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Por sua vez, a palavra improbidade advém do grego improbitate, que significa
desonestidade. Justen Filho, entendendo que a configuração da improbidade
administrativa pressupõe a violação do dever constitucional da moralidade, ensina:

A improbidade se configura como a violação a um dever específico, que é o


do respeito à moralidade. Não se confunde improbidade com ilicitude em
sentido amplo. Pode haver ilicitude sem haver improbidade. A improbidade
pressupõe um elemento subjetivo reprovável. Como regra, a improbidade se
aperfeiçoa mediante um elemento doloso, admitindo-se a forma culposa
como exceção. (JUSTEN FILHO, 2010, p. 1021).

Consoante os ensinamentos de Meirelles (2008), entende-se por agentes


públicos “todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do
exercício de alguma função estatal.” Assim, de acordo com o autor referido, os
agentes públicos configuram o gênero do qual repartem-se em cinco espécies:
agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes delegados e
agentes credenciados.
De acordo com o posicionamento majoritário da doutrina são três as esferas
de responsabilidade dos agentes públicos: criminal, civil e administrativa. Meirelles
(2008), entretanto, adota quatro tipos de responsabilização, acrescentando a
cometida por ato de improbidade administrativa.
Em relação às esferas de responsabilização, a doutrina entende que a
apuração do ato de improbidade administrativa independe do resultado nos processos
civil, penal e administrativo, uma vez que a aplicação das sanções decorrentes da
prática de ato de improbidade administrativa ocorre em processo judicial autônomo.
Portanto, se as normas constitucional e infralegal determinam que as penas
aplicáveis aos atos de improbidade podem ser aplicadas em conjunto com as sanções
penais e são independentes das punições civis, criminais e administrativas, há, de
forma clara, o estabelecimento da diferenciação entre ambas.
O STJ já firmou entendimento de que as sanções de improbidade apresentam
natureza civil, senão vejamos:

As sanções previstas na ação de improbidade administrativa possuem caráter


civil, uma vez que as penas previstas são de perda dos bens, ressarcimento
integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos,
pagamento de multa civil e proibição de contratar ou receber benefícios do
Poder Público. (HC 50.545/AL. Quinta Turma. Relator Min. Gilson Dipp.
Julgamento: 15.08.2006. DJe: 04.09.2006)

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