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Trabalho de Libras

Introdução

O texto apresenta como tema reflexões sobre o Instrutor de Libras e o


Professor de Libras dentro da escola de Educação Básica. Tem como
objetivo refletir sobre o significado da denominação de Instrutor dada ao
profissional surdo e compreender de que maneira essa denominação está
expressa no Decreto 5.626/2005. A partir dessa reflexão, verifica-se que o
Instrutor de Libras caracterizado no Decreto é de um profissional que não
possui formação pedagógica, porém é citado de forma alternativa ao papel
desempenhado pelo Professor de Libras dentro da escola de Educação
Básica. Verifica-se, ainda, que Instrutor de Libras tem sido a denominação
dada ao profissional surdo, mesmo quando ele exerce atividade peculiar à
docência e possui formação pedagógica. Assim, evoca-se que a busca por
uma educação que considere a cultura, identidade e processo de
aprendizagem do surdo será alcançada mediante a primazia de
profissionalização, reconhecimento e valorização dos próprios profissionais
surdos dentro das escolas de Educação Básica. Essa valorização passa pelo
reconhecimento do profissional surdo que ensina Libras como um Professor
de Libras, sendo um profissional que participa dos debates e tomadas de
decisão, e se envolve no processo educativo de seus pares.

Um breve panorama das Leis em vigência no Brasil

Acreditamos que a legislação, que vigorou no passado e que vigora no


presente, somada ao panorama histórico, nos indica por quais caminhos
estamos seguindo, além de podermos vislumbrar o que o futuro nos
reserva.

A primeira legislação a que nos referimos é o Código Civil Brasileiro, datado


de 1° de janeiro de 1916, na sua lei n° 3.071, £5° que nos diz:

“São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida


civil:

I- Os menores de 16 (dezesseis) anos;


II- Os loucos de todos os gêneros;
III- Os surdos-mudos, que não puderem exprimir suas vontades;
IV- Os ausentes, declarados tais por ato de juiz.”
Lembrando que essa é uma lei de quase noventa anos atrás, condizia com o
que se acreditava na época. O que ficou o preconceito e o estigma de que o
Surdo é mudo, que lhe tem tirado o direito de pronunciar, “de exprimir sua
vontade”.

Em 1990, em Jomtien, na Tailândia, ocorreu uma Conferência Mundial


convocada, entre outras chefias executivas, pela Unicef, pela Unesco, pelo
Banco Mundial e pela PNUD. A conferência reuniu 1500 pessoas
participantes de 155 países que elaboraram uma Declaração Mundial sobre
educação para todos que traz “um consenso mundial sobre o papel da
educação fundamental e traduz-se em compromisso de garantir o
atendimento ás necessidades básicas de aprendizagem a todas as crianças,
jovens e adultos.

Depois de quatro anos, realizou-se, em Salamanca, na Espanha, a


conferência mundial sobre necessidades educativas especiais. Tem como
princípio adotado para regulamentar a Educação Especial as seguintes
linhas de ação.

” Todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças


independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais,
emocionais, linguísticas ou outras. Deveriam incluir crianças superdotadas,
crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de
população nômade, crianças pertencentes a minoria linguística, étnicas ou
culturais e crianças de outros grupos em desvantagem ou
marginalizados...No contexto destas linhas de ação o termo “necessidades
educacionais especiais” refere-se a aquelas crianças ou jovens cuja
necessidades se originam em função de deficiência ou dificuldades de
aprendizagem...As escolas que têm que encontrar a maneira de educar com
êxito todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves.”

A legislação que regulamenta oficialmente a Língua Brasileira de Sinais é


datada de 24 de abril de 2002 e recebe o número 10.436:

“Art.1° - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a


Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela
associados.
Parágrafo único – Entende-se como Língua Brasileira de Sinais Libras – A
forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de
natureza-visual-motora, como estrutura gramatical própria, constituem um
sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas no Brasil.

Vale prestar atenção na data desta lei. Foi a primeira vez que se reconheceu
a Língua Brasileira de Sinais como segunda língua oficial do Brasil e que
pode ser usada por pessoas Surdas.

Para que uma lei seja cumprida, é necessária a criação de um decreto que
a regulamente. E foi com este propósito que foi elaborado o decreto de
suma importância para que a educação dos surdos fosse vista com a
seriedade que merece.

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