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Poesia SESC
Poesia SESC
Poesia.
Texto.
Capricorniano.
Querido diário,
O amor passou na minha rua!
Bêbada, despida, sincera, alma nua
O que se segue, nada mais é que uma tentativa
Eu a fuçar um motivo pra isso
Uma explicação, uma justificativa
O que é compreensível
Quando se descobre aquele riso
Ou quando ele pende a cabeça pro lado
Como quem ouve um bom conselho
Atencioso, atento, atentado
Fria brisa, por dentro de repente gelado
Perco a concentração pro suor frio
Cada milímetro de pele; percebo
Acasacando teu peito e imagino
A mim, do teu lado, se te vejo
Deve ser minha sina esperar por ti
Quieta, paciente; fazer da espera desejo
Sou farol! De longe vagueio em você aqui
Num futuro próximo, calor de beijo
Mas não adianta! O que desejo mesmo
É que me fizesse de baú, me contasse teus segredos
Porque tá foda aqui do escuro
Me olha no olho, me entrega teus medos
Não precisa ser assim impessoal, tão duro
Eu sei que não quer que eu sofra
Não precisamos desse amor culto
Tu riu, vi de relance. Perdi o foco
Porra...
Nascicídio.
eu sou nada
absolutamente nada
ao meu redor vejo carne
que eu vejo apodrecer
eu não me importo
e ao redor do pôdre
outros nadas
em suas grandezas várias
esperanças deitadas
amargo, entro num frio conflito
o clima tenso
eu penso se morro ou se fico
grito na alma na pele arrepio
e pra você pode parecer que
morte não é um bom produto
na equação nada mais nada
contudo, não valeria o esforço e
nesse breve devaneio que me permito
eu posso falar de rostos que toquei
afago no gato, a tua boca que beijei
dos risos dados e outras coisas que não sei
não viveria! porque não vale a luta
só que nada sou e nada serei
numa dimensão maior que sua, talvez
de um jeito que
quando me reduzo aos detalhes
um manejo errado da palavra
gestos simples, feridas tão fundas
ataques diretos na psique humana
eu me perco mais, crio um conflito
tenho memórias confusas
hoje não sei o que dói
se me destroi, já sou ruína
indecisa se morro ou se fico
facas, cordas, carros na estrada
observo desencapado o fio
e tudo parece
e tudo parece ter potencial
pra um grito da minha alma
e eu não evito
aprendi a não adiar o
inevitável. lastimável, é...
de repente enxergo
no fim um jardim
num abraço e abraça
o nada que habita em mim
me abarca florindo
gestos bonitos vindos tão fácil
mas ainda flores num vaso
brilho fadado ao apagar
ao nada, ao acabar, ao fim
porque somos todos nadas
procurando jardins de amores assim
preenchendo nadas de mim.
Convocação.
Almas Conjuntas.
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Miopia.