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Exercícios da Segundo Sessão

1.Fale dos objectivos da política económica

R: Entendem-se como políticas económica, as acções tomadas pelo governo, que, utilizando
instrumentos económicos, buscam atingir determinados objectivos macroeconómicos. É papel do
governo zelar pelos interesses e pelo bem-estar da comunidade em geral. Para esta finalidade, o
sector público, enquanto um agente económico de peso dentro do sistema, procura actuar sobre
determinadas variáveis e através destas alcançar determinados fins tidos como positivos para a
população. São de suma importância para o entendimento dos cenários macroeconómicos. As
políticas económicas e os grupos de instrumentos de que estas se utilizam para o atingimento de
determinados fins podem ser divididos em três grandes grupos: política monetária, política fiscal
e política cambial.
Políticas económicas têm como objectivo afectar a economia como um todo, e é por isso que sua
análise está no campo da macroeconomia. Portanto, torna-se fundamental o entendimento do
encadeamento lógico entre as acções, variáveis e objectivo. Desta forma é possível uma leitura e
interpretação geral do mundo macroeconómico. No estudo da macroeconomia cabe ainda
destacar, neste capítulo, a última função do governo, ou seja, a de estabilizar/controlar os grandes
agregados macroeconómicos. Dentro dessa função do sector público, os principais agregados
económicos são: taxa de juros, crescimento económico, nível de preços, taxa de desemprego e
taxa de câmbio. Entretanto, para que esses objectivos do sector público sejam alcançados de
forma eficaz, o governo utiliza-se de um conjunto de políticas e instrumentos económicos.

2. Debruce sobre o PIB no que tange aos seus componentes e o seu significado para a
economia de um Pais.

R: O PIB é o valor dos bens e serviços finais produzidos na economia durante um dado período
ou por outro PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos pelos
factores de produção (isto é, trabalho, capital, etc.) dentro de um país. O produto interno bruto,
ou PIB, é o indicador que mede o valor monetário de todos os bens e serviços produzidos, na
base de uma contrapartida monetária, e avaliada a partir dos preços de mercado. Declina-se em
várias ópticas, nomeadamente a da produção e a dos rendimentos. O PIB é hoje complementado
por outros indicadores como o índice de desenvolvimento humano (IDH).
O PIB mede a produção total do pais, ou seja, a quantidade de bens e serviços produzidos
durante um determinado período de tempo, geralmente um ano civil. Como podemos calcular o
PIB: O valor do produto e determinado a partir do valor acrescentado pelos ramos/sectores de
actividade económica. Porém é importante saber que o governo, antes da adopção das medidas
de política económica, procura fazer uma leitura do cenário macroeconómico, buscando verificar
qual a situação em que se encontra a economia, para traçar um plano de onde espera chegar. Para
isto ele utiliza-se de mecanismos de observação da actividade económica, que são conhecidos
como indicadores económicos. Por outro lado, o Estado também concede subsídios a produção
de certos bens essenciais, a fim de que o preço de venda desses bens seja acessível a toda a
população. Para determinar o produto a custo de produção, isto e, pelos custos dos factores de
produção, teremos de subtrair os impostos ligados a produção e somar os subsídios de
exploração concedidos as empresas. Ao longo do processo produtivo, os bens de equipamento
vão-se desgastando porque se desactualizam ou porque se deterioram.

3. Liste e explique as funções e tipos de moeda.


R: A moeda é uma invenção social que vem de muito longe na história da humanidade e dela
achamos vestígios na maioria das sociedades, não importando sua forma de constituição e de
organização, sejam elas associadas ou não a um Estado. Ela não poderia ser considerada como
um traço específico nem das sociedades capitalistas modernas e nem da trajectória ocidental da
evolução para a modernidade. Seu estudo necessita por esse motivo desprender-se da concepção
tradicional que a reduz ao seu uso como instrumento económico de trocas mercantis. Temos
basicamente dois tipos de moeda circulando nas economias. Veja a seguir:
 Moeda-mercadoria: é aquela que toma a forma de uma mercadoria com valor em si.
Mesmo sem ser tem valor, ou seja, é aceita naturalmente. O exemplo clássico desse tipo
de moeda é o ouro, mas existem outras mercadorias que podem ser consideradas moeda-
mercadoria, como, por exemplo, alimentos em época de guerra.
 Moeda de curso forçado: aquela que não tem valor em si mesma. Isto quer dizer que o
meio utilizado para garantir sua circulação é por decreto governamental. Note que a
aceitação desse tipo de moeda depende tanto da força de um decreto governamental como
das expectativas e das convenções de uma sociedade.
Para considerarmos um bem como uma moeda, ele precisa desempenhar basicamente três
funções:
 Ser meio de troca, ou seja, ser exactamente aquele elemento que vai viabilizar a
ocorrência de milhares
 De trocas a cada momento; servir como unidade de conta, o que implica ser uma medida
que as pessoas usam para estabelecer os preços de seus serviços e bens, e fazer seus
cálculos económicos; e
 Funcionar como reserva de valor já que a moeda precisa guardar poder de compra ao
longo tempo. Guardar poder de compra de hoje para amanhã.

4. Por que razão as pessoas procuram ou retém a moeda?


R: O dinheiro é o “refúgio do tempo”, para onde as pessoas se dirigem fremi-tas, visando
amparar-se das perspectivas sombrias quanto à evolução futura dos acontecimentos. É neste
contexto que o dinheiro como o elo sútil que liga o presente ao futuro, o que, em outras palavras,
significa dizer que a posse do activo mais líquido salvaguarda todos os agentes da desconfiança e
do desalento quanto às possibilidades da actividade económica ao longo do tempo e que a
riqueza mantida sob a forma mais líquida possível constitui-se na melhor trincheira contra o
incerto devir económico. Nosso desejo de reter moeda como uma reserva de valor é um
barómetro do grau de nossa desconfiança em nossos próprios cálculos e convenções
concernentes ao futuro. Como a chave do sistema financeiro – o meio de pagamento e o último
refúgio da incerteza – a moeda cumpre um papel crucial no curto prazo e no longo prazo. Esse
papel não pode, contudo, estar dissociado do contexto do tempo histórico e da formação de
expectativas sob a incerteza a este vinculado.

Logo, a possibilidade que o futuro traga mudanças inesperadas flexibilidade para adaptar-se a
novos ambientes é um ganho em si mesmo. Esta é a razão de as pessoas serem supostas preferir
manter suas opções abertas até que as coisas tornem-se claras o suficiente pára permitir que uma
decisão apropriada seja tomada. Liquidez é flexibilidade. Num contexto em que podemos
escolher apenas entre moeda e títulos, o motivo especulativo operará no sentido da escolha por
moeda se existir uma crença (baixista) numa redução futura do preço dos títulos, ou,
alternativamente, num aumento futuro da taxa de juros.
Especulação com activos financeiros ocorre porque alguns agentes esperam com suficiente
convicção que a taxa de juros se moverá em determinada direcção. A existência de incerteza não
é negada. O conhecimento limitado’ disponível permite alguns agentes considerarem alguns
níveis futuros da taxa de juros mais prováveis que outros. Instrumentos monetários são assim
demandados porque uma elevação na taxa de juros é esperada, e não por causa da falta de
alguma convicção quanto aos níveis futuros da taxa de juros. Deste modo, assume-se que o
motivo especulação é o que torna a demanda por moeda sensível a variações da taxa de juros

5. Fale das funções do banco central.


R: Banco Central é o órgão responsável pela política monetária que tem como objectivo regular
o montante de moeda e de crédito, e as taxas de juros, de forma compatível com o nível de
actividade económica. Podemos destacar as funções do Banco Central:
 Banco dos bancos;
 Banco do governo;
 Controle e regulamentação da oferta de moeda;
 Controle dos capitais estrangeiros e das operações com moedas estrangeiras;
 Fiscalização das instituições estrangeira;
 Executor da política monetária.
 Monopólio de emissão;
 Superintendente do sistema financeiro;
 Executor da política monetária;
 Executor da política cambial;
 Depositário das reservas internacionais; e
 Assessor económico do governo.

6. Debruce sobre a política monetária e os seus instrumentos

R: A política monetária diz respeito à actuação do Banco Central para dimensionar os meios de
pagamento e os níveis das taxas de juros, adequando essas variáveis aos objectivos de
crescimento da produção e do emprego, com estabilidade de preços.
Uma vez passado em revista as principais teorias monetárias entendidas como sendo aquelas que
formam a base de sustentação do pensamento de cunho ortodoxo (bem como as suas respectivas
sugestões de politicas), fica agora a evidente a necessidade de uma definição, ainda que
abrangente, do significado de ortodoxia, pelo menos para efeito dos propósitos deste trabalho. O
objectivo final da política monetária é o bem estar da sociedade. Embora seja difícil discordar
deste objectivo, certamente existe grande divergência entre os economistas de como implementá-
lo na prática.

Os três instrumentos tradicionais de política monetária são a taxa de juros no mercado de


reservas bancárias, a taxa de redesconto e as alíquotas das reservas compulsórias sobre os
depósitos do sistema bancário. Os bancos podem, por necessidade do próprio negócio, ter
reservas adicionais, cujo volume varia em função das condições de mercado, como:
a) Operações de Mercado (Open-market): o banco central compra e vende obrigações do
governo (títulos da dıvida publica) ao público. Se comprar obrigações, entrega dinheiro
e, portanto, esta a aumentar a circulação de moeda. Se vender obrigações, a oferta de
moeda diminui. Há, ainda, que considerar o efeito indirecto do multiplicador da moeda.

b) Reservas Obrigatórias: o banco central influencia a oferta de moeda com reservas


obrigatórias, que são regulamentos do montante mínimo de reservas que os bancos
devem ter contra cada unidade de depósitos. Isto ´e, o banco central determina o valor
mínimo de R do multiplicador de moeda e assim afecta a oferta de moeda.
c) Taxa de Desconto: a taxa de juro dos empréstimos do banco central aos outros bancos.
Uma taxa de desconto mais elevada reduz a procura de empréstimos de bancos junto do
banco central e, assim, reduz as reservas dos bancos. Pelo efeito multiplicador, reduz-se
a capacidade de criar moeda dos bancos. O contrário acontece se a taxa de desconto
baixar.
7. O que entende sobre balança de pagamentos?
R: O balanço de pagamentos de um país é o registro sistemático das transacções económicas,
durante um dado período de tempo, entre os seus residentes e os residentes do resto do mundo
(FMI), ou por outra Registo contabilístico (sistemático e equilibrado) dos valores das transacções
económicas entre agentes residentes e não residentes ocorridas durante um determinado período
de tempo. Balança de pagamentos de contabilidade é baseada no princípio de dupla entrada com
cada item contabilizado como crédito e débito. Portanto, o resultado final estará em equilíbrio e a
equação para o balanço de pagamentos será zero. Balanço de Pagamentos (BP) contém três
grandes subcontas: a conta corrente (CA), a conta capital e financeira (CF) e à mudança de conta
de reservas (_R). Todos os itens são registrados como fluxos ou como uma variação do estoque
com as reservas. A conta de reservas é visto como uma forma de financiamento compensatórias
e, como tal, um aumento líquido das reservas cambiais recebe um sinal negativo, porque
implicitamente representa as exportações de capital.

Assim um balanço de pagamentos em forma da equação é dado por (I) BP = CA + CF + _IR = 0


Trazendo a mudança de reservas (_R) para o lado direito, tem-se (II) BP = CA + CF - _IR
Dessa forma, a equação demonstra que quando a conta corrente do país (CA) e sua conta capital
e financeira (CF), se não estão iguais, esta diferença vai aparecer como uma alteração da posição
externa do país como mudança das reservas internacionais (IR). Se as reservas de um país estão
esgotadas (IR = 0) ou se um certo nível de reservas cambiais deve ser mantido (IR = 0) um
deficit em conta corrente deve ser inteiramente compensados por uma entrada líquida de capital
estrangeiro. Se o país não pode continuar a obter financiamento externo, o ónus da adaptação cai
no comércio exterior, especificamente no caso de uma crise financeira internacional sobre a
redução das importações. Por outro lado, um país vai acumular reservas cambiais, quando a
soma da conta corrente (CA) e a conta capital e financeira (CF) são positivos.

8. Diga quem foi o autor da teoria das vantagens absolutas e explique-a?


R: Remonta ao autor clássico (com realce para os contributos de Adam Smithe) o
desenvolvimento de uma análise susceptível de generalização a qualquer país, assim se
contrapondo às concepções proteccionistas dos mercantilistas uma teoria do comércio
internacional de validade universal.
Adam Smith (1776): Teoria das vantagens absolutas. Os trabalhos de Adam Smith neste
domínio correspondem ao culminar de um processo de argumentação contra o mercantilismo por
razões de ordem: (i) prática – o proteccionismo limitaria o processo de desenvolvimento inglês –;
(ii) teórica – o saldo permanentemente positivo da balança comercial seria insustentável –; (iii)
‘normativas’ – as exportações diminuiriam devido a acções de retaliação.
Adam Smith demonstra as vantagens da livre troca, ao observar que a abertura ao exterior
conduz a um ganho importante para os dois parceiros da troca (embora podendo não ser
equitativo) e, portanto, também para a economia mundial (originando o aumento global da
riqueza).
Por conseguinte, ao invés da lógica mercantilista, Adam Smith considera que o comércio
internacional tem ganhos positivos para os países intervenientes na troca. Para tal, basta que os
países se especializem de acordo com as suas vantagens absolutas: cada país deve especializar-se
(completamente) no (s) produto (s) em que tem vantagem (ns) absoluta (s) em termos de custos
(ou produtividade). Um país teria vantagem absoluta na produção de um bem se precisasse de
uma menor quantidade de insumo para produzi-lo, ou seja, tivesse maior produtividade e, assim,
enfrentasse menores custos. A teoria das vantagens absolutas pode ser facilmente compreendida
com base num exemplo numérico. Note-se que o principal objectivo de Adam Smith, ao propor a
livre troca, era a abertura dos mercados internacionais aos produtos industriais ingleses. As
diferenças entre as teorias tradicionais de comércio internacional e a teoria de vantagem
competitiva das nações podem ser resumidas na forma do tratamento do problema: dinâmico ou
estático. As teorias tradicionais tratam de uma realidade muito simplificada, na qual o estoque de
factores e a produtividade são dados e nada pode se fazer a respeito disso. No mundo real, isso
não ocorre. Em busca de maior lucro as empresas inovam, mudando tanto o estoque relativo de
factores, quanto a produtividade.

9. O que entendes por custo de oportunidade?


R:. Inúmeras são as formas de comércio para o desenvolvimento económico do Moçambique, no
meio delas encontram-se a importação de produtos e serviços. Para vários profissionais a
importação é vista de maneira positiva ao crescimento económico do país, pois complementam a
oferta de bens de consumo e bens de produção, tendo em vista que o país não consegue produzir
de forma eficiente todos os produtos que necessidade consumir. As reformas de políticas e a boa
gestão macroeconómica têm sido factores importantes para estimular o desenvolvimento
económico de Moçambique ao longo dos últimos 15 anos, garantindo uma das taxas de
crescimento mais altas para as economias não-petrolíferas africanas, com o crescimento real
anual do PIB durante o período 2002-2012 a registar uma média de 7,5 %.
As reformas económicas desde 2000 resultaram na reintegração gradual da economia nos
mercados regional e mundial, com impacto directo na estrutura comercial do país e permitindo
que o comércio desempenhasse um papel importante na facilitação do crescimento económico.
As características do comércio em Moçambique mudaram significativamente nos últimos 15
anos, uma vez que tanto as importações como as exportações cresceram dramaticamente em
resultado do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em megaprojectos, e é provável que essa
dinâmica continue num futuro previsível, com o potencial comercial do país a tornar-se uma
realidade, particularmente no sector extractivo. O Índice de Abertura Comercial mede a relação
entre o valor combinado das importações e exportações em relação à dimensão do PIB.
Verificou-se uma mudança notável na pontuação de Moçambique no índice desde 2000, em
comparação com as médias regionais e mundiais, facto que sugere uma constante reintegração do
comércio de Moçambique nas redes comerciais regionais e mundiais.

12. O que entende sobre externalidade, bem pública, desemprego e inflação?


R:
a) Externalidades: ocorrem quando há interacções entre as firmas e os consumidores que não
estão bem reflectidas nos preços de mercado. Dessa forma, os agentes económicos têm efeitos
sobre terceiros que não foram considerados na transacção económica. Com isso, os custos
marginais ou os benefícios marginais privados não representam correctamente os custos
marginais ou os benefícios marginais sociais. Com externalidades, o mercado não alcança
necessariamente uma alocação eficiente de Pareto. Externalidades ocorrem quando uma
actividade gera benefícios ou custos para outras actividades ou outras pessoas não envolvidas
naquela actividade. Em resumo, são acções humanas que geram efeitos para outras pessoas.
Externalidades são os efeitos – positivos ou negativos – das nossas decisões que recaem sobre
outras pessoas. Quando decidimos por comprar ou produzir algum produto, geralmente
comparamos os custos e benefícios de cada uma das alternativas que são apresentados a nós,
mas, normalmente, não consideramos em sua totalidade os efeitos de tais acções sobre os outros
– ou seja, as externalidades de nossas acções. Quando há alguma externalidade, o equilíbrio de
mercado deixa de ser eficiente. Em relação aos seus efeitos, existem dois tipos de externalidades:
positivas e negativas.
b) Os bens públicos representam uma falha de mercado que tende a resultar em oferta abaixo da
socialmente desejada, em razão do chamado “problema do carona”. Pelas características desses
bens, as pessoas querem consumi-los, mas não querem pagar por eles. Daí vem o termo “carona”
ou “free riders”. São a não rivalidade e a não exclusão. Se alguém consome um bem público,
outra pessoa não será impedida de consumir aquele mesmo bem ao mesmo tempo (não
rivalidade) e, mesmo que desejasse, não seria possível, ou seria possível a um custo muito
elevado excluir qualquer pessoa do consumo (não exclusão). Um exemplo clássico de bem
público é a defesa nacional. Todos os habitantes são beneficiados por ela. Ao nascer um bebé,
não se diminui o consumo dos que já consumiam antes (não rivalidade) e, ao mesmo tempo, esse
bebé não será excluído do consumo desse bem (não exclusão). Cabe destacar que a característica
de não rivalidade não significa que o consumo deve ser igual por parte de todos os indivíduos.
Neste sentido, partindo-se do princípio de que a defesa nacional de um país é considerada um
bem público, alguns habitantes em região de fronteira, especialmente de áreas conflituosas,
poderão se beneficiar mais do que os habitantes de uma zona sem conflito. São considerados
exemplos de bens públicos tangíveis as praças e as ruas de uma cidade. Como bens públicos
intangíveis, temos a segurança pública, a justiça e a defesa nacional de um país.

c) Desemprego: Desemprego é a situação em que há certa quantidade de pessoas que quer


trabalhar mas não encontra emprego. Assim, fica claro que estes são dois (grandes) problemas
existentes no mercado. De uma forma geral, podemos até dizer que são as falhas de mercado que
merecem a maior parte das atenções por parte do governo (junto com os bens públicos) e da
população. A intervenção governamental é desejável pois os mercados livres não são capazes de
solucionar esses problemas (inflação e desemprego) sozinhos. Nesse sentido, é recomendável a
acção estatal a fim de manter a economia funcionando o mais próximo possível do pleno
emprego (sem desemprego) e com estabilidade de preços (sem inflação). Finalmente, devemos
comentar ainda que há situações em que as falhas de mercado e as intervenções do governo
acontecem ao mesmo tempo em vários dos aspectos mencionados. Por exemplo, ao subsidiar
uma pesquisa para a descoberta de um remédio importante para a saúde pública, o governo estará
criando uma externalidade positiva e, simultaneamente, reduzindo um risco pesado. Poderá,
também, estar suprindo um mercado incompleto, além de criar empregos (combate à falha de
mercado desemprego).
d) Inflação: A inflação inercial consiste, basicamente, na inflação determinada pela inflação
passada, esta tendendo a se reproduzir, seja pelos mecanismos de indexação formal – correcção
monetária automática de preços nominais, de acordo com a inflação –, seja pela indexação
informal – determinada por uma “cultura inflacionária”: como todos supõem que os preços são
sempre reajustáveis periodicamente, todos reajustam periodicamente seus próprios preços.
Quanto mais generalizada é a indexação formal, ou seja, quanto mais regras de correcção
monetária automática existam (leis ou acordos impondo a correcção de salários de acordo com a
inflação passada; leis ou normas amplamente aceitas para correcção de impostos, de aluguéis, de
preços de contractos; etc.), tanto mais forte será a tendência de os aumentos de preços passados
se reflectirem no futuro. Quanto mais arraigada a cultura inflacionária, por sua vez, mais
generalizada deve ser a prática de reajustar preços periodicamente. A inflação faz com que a
moeda perca valor (poder de compra) mais rapidamente, o que leva as pessoas a diminuírem a
demanda por moeda. Na medida em que a inflação se reduz e a moeda não se desvaloriza com a
velocidade anterior, a demanda por moeda, inversamente, aumenta.

13. O que pensa sobre a intervenção do estado na economia?

R: o papel do Estado na economia é um dos temas mais discutidos da política pública nos países
desenvolvidos e nos menos desenvolvidos. Desde o início dos anos 70, o governo tornou-se um
alvo fácil para os que defendem o "sistema do livre mercado" como a melhor alternativa para
lograr o resultado ideal na economia e para maximizar o bem-estar económico e social da
sociedade. O governo é responsável por todos os males da sociedade; alta inflação, deficit
público, alta dívida pública, ineficiência, empresas públicas onerosas, desperdício do dinheiro
dos contribuintes, corrupção, etc. Além disso, o fracasso das economias dos ex-países socialistas
e a crise do Estado em países menos desenvolvidos nos anos 80 ofereceram um argumento
persuasivo e munições para os que defendem o mercado contra o Estado. Baseados nessas
questões e fundamentados na teoria e nos fatos, discutir- sê-a que o papel do governo na
economia é um efeito (consequência) de uma causa. Assim, se a causa é permanente, então, o
efeito também será permanente. Segundo, apesar de todo o sofisticado ataque prático e teórico
contra o governo, a evidência mostra que o papel dele na economia se incrementou e não
diminuiu, havendo indicações de que esse papel se desenvolverá ainda mais no futuro.
14. Debruce sobre a política fiscal restritiva e expansiva.

R: No processo de arrecadar receitas e executar despesas, o governo realiza intervenções


expressivas no mercado, promovendo impactos sobre os níveis de emprego, a distribuição de
renda, a oferta e a procura de bens e serviços, afectando de forma directa ou indirecta os diversos
sectores da economia. A política fiscal pode ser classificada por:
a) Política Fiscal Restritiva: No que se refere à taxa de inflação, uma política fiscal restritiva,
por meio da elevação dos impostos, irá aumentar a arrecadação tributária. Inicialmente, no caso
das empresas, o impacto é quase imediato, pois o empresário irá repassar esse aumento de
tributos nos preços dos bens e serviços fornecidos ao consumidor. E sabemos que um aumento
generalizado e persistente do nível de preços é inflação. Entretanto, no caso das famílias, esse
aumento de impostos irá afectar a renda familiar, fazendo com que o consumo das famílias seja
reduzido. Com o passar do tempo, a baixa procura por parte das famílias fará com que os preços
dos bens e serviços tendam a não subir, ou então os preços caem consideravelmente. Em resumo,
uma política fiscal restritiva contribui para controlar a inflação e melhorar as contas públicas.
Porém, essa política poderá inibir o consumo das famílias e os investimentos em um primeiro
momento, impactando negativamente o PIB.

b) Política Fiscal Expansionista: No que se refere à inflação, a política fiscal expansionista, via
redução dos impostos, aumenta a renda disponível das famílias, estimulando, assim, o consumo.
Em um primeiro momento, a inflação pode recuar, pois, com a desoneração tributária, os preços
dos bens e serviços ao consumidor tendem a cair. Mas, em um segundo momento, esses preços
devem aumentar devido à maior procura por bens e serviços por parte das famílias. Quanto à
balança comercial, como a política fiscal expansionista resulta em um aumento das taxas de
juros, os juros mais elevados podem contribuir para o controle da inflação. Além disso, juros
mais altos atraem investidores estrangeiros, que alocam dólares na economia brasileira.
Entretanto, a entrada de dólares fortalece a moeda nacional e torna as exportações mais caras e as
importações mais baratas, prejudicando o saldo da balança comercial. Sobre a dívida pública, a
redução das receitas provenientes dos impostos tem um impacto directo nas contas públicas,
pois, com menos dinheiro em caixa, a dívida pública aumenta.
Em relação ao PIB, a redução dos impostos estimula a actividade económica em um primeiro
momento, uma vez que, com o aumento da renda disponível, a procura das famílias por bens e
serviços tende a crescer; estimula também investimentos e contratações nas empresas. Contudo,
como essa acção tende a gerar inflação, os juros podem subir para controlar a inflação, o que
afecta a balança comercial e contrai o consumo, podendo anular a expansão inicial do PIB. Em
resumo, uma política fiscal expansionista resulta em um aumento no consumo das famílias, nos
investimentos e nos gastos públicos. Todavia, o equilíbrio macroeconómico pode ser prejudicado
devido ao aumento da inflação e do estoque da dívida pública.

15. Quais são os tipos de impostos que conhecem? Diferencie-os


R: O Estado tenta influir no mundo económico (imposto sobre as importações, por exemplo, com
a finalidade de protecção da industria nacional). Os impostos são classificados em:
 Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes: Incide sobre as pessoas
colectivas e singulares que exerçam actividades agrícolas, industriais ou comerciais de
pequena dimensão, incluindo prestação de serviços, cujo volume de negócios.
 Imposto sobre Consumos Específicos (ICE): Incide sobre algumas categorias de bens
de luxo e nocivos à saúde e para o meio ambiente.
 Imposto sobre Sucessões e Doações: Transmissões a título gratuito do direito de
propriedade sobre bens móveis e imóveis.
 Imposto Predial Autárquico: Incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos
situados no território da respectiva autarquia, ou na sua falta, o valor declarado pelos
proprietários desses mesmos prédios.
 Imposto do Selo: Incide sobre diversas realidades, como é, designadamente, o caso de
documentos, contractos, livros, papéis, acções e obrigações, alvará de empreitada, cartões
de crédito, cheques, garantias de obrigações, jogo, licenças, notariado e actos notariais,
marcas e patentes, operações aduaneiras e financeiras, seguros, títulos de crédito e
transferências de fundos, entre outras.
 Imposto de Reconstrução Nacional: Incide sobre todos os cidadãos nacionais e
estrangeiros residentes no território nacional.
16. Fale dos três objectivos de desenvolvimento.

R: A relevância e a especificidade dos problemas do desenvolvimento levaram ao surgimento de


um domínio específico no seio da economia - a Economia do Desenvolvimento. Este emerge, no
período posterior à Segunda Guerra Mundial, num contexto internacional marcado pelo advento
dos EUA como potência mundial, pela difusão do modelo socialista de origem soviética além-
fronteiras e pela desintegração dos impérios coloniais europeus em África, Ásia e América
Latina. A Economia do Desenvolvimento centra a sua análise nos problemas próprios de uma
vasta periferia de países menos desenvolvidos da economia mundial, outrora apelidada de
“Terceiro Mundo”.

Ao longo das últimas décadas têm sido apresentadas diferentes respostas a esta questão
fundamental. No quadro específico da literatura da Economia do Desenvolvimento, a principal
argumentação sobre o desenvolvimento pode ser agrupada em quatro corpos teóricos centrais: (i)
as teorias da modernização; (ii) as teorias da dependência; (iii) a teoria do sistema-mundo; (iv) a
contra-revolução neoclássica. Todavia, a “velha” noção de desenvolvimento económico que tem
como principal meta diminuir as disparidades de rendimento per capita entre as nações parece
limitada para dar conta da amplitude desses problemas.

17. Fale da descentralização no contexto moçambicano

R: A revisão pontual da Constituição da República, aprovada através da Lei nº1/2018 de 12 de


Junho, sobre a reforma da descentralização, constitui um marco político importante na história de
Moçambique no âmbito dos consensos alcançados entre a liderança da Frelimo e a Renamo.
Entretanto, o contexto actual das finanças públicas não favorece uma descentralização activa dos
recursos que, certamente, será o passo seguinte a ser tomado após a recente aprovação do pacote
de governação descentralizada pela Assembleia da República. A descentralização requer uma
mudança de autoridade e recursos, de cima para baixo, do governo central para os governos sub-
nacionais, aumentando assim as fontes de receita e as responsabilidades da despesa ao nível sub-
nacional. Para além disto, nos governos democráticos descentralizados, o controlo sobre o uso
dos recursos muda dos governos centrais para os cidadãos e eleitores, que são os derradeiros
usuários dos bens e serviços.
A presente análise apoia-se no contexto actual das finanças municipais e constatou que há ainda
factores que tornam o modelo actual de gestão precário, opaco e pouco escrutinado. As razões
por detrás disso prendem-se com o facto do sistema de transferências para os municípios através
do fundo de compensação autárquico, fundo de investimento e iniciativa autárquica e programa
estratégico de redução da pobreza urbana serem pouco transparentes, pouco previsíveis e
estimularem ainda mais as desigualdades sociais entre os diferentes municípios. É que para o
FCA e FIIA, em vez de se seguir a fórmula previamente definida, baseada no tamanho da
população e na área territorial, actualmente as transferências são baseadas noutros indicadores
não divulgados. Por outro lado, os municípios ainda não foram integrados no Sistema de
Administração Financeira do Estado, só este ano é que o Sistema Integrado de Gestão Financeira
Autárquica2 está em fase piloto (nos municípios da província e cidade de Maputo).
Por via disso, até então, os processos são tratados à margem do SISTAFE. Este aspecto,
associado ao facto dos mecanismos de fiscalização serem quase escassos, uma vez que o
Tribunal Administrativo, em média, audita um município por ano, mostram o nível de debilidade
em que se encontram as finanças locais. Actualmente, o modelo de descentralização para prever
o que se espera nos governos provinciais a serem eleitos no pleito eleitoral de Outubro de 2019 é
o das autarquias. As autarquias foram criadas num processo gradual que visa a transformação de
vilas e povoações em novas autarquias, por se acreditar que poderiam melhorar a qualidade de
vida dos cidadãos, o mesmo pressuposto usado para a eleição dos governos provinciais através
do estímulo à governação participativa. Os presidentes dos conselhos e assembleias municipais
são eleitos periodicamente e espera-se que tenham autonomia administrativa e financeira.
Algumas análises sobre o contexto actual das autarquias mostram que prevalece, ainda, um
regime de concorrência entre o governo municipal e o distrital sendo, ainda, difícil aferir o
volume de recursos fiscais que o Estado gasta através do município ou distrito.

18. Quais são as três variáveis agregadas na metodologia do cálculo do IDH?


R: Construído através de metodologia básica idêntica à utilizada na construção do IDH,
incorpora um conjunto maior de indicadores de desempenho socioeconómico, de modo a captar,
da forma mais abrangente possível, o processo de desenvolvimento social. A questão básica se
resume ao fato do IDH ter sido inicialmente idealizado para ser calculado para uma sociedade
razoavelmente fechada, tanto do ponto de vista económico (no sentido de que os membros da
sociedade são os proprietários de, essencialmente, todos os factores de produção) quanto do
ponto de vista demográfico (no sentido de que não há migração temporária), o que certamente
não oferece uma caracterização adequada de um município. A RFPC do município de
Quelimane, pelo Censo de 2018, era de 1,74 salários mínimos de set/91. Nesta data, o valor do
sal. mínimo era de 102 US$ Logo, a RFPC de Quelimane = 5225 mts mts .
 O primeiro passo é transformar a RFPC em US$ para mts (paridade de poder de compra).
Para isto, adoptou-se como factor de conversão a relação entre o valor do PIB per capita
anual de Moçambique em 2018 em US$ fornecido pelo Relatório do PNUD (=102) e o
valor da renda per capita mensal de Moçambique em 2018, de 6528 mts. Obtém-se,
assim, um factor de conversão de 0,80004.
Exemplo- Quelimane: RFPC = y = 6528 * 0,80004 = 5225 mts./Ano.
 O segundo passo é aplicar um redutor sobre o valor da renda per capita (y) de forma a
considerar a utilidade marginal decrescente da renda, obtendo-se a RFPC-ajustada
(W(y)). Segundo a metodologia antiga do PNUD, este redutor passava a incidir a partir
de valores superiores ao PIB per capita médio mundial (y* = 102US$ em 2018), de
acordo com a fórmula: W(y) = y para 0<y<y*
W(y) = y* + 2(y-y*)½ para y*<y<2y* W(y) = y* + 2 (y*)½ + 3(y-2y*)1/3 para
2y*<y<3y* e assim por diante. Exemplo-Quelimane: Para Quelimane, y*<y<2y*.
Portanto, W(y) = 5225 + 2 (1250 – 5120)½ W(y) = 5120 + 85,6 = 5205,6
 O terceiro passo é calcular o IDH-Renda. No Relatório do PNUD de 2019, com o qual se
buscou a comparabilidade, foram tomados como valores-limites para o PIB per 5225 mts
e US$ 102. O limite de US$ 20000, quando ajustado pela fórmula acima, resulta no valor
de US$ 2055,5. O IDH-Renda é então calculado pela fórmula: IDH-Renda = (W (y) –
102) / (5225 – 102)
Exemplo-Quelimane: IDH-Renda = (5225 – 102) / (12554 – 102) = 0,4114198522
19- A pobreza tem varias causas, uma delas são os factores naturais, de forma resumida
diga como Moçambique poderia fazer face as estes para poder mitigar os níveis actuais da
pobreza.

R: O Plano de Acção para Redução da Pobreza (PARP) apresenta a estabilidade monetária


(contenção do crescimento do nível geral de preços abaixo de um dígito) como um pilar para o
suporte das políticas de combate a pobreza. Este papel é derivado do entendimento de que a
estabilidade do nível geral de preços protege o poder de compra dos pobres e estimula o
crescimento (condição necessária para redução da pobreza) através da redução dos níveis de
incerteza promovendo o investimento e consumo. Este artigo argumenta que uma política
monetária focada no controlo da inflação agregada abaixo de um dígito (através de medidas de
restrição da procura a curto prazo) não responde às questões cruciais relacionadas nem com o
custo de vida dos grupos de menor rendimento nem com os desafios de construção de um padrão
de crescimento que seja mais eficaz na redução da pobreza. No que diz respeito à contenção
geral dos preços, a política monetária do Banco Central não distingue entre níveis agregados de
inflação e a inflação de bens e serviços básicos de amplo consumo, em especial de comida. A
inflação de bens e serviços básicos de amplo consumo é o mecanismo de transmissão entre
pobreza e preços e é um indicador mais preciso do rendimento real das camadas sociais de baixo
rendimento, cuja despesa é concentrada em bens e serviços básicos, em especial alimentos.
Também não questiona como é distribuído, entre grupos sociais e de consumo, o fardo da
redução do consumo para tão pouco considera a possibilidade de a redução do consumo de bens
e serviços básicos para as camadas sociais de baixo rendimento ser insustentável do ponto de
vista económico e social.
Para discutir estas questões, o artigo começa por apresentar, na secção seguinte, a concepção do
papel da política monetária no PARP. De seguida, o artigo analisa esta concepção evidenciando
questões fundamentais que devem ser equacionadas para colocar instrumentos monetários ao
serviço da transição económica para um crescimento mais efectivo na redução da pobreza. A
última secção sumariza os desafios para política monetária no país. Mostra que as pressões
inflacionárias na economia são explicadas pela natureza extractiva e porosa da economia
(elevada dependência de importações, sobretudo de alimentos, e fraca capacidade de retenção da
riqueza gerada no país).
A gestão da política monetária em Moçambique tem como principal objectivo o controlo do
nível de preços. Este objectivo é estipulado num contexto em que a maior parte dos produtos que
fazem parte do cabaz básico de consumo são importados, a economia sofre de défice crónico da
balança de transacções correntes e as fontes de receitas de moeda externa da economia são
concentradas e voláteis (cerca de 90% das exportações provêm de nove produtos primários e de
recursos naturais cujos preços no mercado internacional são voláteis).

20- Sendo Moçambique um pais que possui variedades de recursos naturais, que contributo
acha que esses possam ter na economia do País?

R: Moçambique está a conhecer importantes transformações sociais, económicas, políticas e


ambientais, decorrentes da descoberta e exploração de recursos naturais, com destaque para os
minerais que representam uma oportunidade para tornar a economia nacional mais competitiva.
Moçambique é hoje palco de “descobertas” e da exploração de recursos minerais e energéticos,
com destaque para jazidas de gás natural e petróleo, a que vêm juntar-se as de carvão mineral,
factores que impulsionam o crescimento económico do país. O interesse de empresas
transnacionais mineiras e petrolíferas na exploração desses recursos é enorme, aumentando a
expectativa quanto ao futuro do país. A despeito dessas descobertas, o paradoxo da pobreza
reforça o potencial de conflitos sociais e políticos, facto que contribui negativamente no processo
de democratização em Moçambique. Na maioria dos países africanos bafejados pelos recursos
naturais, a sua exploração não conseguiu dissolver as desigualdades sociais insolentes, entre os
conflitos étnicos-tribais, devido à instabilidade político-militar e socioeconómica, ao ponto de
alguns evocarem mesmo a existência de uma maldição. Importa objectivamente esmiuçar, com
base nos exemplos dos países seleccionados, as perspectivas de desenvolvimento democrático
que se desenham para o novo “El Dorado” (Moçambique) com a existência e descobertas de
vastos recursos naturais. A conclusão a que chegámos é de que esses recursos constituem uma
dádiva e ao mesmo tempo uma oportunidade para o governo moçambicano resolver os
problemas sociais e estruturais existentes.

Em nosso entender, os recursos humanos e os recursos naturais são deveras importantes para
promover o crescimento material, mas se esses imperativos de desenvolvimento não forem
acompanhados de mecanismos de reforço de protecção social, sobretudo dos destinados às
camadas mais vulneráveis do conjunto da população moçambicana.

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