CAINDO NA GRAÇA

Atos 2.46,47
 
 
INTRODUÇÃO

Vemos em Atos o início da Igreja, e era uma Igreja vibrante, alegre,

relevante na sociedade. Até hoje, muitas igrejas tentam reproduzir o
ambiente que existia naquela comunidade de cristãos primitivos.

Uma das belas coisas ditas sobre a Igreja de Jerusalém é que ela
“caía na graça de todo o povo”. Isto significa que as pessoas da cidade
apreciavam o ambiente acolhedor e amoroso que existia naquela igreja.  A
Igreja era uma comunidade acolhedora, se tornou popular, falavam muito
bem dela, e muitos desejavam fazer parte desse ambiente. Os cristãos aqui
“caíam na graça de todo o povo”.

Você não gostaria de fazer parte de uma Igreja que “caísse na graça da
sociedade”? Tenho para mim que, guardadas as devidas proporções, hoje
o maior obstáculo para a conversão dos perdidos reside no ambiente
doentio e hipócrita que vemos em algumas igrejas, cristãos (e pastores)
que vivem vidas duplas, sem compromisso com santidade, devoção a
Deus ou qualquer valor cristão. Sim, é o mal testemunho que
envergonha o evangelho, que impede que muitos venham a Cristo e
sejam salvos...Logico que só isso não é motivo para nos afastar do
evangelho…Não quero ir para o inferno se conheço alguém que é

22.07.2020 Igreja Batista em Rosana

mentiroso, trapaceiro, fofoqueiro e “diz que faz parte de alguma igreja”
Hoje veremos o que tornava aquela igreja numa comunidade relevante na
sociedade, o que fazia com que eles “caíssem na graça de todo o povo.

1) ADORAÇÃO COMUNITÁRIA;

“Perseverando unânimes todos os dias no templo, louvando a Deus”.

A adoração sincera da igreja atraia as pessoas ao evangelho – os cultos

públicos funcionavam como “ímãs” de pessoas! O cristão como adorador
é um instrumento de convencimento do Espírito Santo.

No Sl 22.3, vemos que Deus está entronizado sobre os louvores do seu

povo. Quando a Igreja adora em comunidade, a presença do Senhor pode
ser sentida por todos. Adoração é muito mais do que músicas cantadas,
são vidas rendidas diante do altar do Senhor, nossas atitudes falam muito
mais alto do que nossos hinos...

Não nos deixemos levar pelo engodo de que podemos servir a Deus sem
fazer parte de uma Igreja. Quando deixamos de congregar, deixamos de
crescer, deixamos de adorar e de ser abençoados… A Salvação é uma
experiência pessoal/que se manifesta numa experiência comunitária. É na
adoração que a igreja se distingue dos demais grupos sociais, só a igreja
foi criada absolutamente para o louvor da glória de Deus e, quando
adoramos a Deus em comunidade, estamos cumprindo com essa missão.

2) COMUNHÃO INCLUSIVA
Atos prossegue afirmando que os irmãos também iam “partindo o
pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
22.07.2020 Igreja Batista em Rosana
coração”. Muitos tem afirmado que esse comer o pão era relativo a
celebração da ceia do Senhor, mas eu entendo que isso era reflexo da
comunhão inclusiva que existia entre os irmãos. Que belo testemunho eles
davam! Na adoração eles mostravam a dimensão vertical da vida cristã, na
comunhão eles mostravam a dimensão horizontal da vida cristã.
Celso foi um romano que, no Século II, escreveu vários textos
atacando o cristianismo no primeiro. Em um de seus escritos, ele declarou:
“Como se amam esses cristãos!”. Até os inimigos eram obrigados a
reconhecer que os crentes se importavam verdadeiramente uns com os
outros. Essa era uma das razões pelas quais a Igreja caía na graça do povo.

Será que hoje não caímos na graça da sociedade porque as pessoas

nos veem brigando, falando mal uns dos outros e nos afastando dos
demais, ao invés de nos verem nos amando e nos perdoando? Para cair na
graça é preciso “descer do pedestal”, “descer do salto”, é preciso
“humilhar-se a si mesmo”, Deixar nossa mania de grandeza e buscar viver
em comunhão uns com os outros...

3) PROCLAMAÇÃO OUSADA

O texto bíblico encerra com a afirmação de que, em virtude da adoração e

da comunhão sincera, “cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam
sendo salvos”. Aquela igreja não deixava de compartilhar a sua fé, por
isso as conversões eram diárias.

Certa vez, um grupo de missionários chegou a uma tribo isolada que

nunca havia ouvido a pregação do Evangelho. Eles estavam
testemunhando há algumas horas, quando um velho índio os interrompeu
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e perguntou: “Quando foi que essas coisas aconteceram?”. “Há mais ou
menos uns dois mil anos”, responderam os missionários. “E onde vocês
estiveram esse tempo todo? Só agora vocês vieram aqui para nos falar
de Jesus?” concluiu o índio. E quanto a nós? O que estamos esperando
para cumprir com a nossa missão? O templo está fechado
temporariamente, mas a igreja precisa continuar viva e ativa, orando,
testemunhando, evangelizando, cumprindo com a sua missão aqui na
terra...

A maior lição que vejo na quarentena e no isolamento social é que se

somos igreja apenas quando estamos no templo, somos os mais miseráveis
de todos os cristãos. Se adoramos a Deus apenas quando estamos no
templo, nossa adoração é defeituosa, se temos comunhão apenas quando
estamos no templo, a nossa comunhão é falsa, se testemunhamos de Jesus
apenas quando estamos no templo, nosso testemunho é falso... Quando o
povo vir que amamos e nos interessamos por eles verdadeiramente,
cairemos na sua graça, e veremos muitos se convertendo ao Senhor....

CONCLUSÃO
Por isso que nós possamos cair na graça do povo, através da nossa
adoração comunitária, de uma comunhão verdadeira com Deus e uns
com os outros e pela proclamação ousada, assim nós conquistaremos o
respeito e a simpatia da sociedade.
Que a nossa Igreja possa também cair na graça e não da graça, e,
fazendo isso, levantar a muitos!

22.07.2020 Igreja Batista em Rosana