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P L A CA S D E S O M

Hoje, temos placas ou interfaces de ótimo nível para todo tipo de necessidade e
orçamento. Seja para usuários das mesas analógicas, das digitais e até para os que têm horror
às mesas, a quantidade de recursos é variada nos diversos modelos. Os preços caíram muito de
uns anos para cá e as opções se multiplicaram.

MOTU 2408mk3

Para escolhermos uma placa ou interface de áudio, temos que considerar uma série de
questões. Primeiro, o tipo de conexão, analógica (com os respectivos conversores AD nas
entradas e DA nas saídas) ou digital (usando conversores externos). Segundo, a presença do
processador digital de sinal, ou DSP, que divide as tarefas de processamento com o
computador, acelerando o processamento do som. Nas placas com conexões analógicas, temos
que considerar também a qualidade dos conversores AD (analógico-digitais) nas entradas e
DA (digital-analógicos) nas saídas, e ainda os formatos e a quantidade desses conectores. A
compatibilidade dos drivers ou controladores com as demais peças do computador e sua
capacidade de trabalhar com os diversos programas tem que ser seriamente levada em conta.
Placas para uso com mesas analógicas ou com pré-amplificadores. Se as saídas de
sua mesa ou pré-amplificador forem analógicas, as entradas e saídas de sua placa de som
precisam de bons conversores AD/DA, que garantam a boa qualidade do som digital. A
quantidade de canais depende da necessidade de cada estúdio, e deve ser decidida quando da
escolha da mesa e da placa. As duas estão intimamente relacionadas. Seria um desperdício,
por exemplo, optar por uma mesa com oito saídas para gravação e uma placa com apenas duas
ou quatro entradas. A quantidade de “mandadas” ou saídas para gravação da mesa deve ser
igual ao número de entradas da placa.

Audiophile 2496, da M-Audio

Para trabalharmos com mesas analógicas, as opções de placas de som são variadas e
dependem da maneira como operamos. Muitos estúdios dispensam a gravação da bateria
acústica, optando pela programação MIDI de instrumentos virtuais ou eletrônicos, ou ainda
pelo uso de loops de bateria. Se o estúdio puder gravar os demais instrumentos um por um,

© 2006 Sérgio Izecksohn – Curso de Home Studio.


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não precisará de um investimento alto para se equipar. Uma placa com dois canais de entrada
costuma ser suficiente. Há placas com duas entradas e duas saídas, de baixo custo e ótimo
som, como a Mia, da Echo, a E-Mu 1212M e a Audiophile, da M-Audio.

Audiophile, da M-Audio, e Mia MIDI, da Echo

E-Mu 1212M

Uma placa com mais canais de saída, mesmo que tenha apenas duas entradas, dá mais
agilidade e liberdade ao estúdio. Se você gravar um instrumento de cada vez, mas monitorar
cada um por uma diferente saída da placa em vários canais da mesa, você pode rapidamente
equalizar os canais de monitoração na mesa analógica, facilitando o processo de gravação.
Poderá ainda mixar na mesa externa, aproveitando outros recursos fora do computador.
A placa Gina 3G, da Echo, tem duas entradas e seis saídas balanceadas, além de
conexões ADAT óticas e S/PDIF coaxiais (RCA) de entrada e saída, que podem ser usadas
quando você adquirir uma mesa digital (ou um velho ADAT, só para converter os canais). As
placas Delta 66 e Delta 44, da M-Audio, com suas quatro entradas e saídas analógicas também
são boas opções. A Delta 66 também tem uma conexão S/PDIF.

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Gina 3G, da Echo

Continuando no terreno das mesas analógicas, quem for gravar grupos instrumentais
ou vocais ou bateria acústica através de vários microfones, precisará de pelo menos uma ou
duas interfaces de oito canais ou mais. Com oito ou 16 canais, podemos registrar as várias
fontes sonoras em diversas pistas e mixar na mesa ou no computador. Mesmo gravando um
número bem maior de pistas, podemos agrupá-las para que saiam para a mesa pelos diversos
canais da interface. As placas mais usadas, neste caso, são a Delta 1010, da M-Audio, a
MOTU 2408 (que também tem vários conectores digitais, num total de 24 canais), a Layla 3G,
da Echo (também com conexões digitais), e a Digi 002 Rack, da Digidesign, esta última
específica para o Pro Tools LE.

M-Audio Delta 1010

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Layla 3G, da Echo

Digi 002 Rack, da Digidesign

M-Audio Delta 1010 LT

Um modelo econômico e com muitos recursos, compatível com todos os programas, é


a Delta 1010 LT, da M-Audio, que deve seu baixo custo às conexões de áudio e MIDI
diretamente ligadas à placa PCI, sem um rack ou outro gabinete. Este desconforto permite que
ela custe a metade do preço da sua irmã maior, a Delta 1010, que, embora tenha o rack, possui
os mesmos recursos da 1010 LT. Ela ainda tem duas entradas XLR para microfones
dinâmicos, que podem ser revertidas para entradas “de linha”.

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Portáteis. Há um grande número de modelos de interfaces de áudio com conectores


USB e Firewire. A conexão USB pode ser usada para dois canais de áudio, mas não tem
velocidade suficiente para transportar simultaneamente os sinais em vários canais de áudio.
Para isto, use o conector Firewire da sua placa-mãe ou adicione-o através de uma placa de
expansão. Evite usar a conexão USB como fonte de alimentação elétrica.

Firewire 1814

Audiophile USB

AudioFire12, da Echo

Sem a mesa. Alguns estúdios optam por conectar os microfones diretamente ao


computador e realizar dentro dele todo o trabalho de gravação, processamento e mixagem.
Para abdicar da mesa de som, precisaremos de pré-amplificadores para os microfones e
conectá-los à placa de som. O ideal aí pode ser um pré-amplificador que contenha uma
interface de áudio, já que a maioria das placas de som só tem entradas em nível de linha. De
qualquer modo, se o estúdio também usar samplers e sintetizadores de teclado ou rack,
precisaremos de uma mesa para conectá-los e enviar seus sons para os monitores e para o
computador.
Sem a placa. Hoje já são comuns interfaces de áudio incorporadas a pré-
amplificadores, como a Spike, da Mackie, a teclados controladores, como o Ozonic, da M-
Audio, e até mesmo a mesas analógicas, como a Onix, da Mackie, ou a superfícies de

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controle, como a ProjectMix I/O, da M-Audio. Todos esses modelos dispensam a placa de
som, ou melhor, já a possuem dentro de si.

M-Audio Ozonic

ProjectMix I/O, da M-Audio

Mackie Spike

Placas para mesas digitais. O estúdio que usa uma mesa digital pode dispensar os
conversores AD/DA sua placa de som. O áudio é convertido em digital ao entrar na mesa e
pode ser transmitido direto para o computador através de um cabo digital. A conexão mais
usada é a do tipo ADAT ótica, ou lightpipe, que envia oito canais por um cabo de fibra ótica.
A mesa pode ter uma, duas ou três dessas saídas, que mandam para fora oito, 16 ou 24 canais.
De acordo com a quantidade de conexões ADAT da mesa, escolhemos uma placa com a
mesma quantidade de entradas. Por exemplo, se você tiver uma mesa Yamaha 01/V, com uma
saída ADAT, você pode usar a placa WaveCenter, da Frontier. Além da entrada e da saída
ADAT, ele tem S/PDIF e duas portas MIDI. Já com uma mesa Yamaha 02/R, se ela tiver 3
saídas ADAT, você pode usar uma Dakota mais a sua expansão, a Montana, cada uma com
duas conexões ADAT de entrada e saída. Com três entradas e três saídas, mandamos 24 canais
de áudio da mesa para a placa e os recebemos de volta. Outra opção é a interface MOTU
2408, que tem as três conexões ADAT e mais oito entradas e saídas analógicas, além de três
entradas e saídas TDIF, formato concorrente do ADAT.

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Mackie Onix 1220, mesa analógica com interface de áudio Firewire

Praticando com placas de multimídia. A grande maioria das pessoas começa a


gravar, hoje em dia, aproveitando uma placa de multimídia, do tipo SoundBlaster ou
compatível, geralmente já presente no computador. Aqui, é importante atentarmos para alguns
detalhes.
Essas são placas feitas para jogos ou para a audição de CDs, arquivos MP3 e similares,
isto é, são para uso doméstico. Seu uso num ambiente de gravação traz algumas limitações.

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Embora a linha “Live” e mais ainda as linhas “Audigy” e “XFi” das placas da Creative,
tenham evoluído bastante em sonoridade se comparadas às versões anteriores, encontramos
mesmo assim diversos problemas.
A entrada de microfone não merece atenção, por não ter um pré-amplificador que
mereça ser usado em gravações. A entrada de linha, uma conexão estéreo, usando plugues P2
na maioria dos modelos, pode ser usada para uma prática preliminar de gravação.

Wavecenter e Dakota, da Frontier, totalmente digitais

Mas, se o usuário quiser usar os sons sintetizados da própria placa, terá dificuldades
em gravar o seu áudio, a fim de enviá-lo para um CD ou um arquivo de computador. Afinal,
este tipo de placa tem apenas o par estéreo de canais de saída, por onde passam o áudio
gravado e também os sons MIDI gerados por ela. Já que estes sons não vêm do HD, mas do
sintetizador da própria placa, ainda precisam ser gravados no computador, sob pena de
desaparecerem da mixagem final. Mas, ao serem gravados, saindo e entrando na própria placa,
não têm como ser monitorados durante a gravação. Se mandarmos a saída da placa para a sua
entrada e quisermos ouvir como está ficando o som, estaremos realimentando o sinal de
entrada com o sinal de saída. A solução é desligar momentaneamente a saída de som “wave”
nos controles de volume do computador para gravarmos os sons dos instrumentos MIDI sem
monitorá-los.

Creative XFi Elite Pro SoundBlaster Live

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Em suma, as placas de multimídia funcionam como “tubos de ensaio” para as placas


de gravação. Boas para começar a praticar, mas insuficientes para uma boa gravação.
Leve em conta todas estas questões antes de optar por sua placa de som “definitiva”
(enquanto durar!) e faça uma boa escolha.

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