Você está na página 1de 2

CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA – UNISUAM

Unidade: Bonsucesso Curso: Arquitetura e Urbanismo Turno:


Manhã
Profº.: Fernando Rabello Disciplina: Conservação e
Restauração
Alunas: Beatriz Mozer – Matrícula: 18101016
Geyza Siqueira – Matrícula: 18100374

VIOLLET-LE-DUC
Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc (1814 – 1879) foi um famoso arquiteto
francês, escritor, desenhista, crítico e historiador da arte arquitetônica. Nascido
em Paris, Viollet-le-Duc viveu na França e sofreu grande influência dos eventos
que vinham ocorrendo por toda a Europa – Iluminismo, Revolução Industrial e
Revolução Francesa. Estabeleceu-se na história por ser um dos primeiros
estudiosos a abordar questões referentes ao conceito moderno de restauração.
Iniciou seus estudos em 1830 e entre 1831 e 1833, viajou pela França e
Normandia, inteirando-se sobre a arquitetura medieval, e então desenvolveu
grande interesse pelo estilo gótico. Mais tarde, em 1836, Viollet-le-Duc viajou
pela Itália onde conheceu e estudou a arquitetura clássica. De volta à Paris, em
1840 o arquiteto foi designado, pela Comissão dos Monumentos Históricos,
para restaurar a Igreja de Vézelay. Com uma obra bastante complexa em
mãos, Viollet ganhou notoriedade após sua atuação bem sucedida no projeto,
alavancando sua carreira. A partir de então conquistou diversos trabalhos de
restauração: a catedral de Notre-Dame, a catedral de Amiens, as muralhas de
Carcassonne e a igreja de Saint-Sernin.
Ao mesmo tempo que conquista trabalhos no ramo da restauração, o também
escritor vai consolidando uma produção através de documentos a respeito de
sua linha de ação e teorias sobre a restauração. Em seus escritos Eugène
Emmanuel Viollet-le-Duc demonstrava conhecimento pela construção e
arquitetura, e constatava que existiam princípios palpáveis por trás da
adequação da forma à função, da estrutura à forma e da ornamentação ao
conjunto.
Na prática sua concepção de um projeto de restauro seguia uma linha de
“modelo ideal”, onde todos os acrescentos de épocas anteriores deveriam ser
removidos e restituídos ao projeto original. Portanto para Viollet-le-Duc, cada
elemento arquitetônico possuía uma função distinta e ao possibilitar elementos
de épocas anteriores no projeto, o edifício não funcionava completamente, não
formando um “sistema lógico, perfeito e fechado em si”. Para isso o arquiteto
fazia um estudo profundo do monumento a ser restaurado, através de fotos,
desenhos, textos e ainda analisava edifícios do mesmo período, na tentativa de
compreender suas formas características, linguagens e técnicas utilizadas.
É neste contexto que Viollet-le-Duc explica a origem e o conceito do termo,
através de um verbete chamado “Restauração”, publicado no Dictionnaire
Raisonné de l´Architecture Française du XIe au XVIe Siécle - uma de suas
obras escritas que mais teve repercussão, tanto na França quanto no exterior.
Nele Viollet dizia: “Restauração”, que constatava sua linha teórica sobre o
assunto, “RESTAURAÇÃO: A palavra e o assunto são modernos. Restaurar
um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um
estado completo que pode não ter existido nunca em um dado momento”
(p.29).
É neste contexto que posteriormente sua teoria ficou conhecida como “Teoria
do restauro estilístico”, onde cada elemento arquitetônico está atrelado à um
conjunto, contribuindo para o edifício como um todo.
Sua teoria foi considerada por muitos incisiva, devido a imparcialidade em seus
trabalhos, pois Viollet intervinha com base em um modelo que o mesmo
considerava ideal e adequado ao projeto, muitas vezes propondo soluções que
não respeitava a história do edifício. Entretanto, é inegável que suas
formulações deixaram marcas na história quanto a aplicabilidade do restauro
em um edifício, como por exemplo, o estudo do projeto original como fonte de
conhecimento para a própria restauração; a importância do detalhamento das
condições atuais do projeto; a restauração não só da funcionabilidade do
edifício, como também da sua aparência.

Você também pode gostar