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Sumário
1- EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO CIVIL...........................................................................3
FIM DO PROCESSO E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL........................................3
Interpretação e INTEGRAÇÃO DA LEI PROCESSUAL CIVIL................................................................5
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO..............................................................................5
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL.........................................................6
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES............................................................................................................ 7
PROCEDIMENTO CAUTELAR - MEDIDAS CAUTELARES.....................................................................9
CARACTERÍSTICAS..................................................................................................................... 10
PROCEDIMENTOS CAUTELARES COMUNS................................................................................. 10
RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL - PEDIDO................................................................................... 10
FORMAS ANÓMALAS DO PEDIDO E MODIFICAÇÃO DO PEDIDO...................................................12
COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS COMO UM PRESSUPOSTO PROCESSUAL.....................................14
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL............................................................................................... 14
COMPETÊNCIA INTERNA........................................................................................................... 17
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO............................................................................................................... 19
LEGITIMIDADE PROCESSUAL..................................................................................................... 20
INSTÂNCIA.................................................................................................................................... 22
VICISSITUDES DA INSTÂNCIA......................................................................................................... 24
RECUSA DA PETIÇÃO INICIAL PELA SECRETARIA........................................................................27
AS FORMALIDADES LIMINARES..................................................................................................... 27
CITAÇÃO....................................................................................................................................... 28
Contestação, generalidade – Modalidades da defesa do réu sem ser via contestação;.................29
CONTESTAÇÃO.............................................................................................................................. 31
IMPUGNAÇÃO.............................................................................................................................. 31
REVELIA, o que é?......................................................................................................................... 35
EFEITO COMINATÓRIO PLENO E O EFEITO COMINATÓRIO SEMIPLENO.....................................37
FASE DA CONDENSAÇÃO:.............................................................................................................. 39
QUESTIONÁRIO & ESPECIFICAÇÃO................................................................................................ 42
FASE INSTRUTÓRIA....................................................................................................................... 44
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Aula do dia 15.10.2019
Noção do Direito processual civil - pode definir o direito processual civil como o ramo de direito
objetivo, ou conjunto de normas jurídicas, que regulam o processo civil.
Fim
- Tutela de direitos (tutela de direitos objetivos ou tutela de direitos subjetivos)
Tutela do direito objetivo: Só existe porque a norma substantiva foi violada...
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Afirmar e provar o que se afirma. (Faz parte de toda a estrutura do direito processual civil).
Não é rigoroso ou absoluto dizer que o direito processual civil visa apenas a tutela dos direitos
subjetivos. Portanto pode-se concluir que no fundo é uma tutela mista.
Fontes do Processo
- Lei processual civil (código processual civil, lei orgânica dos tribunais);
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Primeira fase: As primeiras regras do processo constavam das ordenações; Lei das reformas
judiciárias; (fase liberal)
Litis constestatio??
Situações jurídicas plurilocalizadas: são situacoes que tocam com vários ordenamentos jurídicos.
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Aula do dia 30.10.2019
PRINCÍPIO DISPOSITIVO - é o princípio segundo o qual o processo depende da vontade das partes,
são as partes é que determinam se o processo arranca ou não. Portanto só nessas condições tribunal o
pode aceitar. Cfr artigo 3º CPC. 661 CPC o princípio dispositivo acompanha todo o processo.
O princípio dispositivo não obedece a tramitação do processo.
Este princípio é uma compreensão pós revolução francesa porque visa a matéria que é tratada no
tribunal e não o caminho para tratar essa matéria.
Obs: não há processo sem a entrega da petição inicial.
É uma consagração oitocentista pós revolução francesa mas não nasceu aí.
Mas antes disso já havia o princípio do contraditório.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Este princípio em termos processuais desdobra-se em:
- princípio da legalidade das formas processuais: não há forma processual a não ser a que consta da
lei.
Princípio da legalidade
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Cfr. 653 ss CPC. Estrutura da sentença
Que relação pode fazer entre o princípio da legalidade e o da independência dos juízes?
Acao declarativa:
Ações executivas são aquelas em que o autor requer as providências adequadas à reparação efetiva do
direito violado. Acontecem quando não há o cumprimento voluntário.
O principal título executivo é a sentença declarativa de direito mas não é o único.
Processo executivo: Quando o tribunal vai compelir a alguém uma determinada conduta do tinha sido
condenado.
Ação de simples apreciação: Quando pedimos ao tribunal que confirme a existência de um direito ou
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que negue a existência de um direito. Mas esse objeto em apreciação tem de ter a relevância jurídica.
Portanto isso implica que a ação de simples apreciação pode ser positiva ou negativa. Artigo 4º/2/a)
CPC.
Ação de condenação: Correspondem às ações de cumprimento, onde vai se exigir ao réu que assuma
uma determinada conduta, restituindo a posse, ou entregando a coisa alheia ou pagando uma
determinada quantia em dinheiro. (Portanto presta-se um facto, a prestação de facto é mais falível-
conduta humana ou uma coisa).
No fundo, a ação de condenação é Quando se pede ao tribunal que obrigue ao terceiro a adopção de
uma determinada conduta.
Cfr artigo 4/2/b
Ação de constituição: é definida pelo artigo 4º, n.º 2, alínea c), e tem a finalidade de autorizar uma
mudança na ordem jurídica existente. O exemplo deste tipo de acção é acção de divórcio, de
investigação de paternidade para CASTRO MENDES, ao passo que para PALMA CARLOS, seria
uma acção de simples apreciação. Já uma acção de anulação e a de declaração de nulidade é uma
acção de simples apreciação.
Litigância de má fé (artigo 465 ss CPC): Quando alguém atua não respeitando as regras de boa fé no
processo e só pretende paralisar o processo com recursos, reclamações etc...
OS TÍTULOS EXECUTIVOS
Artigo 33 do acto uniforme relativo a organização dos processos simplificados página 709
Entende-se que esse artigo revogou o artigo 45 do CPC.
MARCHA DE PROCESSO
Petição
Contestação resposta das alegações do reu
Réplica, tendo reu dito algo de novo o autor pode reagir
Tréplica...
Visa tomar medidas que assegurem que no futuro quando o direito for assegurado vai se encontrar
intacto.
É um mecanismo muito utilizado pelos advogados guineenses.
A providência cautelar visa assegurar que a decisão depois seja inútil.
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A questão da instrumentalidade não se renova.
4 - Uma aparência da razão. Artigo 401 CPC
CARACTERÍSTICAS
Instrumentalidade eventual (382/1/d), 384/1 CPC os procedimentos cautelares não são decisões finais,
tem que existir sempre uma ação principal. Existindo uma providência cautelar há um determinado
tempo em que o requerente tenha que entrar com uma ação principal caso não o tenha feito caso
contrário caduca esse procedimento cautelar.
Artigo 382/1/b e c.
387/1 CPC
Cfr. Artigo 399 CPC podem ser designadas de comuns ou não especificadas
Obs: maior partes dos procedimentos cautelares que entram no tribunal são inominados.
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A relação jurídica processual começa com o pedido.
Tudo tem um ponto de partida na vida.
Um processo judicial inicia num momento isto é o momento em que o autor apresenta um
requerimento ao tribunal com intuito de obter uma declaração que pode ser atribuir um direito.
O requerimento para uma providência cautelar também é um pedido.
Pretenção Quando o autor explica ao tribunal como é que nasceu o direito que ele alega. Ou seja é a
ligação do autor com o direito que ele alega ter-lhe pertencido. Ex: direito de crédito.
A pretenção que o autor vai apresentar encontra-se num documento chamado de petição inicial.
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A sanção aqui é a Nulidade do processo.
- Forma
São considerados pela grande parte da doutrina como uma enumeração taxativa ou seja reconvenção
tem que ser apenas com base nesses requisitos previstos no artigo 274 CPC.
- Pedido parcial: pedir metade de um bem e não a totalidade do bem por exemplo.
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Pedido alternativo (Artigo 468 CPC): quando num mesmo pedido não escolhe só uma manifestação
da vontade processual. O pedido alternativo é aparente quando a própria natureza do contrato leva a
pessoa a tomar opções. A alternativa aparente normalmente é forçada pela lei.
Ex: artigo 801/2 CC.
O pedido alternativo pode ser também real: quando a pessoa tiver dúvida sobre o caso e não tem a
noção concreta do que deve pedir.
A alternativa real é uma opção do autor ou do advogado.
Culpa-in-contraendo?
- PEDIDOS DE PRESTAÇÃO VINCENDA (artigo 572 CPC): Prestação que aí da não venceu.
Os casos em que a prestação futura está em risco.
Uma prestação que não venceu pode tornar-se passível de exigibilidade...
AS MODIFICAÇÕES DO PEDIDO
Reza a regra que há um princípio geral sobre o pedido e que impede que o pedido seja alterado, este
princípio é o da estabilidade da instância.
Por comum acordo as partes podem alterar o pedido. Artigo 272 CPC
A réplica normalmente acontece quando o autor recebe a contestação do réu. É uma resposta à defesa
do réu no fundo quem replica é o autor. Artigo 273 CPC mostra os momentos em que isso vai
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acontecer.
Não levamos a nossa pretenção para um tribunal que não tem competência para conhecer. Porque a
competência do tribunal é um pressuposto muito importante para que o tribunal possa intervir.
A competência dos tribunais é uma condição sem a qual o tribunal não pode conhecer o mérito da
causa.
A competência dos tribunais resulta da lei e também da vontade ou convenção das partes. Isto é, a
competência dos tribunais
Nas competências dos tribunais aferimos a competência interna e competência internacional.
Competência Interna: tem a ver com situações que acontecem dentro de um ordenamento jurídico
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
Situações jurídicas plurilocalizadas, neste caso torna-se difícil saber qual é a lei que será competente
para dar solução material ao caso. No caso da competência dos tribunais tem que ver com a
competência do tribunal para conhecer o caso.
NORMAS DE REMISSÃO...
NORMAS DE RECEPÇÃO há uma questão de receber a competência para que o tribunal Guineense
possa conhecer a causa.
Sendo uma norma de recepção fixa os critérios gerais através do qual nós aferimos a competência aos
tribunais guineense em caso duma relação jurídica plurilocalizadas.
- unilateralidade: nunca as normas de recepção nao pronunciem sobre as competências dos tribunais
estrangeiros, só diz que pelo critério utilizado o tribunal Guineense é competente para conhecer o
caso mas não exclui os outros ordenamentos jurídicos.
-Situação de bens imóveis direitos reais, pessoais de gozo situados no território Guineense;
Para processos de recuperação de empresa, falência de pessoas coletivas domiciliadas na Guiné-
Bissau. (Quando têm a sua sede na Guiné-Bissau).
O critério da exclusividade não retira a norma de recepção a sua característica de unilateralidade.
DOMICÍLIO DO RÉU
Quando o réu ou os réus tenham domicílio na Guiné-Bissau.
Este critério só é utilizado quando por via do critério ds exclusividade nós não conseguimos aferir a
competência do tribunal Guineense.
O critério da exclusividade tem que ver com a determinação das regras de competência territorial.
CRITÉRIO DA TERRITORIALIDADE
Se destingue entre o geral e especial
O geral é o conhecido por domicilio do demandado artigo 85/1 86/2 87/2 CPC.
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Critérios territorial especiais
Artigos 73, 84 e 89 CPC.
CRITERIO DA CAUSALIDADE
Tem a ver com os factos que integram a causa de pedir em que todos eles ou um deles ocorreram no
território Guineense. Sendo assim, pelo critério da causalidade seria competente o tribunal Guineense.
Artigo 65/1/c.
CRITÉRIO DE NECESSIDADE
Não se prende com nenhuma questão objetiva.
Não é tão patente o fio condutor, não exige que a situação jurídica plurilocalizada tenha uma forte
conexão com o próprio ordenamento jurídico guineense.
Não é um critério muito firme poque é olhado casuíticamente por ser muito subjetivo.
As partes por via de acordo podem fixar competência de um tribunal, chamado de pacto atributivo ou
privativo de jurisdição. Cfr. Artigo 99 CPC.
Os pactos atributivos são sempre bem-vindos, mas os pactos privados nem sempre.
Casos em que qualquer um dos critérios utilizados,seria o tribunal Guineense o competente para
conhecer o caso.
Ex: as partes não querem que o tribunal Guineense conheça o caso quando resulte da própria lei a sua
competência. Mas em pequenas situações apenas em que se admite afastar a competência ao tribunal
Guineense por vontade das partes que preferem que seja um outro tribunal a conhecer a causa. Mas o
artigo 99 estabelece critérios muito fechados sobre estas situações.
COMPETÊNCIA INTERNA
Assim como na competência internacional, a competência interna também pode resultar da lei
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ou da convenção das partes.
Todas as causas têm o tribunal onde devem ser propostas. Este nexo de causalidade entre a
causa e o tribunal é que se designa competência.
Este nexo se fixa no momento exato do processo que é o momento da propositura da ação. Na petição
inicial o autor tem que identificar ou designar o tribunal que entende ser o tribunal competente.
Na ordem jurídica interna, os tribunais não têm a mesma função, e a jurisdição reparte-se nos
diferentes tribunais e a competência dos tribunais se fixa assim:
Em razão da matéria;
Em razão da hierarquia;
Em razão do valor da causa;
Em razão do território.
Cfr. Artigo 16 da lei orgânica dos tribunais judiciais. Sobre esta distinção entre o tribunal comum e
especial.
Dentro dos tribunais comuns temos tribunais com competências especializadas. Cfr. Artigo 54 da lei
orgânica de tribunais judiciais.
EM RAZÃO DA HIERARQUIA
Não quer dizer que um Tribunal é superior aos demais, hierarquia tem que ver com a questão de
recurso ou seja uma garantia da realização da justiça quando a pessoa não se sentir conformada. Nesta
apreciação não se toca nos factos mas sim aprecia-se o direito a aplicar.
A hierarquia dos tribunais consiste em poder conferir os tribunais superiores por via de recurso
poderes de revogarem ou alterarem as decisões dos tribunais inferiores.
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Os tribunais formam uma pirâmide bordar
É possível também pacto mas que só podem incidir sobre competência em razão do território e em
razão do valor.
Cfr. Artigo 100 CPC.
Nenhuma das partes pode depois arguir a incompetência do tribunal quando tiver assinado o pacto
caso contrário estaríamos em presença de litigância de má-fé.
Competência Internacional
Hoje em dia porque existem as facilidades de deslocação de pessoas, bens e capitais
surgem muitos litígios que apresentam, através quer das partes interessadas, quer do seu
próprio objecto, conexões com várias ordens jurídicas. Quando emerge um desses litígios
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plurilocalizados, coloca-se o problema de determinar qual o tribunal que, no âmbito das
várias ordens jurídicas envolvidas, tem competência para o dirimir. A competência
internacional de um tribunal é determinada pela lei ou pela convenção das partes.
c) Ter sido praticado em território guineense o facto que serve de causa de pedir
na acção, ou algum dos factos que a integram;
d) Não poder o direito invocado tornar-se efectivo senão por meio de acção
proposta em território guineense, ou não ser exigível ao autor a sua propositura no
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estrangeiro, desde que entre o objecto do litígio e a ordem jurídica nacional haja
algum elemento ponderoso de conexão, pessoal ou real).
Critério da exclusividade
Segundo o critério da exclusividade, a acção deve ser proposta na Guiné-Bissau quando
os Tribunais guineenses sejam exclusivamente competentes para a apreciação da causa
(arts. 65º/1-b). A competência internacional resulta, assim, da coincidência com as regras
de competência exclusiva dos tribunais guineenses.
Os critérios territoriais podem ser especiais (arts. 73º a 84º e 89º CPC) ou gerais (arts. 85º
a 87º CPC): o critério geral é o domicílio do demandado (arts. 85º/1, 86º/2 CPC) ou dos
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demandados (art. 87º/1 CPC). Assim, se à acção for aplicável o critério territorial geral e
se da sua aplicação resultar a atribuição de competência a um Tribunal guineense, está
determinado, sem necessidade de aplicação do critério do domicílio do réu, o Tribunal
que é territorial e internacionalmente competente. Se, pelo contrário, a aplicação desse
critério de competência interna não a conceder a um Tribunal guineense (porque o réu
não tem domicílio em Guiné), essa competência também nunca poderá resultar do critério
de competência internacional do domicílio do demandado (art. 65º/1-a CPC).
O art. 65º/2 CPC, estabelece que, para efeitos da aplicação do critério do domicílio do
demandado, considera-se domiciliada em guineense a pessoa colectiva cuja sede estatutária ou efectiva
se localize em território guineense ou que aqui tenha sucursal,
agência, filial ou delegação.
Critério da causalidade
Segundo este critério, a acção pode ser instaurada nos Tribunais guineenses quando o
facto que integra a causa de pedir, ou algum dos factos que a constituem, tiver sido
praticado em território guineense (art. 65º/1-c CPC). Assim, por exemplo, os Tribunais
guineense são internacionalmente competentes quando, apesar de o facto ilícito ter
ocorrido no estrangeiro, parte dos danos se produziram na Guiné, art.24 da Lei da
cidadania.
Critério da necessidade
Segundo este critério, a acção pode ser instaurada nos Tribunais guineenses quando uma
situação jurídica, que apresenta uma ponderosa conexão, pessoal ou real, com o território
guineense, só possa ser reconhecida em acção proposta nos Tribunais nacionais (art.
65º/1-d CPC). Com esse critério procura-se obstar à denegação de justiça decorrente da
impossibilidade de encontrar um Tribunal competente para a apreciação da acção:
verifica-se então um reenvio da competência aos Tribunais guineenses.
O critério da necessidade abarca não só a impossibilidade jurídica, por inexistência de
Tribunal competente para dirimir o litígio em face das regras de competência
internacional das diversas ordens jurídicas com as quais ele apresenta uma conexão
relevante, mas também a impossibilidade prática, derivada de factos anómalos
impeditivos do funcionamento da jurisdição competente.
O pacto de jurisdição só pode incidir sobre situações subjectivas nos termos do art. 99º/3-
a CPC. Esta condição é suficiente para possibilitar a celebração de um pacto de jurisdição
sobre a generalidade das situações patrimoniais.
O pacto de jurisdição só é válido se for justificado por um interesse sério de ambas as
partes ou de uma delas, desde que, neste último caso, não envolva inconveniente grave
para a outra (art. 99º/3-c CPC). Este requisito destina-se essencialmente a salvaguardar a
posição da parte mais fraca.
O pacto de jurisdição não pode ofender a competência exclusiva dos Tribunais guineenses
(art. 99º/3-a CPC); isto é, o pacto não pode privar os Tribunais guineenses da sua
competência exclusiva.
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COMPETÊNCIA INTERNA
Todas as causas têm um tribunal onde deve ser proposta, pode-se assim dizer que entre
a causa e o tribunal existe um nexo jurídico, este nexo é designado nexo de competência
ou por vezes designada unicamente competência que pode ser legal ou convencional.
Este nexo fixa-se no momento da propositura da acção e não se limita a uma causa só,
mas a uma categoria de pleitos que a lei destina a esse tribunal, art.63º do CPC, ademais
se mantém ainda que haja alteração da lei ou dos factores atributivos da competência,
ou seja são irrelevantes, por exemplo nos casos de alteração dos factos atributivos de
competência, se proposta acção porque é do domicílio do réu (art.85) ou do autor
(art.75, 85nº2 e 3, art.86nº1), o tribunal mantém-se competente ainda que este mudem
de domicílio ou nos casos em que é proposta uma acção executiva fundada em escritura
pública para entrega de coisa móvel certa no tribunal onde a coisa se encontrava a data
da propositura da acção (art.94º nº2), havendo deslocação da coisa a um outro lugar, o
tribunal continua a ser competente.
O tribunal singular é composto por um juiz e o tribunal colectivo é composto por três
juízes (art. 49º e 50º, da LOTJ).
Competência dos tribunais colectivos e singulares constam dos arts. 52º e 53º
respectivamente, da mesma LOTJ.
MODALIDADES DE INCOMPETÊNCIA
A incompetência é a insusceptibilidade de um Tribunal apreciar determinada causa que
decorre da circunstância de os critérios determinativos da competência não lhe
concederem a medida de jurisdição suficiente para essa apreciação. Resulta da lei a
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existência de três tipos de incompetência jurisdicional: a incompetência absoluta, a
incompetência relativa e a preterição de Tribunal Arbitral.
Incompetência absoluta
Segundo o disposto no art. 101º (A infracção das regras de competência em razão da
matéria e da hierarquia e das regras de competência internacional, salvo quando haja mera
violação dum pacto privativo de jurisdição, determina a incompetência absoluta do
tribunal) CPC, a incompetência absoluta provém da infracção das regras da competência
internacional legal (arts. 65º e 65º-A CPC) e da competência interna material (arts. 66º,
67º CPC; art. 52º e sgs da LOTJ – Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais) e hierárquica
(arts. 70º, 71º, 72º CPC). A incompetência absoluta referida no art. 101º CPC, é aquela
que se verifica no âmbito do processo civil.
Se houver despacho de citação (art. 234º/4 CPC), a incompetência absoluta deve ser
conhecida oficiosamente no despacho limiar (arts. 105º/1, 234º-A/1 CPC). O
conhecimento oficioso da incompetência absoluta é realizado, em regra, no despacho
saneador (arts. 510º/1-a, 494º-a CPC).
O conhecimento da incompetência absoluta no momento do despacho de citação
determina o indeferimento limiar da petição inicial (arts. 105º/1, 234º-A/1 CPC); se for
apreciada em momento posterior, essa incompetência conduz à absolvição do réu da
instância (arts. 105º/1, 288º/1-a, 494º-a, 493º/2 CPC).
Incompetência relativa
O art. 108º (A infracção das regras de competência fundadas no valor da causa, na forma
do processo aplicável, na divisão judicial do território ou decorrentes do estipulado nas
convenções previstas nos artigos 99º e 100º, determina a incompetência relativa do
tribunal) CPC, enuncia as situações que originam a incompetência relativa: esta
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incompetência resulta da infracção das regras da competência fundadas no valor da causa
(art. 68º CPC; arts. 16 e 19 da LOTJ), na forma do processo aplicável (art. 47º a 51º
LOTJ), na divisão judicial do território (arts. 73º a 95º CPC, art.17 da LOTJ) ou
decorrentes de um pacto de competência ou de jurisdição (arts. 99º e 100º CPC).Note-se que a violação
das regras de competência territorial pode verificar-se não só na
competência interna, quando são infringidas as regras que definem, de entre os vários
Tribunais, qual o territorialmente competente, mas também na competência internacional.
Perante os Tribunais guineense apenas pode relevar, quanto à competência internacional
directa, a infracção de um pacto privativo de jurisdição. Esta violação verifica-se quando,
apesar de as partes terem estipulado a competência exclusiva de um Tribunal estrangeiro
para apreciar certa questão, a acção vem a ser proposta num Tribunal guineense.
Confirmando a disponibilidade das partes sobre a competência relativa (art. 100º CPC),
a correspondente incompetência não é, em princípio, de conhecimento oficioso (art. 495º
CPC). Neste caso, a incompetência pode ser arguida pelo réu no prazo de contestação
(art. 109º/1; arts. 486º/1, 783º, 794º/1 CPC). O autor pode responder no articulado
subsequente ou, não havendo lugar a este, em articulado próprio, a apresentar nos 10 dias
seguintes à notificação da entrega do articulado do réu (art. 109º/2 CPC). Conjuntamente
com a alegação da incompetência relativa, as partes devem apresentar as respectivas
provas (art. 109º/3 CPC). Produzidas estas, o Tribunal decide qual é o Tribunal
competente para a acção (art. 111º/1 CPC).
São várias as situações em que a incompetência relativa é de conhecimento oficioso. É o
que sucede, nos termos do art. 110º/1-a CPC, nas acções relativas a direitos reais sobre
imóveis, a responsabilidade civil extra-contratual e naquelas em que seja parte o juiz, seu
cônjuge ou certas partes, nos processos de recuperação da empresa e de falência, nos
procedimentos cautelares e diligências antecipadas, na determinação do Tribunal ad
quem, bem como na acção executiva fundada em sentença proferida por Tribunais
guineenses e nas acções executivas para a entrega de coisa certa ou por dívida com
garantia real.
A incompetência relativa também é de conhecimento oficioso quando decorra da
infracção das regras da competência respeitantes à forma do processo ou do valor da causa
(art. 110º/2 CPC), ou seja, do disposto nos arts. 47º a 51º LOTJ. Como a competência em
razão do valor da causa (art. 16 e 19º LOTJ) se reflecte na competência do Tribunal de
círculo (art. 37 e 38º LOTJ) e do Tribunal singular (art. 51º LOTJ), o art. 110º/2 (a
incompetência em razão do valor da causa ou da forma de processo aplicável é sempre do conhecimento
oficioso do tribunal, seja qual for a acção em que se suscite) engloba
igualmente a violação da competência destes Tribunais.
Finalmente, a incompetência relativa deve ser apreciada oficiosamente nos processos em
que não se verifique a citação do demandado ou requerido (art. 110º/1-b CPC), ou seja,
nos processos que não constam da lista do art. 234º/4 CPC, e nas causas que, por lei,
devam correr como dependência de outro processo (art. 110º/1-c CPC), como sucede, por
exemplo, com o incidente de habilitação (art. 372º/2 CPC).
A decisão de procedência sobre a incompetência relativa determina, em regra, a remessa
do processo para o Tribunal competente (art. 111º/3 CPC). Exceptua-se a hipótese de a
incompetência resultar da violação de um pacto privativo de jurisdição, dado que o
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Tribunal guineense não pode enviar o processo para o Tribunal estrangeiro competente:
neste caso, a consequência desta excepção dilatória, não podendo ser a referida remessa,
é a absolvição do réu da instância (art. 111º/3 in fine CPC).
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO
Patrocínio judiciário Aquela situação onde uma pessoa precisa de um profissional do foro para o
representar no foro.
Às vezes confunde-se o patrocínio judiciário com a representação judiciária.
Cfr: artigo 34 e 33 - 477 CPC - o patrocínio podem ser facultativos (voluntário) ou obrigatórios.
Falta do patrocínio judiciário, consequência - nos casos em que o patrocínio é obrigatório o juiz
manda aperfeiçoar onde diz que falta cumprir o disposto no artigo 33 CPC conjugado com o artigo
477.
***Indeferimento liminar: Pegar um documento e nem se quer pronunciar artigo 193 e 474 CPC
Absolvição da instância artigo 288 CPC
Patrocínio judiciário: Significa que o advogado que patrocina vai passar a praticar os atos a favor do
menor. Todos os atos praticados pelo advogado repercutem-se na esfera jurídica do menor.
Contemplatio domini.
Transferência direta: o advogado quando prática um ato vai diretamente na esfera jurídica do
representado.
Obs: o patrocínio judiciário não tem que ver com a capacidade judiciária.
LEGITIMIDADE PROCESSUAL:
- Ativa e passiva
- Singular e plural
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Legitimidades: Motivos que nos levam a ser partes.
LEGITIMIDADE: do ponto de vista processual a legitimidade tem a ver simplesmente com a nossa
posição em relação ao objeto do processo.
Atenção! A legitimidade é questionável. Por exemplo o autor pode entrar com uma ação no tribunal
contra uma pessoa, esta pode pedir ao tribunal que o absolva da instância por falta da legitimidade do
autor da ação.
Legitimidade ativa plural: Varias pessoas com interesse direto relstivamente ao objeto do processo em
demandar.
Legitimidade passiva plural: Várias pessoas têm ligação direta com objeto do processo para serem
demandadas.
Legitimidade singular ativa mas plural passiva: uma pessoa vai demandar 10 pessoas.
Legitimidade plural ativa, mas singular passiva: várias pessoas a demandarem uma empresa por
exemplo.
A LEGITIMIDADE PLURAL
Esta legitimidade pode ser:
- LITISCONSÓRCIO E
- COLIGAÇÃO
Litisconsórcio é aquela situação onde o demandado ou quem demanda, apesar de haver várias pessoas
que se relacionam com o objeto, mas existe uma identidade quer em termos da causa de pedir como
em termos de pedido. Aqui o pedido é uno.
Aula do dia
Coligação: na coligação, a causa de pedir é igual e o pedido é diferente. Ex: acidente de viação em
que pessoas tiveram lesões ou prejuízos diferentes, portanto, o pedido será diferente mas a causa de
pedir (descrição da matéria fática) será igual devido aos factos que lhes é comum.
A coligação é uma facilidade que a lei dá.
Litisconsórcio voluntário (artigo 27º e 28 CPC) - a obrigação pode até ser solidária (a solidariedade é
que permite atacar só uma pessoa, neste caso um co-devedor).
A pluralidade aqui é voluntária. O litisconsórcio voluntário depende da vontade do autor. Ou seja o
autor é que decide se quer coligação ou não. Caso não intentar ação contra todos não beneficiará neste
caso do crédito na sua totalidade.
Litisconsórcio deixa de ser voluntário e passa a ser necessário quando essa solidariedade visa uma
obrigação conjunta.
Casos em que somos obrigados a entrar com a ação contra os có-devedores.
Cônjuges devedores.
No litisconsórcio necessário não posso eu cobrar apenas um dos cônjuges porque a obrigação é
conjunta.
Cfr. Artigo 28º e 288º, 474/1 CPC.
Obs:
*Há uma corrente cá na Guiné-Bissau, defendida por Professor Januário Pedro Correia, que entende
que a injunção é genérica.
As injunções só são conhecidas no tribunal de comércio porque normalmente os contratos que lhe são
submetidos são contratos de comércio ou prática de atos de comércio.
Por este motivo, o Mestre Gorcky entende que se a injunção for considerada comum, poderia ser
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conhecida pelo tribunal comum.
Portanto, as injunções só se tratam no tribunal de comércio que é o tribunal competente para decidir se
questões onde estejam em causa as atividades dos atos de comércio.
INSTÂNCIA
Ninguém entra com um processo para depois ser indeferido ou absolvido da instância porque o que se
quer é que o processo entre e saia com uma decisão de mérito.
Havendo uma anomalia no processo, o juiz nunca vai conhecer o mérito da causa
A instância
Constituição da instância
Suspensão
Interrupção
Extinção
A instância começa com a petição inicial. Mas esta regra não é absoluta porque nem para todo o
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mundo a instância começa com a petição inicial, por exemplo para o réu a instância começa com a
citação.
Princípio da economia processual: Tentar praticar tudo o que é necessário sobre um determinado
assunto numa fase processual
Saneador
PRINCIPIO DA ESTABILIDADE DA INSTANCIA artigo 268 CPC
de acordo com o principio dispositivo nao se pode alteral a estabilidade da instância.
VICISSITUDES DA INSTÂNCIA
A instância começa com a petição inicial e fecha com a sentença (com o reconhecimento ou não do
mérito da causa).
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A interrupção da instância é a paragem do processo dentro de um ano . Cfr. Artigo 285 CPC.
JULGAMENTO
O julgamento extingue a instância com a sentença cfr. 671 ss CPC
Caso julgado: significa que há uma decisão e sobre esta decisão não se pode pronunciar mais. Apesar
de haver situações em que se pode pedir ao tribunal para fazer a revisão do caso julgado. O caso
julgado significa que foi esgotado todos os mecanismos ordinários para a decisão.
ABSOLVIÇÃO DO PEDIDO
Acontece em dois momentos:
Despacho saneador e na sentença
Absolver do pedido é conhecer o mérito da causa.
Cfr. Artigo 671 CPC aponta que as formas em que se vai conhecer o mérito da causa não é só na
sentença mas também no saneador.
O COMPROMISSO ARBITRAL
Art. 290 CPC
A partir do momento em que as partes decidirem optar por uma solução extra judicial (arbitragem),
extingue-se a instância.
O pacto privativo da jurisdição muita das vezes é um compromisso arbitral prévio. No caso do famoso
resgate as partes lançaram mão ao pacto privativo de jurisdição para se extinguir a instância.
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DESERÇÃO DA INSTÂNCIA
Artigo 291 CPC
A instância que foi interrompida a partir de um determinado período de tempo é considerada deserta, e
isso dá origem a uma consequência. Isto é, a extinção da instância.
PETIÇÃO INICIAL: Requerimento onde o autor vai expor a sua pretensão processual.
REQUISITO DA PETIÇÃO INICIAL ART. 467:
- Introdução (Introito) / cabeçalho (conter a identificação do tribunal com a carta dirigida ao tribunal);
Considerando que estamos na fase dos articulados, este seria o artigo primeiro.,
O último momento em que a pessoa pode fazer as alegações factuais superveniente é na audiência.
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Imposto de selo artigo 467 CPC
A petição inicial deve ser dirigida ao presidente do tribunal.
Deve-se indicar o valor da causa como sendo um dos requisitos da petição inicial mas quando não
constam impede a secretaria de receber o processo;
Pois a secretaria não conhece o processo.
É possível impugnar as afirmações da parte contrária, também a prova pericial mas para atacar uma
prova pericial tem que se buscar um perito equiparado.
Na contestação o réu pode recusar pagar nas situações em que pode provar a capacidade técnica do
pintor, qualidade de tinta etc quando deste for mais barato em relação ao apresentado pelo autor.
ALEGAÇÃO DE DIREITO
O PEDIDO
Manifestação da pretenção processual, nestes termos de direito solicita ao tribunal que condene...
O pedido pode ser:
Simples
Múltiplo e
De prestação vincenda
Cfr. Artigo 280 CPC. Suspende-se até quando provar que tem obrigações fiscais.
Distribuição: processo pelo qual se faz a escolha do juiz responsável pelo processo.
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AS FORMALIDADES LIMINARES
Questões preliminares antes das decisões preliminares que o juiz toma.
FORMALIDADES LIMINARES
As formalidades liminares significa o quê que vai acontecer com o processo depois da sua entrada.
Entrada do processo
Distribuição - artigos 209 CPC, artigo 216 CPC (a distribuição é o momento em que o
processo vai ser destinado a um juiz que passará a ser responsável para decidir sobre o mérito
da causa). Este processo para a escolha de um magistrado a um processo tem que ser isento.
Autuação - colocar todos os documentos num único sítio.
Preparo - cinco dias a contar da distribuição, o autor tem de pagar 15% da taxa de justiça;
Preparos são os 10% dos 10% do valor da causa.
Custa é 10% do valor total.
Preparo é 1% em relação ao valor da causa.
Despacho Liminar - indeferimento liminar ou in lime; despacho de aperfeiçoamento ou de
não recebimento; despacho anómalo.
Obs: é importante conferir se a petição foi corretamente assinada pelo advogado e devidamente
identificado, dirigido a petição inicial ao presidente do tribunal.
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CITAÇÃO
Os atos processuais são de três tipos: artigo 138 ss (Atos das partes, atos da secretaria e atos dos
magistrados).
Atos das partes; artigo 150 CPC
Atos do tribunal: estes é que desdobram nos seguintes atos:
- Atos da secretaria; artigo 161 ss CPC
- Atos dos magistrados. Artigo 156 ss CPC
Despacho de citação
Se a petição não padecer de um vício, normalmente é chamado o réu à ação.
Portanto o Despacho de citação é o primeiro chamamento do réu à ação, se lhe põe a par dos termos
de processo, dando-lhe o acesso a petição inicial.
Todas as vezes que também se chama a outra pessoa interessada ao processo, também é designada de
citação.
Citação Irregular
Artigo 245 CPC.
Aula do 20.04.2020
Sumário:
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Após a citação do réu, imaginando que não existe nenhuma anomalia na petição inicial que implique o
seu indeferimento ou a sua exigência de aperfeiçoamento que uma vez não cumprida implica o
indeferimento, consequência prevista no artigo 477 CPC.
O réu é citado, após a sua citação e lá tem um prazo de 20 dias para contestar, salvo casos excecionais.
Contestação: é aquela forma como se espera que o réu se defenda no processo apresentando assim a
sua posição.
Mas há casos em que o réu vai se defendendo não em termos de contestação como exige o artigo
489/1 CPC.
R: o réu só não vai ter que contestar no prazo se o agravo subir com os autos… como veremos no 5º
ano este tipo de agravo suspende os efeitos da citação, logo, enquanto não se decidir sobre a
legalidade da citação, o réu fica com o prazo suspenso.
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Neste caso, a incompetência é relativa.
- Caso em que o réu não vai contestar mas mesmo assim vai se defender.
- Arguição da incompetência relativa;
- Arguição da suspeição do juiz (isso suspende toda a ação até que um outro juiz assuma o processo);
- Nomeação à ação regulada nos artigos 320 ss CPC.
Nos termos do artigo 320/1 CPC
Nomeação à ação: são os casos em que aquele que for demandado como possuidor em nome próprio
e a possuía em nome alheio, deve nomear a pessoa em nome de quem a possui.
Ex: CASO DO CONTRATO DE ARRENDAMENTO…
Alguém está a reivindicar a propriedade de um imóvel arrendado e cita o arrendatário como réu. O
arrendatário tem a obrigação de nomear o seu senhorio para a ação uma vez que ele (arrendatário) não
é a parte principal apesar de poder atuar como parte assessoria.
3ª MODALIDADE
- DESFESA POSTERIOR
É defesa posterior porque vai acontecer depois da contestação. Ou seja, o réu contesta e ainda assim
tem uma possibilidade suplementar apresentar o despacho chamado de articulado superveniente.
O réu pode arguir factos que não constavam da contestação mas que servem da sua defesa. Cfr. Artigo
589/2 + artigos 506 e 507 CC.
CONTESTAÇÃO
Momento em que o réu vai se posicionar quanto às alegacões do autor.
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Nos termos do artigo 490 CPC, quando o réu opta por impugnar, essa impugnação deve ser feita de
forma especificada (chama-se de ónus de impugnação especificada).
Nestes termos, o réu vai ter que impugnar ponto por ponto as alegações do autor.
Ou seja, o ónus de impugnação especificada obriga que o réu tome posição definida em relação a
cada facto articulado, sob pena daqueles factos da qual o réu não tomou posição serem admitidos por
acordo. O juiz vai considerar em tudo que o réu não impugnar especificadamente, que concorda. Isso
pode implicar a sua condenação.
Mais à frente veremos que esta conduta terá o mesmo efeito que a revelia.
É muito importante que o réu posicione em relação a todos os aspetos alegados pelo autor.
IMPUGNAÇÃO
Por outras palavras é contrariar por negação.
A impugnação não é a única forma de se defender.
EXCEÇÃO DILATÓRIA
Visa impedir que o tribunal conheça o mérito da causa, mas não extingue o direito alegado pelo autor.
As exceções dilatórias são todos os pressupostos processuais como podemos constatar nos termos do
artigo 494 CPC.
EXCEÇÕES PERENTÓRIAS
São os casos em que o réu vai arguir a extinção do direito. Ex: situação do caso jugado e a prescrição.
O CASO JULGADO
PRESCRIÇÃO
Quando um direito prescreve e ainda assim o seu titular tenta reivindicá-lo em juízo, o réu tem a
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possibilidade de arguir a sua prescrição.
Essa arguição não é de conhecimento oficioso.
Cfr. Artigo 495 CPC.
REQUISITOS DA CONTESTAÇÃO
É óbvio que a contestação tem requisitos como a citação.
Eis os requisitos da contestação:
1. O prazo - o prazo para a contestação são vinte dias no processo ordinário (artigo 486 CPC),
dez dias no processo sumário (artigo 783 CPC) e oito dias no processo sumaríssimo (artigo
794/1 CPC). Existem algumas exceções a essas regras do prazo, o MP é concedido a
possibilidade de prorrogar o prazo quando a situação justificar, isso consta do artigo 486
CPC, ainda se quisermos para um processo sumário mas diferente que são as injunções o
prazo para a contestação são quinze dias.
O Mestre Gorky revelou que propôs nos trabalhos para a alteração do CPC mudanças radicais sobre as
contestações para que eles sejam alargados mas no entanto o mesmo processo vai reduzir o número de
peças. As partes passam a ter prazos mais alargados mas reduz o número de peças processuais.
Obs: Para além da petição inicial, podemos contestar, replicar e treplicar, e ainda responder a tréplica,
no caso das propostas que eles estão a elaborar avançou que vão reduzir todas essas fases.
Por exemplo: Se o autor tinha dito que houve um acidente, o réu na sua narração pode dizer
que sim houve um acidente e que tinha havido um outro acidente antes, e que provocou um
derramamento de óleo na estrada, logo o réu já está a apontar a sua defesa, através da exceção
mostrando que o acidente foi provocada por uma causa que não lhe é imputável, logo as
consequências do mesmo acidente não podia porque a estrada não foi sinalizada. Por isso na
europa quando há um acidente, há sinalização para que todo o mundo saiba que tem que
reduzir a velocidade.
Mas o réu também pode dizer que não! O nosso acidente aconteceu porque o autor estava em
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excesso de velocidade e tinha consumido o álcool.
Ex: 10% de 1 milhão são 100 mil francos CFA e 10% de 100 mil a taxa de justiça são 10 mil francos
CFA e as custas são 100 mil francos CFA.
Maior parte dos processos que vamos ter no tribunal regional onde o valor da alçada é superior a esse
tribunal são processos comuns salvo os casos em que a lei determine que o processo é sumário ou
sumaríssimo.
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Ex: A ação de cobrança de dívida resultante de um contrato escrito constante no ato Uniforme relativo
aos meios de pagamento e vias de execução é um processo sumário, não segue a forma de um
processo ordinário.
É verdade que os tribunais da Guiné depois transformam isso num processo ordinário. Normalmente
os processos sumários têm etapas mais curtas afetam a citação e a contestação e acaba aí, o juiz tem
que decidir e os prazos para a contestação são mais curtos.
REVELIA, o que é?
A revelia é a não contestação. Após a citação do réu, o que se espera do comportamento desse réu de
acordo com a forma do processo é contestar, já sabemos que se a forma for comum e o processo for
ordinário, os prazos para contestar são 20 dias, se a forma for comum e o processo é sumário ou
sumaríssimo ou ainda de injunção, os prazos vão dos 15 dias aos 8 dias para contestar.
Por outras palavras, a revelia é ficar calado ou seja, não dizer nada – não reagir.
A revelia pode ser relativa quando o réu comparece, até nomeia o advogado mas este não contestou,
não apresentou a peça, falhou com os prazos da contestação. O réu participou porque nomeou, passou
uma procuração a um advogado mas nada mais aconteceu pois não contestou.
Não contestando, entra também em revelia e os efeitos acabam por ser os mesmos.
Obs: Só há revelia quando podemos provar que o réu foi citado e não compareceu no processo.
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Consequência 1 – Para os casos do processo comum ordinário é dar tudo o que foi dito pelo autor
como admitido por acordo ou como uma confissão. (Isso seria um efeito cominatório semipleno
porque o efeito cominatório só é pleno quando no processo sumario e sumaríssimo a revelia tem como
consequência a condenação imediata.
A revelia no processo ordinário significa que se o réu não contestar, tendo sido ou devendo
considerar-se citado regularmente. Portanto só há consequência quando o réu foi citado regularmente
ou deve-se considerar que foi citado regularmente.
Quando acontecer esses factos consideram-se confessados os factos articulados pelo autor se o reu não
reagir a arguição do autor que é o mesmo a dizer não contestou. A falta da contestação significa que
ele confessou tudo o que foi dito pelo autor. É óbvio que essa confissão só prova os factos que o
próprio autor tinha apresentado provas. Quem alega um facto deve poder prová-lo (ónus da prova), se
o autor alegar factos que nunca ofereceu documentos comprovativos ou testemunhas que o
comprovem ou ainda outros meios de prova, esses factos também não vão ser considerados
confessados porque ele não cumpriu o princípio do ónus de prova cfr. Artigo 341 CPC.
Cfr. Também o artigo 342 CC.
Já vimos quando falamos da petição inicial que toda a alegação deve ser acompanhada pelos
documentos ou factos que o comprovem. O autor quando diz que houve um acidente e que teve
sinistro em toda a parte de frente da viatura se não apresenta uma fotografia que prova que houve esse
sinistro, se não apresenta um relatório de um mecânico – neste caso é uma prova pericial que mostra a
gravidade do sinistro da viatura, o juiz nunca poderá aceitar que os danos que ele apresenta da viatura
são tal como ele o diz.
O Principio do ónus da prova não prejudica e nem é dispensado nos casos da revelia. Os únicos factos
que serão confessados nos casos da revelia são os factos pelos quais o autor apresenta uma prova.
O autor pode até apresentar uma prova fraca ou até não dizer verdade em relação a prova, mas como o
réu não reagiu, não contestou, está em revelia, estes factos vão ser considerados como provados pelo
juiz. É isso a gravidade da revelia num processo ordinário.
No processo sumário e sumaríssimo todos os factos provados imediatamente nos termos dos artigos
783, 784 – processo sumário, 795, 796 – processo sumaríssimo, considera-se que o autor é condenado
no pedido.
Obs: Os efeitos da revelia variam de acordo com a modalidade do processo e não é um mero
capricho.
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Por exemplo as questões que dão azo a um processo sumaria já são de tal forma evidentes que a não
participação do réu no processo a única consequência que deve ter porque também se quer que o
processo seja célere, é a condenação do réu por não ter intervindo no processo.
Portanto, todos os efeitos negativos da não contestação lhe cairá em cima, mas se o réu nunca foi
citado e nem se poder ser considerado como citado, não há efeitos.
Existem ainda outras e exceções (…) por exemplo: não se aplica o efeito cominatório pleno (são os
casos em que os efeitos da revelia para o processo sumário e sumaríssimo, onde não contestar, uma
vez citado, significa condenação) nem semipleno (que são os casos em que a não contestação
significa a confissão…a exceção a efeitos cominatório pleno e semipleno consta no artigo 485 CPC,
onde na sua alínea a) prevê que, quando havendo vários réus alguns deles contestar relativamente aos
factos que o contestante impugnar. Ou seja, nos casos da pluralidade passiva e um contestar, a
contestação de um não aproveita os outros assim como também a revelia deles não lhe prejudica – isto
é, eles não vão ser condenados em revelia.
Alínea b) do artigo 485 CPC prevê que quando o réu ou alguns dos réus for pessoa coletiva ou for um
incapaz e a causa estiver no âmbito da incapacidade. Também é outra situação em que a revelia não
vai produzir os seus efeitos;
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O quê que o efeito cominatório faz?
O efeito cominatório impede a avaliação dos meios da prova, impede a acareação (confrontação) dos
meios de prova. Ex: este apresenta um documento que diz A e outro apresenta um documento que diz
B. como não houve a contestação, também não vai haver a confrontação. Das duas, uma – ou
considera-se que o que ele diz é verdade e retira-se as consequências no caso do processo ordinário ou
considera-se que o que o autor diz não só é verdade como condena automaticamente o réu no pedido
que é o caso do processo sumário e sumaríssimo.
Obs: na contestação é que se faz o pedido reconvencional tal como podemos constatar de novo no
artigo 501 CPC. A reconvenção constitui pedidos autónomos do réu conexos com o pedido do autor se
não existir essa conexão o réu vai ter que entrar com uma ação autónoma.
Portanto, havendo a contestação e existindo factos que importar ao autor reagir, o autor apresenta uma
tréplica… a tréplica de novo em termos de requisitos terá que ter a mesma estrutura (indicação do
tribunal, indicação das partes e indicação da peça) – neste caso a tréplica que é regulada no artigo 502
CPC).
A seguir, o autor só precisa falar de factos novos apresentados pelo réu na contestação, aquilo que não
for novo não vale a pena.
É verdade que na prática, os advogados repisam nos vários assuntos que já tinham tocado na petição
inicial. Mas o juiz deve desvalorizar.
A única coisa que deve importar ao juiz na avaliação da tréplica são as questões novas introduzidas
pelo réu na contestação. No fundo, está-se a dar possibilidade ao autor de reagir à oposição que é a
contestação do réu.
Havendo a notificação da contestação o autor tem um prazo para replicar como podemos ver no artigo
502 CPC. A réplica passa a ser a contestação na verdade quando se tratar de uma reconvenção porque
há um pedido do réu e sobre esse pedido o réu é o autor e sobre esse pedido, a sua reação é uma
contestação e diz mais, nas ações de simples apreciação negativa, a réplica também serve para o autor
impugnar os factos constitutivos que o réu tenha alegado para alegar factos impeditivos. Na verdade,
nas ações de simples apreciação negativa a réplica é um segundo momento que o autor vai ter para
intervir porque ele tem só houve as ações de simples apreciação negativa porque o réu fez afirmações
públicas contra as quais o autor teve que exigir o tribunal que o exija que reconsidere essas mesmas
afirmações.
Quando eu vou dizer ao tribunal que diga a pessoa para dizer que eu não fiz o que ele disse que eu fiz,
na verdade eu já estou a contestar porque o autor já tinha afirmado embora não tivesse sido em juízo.
O prazo para a réplica é de oito dias, havendo a contestação, notificando o autor sobre a contestação, o
autor tem oito dias para replicar.
Mas se estiver em causa uma ação de simples apreciação negativa ou se estiver a reagir ao
pedido reconvencional o prazo é o prazo da contestação (20 dias) nos termos do artigo 502/3
CPC.
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A tréplica também tem os prazos da réplica uma vez notificado o réu, ele tem oito dias para reagir a
tréplica nos termos do artigo 503 CPC.
NB: o nosso processo ainda prevê mais outras peças que é a resposta a tréplica mas a resposta a
tréplica é uma situação excecional que acontece só nos casos onde haja uma ação de simples
apreciação negativa ou um pedido reconvencional. Só nesses casos há resposta a tréplica, se não
acontecer o processo termina no oferecimento da tréplica.
A tréplica é a reação do réu a réplica do autor e a resposta a tréplica é a reação aos casos da ações de
simples apreciação, neste caso apreciação negativa e o pedido reconvencional e isso faz-se e a ultima
peça é a resposta a tréplica.
FASE DA CONDENSAÇÃO:
Audiência preliminar do saneador
Do despacho saneador: da especificação, do questionário ou da decisão no saneador
sobre o mérito da causa ou sobre pressuposto processual.
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
::::::
ARTICULADO SUPERVINIENTE
O articulado superveniente é o último aspeto da fase dos articulados, o articulado superveniente
permite as partes quer o autor, quer o réu, apresentar o articulado desde que o facto a ser alegado seja
também um facto superveniente.
REQUISITOS
1º REQUISITO- apresenta-se articulado superveniente para alegar factos supervenientes. Cfr.506/1
48
CPC.
No fundo, o articulado superveniente pode ser entregue até a audiência, discussão e julgamento.
Facto superveniente (significa no fundo seu desconhecimento). O juiz só pode aprovar o articulado
superveniente quando for provado que o facto também é superveniente.
Ex:
A prova sobre a superveniência dos factos consta ainda do próprio artigo 506/2 CPC.
Factos supervenientes não são só factos novos que ocorram depois da fase do articulado. Pode ser um
facto anterior.
Maior parte dos factos supervenientes relevantes para o processo não vão ocorrer depois…já
ocorreram antes mas simplesmente as partes não tiveram conhecimento. A prática prova que a maior
parte desses factos é anterior aos articulados.
Quando as partes tiverem conhecimento do facto superveniente passam a ter um prazo de 10 dias para
arguir um facto superveniente, tudo isso tem que ser provado. Pois, se a outra parte provar que a outra
parte teve conhecimento há um mês, de novo não vai poder arguir esses factos porque são factos
supervenientes.
No direito comparado há muita discussão sobre o momento em que o juiz deve aceitar factos
supervenientes…mas aqui o debate não é daquele nível.
Obs: um facto novo que ocorra depois do articulado e que beneficie uma das partes pode ser arguido,
mas um facto anterior aos articulados mas que só teve conhecimento depois dos articulados também
pode ser arguido por quem beneficia. Essa arguição tem que ser feita 10 dias subsequentes a tomada
de conhecimento e ainda é possível fazê-lo mesmo que tivesse conhecimento desses factos durante a
discussão antes do seu encerramento. Ou seja, na última fase do processo.
Sendo a fase dos articulados, o processo passa a ser dirigido pelo juiz e de acordo com o nosso
sistema, num prazo de 10 dias o juiz deve convocar uma audiência preparatória que só é
obrigatória nos casos em que o juiz entenda os seguintes:
1º Que tem condições para decidir; (isto é, havendo matérias provadas suficientemente para o juiz
decidir sobre o fundo da causa);
2º Que existem exceções dilatórias que possam pôr fim ao processo; (as exceções dilatórias são
causadas pelos pressupostos processuais).
3º Que haja uma exceção perentória que possa também obrigá-lo a tomar o conhecimento do
mérito da causa. (A exceção perentória é igual ao conhecimento do mérito da causa).
NB: Além desses casos, há situações que podemos referenciar tais como:
- Convidar as partes para uma transação (solicitar as partes para decidirem elas mesma sobre o
processo) ou para uma audiência conciliatória.
49
Se o juiz não tiver essas questões, quando muito, o juiz tem de provocar essa audiência para questão
conciliatória.
Na verdade aqui na Guiné os juízes só marcam essa audiência para efeito conciliatório mesmo nos
casos em que o juiz sabe que tem motivos para decidir sobre o mérito da causa, esquecem sempre da
obrigação de audiência preparatória. Tomam decisões sobre o mérito da causa, mesmo que
efetivamente existe matéria provada suficiente mas eles não marcam audiência. Sobre este caso, o
legislador é claro. Se tiver matérias provadas suficiente por exemplo houve a violação do ónus de
impugnação especificada do artigo 490 CPC, em que réu contestou, mas não impugnou
especificadamente aspetos essenciais que permitam ao juiz decidir que já há matéria para
decisão, o juiz deve marcar a audiência preparatória, não deve tomar decisão sem marcar essa
audiência preparatória.
Depois da audiência preparatória, o juiz vai elaborar aquilo que se chama do despacho saneador.
Por isso a fase da condensação é conhecida também como a fase de saneamento.
Porquê Saneamento?
Porque é aqui que se o processo vai continuar, o juiz vai definir o que é que vai acontecer ao processo
a partir deste momento.
O juiz terá de elaborar os dois documentos que são: a especificação e o questionário se o processo
tiver que seguir.
Mestre: nunca vos disse que o despacho só vai ser feito depois da audiência preparatória. Pois, se o
juiz não tiver motivo para pôr termo ao processo ele não precisa marcar a audiência preparatória mas
mesmo assim vai elaborar o despacho saneador para produzir a especificação e o questionário.
O juiz tem sempre que fazer o despacho saneador independentemente da necessidade ou não de
marcar uma audiência preparatória.
Se marcar a audiência preparatória, significa que tem motivos para pôr fim ao processo. Ele pode
depois não pôr fim ao processo mas terá feito essa tentativa ou por via de transação ou por via de
conhecer o mérito da causa.
O conteúdo do despacho saneador nos termos do artigo 510 CPC, o despacho saneador vai conhecer
as exceções dilatórias, os casos da absolvição da instância. Imaginando que há um pressuposto
processual que afete o juiz vai conhecer o despacho saneador-sentença que vai absolver o réu da
instância.
Em segundo lugar, decisão sobre exceção dilatória, decisão sobre exceção perentória, quando decide
sobre exceção perentória vai conhecer o mérito da causa ou condenando no pedido ou absolvendo o
réu do pedido na situação em que exceção perentória seja um caso julgado, se a exceção perentória for
a prescrição, vai absolver o réu do pedido.
50
Qual é a diferença entre a exceção perentória e a exceção dilatória?
A exceção dilatória permite retomar o processo (…).
A exceção perentória vai pôr fim ao processo e nunca mais vai se voltar ao assunto.
Em terceiro lugar, dissemos nós que a marcação de audiência pode ser também porque já havia
matéria suficientemente provadas que permita o juiz decidir sobre o mérito da causa. Os casos podem
ser os casos da revelia, mas também podem ser os casos em que não houve uma impugnação
especificada de varias questões essenciais que permitam o juiz decidir sobre o mérito da causa. Nesses
casos, na verdade, a decisão no saneador é uma pura sentença, normalmente chama-se de saneador-
sentença.
Porquê saneador-sentença?
Porque efetivamente existem matérias provadas suficientes para conhecer o mérito da causa. Cfr.
Artigo 510/c CPC.
A não impugnação especificada do réu permite ao juiz dado a qualidade do material provado pelo
autor conhecer o mérito da causa já no despacho saneador.
Artigo 510/4 CPC consagra que quando se julgue procedente alguma exceção perentória ou quando
conhece diretamente do pedido, o despacho saneador é um saneador sentença. É mais uma sentença
dada o seu valor que conheceu sobre o mérito da causa.
51
Levando em consideração que ainda estamos a falar da fase de condensação, fase em que o juiz pode
pôr termo ao processo quando as provas são suficientes para o efeito. Quando assim é, o juiz vai
marcar uma audiência preparatória e por via dessa audiência produzir uma sentença condenatória.
Mas também o juiz pode pôr termo ao processo existindo um outro facto que possa pôr termo ao
processo como por exemplo a exceção dilatória, mas neste caso a sentença não é uma sentença do
mérito porque aqui o juiz não vai decidir sobre o fundo da causa mas sim é um pressuposto processual
que vai impedir o juiz de conhecer o mérito da causa.
Pode acontecer que não existem condições para o processo parar nesta fase (condensação) apesar do
juiz averiguar se existe uma exceção dilatória que possa fazer ablorver o reu da instancia não
encontrou. Apesart de tentar a conciliação através de audiência conciliatória também chamada de
conferencia porque acontece na maior parte das vezes para ver se existem condições das partes porem
termo ao processo através de uma conciliação (audiência conciliatória).
Especificação - o conteúdo da especificação e o memento que o juiz vai elaborar para dizer que
aqueles fctos alegados pelo autor. A especificação só contém matérias de facto nos termos do artigo
511 CPC, a especificação faz caso julgado formal porque as matérias aqui constantes vão contribuir
para a decisão final. Isto é, toda a matéria que consta da especificação apos atendido a reclamação nos
termos do artigo 511/3 CPC e sair a decisão final sobre essa reclamação tudo que contém na
especificação nunca mais será discutida nesse processo inclusive no julgamento.
Obs: A especificação e o questionário só são elaborados quando o processo vai prosseguir para a fase
seguinte.
Não havendo especificação e questionário, significa que o processo termine como vimos nos termos
do artigo 510 CPC.
O QUE É QUESTIONÁRIO?
São aquelas questões que o autor alega, que o réu contesta impugnando ou excecionando e o juiz não
sabe nesse momento quem diz a verdade sobre esses factos. Todos esses factos que vão para instrução
(processo de apurar quem tem a razão) vão constar do documento chamado de questionário. Mas se
juiz não incluir o facto que ainda não tiver provado no questionário não significa que no futuro o juiz
não vai poder incluir esses facto no memento de discussão, da audienica e do julgamento.
Por isso também se diz que o questionário não faz o caso julgado formal como acontece com a
especificação. O que contar do questionário não é fechado, o que significa que mais tarde o juiz pode
acrescentar mais factos que precisar, pois se o objetivo é apurar a verdade dos factos, não faz nenhum
sentido que questionário seja visto como um documento fechado.
Não há nada que justifique que o questionário seja um documento fechado e por isso ele não faz caso
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julgado formal, é um complexo de questões e não uma decisão.
Quando o juiz faz o questionário é no fundo uma decisão sobre as provas (sobre questões de facto), os
factos provados pelo juiz no julgamento têm o mesmo valor com a especificação que acontece na fase
de condensação.
Quando pircludirem os prazos da reclamação e do recurso, para fazer caso julgado formal, a
especificação é passível ao recurso de agravo, percludindo o prazo de recurso quer no agravo quer na
reclamação a especificação faz caso julgado formal, isto é, ninguém mais volta a discutir sobre essa
matéria.
FASE INSTRUTÓRIA
A fase instrutória é a fase mais longa do processo. Porquê?
Porque há uma obrigação das partes provarem tudo o que vai ser dito. Se a instrução é juntar as
questões que ainda não forem provadas para levar ao julgamento, essa fase começa com a petição
inicial quando as partes entregam os documentos comprovativos (provas sobre os factos alegados
na petição inicial) nos termos do artigo 512 e 523 CPC.
NOÇÃO DA PROVA
É importante destacar que se olharmos para o código do processo civil não vamos encontrar a noção
da prova, mas se olharmos para o artigo 341 CC veremos que as provas têm por função a
demonstração da verdade dos factos. Portanto, do ponto de vista do legislador de 66 podemos dizer
que a noção da prova é a demonstração da realidade dos factos. Alias entende-se mesmo que a
noção da prova é mais uma realidade substantiva que uma realidade processual.
Da mesma forma que os meios da prova são tratados na sua maioria no código civil, alguns no código
processo civil porque também entende-se que os meios de prova são na sua grande parte questões
substantivas e não adjetivas. Pois, o código civil aplica-se suvbsidariamente ao código do processo
civil sempre que não encontramos uma norma no direito processual civil.
A noção da prova legal é que a prova tem por função a demonstração da realidade dos factos. Cfr.
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Aritgo 341 CC.
OBS: quer o questionário, quer a especificação não podem tratar as questões que não foram alegadas
cfr. De novo o artigo 511 CPC, o que está em causa aqui é o princípio dispositivo.
Aquilo que não for alegado não vai ser discutido no tribunal.
O juiz não tem que levar em discussão os factos que não foram alegados pelas partes, pois a vontade é
das partes.
Aqui não interessa o sentido social, sociológico ou moral da prova mas sim o sentido jurídico ou a
verdade processual. Preocupa-se em saber o que foi discutido e no que foi discutido o quê que se
provou.
Obs: Fala-se em prostitutas dos meios de provas para referir a fragilidade dos meios de provas.
O objeto da prova no fundo tem que ver com o que é que se visa provar.
Portanto, o objeto da prova neste caso são os factos alegados.
Todos os princípios que norteiam a contestação e os articulados subsequentes mostram que a única
coisa da qual vamos falar, todos os princípios que norteiam a própria apresentação, o fundamento do
ónus da prova visa efetivamente a demonstração dos factos.
Quando se fala dos factos é importante distinguir as questões factuais e as questões de direito.
As questões de direito não são objetos da prova, ninguém prova que a definição, a subsunção que
damos ao ato, ninguém o prova com facto.
O que é que se faz para convencer um juiz dos factos que vamos alegar do ponto de vista
jurídico?
R: Deve-se fazer citação aos juristas de renome, fazer citações e exemplificações a casos similares e
da subsunção que foi dada se quisermos neste mesmo tribunal – a tal jurisprudência.
Portanto convence-se o juiz sobre as questões de Direito. Argumenta-se para convencer o juiz sobre as
questões de Direito, pois, elas não se provam.
As outras questões também que dispensam a prova constam do artigo 514/1 CPC, que são os factos
notórios, os factos de conhecimento geral. Estes não precisam ser provados por ninguém.
Ex: Antes de eu poder ser visto como proprietário de um bem que eu adquiri tenho que provar o
contrato de aquisição e entrega do mesmo bem pelo anterior titllar.
Portanto, o principio do ónus da prova é o principio segundo o qual os factos alegados devem ser
provados pelo autor da alegação.
Só não vai acontecer assim nos casos da inversão do ónus da prova.
A doutrina portuguesa vai buscar outro tipo de classificação que na verdade não é vinculativa.
- Vício de essência (vício de forma) ex: falta de assinatura; artigo 157 CPC
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