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ORIENTAÇÃO RITUALÍSTICA
GRANDE SECRETARIA GERAL DE ORIENTAÇÃO
RITUALÍSTICA ADJUNTA PARA O
R∴E∴A∴A∴
MANUAL DE INSTRUÇÃO
DO GRAU 2
COMPANHEIRO
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
R∴E∴A∴A∴
Álvaro Gomes dos Santos
Ex- Gr∴ Secr∴ Ger∴ de Orientação Ritualística
G∴ O∴ B∴
Fuad Haddad
Ex- Gr∴ Secr∴ Ger∴ Adj∴ de Orient∴ Ritualística para o R∴E∴ A∴ A∴
G∴ O∴ B∴
O “5” composto do binário, símbolo de tudo o que é duplo, dos contrastes, da imper-
feição e do ternário que em Maçonaria, temos sua representação no triângulo, no qual a
nossa busca não está nem na direita nem na esquerda e sim no terceiro lado ou na verda-
deira conciliação ou síntese. Lembramos que o triângulo representa para nós, Maçons, o
Grande Arquiteto do Universo e a Suprema Perfeição.
Para sintetizar, podemos dizer que o número “5” é o símbolo da forma e dos esque-
mas que escapam aos olhos do corpo e são vistos pelos olhos da inteligência.
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Costuma-se dizer que o Grau de Companheiro é o mais genuíno de todos os graus
maçônicos, por ser uma síntese histórica e doutrinária na qual se basearam todas as fases
de ascensão do obreiro ao mais alto grau de qualquer rito.
Temos ainda que mencionar que o Grau de Companheiro, o qual já sabemos ser in-
teiramente dedicado ao trabalho, é exatamente aquele que nos ensina o sentido ou o se-
gredo do método. Sem o método no trabalho, não conseguiremos nada.
Não vos inquieteis Irmão, se uma lei moral desaparece, pois ela dará lugar a ou-
tra melhor e mais ampla. (L. Ubert dos Santos).
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ESTRELA FLAMÍGERA
Não é um símbolo derivado exclusivamente da Maçonaria. Ela veio à Maçonaria pelo
Barão de Tschoudy, fundador do Rito Adonhiramita. Já, há muitos anos antes de Tschoudy,
o Cavaleiro Miguel André Rança, nascido em 1696, acreditava que os maçons derivassem
dos Cruzados e Templários. Acredita-se que Tschoudy foi buscá-la numa Ordem antiga,
chamada Ordem da Estrela Flamígera, ramo dos Templários, que espalhou por toda Europa.
Todavia, hoje sabemos que os maçons atuais não derivaram dos Templários ou Cruzados e
que também Tschoudy não trouxe a Estrela Flamígera buscada na Pentalfa de Pitágoras e
sim, nos trouxe um símbolo polêmico que era o distintivo dos comandantes das Cruzadas
desde o tempo de Godofredo de Bulhões (1058 a 1100). Este distintivo era uma estrela de
cinco pontas com a letra “G” no centro, sendo que, segundo ao que se afirma que a letra “G”
seria apenas a inicial da palavra General.
Segundo Plantangenet, este símbolo não era conhecido antes de 1737. Todavia, ele
estava equivocado pois, pentagrama ou estrela de cinco pontas era conhecido dos pedrei-
ros-livres, os nossos antepassados maçônicos, como se poderá observar em muitas obras
de arquitetura da época, ainda existentes em muitos países da Europa, e que constituía um
de seus segredos importantes.
Com um dos vértices dirigido para cima é um símbolo benéfico e ativo. Com dois vér-
tices virados para cima, portanto ao contrário, é um símbolo maléfico ou passivo.
A Estrela de Cinco Pontas com um só vértice virado para cima, poderemos inscrever
dentro dela, um homem com os braços estendidos horizontalmente e as pernas abertas. Já,
com duas pontas viradas para cima, os antigos inscreviam a cabeça de um bode, que atu-
almente é o símbolo de animalidade ou satanismo.
Não resta a menor dúvida que o bode preto corresponde ao BAPHOMET que era um
ídolo dos templários. Era de origem desconhecida. Usava barba branca e em vez de olhos,
dois carbúnculos. Baphomet também representava o Demônio na Magia Negra e em certas
áreas do ocultismo. Era carregado em procissão sob um dossel pelos templários da Ilha de
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Malta, onde viveram os últimos remanescentes dessa Ordem, após sua destruição. Simboli-
zava também para eles, boa colheita. Para os gnósticos, o Baphomet era um símbolo de
Deus.
Como pudemos observar, havia várias interpretações a respeito deste símbolo. Atu-
almente, sem que faça parte da Maçonaria, sem que signifique alguma coisa para os ma-
çons, acabamos aceitando como “piada”, fazendo o bode preto parte do anedotário
ou”folclore” maçônico, situação esta que foi criada pelos inimigos da Ordem, que continuam
a nos atacar como se a Maçonaria fosse “uma seita do demônio”.
Ainda, para alguns autores maçônicos, a palavra Baphomet constitui uma sigla inver-
tida da expressão “Templi omnium Hominum Pacis Abbas”, isto é, “Pai do Templo, “Paz
Universal dos Homens”. – TEMOHPAB.
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PEDRA CÚBICA
Se a tarefa do Aprendiz foi desbastar a Pedra Bruta com o malho e o cinzel (Malho
também chamado Maço e o Cinzel chamado Escopro) e com ajuda da régua, a incumbên-
cia do Companheiro será de polir esta Pedra Bruta com auxílio do esquadro, do nível, do
prumo e da alavanca para torná-la cúbica.
Assim fará seu cubo perfeito, apto a ser empregado na Ereção do Templo/constituído
por uma humanidade, o mais possível perfeita. O Companheiro é também chamado o escul-
tor da Pedra Cúbica, sendo esta a obra-prima do Companheiro.
A Pedra Cúbica simboliza tudo aquilo que o Companheiro realizou, a fase final do tra-
balho neste grau.
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DIFERENÇAS ENTRE UMA LOJA DE
APRENDIZ E UMA DE COMPANHEIRO
a) O tríplice candelabro é todo aceso no Oriente, ou seja, as três velas ou ainda como são
chamadas as três estrelas. Nos altares dos 1º e 2º Vigilantes permanece como em Loja
de Aprendiz, ou seja, uma vela acesa.
c) A alavanca e a régua, que não eram conhecidas do Aprendiz passam agora a ser co-
nhecidas no Grau de Companheiro.
e) Em cima dos capitéis das Colunas “J” e “B”, as três romãs foram substituídas por uma
esfera terrestre na Coluna “B” e por uma esfera celeste na Coluna “J”. As duas esferas
também significam a universalidade e a própria Maçonaria. As duas esferas, terrestre e
celeste mais a Estrela Flamígera significam o conjunto de boas regras de todo o Univer-
so.
f) No Grau de Companheiro já tem a Palavra de Passe que não existia no Grau de Apren-
diz. A Palavra Sagrada é outra e sinais e toques são mais complexos. Também costu-
mamos dizer que o Companheiro passa do nível a perpendicular.
Desta forma a ligeira diferença de pronúncia fazia com que fossem descobertos, e
isso lhes custava a vida. Dizem as escrituras que 42.000 efrainitas foram mortos, e Sc∴ foi
então a palavra que serviria para distinguir amigos de inimigos.
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PAINEL SIMBÓLICO DO GRAU DE COMPANHEIRO
É de forma retangular, podendo ser pintado em um quadro ou em um tapete. No caso
do tapete, este seria desenrolado e estendido no pavimento mosaico, no local onde deve
estar o painel do Quadro da Loja.
- No Rito de Schroeder ou Rito Alemão que tem lojas no Brasil, em São Paulo e Join-
vile usa-se este tapete.
1) Uma orla dentada protegendo todo o retângulo do painel, tendo em cada canto uma
borla (ou trolha?). Nessa orla estão marcados os quatro pontos cardeais.
3) O cordão de nós, ou corda de nós, deveria ter cinco nós, e terminar por uma borla.
(Todavia, em nossos rituais constam somente três)(?)
6) As Colunas “J” e “B”. Nos seus capitéis estão na Coluna “B”, uma esfera terrestre e na
Coluna “J” uma esfera celeste.
8) Desenho da Prancheta de Traçar ou Prancheta da Loja que é a Jóia Fixa da Loja, mas
que pertence ao Grau de Mestre, constando, porém, dos painéis de Companheiro e
Aprendiz.
9) Três janelas: uma no Oriente, uma na Coluna do Sul e outra no Ocidente. Explicação: a
luz vem do Oriente, é mais fraca na Coluna do Sul e brilha pouco no Ocidente. Na Co-
luna do Norte, onde estão os Aprendizes, a escuridão é total.
10) A Pedra Cúbica, própria do Grau de Companheiro, fica ao lado da Coluna “J”.
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14) Uma Alavanca entrecruzada com uma Régua.
15) Uma Trolha que está abolida no Rito Escocês Antigo e Aceito, porém, é conservada no
painel pelo alto significado simbólico. É símbolo da Inteligência e do Perdão.
17) O chão da Loja está representado no painel por um Pavimento Mosaico, como em ta-
buleiro de xadrez. Deveria ser em diagonal, porque no Rito Escocês Antigo e Aceito é
em diagonal.
Harris pintou os painéis em 1815. Eles sofreram desde então muitas reproduções,
bem como alterações, às vezes até para melhor, pois foram acrescentados detalhes que
expressam a evolução dos símbolos. Nós sabemos que símbolo estático é símbolo supera-
do em Maçonaria. Todavia, o painel original (fig. 2) é o primeiro e nós temos que conciliar a
tradição com a evolução. Mas, de qualquer forma, o painel de Harris é mais rico em deta-
lhes, os quais passaremos a descrever, para só depois descrever o outro painel.
4. Pavimento Mosaico, um tanto diferente daquele que conhecemos, mas, mesmo assim
em forma diagonal;
10. Duas colunas, sem ordem definida, e também sem expressão na Maçonaria, apenas
fazendo parte, juntamente com um arco e moldura, da entrada do átrio, que antecede o
Sancto Sanctorum;
11. Em cima, uma Estrela de Seis pontas que deveria ser de Cinco pontas, também conhe-
cida como “Blazing Star” dos ingleses.
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PAINEL DA LOJA DE COMPANHEIRO
(Figura 3)
(Painel pintado após o de Harris. Por quem? Quando? Não sabemos)
2. Escada em Caracol em três lances de ascensão. Vemos que no primeiro lance estão
escritas as palavras ouvir, ver, apalpar, cheirar e provar. Ao lado, agindo como se
fosse um “corrimão”, apenas destes cinco degraus, as cinco colunas do grau, assim e-
numeradas de baixo para cima: Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita. No
último lance da Escada em Caracol, composto de sete degraus, estão escritas as se-
guintes palavras: Grammática, Retórica, Lógica, Arithmética, Música e Astronomia.
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PERGUNTAS E RESPOSTAS QUE O COMPANHEIRO
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“DEVE TER NA PONTA DA LÍNGUA”
1 Sois Maçom?
MM∴ IIR∴ C∴ T∴ M∴ R∴
11 E em Loja de Companheiro?
As romãs foram substituídas, na Coluna “J” por uma esfera celeste e na Colu-
na “B” por uma esfera terrestre. A esfera terrestre simboliza as forças materi-
ais do mundo que o Apr∴ deve tentar dominar. A esfera celeste representa o
Universo e a Ciência. Todavia, estas esferas só aparecem no Grau de Compa-
nheiro.
13 Porque?
Porque nelas eram guardadas as ferramentas e tesouros dos AAp∴ e
CComp∴
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A Doutrina Iniciática, cujo conhecimento está reservado aos que não se detêm
na superfície, mas sabem aprofundar-se nos estudos.
16 Quem as fundiu?
Hiram Abif.
23 Quantas luzes (ou estrelas) devem estar acesas no altar do Ven∴ e dos VVig∴?
Três luzes(estrelas) no altar do Ven∴ e uma luz (estrela) em cada um dos alta-
res dos VVig∴ (Em Loja de Comp∴).
25 E em Loja de Comp∴?
Além do citado na resposta anterior, deve ha- ver: uma Alavanca, um Maço,
um Cinzel, uma Régua, outro Compasso e outro Esquadro. Atualmente, por
comodidade, colocam-se estes instrumentos ao lado do Altar dos Jura-
mentos ou nos degraus frontais ao Altar do Ven∴
29 Porque?
A abeta é um triângulo que caída sobre o quadrado do avental significa que,
no Grau de Comp∴ o espírito já conseguiu penetrar, pelo menos em parte na
matéria. O Comp∴ conseguiu parcialmente vencer suas paixões, seus vícios,
suas fraquezas. A abeta baixada sobre o quadrado do avental tem o seu cor-
respondente no Altar dos Juramentos onde o Compasso e o Esquadro estão
entrelaçados, significando a mesma coisa.
35 Que é gnosticismo?
É um sistema filosófico-religioso, cujos adeptos supunham possuir o conhe-
cimento completo, absoluto e transcendente da natureza de atributos e Deus.
46 Porque?
Para aperfeiçoar-se na prática de lavrar a P∴B∴
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É ativo.
48 Porque?
Porque o Maço é móvel, executa. Já o Cinzel é inerte, imóvel e tem que ser
comandado pelo Maço.
53 Porque?
Porque o lado esquerdo é o lado passivo e eu era ainda um Apr∴
56 Qual foi o instrumento que o Irmão mais utilizou nas viagens, ainda como Apr∴, na sua
elevação?
A Régua. Foi usada na 2ª, 3ª e 4ª viagens.
62 O que é Compasso?
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É um instrumento de medida que consiste em dois braços unidos por um eixo
em uma das extremidades. É também utilizado para traçar circunferências, ar-
cos, etc.
66 O que é um Esquadro?
È o instrumento formado por duas peças ajustadas em ângulo reto e que serve
para verificar ângulos retos ou diedros ou traçar ângulos retos planos. Em rela-
ção ao compasso, é um instrumento passivo.
70 Para que?
Para ocupar-se da elevação do edifício, na direção do seu todo verificando a
colocação dos materiais.
71 E a Trolha?
A trolha, ou colher de pedreiro, apesar de ainda constar do Painel Simbólico de
Companheiro foi abolida o R∴ E∴ A∴ A∴ É usada ainda no Rito Moderno, na
5ª viagem.
74 Porque o passo do Comp∴ deve ser feito arrastando-se os pés no chão e não erguendo-
os?
Porque o Comp∴ está parcialmente apegado à matéria. Na realidade, ele não
arrasta os pés, mas anda com passos normais, porém, sem erguê-los.
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75 Por que os passos de Comp∴ não são lineares com os de Apr∴ e sim, rompem para a
direita e à esquerda?
Porque o Comp∴ já mais esclarecido que o Apr∴ poderá seguir qualquer cami-
nho, para procurar ou pesquisar a verdade.
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85 O que são Luzes Administrativas?
São as três Luzes, mais o Orador e o Secretário.
98 O que é a Quintessência?
É o que há de principal, de melhor, de mais puro, mais refinado, mais requinta-
do. Tem relação íntima com o número cinco. Chega-se a este estado no Grau de
Comp∴ pelo trabalho, o qual quando sério, levará o Maçom a CONHECER A
SI PRÓPRIO, APERFEIÇOANDO-SE. Isto, quando PREGAR SUAS FACULDADES
PARA CRIAR, REDESCO-BRIR AS VERDADES DO GRAU E EMPREGÁ-LOS EM
BENEFÍCIO DE SEUS SEMELHANTES OU DA PRÓPRIA HUMANIDADE, COM-
PLETANDO ASSIM A OBRA DO COMPANHEIRO.
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