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DIREITO ADMINISTRATIVO

Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os


agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado.

O Direito Administrativo é um ramo autônomo do direito porque tem seus princípios e


institutos jurídicos próprios.

DIREITO PRIVADO
- DIREITO CIVIL
- DIREITO COMERCIAL
- DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

DIREITO PÚBLICO
- DIREITO ADMINISTRATIVO
- DIREITO TRIBUTÁRIO
- DIREITO DO TRABALHO
- DIREITO PROCESSUAL CIVIL,
- ETC...

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO


- Supremacia do interesse público sobre o interesse privado;
- Indisponibilidade do interesse público.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


- Legalidade: A Administração somente pode atuar com previsão legal;

- Moralidade Administrativa: conjunto de normas pertinentes a seus agentes;

- Impessoalidade: É a imposição a Administração Pública que só pratique o ato para o seu


fim legal. A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados sem a
determinação de qualquer pessoa ou discriminação de qualquer natureza. Os atos e
provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão
ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário. Esse princípio deve ser
entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas
realizações administrativas;

- Publicidade: Obrigatoriedade da publicação de atos, contratos e outros instrumentos


celebrados pela Administração Pública direta, indireta ou fundacional.

Art. 37 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira;
V - os cargos em comissão e as funções de confiança serão exercidos,
preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou
profissional, nos casos e condições previstos em lei;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
complementar;
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VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de
índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma data;
XI - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos, observados, como limites máximos e no
âmbito dos respectivos poderes, os valores percebidos como remuneração, em
espécie, a qualquer título, por membros do Congresso Nacional, Ministros de
Estado e Ministros do Supremo Tribunal Federal e seus correspondentes nos
Estados, no Distrito Federal e nos Territórios, e, nos Municípios, os valores
percebidos como remuneração, em espécie, pelo Prefeito;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público, ressalvado o disposto no
inciso anterior e no art. 39, § 1º;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob
o mesmo título ou idêntico fundamento;
XV - os vencimentos dos servidores públicos, civis e militares, são irredutíveis e a
remuneração observará o que dispõem os arts. 37, XI, XII, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando
houver compatibilidade de horários:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos privativos de médico;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
mantidas pelo Poder Público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas
áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação pública;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

§ 2º - A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a


punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º - As reclamações relativas à prestação de serviços públicos serão disciplinadas em
lei.
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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas
ações de ressarcimento.

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA

10) O que são órgãos públicos ?


Os Órgãos Públicos são unidades que agem pelo Estado, nos limites para os quais foram
criados por lei. Pertencem a estrutura do Estado e de todas as demais pessoas jurídicas do
Estado. Ex.: os órgãos do corpo humano.

11) Podem os órgãos públicos exercer direitos e contrair obrigações ? Porque ?


Os órgãos públicos podem exercer direitos e obrigações pois, pertencendo a estrutura do
Estado, necessitam dessa faculdade para a realização de seus fins institucionais.

12) Os órgãos públicos têm personalidade jurídica ?


Embora Órgãos Públicos façam parte do Estado ( ou de uma outra pessoa jurídica do
Estado ) e ajam ( como a mão ) em seu lugar, eles não possuem personalidade jurídica
distinta dele.

15) O que são órgãos independentes ?


Órgãos independentes são os originários da Constituição e representativos dos Poderes de
Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário - colocados no ápice da pirâmide governamental,
sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional, e só sujeitos aos controles
constitucionais de um Poder pelo outro.

16) O que são órgãos autônomos ? Explique e dê exemplos.


Órgãos autônomos são os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo
dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. São órgãos
autônomos, os Ministérios, as Secretarias de Estado e de Município, a Consultoria-Geral da
República e todos os demais órgãos subordinados diretamente aos Chefes de Poderes.

17) O que são órgãos superiores ?


Órgãos superiores são os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos
assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia mais alta.

18) O que são órgãos subalternos ?


Órgãos subalternos são todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais
elevados, com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução.

19) O que são órgãos simples e compostos ?


Órgãos simples ou unitários são os constituídos por um só centro de competência. Ex.:
colégio.

Órgãos compostos são os que reúnem na sua estrutura outros órgãos menores, com função
principal idêntica ( atividade-fim realizada de maneira desconcentrada ) ou com funções
auxiliares diversificadas (atividades-meio atribuídas a vários órgãos menores). Ex.:
Secretaria de Educação.
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20) O que são órgãos singulares e colegiados ?


Órgãos singulares ou unipessoais são os que atuam e decidem através de um único agente,
que é seu chefe e representante.
Órgãos colegiados ou pluripessoais são todos aqueles que atuam e decidem pela
manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros.

21) O que são órgãos centrais e locais ?


Os órgãos centrais são aqueles que tem poder em todo o território a que pertencem. Os
órgãos locais são aqueles que tem poder em parte do território a que pertencem.

AGENTES PÚBLICOS

Agentes Políticos: são os componentes do Governo no primeiro escalão, isto é, são os


chefes do Executivo ( Presidente, Governadores, Prefeitos ) e seus auxiliares imediatos
( Ministros, secretários ); os membros das Corporações Legislativas ( Senadores,
Deputados, Vereadores ); os membros do Poder Judiciário ( Magistrados ); os membros do
Ministério Público ( Procuradores da República e da Justiça ), os membros dos tribunais de
contas ( Ministros e Conselheiros ) e representantes diplomáticos.

Agentes honoríficos : prestam, temporariamente, determinado serviço ao Estado, em


razão de sua conduta cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade
profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem
remuneração. ( “ munus público “ - encargo público )

Agentes administrativos: são todos aqueles que se vinculam ao Estado, ou as suas


entidades autárquicas ou fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia
funcional e ao regime jurídico único de entidade estatal a que servem.

Agentes Delegados: são particulares que recebem a incumbência da execução de


determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta
e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a fiscalização do delegante.

Agentes Credenciados: são os que recebem a incumbência da Administração. Mediante


remuneração do Poder Público que o credenciou.

PODERES ADMINISTRATIVOS

• PODER VINCULADO
• PODER DISCRICIONÁRIO
• PODER DE POLÍCIA
• PODER REGULAMENTAR
• PODER HIERÁRQUICO
• PODER DISCIPLINAR

11) O que é poder vinculado e o que o caracteriza ?


Poder vinculado ou regrado é aquele que o Direito Positivo - a lei - confere à Administração
Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos
necessários à sua formalização. Como característica principal temos que o poder vinculado
está preso ao enunciado da lei.

12) Quais os elementos vinculados de um ato ?


Os elementos vinculados do ato serão sempre a competência, a finalidade e a forma.

13) O que é poder discricionário ?


Poder discricionário é o poder que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou
implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua
conveniência, oportunidade e conteúdo.

14) Qual é a diferença entre poder discricionário e poder arbitrário ?


O ato discricionário deve ser praticado por autoridade competente, obedecendo a forma legal
e atendendo uma finalidade legal. O ato discricionário praticado por autoridade incompetente,
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ou realizado por forma diversa da prescrita em lei, ou informado de finalidade estranha ao


interesse público, é ilegítimo e nulo. Em tal circunstância, deixaria de ser ato discricionário
para ser ato arbitrário. Portanto, o exercício do ato arbitrário denota o poder arbitrário.

15) Um ato discricionário está isento de apreciação judicial ? Porque ?


O ato discricionário não está isento de apreciação judicial, pois só a Justiça poderá dizer da
legalidade da invocada discricionariedade e dos limites de opção do agente administrativo.

6) O que se entende por abuso de poder ?


O abuso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato,
ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas.

7) O que caracteriza o excesso de poder ?


O excesso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, vai
além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede, portanto,
sua competência legal e, com isso, invalida o ato, porque ninguém pode agir em nome da
Administração, fora do que a lei lhe permite.

8) O que é desvio de finalidade ?


O desvio de finalidade é atuação da autoridade nos limites de sua competência, praticando
atos por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse
público.

9) Um ato praticado com abuso de poder ou desvio de finalidade é considerado inválido ?


Porque ?
No caso do abuso de poder, o ato praticado sem competência pela autoridade não é válido
pois ninguém pode agir em nome da Administração. Quanto ao desvio de finalidade o ato
não pode ser considerado válido por ser uma violação moral da lei.

96.) Quando se pode invalidar um ato administrativo ?


Quando por erro, culpa, dolo ou interesse escusos de seus agentes. a atividade do Poder
Público se dispersar da lei ou se distanciar da moral ou se desviar do bem comum.

97.) Quando a Administração pode desfazer seus próprios atos ?


A Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações de mérito e de
ilegalidade, ao passo que o Poder Judiciário somente pode invalidá-las quando forem ilegais.

98.) Quando o Poder Judiciário pode desfazer os atos administrativos ?


O Poder Judiciário pode desfazer os atos administrativos quando forem ilegais.

99.) O que é revogação do ato ?


É a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizado pela Administração, por
não mais lhe convir a sua existência.

100.) O que é anulação do ato ?


É a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal feita pela
Administração ou pelo Poder Judiciário.

101.) Em que se funda a Administração para revogar seus atos ?


Funda-se no poder discricionário de que dispõe a Administração para rever a sua atividade
interna e encaminhá-la adequadamente à realização de seus fins específicos.

102.) Até que momento são válidos os efeitos produzidos pelo ato revogado ?
Consideram-se válidos os efeitos produzidos pelo ato revogado até o momento da
revogação.

103.) A revogação opera da data ex nunc ou ex tunc ?


Opera da data em diante ( ex nunc ).

104.) Quais os efeitos da anulação dos atos administrativos ?


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Retroagem às suas origens ( ex tunc ), invalidando as conseqüências passadas, presentes


e futuras do ato anulado. A anulação opera ex tunc, isto é, a partir da constituição do ato
administrativo.

16) O que é poder hierárquico ?


Poder hierárquico é o poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de
subordinação entre os servidores do seu quadro pessoal.

17) Qual é o objetivo do poder hierárquico ?


O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades
administrativas, no âmbito interno da Administração Pública.

18) Qual é o significado de:


a) delegar : é conferir a outrem atribuições que originariamente competiam ao delegante.
b) avocar : é chamar a si funções originariamente atribuídas a um subordinado.
c) rever : é apreciar atos de inferiores hierárquicos em todos os seus aspectos
( competência, objeto, oportunidade, conveniência, justiça, finalidade e forma ).

19) O que é poder disciplinar ?


O poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.

20) Como se executa a punição administrativa ?


Conforme a gravidade do fato a ser punido, a autoridade escolherá, entre as penas legais, a
que interesse ao serviço e a que mais bem reprima a falha cometida. As penas disciplinares
no nosso Direito Administrativo federal são de seis espécies, enumerando-se nesta ordem
crescente de gravidade: 1) advertência, 2) suspensão, 3) demissão, 4) cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, 5) destituição de cargo em comissão, 6) destituição de
função comissionada.
A Administração pode e deve conceituar a falta cometida, escolher e graduar a pena
disciplinar, em face dos dados concretos apurados pelos meios regulares ou meios sumários
conforme a maior ou menor gravidade da falta, ou a natureza da pena a ser aplicada.

21) O que é poder regulamentar ?


O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo ( Presidente da
República, Governadores e Prefeitos ) de explicar a lei para sua correta execução, ou de
expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por
lei.

22) O que é poder de polícia ?


O poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade
ou do próprio Estado.

23) Qual a diferença entre polícia administrativa, polícia judiciária e polícia de manutenção da
ordem pública ?
A diferença entre a polícia administrativa e as demais policias está no seguinte fato: a polícia
administrativa incide sobre os bens, direitos e atividades, ao passo que as outras atuam
sobre as pessoas individualmente ou indiscriminadamente. A polícia administrativa é inerente
e se difunde por toda a Administração Pública, enquanto que as demais são privativas de
determinados órgãos ( Polícias Civis ) ou corporações ( Polícias Militares ).

25) Qual a razão e o fundamento do poder de polícia ?


A razão e o fundamento do poder de polícia é o interesse social e o seu fundamento está na
supremacia geral que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens e
atividades, supremacia que se revela nos mandamentos constitucionais e nas normas de
ordem pública, que a cada passo opõem condicionamentos e restrições aos direitos
individuais em favor da coletividade, incumbindo ao Poder Público o seu policiamento
administrativo.
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26) Qual o objeto e a finalidade do poder de polícia ?


O objeto do poder de polícia é todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a
coletividade ou pôr em risco a segurança nacional, exigindo, por isso mesmo,
regulamentação, controle e contenção pelo Poder Público.

27) Qual a abrangência e o limite do poder de polícia ?


A extensão do poder de polícia é hoje muito ampla, abrangendo desde a proteção à moral e
aos bons costumes, a preservação da saúde pública, o controle de publicações, a segurança
das construções e dos transportes até a segurança nacional em particular.

ATOS ADMINISTRATIVOS - CONCEITOS E REQUISITOS

34.) Conceitue " ato administrativo ".


Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar,
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

36.) O que diferencia ato administrativo de fato administrativo ?


A distinção entre o ato administrativo e fato administrativo está em que o ato é a
manifestação volitiva da Administração, enquanto o fato é sua materialização.

37.) Quais os requisitos do ato administrativo ?


Os requisitos do ato administrativo são: competência, finalidade, forma, motivo e
objeto.

51.) O que se entende por atributos do ato administrativo e quais são esses atributos ?
Os atributos administrativos são as características que os distinguem dos atos jurídicos
privados lhes conferindo características próprias e condições peculiares de atuação. Os
atributos são: presunção de legitimidade, a imperatividade e a auto-executoriedade.

52.) O que caracteriza a presunção de legitimidade do ato administrativo ?


Todo ato administrativo presume-se válido, qualquer que seja a sua categoria ou espécie,
independentemente de norma legal que a estabeleça. Essa presunção autoriza a imediata
execução ou operatividade dos atos administrativos, mesmo que argüidos de vícios ou
defeitos que os levem a invalidade., enquanto não sobrevier providenciamento de nulidade,
são válidos e operantes. Dessa presunção decorre a inversão do ônus da prova de
invalidade dos atos administrativos. Até a sua anulação o ato terá plena eficácia.

38.) Que se entende por competência administrativa ?


ELEMENTO VINCULADO
Entende-se por competência administrativa o poder atribuído ao agente da Administração
para o desempenho específico de suas funções. A competência resulta da lei e por ela é
delimitada. Todo ato emanado de agente incompetente, ou realizado além do limite de que
dispõe a autoridade incumbida de sua prática é inválido, por lhe faltar um elemento básico de
sua perfeição, qual seja, o poder jurídico para manifestar a vontade da Administração.

39.) A competência administrativa pode ser avocada ou delegada ?


A competência, sendo um requisito de ordem pública, é intransferível e improrrogável pela
vontade dos interessados. Pode, entretanto, ser delegada e avocada, desde que o permitam
as normas reguladoras da Administração.

40.) Que é finalidade do ato ?


ELEMENTO VINCULADO
A finalidade do ato é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente. A finalidade é
elemento vinculado de todo ato administrativo - discricionário ou regrado - porque o Direito
Positivo não admite ato administrativo sem finalidade pública ou desviado de sua finalidade
específica.

41.) A alteração de finalidade descaracteriza o ato ?


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A alteração de finalidade expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da


Administração caracteriza o desvio de poder, que rende ensejo à invalidação do ato, por lhe
faltar um elemento primacial em sua formação: o fim público desejado pelo legislador.

42.) Porque a forma legal torna o ato válido ou inválido ?


ELEMENTO VINCULADO
A forma é o modo pelo qual o ato aparece, revelando sua existência. A inexistência de forma
induz a inexistência do ato, não pode haver ato sem forma, pois o Direito não se
ocupa de pensamentos e intenções não traduzidos exteriormente.

43.) Qual a diferença entre a forma e procedimento do ato ?


A forma é o revestimento material do ato; o procedimento é o conjunto de operações para a
sua perfeição. O procedimento é dinâmico; a forma é estática.

44.) O motivo é um elemento vinculado do ato ? Explique


O motivo é elemento vinculado do ato pois é ele quem determina ou autoriza a realização do
ato administrativo. É elemento integrante da perfeição do ato. O motivo pode ser expresso
em lei ou deixado ao critério do administrador. No 1.o caso será um elemento vinculado o
agente é obrigado a justificar a existência do motivo. Quando o motivo não for exigido para
perfeição do ato fica o agente com a faculdade de realizá-lo.

45.) Existe diferença entre motivo e motivação do ato ? Explique


O motivo antecede o ato. É a sua causa. A motivação é a sua justificativa que o
administrador vai dar após a realização do ato.

46.) Que é objeto do ato ?


O objeto do ato é a criação, modificação ou a comprovação da atuação jurídica com
finalidade pública. Logo, o conteúdo ou objeto é aquele que o ato dispõe, isto é, o ato
decide, enuncia, artificia, opina ou modifica o ordenamento jurídico.

47.) Qual o conceito de mérito-administrativo ?


Mérito-administrativo é a avaliação dos motivos na escolha do objeto pela administração
incumbida de sua prática quando tem que decidir sobre a conveniência, oportunidade e
justiça do ato a realizar.

48.) Pode o Poder Judiciário decidir sobre o mérito-administrativo ?


Nos atos vinculados não há de se falar em mérito visto que, toda a atuação do Poder
Executivo se resume no atendimento de imposições legais. Já nos atos discricionários,
onde há os elementos vinculados ( competência, finalidade e forma ) e não
vinculados ( motivo e objeto ), em relação aos quais a Administração decide livremente, não
há possibilidade de correção judicial, pois existem padrões de legalidade para aferir essa
atuação, salvo quando o seu proceder caracterizar excesso de desvio de poder, o Poder
Judiciário atuará.

53.) A partir de que momento o ato administrativo se torna eficaz ?


O ato se torna eficaz a partir da conclusão do procedimento formativo. Neste caso a
Administração está diante de um ato eficaz, isto é, apto a produzir os seus efeitos finais ,
enquanto não for revogado. Além da eficácia, o ato adquire existência legal e vinculativa para
a Administração que o expediu por traduzir a sua vontade forma regular.

55.) O que caracteriza um ato administrativo perfeito ?


O ato administrativo perfeito é aquele que reúne eficácia e exeqüibilidade. Além das
condições legais de existência ( eficácia ) apresenta-se disponível para produzir seus efeitos
( exeqüibilidade ).Ex.: vacatio legis - A lei embora eficaz não é exeqüível, enquanto não
terminar o tempo de vacância.

96.) Quando se pode invalidar um ato administrativo ?


Quando por erro, culpa, dolo ou interesse escusos de seus agentes. a atividade do Poder
Público se dispersar da lei ou se distanciar da moral ou se desviar do bem comum.

97.) Quando a Administração pode desfazer seus próprios atos ?


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A Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações de mérito e de


ilegalidade, ao passo que o Poder Judiciário somente pode invalidá-las quando forem ilegais.

98.) Quando o Poder Judiciário pode desfazer os atos administrativos ?


O Poder Judiciário pode desfazer os atos administrativos quando forem ilegais.

99.) O que é revogação do ato ?


É a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizado pela Administração, por
não mais lhe convir a sua existência.

100.) O que é anulação do ato ?


É a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal feita pela
Administração ou pelo Poder Judiciário.

101.) Em que se funda a Administração para revogar seus atos ?


Funda-se no poder discricionário de que dispõe a Administração para rever a sua atividade
interna e encaminhá-la adequadamente à realização de seus fins específicos.

102.) Até que momento são válidos os efeitos produzidos pelo ato revogado ?
Consideram-se válidos os efeitos produzidos pelo ato revogado até o momento da
revogação.

103.) A revogação opera da data ex nunc ou ex tunc ?


Opera da data em diante ( ex nunc ).

104.) Quais os efeitos da anulação dos atos administrativos ?


Retroagem às suas origens, invalidando às conseqüências passadas, presentes e futuras do
ato anulado.

105.) Quanto ao terceiro de boa-fé como opera o ato anulado ?


Não estão sujeitos aos efeitos da anulação dos atos administrativos uma vez que estão
amparados pela presunção de legitimidade que acompanha toda atividade da Administração
Pública.

106.) Quais as diferenças fundamentais entre revogação e invalidação ?


A revogação é o desfazimento do ato por motivo de conveniência ou oportunidade
da Administração, ao passo que a anulação é a invalidação por motivo de ilegalidade do ato
administrativo.

VINCULAÇÃO: A lei não deixou opções, ela estabelece, que diante de certos requisitos, a
Administração deve agir de tal e qual forma sob pena de viciar irremediavelmente a ação
administrativa.

DISCRICIONARIEDADE: é quando o regramento não atinge todos os aspectos de atuação


administrativa, a lei deixa certa margem de liberdade de decisão diante do caso concreto.
Normalmente existe discricionariedade quando a lei: expressamente a confere à
Administração; quando é omissa; quando prevê determinada competência, mas não
estabelece a conduta a ser adotada.
É a liberdade de ação dentro dos limites legais.

LICITAÇÃO
Conceito: Licitação é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício
da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitam às condições fixadas
no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração do contrato.

Espécies
Concorrência - é a modalidade de licitação, em tese, obrigatória para as alienações
imobiliárias, as concessões de uso, serviços e obras públicas, para as licitações
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internacionais e para os contratos de grande vulto, aberta com publicidade, que admite
qualquer licitante cuja habilitação será apurada no início do procedimento.

Tomada de Preços - é a modalidade de licitação indicada para contratos de vulto médio,


que admite determinados candidatos habilitados antes do início do procedimento. Da tomada
de preço só podem participar as pessoas previamente inscritas no registro cadastral e as
que atenderem as condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data
do recebimento das propostas.

Convite - é a modalidade de licitação aberta sem publicidade, indicada para contrato de


pequeno vulto, que exige o convite a no mínimo três interessados escolhidos pela entidade
obrigada a licitar e por ela tidos como habilitados e permite a participação de interessados
cadastrados que manifestarem interesse até 24 horas da data designada para apresentação
das propostas.

Concurso - é a modalidade de licitação que observa regulamento próprio, aberta mediante


publicidade, destinada a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, que admite a
participação de qualquer candidato, mediante a instituição de prêmios ou de remuneração
aos vencedores.

Leilão - é a modalidade de licitação aberta com ampla publicidade, precipuamente indicada


para a venda de bens móveis inservíveis ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, independentemente de prévia habilitação, onde o vencedor é o que oferecer o
maior lance, desde que igual ou superior ao da avaliação.

Requisitos da Concorrência

Universalidade: qualquer interessado, independentemente de registro cadastral, pode se


habilitar para a concorrência. Entretanto são requeridos comprovantes de capacitação
jurídica.
Capacitação Técnica: profissionais habilitados para a prestação do serviço
Capacitação Financeira:
Regularidade Fiscal: nenhum débito com o Fisco.
Nada mais pode ser requerido.
Ampla Publicidade baseia-se no Princípio da Publicidade. A Administração tem o dever de
publicar os seus atos. No caso da Concorrência deve divulgar a abertura da Concorrência.
Não existe um limite para a divulgação. Todavia a divulgação mínima é garantida.
Habilitação preliminar: fase inicial do procedimento licitatório. Verificam se os participantes
estão habilitados ou não.
Julgamento por comissão: Verificam as capacidades jurídicas, técnicas e financeiras dos
participantes.

Art 23, parágrafo 3.o - A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto
no artigo 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais,
admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços,
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite,
quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

A Administração Direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura administrativa da


União e a Administração Indireta ( autarquias, fundações, empresas públicas e
empresas de economia mista ) é o conjunto dos entes ( personalizados ) que, vinculados a
um Ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público.

A Administração descentralizada é composta por: Administração Indireta e agentes


delegados.

Os agentes delegados são: concessionários, permissionários e autorizatários.


11

A Administração Indireta possui as seguintes características: criação por lei específica,


personalidade jurídica e patrimônio próprio. As pessoas da Administração Indireta não têm
autonomia política, embora possuam supervisão estatal.

Autarquias: são entes administrativos autônomos, criados por lei específica, com
personalidade jurídica de Direito Público interno, patrimônio próprio e atribuições específicas.
Ex.: INSS, Conselhos Regionais ( OAB, CREA ... ), etc...

Fundações Públicas: universalidade de bens personificados e afetados a um fim específico


( interesse público ). É pessoa jurídica de direito público criada por lei específica.

1)Que são entidades paraestatais ?


Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação é autorizada por
lei específica ( CF, art. 37,XIX e XX ), com patrimônio público ou misto, para realização de
atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do Estado.

2)Que tipo de atividades realizam ?


As entidades paraestatais prestam-se a executar atividades impróprias do Poder Público,
mas de utilidade pública, de interesse da coletividade, e, por isso, fomentadas pelo Estado,
que autoriza a criação de pessoas jurídicas privadas para realizá-las por outorga ou
delegação e com seu apoio oficial na formação do patrimônio e na manutenção da entidade,
que pode revestir variadas formas: empresa pública, sociedade de economia mista, etc.

3)Pode a entidade paraestatal sofrer intervenção do Estado ?


A entidade paraestatal pode sofrer intervenção quando ocorrer desvirtuamento de seus fins,
improbidade de sua administração ou impossibilidade financeira para o atingimento dos
objetivos da entidade paraestatal, na forma estatutária.

4)Têm as entidades paraestatais os mesmos privilégios que o Estado e as autarquias ?


Não sendo um desmembramento do Estado, como não é, o ente paraestatal não goza dos
privilégios estatais ( imunidade tributária, foro privativo, prazos judiciais dilatados, etc. ),
salvo quando concedidas expressamente em lei.

5)A quem compete instituir entidades paraestatais ?


A competência para instituir entidades paraestatais é ampla, cabendo tanto à União, como
aos Estados-membros e Municípios criar esses instrumentos de descentralização de
serviços de interesse coletivo.

6) Qual é o objeto das entidades paraestatais ?


O objeto das entidades paraestatais é, normalmente, a execução de uma atividade
econômica empresarial, mas pode ser também uma atividade não econômica de interesse
coletivo ou, mesmo, um serviço público ou de utilidade pública delegado pelo Estado.

7) Como se constitui seu patrimônio ?


O patrimônio dessas entidades pode ser constituído com recursos particulares ou
contribuição pública, ou por ambas as formas conjugadas.

8) Qual é o regime de seu pessoal ?


O regime de pessoal das entidades paraestatais é o regime dos empregados de empresas
privadas, sujeitas à CLT, às normas acidentárias e à Justiça Trabalhista ( art. 114 da CF );
não obstante, ficam sujeitos a concurso público, salvo para os cargos ou funções de
confiança ( art. 37,II da CF ).Seus salários serão sempre fixados e alterados pela diretoria da
entidade, na forma do contrato de trabalho e das normas salariais comuns.

9)Quais são as espécies de entidades paraestatais ?


Paraestatal é o gênero, do qual são espécies distintas as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e os serviços sociais autônomos, as duas primeiras compondo
( juntamente com as autarquias e fundações públicas ) a Administração indireta da União e
os últimos, fora dessa Administração, constituindo a categoria dos entes de cooperação.

10)Que são empresas públicas ?


12

Empresas Públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas por lei específica, com
capital exclusivamente público, para realizar atividades de interesse da Administração
instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir qualquer forma e
organização empresarial.

empresas públicas
As empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas por lei específica. A
principal característica da empresa pública é de possuir capital exclusivamente público. A
empresa pública está sujeita ao controle do Estado, na dupla linha administrativa e política,
já que seu patrimônio, sua direção e seus fins são estatais. O patrimônio da empresa
pública, embora público por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na forma
regulamentar ou estatutária, independentemente de autorização legislativa especial, porque
tal autorização está implícita na lei instituidora da entidade. Pode ser criada em qualquer
forma ( comandita simples, comandita por ações, em nome coletivo, capital e indústria,
sociedade por quotas de responsabilidade limitada e sociedade anônima ). Ex.: Caixa
Econômica Federal, Casa da Moeda, Embratel, etc...

regime de trabalho
São empregados regidos pela legislação trabalhista, previdenciária e acidentária comum,
competindo à Justiça do Trabalho definir os litígios resultantes de suas atividades funcionais
( art. 114 da CF ).

sociedades de economia mista


As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com participação
do Poder Público e de particulares no seu capital e na sua administração, para a realização
de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado.
São pessoas jurídicas de Direito Privado. As sociedades de economia mista devem realizar,
em seu nome, por sua conta e risco, atividades de utilidade pública, mas de natureza
técnica, industrial ou econômica, suscetíveis de produzir renda e lucro, que o Estado tem
interesse na sua execução mas reputa inconveniente ou inoportuno ele próprio realizar e, por
isso, outorga ou delega a uma organização empresarial privada, com sua participação no
capital e na direção da empresa, tornando-a mista e fomentando-a na sua criação e
desenvolvimento. A sua principal característica é a presença tanto do Estado como do
particular nos rumos da empresa. O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser
um serviço público ou de utilidade pública como uma atividade econômica empresarial. A
forma usual da sociedade de economia mista tem sido a anônima, obrigatória para a União
mas não para as demais estatais. O patrimônio da sociedade de economia mista é formado
com bens públicos e subscrições particulares. Ex.: Banco do Brasil, Petrobrás, etc...
A sociedade de economia mista não está sujeita à falência, mas seus bens são
penhoráveis e executáveis e a entidade pública que a instituiu responde, subsidiariamente,
pelas suas obrigações ( Lei 6404/76, art. 242 ).
regime de trabalho
O regime de pessoal nas sociedades de economia mista rege-se sempre pelas normas do
Direito do Trabalho, por expressa determinação constitucional ( art. 173, § 1.° ), nestas
compreendidas as disposições da CLT e das leis previdenciárias e acidentárias comuns.

29)Que são serviços delegados ?


Os serviços delegados são aqueles serviços que a Administração transfere a titularidade ou
simplesmente a execução do serviço. Essa transferência de titularidade é outorgada por lei.
A delegação pode ser feita sob as modalidades de: a) concessão; b) permissão; c)
autorização, resultando daí os serviços concedidos, permitidos e autorizados. Também
chamado de trespasse de execução de serviços públicos.

30)Que são serviços concedidos ?


Serviços concedidos são todos aqueles que o particular executa em seu nome, por sua
conta e risco, remunerados por tarifa, na forma regulamentar, mediante delegação contratual
ou legal do Poder Público concedente.

31)Como se realiza a concessão ?


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Concessão é a delegação contratual ou legal da execução do serviço, na forma autorizada e


regulamentada pelo Executivo. O contrato de concessão é ajuste de Direito Administrativo,
bilateral, oneroso, comutativo, intuitu personae. MEDIANTE LICITAÇÃO

32)Que são serviços permitidos ?


Serviços permitidos são todos aqueles em que a Administração estabelece os requisitos para
sua prestação ao público e, por ato unilateral ( termo de permissão ), comete a execução aos
particulares que demonstrarem capacidade para seu desempenho. A permissão é ato
unilateral, precário e intuitu personae. MEDIANTE LICITAÇÃO

33)Que são serviços autorizados ?


Serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e
discricionário, consente na sua execução por particular para atender a interesses coletivos
instáveis ou emergência transitória. A autorização é ato unilateral da Administração Pública,
com caráter precário e não exige especialização do particular.

34)Que são convênios ?


Convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas de qualquer espécie,
ou entre estas organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum
dos partícipes.

35)que são consórcios ?


Consórcios administrativos são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas,
fundacionais ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para realização de objetos de
interesse comum dos partícipes.

SERVIDORES PÚBLICOS

1) Defina e explique o que é Regime Jurídico Único ?


Regime Jurídico Único é o estabelecido pela entidade estatal - União, Estados, Distrito
Federal e Municípios - no âmbito de sua competência, para todos os servidores de sua
Administração direta, autárquica e fundacional, excluídas desse regime as empresas
públicas e sociedades de economia mista, que poderão ter regimes diversificados,
sujeitando-se, contudo, às disposições constitucionais referentes à investidura em cargo ou
emprego por concurso público, bem como á proibição de acumulação de cargo, emprego ou
função ( art. 37, I, II, XVI, e XVII ).Esse regime único pressupõe preceitos sobre ingresso no
serviço ( por concurso público ), forma e limites de remuneração, deveres e direitos dos
servidores, planos de carreira, investiduras em cargos em comissão e funções de confiança
e, ainda, casos de contratação por tempo determinado. Essas disposições legais constituirão
o estatuto dos servidores públicos civis de cada uma das entidades estatais aplicáveis às
suas autarquias e fundações.

2) Existindo o Regime Jurídico Único isto significa que não existe outro tipo de Regime
Jurídico Único na Administração Pública ?
A Administração define qual o tipo de regime a ser utilizado pelos seus servidores.
Entretanto esse regime deverá ser único para todos os funcionários.

3) O que é cargo público ?


Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação
própria, atribuições e responsabilidade específicas e estipêndio correspondente, para ser
provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.

4) A quem compete a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções do


Poder Executivo ?
A criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos do Poder Executivo
exige lei de iniciativa do Presidente da República, dos Governadores dos Estados e do
Distrito Federal e dos Prefeitos Municipais, conforme seja federal, estadual ou municipal a
Administração interessada, abrangendo a Administração direta, autárquica e fundacional
( CF, art. 61, § 1.°, II, " d " ).

5) Pode o Poder Legislativo realizar o provimento de cargos ? Porque ?


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No âmbito do Poder Legislativo, o provimento e demais atos pertinentes aos cargos e seus
servidores devem ser da competência do Presidente da corporação legislativa.

6) Tem o servidor público direitos por ser o titular do cargo ?


Os direitos do titular do cargo restringem-se ao seu exercício, às prerrogativas da função e
aos vencimentos e vantagens decorrentes da investidura, sem que o servidor tenha
propriedade do lugar que ocupa, visto que o cargo é inapropiável pelo servidor.

7) Quais são as normas jurídicas constitucionais mais pertinentes ao servidor público e sobre
o que dispõe ?
As normas constitucionais pertinentes aos servidores públicos são, principalmente, as dos
arts 37 e 41.O artigo 37, I, tem um caráter nitidamente organizatório. Os demais artigos
exercem uma dupla função - de proteção ao serviço e de proteção ao servidor - pois visam a
estabelecer o equilíbrio entre o Poder Público e seu pessoal, para que este não se arme de
vantagens prejudiciais ao serviço público nem o Estado amesquinhe os que o servem.

8) Pode o estrangeiro ser servidor público ? Porque ?


O estrangeiro somente pode ser servidor público através da admissão ou contratação na
forma do art. 37, IX da CF. De outra forma o estrangeiro não pode ser admitido como
servidor público.

9) O que é concurso público e como podem ser realizados ?


O concurso é o meio técnico posto à disposição da Administração Pública para obter-se
moralidade, eficiência e aperfeiçoamento do serviço público e, ao mesmo tempo, propiciar
igual oportunidade a todos os interessados que atendam aos requisitos da lei, consoante
determina o art. 37, II da CF.

10) A pessoa aprovada em concurso público têm direito absoluto a nomeação ?


A pessoa aprovada adquire direito subjetivo à nomeação com preferência sobre qualquer
outro, desde que a Administração se disponha a prover o cargo, mas a conveniência e
oportunidade do provimento ficam à inteira discrição do Poder Público.

11) Se a posse não ocorrer dentro do prazo legal o que pode acontecer ao concursado ?
Se a posse não se faz na data prevista, a nomeação e, consequentemente, a posse tornam-
se ineficazes, o que, juntamente com a vacância do cargo, deve ser declarado pela
autoridade competente.

12) Qual é a diferença entre demissão e exoneração ?


Demissão é a punição por falta grave; exoneração é a desinvestidura de ofício ou a pedido
do interessado.

13)O que se entende por proibição de cargos, empregos e funções ?


A proibição de acumulação de cargos, empregos e funções, tanto na Administração direta
como na indireta ( CF, art. 37, XVI e XVII ), visa a impedir que um mesmo cidadão possa
ocupar vários lugares ou a exercer várias funções, sem que possa desempenhar
proficuamente, embora percebendo integralmente os respectivos vencimentos.

14) Quais os casos possíveis de acumulação ?


São possíveis o cargo de Magistratura e Magistério, dois cargos de Magistério, de um destes
com outro, técnico ou científico, e a de dois cargos privativos de médico, contanto que haja
compatibilidade de horários.

15) Existe diferença entre efetividade e estabilidade ?


Não se há de confundir efetividade com estabilidade, porque aquela é uma característica da
nomeação e esta é um atributo pessoal do ocupante do cargo, adquirido após a satisfação
de certas condições de seu exercício. A efetividade é um pressuposto necessário da
estabilidade. Sem efetividade não pode ser adquirida a estabilidade.

16) O servidor em estágio probatório pode ser exonerado ou demitido ?


Comprovado durante o estágio probatório que o funcionário não satisfaz as exigências
legais da Administração, pode ser exonerado justificadamente pelos dados colhidos no
15

serviço, na forma estatutária, independentemente de inquérito administrativo, isto é, de


processo administrativo disciplinar.

17) O que é estágio probatório ?


É o período de exercício do funcionário durante o qual é observado e apurada pela
Administração a conveniência ou não de sua permanência no serviço público, mediante a
verificação dos requisitos estabelecidos em lei para a aquisição da estabilidade.

18) O servidor estável pode ser exonerado ou demitido ?


O servidor estável, ou seja estabilizado, por ter satisfeito as três condições constitucionais,
para a aquisição dessa situação funcional ( concurso público, nomeação efetiva e estágio
probatório ) não pode mais ser exonerado por conveniência da Administração nem admitido
sem se apurar a infração em processo administrativo ou judicial, que sirva de base à
aplicação da pena demissiva.

19) Pode o servidor ser demitido sumariamente " do serviço " ? Porque ?
Não pode ser demitido sumariamente. A demissão sumária não cabe em caso algum, para
nenhum servidor, quer estável, quer em estágio probatório, porque nenhum servidor pode
ser punido com a pena máxima de dispensa do serviço sem comprovação da falta que deu
causa à punição.

20) Quais são as espécies de aposentadoria ?


A C.F. estabeleceu três espécies de aposentadoria: por invalidez permanente, compulsória e
voluntária.

21) Qual a diferença entre reversão e cassação ?


Reversão é o retorno do inativo ao serviço, em face da cessação dos motivos que
autorizaram a aposentadoria por invalidez.
Cassação da aposentadoria é penalidade assemelhada à demissão por acarretar a exclusão
do infrator do quadro dos inativos e, consequentemente, a cassação do pagamento de seus
proventos.

22) O que é reintegração ?


A reintegração é a recondução do servidor ao mesmo cargo de que fora demitido, com o
pagamento integral dos vencimentos e vantagens do tempo em que esteve afastado, uma
vez reconhecida a ilegalidade da demissão em decisão judicial.

23) O que é readmissão ?


A readmissão é o retorno do funcionário ao serviço público quando anulada
administrativamente sua desinvestidura.

24) O que é reversão ?


A reversão é a volta ao cargo ou ao posto quando se tornam necessários os serviços do
aposentado ou do reformado, mediante solicitação do interessado, mas sempre a critério da
Administração.

25) Os vitalícios e os estáveis podem ser exonerados " ex officio " ? Porque ?
Os vitalícios e os estáveis não podem ser exonerados "ex officio" e somente perdem os
respectivos cargos quando se exoneram a pedido ou forem punidos com a pena de
demissão, ficando em disponibilidade remunerada na hipótese de extinção, como vimos
acima, ao tratar da estabilidade.

26) Como se dá a responsabilidade civil de servidores por danos causados a terceiros ?


A responsabilização civil de servidor por danos causados a terceiros no exercício de suas
atividades depende da comprovação de sua culpa em ação regressiva proposta pela pessoa
jurídica de Direito Público depois de condenada à reparação.

27) Quais os deveres dos servidores ?


Dever da lealdade também denominado dever de fidelidade, exige de todo servidor a maior
dedicação ao serviço e o integral respeito às leis e às instituições constitucionais,
identificando-o com os superiores interesses do Estado.
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Dever de obediência - impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores e


sua fiel execução.

28) Quais as principais impedimentos para o desempenho da função pública ?


É permitido ao Poder Público impedir contratos de seus servidores com a Administração,
estabelecer incompatibilidades entre o exercício do cargo ou da função e certas atividades
públicas ou particulares, impor exigências de residência no local do trabalho e quaisquer
outros requisitos de eficiência e moralidade do serviço público, desde que não afronte os
direitos fundamentais do servidor, resguardados pela Constituição da República.
29) Qual o princípio que rege o vencimento do servidor público ?
Vantagens pecuniárias são acréscimos de estipêndio do servidor, concedidas a título
definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de serviço, ou pelo desempenho de
funções especiais, ou em razão das condições em que se realiza o serviço ou, finalmente,
em razão de condições pessoais do servidor.
30) Quais as vantagens pecuniárias dos servidores públicos ?
Todo aquele que for investido num cargo e o exercer como titular ou substituto tem direito ao
vencimento respectivo.

Entidades paraestatais: Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de Direito


Privado cuja criação é autorizada por lei específica ( CF, art. 37,XIX e XX ), com patrimônio
público ou misto, para realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob
normas e controle do Estado. As entidades paraestatais prestam-se a executar atividades
impróprias do Poder Público, mas de utilidade pública, de interesse da coletividade, e, por
isso, fomentadas pelo Estado, que autoriza a criação de pessoas jurídicas privadas para
realizá-las por outorga ou delegação e com seu apoio oficial na formação do patrimônio e na
manutenção da entidade, que pode revestir variadas formas: empresa pública, sociedade de
economia mista, etc. São organismos quase-públicos, mas sujeitos, na carência de expresso
texto legal, às normas do direito privado. Não se confundem com o Estado, já que não
executam serviços públicos, e, sim, serviços de interesse geral.

Empresas públicas: Empresas Públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas
por lei específica, com capital exclusivamente público, para realizar atividades de interesse
da Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir qualquer
forma e organização empresarial. A principal característica da empresa pública é de
possuir capital exclusivamente público.

sociedades de economia mista: As sociedades de economia mista são pessoas


jurídicas de Direito Privado, com participação do Poder Público e de particulares no seu
capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de
interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. As sociedades de economia mista
devem realizar, em seu nome, por sua conta e risco, atividades de utilidade pública, mas de
natureza técnica, industrial ou econômica, suscetíveis de produzir renda e lucro, que o
Estado tem interesse na sua execução mas reputa inconveniente ou inoportuno ele próprio
realizar e, por isso, outorga ou delega a uma organização empresarial privada, com sua
participação no capital e na direção da empresa, tornando-a mista e fomentando-a na sua
criação e desenvolvimento. A sua principal característica é a presença tanto do Estado como
do particular nos rumos da empresa.

Autarquias: são entes administrativos autônomos criados por lei específica, com
personalidade jurídica de Direito Público interno, patrimônio próprio e atribuições estatais
específicas. As autarquias prestam-se à realização de quaisquer serviços públicos típicos,
próprios do Estado, mas são indicadas especificamente para aqueles que requeiram maior
especialização ou imposição estatal e que, consequentemente, exijam organização
adequada, autonomia de gestão e pessoal especializado, liberto da burocracia comum das
repartições centralizadas. Segundo a doutrina as suas principais características são: criação
por lei específica, personalidade de Direito Público, patrimônio próprio, capacidade de auto-
administração sob controle estatal e desempenho de atribuições públicas típicas.

Fundação Pública: segundo a C.F., são entidades de Direito Público, integrantes da


Administração indireta, ao lado das autarquias e das entidades paraestatais. Também são
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consideradas pessoas jurídicas de Direito Privado segundo o Decreto-lei n. 200, art. 5.,
acrescentado pela Lei 7596/87.
As fundações públicas prestam-se, principalmente, à realização de atividades não lucrativas
e atípicas do Poder Público, mas de interesse coletivo, como a educação, cultura, pesquisa,
sempre merecedoras do amparo legal. Como característica temos que a sua criação é por lei
específica ( C.F., art. 37, XIX ) da entidade-matriz e estruturadas por decreto,
independentemente de qualquer registro.

CONTRATO ADMINISTRATIVO

I. Conceito: Contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nesta


qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa para a consecução de
objetivos de interesse público nas condições estabelecidas pela própria Administração.
O contrato administrativo é consensual porque consubstancia um acordo de vontades; é
formal porque se expressa por escrito e com requisitos especiais; é oneroso porque atribui
encargos a ambas as partes; é comutativo ( sinalagmático ) porque estabelece
compensações recíprocas e equivalentes para ambas as partes; é intuiti personae porque
dever ser executado pelo próprio contratado.
A moderna doutrina define-o como os contratos que:
a) recebem da lei essa denominação;
b) tem por objeto o uso de bem público e a prestação de serviços públicos;
c) contêm cláusulas exorbitantes.

II. Peculiaridades e interpretação


Cláusulas exorbitantes são, pois, as que excedem do Direito Comum para consignar uma
vantagem à Administração. As principais são as que se exteriorizam na possibilidade de
alteração e rescisão unilateral do contrato; na inoponibilidade da exceção do contrato não
cumprido ( exceptio non adimpleti contractus ); no controle do contrato e na aplicação de
penalidades contratuais.
Temos ainda as seguintes cláusulas exorbitantes:
a) alteração unilateral do objeto do contrato, isto é, modificar a execução do contrato a cargo
do contratante;
b) imposição unilateral de sanções contratuais previamente estipuladas;
c) rescisão unilateral do contrato;
d) inoponibilidade pelo particular da exceptio non adimpleti contractus ( exceção do contrato
não cumprido );
e) acompanhamento da execução do contrato.

A Administração ao usar seu direito de alterar unilateralmente as cláusulas regulamentares


do contrato não pode violar o direito do particular de ver mantida constante a equação
financeira ( lucro ) originariamente estabelecida.
O particular não pode se socorrer da exceção de contrato não cumprido no caso da
Administração pelo seu inadimplemento de obrigação contratual.
Pelo princípio da continuidade do serviço público, o particular como parte de um contrato
administrativo não pode paralisar sumariamente a execução do serviço público. Admite-se,
porém, que o princípio da continuidade do serviço público seja desacatado na hipótese de
ocorrência da teoria da imprevisibilidade.

Teoria da Imprevisibilidade ( rebus sic stantibus )


1. Caso Fortuito: é o evento da natureza que por sua imprevisibilidade e inevitabilidade, cria
para o contrato impossibilidade intransponível de regular execução do contrato.
2. Força Maior: é o evento humano que por sua imprevisibilidade e inevitabilidade, cria para
o contrato impossibilidade intransponível de regular execução do contrato.
3. Fato do Príncipe: é toda determinação estatal, positiva ou negativa, geral, imprevista e
inevitável, que onere substancialmente a execução do contrato. Ex.: retenção do Plano
Collor.
4. Fato da Administração: é toda a ação ou omissão que, incindindo direta e
especificamente sobre o contrato, retarda ou impede a sua execução. Ex.: A Administração
não desapropria imóvel no traçado de rodovia pelo particular.

Cláusulas essenciais:
18

I. Objeto
II. Prazo de Execução
III. Área

Interpretação
Para efeito de interpretação devem ser separados os contratos de atribuição dos de
colaboração. Os primeiros são os que investem o particular num dado direito ou privilégio
( contrato de concessão de uso de bem público ), e os segundos são os ajustes em que o
particular se compromete a executar alguma coisa para a Administração ( contratos de
serviço e obras ). Nos contratos de colaboração a interpretação dever favorecer a
Administração, e nos de atribuição, a exegese deve favorecer o particular.

III. Formalização
A formalização pode ser deferida como a materialazação do contrato. Esta também é
chamada de forma. Não admite contrato verbal, salvo de pequeno valor para pequenas
compras de pronto pagamento.

Instrumento
É o veículo do contrato e são eles:
a) Termo de Contrato: é o assento em livro próprio da repartição salvo exigência legal,
como ocorre com o contrato relativo de direito reais sobre imóveis, que formalizam-se por
instrumento público. Qualquer alteração contratual é feita por termo de aditamento. O termo
de contrato só é obrigatório quando o contrato resultar de concorrência ou tomada de preço,
mesmo no caso de dispensa ou inexigibilidade quando atinjam o limite para este.
b) Carta-contrato: carta ou ofício em que uma parte propõe o negócio e a outra o aceita,
apondo-lhe o seu “ de acordo “.
c) Nota de empenho de despesa: registro de operações envolvendo despesas
orçamentárias.
d) Autorização de compra: documento em que se autoriza o setor competente a realizar
certa compra.
e) Ordem de execução: documento em que se ordena ao contratado execução de um dado
serviço.

Cláusulas essenciais ou necessárias


São as seguintes:
a) definam o objeto e seus elementos característicos;
b) estabeleçam o regime de execução da obra ou do serviço ou a modalidade do
fornecimento;
c) fixem o preço, as condições de pagamento e, quando for o caso, os critérios de
reajustamento;
d) marquem os prazos de início, execução, conclusão e entrega do objeto do contrato;
e) indiquem o valor e os recursos para atender às despesas contratuais;
f) discriminem os direitos e obrigações das partes;
g) estabeleçam os casos de rescisão do contrato;
h) prescrevam as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão
quando for o caso.

IV. Execução
Executar o contrato é cumpri-lo no seu objeto, nos seus prazos e nas suas condições.

V. Inexecução
É o descumprimento, total ou parcial, do contrato, com ou sem culpa do adimplente.

VI. Revisão
Ocorre a revisão do contrato para restabelecer a relação que as partes pactuaram
inicialmente, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis ou previsíveis mas de
conseqüências incalculáveis.

VII. Rescisão
A rescisão administrativa é a que resulta de ato unilateral da Administração Pública
contratante em razão de:
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a) interesse público;
b) inadimplemento ou descumprimento de obrigações a cargo do particular contratante;
c) ilegalidade
A rescisão amigável é a que resulta do entendimento dos contratantes para por fim ao
contrato. É o distrato.
A rescisão judicial é a que resulta de decisão judicial proposta pelo contratante que entende
ter direito à extinção do contrato.

Convênios
Convênios administrativos são os acordos firmados por entidades públicas de qualquer
espécie, ou entre estas e as organizações particulares para realização de objetivos de
interesse comum dos partícipes.
No contrato as partes têm interesses diversos e opostos, no convênio os partícipes têm
interesses comuns e coincidentes.

Consórcios
São acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou
governamentais, sempre da mesma espécie, para realização de interesses comuns dos
partícipes ( município com município, Estado com Estado ).

DESAPROPRIAÇÃO

Conceito: Desapropriação ou expropriação é a transferência compulsória da propriedade


particular ( ou pública de entidade de grau inferior ) para o Poder Público ou seus delegados,
por utilidade ou necessidade pública ou, ainda, por interesse social, mediante prévia e justa
indenização em dinheiro.

JUSTA E PRÉVIA INDENIZAÇÃO EM $


• NECESSIDADE PÚBLICA - INTERESSE VITAL PARA A COLETIVIDADE
• UTILIDADE PÚBLICA - AUMENTAR A COMODIDADE. A PROPRIEDADE
ESCOLHIDA É A MAIS ADEQUADA.
• INTERESSE SOCIAL - EDIFICAÇÃO DE NÚCLEOS INDUSTRIAIS,
COMERCIAIS E HABITACIONAIS E REFORMA AGRÁRIA

JUSTA E POSTERIOR INDENIZAÇÃO EM $


• SANÇÃO URBANA - PGTO COM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA
RESGATÁVEIS EM 10 ANOS - EMISSÃO SENADO FEDERAL
• SANÇÃO RURAL - PGTO COM TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA
RESGATÁVEIS EM 20 ANOS A PARTIR DO 2O. ANO DE SUA EMISSÃO -
SENADO FEDERAL

QUANDO A ADMINISTRAÇÃO NÃO UTILIZAR O IMÓVEL PARA O FIM


ESPECIFICADO NO DECRETO DE DESAPROPRIAÇÃO, AO PARTICULAR
CABE A AÇÃO DE RETROCESSÃO. RESOLVENDO EM PERDAS E DANOS.

A desapropriação é forma originária de aquisição de propriedade, porque não provém de


nenhum título anterior, e, por isso, o bem expropriado torna-se insuscetível de reinvidicação
e libera-se de quaisquer ônus que sobre ele incidissem precedentemente, ficando os
eventuais credores sub-rogados no preço.

É um procedimento administrativo, porque se efetiva através de uma sucessão ordenada de


atos intermediários ( declaração de utilidade, avaliação, indenização ), visando à obtenção de
um ato final, que é a adjudicação do bem ao Poder Público ou ao seu delegado beneficiário
da expropriação.

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