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PEDAGOGIA SOCIAL: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A ATUAÇÃO


DO PEDAGOGO EM ONGs DA GRANDE VITÓRIA1

Kamila Boecker2
Mayra Pimentel Gomes2
Natan Cozendey Antunes²
Edileuza Maria da Silva Domingos Ferreira3

RESUMO

O presente estudo busca investigar qual o papel do pedagogo social dentro das organizações
não governamentais (ONGs), quais são as suas atribuições profissionais e os desafios para sua
atuação. Mesmo antes da aprovação das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso
de Pedagogia, que aponta para a formação e atuação do pedagogo em diferentes espaços
educativos, alguns pedagogos já atuavam em outros locais além do espaço escolar, contudo,
pouco se fala desses diferentes ambientes de atuação. Nosso estudo parte da educação formal
e não formal, passando pela pedagogia social, pela formação do pedagogo no Brasil, para
adentrar no terceiro setor, com destaque para a atuação do pedagogo em algumas ONGs que
desenvolvem trabalhos com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Nesse percurso, utilizamos pesquisa de campo, de caráter qualitativo e exploratório,
considerando os procedimentos a serem adotados para a obtenção e análise de dados,
entrevistando as equipes de trabalho de três ONGs localizadas na Grande Vitória.

Palavras-chave: Formação e atuação do pedagogo. Pedagogia social. ONGs.

INTRODUÇÃO

A formação e o campo de atuação do pedagogo no Brasil sempre estiveram voltados para a


educação formal e para os espaços escolares. O curso de Pedagogia, criado no Brasil em
1939, era destinado a formar professores primários. Com o passar do tempo, sofreu
transformações e passou a formar profissionais da educação com novos perfis para outros
espaços educativos. A escola continua sendo indispensável, mas a sociedade possui inúmeros
espaços educativos. Com isso a atuação do pedagogo não fica restrita apenas aos espaços
escolares, ganhando espaços em vários âmbitos e de variadas formas.

1
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às Faculdades Integradas São Pedro – FAESA, como requisito
parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
2 Formandos em Pedagogia pelas Faculdades Integradas São Pedro – FAESA.
3 Professora orientadora. Mestre em Educação; Professora das Faculdades Integradas São Pedro – FAESA;
Pedagoga na Prefeitura Municipal de Vitória-ES.
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A inserção do pedagogo nos espaços de educação não formal, embora não seja algo recente,
no Brasil ainda é tímida e limitada. Muitos profissionais ainda desconhecem as possibilidades
de atuação do pedagogo fora do espaço escolar. No mercado de trabalho, uma área que
apresenta diferentes oportunidades de atuação é a pedagogia social, principalmente por se
desenvolver em espaços não escolares.
Segundo Gonh (2000, p. 37), “o pedagogo não deve se restringir à docência escolar, sua
prática também pode ser social.” A autora define a educação não formal como sendo
aquela que aborda processos educativos fora da escola e dentro de movimentos sociais,
organizações não governamentais e entidades sem fins lucrativos.
Com as frequentes mudanças e transformações da sociedade, é importante refletirmos sobre
os caminhos da educação e da atuação do pedagogo, que necessita ter uma formação
abrangente, que permita várias possibilidades de atuação, mas não apenas no espaço escolar,
como se esta fosse a única forma de educação existente.
O objetivo geral deste trabalho é buscar compreender qual a função do pedagogo nas ONGs e a
importância do seu trabalho para o desenvolvimento das atividades educativas nesse espaço.
Esta pesquisa se justifica pelo interesse em aprofundar os estudos sobre a temática que surgiu
dos questionamentos realizados por um dos componentes do grupo que atuava na área. Este
trabalho tem a finalidade de mostrar que existe outro campo de atuação do pedagogo e que tem
grande importância para o desenvolvimento do sujeito atendido pelo seu trabalho como
pedagogo social, Por meio desta temática tem-se o interesse de buscar respostas aos
questionamentos, além de se observar o desconhecimento do trabalho desenvolvido pelo
pedagogo social e, consequentemente, sua desvalorização profissional. A partir das leituras
realizadas observamos que existem poucos estudos relacionados ao tema, sendo este de grande
importância para quem tem interesse na área.

Dessa forma, temos como prioridade, conhecer a pedagogia social, a formação e atuação do
pedagogo e sua inserção nas ONGs, mais especificamente, conhecendo suas atribuições nesse
espaço de trabalho educativo não escolar.
Acreditamos que a realização de estudos e pesquisas que revelem o cotidiano de um pedagogo
fora do espaço escolar contribui para a valorização de seu trabalho, definindo melhor suas
atribuições e, consequentemente, o reconhecimento desse campo de atuação profissional.
Esse trabalho tem a finalidade de mostrar que existem outras possibilidades de atuação do
pedagogo, tendo grande importância para o desenvolvimento da sociedade, sendo capaz de
integrar a comunidade e pessoas excluídas e/ou esquecidas pelo sistema, tornando-os cidadãos
participativos das atividades que se estabelece dentro do ambiente que está inserido.
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CONTEXTUALIZANDO A PEDAGOGIA SOCIAL E A EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL
De acordo com Pimenta (2002), a pedagogia social pode ser definida como a teoria geral da
educação social que é a área de conhecimento da ciência da educação, que constitui a base
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teórica para as práticas da educação popular, educação sócio comunitárias e práticas de


educação não escolares. Ela se configura como uma intervenção social que é realizada através
de estratégias e conteúdos educativos, procurando trazer a promoção do bem-estar, melhoria
na qualidade de vida e garantido os direitos para uma melhor vida comunitária.
O termo Pedagogia Social surgiu em 1984, quando Karl Marger utilizou pela primeira vez em
uma revista com o objetivo inicial de caracterizar o conceito de “ajuda à juventude”, isto é,
ajuda educativa, profissional e cultural (CAMORS, 2009).
A pedagogia social tem como objetivo conhecer o indivíduo para melhor agir sobre ele,
independente da situação. Segundo Esteban (2004, p. 02), “a globalização econômica e a
mundialização condicionam as ações em nível educativo”. De acordo com esse autor, a
sociedade da mídia tem modificado os espaços educativos e as instituições escolares.
A pedagogia social se diferencia da pedagogia escolar. Uma das razões pelas quais isso ocorre
é que a educação social tende a prover o que a educação escolar não consegue.
O objetivo da pedagogia social é o de inserir aqueles que são menos favorecidos na sociedade,
levando-os a ter uma melhor condição de bem-estar, de conviver melhor e exercer sua
cidadania de forma participativa, superando as condições de sofrimento.
Para um melhor entendimento da pedagogia social é necessário compreendê-la. Segundo
Caliman,
A pedagogia social é uma ciência, normativa, descritiva, que orienta a prática
sociopedagógica voltada para indivíduos ou grupos que precisam de apoio e ajuda
em suas necessidades, ajudando-os a administrarem seus riscos através da produção
de tecnologia e metodologias socioeducativas e do suporte de estruturas
institucionais (CALIMAN, 2009, p. 889).

Nesta citação, Caliman posiciona a pedagogia social como uma ciência transformadora em
que se aplicam métodos de pesquisa empregados por outras ciências humanas, tais como
Sociologia, Psicologia, Antropologia entre outros. Tal ciência proporciona meios para
solucionar e enfrentar as necessidades da sociedade, transformando assim a vida dos sujeitos.
Pode-se constatar que a pedagogia social é uma ciência unida à prática e não apenas uma
teoria, perpassando assim todos os setores da sociedade, no sentido de melhoria do cotidiano
tornando a convivência social humanamente possível para todos, viabilizando principalmente
uma alternativa de educação nos espaços não escolares, tendo em vista a inclusão dos que
estão à margem da sociedade.
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Existe uma diferença entre educação social e pedagogia social. Segundo Esteban (2004, p.
11):
A pedagogia social constitui disciplina científica, enquanto a educação social
constitui a ação, um espaço de intervenção pública. Até pouco tempo, a educação
social era considerada informal, sem regras; sendo a educação e a pedagogia
“autênticas” remetida somente ao sistema educativo.

Dessa forma, podemos dizer que a pedagogia social entrelaça a teoria e a prática, a teoria
enriquecendo a prática e vice-versa. Enquanto a educação social está mais relacionada as
ações práticas com a finalidade de promover mudança, já a educação formal seria considerada
aquela estruturada, organizada, planejada intencionalmente, sistemática. Portanto, observando
esse conceito temos como principal educação formal a educação escolar convencional. Mas
existem muitos outros lugares que fornecem a educação formal como: educação de adultos,
educação sindical, a educação profissional, entre outros, desde que nelas esteja presente a
intencionalidade e atributos que caracterizem um trabalho didático-pedagógico.
A educação social é constituída de atividades de carácter intencional, mas com baixo grau de
estruturação e sistematização. Nela obtemos as relações pedagógicas, mas não formalizadas.
Temos como exemplo de educação não formal os movimentos sociais organizados no campo,
uma associação de bairro, organizações não governamentais entre outros. Para Nassif (1980,
p. 277), a educação não formal é “o processo contínuo de aquisição de conhecimentos e
competências que não se localizam em nenhum quadro educacional”.
Hoje a pedagogia social é desenvolvida na ação humana voltada para pessoas que se
encontram em condições de vulnerabilidade social como: pobreza, drogas, do abandono e da
indiferença social. Caliman (2009, p. 54) afirma que o trabalho da pedagogia social se realiza
“dentro de intervenções educativas intencionais e não formais, e é organizada fora das
normais agências educativas, como a escolar e a familiar, embora não exclua essas duas
instituições de sua metodologia”.
Diante desse tão importante trabalho da pedagogia social nos perguntamos qual a importância
da presença do pedagogo nesse espaço? Buscamos em Libâneo algumas referências:
O trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é
trabalho docente. Um professor é um pedagogo, mas nem todo pedagogo precisa ser
professor. Isso de modo algum leva a secundarizar à docência, pois não estamos
falando de hegemonia ou relação de precedência entre campos científicos ou de
atividade profissional. Trata-se, sim, de uma epistemologia do conhecimento
pedagógico. [...]. Precisamente pela abrangência maior do campo conceitual e prático
da Pedagogia como reflexão sistemática sobre o campo educativo, pode-se reconhecer
na prática social uma imensa variedade de práticas educativas, portanto uma
diversidade de práticas pedagógicas. Em decorrência, é pedagoga toda pessoa que lida
com algum tipo de prática educativa relacionada com o mundo dos saberes e modos
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de ação, não restritos à escola. A formação de educadores extrapola, pois, o âmbito


escolar formal, abrangendo também esferas mais amplas da educação não-formal e
formal. Assim, a formação profissional do pedagogo pode desdobrar-se em múltiplas
especializações profissionais, sendo a docência uma entre elas. (LIBÂNEO, 2006, p.
07).

Libâneo afirma que nem todo pedagogo precisa ser professor, a docência é apenas uma forma
de atuação para este profissional. E ainda afirma que é pedagogo todo aquele que lida com
algum tipo de prática educativa, citamos como exemplo a educação social, que se faz presente
em todos os meios envolvidos na vida do ser humano, visto que a sociedade de hoje é
pedagógica, existindo processos educativos em todos os espaços possíveis. A educação social
(não formal) de maneira alguma exclui ou renega a educação formal, pelo contrário,
complementam-se, com o objetivo de transformar e construir uma sociedade mais justa e
igualitária, levando as pessoas a serem cidadãos críticos, sujeitos de opinião. É dentro dessa
vertente de atuação do pedagogo que precisamos entender mais um pouco sobre sua formação
profissional ao longo da história do curso de Pedagogia no Brasil.

A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NO BRASIL E SEUS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO


PROFISSIONAL
O curso de Pedagogia foi criado no Brasil em quatro de abril de 1939. Ao longo de sua
história podemos citar quatro marcos legais, que foram essenciais para a existência do curso e
sua adequação às demandas de formação de profissionais para o mercado de trabalho.
O primeiro marco legal data de 1939, quando o Governo Federal promulgou o Decreto-Lei nº
1.190/39, assim criando o curso de Pedagogia junto com a Faculdade Nacional de Filosofia
(FNFI). O ano de 1930 teve importantes iniciativas no campo da educação, o curso visava a
formação de bacharéis em pedagogia, no qual o bacharel era formado em curso com duração
de três anos, para se licenciar teria que completar seus estudos com mais um ano de curso de
didática. Os bacharéis em pedagogia atuariam em cargos técnicos de educação e os
licenciados estariam habilitados ao magistério no ensino secundário e normal. Depois de
licenciado o pedagogo iria poder lecionar nas escolas.
O segundo marco legal data de 1962, com a aprovação do Parecer CFE 251/62, estabelecendo
um novo currículo para o curso, além da duração que também foi modificada. Mesmo com
essas mudanças o curso permaneceu com sua dualidade de bacharelado versus licenciatura.
O terceiro marco legal data de 1969, com a aprovação do Parecer CFE 252/69, junto com a
Resolução nº 2/69, novamente instituindo um currículo mínimo e modificando a duração para
o curso de Pedagogia. Essa mudança trouxe habilitações técnicas, especializando o mesmo
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para trabalhos de planejamento, supervisão, administração e orientação educacional definindo


o perfil do pedagogo, incrementando também a disciplina de didática.
Neste marco foram estabelecidas mudanças no curso, que passou a ter um currículo mínimo e
uma duração diferente de término, formando especialistas com intuito aos trabalhos de
planejamento. Então o curso de Pedagogia se tornou definido por um conjunto de habilidades,
que manteve a formação de professores para o ensino normal, e inseriu as habilidades para
formação de especialistas responsáveis para efetuar os trabalhos de planejamentos, orientação,
supervisão e administração, sendo esse um grande meio para identificação do pedagogo.
A didática antes era um curso que pertencia à grade curricular de Pedagogia, quem se
interessasse cursava-o a parte. Dentro desse marco passou a ser uma disciplina obrigatória.
Em 1968 surgiu a Reforma Universitária qual possibilitou mudanças significativas para o
curso de Pedagogia. Passando este, a integrar à Faculdade de Educação, e não somente a
Faculdade de Filosofia. Nesse marco foi abolido o bacharel.
O quarto marco legal, com a aprovação da Resolução CNE nº 1, de 10/04/2006, que instituiu
as Diretrizes Curriculares Nacionais inaugurando uma inovadora fase para o curso de
Pedagogia. O pedagogo vem a ser a partir de então um profissional capacitado para atuar em
diferentes contextos educacionais, sejam eles escolares ou não escolares.
Em relação à formação dos profissionais de educação, nesse marco teve um passo em que o
pedagogo começa a se inteirar do papel de um profissional estruturado, para sua atuação no
ensino, na organização e na gestão pedagógica.
Hoje percebemos que o pedagogo tem muitos lugares para atuar, dentre eles podemos
destacar as ONGs, espaço privilegiado da educação social.
Segundo Faria (1992 p. 4), “as ONGs são organizações formadas pela sociedade, sem ter
algum tipo de lucro, e que tem como objetivo resolver algum problema da sociedade seja ele
econômico, racial, ambiental [...]”. Sendo assim, qualquer organização, seja ela uma
fundação, associação ou instituição, entra nessa categoria quando tem como fim maior a não
geração de lucro, mas sim a prestação de serviços para a comunidade em geral.
Faz-se necessário pensar então qual o papel que o pedagogo pode realizar dentro destas
organizações. Como veremos mais adiante, as funções são as mais variadas. Além de
organizar as ações da instituição, também realiza várias atividades pedagógicas, ofertando
oficinais diversas, como de artesanatos, danças, esportes, artes, aulas de reforço escolar entre
outros serviços oferecidos pela ONG. Contudo, observa-se que o papel do pedagogo nessas
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instituições visa o caráter social, com o objetivo de trazer melhoria para o sujeito atendido e
para a comunidade.

A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO TERCEIRO SETOR

No Brasil podemos observar um aumento significativo do terceiro setor. Nesta classificação, o


primeiro setor é representado pelo governo, responsável pelos atos do Estado (distrito federal,
município, estado e federação). O segundo setor é formado pelas empresas privadas, que tem
por objetivo o aumento de seus lucros; e o terceiro setor é formado pelas organizações e
instituições sem fins lucrativos, que se preocupam com as questões sociais e de cidadania,
proporcionando melhorias e mudanças e lutando pela sociedade.
Não se tem uma definição exata de quando surgiu o terceiro setor, mas muitas pesquisas
apontam que no Brasil se iniciou ao findar o século XIX, com os trabalhos das igrejas,
ficando em evidência a Igreja Católica, que mesmo estando relacionada ao terceiro setor,
recebia uma ajuda do Estado, sendo a principal responsável por ajudar às comunidades que
não eram assistidas pelas políticas sociais básicas, como saúde e educação. Com o passar dos
anos, foram surgindo outras religiões e instituições que deram continuidade a este
atendimento, realizando também trabalhos de caridade, trazendo assistência às comunidades
mais necessitadas.
As organizações não governamentais no Brasil ganharam destaque e força ao fim do período
da ditadura militar, sendo que ficou em maior evidência a partir dos anos 70 e 80, tendo como
alvo principal a democracia e a defesa dos direitos dos cidadãos. A partir dos anos 90, as
ONGs receberam destaque total, ganhando grande repercussão nas mídias e chamando a
atenção de alguns estudiosos. O discurso recorrente era que as atividades realizadas pelas
ONGs deveriam ser realizadas pelo poder público, conforme afirma a especialista da UFRJ,
Hebe Gonçalves (1966), em uma entrevista à rádio Câmara Notícias:
Na verdade, o que a gente tem hoje, e em particular, no Brasil, é um número
expressivo de organizações não-governamentais, que atua fazendo aquilo que é
eminentemente público. Essa expansão coincidiu, no Brasil, com a expansão da face
neoliberal do estado, e muitas ONGs passaram a cumprir aquilo que fosse função
precípua do estado. Eu me refiro, por exemplo, à área da infância e adolescência,
que é a área que eu conheço bem de perto, em que muitos programas, hoje, são
delegados a organizações não-governamentais.

Essas instituições têm atendido um grande público nas comunidades em que atuam, mas
pode-se observar que a maioria das organizações atende um número excessivo de pessoas,
sendo que muitas dessas ONGs não têm funcionários, mas sim pessoas que se dispõe a
trabalhar de forma voluntária para ajudar a sociedade. Além disso, muitas delas sobrevivem
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apenas com as doações realizadas por algumas instituições públicas ou privadas, além dos
fundadores e alguns colaboradores das mesmas.
O crescimento do terceiro setor no Brasil fortalece o comprometimento das pessoas para com
a cidadania e provoca a conscientização sobre a responsabilidade social. Pesquisas realizadas
destacam que no Brasil existem aproximadamente 200 mil ONGs que, além das ajudas de
empresas privadas, também são mantidas e conveniadas a órgãos públicos. Muitas ONGs não
conseguem se manter por falta de recursos, passando assim por muitas dificuldades para
atender o público-alvo e acabam deixando de existir por falta dos recursos necessários.
Discorrendo sobre o significado das ONGs, Navarro (1999, p. 81), argumenta:
[...] ONG seria um grupo social organizado, sem fins lucrativos, constituído formal e
autonomamente, caracterizado por ações de solidariedade no campo das políticas
públicas e pelo legítimo exercício de pressões políticas em proveito de populações
excluídas das condições da cidadania. (NAVARRO, 1999, p. 81).

Este também é o conceito defendido pela Associação Brasileira de Organizações Não-


Governamentais (ABONG).
As instituições não governamentais vêm para ajudar a sociedade, fazer das pessoas cidadãos e
sujeitos de opinião. Para que isso aconteça, seria necessário que as instituições escolares se
articulassem com essas ONGs para alcançar um resultado mais positivo. De acordo com Gohn
(2005, p. 15), “é preciso agregar ao ensino formal, ministrado nas escolas, conteúdos da
educação não formal, como os conhecimentos relativos a situação social, a origem cultural
dos alunos etc.” Desta forma seria realizado um trabalho mais produtivo, pois seria reforçado
nos dois ambientes o mesmo aprendizado não deixando que a parte social fique apenas
relacionada às ONGs mas que a escola caminhe junto. Nesta colocação podemos observar a
importância de um pedagogo que atue dentro dessas ONGs, para que seja realizado um
trabalho mais produtivo, pois, através da formação deste profissional seria possível um
desenvolvimento maior no trabalho realizado pela instituição, principalmente naquelas que
atuam com atendimento a crianças e adolescentes, não deixando de lembrar que o pedagogo
também pode colaborar de forma positiva com as necessidades da comunidade em geral.
Dessa forma, o pedagogo trabalha com o objetivo de inserir e organizar a prática educativa
nas ONGs. As atividades desenvolvidas por ele são realizadas em grupos, organizados a partir
de percursos, de modo a garantir aquisições progressivas aos usuários do espaço, de acordo
com sua idade e experiências de vida, prevenindo a recorrência de situações de
vulnerabilidade social. O trabalho do pedagogo social é uma forma de intervenção social
planejada que cria situações desafiadoras, estimula e orienta os usuários na construção da
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cidadania, contribuindo para a inserção, reinserção e permanência do jovem no sistema


educacional.
Visto que as mudanças das sociedades são constantes, o pedagogo deve sempre renovar suas
práticas para que ele acompanhe as mudanças das instituições e/ou da sociedade na qual está
inserido. Sendo assim, o pedagogo deve estar disposto para agir em total benefício de um
maior desenvolvimento do indivíduo atendido pela ONG. Ele também deve valorizar a cultura
e as formas de aprendizagem do ser humano ajudando na sua construção de vida.

METODOLOGIA

Esta pesquisa tem um caráter qualitativo, considerando os procedimentos adotados para a


obtenção e análise de dados. De acordo com Richardson (1989, p. 29) “este método difere, em
princípio, do quantitativo, à medida que não emprega um instrumental estatístico como base
na análise de um problema, não pretendendo medir ou numerar categorias.” De acordo com
Tesch (1990, p. 55) “Dentro de tal conceito amplo, os dados qualitativos incluem também
informações não expressas em palavras, tais como pinturas, fotografias, desenhos, filmes,
videotapes e até mesmo trilhas sonoras”
Realizamos um estudo de caso de tipo exploratório. De acordo com Gil (1996, p. 117), “o
estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos,
de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível
mediante os outros tipos de delineamentos considerados”. Dessa forma, procuramos
aprofundar nossos estudos sobre a atuação do pedagogo considerando o contexto pesquisado,
tonando um estudo de caso exploratório, pois a pesquisa realizada é especifica e permitiu que
nos familiarizássemos e nos aprofundássemos no assunto.
As instituições visitadas são ONGs que trabalham com crianças e adolescentes com idade
entre 6 e 15 anos, em situação de vulnerabilidade social, ou seja, em situação de isolamento,
trabalho infantil, vivência de violência ou negligência, fora da escola ou com defasagem
escolar superior a dois anos. Todas têm como objetivo contribuir para a inserção, reinserção e
permanência do jovem no sistema educacional, oferecendo um espaço de convivência,
formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia
das crianças e adolescentes a partir de interesses, demandas e potencialidades dessa faixa
etária.
As ONGs visitadas estabelecem que as atividades devam ser pautadas em experiências lúdicas,
culturais e esportivas como formas de expressão, interação, aprendizagem,
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sociabilidade e proteção social. O trabalho oferecido deve incluir crianças e adolescentes com
deficiência, retiradas do trabalho infantil ou submetidos a outras violações de direitos. Aos
usuários, deve oferecer atividades que contribuam para ressignificar vivências de isolamento e
de violação dos direitos, propiciando experiências favorecedoras do desenvolvimento de
sociabilidades e atuando no sentido preventivo de situações de risco social.

Os sujeitos da pesquisa pertencem ao quadro de funcionários das ONGs, sendo eles: o


pedagogo, o assistente social, o coordenador e os educadores sociais. Cada um desses
profissionais falou da atuação do pedagogo social e do trabalho desenvolvido na instituição.

Como instrumentos de pesquisa foram realizados registro das observações das atividades
realizadas pelo pedagogo dentro das ONGs visitadas. Além da aplicação de um questionário a
cada um dos funcionários da instituição sujeitos deste estudo, com o objetivo de obter
informações que venham ampliar nossa compreensão sobre a função do pedagogo social
dentro de uma ONG.

ANÁLISE DE DADOS

A pesquisa foi desenvolvida em três ONGs diferentes da Grande Vitória, localizadas em


Cariacica, Vitória e Serra (uma em cada município). A pesquisa teve como objetivo conhecer
a opinião dos sujeitos quanto ao papel do pedagogo dentro da instituição em que atuam.
As instituições analisadas, que serão identificadas pelas letras A, B e C, trabalham com
crianças e adolescentes em vulnerabilidade social e possuem o mesmo formato de trabalho. O
trabalho lúdico pedagógico é desenvolvido por Assistentes Sociais, Pedagogos e Educadores
Sociais, todos alvos de nossa pesquisa. Dentro das três ONGs pesquisadas existem vários
profissionais formados em Pedagogia, mas apenas em uma ONG o pedagogo foi contratado
para exercer esta função (nas outras eles atuam como educadores ou coordenadores de
projeto).
Sobre a pergunta qual era o objetivo da ONG, em consenso, todos os entrevistados
responderam que é contribuir com o processo de formação de um cidadão consciente,
autônomo e agente transformador de sua comunidade e da sociedade, utilizando atividades
dentro de oficinas lúdicas pedagógicas. Ainda acrescentaram que esse terceiro setor oferece
serviços de convivência e fortalecimento de vínculos com o objetivo de levar essas crianças e
adolescentes à formação de uma consciência crítica.
Acerca da importância do trabalho do pedagogo dentro das ONGs, todos os entrevistados
relataram a grande importância desse profissional para o planejamento e execução de um
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trabalho que objetiva a mudança na conscientização do pensamento crítico. Frison enfatiza


muito bem esse pensamento:
O pedagogo gerencia muito mais do que aprendizagens, gerencia um espaço
comum, o planejamento, a construção e a dinamização de projetos, de cursos, de
materiais didáticos, as relações entre o grupo de alunos ou colaboradores. Isso
significa que não basta possuir inúmeros conhecimentos teóricos sobre determinado
assunto, é preciso saber mobilizá-los adequadamente (FRISON, 2004, p. 89).

Ainda sobre a importância do pedagogo, dentro dessa frente de trabalho, destacamos o relato
de uma Assistente Social da ONG A, que reconhece o trabalho da categoria:
“O pedagogo tem o papel de interação com as crianças. É um trabalho de grande
importância, pois, tudo passa pela Pedagogia, principalmente por se trabalhar em
um ambiente que é voltado para crianças e adolescentes, além de colaborar na
organização, não apenas ficar fazendo recortes, mas também acompanhar o
desenvolvimento das crianças, assim como os educadores, fazer roda de conversa
com crianças para que o pedagogo as conheça melhor”.

Entendemos assim a grande relevância que esse profissional exerce em qualquer área de sua
atuação e, bem particularmente, sua presença significativa dentro das ONGs. Concordamos
assim com Caliman (2009, p. 53), quando diz: “o pedagogo é um homem imerso na realidade
social: percebe a realidade com a sensibilidade educativa e, premido por ela, responde às
demandas emergentes.”
Ainda sobre o trabalho do pedagogo dentro de uma ONG, perguntamos acerca do trabalho
lúdico nas oficinas ministradas e o seu objetivo. 85% dos profissionais em geral sabem o que
significa lúdico e 100% reconhecem a facilidade de trabalhar com materiais lúdicos para
assimilação e facilitação das crianças e adolescentes que possuem dificuldade na escrita e no
aprendizado em geral. Esse material preparado junto com o pedagogo ajuda esses educandos a
entrarem em contato com um mundo imaginário e ao mesmo tempo real, desenvolve suas
habilidades de criar e relacionar-se com novos conhecimentos, com os colegas, com a família
e consigo mesmo.
Observamos então que o lúdico pode contribuir para o desenvolvimento, em qualquer idade e
em qualquer forma de dificuldade apresentada pela criança e pelo adolescente. Essas
atividades parecem apenas brincadeiras para alguns, porém, os profissionais entrevistados
ressaltam que possuem um objetivo motivador. Gonçalves retrata bem essa ludicidade:

Toda brincadeira pode ser manifestação inconsciente do modo pelo qual a criança
viveu, vive ou recorda certas experiências que a perturbam. Certos jogos simbolizam
“vivências internas”. Mas se não conseguimos oferecer um ambiente em que a
criança possa de fato jogar e brincar, de nada vale a decifração do que está sendo
simbolizado (GONÇALVES, 1988, p. 11).
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Perguntamos sobre a satisfação em relação a sua atividade profissional atualmente. Dentre as


ONGs pesquisadas apenas uma havia pedagogo contratado para a função específica (ONG A),
o mesmo respondeu que está satisfeito com a escolha do local e da atividade e afirmou que a
única coisa que o entristece é a baixa remuneração e o pouco reconhecimento da importância
da atividade dentro de espaços não formais de educação.
Acerca dessa satisfação discorre o Assistente Social da ONG C:
“Infelizmente muitas famílias não conhecem a importância da própria existência da
ONG, muito menos o trabalho do pedagogo dentro da instituição. Não sabem como
passam tempo elaborando atividades de engrandecimento para seus filhos. Metade
das famílias nos vê apenas como um local onde podem deixar seus filhos no contra
turno da escola. Os salários da categoria são muito baixos comparados à importância
da atividade”.

Toda profissão, principalmente as que têm como objeto de trabalho o ser humano, tem
desafios a serem superados. Não é diferente para o pedagogo que trabalha com ONGs. Esse
trabalho nos mostrou que muitas pessoas conhecem a prática do pedagogo apenas na
docência, o que dificulta a compreensão da expansão de seu campo de atuação profissional.
Segundo Libâneo,
Pedagogia é uma reflexão teórica a partir e sobre as práticas educativas. Ela
investiga os objetivos sociopolíticos e os meios organizativos e metodológicos de
viabilizar os processos formativos em contextos socioculturais específicos. Portanto,
reduzir a ação pedagógica à docência é produzir um reducionismo conceitual, um
estreitamento do conceito da pedagogia. (LIBÂNEO, 2002, p. 14).

Outra dificuldade frisada pelos profissionais entrevistados é a incapacidade de intervir no seio


familiar, restringindo sua atuação como profissional, conforme relato dos educadores: “O
trabalho traz aspectos relevantes dentro da instituição e, por inúmeras vezes a família não dá
continuidade a esse trabalho, por falta de recursos, de conhecimento ou apenas, por falta de
vontade em ouvir o filho” (Educador da ONG A).
“Pela manhã falamos sobre boa higiene, como manter-se limpo e asseado e a noite, a mãe
deixa o filho dormir sem tomar banho, após ter ido à tarde para a escola e a noite ter
brincado na rua” (Educadora da ONG B).
“São os próprios pais que dificultam nosso trabalho, pois planejamos e ensinamos e quando
se chega em casa isso é desconstruído (Educador da ONG C).
Infelizmente essa é uma realidade encontrada nas ONGs visitadas. Para a maior parte desses
profissionais, lidar com o desafio da formação e transformação humana dentro desse contexto
social, é um grande problema. Quando tratamos das dificuldades na atuação desse pedagogo,
elas sempre existirão. Carneiro e Maciel alertam que:
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O grande desafio a que se submete o pedagogo atualmente é, utilizando-se de


fundamentos de diversas áreas do conhecimento, elaborar categorias de análise para
a apreensão e compreensão de variadas práticas pedagógicas que se desenvolvem em
diversos contextos conforme as relações sociais de nossa época. (CARNEIRO &
MACIEL, 2002, p. 3).

Segundo os autores, o grande desafio é manter o bom trabalho, entendendo sempre o contexto
no qual está inserido cada criança e adolescente, englobando a cultura, a economia e a
religião. Luckesi ainda cita outros desafios:
[...] a sobrevivência, os baixos salários, a violência urbana e rural. [...]. Além desses
desafios diários, há outros de maior grandeza e complexidade, como o caso do [...]
fracasso escolar em larga escala, a sociedade dos meios de comunicação, a
globalização, os fenômenos das pós-modernidades [...] (LUCKESI, 2009, p. 41).

Questionamos sobre a diferença do profissional atuar dentro da escola formal e dentro de uma
ONG. O Assistente Social da ONG A relatou que todos precisam estar preparados e antenados
com a atualidade. O Assistente Social da ONG B relatou que a diferença é que um
profissional precisa limitar-se a conteúdos pré-estabelecidos pelas instituições de ensino e que
a ONG delimita o objetivo do conteúdo, define propostas de atuação, mas não fecha uma
única maneira certa de se chegar ao produto final. Já o Assistente Social da ONG C relata que
a atuação dentro das ONGs se faz ainda mais difícil pelas, quase sempre presentes, limitações
financeiras e pela vulnerabilidade em que estão inseridas as crianças e os adolescentes
atendidos.
Acerca desse assunto, Pinto afirma que:
Tanto a educação formal tem lugar nas escolas, colégios e instituições de ensino
superior, tem currículos e regras de certificação claramente definidos, a educação
não-formal é acima de tudo um processo de aprendizagem social, centrado no
formando/educando, através de atividades que têm lugar fora do sistema de ensino
formal e sendo complementar deste [...] A educação não formal tem, pois, formatos
altamente diferenciados em termos de tempo e localização, número e tipo de
participantes (formandos), equipes de formação, dimensões de aprendizagem e
aplicação dos seus resultados (PINTO, 2005, p. 4).

A pesquisa nos revelou através dos entrevistados que a formação recebida no ensino superior
no curso de Pedagogia é de fundamental importância para sua atuação profissional. Mas eles
ressaltam que o ensino sem a prática não é suficiente. Alguns conceitos são passados aos
alunos, mas a fixação dele e o verdadeiro aprendizado se praticando a educação formal ou a
não-formal. O pedagogo da ONG A diz: “Na faculdade é tudo muito mecânico, devido ter
que seguir um currículo, as coisas já são direcionadas para um fim (educação formal). A
atuação do pedagogo em um espaço não formal ainda não é algo forte a ser estudado no
curso de Pedagogia”.
15

O Assistente Social da ONG A afirma: “Não devemos acreditar que se aprende tudo em sala
de aula, isso é um mito”.
O Assistente da ONG B diz: “Durante a prática precisamos sempre relembrar o que
estudamos e, por vezes, nos remetermos novamente aos livros. Acredito que a faculdade tem
um papel primordial para a formação do profissional, mas esse aluno, desde cedo precisa
saber que tudo depende dele”.
O Assistente Social da ONG C ressalta: “Acredito no esforço do aluno desde o começo”. Por
isso que existem alunos que se destacam mais que outros. Se ele não usar os recursos da
faculdade, nada adianta estar na melhor instituição.
No que diz respeito a esse tema específico, ressaltamos a citação de Franco:
O pedagogo será aquele profissional capaz de mediar teoria pedagógica e práxis
educativa e deverá estar comprometido com a construção de um projeto político
voltado à emancipação dos sujeitos das práxis na busca de novas e significativas
relações sociais desejadas pelos sujeitos (FRANCO, 2003, p. 110).

Assim sendo, Franco afirma que o pedagogo é capaz de unir os grandes conceitos da teoria e
reconhecer que a prática desenvolve o conhecimento e constrói uma nova práxis profissional.
Entendemos então que o trabalho do pedagogo, dentro das ONGs capixabas, junto a equipe
multidisciplinar que ele constitui, forma um trabalho relevante para a sociedade atual. Uma
sociedade cheia de refrações sociais motivos que dificultam o trabalho, não somente do
pedagogo, mas de tantos outros inúmeros que atuam nesses espaços. O pedagogo social
fortalece o trabalho dos educadores, assistentes sociais, coordenadores e todos os profissionais
que ali estão. Ele está interligado a tudo e todos. Infelizmente também percebemos que o
trabalho e a profissão não são tão valorizados, pois são poucas as ONGs que tem esse
profissional atuando na organização, mesmo que todos reconheçam a necessidade do mesmo
na ONG.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo abordou a importância da participação do profissional de Pedagogia dentro das
instituições do terceiro setor, abordando a Pedagogia Social como educação não-formal.
Vimos a importância da pedagogia social para crianças e adolescentes em vulnerabilidade
social. Conhecemos que a pedagogia social engrandece a cidadania e forma o cidadão
pensante e com visão do mundo contemporâneo. Ainda estudamos que a pedagogia social
busca transformar o conceito que o cidadão tem para seu crescimento e possíveis mudanças.
16

A nossa pesquisa trouxe uma compreensão de que o pedagogo é o profissional da educação


capaz de atuar e ter um papel fundamental no terceiro setor. Percebemos também que
precisamos estudar mais dentro do curso de Pedagogia a pedagogia social e a atuação do
pedagogo nos espaços não escolares.

REFERÊNCIAS

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17 de novembro de 2016.

ANEXO 1

QUESTIONÁRIO APLICADO AO PEDAGOGO SOCIAL


Idade: Sexo: ( ) Masculino ( )Feminino

Instituição que trabalha:

Formação:
18

Há quanto tempo trabalha com pedagogia social?

Carga horaria de trabalho semanal nesta instituição:

1) Qual o objetivo da ONG?

2) Além da escola, em quais outros espaços você acha que o pedagogo pode atuar?

3) Porque você escolheu essa área para atuar?

4) Quais as vantagens e dificuldades do trabalho do pedagogo social?

5) O que faz um pedagogo dentro da ONG?

6) O trabalho do pedagogo pode trazer quais contribuições para a instituição, para


os educandos e para equipe com a qual trabalha?

7) Como e quem consegue parcerias para a ONG?

8) Como você avalia o seu trabalho dentro da instituição?

9) A formação recebida na faculdade te deu uma base suficiente para a atuação dentro de
uma organização não formal? Por que?

10) Qual a diferença de um pedagogo atuar dentro da escola e dentro de uma ONG?

11) As famílias apoiam/participam das atividades desenvolvidas pela ONG? Como?

12) Além de trabalhar com a equipe é realizado algum trabalho do pedagogo com a
comunidade? Quais?

13) Como funciona a relação entre ONG e Escola? Como a escola vê o trabalho da ONG?
Vocês recebem algum apoio da mesma para o desenvolvimento do trabalho?

14) Há diferença do trabalho desenvolvido pelo pedagogo e pelo educador social na


ONG? Quais?
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ANEXO 2

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS EDUCADORES DA ONG

Idade: Sexo: ( ) Masculino ( )Feminino

Instituição que trabalha:

Formação:

Carga horaria de trabalho semanal nesta instituição:

1) Como você vê o trabalho do pedagogo na instituição?

2) O pedagogo fornece o apoio necessário para o desenvolvimento do trabalho do


educadores?

3) Como deve ser o trabalho do pedagogo dentro da instituição?

4) Qual a sua perspectiva real sobre a pedagogia social?

5) Quais as dificuldades que você percebe que interferem no trabalho do pedagogo


dentro da ONG?

6) Você acha necessário um pedagogo atuar dentro de uma ONG? Por quê?

7) As famílias apoiam/participam das atividades desenvolvidas pela ONG? Como?

ANEXO 3

QUESTIONÁRIO APLICADO AO COORDENADOR E ASSISTENTE SOCIAL DA


ONG

Idade: Sexo: ( ) Masculino ( )Feminino

Instituição que trabalha:

Formação:
20

Carga horaria de trabalho semanal nesta instituição:

1) Qual o objetivo da ONG?

2) Como você vê o trabalho do pedagogo dentro da ONG?

3) As Crianças e adolescentes atendidas pela ONG conhecem o trabalho do pedagogo na


instituição?

4) Como deve ser o trabalho do pedagogo dentro da ONG?

5) Observando a atuação do pedagogo quais as dificuldades enfrentadas por ele dentro da


instituição?

6) Você como coordenador/ assistente social vê necessidade de um pedagogo atuando


dentro de uma ONG? Por quê?

7) Quais as exigências necessárias para que uma criança/adolescente seja inserido na


ONG?

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