Você está na página 1de 4

Desenvolvimento Emocional E Social Da Criança E O

Processo De Aprendizagem
Uma criança apresenta dois aspectos distintos de evolução: o crescimento e o
desenvolvimento. O crescimento corresponde ao ganho de massa corporal registado ao longo
da vida, já o desenvolvimento corresponde a um conjunto de fenómenos que se refere a
evolução neuropsicológica e motora da criança. A boa qualidade de vida favorece ao
desenvolvimento saudável da criança em todos os aspectos.

Os factores que favorecem a boa qualidade de vida e desenvolvimento são os factores


genéticos, biológicos, nutricionais e psicológicos. Quando o ambiente em que a criança
cresce oferece estímulos para os sentidos, habilidades físicas e para a inteligência formal,
ajuda muito na formação dos indivíduos, que desenvolvem aptidões para os desafios da vida
adulta.

Sendo assim, a educação seja ela infantil ou não deve começar desde cedo instigar os
indivíduos a respeitar os demais, pois não existem formas educar se não tendo como base o
respeito desde cedo sendo instigado. Como defendeu Piaget é fundamental ainda que o elo
exista entre professor e aluno para que se possa existir um processo de aprendizagem
relevante.

Para Muoura et al (2009, p.1) Piaget defende a inteligência e seu desenvolvimento em


estágios.

O primeiro estágio é o da inteligência sensório-motora, a criança trabalha em cima dos seus


reflexos inatos (sugar, engolir, tossir, agarrar, etc.) e aprende a se movimentar e dirige as
sensações na construção do objecto. Piaget chama este nível de sensório motor, porque com
seus movimentos físicos a criança dirige as sensações provenientes do meio, e vice-versa.

A criança precisa de um ambiente saudável para crescer. Sendo assim, o Estatuto da Criança
e do Adolescente o ECA, tem evoluído de forma a garantir os directos aos pequenos de
crescerem com dignidade.

A criança de seis anos multiplica suas experiências a partir do convívio com novos colegas
em ambiente escolar, uma vez que se volta para os jogos e atitudes dos demais. Nesse
contexto ocorrem mudanças rápidas surgidas pela vivencia escolar. O convívio social é
fundamental para o desenvolvimento intelectual e afectivo da criança.

A criança passa efectivamente por muitos estágios de adaptação ao meio social, e as funções
do seu comportamento social modifica-se intensamente em face dessa ou daquela fase
etária. Por isso o comportamento social deve ser visto como comportamento reiterante
refractado em função do desenvolvimento social do organismo. (VYGOTSKY, 2001. P.278).

Para Vygotsky, defende ainda que é necessária uma interacção social para que se possa ter
uma cognição desenvolvida. Segundo o autor é função do professor lembrar e fazer
associações da linguagem e o conhecimento científico com a linguagem e o conhecimento do
educando, para que assim se possa ter uma aprendizagem adequada e eficiente, ao mesmo
tempo que integra o aluno no seu contexto, com novos conhecimentos adquiridos.

Concorda com ele Freire (1997), quando diz que a linguagem e a visão de mundo interfere
na leitura de mundo e da palavra, ou seja, o aluno tem conhecimentos próprios e adquiridos
que devem ser associados e interagir, nunca se deve desprezar o conhecimento que o aluno
traz para a escola, e sim associar e melhorar os mesmos.

Aos sete anos a criança começa a adquirir uma certa capacidade se colocar no lugar do
outro, esse período é marcado pelos acontecimentos sociais que desperta para os
sentimentos com os demais a sua volta. Aos oito anos, já compreende melhor as diferenças
entre elas e os adultos, factor que facilita a construção da auto-estima. Sua oscilação de
humor é quase constante. O período correspondente aos dez anos a criança possui grande
desenvoltura social, e se mostra capaz de analisar valores culturais e sociais, as meninas se
mostram mais interessadas nas conversas de adultos e uma certa repudia pelo sexo oposto.
Quanto aos meninos sua maturação sexual ainda se mostra invisível, mas já demonstra
interesse pelo sexo oposto.

Já parece um adulto em formação; está em contacto com o ambiente dos mais velhos graças
as numerosas adaptações. Encontram-se mais avançada na dinâmica e organização do seu
sistema de acção. Mostra-se eclético, com múltiplos interesses. Apela para as diferentes
válvulas de escape como roer unhas e brincar com o cabelo. Os temores vão perdendo
intensidade. As meninas tornam-se mais propensas ao choro e os meninos a ira, Soifer,
( 1985. P.100).

A adolescência tem início com a puberdade que começa por volta dos doze anos, nesse
período as mudanças são consideráveis tanto no plano físico quanto no psicológico, com
mudanças rápidas de humor e procura firma-se no ambiente com gritos e rebeldias. As
meninas criam laços afectivos mais fortes com as amigas, a interessar-se por dinheiro e o
que acontece depois da morte. O apetite desses indivíduos é gigantesco compatível com o
crescimento acelerado dessa fase da vida. Para o professor conhecer essa fase é
fundamental, pois a escola proporciona a estes o ingresso ao mundo das ciências e dos
contactos pessoais.

A OMS Organização Mundial da Saúde, diz que a adolescência tem início aos doze anos,
portanto durante esse período entre nascimento e adolescência é fundamental que a criança
se desenvolva em um ambiente que proporcione a sua integridade física e intelectual.

ART.227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegura á criança e ao adolescente,


com absoluta prioridade, o direito á vida, á saúde, á alimentação, á educação, ao lazer, a
profissionalização, á cultura, a dignidade, ao respeito, á liberdade e a convivência familiar e
comunitária, além de coloca-los á salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

O ECA afirma que todos os direitos devem ser preservados e para tanto a família, o Estado e
a sociedade como um todo tem responsabilidades para com as crianças. O Brasil tem a
legislação mais avançada com relação a protecção aos direitos das crianças e adolescentes,
mas a realidade ainda é dura, muitos brasileirinhos que vivem nas ruas, pois o ECA não tem
oferecido muito em relação as crianças brasileiras.

No Brasil a realidade é ainda permanece com a influência de preconceitos, alguns aspectos


de violência e principalmente de exclusão social, o que gera um desestimulo em relação as
expectativas para o futuro. Factores que não possibilitam o desenvolvimento adequado e
sadio para as crianças brasileiras.

Sendo assim, é perceptível que o estatuto da Criança e do Adolescente precisa ter uma nova
reformulação e um empenho efectivo das autoridades para que esse venha a ser respeitado.

O que se ver na verdade é que a criança precisa de um ambiente que venha a favorecer o
seu desenvolvimento psicológico e físico de maneira adequada, o desenvolvimento do
conceito e da noção de cidadania também é relativamente importante, por isso o professor
deve ter uma postura firme e descentralizada, onde se tem uma posição definida, nunca uma
posição convenientemente neutra quanto às questões sobre a cidadania, a criança, o
adolescente e seu desenvolvimento integral.

A escola é um lugar fundamental na vida de todo os seres humanos, a transformação que


acontece de forma individual e colectiva na formação da cidadania é um factor relevante
para todos os estudiosos das teorias de aprendizagem. É importante ressaltar que por trás
da formação do educando, não deve haver só uma pessoa, mas sim, um profissional, um
educador que se movimenta, que se atenta a todos os fatos para mediar situações e fazer
acontecer o aprendizado a todo momento. É neste movimento ininterrupto de intervenções
na realidade do aprendiz em contínua construção e transformação que o aprendizado tende a
se concretizar.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do


Adolescente, e dá outras providências. Disponível em: http:/www.planalto.gov.br Acessado
em 23 de junho de 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa Paz e


Terra. São Paulo 1997.
MOURA Ana Maria. et al. As Teorias de Aprendizagem e os Recursos da Internet Auxiliando o
Professor na Construção do Conhecimento. Disponível em:
http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=17. Último acesso em 01
de julho de 2009.

SOIFER, R. Psiquiatria Infantil Operativa. Porto Alegre: Artes Médicas,1985a. V.I

VYGOTSKY, L, S. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Nelson Salvador Turma N nº23709

http://www.artigonal.com/educacao-artigos/desenvolvimento-emocional-e-social-da-crianca-
e-o-processo-de-aprendizagem-1327538.html

Você também pode gostar