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Faculdades Integradas Regionais de Avaré

Karolina Dantas da Silva

Fichamento

Avaré-SP

2015
O assunto de contribuições das raças humanas para a civilização mundial. Não
se trata de trabalhar as contribuições dos grandes grupos étnicos para a
civilização mundial.

Isso seria um racismo ao contrário. Ao caracterizar raças biológicas mediante


propriedades psicológicas, afastamo-nos da verdade cientifica, mesmo que
sejam caracterizadas de maneira negativa ou positiva. Gobineau via a
miscigenação entre raças como um problema. O pecado original da
antropologia fora a confusão entre a noção puramente biológica de raça e as
produções psicológicas e sociológicas das culturas humanas, legitimando,
involuntariamente, todas as tentativas de discriminação e exploração.

A originalidade dos diferentes continentes não se deve à sua habitação por


troncos raciais distintos, mas antes pelas circunstancias geográficas históricas
e sociológicas (e não as fisiológicas). O desenvolvimento diferenciado das
sociedades, esta diversidade intelectual, estética e sociológica, não se liga às
relações de causa e efeito presentes na biologia (é paralela em outro terreno).
Cultura e raça, distinções: a) Existem muito mais culturas do que raças (pode
haver dentro de uma raça culturas muito diferentes entre si, às vezes mais
próximas até de culturas de outras raças); b) A cultura possui diversas
subdivisões.

Em que consiste a diversidade? (risco de ver os preconceitos racistas


transferidos da biologia para um novo campo). Como explicar os imensos
progressos dos brancos se não existem aptidões raciais inatas? Resolver o
problema negativo das desigualdades raciais e o das desigualdades (ou
diversidades) culturais, relacionado no espírito público.

Capítulo 2. Diversidade das Culturas


1. Culturas humanas não diferem entre si do mesmo modo nem no mesmo
plano. As sociedades estão justapostas no espaço, próximas ou longe, são
contemporâneas. As atuais sociedades sem escrita (que chamamos de
primitivas, selvagens) foram precedidas por outras formas: a diversidade da
cultura é de fato no presente, de direito no passado, muito maior e mais rica do
que estamos destinados a dela conhecer.

 Que devemos entender por culturas diferentes? Sociedades que tiveram um


contato íntimo parecem ser de uma mesma civilização, mas na verdade tem
origens bem distintas. Operam simultaneamente, nas sociedades humanas,
forcas que atuam em direções opostas, umas tendendo para a manutenção e
mesmo para a acentuação dos particularismos, outras agindo no sentido da
convergência e da afinidade.

A diversidade encontra-se não só na relação entre as sociedades, mas na


diversidade interna dos grupos que a constituem.

Diversidade das culturas humanas: não deve ser concebida de maneira


estática. Indubitável a elaboração de culturas diferentes por afastamento
geográfico, propriedades particulares do meio, e ignorância dos que se
encontravam no resto do mundo. Isso só seria rigorosamente verdadeiro se
cada cultura tivesse desenvolvido em isolado de outras. Isso nunca ocorreu.
Mesmo na América, houve isolamento de milhares de anos com o resto do
mundo, mas um contato interno intenso. Há também as diferenças devidas a
proximidade, não só ao isolamento, ex: desejo de distinção. A diversidade não
é menos função do isolamento dos grupos, que das relações que os unem.

Capítulo 3. O Etnocentrismo
1. Diversidade cultural raramente surgiu como um fenômeno natural, sempre se
viu, nela, um escândalo.

2. Atitude mais antiga, que possui fundamentos psicológicos sólidos: repudiar


as formas culturais, morais, religiosas, sociais e estéticas mais afastadas
daquelas com que nos identificamos. Ex: Bárbaro (para os greco-romanos) e
Selvagem (na civilização ocidental). Recusa a admitir a diversidade cultural,
prefere repetir a cultura que esteja conforme à norma sob a qual se vive.

3. Paradoxo na recusa: rejeitar o selvagem para fora da comunidade é a atitude


mais marcante e distintiva desses mesmos selvagens. A noção de
humanidade, englobando toda a espécie humana, teve aparecimento tardio e
limitado. Tal noção esteve totalmente ausente durante dezenas de milênios,
tanto que diversas populações se autodenominam os “homens”, renegando as
outras tribos ou grupos os “maus”, os “perversos”, ou até mesmo privando-os
da realidade: os “fantasmas”.

4. Paradoxo do relativismo cultural: Ao discriminar culturas e costumes que nos


identificamos àqueles que tentamos negar, copiar-lhes as suas atitudes típicas.
O bárbaro é em primeiro lugar o homem que crê na barbárie.

5. Mas a simples proclamação de igualdade, sem distinção de raças ou de


culturas, soa como algo de enganador para o espírito, por negligencia uma
diversidade de fato, que se impõe à observação.

6. Grandes declarações de direito do homem tem essa forca e fraqueza de


enunciar um ideal muitas vezes esquecido: o homem realiza sua natureza nas
culturas tradicionais, não numa humanidade abstrata. Mesmo com as mais
diversas revoluções as culturas mantêm aspectos intactos. O homem tende a
não perceber a diversidade das culturas procurando suprimir o escandaloso e
chocante.

7. Falso evolucionismo: suprimir a diversidade das culturas em diferentes


estágios de um desenvolvimento único. A humanidade torna-se una e idêntica,
variando em estágios.

8. Proximidade com o darwinismo, mas é muito diferente o evolucionismo


biológico do pseudo-evolucionismo supramencionado.
9. Noção de evolução biológica: hipótese dotada de grande probabilidade nas
ciências naturais, já na evolução social ou cultural, um processo sedutor,
perigosamente cômodo de apresentação dos fatos.
10. Anterior ao evolucionismo biológico, o evolucionismo social não é mais que
uma maquiagem falsamente cientifica de um velho problema filosófico, no qual
o processo de indução não possui qualquer certeza de um dia fornecer a
chave.
Capítulo 4. Culturas Arcaicas e Culturas Primitivas
1. Qualquer sociedade pode sobre seu ponto de vista repartir as culturas em 3
categorias: a) as que são suas contemporâneas, mas estão em outro lugar do
globo; b) as que se manifestaram aproximadamente no mesmo lugar, mas a
perderam no tempo; c) existiram num tempo anterior ao seu, e em lugar
diferente.
2. Desigualmente cognoscíveis. Culturas sem escrita, arquitetura e técnicas
rudimentares (metade do planeta) tudo o que tentamos apresentar a seu
respeito se reduz a hipóteses gratuitas.
3. Pelo contrario, tentador estabelecer entre as diversas culturas de “a”
relações que correspondem a uma ordem de sucessão no tempo. O falso
evolucionismo se deu livre curso – extraordinariamente pernicioso. O processo:
tomar a parte pelo todo, em concluir o fato de duas civilizações (a atual e a
desaparecida), oferecerem em alguns aspectos uma analogia em todos
aspectos – geralmente desmentida pelos fatos.
4. Há semelhanças entre sociedades paleolíticas e indígenas contemporâneas.
Como poderiam então ensinar-nos alguma coisa sobre a linguagem, as
instituições sociais ou as crenças religiosas.
5. Ex: pinturas pré-históricas tidas como ritos de caça sem grandes análises.
6. Ex: A América pré-colombiana na véspera de sua descoberta evoca o
período neolítico europeu. América: utensilagem licita perpetua-se em
economia agrícola (Europa: o fazia no inicio da metalurgia).
7. Tentativas de reduzir as culturas humanas em réplicas desigualmente
atrasadas da civilização ocidental chocam-se com outra dificuldade. Para
admitir uma sociedade como “etapa” do desenvolvimento de outras, seria
preciso que com as últimas acontecesse muitas coisas, enquanto nas outras
nada, ou quase nada. Não há povos crianças, todos são adultos, mesmo os
que não tiveram diários de infância.
8. Dois tipos de sociedades utilizando diferentemente o tempo: umas metiam o
acelerador enquanto outras divagavam, duas espécies de história: Uma
progressista, mas sem o dom, como a outra, sintético de acrescentar em cada
inovação as anteriores.
Capítulo 5. A idéia do progresso
1. Considerando o segundo grupo, que precederam historicamente a cultura,
estamos diante de uma complicada situação. Difícil contestação da
hierarquização entre sociedades passadas, pelos fatos. Se há realmente um
progresso nas formas sucessivas, dando tom de uma evolução, como isso não
influenciaria a forma como tratamos as diferentes sociedades hoje?
2. Em primeiro lugar, não é tão fácil como se pensa ordenar os sociedades
passadas em uma série regular e contínua.
3. Os períodos podem ter coexistido, não sendo etapas de um processo em
sentido único, mas aspectos de uma realidade não estática, submetida a
variações e transformações muito complexas.
4. Tudo o que é verdade para cultura é para as raças: o homem de neanderthal
foi contemporâneo ao Homo Sapiens, ou este até mesmo precedeu aquele.
5. Não se trata de negar o progresso da humanidade, mas analisá-lo de
maneira prudente. Recentes descobertas espalharam no espaço civilizações
que eram escalonadas no tempo. Significa duas coisas: a) Progresso nem é
necessário nem continuo, mas gerado por saltos, que nem sempre são ir mais
longe na mesma direção, mas como cavalos de xadrez, varias progressões,
nunca no mesmo sentido; b) a humanidade em progresso nunca se assemelha
a uma pessoa que sobe uma escada, mas um jogo de dados, em que
arriscamos ganhar ou perder, só raramente a historia é cumulativa (somas se
adicionam para formar uma combinação favorável).
6. Esta história cumulativa não é privilégio de uma civilização ou período, ex:
América e formações culturais grandes e diversas.
Capítulo 6. História Estacionária e História Cumulativa
1. Distinção entre as duas formas de historia depende da natureza intrínseca
das culturas que esta se aplica, ou resulta de uma perspectiva etnocêntrica
quando avaliamos uma cultura alheia? Consideramos assim como cumulativa
uma cultura que se desenvolva num sentido análogo ao nosso, já outras
parecem estacionárias, pois não é mensurável no sistema de referencia que
utilizamos.
2. Também fazemos isso no seio de nossa própria sociedade. Ex: velhos e
políticos – a historicidade, ou factualidade de uma cultura é função não de suas
propriedades intrínsecas, mas da situação em que nos encontramos em
relação a ela, do numero e da diversidade dos nossos interesses nela
postulados
3. Diferença entre culturas progressivas e inertes é de localização. Analogia do
trem. Deslocamo-nos com este sistema de referencias, realidades culturais de
fora só são observáveis através das deformações por ele impostas.
4. Diferença entre “culturas que se movem” e que “não se movem” em analogia
com o viajante que perceba um comboio se mover ou não. Culturas (contrário
da fiísica): mais ativas se se deslocam no sentido da nossa, e estacionárias
quanto mais divergente for sua orientação. Velocidade: valor metafórico,
substituída por informação e significação. Os trens em direção ou velocidades
diferentes aos nossos são vistos de maneira confusa, resumindo-se a uma
perturbação em nosso campo visual, já não significa nada. M suma, a
quantidade de informação suscetível de “passar” entre duas culturas está em
função de sua maior ou menor diversidade.
5. Sempre que encaramos uma cultura como estacionária devemos atentar
para se não estamos iludidos por nossa ignorância, por utilizarmos nossos
próprios critérios.
6. Ex: sob o critério dos meios mecânicos os EUA apareceriam no topo,
seguido dos europeus, e tendo os asiáticos e africanos como uma imensidão
indistinguível atrás. De acordo com o ponto de vista escolhido chegaríamos a
classificações diferentes.
7. Critério poderia ser o de aptidão para triunfar sob os meios geográficos. O
ocidente, dono das máquinas, possui conhecimentos elementares sobre a
utilização dos recursos do corpo.
8. Contribuições de outras culturas ao ocidente: famílias australianas; 9. Mais
contribuições.
10. Não devemos reter nossa atenção nesses contributivos fragmentados,
formando a errônea idéia de uma civilização mundial a moda de um fato de
arlequim. Mais importante é a maneira como a cultura os retém ou exclui. Há
uma originalidade em cada sociedade resolver seus problemas, mas podem
ser aproximados, pois todos os homens possuem técnicas, arte,
conhecimentos, crenças, organização social e política. A dosagem não é a
mesma em cada cultura, etnologia: desvendar as origens destas opções do
que traçar inventário de características diferentes.
Capítulo 7. Lugar da Civilização Ocidental
1.Civilizações reconhecem a superioridade de uma delas, a ocidental: países
não reclamam o fato da ocidentalização, mas o fato de não terem os meios
para ocidentalizarem-se rapidamente.
2. Dificuldades do estudo da universalização da civilização ocidental: a)fato
único na história (precedentes estão na pré-história longínqua da qual pouco
sabemos); b) incerteza sobre a inconstância do fenômeno: enquanto a
civilização ocidental tende a expandir-se, as outras culturas tendem a manter
sua herança tradicional. Processo a ser avaliado deve ter em mente que somos
agentes, conscientes ou inconscientemente, auxiliares, ou vítimas.
3. Adesão ao gênero de vida ocidental: longe de ser tão espontâneo quanto
pretendia-se.
4. Não seria a maior energia que levou-a a forçar o consentimento?
5. Valores mais manifestados na civilização ocidental, menos sujeitos a
controvérsia: a) aumentar a co

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