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Os princípios são normas de caráter geral, que têm por objetivo o norteamento do sistema
jurídico. Os princípios fundamentais da Administração Pública podem ser expressos (encontrados
no texto constitucional) ou implícitos (aqueles que, embora não contenham previsão expressa, são
extraídos do texto constitucional).
˃ ˃ Legalidade
˃ ˃ Impessoalidade
˃ ˃ Moralidade
˃ ˃ Publicidade
˃ ˃ Eficiência
Princípio Da Legalidade
De acordo com o Art. 37 da Carta Magna, a Administração Pública somente pode fazer aquilo
que a lei ordena (atuação vinculada) ou autoriza (atuação discricionária). Ela jamais pode agir na
omissão da lei. O desrespeito a esse princípio torna o ato ilegal (que deve ser anulado).
Princípio da Impessoalidade
1) Isonomia:
O administrador público deve tratar os administrados de maneira isonômica, sem criar distinções ou
critérios de preferência entre eles, que devem ser tratados de maneira igualitária.
2) Finalidade:
A finalidade de toda a atuação pública é o interesse social. A Administração sempre deve agir
objetivando fins públicos. Esse princípio veda que o administrador atue visando a interesses
próprios ou de terceiros. Nessa acepção, o referido princípio também é chamado de princípio da
finalidade.
Sob essa ótica, o princípio da impessoalidade veda que o administrador utilize obras públicas
para fins de promoção pessoal ou partidária. Exemplo: na construção de uma ponte não pode
existir no cartaz “esta é uma obra do prefeito José da Silva”. Nessa publicidade da obra, deve
constar apenas a entidade governamental e não a pessoa do administrador. Da mesma forma, é
vedado fazer alusão a qualquer partido político.
“CF, Art. 37, § 1o – A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.”
Outro exemplo relevante é a súmula vinculante 13 do STF, que veda o nepotismo, de modo a
observar tanto o princípio da impessoalidade como também o da moralidade.
Princípio da Moralidade
A moralidade administrativa traz o dever de probidade. Mesmo que determinado ato seja legal,
ele deve ser realizado de acordo com as ideias de ética, de decoro, de honestidade e de boa-fé.
Princípio da Publicidade
1) Exigência de publicação:
Um dos requisitos de eficácia do ato administrativo (aptidão para produzir efeitos) é que ele seja
publicado em órgão oficial. Existem algumas exceções (como no caso de sigilo para proteção da
segurança da sociedade e do Estado).
2) Transparência:
Não basta a mera publicação. Para que esse princípio seja realmente observado, é necessário que
essa publicação esteja acessível para os administrados. Como exemplo, temos o direito à obtenção
de certidões em repartições públicas.
Princípio da Eficiência
Esse o princípio da eficiência estabelece que todo agente público deve realizar suas atribuições com
presteza, perfeição, rapidez e rendimento funcional. Os serviços públicos devem prestados de
maneira eficiente, com qualidade e produtividade.
De acordo com esse princípio, o interesse público, isto é, da coletividade, é mais importante que
os interesses privados. Desse princípio, extraímos os poderes da Administração Pública.
O administrador público é um mero gestor da coisa alheia, não podendo dispor (abrir mão) dos
interesses públicos, sendo esse princípio o fundamento dos deveres da Administração.
A razoabilidade exige que o ato, além de ser considerado legítimo, conte com o emprego dos
meios adequados e necessários para a obtenção de determinado fim.
O agente público atue de forma a não cometer excessos. Portanto, tais princípios traduzem uma
proibição do excesso.
Deve haver uma proporcionalidade e razoabilidade entre os meios adotados e os fins almejados.
Por exemplo, no caso de aplicação de uma penalidade administrativa, devem ser levados em conta
fatores como a gravidade da falta.
Por exemplo: infrações leves devem receber penas mais brandas; enquanto infrações de natureza
grave fazem jus a punições mais severas.
Tal princípio também reflete uma limitação aos atos discricionários, nos quais a escolha do
mérito administrativo deve ser feita de maneira proporcional e razoável.
Princípio da Autotutela
1) Critério de Legalidade → Quando o ato for ilegal ou ilegítimo, a Administração Pública pode
ANULAR esse ato (de ofício ou quando provocada). A anulação do ato ilegal possui efeitos ex tunc
(retroativos). Na hipótese de ilegalidade, o Poder Judiciário também pode realizar esse controle
(mas, nesta ocasião, não seria caso de autotutela).
2) Critério de Mérito → Nesse caso, a Administração Pública pode REVOGAR os próprios atos
por conveniência ou oportunidade. A revogação é feita apenas em atos legais (ato ilegal = anulação)
e gera apenas efeitos ex nunc (não retroagem). O Poder Judiciário não pode fazer o controle de
mérito dos atos administrativos.
Os serviços públicos devem ser prestados de maneira adequada e ininterrupta, somente podendo
haver a paralisação de sua prestação em casos excepcionais, como em situações de emergência ou
havendo aviso prévio.
Esse princípio aplica-se tanto para os entes da Administração Pública como também para os
particulares delegatários de serviços públicos.
No caso de a Administração Pública descumprir a sua parte, os serviços prestados pelo delegatário
não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado, não
se aplicando a cláusula de exceção de contrato não cumprido.
Princípio da Motivação
Os atos administrativos devem ser motivados, isto é, deve haver a indicação dos elementos fáticos
e jurídicos que justificam sua prática. Prevalece que isso se aplica tanto para os atos vinculados
como para os atos discricionários, sendo que apenas em casos excepcionais a motivação não é
exigida, como, por exemplo, a exoneração de um cargo comissionado.