ponderar que essas restrições apenas se aplicam à “propaganda eleitoral”, e não às hipóteses do presente artigo 36-A, as quais são formas lícitas de comunicação e por definição legal “não configuram propaganda eleitoral” “Ad cautelam” colacionamos alguns julgados recentes sobre o assunto para corroborar nossa tese, escoradas nos artigos 5º, IV e 220 da Constituiçã o Federal: “ELEIÇÕES 2018. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. NÃO CONFIGURAÇÃO. PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTOS. AUSÊNCIA. SÍNTESE DO CASO 1. O caso em análise diz respeito a evento realizado no dia 21.6.2018, voltado ao lançamento da pré–candidatura de deputado federal, cujos discursos de participantes apregoaram apoio ao candidato, por meio de manifestações como "é necessário que ano que vem David Miranda esteja em Brasília"; "ter um mandato com a perspectiva do David é fundamental", "cada um presente tem a responsabilidade de fazer David um Deputado Federal", dentre outras. ANÁLISE DO AGRAVO REGIMENTAL 2. O entendimento desta Corte Superior é no sentido de que, para a caracterização da propaganda eleitoral antecipada, é necessário o pedido explícito de voto, a teor do art. 36–A da Lei 9.504/97, o que não se observa no caso em análise. 3. "Na linha da recente jurisprudência do TSE, a referência à candidatura e a promoção pessoal dos pré– candidatos, desde que não haja pedido explícito de voto, não configuram propaganda extemporânea, nos termos da nova redação dada ao art. 36–A pela Lei 13.165/15. Precedente: AgR–REspe 12–06/PE, Rel. Min. ADMAR GONZAGA, DJe 16.8.2017" (REspe 1–94, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 3.11.2017). 4. "O reenquadramento jurídico dos fatos é possível em sede de recurso especial eleitoral, sendo vedado somente o reexame de fatos e provas que não estejam devidamente delineados na moldura fática do acórdão regional. Precedentes do TSE"(REspe 224–84, rel. Min. Admar Gonzaga, DJE de 27.3.2019). 5."A publicidade veiculada antes de 15 de agosto do ano das eleições, com referências a pleito eleitoral ou a eventual candidato, que nem sequer caracteriza propaganda eleitoral extemporânea não se sujeita, por consectário, aos regramentos para divulgação de propaganda eleitoral dispostos na Lei nº 9.504/97"(REspe 256–03, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 8.3.2018)."(TSE. AgR-REspe n.º 060439607/RJ, Relator: Min. Sergio Silveira Banhos, DJE de 10/12/2019) (Grifos nossos). “ELEIÇÕES 2018. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. NÃO CONFIGURAÇÃO. PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTOS. AUSÊNCIA. SÍNTESE DO CASO 1. Imputa–se ao agravado a prática de propaganda eleitoral antecipada, em razão de vídeos publicados em sua página pessoal na rede social Facebook, em período de pré–campanha, nos quais, conforme moldura fática delineada no acórdão regional, constam as seguintes declarações: a) Vídeo 1 (...)" eu tenho certeza que com a ajuda de cada um de vocês e do nosso prefeito Diogo Balieiro Diniz, iremos lutar por um Estado mais laico, mais transparente e, sobretudo, mais igualitário a todos. "b) Vídeo 2 (...)"Olá pessoal, como todos sabem, ocupei diversos cargos públicos onde passei, sempre com muito compromisso, transparência, ética e, sobretudo, caráter. Sempre fiz pela população o que gostaria que fizessem por mim e pela minha família. Temos que renovar a política assim, mais com ideais, propostas e estudar a vida pregressa de cada candidato e aí fazer assim o seu juízo de valor. Junto com vocês, lutaremos por um estado, por um sul fluminense ainda melhor e, sobretudo, igualitário a todos. Um grande abraço e meu até breve". ANÁLISE DO AGRAVO REGIMENTAL 2. O entendimento desta Corte Superior é no sentido de que, para a caracterização da propaganda eleitoral antecipada, é necessário o pedido explícito de voto, a teor do art. 36–A da Lei 9.504/97, o que não se observa no caso em análise. 3. Este Tribunal, no julgamento conjunto da RP 0601161–94, rel. Min. Admar Gonzaga, e da RP 0601143–73, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 20.3.2018, ambos os feitos relativos à campanha eleitoral de 2018, consignou que o mero ato de promoção pessoal, sem pedido explícito de voto, não caracteriza a propaganda eleitoral antecipada. 4. No julgamento do AgR–AI 9–24, DJE de 22.8.2018, e do AgR–REspe 43– 46, DJE de 22.8.2018, esta Corte reafirmou o entendimento de que a veiculação de mensagens com menção a possível candidatura, sem pedido explícito de votos, não configura propaganda eleitoral extemporânea, nos termos da redação nos termos da redação conferida ao art. 36-A pela Lei 13.165/2015. 5. Em 9.4.2019, no julgamento do REspe 0600227-31, de relatoria do Ministro Edson Fachin, esta Corte consolidou o entendimento de que," a despeito da licitude da exaltação de qualidades próprias para o exercício de mandato ou a divulgação de plataformas de campanha ou planos de governo, resta caracterizado o ilícito eleitoral quando o veículo de manifestação se dá pela utilização de formas proscritas durante o período oficial de propaganda ", o que não é o caso dos autos. 6. Na linha da jurisprudência do TSE,"as restrições impostas à propaganda eleitoral não afetam os direitos constitucionais de livre manifestação do pensamento e de liberdade de informação e comunicação (art. 220 [da] Constituição Federal), os quais devem ser interpretados em harmonia com os princípios da soberania popular e da garantia do sufrágio"(AI 115–64, rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 29.2.2016). No mesmo sentido: AgR-AI 2–64, rel. Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, DJE de 22.9.2017. CONCLUSÃO Agravo regimental a que se nega provimento.” (TSE. AgR-REspe n.º 060759889/RJ, Relator: Min. Sergio Silveira Banhos, DJE de 05/12/2019) (Grifos nossos). EMENTA. RECURSO - REPRESENTAÇÃ O ELEITORAL - ELEIÇÕ ES 2016. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM REJEITADA. ARTIGO 36- A, CAPUT E INCISO V, DA LEI 9.504/97 - ALTERAÇÃ O PELA LEI 13.165/2015. NORMA DE CARÁ TER SANCIONATÓ RIO MAIS BENÉ FICA DEVE RETROAGIR PARA BENEFICAR O REPRESENTADO. APLICAÇÃ O A FATOS PRETÉ RITOS. CAUSA DE PEDIR REFERENTE AS ELEIÇÕ ES 2016, INEXISTÊNCIA DE PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTO, MENÇÃO À PRETENSA CANDIDATURA, EXALTAÇÃO DAS QUALIDADES PESSOAIS - MERA DIVULGAÇÃ O DE POSICIONAMENTO PESSOAL SOBRE QUESTÕ ES POLÍTICAS. EM REDE SOCIAL. SANÇÃ O AFASTADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (RECURSO ELEITORAL nº 1223, Acó rdã o nº 50638 de 30/03/2016, Relator (a) LOURIVAL PEDRO CHEMIM, Publicaçã o: DJ - Diá rio de justiça, Data 04/04/2016 ) REPRESENTAÇÃ O. PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂ NEA. FESTA DE ANIVERSÁ RIO CONDUZIDA PELO ANIVERSARIANTE. PRÉ -CANDIDATO À S ELEIÇÕ ES MUNICIPAIS DE 2016. MENÇÃ O À FUTURA CANDIDATURA FEITA POR ELE E POR POLÍTICOS ALI PRESENTES. PROMOÇÃ O PESSOAL. INTELIGÊ NCIA DO ART. 36-A DA LEI Nº 9.504/1997 COM REDAÇÃ O DADA PELA LEI Nº 13.165/2015. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. MANTIDA SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU. 1. Pela nova redação do art. 36-A da Lei nº 9.504/1997, é permitida a menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos, desde que não haja"pedido explícito de voto". 2. O evento organizado pelo pré-candidato ocorreu apó s a entrada em vigor da Lei nº 13.165/2015, passando a ser regido por ela. 3. A menção à futura candidatura e a manifestação de apoio por parte de políticos locais não caracterizam o ato como propaganda antecipada, pois não houve pedido ostensivo de voto. 4. Mantida a Sentença do Juízo de 1º Grau.(Recurso Eleitoral nº 3695, Acó rdã o nº 28124 de 29/04/2016, Relator (a) LUCYANA SAID DAIBES PEREIRA, Publicaçã o: DJE - Diá rio da Justiça Eletrô nico, Tomo 80, Data 09/05/2016, Pá gina 4 e 5 ) No mesmo sentido outras decisõ es do Tribunal Regional Bandeirante: EMENTA: RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. REDES SOCIAIS - FACEBOOK. SENTENÇA DE IMPROCEDÊ NCIA. MANIFESTAÇÕ ES DE PROVÁ VEIS CANDIDATOS NA INTERNET. NÃO TENDO HAVIDO QUALQUER PEDIDO EXPRESSO DE VOTOS, NÃO SE VISLUMBRA A PRÁTICA DE PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 36-A, DA LEI Nº 9.504/97, COM AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDA PELA LEI Nº 13.195/2015. INEXISTÊ NCIA DE CONTRADIÇÃ O. ADEQUADA RETIRADA DO NÚ MERO DE CANDIDATO DA PÁ GINA PESSOAL DE REDE SOCIAL. ESCOLHA DO NOME E NÚ MERO DO CANDIDATO TÃ O SOMENTE NA CONVENÇÃ O PARTIDÁ RIA. ARTS. 8º, 12 E 15, TODOS DA LEIDAS ELEIÇÕ ES. UTILIZAÇÃ O INADEQUADA. MANUTENÇÃ O DA SENTENÇA ATACADA. DESPROVIMENTO DO RECURSO. RECURSO ELEITORAL Nº 49-90.2015.6.26.0290 - CLASSE Nº 30 - ASSIS - SÃO PAULO Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acima identificado, ACORDAM, os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Sã o Paulo, por votaçã o unâ nime, em negar provimento ao recurso. Assim decidem nos termos do voto do (a) Relator (a), que adotam como parte integrante da presente decisã o. O julgamento teve a participaçã o dos Desembargadores Cauduro Padin (Presidente em exercício) e Marli Ferreira; dos Juízes Silmar Fernandes, Claudia Lú cia Fonseca fanucchi e L. G. Costa Wá gner. Sã o Paulo, 12 de abril de 2016. Portanto, à luz de qualquer ó tica a conduta praticada pela representada é lícita, já que apenas faz referência aquilo que o legislador inseriu no artigo 36-A da Lei das Eleicoes, ou seja, mençã o à pré-candidatura. DO PEDIDO: Ante o exposto requer a improcedência da presente representaçã o. Sã o estes os termos em que, da juntada desta aos autos, pede e aguarda o seu deferimento. Termos em que, Pede deferimento. ______ em 05 de agosto de 2020.