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TEXTO NOTA MIL – ENEM 2015

Equilíbrio Aristotélico
Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o
pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de
maneira mais intensa na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como
inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930,
com a chegada da Era Vargas. Com isso, surge a problemática da violência de gênero
dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja
pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social.
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as
causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo
que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga,
é possível perceber que, no Brasil, a agressão contra a mulher rompe essa harmonia,
haja vista que, embora a Lei Maria da Penha tenha sido um grande progresso em
relação à proteção feminina, há brechas que permitem a ocorrência dos crimes, como
as muitas vítimas que deixam de efetivar a denúncia por serem intimidadas. Desse
modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como
forma de combate à problemática.
Outrossim, destaca-se o machismo como impulsionador da violência contra a
mulher. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar,
dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de
pensamento, observa-se que o preconceito de gênero pode ser encaixado na teoria do
sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse
comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, o
fortalecimento do pensamento da exclusão feminina, transmitido de geração a
geração, funciona como forte base dessa forma de agressão, agravando o problema no
Brasil.
Entende-se, portanto, que a continuidade da violência contra a mulher na
contemporaneidade é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência do
machismo como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal
deve elaborar um plano de implementação de novas delegacias especializadas nessa
forma de agressão, aliado à esfera estadual e municipal do poder, principalmente nas
áreas que mais necessitem, além de aplicar campanhas de abrangência nacional junto
às emissoras abertas de televisão como forma de estímulo à denúncia desses crimes.
Dessa forma, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será
gradativamente minimizado no país.
TEXTO NOTA MIL – RAFHAEL SOUSA ( estudante que tirou nota mil na redação no Enem em 2014 e 2015).

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TEXTO NOTA MIL – ENEM 2015
A submissão da mulher em uma sociedade patriarcalista como a brasileira é um
fato que tem origens históricas. Por todo o mundo, a figura feminina teve seus direitos
cerceados e a liberdade limitada devido ao fato de ser considerada mais "frágil" ou
"sensível", ainda que isso não pudesse ser provado cientificamente. Tal pensamento
deu margem a uma maior subjugação da mulher e abriu portas a atos de violência a
ela direcionados.
Nessa perspectiva, a sociedade brasileira é pautada por uma visão machista. A
liberdade feminina chega a ser tão limitada ao ponto que as mulheres que se vestem
de acordo com as próprias vontades, expondo partes do corpo consideradas
irreverentes, correm o risco de serem violentadas sob a justificativa de que "estavam
pedindo por isso". Esse pensamento perdura no meio social, ainda que muitas
conquistas de movimentos feministas - pautados no existencialismo da filósofa Simone
de Beauvoir - tenham contribuído para diminuir essa percepção arcaica da mulher
como objeto.
Diante disso, as famílias brasileiras com acesso restrito à informação globalizada
ou desavisadas a respeito dos Direitos Humanos continuam a pôr em prática atos
atrozes em direção àquela que deveria ser o centro de gravitação do Lar. A violência
doméstica, em especial física e psicológica, é praticada por homens com necessidade
de autoafirmação ou dependentes de drogas (com destaque para o álcool) e faz
milhares de vítimas diariamente no país. Nesse sentido, a criação de leis como a do
feminicídio e Maria da Penha foram essenciais para apaziguar os conflitos e dar
suporte a esse grupo antes marginalizado.
Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar mulher tem como
consequência a solidificação de tal prática no psicológico dos filhos. As
crianças, dotadas de pouca capacidade de discernimento, sofrem ao ver a mãe sendo
violentada e tem grandes chances de se tornarem adultos violentos, contribuindo para
a manutenção das práticas abusivas nas gerações em desenvolvimento e dificultando a
extinção desse comportamento na sociedade.
Desde os primórdios, nas primeiras sociedades formadas da Antiguidade até hoje,
a mulher luta por liberdade, representatividade e respeito. O Estado pode contribuir
nessa conquista ao investir em ONGs voltadas à defesa de direitos femininos e ao
mobilizar campanhas e palestras públicas em escolas, comunidades e na mídia,
objetivando a exposição da problemática e o debate acerca do respeito aos direitos
femininos. É importante também a criação de um projeto de distribuição de histórias
em quadrinhos e livros nas escolas, conscientizando as crianças e jovens sobre
igualdade de gênero de forma divertida e interativa.
Valéria Alves – ex-aluna CEV.

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TEXTO NOTA MIL – ENEM 2014
"Publicidade Infantil: Um Desafio Ético e Político
“O progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa
esmagando sempre alguém.” A frase, do escritor e pensador francês Vitor Hugo,
exprime a ideia de que o sistema capitalista funciona baseando-se na exploração
constante dos indivíduos. Analisando esse conceito atrelado à conjuntura atual, nota-
se que a publicidade direcionada às crianças, no Brasil, possui um caráter predatório,
funcionando como meio de criação de futuros consumistas e explorando a relativa
facilidade de se persuadir uma criança, através do uso de elementos do universo
infantil.
A necessidade de criação de uma lei só existe quando um conceito de ética que já
deveria ser parte do senso comum é ausente. Dessa forma, nota-se que a criação de
leis que proíbem ou normatizam a publicidade infantil nos países considerados
desenvolvidos revela que esse setor da mídia não age de maneira ética. Isso se deve ao
fato de que, com o advento do Neoliberalismo, houve a necessidade de difusão do
consumismo, e a publicidade, como a principal forma de imposição desse ideal, passou
a explorar a ingenuidade do imaginário infantil para adaptar as crianças a esse
formato, incentivando sempre o desejo.
O resultado desse processo é a criação de uma infância voltada para o consumo.
As crianças, alienadas pela mídia, são incorporadas ao capitalismo antes mesmo de
possuírem consciência e discernimento para compreendê-lo. Suas vidas passam a ser
ditadas pelos desejos que lhes foram impostos, tornando tudo – inclusive as datas
comemorativas, as quais perdem seu sentido – uma forma de exigir produtos. Essas
crianças, sem conceito de real necessidade, crescem para se tornarem adultos
egoístas, totalmente submissos ao capitalismo e utilitaristas, estabelecendo como
objetivo maior o acúmulo de capitais, visando à satisfação dos desejos e transmissão
desses ideais aos seus filhos.
O Estado, como defensor dos direitos da população e do bem estar social, deve
criar leis que impeçam a dominação das crianças pelo consumismo, impedindo a
associação entre produtos e elementos atrativos a elas. Deve-se utilizar da educação,
principal elemento transformador da sociedade, para criar nas crianças o
discernimento entre o frívolo e o necessário, coibindo o egoísmo e estimulando a
solidariedade. A sociedade, por sua vez, deve conscientizar-se, limitando o consumo
das crianças para impedir o desenvolvimento da cultura de consumo. Dessa forma,
será possível criar um corpo social ético, harmonioso e saudável."

“A fé ilumina, mas frequentemente, por iluminar demais também cega”. O


pensamento do filósofo Bobbio faz referência à capacidade da intolerância religiosa
em desenvolver desarmonia e até atos criminosos, dentre os diferentes tipos de
seguidores. Na atual sociedade brasileira, o grande número de divergências se deve,
principalmente, ao fato do país ter sua formação histórica –cultural
miscigenada.Diante disso, torna-se necessário a criação de alternativas de combate à
intransigência de crenças , dentre elas : Efetivação das leis existentes e reformas na
educação.
Nesse contexto, a fragilidade na legislação é um forte fator para permanência
desse mal na sociedade. Apesar da Constituição brasileira garantir a liberdade

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religiosa, ainda existem choques ideológicos e até crimes contra tais práticas. Exemplo
disso foi a destruição de vários “terreiros” de candomblé, no Rio de Janeiro neste ano,
e a destruição de imagens de santos em igrejas , em Recife – PE, há um ano. Ações
como essas evidencia a falta de atuação do Estado perante à problemática .Isso
converge com a ideia de Aristóteles ao afirmar : a política por meio da justiça pode
promover o equilíbrio.
Paralelo à isso, a liberdade de expressão, também garantida por lei, contribui de
forma direta para promoção de atos de intolerância e conflitos no meio social, quando
essa é utilizada de forma agressiva e ofensora. Como exemplo, foi a destruição do
jornal satírico, Charlie Hebdo, na França, em 2015.O ciberbullying é outro meio de
potencializador que propaga inúmeras discórdias, de forma rápida e ‘oculta”, através
de insultos em forma de opiniões. Isso vai de encontro com o sistema educacional de
um país em que a tolerância religiosa deveria ser uma das bases para eficaz formação
dos cidadãos,já que os mesmos são frutos de um fusão de crenças.
Portanto, ressalta-se que as formas de combate à incomplacência de religião é
pautada nas principais causas. Assim, cabe ao Ministro da Educação a inclusão na
grade escolar , o ensino sobre a temática à luz dos princípios do direito, filosofia e
sociologia, a fim de formar uma opinião crítica dentro da legalidade do país. Além
disso, cabe ao poder legislativo aumentar o tempo de detenção dos infratores e ao
judiciário efetivar as existentes para que a sociedade pratique suas crenças de forma
livre e segura. Por fim, as ONG’s compete a ampliação de canais de denúncias , por
meio de sites, casas de apoio, para que a população participe de forma direta nesse
combate”.

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Texto nota 980 no Enem 2016
“A fé ilumina, mas frequentemente, por iluminar demais também cega”. O
pensamento do filósofo Bobbio faz referência à capacidade da intolerância religiosa
em desenvolver desarmonia e até atos criminosos, dentre os diferentes tipos de
seguidores. Na atual sociedade brasileira, o grande número de divergências se deve,
principalmente, ao fato do país ter sua formação histórica–cultural miscigenada.
Diante disso, torna-se necessário a criação de alternativas de combate à intransigência
de crenças , dentre elas : Efetivação das leis existentes e reformas na educação.
Nesse contexto, a fragilidade na legislação é um forte fator para permanência
desse mal na sociedade. Apesar da Constituição brasileira garantir a liberdade
religiosa, ainda existem choques ideológicos e até crimes contra tais práticas. Exemplo
disso foi a destruição de vários “terreiros” de candomblé, no Rio de Janeiro neste ano,
e a destruição de imagens de santos em igrejas, em Recife – PE, há um ano. Ações
como essas evidencia a falta de atuação do Estado perante à problemática .Isso
converge com a ideia de Aristóteles ao afirmar : a política por meio da justiça pode
promover o equilíbrio.
Paralelo à isso, a liberdade de expressão, também garantida por lei, contribui de
forma direta para promoção de atos de intolerância e conflitos no meio social, quando
essa é utilizada de forma agressiva e ofensora. Como exemplo, foi a destruição do
jornal satírico, Charlie Hebdo, na França, em 2015.O ciberbullying é outro meio de
potencializador que propaga inúmeras discórdias, de forma rápida e ‘oculta”, através
de insultos em forma de opiniões. Isso vai de encontro com o sistema educacional de
um país em que a tolerância religiosa deveria ser uma das bases para eficaz formação
dos cidadãos,já que os mesmos são frutos de um fusão de crenças.
Portanto, ressalta-se que as formas de combate à incomplacência de religião é
pautada nas principais causas. Assim, cabe ao Ministro da Educação a inclusão na
grade escolar , o ensino sobre a temática à luz dos princípios do direito, filosofia e
sociologia, a fim de formar uma opinião crítica dentro da legalidade do país. Além
disso, cabe ao poder legislativo aumentar o tempo de detenção dos infratores e ao
judiciário efetivar as existentes para que a sociedade pratique suas crenças de forma
livre e segura. Por fim, as ONG’s compete a ampliação de canais de denúncias , por
meio de sites, casas de apoio, para que a população participe de forma direta nesse
combate”.
Texto nota 980 no Enem 2016 – aluna CEV – MEDCEV G.

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