Você está na página 1de 12

ENVIE SEU TEXTO

PARA OFique ligado!


PORTAL sexta-feira, julho 3, 2020
Receba conteúdos exclusivos para você!

HOME Não, obrigado 


GELEDÉS Eba, quero!
QUESTÕES DE GÊNERO 

Powered by Pushnews

QUESTÃO RACIAL  EM PAUTA

DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITOS 

Comunidade quilombola de Cairu


ÁFRICA E SUA DIÁSPORA 
(BA) é ameaçada por fazendeiro
02/06/2011 em Afro-brasileiros e suas lutas
  
3 min read
 
Batateira, quilombo situado numa ilha no município de Cairu BA, tem
passado nos últimos dois anos por momentos de terrorismo por um
pseudo-fazendeiro que se diz dono da terra.

A comunidade quilombola de Batateira, localiza-se na Ilha de Tinharé,


nas proximidades da Vila de Garapuá e pertence ao município de Cairu
(BA). Como se trata de uma ilha, a natureza de sua área é de
responsabilidade da União. Os moradores que ocupam o local estão
ali há mais de 100 anos, tendo toda a ancestralidade comunitária e de
parentesco reconhecida pela Fundação Cultural Palmares. São cerca
de 30 famílias que sobrevivem em situações precárias, em casas em
sua maioria de taipa, palha e madeira. A comunidade não tem energia
elétrica e é desprovida dos principais serviços básicos que qualquer
cidadão tem direito

Artigos Relacionados

O colar de búzios: religião, gênero, preconceito e ancestralidade


na vida de uma quilombola
 11/06/2020

Quilombolas denunciam desmatamento ilegal em sítio histórico


na Chapada
 09/06/2020

Pretos e pardos são 78% dos mortos em ações policiais no RJ em


2019: ‘É o negro que sofre essa insegurança’, diz mãe de Ágatha
 06/06/2020

O Con ito na região começou em 2009, quando houve a mobilização


da comunidade pelo pedido de reconhecimento quilombola, com
freqüentes visitas à comunidade e com seguidas ameaças de Manoel
Palmas Ché Filho, lho do ex-prefeito de Cairu. Em maio de 2010, o
con ito teve início quando, numa visita do “Maneca Ché”, como é
conhecido, mais cinco policiais fardados e outros homens, todos
armados com armas de fogo, diziam ter mandato judicial para
estarem ali, além de reforçar as ameaças derrubaram o pier que a
comunidade usava como embarque e desembarque.

Depois que a Fundação Palmares expediu a certidão quilombola à


comunidade, os seus moradores voltaram a receber novas ameaças,
foi quando em 09 de setembro de 2010, Manoel Che Filho invadiu a
comunidade com mais 12 homens, entre eles 3 policiais a paisana. Eles
chegaram às 7h da manhã e caram até às 15h. Nesse período de 8h
que permaneceram na comunidade, derrubaram três casas, atiraram
várias vezes pra cima, colocaram revolveres na cabeça de mulheres e
adolescentes, xingaram os moradores, colocaram a liderança da
comunidade Claudeci numa roda com 12 homens e bateram no seu
rosto, ameaçando sua vida, na frente das crianças da comunidade,
inclusive seu lho de 5 anos, que tem demonstrado traumas de ter
presenciado a violência com sua comunidade e sua família.

O comandante da Polícia Militar de Valença, major José Raimundo


Carvalho Pessoa, esclareceu que a atuação ilegal de policiais militares
que deram apoio ao “Maneca Che”, correu à revelia do Comando da
33ª Companhia Independente da Polícia Militar de Valença. Em
depoimento, os policiais denunciados negaram a participação no caso
denunciado e recorreram ao direito de falar somente em juízo e na
presença do advogado. Não se tem informação de que o processo
judicial foi aberto.

Em outubro de 2010 foi realizada uma audiência pública organizada


pela SEPROMI, que teve como objetivo de ouvir, avaliar e traçar
estratégias para solucionar os sucessivos con itos ocorridos na
Comunidade de Batateira. Participaram da audiência autoridades, o
pseudo-fazendeiro Maneca Che e seus representantes, a sociedade
civil representada pelos movimentos de pescadores, Conselho de
Desenvolvimento da Comunidade Negra, o Conselho Pastoral da
Pesca, Quilombolas de outras regiões, Representantes do INCRA, DPE,
SPU, Governo do Estado, Prefeitura de Cairu etc.

Há poucos dias, as ameaças retornaram, o pseudo fazendeiro insiste


que vai voltar na comunidade e derrubar o resto das casas. A liderança
da comunidade vem sendo seguida e ameaçada de morte, as famílias
estão apavoradas.

Não existe nenhum advogado assistindo a comunidade, o que gera


uma preocupação ainda maior. No último sábado, 28 de maio, Manuel
Che voltou à comunidade com mais sete homens e voltou a fazer
ameaças, alegou ter ordem judicial para não permitir nenhuma
construção mais naquela ilha (mas não mostrou o documento), o que
resultou na derrubada de mais uma casa na comunidade e a ameaça
que ele estaria voltando com um grupo de criminosos para aterrorizar
e levar tudo abaixo nos próximos dias. As famílias, em especial as
crianças, estão apavoradas. A polícia, apesar de acionada durante
nova invasão, só apareceu na comunidade horas depois e em nenhum
momento consegue gerar nenhum tipo de proteção à mesma. Todos
os indícios e o histórico desses dois anos revelam na verdade uma
polícia comprometida com a ação criminosa do pseudo-fazendeiro, até
por que, nenhum criminoso age tão abertamente como esse senhor,
sem sofrer prisão preventiva, se não tiver uma cobertura, ou no
mínimo uma escancarada omissão da polícia com o caso.

Esse breve texto tem como intuito chamar a atenção dos organismos e
instituições estaduais, nacionais e internacionais a respeito da
proteção dos direitos humanos, dos direitos das crianças e dos
adolescentes, dos afrodescendentes em suas comunidades
quilombolas e dos direitos das mulheres, assim como o apoio de
diferentes tipos de mídias que possam colaborar com o apoio à
comunidade.

Fonte: Revista Fórum

Tags: Afro-brasileiros e suas lutas quilombolas quilombos

Comentários sobre o post

0 comentários Classificar por Mais antigos

Adicione um comentário...

Plugin de comentários do Facebook

Postagem Anterior Próxima Postagem

Tractebel: Empresa é Recuo em nome do


condenada por racismo no conservadorismo
trabalho

Artigos Relacionados

AFRO- VIOLÊNCIA
ARTIGOS E BRASILEIROS E RACIAL E
REFLEXÕES SUAS LUTAS POLICIAL
O colar de búzios: Quilombolas Pretos e pardos são
religião, gênero, denunciam 78% dos mortos em
preconceito e desmatamento ilegal ações policiais no RJ
ancestralidade na em sítio histórico na em 2019: ‘É o negro
vida de uma Chapada que sofre essa
quilombola  09/06/2020 insegurança’, diz mãe
 11/06/2020 de Ágatha
 06/06/2020

AFRO-
BRASILEIROS E
QUESTÃO RACIAL QUESTÃO RACIAL SUAS LUTAS

“Que Noite sobre Quilombolas e


desenvolvimento é Alcântara: Os caiçaras distribuem 15
esse que traz morte?”, quilombolas e a toneladas de
questiona pescadora lógica do racismo alimentos para
e líder quilombola institucional comunidades
 27/05/2020  25/05/2020 vulneráveis
 25/05/2020

Últimas Postagens
Racismo e segurança: para além da ponta do iceberg
 03/07/2020

 Antirracismo no Brasil: uma tarefa inadiável às pessoas brancas

 Caso Miguel e pandemia expõem violações de direitos das domésticas

 Harvey Weinstein negocia acordo de US$ 19 milhões com vítimas de


assédio sexual

 76% veem racismo no Brasil, mas só 28% admitem preconceito contra


negros

 “Vegana Sem Grana”, ela faz sucesso ensinando receitas acessíveis


Artigos mais vistos (7dias)

Por que nos EUA não tem batucada?


 21/02/2016

18 expressões racistas que você usa sem saber


 19/11/2016
Precisamos falar sobre exclusão amorosa de
garotas negras e ‘palmitagem’
 01/10/2018

Preconceito, racismo e discriminação no contexto


escolar
 03/11/2014

Entenda as diferenças entre preto, pardo e


negro
 11/06/2013

Instagram

 SIGA O PORTAL
Twitter

Facebook

Geledés Instituto da Mulher Negra

Geledés

GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988.


É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de
mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais
padecem de desvantagens e discriminações no acesso às
oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes
na sociedade brasileira.
Fique em casa

Racismo e segurança: para além da ponta


do iceberg
 03/07/2020

Antirracismo no Brasil: uma tarefa inadiável


às pessoas brancas
 03/07/2020

Caso Miguel e pandemia expõem violações


de direitos das domésticas
 02/07/2020

1997 - 2020 | Portal Geledés

Você também pode gostar