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Adelaide Joaquim Vasco


Abdul Manuel Valentim
Zainabo Auasse

Teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg


Licenciatura de Psicologia Educacional em Habilitação de Intervenção e Desenvolvimento
Humano e Aprendizagem

Universidade Rovuma
Montepuez
2020
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Adelaide Joaquim Vasco


Abdul Manuel Valentim
Zainabo Auasse

Teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg


Licenciatura de Psicologia Educacional em Habilitação de Intervenção e Desenvolvimento
Humano e Aprendizagem

Trabalho de carácter avaliativo, realizado no


âmbito da cadeira de ética e deontologia
profissional, leccionado no curso de
Psicologia Educacional, 4º ano 1º semestre,
recomendado por:

Docente. Mestre: Mário Adolfo

Universidade Rovuma
Montepuez
2020
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Introdução
O presente trabalho insere-se no âmbito do desenvolvimento moral, relativamente a cadeira
de Ética e Deontologia profissional, que tem como tema: Teoria de desenvolvimento
moral de Kohlberg. Lawrence Kohlberg dedicou-se a estudar o desenvolvimento moral
do ser humano, retomando e aperfeiçoando o modelo Piagetiano. E de salientar que para
Kohlberg o desenvolvimento moral ocorre de acordo com uma sequência específica de
estádios, independentemente da cultura, subcultura, continente ou país, raça. Cada estágio
apresenta características próprias, estando relacionado com a idade e representando um
sistema de organização mais compreensivo e qualitativamente diferente do estágio
anterior. Tem como objetivo:
Objetivo geral:
 Estudar as definições da teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg.
Objetivos específicos:
 Descrever as definições na perspectiva de Kohlberg;
 Analisar o desenvolvimento moral na concepção Kohlberg;
 Relacionar a teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg com o nosso cotidiana
Metodologia: Para a concretização do presente trabalho da cadeira de Psicologia de
desenvolvimento da criança e do adolescente recorremos aos métodos qualitativo e
bibliográfico onde o ultimo culminou com a consulta de várias obras de diversos autores.

Estrutura do trabalho: O presente trabalho goza estrutura de um trabalho científico e na


sua mancha gráfica fazem parte os seguintes elementos: capa, folha de rosto, introdução,
desenvolvimento do trabalho, conclusão e Bibliografia.
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Teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg


Crença básica
Segundo MWAMWENDA (2005) descreve a moral se referindo as normas e regras da
conduta social que caracterizam as concepções a respeito da justiça e injustiça, do bem e
do mal. São mantidas ou cultivadas pela força da opinião pública, hábitos, costumes e
educação. “E o desenvolvimento moral ocorre de acordo com uma sequência específica de
estádios, independentemente da cultura, subcultura, continente ou país, raça”
(KOHLBERG, 1983:14)
Para Kohlberg (1983), a maturidade moral é atingida quando o indivíduo é capaz de
entender que a justiça não é a mesma coisa que a lei; que algumas leis existentes e podem
ser moralmente erradas e devem, portanto, ser modificadas.
Na perspectiva do autor acima citado, todo indivíduo é potencialmente capaz de
transcender os valores da cultura em que ele foi socializado ao invés de incorporá-los
passivamente. Este é o ponto central na teoria de Kolhlberg, e que representa a
possiblidade de um terreno comum com teorias sociológicas cujo objetivo é a
transformação da sociedade.

Potencialidades
Segundo MWAMWENDA (2005:131) Kohlberg, fortemente
influenciado pela teoria de Piaget, defendeu que o aspecto moral
desenvolve-se gradualmente em estádios. A sua teoria propõe três
níveis de moralidade, nomeadamente níveis pré – convencionais,
convencional e pós – convencional.

“O raciocínio pré-convencional é típico de raciocínio moral utilizado pelas crianças entre


4 e os 10 anos de idade. As decisões morais são egocêntricas, o que significa que as
decisões são baseadas nos interesses pessoais” (FINI, 1979:63). O raciocino moral da
criança difere do adulto porque as crianças têm menos experiências e maturidade.
No nível convencional, “o raciocínio moral é mais centrado no social – tem em conta os
interesses pessoas dos outros numa determinada sociedade” (FINI, 1979:63). Existe um
forte desejo para corresponder as normas morais, fundamenta-las e justifica-las. A maioria
dos adolescentes e dos adultos operam neste estádio (MWAMWENDA, 2005).
No entanto, a pessoa que opera no nível pós – convencional, nem é egocêntrica nem é
social, mas autónoma no seu juízo (MWAMWENDA, 2005). E de acordo com (FINI,
1979) as pessoas mantêm princípios de justiça que transcendem as leis existentes e as
convenções aceites e, se for o caso, entram em conflitos com o que é entendido como os
direitos básicos de uma pessoa e o que é considerado ser no interesse das pessoas.
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Por exemplo, roubar é considerado errado nos níveis convencionais. Assim a pessoa do
nível convencional não roubaria por que iria violar a lei. A pessoa de pós- convencional
teria um ponto de vista convencional, mas se roubar pudesse salvar uma vida, ela violaria a
lei. A partir desses níveis do desenvolvimento moral, Kohlberg citado por Mwamwenda
(2005: 131), Desenvolveu 6 estádios do desenvolvimento moral. E segundo Kohlberg, o
carácter moral das pessoas desenvolve-se, o que significa que o crescimento moral se faz
de acordo com uma sequência do desenvolvimento.
Nívei Estádios Características
s
1o Orientação As crianças avaliam-se a elas próprias como boas ou mas
pela obediência com base nas recompensas e nos castigos administrados
e punição. pelos adultos. As regras são percebidas como sendo
Pre – convencional

absolutas e devem ser cumpridas, independentemente das


circunstâncias. As crianças abstêm-se de ter um
comportamento inaceitável porque tem medo de ser
apanhadas.
o
2 Estádio da No ponto de vista da criança, o que é certo é o que a faz
individualidad feliz. A criança inibe-se de ser injusta se os outros não forem
e instrumental injustos com ela.
3o Orientação As crianças evitam envolver-se em comportamentos
bom rapaz, inaceitáveis, de forma a impressionar os seus pais e a
linda menina mostrarem que são boas. As crianças portam-se bem mais
Convencional

para ir ao encontro da provação dos outros do que por


acreditarem nos princípios morais. Elas também tendem a
agir de acordo com a opinião da maioria
4o Orientação A lei serve de princípio orientador para que as pessoas
para a lei e da recusem envolver-se em certos comportamentos, na medida
autoridade em que esse comportamento for proibido por lei. É
compreendido que a lei deve ser mantida a todo o custo.
Pôs - Convencional

5o Orientação Aqui reconhece-se que em alguns momentos pode-se quebrar


contratual o cumprimento da lei, pois, as leis são injustas e suscitáveis à
legalista reforma. Entende-se que as leis devem envolver o acordo
mútuo e devem ter como objetivo proteger os direitos
individuais. A sociedade é vista como a fonte da lei e a forca
que pode, se necessário, mudar a lei.
o
6 Orientação Este é nível do desenvolvimento moral mais elevado e
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pelos poucas pessoas o alcançam. O conceito de justiça está para


princípios além da ordem estabelecida e da justiça universal. Quem atua
éticos neste nível defende a igualdade entre as pessoas, na regra de
ouro (faz aos outros o que gostaria que fizessem a si) e na
dignidade humana, e na universalidade destes princípios.

A teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg tem se preocupado com a questão dos


possíveis efeitos das discussões verbais de dilemas hipotéticos sobre o comportamento real
das pessoas (KOHLBERG, 1983). Achando adequado complementar essa técnica com a
utilização de dilemas morais reais do cotidiano escolar, pois uma das vantagens do
desenvolvimento moral de Kohlberg é de desencadear nos indivíduos a capacidade de
raciocínio e de chegar a decisões morais racionais, para que possam garantir que os
indivíduos se comportem consistentemente de maneira moralmente responsável, caso não a
educação moral sempre irá enfrentar problemas morais com consequências para o sujeito e
para os outros (BZUNECK, 1988).
Por outra a teoria dos estágios do desenvolvimento moral de Kohlberg, afirma Weber
(1991), que tem sido amplamente usada e aceite para pesquisas no campo do
desenvolvimento moral.

Limitações
Como diz o ditado nenhum conhecimento é acabado portanto a teoria de desenvolvimento
moral de Kohlberg também não está de fora. Na visão de FINI (1979) São várias as
limitações encontradas na teoria mas iremos destacar as quatro principais críticas que
marcam a teoria de Kohlberg: dúvidas sobre a universalidade dos estádios; acusação de
elitismo; ignorância da especificidade do desenvolvimento moral das mulheres;
desvalorização do papel da emoção e do hábito no processo de desenvolvimento moral
(BZUNECK, 1988).
De todas as críticas, a terceira é a que parece ter maior consistência, graças aos estudos
conduzidos por Carol Gilligan, a qual conheceu grande notoriedade após a publicação do
livro In A Different Voice: Psychological Theory and Women’s Development, em 1982.
Carol Gilligan critica o facto da teoria de Kohlberg ter sido desenvolvida a partir de um
estudo conduzido com uma amostra de rapazes. Com efeito, a Tese de Doutoramento de
Kohlberg baseou-se numa amostra de adolescentes do sexo masculino, prestando-se a que
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o estudo fosse acusado de esquecer a especificidade do desenvolvimento moral das


raparigas.

Conclusão
Como conclusão, através da teoria de Kohlberg podemos entender que, a essência da
moralidade reside mais no sentido de justiça do que, propriamente no respeito pelas
normas sociais. E que a moralidade tem mais a ver com considerações de igualdade, de
equidade, de contratos sociais e de reciprocidade nas relações humanas e menos com o
cumprimento ou violação de normas sociais ou regras. A mesma teoria está relacionada
com a idade de forma global e, mais especificamente, com o desenvolvimento cognitivo.
Contudo foi muito importante investigar a teoria de desenvolvimento moral, porque nos
ajudara a identificar dilemas no nosso cotidiano na possamos intervir de maneira racionar e
responsável.
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Bibliografia
MWAMWENDA, T. S. Psicologia Educacional: Uma Perspectiva Africana, Textos
Editora, Maputo. 2005.
KOHLBERG, L. et al. Estágio moral: uma formulação atual e uma resposta aos críticos.
Basileia: Karger, 1983.
WEBER, James. Adaptar Kohlberg para melhorar a avaliação do raciocínio moral do
gerente. Business Ethics Quarterly, v.1, edição 3, 1991.
FINI, Lucila D.T. Análise do Desenvolvimento Moral em Campinas: UNICAMP-FE,
Dissertação de Mestrado, 1979.
BZUNECK, J. Aloyseo. Desenvolvimento Moral: de Piaget a Kohlberg. Trabalho
apresentado no V Encontro Nacional de Professores do PROEPRE, Faculdade de
Educação, UNICAMP, Lindóia, São Paulo, 1988
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Índice
Introdução...........................................................................................................................3

Teoria de desenvolvimento moral de Kohlberg.................................................................4

Crença básica......................................................................................................................4

Potencialidades...................................................................................................................4

Limitações..........................................................................................................................6

Conclusão...........................................................................................................................7

Bibliografia.........................................................................................................................8

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