CLIENTE – guilherme

CRIME/PENA – violação de domicilio em concurso material com crime de furto qualificado pelo
emprego de chave falsa.

AÇÃO PENAL – publica incondicionada

RITO – ordinario

SURSI – não cabível

MOMENTO PROCESSUAL – sentença transitada em julgado.

PEÇA – revisão criminal

COMPETENCIA – tribunal de justiça...

TESES – defesa deficiente nulidade – sumula 523 stf

desclassificação – crime único 155 §4, iii

Não incidência da reincidência – sumula 444 stj

Regime inicial aberto

PEDIDOS –

Nulidade –

Desclassificação

Não incidência reincidência

Regime inicial aberto

Reparação do dano

Direito de recorrer em liberdade

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...

GUILHERME, (estado civil), (profissão), inscrito no CPF nº, com RG nº, por seu
advogado (procuração anexa) vem, não se conformando com a r. sentença transitada (doc.
anexo), vem perante vossa excelência propor REVISÃO CRIMINAL por inconformismo com a
sentença transitada em julgado da ação penal nº..., com fundamento no artigo 621, I do
Código de Processo Penal conforme as razoes de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS

O acusado fora denunciado pela pratica dos crimes de violação de domicilio em

concurso material com o crime de furto qualificado pelo emprego de chave falsa. Na audiência
de instrução foram ouvidas apenas duas testemunhas de acusação e nenhuma de defesa. O
réu fez uso de seu direito ao silêncio. Em alegações a defesa limitou-se a fala tão somente do
princípio de inocência. O juiz então prolatou a sentença condenando o acusado nos termos da
peça acusatória aplicando circunstancia agravante de reincidência, regime semi-aberto
cumulado a multa. Nesse sentido a sentença condenatória transitou em julgado.

II – DO DIREITO

Excelência, preliminarmente, o processo deveria ser anulado por existir

deficiência da ampla defesa do réu, nos termos do artigo 563 “caput” do CPP combinado com
a sumula 523 do STF.

A anulação é justa pois houve evidente prejuízo ao réu demonstrados nos

seguintes atos: não foram arroladas testemunhas na audiência de instrução debates e
julgamentos, bem como nas alegações finais orais o defensor restringiu-se tão somente a tese
do princípio do estado de inocência e silêncio do réu.

Ademais, não se manifestou o advogado sobre a imputação de crimes em

concurso material de crimes art. 69 do CP, assim como a respeito da dosimetria da pena art.59
do CP, na qual se reconheceu ser o réu ser reincidente art.61, I do CP, conquanto ele não o
fosse. Igualmente em nada se pronunciou sobre o regime inicial de pena e aplicação de multa
art. 33 do CP.

Como se vê há claro prejuízo ao réu, pois condenado foi por situação contrária ao
texto expresso da lei ou à evidência dos autos cujas circunstâncias admitem a revisão criminal
nos termos do artigo 621, I do CPP, vez que deve ser declarado nulo os atos processuais por
deficiência de defesa, conforme dispõe a sumula 523 do STF combinado com arts. 563 e 564,
IV, ambos do CPP

Subsidiariamente, em caso de eventual condenação, seja desclassificado a

tipificação de concurso material de violação de domicílio com o crime de furto qualificado pelo
emprego de chave falsa para crime único, qual seja, apenas para furto com emprego de chave
falsa do art. 155 §4º, III do CP, visto que a violação de domicílio não é cabível nem plausível,
pois não fora esse o dolo do agente sendo tão somente circunstância, condição e elementar da
pratica do furto com emprego de chave falsa.

Nesse sentido, deverá ser o acusado condenado por crime único: furto qualificado
pelo emprego de chave falsa art. 155§ 4º, III do CP. Por conseguinte, deverá ser aplicada a
pena base no mínimo legal, visto que as circunstâncias judiciais do artigo 59 do CP lhe são
favoráveis, bem como o acusado é primário e de bons antecedentes.
 Logo, não se aplica a situação de reincidência do art. 63 do CP dita pelo Ministério
Público, pois os processos em curso não são considerados para tal efeito; esse é o
entendimento da súmula 444 do STJ. Portanto, inexistem circunstancias agravantes do art. 61
do CP.

Por fim, deve ser fixado o regime inicial de cumprimento de pena o aberto, nos
termos do artigo 33 §2º, “c”. Deve ser substituída a pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos, já que presentes os requisitos do artigo 44 do CP e, caso não seja este o
entendimento que seja suspensa condicionalmente a pena nos termos do artigo 77 do CP,
sendo dado oportunidade de reparação do dano e garantido o direito de recorrer em
liberdade.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto requer seja julgada procedente a presente revisão criminal a fim
de que seja anulado o processo a partir a audiência de instrução debates e julgamento nos
termos da sumula 523 do STF, art. 563 e 564, IV do CPP.

Subsidiariamente, em caso de eventual condenação, seja desclassificado da

tipificação de concurso material e condenado por crime único do art. 155 §4º, III do CP. Seja
ainda fixado regime inicial aberto nos termos do artigo 33§2º, “c” do CP, substituindo-a por
pena restritiva de direitos do art. 44 do CP ou suspendendo-a condicionalmente com base no
art. 77 do CP, reconhecendo-se a possibilidade de reparação do dano e o direito de recorrer
em liberdade nos termos do artigo 387, IV e §1º ambos do CPP, respectivamente.

Termos em que,

Pede deferimento,

Local, data

Advogado OAB nº ...