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ATUALIZAÇÃO CICLOS – 1º TRIMESTRE 2016

CONSTITUCIONAL:

 ADPF: Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental


(ADPF) contra decisão judicial transitada em julgado. Este instituto de controle
concentrado de constitucionalidade não tem como função desconstituir a coisa
julgada. STF. Decisão monocrática. ADPF 81 MC, Rel. Min. Celso de Mello,
julgado em 27/10/2015 (Info 810).

 DIREITO À SAÚDE: "É constitucional a regra que veda, no âmbito do


Sistema Único de Saúde - SUS, a internação em acomodações superiores,
bem como o atendimento diferenciado por médico do próprio SUS, ou por
médico conveniado, mediante o pagamento da diferença dos valores
correspondentes." STF. Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 3/12/2015 (repercussão geral) (Info 810)

 INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO: A entrada forçada em domicílio sem


mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em
fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que
dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de
nulidade dos atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 4 e 5/11/2015 (repercussão geral) (Info 806).

 INELEGIBILIDADE: As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, §


7º, da CF, inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições
suplementares. STF. Plenário. RE 843455/DF, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 7/10/2015 (Info 802).

 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: Reclamação contra decisões


proferidas em recurso extraordinário e RE 567.985/MT. Em regra, a decisão
proferida pelo STF em processos individuais (ex: recurso extraordinário,
reclamação) possui eficácia inter partes. No entanto, no caso do RE
567.985/MT, do RE 580963/PR e do Rcl 4374/PE é diferente. Isso porque o
Plenário da Corte Suprema, no julgamento desses processos não apenas
resolveu o conflito individual deduzido naquela causa, mas realizou,
expressamente, a reinterpretação da decisão proferida pelo STF na ADI
1.232/DF. Em outras palavras, a decisão proferida no processo individual
ganhou eficácia erga omnes e efeito vinculante porque reinterpretou e
modificou uma decisão proferida em ADI, que possui tais atributos. Logo, por
ter "substituído" um entendimento do STF que tinha eficácia erga omnes e
efeito vinculante, a nova decisão proferida em sede de controle concreto
ganhou contornos de controle abstrato. Dessa forma, se uma decisão proferida
por outro órgão jurisdicional violar o que foi decidido pelo STF no RE
567.985/MT, no RE 580963/PR e no Rcl 4374/PE caberá reclamação para o
Supremo. Obs: apenas para esclarecer, em 1998, na ADI 1.232/DF, o STF
havia decidido que o § 3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93 era constitucional. Em
2013, ao apreciar novamente o tema no RE 567.985/MT, no RE 580963/PR e
no Rcl 4374/PE, processos individuais julgados em conjunto, o STF mudou de
entendimento e afirmou que o referido § 3º é parcialmente inconstitucional.
STF. Decisão monocrática. Rcl 18636, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
10/11/2015 (Info 813).

 IMPEACHMENT – ADPF 378: Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal


Federal (STF) julgou parcialmente procedente a Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental (ADPF) 378, que discute a validade de dispositivos
da Lei 1.079/1950 que regulamentam o processo de impeachment de
presidente da República. Com o julgamento, firmou-se o entendimento de que
a Câmara dos Deputados apenas dá a autorização para a abertura do
processo de impeachment, cabendo ao Senado fazer juízo inicial de instalação
ou não do procedimento, quando a votação se dará por maioria simples; a
votação para escolha da comissão especial na Câmara deve ser aberta, sendo
ilegítimas as candidaturas avulsas de deputados para sua composição; e o
afastamento de presidente da República ocorre apenas se o Senado abrir o
processo.
 EXTRADIÇÃO (ATUALIZADO NO REVISÃO DE VÉSPERA): A pessoa pode
ser extraditada mesmo que o tratado de extradição firmado entre o Estado
estrangeiro e o Brasil seja posterior ao crime cometido naquele país, mas
desde que o tratado preveja expressamente que as suas disposições também
serão aplicadas aos delitos praticados antes de sua vigência. STF. Decisão
monocrática. PPE 769, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/02/2016 (Info
816)

 PODER EXECUTIVO. IMUNIDADE PENAL RELATIVA. Não é possível


aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Presidente da Câmara dos Deputados,
considerando que a garantia prevista neste dispositivo é destinada
expressamente ao chefe do Poder Executivo da União (Presidente da
República). Desse modo, por se tratar de um dispositivo de natureza restritiva,
não é possível qualquer interpretação que amplie a sua incidência a outras
autoridades, notadamente do Poder Legislativo. STF. Plenário. Inq 3983/DF,
Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816).

 DIREITOS FUNDAMENTAIS. QUEBRA DE SIGILO: As autoridades e os


agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios podem requisitar diretamente das instituições financeiras
informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta
possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi
considerada constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se
caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a
“transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco.

 PODER JUDICIÁRIO. MINISTÉRIO PÚBLICO. O Ministério Público


Estadual possui legitimidade para atuar diretamente no STJ nos processos em
que figurar como parte. O MPE, nos processos em que figurar como parte e
que tramitam no STJ, possui legitimidade para exercer todos os meios
inerentes à defesa de sua pretensão. A função de fiscal da lei no âmbito do
STJ será exercida exclusivamente pelo Ministério Público Federal, por meio
dos Subprocuradores-Gerais da República designados pelo Procurador-Geral
da República. STJ. Corte Especial. EREsp 1.236.822-PR, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 16/12/2015 (Info 576).

 MANDADO DE INJUNÇÃO. O mandado de injunção até junho de 2016 não


possuía regulamentação, e aplicava-se, por analogia, a lei do mandado de
segurança. Entretanto, em 23 de junho de 2016, a lei que disciplina o processo
e o julgamento do mandado de injunção foi sancionada, sem vetos, pelo
presidente interino Michel Temer em 23 de junho de 2016. O texto surgiu do
projeto de lei (PL 6128/09), do ex-deputado Flavio Dino, aprovado pela
Câmara, em março de 2015, e pelo Senado, no início do mês de junho de
2016.

ADMINISTRATIVO:

 CONCURSO PÚBLICO: o direito subjetivo à nomeação do candidato


aprovado em concurso público exsurge quando surgirem novas vagas, ou for
aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima. STF. Plenário. RE 837311/PI, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 09/12/2015 (repercussão geral) (Info 811).

 SERVIDORES. ADICIONAL: Não há garantia à continuidade de


recebimento de adicional por tempo de serviço em percentual superior àquele
previsto em legislação posterior sob o fundamento de direito adquirido. STF.
Plenário. MS 22423/RS, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o acórdão Min. Gilmar
Mendes, julgado em 26/11/2015 (Info 809).

 CONCURSO PÚBLICO: A posse ou o exercício em cargo público por força


de decisão judicial de caráter provisório não implica a manutenção, em
definitivo, do candidato que não atende a exigência de prévia aprovação em
concurso público (art. 37, II, da CF/88), valor constitucional que prepondera
sobre o interesse individual do candidato, que não pode invocar, na hipótese, o
princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da
medida judicial. Em suma, não se aplica a teoria do fato consumado para
candidatos que assumiram o cargo público por força de decisão judicial
provisória posteriormente revista. STF. 1ª Turma. RMS 31538/DF, rel. orig. Min.
Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 17/11/2015 (Info
808). STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753).

 TETO REMUNERATÓRIO: As vantagens pessoais do servidor também


devem respeitar o teto, mesmo que sejam anteriores à EC 41/2003. STF.
Plenário. RE 606358/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 18/11/2015
(repercussão geral) (Info 808).

 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Organização da Sociedade Civil de


Interesse Público (OSCIP) requisitos: Necessidade de preexistência. Precisava
existir no mercado há um ano, agora se exigem três (L. 13019/20014 – marco
regulatório das organizações). Não poder ser pessoa nova como na OS.

 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: Parcerias voluntárias ou OSC –


Organização da Sociedade Civil – foram criadas pela L. 13.019/14. A lei foi
chamada de marco regulatório das organizações governamentais. O prazo de
vacância da L. 13.019/14 já se prorrogou várias vezes e não está em vigor
ainda. De toda forma, recomenda-se ler a lei. O prazo inicial tinha 90 dias, a
MP659 prorrogou para 360 dias. A MP foi convertida na L. 13.102/15, com essa
prorrogação. Veio a MP684 de 2015, que trouxe nova prorrogação por 540
dias.

 DESAPROPRIAÇÃO: Alterações promovidas pela MP 700/2015.


#ATENÇÃO: NÃO FOI CONVERTIDA EM LEI!

 RESSARCIMENTO AO ERÁRIO. Prazo prescricional da ação de


ressarcimento ao erário: É prescritível a ação de reparação de danos à
Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o Poder
Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser
ressarcido, ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei.
Vale ressaltar, entretanto, que essa tese não alcança prejuízos que decorram
de ato de improbidade administrativa que, até o momento, continuam sendo
considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). STF. Plenário. RE 669069/MG, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 3/2/2016 (repercussão geral) (Info 813).

 CONCURSO PÚBLICO: É legal a cláusula de edital que prescreva que as


atividades do cargo de perito datiloscopista são de nível médio, desde que, à
época da publicação do edital do concurso para o referido cargo, haja previsão
legislativa estadual nesse sentido. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 32.892-RO,
Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/12/2015 (Info 576).

 CONCURSO PÚBLICO: Ainda que o requisito da idade mínima de 18 anos


conste em lei e no edital de concurso público, é possível que o candidato
menor de idade aprovado no concurso tome posse no cargo de auxiliar de
biblioteca no caso em que ele, possuindo 17 anos e 10 meses na data da sua
posse, já havia sido emancipado voluntariamente por seus pais há 4 meses.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.462.659-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
1º/12/2015 (Info 576).

 SERVIDORES. ACUMULAÇÃO. Não é possível a acumulação de dois


cargos públicos quando a soma da carga horária referente aos dois cargos
ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. STJ. 2ª Turma. REsp
1.565.429-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2015 (Info 576).

 SERVIDORES. PAD. informações obtidas por monitoramento de e-mail


corporativo de servidor público não configuram prova ilícita quando
relacionadas com aspectos "não pessoais" e de interesse da Administração
Pública e da própria coletividade, especialmente quando exista, nas
disposições normativas acerca do seu uso, expressa menção da sua
destinação somente para assuntos e matérias afetas ao serviço, bem como
advertência sobre monitoramento e acesso ao conteúdo das comunicações dos
usuários para cumprir disposições legais ou instruir procedimento
administrativo. STJ. 2ª Turma. RMS 48.665-SP, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 15/9/2015 (Info 576)

 IMPROBIDADE. A condenação pela Justiça Eleitoral ao pagamento de


multa por infringência às disposições contidas na Lei n. 9.504/1997 (Lei das
Eleições) não impede a imposição de nenhuma das sanções previstas na Lei
nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), inclusive da multa civil, pelo
ato de improbidade decorrente da mesma conduta. STJ. 2ª Turma. AgRg no
AREsp 606.352-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 15/12/2015
(Info 576).

 LEI 13.243/2016:
o Alterou a hipótese de dispensa de licitação prevista no inciso XXI do art. 24.
o ALTERAÇÃO NA LEI 12.462/2011 (LEI DO RDC): A Lei nº 13.243/2016
amplia o rol de objetos e serviços que poderão ser contratados sob a égide do
RDC. Desse modo, o RDC previu regras diferenciadas que afastam alguns
pontos da Lei nº 8.666/93.
o ALTERAÇÃO NA LEI Nº 8.745/93: A Lei nº 8.745/93 trata sobre as hipóteses
de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da CF/88.
Assim, trata-se de nova hipótese de contratação temporária de excepcional
interesse público no âmbito federal.

PENAL

 LEI DE DROGAS A causa de aumento prevista no inciso V do art. 40 não


exige a efetiva transposição da fronteira.

 FEMINICÍDIO: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015): VI - contra a mulher


por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de
2015).
 HOMICÍDIO: Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).

 INDULTO NATALINO: Período de prova no sursis não pode ser equiparado


a cumprimento de pena. Não é possível o cômputo do período de prova
cumprido em suspensão condicional da pena para preenchimento do requisito
temporal objetivo do indulto natalino. O sursis não tem natureza de pena. Ao
contrário, trata-se de uma alternativa à pena, ou seja, um benefício que o
condenado recebe para não ter que cumprir pena. Por essa razão, não se pode
dizer que a pessoa beneficiada com sursis e que esteja cumprindo período de
prova se encontre cumprindo pena. Cumprimento de período de prova não é
cumprimento de pena. STF. 1ª Turma. RHC 128515/BA, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 30/6/2015 (Info 792). STF. 2ª Turma. HC 123698/PE, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 17/11/2015 (Info 808).

 INDULTO Possibilidade de concessão para pessoas submetidas a medida


de segurança. STF. Plenário. RE 628658/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 4 e 5/11/2015 (Info 806).

 CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS PREFEITOS (DL 201/67) Para a


configuração do delito do art. 1º, XIV, é indispensável a inequívoca ciência do
Prefeito.

 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Desvio de recursos de


convênio e sua aplicação em finalidade diversa. Secretária de Estado que
desvia verbas de convênio federal que tinha destinação específica e as utiliza
para pagamento da folha de servidores não pratica o crime de peculato (art.
312 do CP), mas sim o delito de emprego irregular de verbas ou rendas
públicas (art. 315). STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 2/2/2016 (Info 813).
 CRIMES CONTRA A LEI DE LICITAÇÕES (LEI 8.666/93) Requisitos para a
configuração do crime do art. 89 Para que haja a condenação pelo crime do art.
89 da Lei nº 8.666/93, exige-se a demonstração de que houve prejuízo ao
erário e de que o agente tinha a finalidade específica de favorecimento
indevido. Assim, mesmo que a decisão de dispensa ou inexigibilidade da
licitação tenha sido incorreta, isso não significa necessariamente que tenha
havido crime, sendo necessário analisar o prejuízo e o dolo do agente. Art. 89.
Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de
observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: Pena -
detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2016 (Info 813).

 TEORIA GERAL DA PENA: Súmula 562-STJ: É possível a remição de parte


do tempo de execução da pena quando o condenado, em regime fechado ou
semiaberto, desempenha atividade laborativa, ainda que extramuros.

 FURTO. CRIME IMPOSSÍVEL. Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância


realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
configuração do crime de furto.

 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: crimes que a jurisprudência aplica, não


aplica e em que há divergência quanto à aplicabilidade ou não do princípio.

 FURTO QUALIFICADO POR ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO – QUEBRA


DO VIDRO DA JANELA DO CARRO PARA FURTAR APARELHO DE SOM: é
questão polêmica na jurisprudência. Mas, o STJ firmou orientação de que a
subtração de objeto localizado no interior do veículo automotor mediante o
rompimento de obstáculo - quebra do vidro- qualifica o furto. Em sentido
contrário, há importante jurisprudência inclinando-se no sentido de que o
rompimento de quebra-ventos de veículo para subtração de objetos existentes
no seu interior NÃO caracteriza a qualificadora, em razão da razoabilidade e
proporcionalidade, uma vez que a quebra do vidro para furtar o próprio veículo
é furto simples.

 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: É possível aplicar o princípio da


insignificância para crimes ambientais. Ex: pessoa encontrada em uma unidade
de conservação onde a pesca é proibida, com vara de pescar, linha e anzol,
conduzindo uma pequena embarcação na qual não havia peixes. STF. 2ª
Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816)

 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: STF INF 756: o STF concluiu que


poderia ser aplicado o princípio da insignificância, considerando a chamada
“teoria da reiteração não cumulativa de condutas de gêneros distintos”. É
possível aplicar o princípio da insignificância mesmo havendo condenação
anterior, porque a contumácia de infrações penais que não têm o mesmo
patrimônio como bem jurídico tutelado pela norma penal não pode ser valorada
como fator impeditivo à aplicação do princípio da insignificância.

 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO (SOMENTE NO REVISÃO DE


VÉSPERA): O simples fato de o réu exercer um mandato popular não é
suficiente para fazer incidir a causa de aumento do art. 327, § 2º, do CP. É
necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico (o STF chamou
de "imposição hierárquica"). STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816).

 CONFLITO APARENTE DE NORMAS – LEI PENAL – Princípio da


Alternatividade.

 PRISÕES: A Lei nº 13.257/2016 alterou as hipóteses de prisão domiciliar


previstas nos incisos IV, V e VI do art. 318 do CPP. Assim, é importantíssimo
que você faça esta observação para lembrar quando estiver estudando.
Hipóteses de prisão domiciliar do CPP: Art. 318. Poderá o juiz substituir a
prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: IV - gestante; V - mulher
com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o
único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos.

PROCESSO PENAL

 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: Ausência de autos apartados configura


mera irregularidade. STF. 1ª Turma. HC 128102/SP, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 9/12/2015 (Info 811).

 HABEAS CORPUS: Não é cabível habeas corpus para o reexame dos


pressupostos de admissibilidade dos recursos. A jurisprudência admite o
“habeas corpus substitutivo”? • STJ e 1ª Turma do STF: NÃO (mas pode ser
conhecido habeas corpus de ofício). • 2ª Turma do STF: SIM.

 COMPETÊNCIA: Compete à justiça federal processar e julgar o crime de


redução à condição análoga à de escravo (art. 149 do CP). O tipo previsto no
art. 149 do CP caracteriza-se como crime contra a organização do trabalho e,
portanto, atrai a competência da justiça federal (art. 109, VI, da CF/88). STF.
Plenário. RE 459510/MT, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min.
Dias Toffoli, julgado em 26/11/2015 (Info 809)

 PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA: Oitiva antecipada de testemunhas


apenas pelo fato de serem policiais. A oitiva das testemunhas que são policiais
é considerada como prova urgente para os fins do art. 366 do CPP? 1ª
corrente: SIM. O fato de o agente de segurança pública atuar constantemente
no combate à criminalidade faz com que ele presencie crimes diariamente. Em
virtude disso, os detalhes de cada uma das ocorrências acabam se perdendo
em sua memória. Existem vários precedentes do STJ nesse sentido. 2ª
corrente: NÃO. Não serve como justificativa a alegação de que as testemunhas
são policiais responsáveis pela prisão, cuja própria atividade contribui, por si
só, para o esquecimento das circunstâncias que cercam a apuração da suposta
autoria de cada infração penal. STF. 2ª Turma. HC 130038/DF, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 3/11/2015 (Info 806).
 COMPETÊNCIA. Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes
consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo
criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados
por meio da rede mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE
628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). A
competência territorial é da Seção Judiciária do local onde o réu publicou as
fotos, não importando o Estado onde se localize o servidor do site: STJ. CC
29.886/SP, julgado em 12/12/2007.

 INDICIAMENTO – LEGITIMIDADE: o indiciamento é atribuição exclusiva da


autoridade policial (delegado), não podendo ser determinado por magistrado.

 PROCEDIMENTO. INTERROGATÓRIO COMO ÚLTIMO ATO


PROCESSUAL. A exigência de realização do interrogatório ao final da
instrução criminal, conforme o art. 400 do CPP, é aplicável no âmbito de
processo penal militar. A realização do interrogatório ao final da instrução
criminal, prevista no art. 400 do CPP, na redação dada pela Lei nº
11.719/2008, também se aplica às ações penais em trâmite na Justiça Militar,
em detrimento do art. 302 do Decreto-Lei nº 1.002/69. Logo, na hipótese de
crimes militares, o interrogatório também deve ser realizado depois da oitiva
das testemunhas, ao final da instrução. Obs: este entendimento acima só se
tornou obrigatório a partir de 10/03/2016. Os interrogatórios realizados antes
desta data são válidos, ainda que não tenham observado o art. 400 do CPP, ou
seja, ainda que tenham sido realizados como primeiro ato da instrução. STF.
Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816).

 EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA: A execução provisória de acórdão


penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência. Em outras palavras, é possível o início da execução
da pena condenatória após a prolação de acórdão condenatório em 2º grau e
isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. STF.
Plenário. HC 126292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/2/2016 (Info
814).

 HABEAS CORPUS: NÃO é cabível habeas corpus em face de decisão


monocrática proferida por Ministro do STF. STF. Plenário. HC 105959/DF, rel.
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
17/2/2016 (Info 814).

 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: A título de prova emprestada, a


interceptação telefônica pode ser usada em processo civil e administrativo
(STF, Pet. 3683 QO-MG).

 As alterações provocadas pela lei 13.245/2016 no inquérito policial:


- A lei nº 13.245/2016: da relativização do sigilo e do caráter inquisitivo nas
investigações criminais.
- A Lei nº 13.257/2016 alterou as hipóteses de prisão domiciliar previstas nos
incisos IV, V e VI do art. 318 do CPP.

CIVIL

 DOMICÍLIO CONTRATUAL (DIREITOS DA PERSONALIDADE). O CPC15,


por sua vez, trouxe no art. 63, caput, a cláusula de eleição de foro. A mudança
veio no §3º: o caso passou a ser de ineficácia (escala pontiana) e não de
nulidade, bem como se é usado o termo “abusiva” em sentido amplo, que vale
então para contrato tanto de adesão como de consumo (lembrando que eles
não se confundem).

 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA Desnecessidade de registro do contrato de


alienação fiduciária de veículos no RTD. Quando for realizada a alienação
fiduciária de um veículo, o contrato deverá ser registrado no DETRAN e esta
informação constará no CRV do automóvel. É desnecessário o registro do
contrato de alienação fiduciária de veículos em cartório. STF. Plenário. RE
611639/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 21/10/2015 (repercussão
geral). STF. Plenário. ADI 4333/DF e ADI 4227/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgados em 21/10/2015 (Info 804).

 DIREITOS DA PERSONALIDADE. CAPACIDADE. Alterações promovidas


pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. Ver arquivo – alterações e
acréscimos em azul.

 ARRENDAMENTO MERCANTIL: Súmula 564-STJ: No caso de reintegração


de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da
importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor
da venda do bem ultrapassar o total do VRG previsto contratualmente, o
arrendatário terá direito de receber a respectiva diferença, cabendo, porém, se
estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos
pactuados.

 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: legitimidade da


pessoa jurídica para recorrer contra decisão que determina a desconsideração;
desconsideração incidental.

PROCESSO CIVIL

 PORTE DE REMESSA E RETORNO DOS AUTOS: INSS é dispensado do


pagamento de porte de remessa e retorno, mesmo nos processos que tramitam
na Justiça Estadual"Aplica-se o parágrafo 1º do artigo 511 do CPC, para
dispensa de porte de remessa e retorno, ao exonerar o seu respectivo
recolhimento por parte do INSS”.

 AGRAVO. MULTA DO ART. 557, §2º: O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º


do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando manifestamente inadmissível ou
improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado
multa de 1% a 10% do valor corrigido da causa (CPC 1973) 1% a 5% do
valor atualizado da causa (CPC 2015). Essa multa é aplicada também para o
beneficiário da justiça gratuita? SIM. No entanto, há uma diferença de
tratamento no caso: • CPC 1973: a parte beneficiária da justiça gratuita não
está isenta do pagamento da multa do art. 557, § 2º do CPC 1973. Porém, o
recolhimento da multa ficará suspenso por 5 anos para ver se a parte
conseguirá melhorar sua condição econômica e auferir recursos para pagar a
sanção, conforme prevê o art. 12 da Lei nº 1.060/50. Nesse sentido, decidiu o
STF, 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
17/11/2015 (Info 808). Na prática, ela quase nunca irá pagar. • CPC 2015: o
novo CPC prevê no art. 98, § 4º que a concessão de gratuidade não afasta o
dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam
impostas. STF. 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 17/11/2015 (Info 808).

 LEGITIMIDADE EM PROCESSO COLETIVO. DEFENSORIA: A Defensoria


Pública tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em ordem a
promover a tutela judicial de direitos difusos e coletivos de que sejam titulares,
em tese, as pessoas necessitadas. STF. Plenário. RE 733433/MG, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 4/11/2015 (repercussão geral) (Info 806).

TRIBUTÁRIO

 IRRETROATIVIDADE E IR: É inconstitucional a aplicação retroativa de lei


que majora a alíquota incidente sobre o lucro proveniente de operações
incentivadas ocorridas no passado, ainda que no mesmo ano-base, tendo em
vista que o fato gerador se consolida no momento em que ocorre cada
operação de exportação, à luz da extrafiscalidade da tributação na espécie. A
Súmula 584 do STF permanece válida. No entanto, este enunciado não se
aplica para as hipóteses em que o tributo tenha função extrafiscal. STF.
Plenário. RE 592396/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/12/2015
(repercussão geral) (Info 810)

 IPI: Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural.


Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural, ainda
que não desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso próprio. STF.
Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016
(repercussão geral) (Info 574).

 IOF: IOF e transmissão de ações de companhias abertas É constitucional o


art. 1º, IV, da Lei nº 8.033/90, uma vez que a incidência de IOF sobre o negócio
jurídico de transmissão de títulos e valores mobiliários, tais como ações de
companhias abertas e respectivas bonificações, encontra respaldo no art. 153,
V, da CF, sem ofender os princípios tributários da anterioridade e da
irretroatividade, nem demandar a reserva de lei complementar. Art. 1º São
instituídas as seguintes incidências do imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários: IV - transmissão
de ações de companhias abertas e das consequentes bonificações emitidas.
STF. Plenário. RE 583712/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 4/2/2016
(repercussão geral) (Info 813).

EMPRESARIAL

 A Lei 13.247/2016 altera a Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto da


Advocacia.

DIREITO PENAL MILITAR

 ATUALIZADO NO REVISÃO DE VÉSPERA -- O tipo penal do art. 235 do


CPM continua sendo crime mesmo com a CF/88. No entanto, devem ser
consideradas incompatíveis com a CF/88 as expressões empregadas que
falem em homossexualismo. Isso porque o crime em tela se configura tanto
quando o militar pratica relação sexual com alguém do mesmo sexo, como
também de sexo diferente, não devendo haver distinção de tratamento. Assim,
as expressões “pederastia ou outro” — mencionada na rubrica enunciativa
referente ao art. 235 do CPM — e “homossexual ou não” — contida no aludido
dispositivo — não foram recepcionadas pela CF/88. STF. Plenário. ADPF
291/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 28/10/2015 (Info 805).
 INTERROGATÓRIO COMO ÚLTIMO ATO PROCESSUAL. A exigência de
realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400
do CPP, é aplicável no âmbito de processo penal militar. A realização do
interrogatório ao final da instrução criminal, prevista no art. 400 do CPP, na
redação dada pela Lei nº 11.719/2008, também se aplica às ações penais em
trâmite na Justiça Militar, em detrimento do art. 302 do Decreto-Lei nº 1.002/69.
Logo, na hipótese de crimes militares, o interrogatório também deve ser
realizado depois da oitiva das testemunhas, ao final da instrução. Obs: este
entendimento acima só se tornou obrigatório a partir de 10/03/2016. Os
interrogatórios realizados antes desta data são válidos, ainda que não tenham
observado o art. 400 do CPP, ou seja, ainda que tenham sido realizados como
primeiro ato da instrução. STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli,
julgado em 3/3/2016 (Info 816).

 INQUÉRITO: Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que


nega a réu denunciado com base em um acordo de colaboração premiada o
acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos
quais ele está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão
sendo investigadas, situação na qual existe previsão de sigilo, nos termos do
art. 7º da Lei nº 12.850/2013. STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 16/2/2016 (Info 814).

CONSUMIDOR

 Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às


entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos
previdenciários celebrados com entidades fechadas.

ECA

 COMENTÁRIOS À LEI Nº 13.257/2016 (ESTATUTO DA PRIMEIRA


INFÂNCIA).
 Lei 13.306: Altera o ECA, a fim de fixar em cinco anos a idade máxima para
o atendimento na educação infantil.

DEFENSORIA PÚBLICA

 Juiz negou pedido da Defensoria Pública para adiar audiência de instrução


considerando que, naquela data, o Defensor Público que fazia a assistência
jurídica do réu já possuía audiência marcada em outra comarca. O magistrado,
diante da ausência do Defensor, designou defensor dativo para acompanhar o
réu na audiência. O STF entendeu que não houve violação aos princípios da
ampla defesa e do "Defensor Público natural" considerando que: a) o inciso VI
do art. 4º da LC 80/94 não garante exclusividade à Defensoria para atuar nas
causas em que figure pessoa carente; b) o indeferimento do pedido da defesa
não causou prejuízo ao réu, já que o defensor dativo teve entrevista prévia
reservada com o acusado e formulou perguntas na audiência, participando
ativamente do ato processual; c) a impossibilidade de a Defensoria atuar na
comarca não acarreta direito à redesignação dos atos processuais designados.
STF. 2ª Turma. HC 123494/ES, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/2/2016
(Info 814).

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