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ENG01015 - Edificações III

Técnicas de programação de obras:


Redes de atividades

Prof. Eduardo L. Isatto


NORIE/UFRGS
Uso das técnicas de planejamento

Normalmente utilizadas no planejamento de longo prazo

Seu uso visa, entre outros:

Definir o prazo da obra

Definir a sequência de execução dos serviços

Identificar atribuições de diferentes pessoas ou empresas

Servir de base para a programar a alocação de recursos

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Principais técnicas de planejamento de projetos

Gráfico de Gantt

Redes de atividades

Linha de balanço

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Gráficos de
Gantt
Exemplo de gráfico de Gantt

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Gráfico de Gantt

Técnica simples: fácil de fazer e de entender, tem escala de tempo

Não expressa dependências entre as atividades (reprogramação
difícil)

Lógica, duração e intensidade do trabalho definidas
simultaneamente

Uso comum em cronograma físico ou financeiro

Output de software de planejamento, tanto os baseados em
técnicas de redes de atividades como em linha de balanço

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Gráfico de Gantt como output de software de
planejamento

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Gráfico de Gantt com barras ligadas

São adicionadas setas expressando as relações de dependências
entre as atividades

Pode ficar muito confuso se houverem muitas relações de
dependência

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Gráfico de Gantt com barras ligadas

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Gráfico de Gantt e planejamento móvel

Tarefas do Plano Mestre

Tarefas do Médio
Prazo

Tarefas do Curto Prazo

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Redes de Atividades
Duas técnicas!
Técnicas de redes de atividades

Surgiram no final dos anos 60

Algoritmo simples, favorecendo a automatização dos cálculos

Técnicas de programação:

Método do caminho crítico (Critical Path Method – CPM)

PERT

As duas técnicas empregam basicamente o mesmo algoritmo de
cálculo

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Técnicas de programação baseadas em redes de
atividades

PERT ●
CPM
(Program Evaluation and (Critical Path Method)
Review Technique) determinístico
probabilístico Foco em identificar as
te= (a+4m+b)/6 onde: atividades cujo atraso afetará o
a=prazo mínimo projeto, o caminho crítico:
b= prazo máximo sequência de atividades que
m= prazo médio não podem sofrer atraso, sob
σ = (b-a)/6 pena de atrasar todo o projeto

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Duas formas de representação:
Diagramas de redes de atividades
Diagramas de rede

Redes de atividades em setas:
As atividades são representadas como setas, ligando dois eventos
(representados pelos nós da rede)

Redes de atividades em nós:
As atividades são representadas por nós, sendo que as setas
representam relações de dependência

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Redes de atividades em setas

Atividade 1 t1 Atividade 3
A C D

Atividade 2 t2 Atividade-fantasma
B (dummy)

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Redes de atividades em nós

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Vantagens da
rede de atividades em nós

Admite modelos probabilístico ou determinístico

Não emprega atividade-fantasma

Maior flexibilidade para modelar diferentes situações de
dependência entre as atividades

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Dependências entre atividades
Precedência ou dependência?

Dependência não necessariamente implica na precedência

Considerando uma atividade B que depende de uma atividade A:
– FI: B só pode iniciar quando A terminar
– IF: B só pode terminar quando A iniciar
– FF: B só pode terminar quando A terminar
– II: B só pode iniciar quando A iniciar

FI II

FF IF

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Exemplos

Atividade B depende de A

Se a duração de A é 20 dias e a duração de B é 15 dias, como será o
gráfico de gantt no caso de cada um desses tipos de dependência?

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Exemplos

FS SS

SF FF

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Folgas
Folgas

As atividades que não estão no caminho crítico possuem folgas, ou
seja, podem sofrer algum tipo de atraso sem atrasar o projeto inteiro

Tipos de folgas:

Folga livre (free float) :
Folga disponível para a atividade desde que não atrase o início da
atividade subseqüente

Folga total (total float):
Folga disponível para a atividade desde que não atrase o projeto

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Tipos de folgas

Usando as folgas livres das atividades 2 e 3:
2 FL 2 3 FL 3
1 6
4 5


Usando a folga total da atividade 2:

2 FT 2 3
1 6
4 5

Obs.: Nestes exemplos, considere que o início da atividade 3 necessita que a atividade 4
seja concluída.

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Onde posicionar as folgas

Naquelas atividades que possuem folga, quando realizá-las?

O mais cedo possível?

O mais tarde possível?

Forma de cálculo da rede:

Normalmente, a duração da rede é calculada para a frente, e
volta-se calculando o caminho crítico

Alternativamente, pode-se partir da data de término e seguir
procedimento inverso

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Método de elaboração e
Algoritmo empregado
Método geral para elaborar uma rede de
precedência

Listar as atividades do projeto

Determinar a duração de cada atividade

Identificar as dependências entre as atividades

(Desenhar a rede, caso necessário)

Calcular as datas dos eventos inicial e final de cada atividade.

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Principais variáveis de tempo em uma rede de
precedência

Duração (t)

PDI e PDT:
primeiras datas de início e término

UDI e UDT:
últimas datas de início e término

Folga livre e Folga total

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Algoritmo para cálculo das datas dos eventos

Cálculo das datas “mais cedo” (PDI e PDT): progressão a partir do
início da rede

Cálculo das datas “mais tarde” (UDI e UDT): regressão a partir do fim
da rede

Cálculo das folgas livre e total, e identificação do caminho crítico

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Algoritmo para cálculo das datas dos eventos

As atividades sempre iniciam no começo do dia, e terminam ao final
do dia. Se as durações forem expressas em dias:

Na progressão:
PDI= PDTa (máx) + 1 PDT= PDI + duração - 1

Na regressão:
UDT = UDIs (mín) – 1 UDI = UDT - duração - 1

Folgas:
FL = PDIs (mín) - PDT -1 FT = UDT - PDT = UDI - PDI

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Algoritmo para cálculo das datas dos eventos

B 8

A 5 D 3

C 12

A 12
PDI PDT
UDI UDT
FL FT

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Alternativamente...

Pode-se fazer a progressão de trás para a frente (partindo da data
final e subtraindo-se os tempos das atividades)

Depois, a regressão para a frente, somando-se o tempo das
atividades para identificar o caminho crítico

Neste caso, as atividades são programadas na DTM, depois das
folgas

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Exercício de fixação:
Fundações diretas

Atividade Duração (d)


A - Escavação 4
B- Confec. formas 3
C- Confec. armaduras 5
D- Coloc. formas 2
E- Coloc. armaduras 3
F- Concretagem 1
G- Cura 7
H- Desforma 1

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Durações e calendários
Durações e calendários

As durações das atividades são expressas em termos de tempo
trabalhado, considerando a jornada normal de trabalho.

A duração pode ser expressa em diversas unidades de tempo, por
exemplo horas, dias, semanas ou meses.

A jornada de trabalho é definida através de um calendário, que
permite descontar os finais de semana e feriados

Um projeto pode ter mais de um calendário simultaneamente, por
exemplo o calendário padrão e um calendário de trabalho noturno.

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Tempo decorrido ou trabalhado?

O tempo trabalhado NÃO É o mesmo que o tempo decorrido:

Tempo trabalhado só considera o tempo da jornada de trabalho e
os dias úteis

Tempo decorrido considera todo o tempo decorrido

Por exemplo, o tempo de cura de uma estrutura de concreto é
expresso em tempo decorrido, mas o tempo de preparação da
forma pelos operários é expresso em tempo trabalhado.

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Esperas (delays) associadas às dependências

Uma dependência pode ter a ela associada uma espera, geralmente
expressa em termos de tempo decorrido (raramente em tempo de
trabalho)

A utilização das esperas permite modelar certos tipos de situação,
como por exemplo:

a cura de uma laje após a concretagem, sem a necessidade de
modelar a cura como uma atividade

o tempo entre o pedido e o recebimento de um recurso

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Redes de atividades e
uso de recursos
Duração da atividade e recursos utilizados

Normalmente, a duração da atividade é inicialmente estabelecida pelo
programador, mas isto pode ser alterado para considerar o volume de
trabalho envolvido.

Neste caso, a duração de uma atividade será definida pelo seu volume
de trabalho dividido pela quantidade de recursos

Por exemplo, uma atividade de 80 HH realizada por 2 homens irá
resultar em uma duração de 40 horas.

Quando criada uma atividades, é inicialmente fixado um destes três
elementos (geralmente a duração), variando-se os demais.

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Duração da atividade e recursos utilizados

W=p.d
Onde
W: trabalho (Hh)
p: número de pessoas (H)
d: duração (h)

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E quando duas atividades disputam o mesmo
recurso?

Se várias atividades disputam um determinado recurso acima da sua
capacidade, deve-se optar por um dos seguintes caminhos:

Escolher uma das atividades para ser executada primeiro, e
programar a outra para iniciar após o final desta;

Dividir os recursos pelas duas atividades, quando possível,
aumentando suas durações;

Fazer uma combinação das duas alternativas.

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Natureza das dependências e a possibilidade de
reorganização das atividades

Razões para uma atividade depender de outra:

Por razões tecnológicas (p. ex, não se pode executar o revestimento de
uma parede antes de executar a alvenaria) → ligadas ao processo

Pelo uso de recursos em comum (p. ex., não se pode executar o
revestimento em dois andares simultaneamente porque somente existe
uma equipe de revestimento) → ligadas à operação

Por isto, dependências devidas à operação podem ser contornadas com
diferentes formas de organização de equipes. Já as dependências de
processo, somente com a mudança do processo produtivo.

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Nivelamento de recursos

“Nivelamento de recursos” é um procedimento para ajustar a
execução das atividades às restrições de capacidade dos recursos,
sem a necessidade de criar dependências devido á operação.

Critério para priorização de atividades:

Cada atividade recebe um “peso” que exprime sua importância.

Quando duas atividades competem pelo mesmo recurso, o
algoritmo irá priorizar a atividade com maior “peso”

Nem todos os softwares oferecem a possibilidade de nivelamento de
recursos.

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Dependências baseadas em recursos

Notem que não existe caminho crítico nesta rede!


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Software para o planejamento e
programação de projetos
Software para planejamento baseados em redes

Existem diversos software para programação de projetos baseados
em redes, tanto pagos como livres.

Tais software servem também para controlar o andamento dos
projetos, reprogramá-los e atualizar suas datas-marco

Os relatórios (interface) são geralmente na forma de gráficos de
Gantt (diagramas de barras)

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Softwares para planejamento baseados em redes

Microsoft Project (www.microsoft.com) - Pago

Primavera (www.primavera.com) - Pago

Openproj (www.openproj.org) Gratuito e código aberto

GanttProject (www.ganttproject.biz) - Gratuito e código aberto

Gantter (http://gantter.com) - Pago, serviço em nuvem, bem
integrado com GoogleDrive

Taskjuggler (www.taskjuggler.org) - Gratuito e código aberto, não
emprega interface gráfica

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OpenProj e ProjectLibre

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Gantt Project

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Gantter

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Task Juggler

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O que diferencia um software de outro?

Capacidade de modelar situações de maneira fiel (esperas e tipos
de dependências)

Capacidade de associar diferentes recursos às atividades

Algoritmo para nivelamento de recursos

Integração com outros softwares e colaboração

Capacidade em apoiar o controle do projeto

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Dicas para utilização de softwares de programação

As relações de dependência devem ser SEMPRE entre os pacotes de
trabalho de mais baixo nível da EAP (atividades), e NUNCA pacotes
de nível mais alto (grupos de atividades)

Sempre incluir duas atividades de duração nula (“eventos”): início e
final do projeto. Assim, todas as atividades vão SEMPRE ter pelo
menos uma precedente e uma sucessora

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