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SERVIÇO SOCIAL E TERCEIRO SETOR Relações Reais e Relações Possíveis PDF
SERVIÇO SOCIAL E TERCEIRO SETOR Relações Reais e Relações Possíveis PDF
A obra Serviço Social e Terceiro Setor de Roberto Novaes Xavier de Lima foi licenciada com
uma LicençaCreative Commons - Atribuição - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Petrópolis
2010
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Petrópolis
2010
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AGRADECIMENTOS
À Tia Zó e Tio Zé, aos primos Chico e André, pelo apreço à Filosofia,
além do carinho com os budingas;
Darcy Ribeiro
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RESUMO
O presente estudo tem por objetivo geral, refletir sobre as relações presentes e as
relações possíveis entre o Serviço Social e o Terceiro Setor, com ênfase nas
funções gerenciais, a partir de pesquisa realizada sobre a atuação de três
instituições da Baixada Fluminense e Região Serrana do estado do Rio. A análise foi
construída a partir de pesquisas bibliográficas de diversos autores, além de
relatórios de atividades de algumas instituições e da legislação pertinente.
Concomitantemente, este estudo realizou entrevistas, compostas de questionário
aberto, com dirigentes, colaboradores e usuários dos serviços prestados pelas três
entidades avaliadas, mantendo inclusive os solecismos originais, além de pesquisa
empírica, de caráter qualitativo e apreensões tomadas a partir das vivências do
campo de estágio, além de observações e análises construídas durante três anos de
atuação profissional em uma destas instituições. A reflexão, presente em todo o
processo de construção deste esforço, se efetivou, com maior relevância sobre
aspectos pertinentes à formação acadêmica e qualificação profissional, caráter
autoritário do poder institucional, desempenho geral das entidades, novas
alternativas de configuração do trabalho do assistente social, além de reflexões
sobre as relações entre os saberes acadêmicos e populares, construídos a partir de
diálogos horizontais.
NOVAES XAVIER DE LIMA, Roberto. Social service and nonprofit sector: real
relations and possible relations. 2010. 51 pages. Completion of course work
(Bachelor's Degree in Social Work) - Centre for Applied Business and Social
Sciences, University of Northern Parana, Petropolis, 2010.
ABSTRACT
This study aims to generally reflect on the present relationship and the possible
relationships between Social Work and the Third Sector, with emphasis on
managerial functions, from research conducted on the performance of three
institutions in the Baixada Fluminense and mountainous region of the state Rio's
analysis was constructed from literature searches of several authors, as well as
reports of activities of some institutions and the relevant legislation. Concomitantly,
this study conducted interviews, questionnaire composed of open, managers,
developers and users of services provided by the three bodies found, including
keeping the original solecisms, and empirical research, qualitative and seizures made
from the experiences of the field stage, as well as observations and analysis built
during three years of practice in one of these institutions. The thinking in this whole
process of construction of this effort came to fruition, with greater emphasis on
aspects relevant to the academic and professional qualification, authoritarian
character of institutional power overall performance of the entities, new alternative
configuration of the work of social workers, and reflections on the relationship
between academic and popular knowledge, built from horizontal dialogues.
MP Ministério Público
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2 O TERCEIRO SETOR: SIGNIFICADOS ADOTADOS ...................................... 16
3 SERVIÇO SOCIAL: ELUCIDAÇÕES AOS MEIOS EXTRA-ACADÊMICOS .... 25
4 O TERCEIRO SETOR ENQUANTO ESPAÇO SÓCIO-OCUPACIONAL DO
ASSISTENTE SOCIAL ............................................................................................. 32
5 O TERCEIRO SETOR: ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES PESQUISADAS ........ 37
5.1 ENTIDADE A...................................................................................................... 37
5.2 ENTIDADE B...................................................................................................... 46
5.3 ENTIDADE C ..................................................................................................... 51
6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................... 60
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 62
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
SITES CONSULTADOS ........................................................................................... 73
ANEXOS ................................................................................................................... 74
ANEXO A – Questionários ...................................................................................... 75
11
1 INTRODUÇÃO
usuários dos serviços prestados pelas três entidades avaliadas, mantendo inclusive
os solecismos originais. Alguns dados coletados apresentaram a necessidade da
construção de novas questões, especialmente para a interlocução com dirigentes.
Os questionários encontram-se no Anexo I.
Elegemos a pesquisa qualitativa como instrumento mais adequado
aos nossos propósitos, uma vez que, segundo Neves (1996, p. 2):
O estudo revela que, em 2002, havia 276 mil fundações e associações sem
fins lucrativos (FASFIL) no país, empregando 1,5 milhão de pessoas.
Contudo, os dados da pesquisa apontam para uma imensa pluralidade e
heterogeneidade dessas organizações sem fins lucrativos: igrejas, hospitais,
escolas, universidades, associações patronais e profissionais, entidades de
cultura e recreação, meio ambiente, de desenvolvimento e defesa de
direitos, etc.
gênero;
III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com funções
nos vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo
único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.
É neste viés que o Assistente Social deve inserir-se. O terceiro setor para o
Assistente Social é um espaço profissional que deve ser ocupado com
criatividade e competência técnica, teórica e política. Estes são os
pressupostos que devem reger a ação profissional nestas instituições.
Devem não apenas ser um executor de programas ou projetos, mas um
planejador e propositor de políticas públicas que possam vir ao encontro
dos interesses da maioria da população.
5.1 ENTIDADE A
Olha só, eu não tenho faculdade. Nem terminei a oitava série, mas tô
administrando tudo isso há mais de dez anos. Se eu não preciso de
diploma, eles também não precisam. (Sujeito 4A)
Eles (os gestores) quase não aparecem aqui e quando aparecem é pra
atrapalhar. Recebi doação de brinquedos pro Dia das Crianças e não pude
dar porque aquela doação não tinha nenhuma documentação comprovando
que não era de candidato a vereador. Agora os brinquedos tão lá, pegando
poeira. Outra coisa, eu queria fazer oficina de brinquedos de sucata, só que
não deixaram porque pode provocar doenças, que não se sabe por onde
andaram as sucatas... Isso desanima. (Sujeito 8A).
5.2 ENTIDADE B
Tem que ser assim! A família não dá limites! Alguém tem que dar! Sobra pra
gente! Não gosto de agir dessa maneira, mas se não for assim, eles não
aprendem. (Sujeito 2B).
5.3 ENTIDADE C
É muito chato ficar aqui a manhã toda, sem nada pra fazer. Não sei por que
a gente não podia só deixar e buscar. Ia ser ótimo, pelo menos um tempinho
pra sair, resolver algumas coisas sem ter que ficar presa aqui. (Sujeito 4C).
A luta pelo acesso aos direitos passa também pelo cotidiano do profissional,
pois às filas silenciosas, à tramitação burocrática, ao adiamento dos pedidos
é preciso contrapor táticas de comunicação, de agrupamento, de expressão
da insatisfação, de manifestação da palavra, de exigências de respostas
claras, de prestação de contas, de explicações plausíveis. O silêncio diante
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Logo que terminamos o café, ela me chamou querendo saber como foi,
como não foi... Desconversei mesmo! Falei só o indispensável, pra ela ficar
satisfeita e deixar a gente trabalhar em paz. Nossa estratégia é seguir por
etapas: Primeiro, a gente se reúne com os grupos de cada dia da semana,
incentiva as falas, identifica e organiza as questões, junto com eles; Depois
disso, a gente ajuda a reconstituir o conselho; Por último, a mediação,
orientação de como eles podem apresentar as reivindicações, cobrar
respostas sem que isso cause um conflito devastador. (Sujeito 6C).
Uma das táticas pra isso é dar uma dissimulada, mesmo... em relação à
diretoria, só informar o básico e permitir que o conselho disponha de muitos
elementos surpresa no momento de reivindicar. O único fator complicador,
de verdade, é essa carga horária nossa... doze horas por semana... tem que
ter muita inteligência, paciência e criatividade, senão tudo que a gente fizer
pode ser desfeito no dia seguinte. (Sujeito 7C).
Acho que seria o ideal, a gente pode e deve fazer esse projeto, mas não
posso simplesmente fazer e exigir que a direção tome providências. Nem
vejo efetividade nisso. Eles precisam querer. (Sujeito 8C).
Acho que ela centraliza tanto as funções gerenciais que acaba se atolando,
deixando coisas importantes por fazer. Acho que o Serviço Social tem tudo
pra dar conta da administração da ONG, desde que tenha autonomia
suficiente. Tem muitas demandas gerenciais que eles precisam ficar
semanas pesquisando e a gente tem respostas bem mais eficazes na ponta
da língua. Mas eu acho que nós conseguimos dar uns passos importantes,
aqui, que são o programa de estágio e o programa de desenvolvimento
institucional, que ainda precisa ser melhor aceito. Mas acho que, no geral,
nossa melhor contribuição aqui e na maioria das ONGs que eu conheço,
são na assessoria e consultoria; dirigentes de ONGs, normalmente são
muito perdidos na administração. (Sujeito 6C).
6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
assistente social, não apenas nos quadros profissionais das instituições, senão nas
instâncias de poder decisório destas.
O contexto apresentado é digno de intervenção, conforme sugere
Montaño (1997, p. 14):
[...] E para manter uma relação horizontal com as demais disciplinas sociais,
o Serviço Social como um todo deve produzir também conhecimento teórico
científico e não apenas recebê-los de fora (como é costume se fazer
fundamentalmente nas áreas temáticas tradicionais de intervenção
profissional) e, ainda, deve pesquisar a realidade social.
relevantes.
Não perdendo de vista os aspectos que dão o caráter de grande
parte dos profissionais em atuação e, considerando a retração dos postos de
trabalho para assistentes sociais no funcionalismo público, o profissional se encontra
diante de duas alternativas: a da estagnação ou a do desenvolvimento. Sobre esta
última alternativa, Montaño (1997, p. 17) sugere que:
Atuar em uma instituição do terceiro setor não é algo que exija do assistente
social mais do que ele tem para oferecer como profissional. Muito pelo
contrário, este é um dos profissionais mais capacitados para compor as
equipes, principalmente por sua formação ser na área de ciências humanas
e estar preparado para a dimensão técnico-instrumental que o capacita a
formular propostas, planejar, administrar, avaliar políticas sociais, atendendo
demandas com competência.
REFERÊNCIAS
AMARAL. Wagner Roberto do. A ousadia do serviço social no espaço das ONGs.
Serviço Social em Revista. V. 1, N. 1, p. 131-138. Jul./dez. 1998. Disponível em
http://www.ssrevista.uel.br/n1v1.pdf. Acesso em: 11 mar. 2010.
BRAUN, Edna; SIKORSKI, Daniela. Serviço social e terceiro setor. São Paulo,
Pearson education do Brasil: 2009.
70
LOPES, José Rogério. Terceiro setor: a organização das políticas sociais e a nova
esfera pública. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
88392004000300007&script=sci_arttext. Acesso em: 26 jan. 2010.
71
NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e serviço social. 2 Ed. São Paulo:
Ed. Cortez, 1992.
NETTO, José Paulo. Ditadura e serviço social. Uma análise do serviço social no
Brasil pós-64. 8 Ed. São Paulo: Cortez, 2005.
RIBEIRO, Darcy. O Brasil como problema. 2 Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1995.
SITES CONSULTADOS
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ANEXOS
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ANEXO A – Questionários
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