9/10/2020 Venceslau Brás – Wikipédia, a enciclopédia livre

Venceslau Brás
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Venceslau Brás Pereira Gomes[nb 1] ONM (São

Caetano da Vargem Grande, 26 de fevereiro de 1868
Venceslau Brás
— Itajubá, 15 de maio de 1966) foi um advogado e
político brasileiro; presidente do Brasil entre 1914 e
1918, com um pequeno afastamento de um mês em
1917 por motivo de doença. Seu vice-presidente foi
Urbano Santos da Costa Araújo.[1]

Índice
Formação e carreira política
Presidente da República
Crises e a Grande Guerra na Europa
Vida após a presidência e homenagens
Ministérios
Notas
Referências
Bibliografia
9.º Presidente do Brasil
Ligações externas Período 15 de novembro de 1914
a 15 de novembro de 1918
Vice- Urbano Santos
Formação e carreira política presidente
Antecessor Hermes da Fonseca
Era filho de Francisco Sucessor Delfim Moreira
Brás Pereira Gomes e de
6º Vice-presidente do Brasil
Isabel Pereira dos Santos.
Nascido na então São Período 15 de novembro de 1910
a 15 de novembro de 1914
Caetano da Vargem
Grande, hoje Brasópolis. Antecessor Nilo Peçanha
Seu pai era o chefe Sucessor Urbano Santos
político da cidade, a qual 9.º Presidente de Minas Gerais
leva seu sobrenome.[2] Período 3 de abril de 1909
a 7 de setembro de 1910
Venceslau Brás estudou
Antecessor Júlio Bueno Brandão
no tradicional Colégio
Diocesano de São Paulo Sucessor Júlio Bueno Brandão
nos anos de 1881 a 1884[2] Deputado Federal por Minas Gerais
e obteve o diploma de Período 3 de maio de 1903
Venceslau Brás em bacharel em direito pela a 2 de abril de 1909
1917.
Faculdade de Direito de 3.º Prefeito de Belo Horizonte
São Paulo em 1890.[3] De Período 27 de outubro de 1898
volta a Minas Gerais, foi advogado e promotor a 31 de janeiro de 1899
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público em Monte Santo de Minas e foi prefeito da Antecessor Américo Werneck

cidade destacando-se na sua administração por ter Sucessor Francisco Antônio de Sales
introduzido o sistema de abastecimento de água na Dados pessoais
cidade. Presidiu a Câmara Municipal de Jacuí, e a
Nome Venceslau Brás Pereira Gomes
seguir foi deputado estadual. completo
Entre 1898 e 1902, foi secretário do Interior, Justiça Nascimento 26 de fevereiro de 1868
São Caetano da Vargem Grande,
e Segurança Pública do Estado. Elegeu-se então Minas Gerais
deputado federal (chegando a líder da bancada
Morte 15 de maio de 1966 (98 anos)
mineira na Câmara dos Deputados) em 1903. Em Itajubá, Minas Gerais
1909, assume a Presidência de Minas Gerais onde
Alma mater Faculdade de Direito de São Paulo
fica até se candidatar à vice presidência da república.
Foi eleito vice-presidente em 1 de março de 1910, Cônjuge Maria Carneiro Santiago
obtendo 406.012 votos, derrotando o candidato da Filhos 7
Campanha Civilista, Albuquerque Lins, que teve Partido Republicano Mineiro
219.106 votos.[4] Religião Catolicismo Romano
Profissão Advogado
Presidente da República Assinatura

Em 1 de março de 1910, Venceslau Brás é eleito vice-presidente da

Venceslau Brás declara guerra
contra o Império Alemão. Ao seu
lado, o ex-presidente da República
e ministro interino das Relações
Exteriores, Nilo Peçanha, e o
presidente de Minas Gerais e futuro
presidente da República, Delfim
Moreira.
república, tendo Hermes da Fonseca sido eleito presidente,
derrotando Rui Barbosa que estava sem apoio, ele conquistou o
cargo através da política do café com leite, após os estados de São
Paulo e Minas Gerais se reconciliarem com o Tratado de Ouro
Fino.[5] Em 1913, seu nome foi proposto como medida
reconciliatória entre Minas Gerais, São Paulo e os outros estados,
como candidato à sucessão de Hermes. Minas Gerais havia vetado
a candidatura de Pinheiro Machado que era apoiado por Hermes
da Fonseca, e Rodrigues Alves, que, na época, governava São
Paulo, vetara a candidatura Rui Barbosa.[6][5]
Vencesláu Brás foi eleito presidente em 1 de março de 1914,
obtendo 532.107 votos contra 47.782 votos dados a Rui
Barbosa.[4]

Logo de início, teve de combater a Guerra do Contestado (crise herdada do governo anterior) e, após
debelar a revolta, mediou a disputa de terras entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, tendo sido
um dos fatores a dar origem ao conflito.[3] Venceslau Brás definiu em 1916 os atuais limites entre
Paraná e Santa Catarina. Em 20 de outubro de 1916, os governadores dos dois estados, assinaram, no
Palácio do Catete, um acordo que fixava as divisas entre aqueles estados, o qual foi aprovado pelo
Congresso Nacional, e publicado pelo decreto 3.304 de 3 de agosto de 1917.[7]

Crises e a Grande Guerra na Europa

Enfrentou também diversas manifestações militares, entre elas a Revolta dos Sargentos (1915), que
envolvia suboficiais e sargentos.

Vencesláu definiu seu governo como o "Governo da pacificação dos espíritos", que buscou o
entendimento nacional depois do conturbado governo de Hermes da Fonseca. Em seu governo
ocorrem os chamados "3 G": A Grande Guerra, (como se chamava, na época, a Primeira Guerra
Mundial), a Gripe Espanhola, e as Greves de 1917.[3]

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Promulgou o primeiro Código

Civil brasileiro, que entrou
em vigor em 1 de janeiro de
1916 e que foi a primeira lei a
grafar o nome Brasil com a
letra S.

O torpedeamento de navios
brasileiros, em 26 de outubro
de 1917, por submarinos
alemães, levou o Brasil a
entrar na Primeira Guerra
Mundial.[7] Tendo a
Selo brasileiro com a efígie do participação do país no
presidente Venceslau Brás. conflito se resumido ao envio
de uma esquadra naval para
colaborar na guerra anti-
submarina, e uma missão militar à frente ocidental, em 1918.
Réplica do decreto assinado por
Devido às dificuldades em importar produtos manufaturados da Venceslau Brás, após aprovação do
Europa durante o seu mandato, causadas pela guerra, Venceslau Congresso Nacional do Brasil, que
declara guerra ao Império Alemão,
Brás incentivou a industrialização nacional, porém de forma
constituindo a entrada do brasil na
inadequada, já que o país ainda era essencialmente agrícola, e o
Primeira Guerra Mundial.
governo necessitava de armamentos bélicos, que requeriam uma
indústria mais sofisticada que a do Brasil de 1914.[7]

Mais de 1500 pessoas morreram de Gripe Espanhola, em seus últimos anos como presidente da
República.[7] Seu mandato terminou em 15 de novembro de 1918, quando o advogado e republicano
mineiro Delfim Moreira assumiu o cargo, sem um vice-presidente.[5]

Vida após a presidência e homenagens

Morreu em 15 de maio de
1966, em Itajubá, com 98
anos, sendo o mais longevo
de todos os presidentes e
vice-presidentes brasileiros.

Foi o político que

permaneceu mais tempo na
condição de ex-presidente e Venceslau Brás e seu ministério:
ex-vice-presidente da marechal José Caetano de Faria
República, morrendo exatos (Guerra), Augusto Tavares de Lira
47 anos e 6 meses depois de (Viação), Lauro Müller (Relações
Exteriores) e almirante Alexandrino
deixar a Presidência e 51 anos
de Faria Alencar (Marinha). À sua
Venceslau Brás, em 1961. e 6 meses depois de deixar a
volta, senadores, deputados e
Vice-presidência.
jornalistas.
É homenageado por meio de quatro cidades, duas em Minas
Gerais, Wenceslau Brás e Brazópolis, outra no Paraná, Wenceslau Brás, e outra em São Paulo,
Presidente Venceslau.

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Ministérios
Pandiá Calógeras
José Rufino Bezerra Cavalcanti
1 Agricultura, Indústria e Comércio
Carlos Maximiliano Pereira dos Santos
João Gonçalves Pereira Lima
Sabino Barroso
Pandiá Calógeras
2 Fazenda
Augusto Tavares de Lira
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada
José Caetano de Faria
3 Guerra
José Bernardino Bormann
Carlos Maximiliano Pereira dos Santos
4 Justiça e Negócios Interiores
Augusto Tavares de Lira
5 Marinha Alexandrino Faria de Alencar
Lauro Müller
6 Relações Exteriores Luís Martins de Sousa Dantas
Nilo Peçanha
7 Viação e Obras Públicas Augusto Tavares de Lira

Notas
1. A grafia original do nome do biografado, Wenceslau Braz Pereira Gomes, deve ser atualizada
conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as
mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico
de 1943 (http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=20)). Tal norma foi
reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico
de 1945 (http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=acordo&version=1945) e
Acordo Ortográfico de 1990 (http://www.portaldalinguaportuguesa.org/index.php?action=acordo&v
ersion=1990)). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar
constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se
possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).

Referências
1. «Os Presidentes e a República Perfil» (http://www.portalbrasil.net/politica_presidentes_venceslau
bras.htm). Portal Brasil. Consultado em 26 de fevereiro de 2012
2. Foguel, Israel (2019). Brasil: República Federativa (https://books.google.com.br/books?id=w0KkD
wAAQBAJ&pg=PA68&lpg=PA68&dq=enceslau+Br%C3%A1s+estudou+no+tradicional+Col%C3%
A9gio+Diocesano+de+S%C3%A3o+Paulo+nos+anos+de+1881+a+1884&source=bl&ots=YGmlwl
UYVd&sig=ACfU3U0RAnbDfDW23fh7JGZm7P_2Jw6FjQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwibqauy
qPDnAhWXLLkGHT0gCmQQ6AEwAHoECAoQAQ#v=onepage&q=enceslau%20Br%C3%A1s%2
0estudou%20no%20tradicional%20Col%C3%A9gio%20Diocesano%20de%20S%C3%A3o%20Pa
ulo%20nos%20anos%20de%201881%20a%201884&f=false). São Paulo: Clube de Autores
(managed). p. 68. 344 páginas. Consultado em 26 Fevereiro 2020

https://pt.wikipedia.org/wiki/Venceslau_Brás 4/6
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3. Antonio Gasparetto Junior. «Venceslau Brás» (https://web.archive.org/web/20170627050841/htt

p://www.historiabrasileira.com/biografias/venceslau-bras/). História Brasileira. Consultado em 13
de julho de 2012. Arquivado do original (http://www.historiabrasileira.com/biografias/venceslau-bra
s/) em 27 de junho de 2017
4. PORTO, Walter Costa, O voto no Brasil, Editora Topbooks, 2002
5. Thyago Ribeiro (20 de junho de 2008). «Governo de Wenceslau Brás» (http://www.infoescola.co
m/historia-do-brasil/governo-de-venceslau-bras/). InfoEscola. Consultado em 14 de julho de 2012
6. BARBOSA, Rui, Campanhas Presidenciais, Livraria Editora Iracema, São Paulo, s/d
7. Tiago Dantas. «Venceslau Brás» (http://www.brasilescola.com/historiab/venceslau-bras.htm).
Brasil Escola. Consultado em 13 de julho de 2012

Bibliografia
_______, O governo Wenceslau - 1914-1918, Rio de Janeiro, 1918.
BARBOSA, Rui, A Gênese da Candidatura do Sr. Wenceslau Braz, Editora: Typ. & Pap. Almeida
Marques, 1915.
CAVALCANTI, Pedro, A Presidência Wenceslau Brás, Editora Universidade de Brasília, 1981.
KOIFMAN, Fábio, Organizador, Presidentes do Brasil, Editora Rio, 2001.
LINS, Francisco, Uma campanha pró Hermes-Wencesláu, Editora Typ. do Diário de Minas, Belo
Horizonte, 1910.
OLIVEIRA ANDRADE, Darcy Bessone, Wencesláu - Um Pescador na Presidência, Editora S. E.
H. P., 1968.
RIO, João do, No tempo de Wencesláu, 1º edição, Editora Vilas Boas, 1917.
SILVA, Hélio, Venceslau Brás - 9.º Presidente do Brasil, Editora Três, 1983.

Ligações externas
O governo Wenceslau Braz no sítio oficial da Presidência da República do Brasil (http://www.presi
dencia.gov.br/info_historicas/galeria_pres/galbraz/galbraz/integrapresidente_view/)
Mensagem ao Congresso Mineiro 1909 (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u293/000003.html)
Mensagem ao Congresso Nacional 1915 (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1307/index.html)
Mensagem ao Congresso Nacional 1916 (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1308/index.html)
Mensagem ao Congresso Nacional 1917 (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1309/index.html)
Mensagem ao Congresso Nacional 1918 (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1310/index.html)

Precedido por Prefeito de Belo Horizonte Sucedido por

Américo Werneck 1898 — 1899 Francisco Sales
Precedido por Presidente de Minas Gerais Sucedido por
Júlio Bueno Brandão 1909 — 1910 Júlio Bueno Brandão
Precedido por 6º Vice-presidente do Brasil Sucedido por
Nilo Peçanha 1910 — 1914 Urbano Santos

Precedido por Sucedido por

Hermes da Fonseca 9º Presidente do Brasil Rodrigues Alves
1914 — 1918

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