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ÍNDICE
ELETROSTÁTICA .............................................................................................................................. 04
I - ELETRICIDADE E TEORIA ELETRÔNICA ............................................................................. 05
1.1 - TEORIA ELETRÔNICA .................................................................................................... 05
1.2 - A DIVISÃO DA MATÉRIA .............................................................................................. 06
1.3 - ESTRUTURAS DO ÁTOMO ............................................................................................ 07
II - PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO ............................................................................................. 08
2.1 - CARGAS ELÉTRICAS ...................................................................................................... 08
2.1.1 - ATRAÇÃO E REPULSÃO ENTRE CARGAS ........................................................ 09
2.1.2 - TRANSFERÊNCIA DE CARGAS ESTÁTICAS POR CONTATO ........................ 09
2.1.3 - TRANSFERÊNCIA DE CARGAS ESTÁTICAS POR INDUÇÃO ........................ 10
2.1.4 - DESCARGA DAS CARGAS ESTÁTICAS ............................................................ 11
2.2 - INTERAÇÃO ELÉTRICA ................................................................................................. 11
2.3 - LEI DE COULOMB ........................................................................................................... 12
2.4 - COMO A FRICÇÃO PRODUZ ELETRICIDADE ............................................................. 13
2.5 - COMO A PRESSÃO PRODUZ ELETRICIDADE ............................................................. 13
2.6 - COMO O CALOR PRODUZ ELETRICIDADE ................................................................ 14
2.7 - COMO A LUZ PRODUZ ELETRICIDADE ...................................................................... 14
2.8 - COMO A AÇÃO QUÍMICA PRODUZ ELETRICIDADE ................................................. 15
2.8.1 - PILHA PRIMÁRIA ................................................................................................ 15
2.8.2 - PILHAS SECAS E BATERIAS .............................................................................. 16
2.8.3 - PILHA SECUNDÁRIA OU ACUMULADOR ....................................................... 17
2.9 - COMO O MAGNETISMO PRODUZ ELETRICIDADE ................................................... 18
2.10 - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES ............................................................................. 18
III - CAMPO E POTENCIAL ELÉTRICO ....................................................................................... 21
3.1 - VETOR CAMPO ELÉTRICO ............................................................................................ 21
3.2 - CAMPO ELÉTRICO GERADO POR UMA CARGA PUNTIFORME .............................. 22
3.3 - LINHAS DE FORÇA ......................................................................................................... 22
3.4 - CAMPO ELÉTRICO UNIFORME ..................................................................................... 23
3.5 - TRABALHO DA FORÇA ELÉTRICA .............................................................................. 24
3.6 - ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA ................................................................................ 25
3.7 - POTENCIAL ELÉTRICO .................................................................................................. 26
3.7.1 - POTENCIAL ELÉTRICO DE CARGA PUNTIFORME ........................................ 26
3.7.2 - DIFERENÇA DE POTENCIAL ............................................................................. 26
3.8 - SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS .................................................................................. 27
3.9 - CAMPO ELÉTRICO UNIFORME ..................................................................................... 28
3.10 - CONDUTORES EM EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO ................................................. 29
3.11 - BLINDAGEM ELETROSTÁTICA .................................................................................. 29
3.12 - ELETROSCÓPIO DE FOLHAS ...................................................................................... 29
3.13 - CAMPO E POTENCIAL ELÉTRICO NOS CONDUTORES ........................................... 30
3.13.1 - CAPACITÂNCIA DE UM CONDUTOR ........................................................... 31
3.13.3 - PODER DAS PONTAS ...................................................................................... 32
3.14 - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES ............................................................................. 32
IV - ANEXO 1 - RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES ................................... 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 36
ELETROSTÁTICA ______________________________________ 4
ELETROSTÁTICA
Ramo da ciência que trata dos fenômenos associados com a eletricidade em re-
pouso e dos fenômenos que são comuns à eletricidade em repouso e em movi-
mento. Estes fenômenos e as leis que os governam tornam-se de grande impor-
tância quando grandes diferenças de potencial estão em jogo, como por exem-
plo, no projeto e operação de aparelhos e sistema de alta voltagem.
A Humanidade já passou pela Idade da Pe- sua célebre balança de torção (na verdade um di-
dra, Idade do Bronze e Idade do Ferro. Há dois namômetro), relacionar a intensidade da força elé-
séculos utiliza as máquinas térmicas e hoje convi- trica com a distância entre os corpos e a quantida-
ve com a "Era da Eletricidade". de de carga elétrica em cada um deles.
A história da eletricidade remonta aos tem-
pos da Grécia Antiga, seis séculos antes de Cristo,
quando Tales de Mileto (625-546 a.C.) percebeu
que um pedaço de âmbar, uma resina fóssil, quan-
do friccionado, adquiria a propriedade de atrair
corpos leves. Mas foi somente a partir do século
XVII que a eletricidade começou a se desenvolver
como ciência. No século XVIII a ciência da eletri-
cidade experimentou um desenvolvimento muito
rápido e no século XIX houve a consolidação da
energia elétrica.
No século XX a associação entre a eletrici-
dade e o magnetismo propiciou a construção das
máquinas e dos motores que revolucionaram o
nosso modo de vida.
Neste capítulo iniciamos o estudo da eletri-
cidade e para isso é fundamental o entendimento
do conceito de carga elétrica.
A carga elétrica é uma das propriedades
fundamentais da matéria, associada às partículas
elementares do modelo simplificado do átomo,
que são os prótons e os elétrons.
No simples acendimento de uma lâmpada
elétrica - eletricidade dinâmica - por exemplo, a-
tuam forças de origem elétrica. Mas, a verificação Balança de torção de Coulomb. Academia de Ciências
das propriedades da força elétrica fica mais sim- de Paris, 1785. Posteriormente, Cavendish usou um
ples quando consideramos os casos estáticos. Foi dispositivo semelhante para medir atrações gravitacio-
dessa forma que Charles Augustin de Coulomb nais.
(1736-1806) pode, em 1777, por intermédio de
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pesados elementos artificiais, obtidos com os rea- do átomo, você precisa conhecer alguma coisa so-
tores atômicos, podem ter mais de 100 elétrons em bre a estrutura atômica da matéria.
órbita ao redor do núcleo. Como o elétron é parte
II - PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
é um outro tipo de força de interação entre os cor- elétrica elementar, simbolizada por "e":
pos, devida a uma propriedade física denominada
e = 1,6 . 10-19 C
carga elétrica. É a força de campo eletrostático ou,
simplesmente, força de campo elétrico. Apesar da Toda partícula dotada de carga elétrica é um
grande analogia existente entre esta força e a força portador de carga elétrica. É o caso, por exemplo,
gravitacional, há uma diferença fundamental entre do elétron e do próton. O elétron é dotado de uma
elas: a força eletrostática pode ser de atração ou de carga elementar negativa:
repulsão. Isso implica a existência de duas espé- qelétron = - e = -1,6 . 10-19 C
cies de carga elétrica, denominadas, por conven-
ção, carga elétrica positiva e carga elétrica negati- O próton, ao contrário, é dotado de uma car-
va. Ambas são manifestações contrárias da mesma ga elementar positiva:
propriedade física. qpróton = + e = +1,6 . 10-19 C
A unidade de medida de carga elétrica é o
Coulomb, cujo símbolo é C. O nêutron, por sua vez, é uma partícula não-
Experiências revelam que a carga elétrica dotada de carga elétrica, ou seja:
apresenta-se na Natureza com valores múltiplos qnêutron = 0
inteiros de uma pequena carga denominada carga
Não podemos confundir elétrons livres com elétrons em excesso. Mesmo num condutor
metálico neutro, existem elétrons dos próprios átomos do material igualmente disputados
por seus núcleos atômicos (positivos). Por isso, esses elétrons têm total liberdade para se
movimentar pelo material e são denominados elétrons livres. Elétrons em excesso, por ou-
tro lado, são aqueles que o corpo ganhou ao ser eletrizado negativamente.
jeto próximos. Esta influência poderá ser exercida trons da barra serão atraídos para o ponto de con-
por contato ou por indução. tato. Alguns destes elétrons deixarão a barra e en-
trarão no bastão, carregando a barra positivamente
e diminuindo a carga positiva do bastão.
Tocando uma barra sem carga com um bas-
tão carregado negativamente, você provocará
também o aparecimento de uma carga negativa na
barra. A medida que o bastão carregado negati-
vamente se aproximar da barra sem carga, os elé-
trons da parte da barra mais próxima do bastão se-
rão repelidos para o extremo oposto. O extremo da
barra próximo do bastão será então carregado po-
sitivamente e o lado oposto será carregado negati-
vamente.
Quando o bastão tocar a barra, alguns dos
seus elétrons excedentes escaparão para a barra, a
fim de neutralizar a carga positiva vizinha, ao pas-
so que o extremo oposto da barra continuará re-
tendo sua carga negativa.
Quando o bastão se afasta da barra, a carga
negativa permanecerá nela, e o bastão apresenta-
se á ainda carregado negativamente, se bem que
com muito poucos elétrons em excesso. Quando
Carga positiva significa falta de elétrons e um objeto carregado toca um objeto sem carga,
sempre atrai elétrons, enquanto que carga negativa ele perde um pouco de sua carga em favor do ob-
significa excesso de elétrons e sempre repele elé- jeto sem carga até que seja atingido o equilíbrio
trons. elétrico.
Se você tocar com um bastão carregado po-
sitivamente uma barra metálica sem carga, os elé-
tido, verificamos que: que tem sinal contrário ao do indutor ficam mais
Cargas de mesmo sinal (natureza) - repulsão próximas desse corpo que as cargas induzidas que
têm o mesmo sinal do indutor. Em decorrência da
Cargas de sinais (natureza) diferentes - atração
diferença entre as distâncias, a força de atração é
mais intensa que a de repulsão e o corpo neutro é,
então, atraído.
| Q1 .Q2 |
F k
r2
A constante k, denominada constante ele-
trostática, depende do meio em que as cargas elé- | Q1Q3 | 9.109. | (9.10 6 )( 2.10 6 ) |
F13 k 0,162N
tricas estão imersas. No vácuo, temos: d132 (1) 2
| Q2 Q3 | 9.109. | (25.10 6 )( 2.10 6 ) |
k0 9.10 9 Nm 2 / C 2 F23 k 2
0,450N
d 23 (1) 2
tricidade ser limitado a aplicação de pequenas po- (pickups) e equipamentos de sonar usam cristais
tências, você a encontrará em diversos tipos de para gerar cargas elétricas por meio de pressão
equipamentos. Microfones de cristal, fonocaptores mecânica.
O homem adorou o sol durante milênios. Se e telecomunicações, pois, devido a sua instalação
conseguíssemos ver de sua superfície a Terra, per- e localização, acabam utilizando a energia solar
ceberíamos que ela é um ponto girando a uma dis- como fonte energética para seu funcionamento.
tância de 150 milhões de quilômetros e que recebe Antes de entendermos o funcionamento dos
algo como a energia de 10 bilhões de Itaipus. Para transdutores de energia solar, chamadas de células
que possamos utilizar a energia do sol que chega à fotovoltaicas (nome dado devido ao efeito que o-
superfície da Terra, precisamos de transdutores corre nesses transdutores - efeito fotovoltaíco),
que convertam tal energia diretamente em energia vamos entender um pouco sobre como é feito a
elétrica. sua fabricação.
O aproveitamento dessa energia começou a A fabricação de células solares é parecida
ser utilizada em 1959 nos EUA, como forma de com a produção dos chips de computadores, base-
geração de energia elétrica para os satélites. ada em materiais semicondutores. A matéria-
Hoje, a forma mais banal de aproveitamento prima básica para a fabricação das células é o silí-
de energia solar é aquela feita por relógios e cal- cio. Ele é purificado (extração de impurezas ine-
culadoras solares. rentes ao silício) e fundido num cristal cilíndrico.
Ela tornou-se uma forma atrativa como fon- Depois, esse cilindro é cortado por uma serra de
te de energia, foi a forma buscada para lugares i- dentes de diamante em fatias muito finas. Essas
solados, distantes das redes elétricas, na alimenta- lâminas passam por etapas de limpeza e recozi-
ção de equipamentos importantes de telemedições mento em fornos de alta temperatura, quando se
ELETROSTÁTICA _____________________________________ 15
tos podem ser muito sérios. tê-las, você economizará tempo e em muitas oca-
As pilhas requerem maior cuidado e manu- siões um trabalho árduo.
tenção do que a maioria dos equipamentos com Agora, você verá como a ação química pro-
que você lidará. Mesmo que você só tenha opor- duz eletricidade, e a utilização adequada e os cui-
tunidade de usar umas poucas pilhas ou baterias, dados com as pilhas, que funcionam segundo a
se conhecer a sua teoria de funcionamento, os seus ação química.
usos comuns e os cuidados necessários para man-
carvão e da maioria dos metais, enquanto que áci- litos, As pilhas secas, tais como as usadas nas lan-
dos ou compostos salinos são usados como eletró- ternas, são pilhas primárias.
O método mais usual de produção de eletri- manter uma carga suficiente para fornecer energia
cidade em larga escala deriva da utilização do em grande escala.
magnetismo. A fonte de eletricidade deve ser ca- Quase toda a energia elétrica que se usa é
paz de manter uma carga considerável porque esta originada nos geradores das usinas de força. O ge-
carga será usada para fornecer energia elétrica. rador pode ser acionado por energia hidráulica,
Embora a fricção, a pressão, o calor e a luz sejam por turbinas a vapor ou por um motor de combus-
também fontes de eletricidade, o seu uso é limita- tão interna. Qualquer que seja o método usado pa-
do a aplicações especiais, pois não são capazes de ra acionar o gerador, a energia elétrica que ele
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produz é resultante da ação entre condutores e i- duz-se eletricidade no condutor devido ao magne-
mãs que ele encerra. tismo do imã. Mais adiante você compreenderá o
Quando se desloca um condutor em torno de que é o magnetismo e como ele pode ser usado
um imã ou um imã em torno de um condutor, pro- para produzir eletricidade.
9 - (Mackensie-SP) Há quatro esferas idênticas, uma carre- colocada num ponto "P" bem próximo do ponto "O".
gada eletricamente com carga Q e as outras eletricamen-
te neutras. Colocando-se, separadamente, a esfera eletri-
zada em contato com cada uma das outras esferas, a sua
carga final será:
Pode-se afirmar que esta carga:
Q Q Q Q Q
a) b) c) d) e) a) é repelida para o ponto A se for positiva.
4 8 16 32 64
b) é atraída para o ponto A se for negativa.
c) é atraída para o ponto O se for positiva.
10 - (UCBA) Um equipamento é constituído por uma barra
d) é atraída para o ponto O se for negativa.
metálica, três pequenos sinos (A, B e C) e duas peque-
e) é repelida para o ponto B se for positiva.
nas esferas metálicas (1 e 2). As esferas e o sino C fo-
ram ligados à barra por fios perfeitamente isolantes. A
12 - (Ceetesp-SP) Três cargas elétricas puntiformes estão
ligação do sino C à terra e as ligações dos sinos A e B à
eqüidistantes, fixas ao longo de um eixo, como na figu-
barra foram feitas por fios condutores.
ra abaixo. As cargas q1 e q2 são iguais, possuindo mó-
dulo q. Para que a força resultante sobre a carga q1 seja
nula, o módulo da carga q3 deve ser:
a) 6q b) 4q c) 3q d) 2q e) q
Quando a barra metálica é eletrizada, as esferas 1 e 2 13 - (PUC-SP) As esferas metálicas A e B da figura estão,
são atraídas, respectivamente, pelos sinos A e B que so- inicialmente, neutras e encontram-se no vácuo. Posteri-
am ao seu contato. Após esse primeiro contato, enquan- ormente, são eletrizadas, atritando-se uma na outra e,
to o conjunto permanecer eletrizado, é mais provável nesse processo, a esfera B perde elétrons para a esfera
que: A. Logo após, as esferas A e B são fixadas nas posições
a) as esferas voltem à sua posição de equilíbrio. que ocupavam inicialmente. Uma terceira esfera, C,
b) as esferas, devido à repulsão, toquem no sino C e carregada positivamente, é colocada no ponto médio do
voltem à posição de equilíbrio. segmento que une as esferas A e B.
c) apenas a esfera 1 fique positivamente carregada e to-
que no sino C, voltando em seguida à posição de e-
quilíbrio. Pode-se afirmar que a esfera C:
d) apenas a esfera 2 fique negativamente carregada e a) aproxima-se da esfera A, executando movimento re-
toque no sino C, voltando em seguida à posição de tilíneo acelerado.
equilíbrio. b) aproxima-se da esfera B, executando movimento re-
e) as esferas toquem no sino C e, a seguir, a esfera 1 to- tilíneo acelerado.
que no sino A e a esfera 2 no sino B, e assim sucessi- c) fica em repouso.
vamente. d) aproxima-se da esfera B, executando movimento re-
tilíneo uniforme.
11 - (PUC-RJ) Duas cargas iguais estão fixas em dois pon- e) aproxima-se da esfera A, executando movimento re-
tos, A e B, como mostra a figura a seguir. O ponto "O" tilíneo uniforme.
é o ponto médio entre as A e B. Uma terceira carga é
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Numa determinada região, o campo elétrico é os sentidos indicados pelas setas na figura a se-
uniforme quando, em todos os pontos dessa regi- guir. O módulo do campo elétrico no ponto B vale
ão, o vetor campo elétrico possui a mesma inten- 24 N/C.
sidade, a mesma direção e o mesmo sentido.
Determine:
As linhas devem, então, apresentar:
a) a localização da carga Q.
a mesma direção (retas paralelas).
b) o módulo, a direção e o sentido do campo e-
o mesmo sentido. létrico no ponto P.
um espaçamento constante, pois a densi-
dade de linhas é proporcional à intensidade do ve-
tor campo elétrico.
Resolução:
a) Para a localização da carga Q, basta tra-
çarmos as retas suportes dos vetores que repre-
sentam os campos elétricos nos pontos A e B.
b) Na figura ao lado, observamos que rp = 2.rB
e, como o módulo do vetor campo elétrico é inver-
samente proporcional ao quadrado da distância,
então:
1
EP EB
4
24
EP 6 N/C, horizontal para a direita
4
Observação:
No caso particular em que a carga q se desloca
ao longo de um arco de circunferência cujo cen-
tro é posição ocupada pela carga Q, a força elé-
trica é sempre perpendicular à tangente à trajetó-
ria descrita pela carga q e, portanto, não realiza Uma trajetória qualquer entre os pontos A e B pode ser de-
trabalho. Assim: composta em segmentos de reta e arcos de circunferência
ELETROSTÁTICA _____________________________________ 25
mento AB corresponde ao trabalho que seria reali- Observando que rB' = rB, concluímos que:
zado por essa mesma força ao longo do segmento
o trabalho da força elétrica não depende da traje-
AB'.
tória.
Comparemos, então, o valor do trabalho rea-
lizado pela força elétrica quando a carga se deslo- qualquer que seja a trajetória que interliga os
ca do ponto A ao ponto B pela trajetória AB'B, pontos A e B, o trabalho realizado pela força elé-
com o valor do trabalho quando a carga se desloca trica é:
do ponto A ao ponto B por uma trajetória qual-
kQq kQq
quer: A B
rA rB
Trajetória AB'B
AB ' B AB ' B'B AB ' 0 AB ' B AB '
Observação: Resolução:
Para que a água escorra espontaneamente quan- a) O potencial elétrico de uma carga puntiforme é
do abrimos uma torneira, é necessário que haja Q
um desnível entre a superfície do líquido no re- dado por V k . Logo:
r
servatório e a saída na torneira. Da mesma ma-
neira, para o funcionamento de um aparelho elé- 9,0.10 9.( 2,0.10 6 )
VA 6,0.10 5 V
trico, é necessário que haja uma diferença de po- 3,0.10 2
tencial entre os pontos em que ele for ligado,
9,0.10 9 .( 2,0.10 6 )
provocando o deslocamento de cargas elétricas. VB 2,0.10 5 V
9,0.10 2
Exercício Resolvido: b) O trabalho realizado pela força elétrica no des-
Uma carga Q = -2,0 C encontra-se fixa em locamento da carga de prova é dado por
um ponto no vácuo (k = 9.109 N.m2/C2). Conside- = q.(VA - VB). Substituindo os valores teremos:
re dois pontos, A e B, situados a 3,0 cm e 9,0 cm,
1,0.10 6.[ 6,0.10 5 ( 2,0.10 5 )] 0,40 J
respectivamente, da carga elétrica Q.
a) determine os potenciais elétricos, em voltas, O sinal negativo indica que o movimento da
nos pontos A e B. carga de prova, entre os pontos A e B, não é
espontâneo. É preciso que um agente externo
b) Uma carga de prova, q = 1,0 C, é deslocada realize um trabalho de 0,40 J para movimentar
de A para B. Determine o trabalho realizado a carga.
pela força elétrica nesse deslocamento. Expli-
que o sinal do trabalho.
Como o vetor campo elétrico é sempre nor- Como o trabalho da força elétrica não de-
mal às superfícies equipotenciais, estas são consti- pende da trajetória descrita, vamos realizar o cál-
tuídas de planos paralelos, perpendiculares às li- culo do trabalho fazendo uma composição de dois
nhas de força. deslocamentos retilíneos: uma do ponto A ao pon-
to M, e o outro do M ao B.
Do ponto A ao ponto M, temos a ação de
uma força constante e paralela ao deslocamento,
cuja intensidade é F = q.E. O trabalho dessa força
é:
1 = F.d
1 = q.E.d
Pontos na superfície (r = R)
Em pontos na superfície de um condutor esféri-
co, as intensidades do potencial elétrico e do
campo elétrico são dadas por:
Q |Q|
V k e E k
R 2R 2
energia necessária para carregá-lo um pouco mais; energia potencial elétrica ( Ep) dado por:
e o trabalho da força elétrica, para cada elemento
Ep q.V
de carga que o condutor venha a adquirir, é dado
por: A soma de todos esses acréscimos corres-
q.(V V) q.V ponde à energia potencial elétrica que o condutor
terá ao final do processo de carga, e corresponde à
Assim, para que o processo aconteça, é ne- área mostrada na figura anterior.
cessária uma força oposta à força elétrica, que irá
realizar um trabalho de mesmo valor absoluto, QV
Ep e como Q CV , temos :
mas de sinal contrário. O trabalho dessa força se 2
reflete na energia potencial armazenada no condu- CV 2 Q 2
tor. Temos, então, para cada quantidade de cargas EP
2 2C
q a ser colocada no condutor, um acréscimo de
to da carga q de B para C.
11 - (Unicamp-SP) Considere
Com base na figura, assinale certo ou errado nas afirma- uma esfera de massa rn e car-
ções seguintes: ga q pendurada no teto e sob
I. A carga Q localiza-se a 2,0 cm à esquerda do ponto a ação da gravidade e do
A. campo elétrico E, como indi-
II. O potencial elétrico do ponto B é 6.105V. cado na figura.
III. Uma carga de prova positiva colocada no ponto B a) Qual é o sinal da carga q?
movimenta-se espontaneamente para a direita. b) Quais são as forças que agem na carga q?
IV. O trabalho da força elétrica sobre uma carga de pro- c) Se trocarmos o sinal da carga q, qual será a nova po-
va negativa que se movimenta de C para A é positivo. sição ocupada por ela?
7 - (U.E.Maringá-PR) Considere uma partícula de massa m 12 - (PUC-SP) Numa certa região da Terra, nas proximida-
e carga Q positiva. Então é correto afirmar que: des da superfície, a aceleração da gravidade vale 9,8
01) a partícula produzirá em seu redor um campo gravi- m/s2 e o campo eletrostático do planeta (que possui
tacional e um campo elétrico. carga negativa na região) vale 100 N/C. Determine o
02) a carga Q poderá ser escrita como sendo um número sinal e o valor da carga elétrica que uma bolinha de gu-
inteiro N de cargas elementares. de, de massa 50 g, deveria ter para permanecer suspen-
04) o potencial elétrico produzido pela carga puntiforme sa em repouso, acima do solo.
Q, a uma distância finita r do seu centro, será nulo.
08) o potencial elétrico de Q, a uma distância r de seu
centro, é uma grandeza escalar e positiva.
Dê como resposta a soma das afirmações corretas.
Considere o campo elétrico praticamente uniforme no
8 - Duas cargas elétricas, de mesmo módulo, mas de sinais local e despreze qualquer outra força atuando sobre a
contrários, estão fixas em dois pontos. A e B, e separa- bolinha.
das pela distância d. Assinale a alternativa correta:
a) Qualquer carga de prova colocada no ponto médio en- 13 - (Mackenzie-SP) Uma carga elétrica positiva e punti-
tre as cargas fixas ficará em equilíbrio. forme cria em um ponto P situado a 20 cm um campo
b) Tanto o potencial elétrico quanto o campo elétrico são elétrico de intensidade 900 V/m. O potencial elétrico
nulos no ponto médio entre as cargas. nesse ponto P é:
c) No ponto médio o potencial elétrico é nulo, mas o a) 100V b) 180V c) 200V d) 270V e) 360V
campo elétrico, não.
d) Em qualquer ponto sobre a reta que une as cargas o 14 - (Cesgranrio) Duas cargas puntuais (I) e (II) estão fixas
potencial elétrico é nulo. nas posições indicadas na figura.
e) O potencial elétrico, em qualquer ponto é diferente de
zero.
9 - (Vunesp) Na figura, o
ponto P está eqüidistante O ponto M é o ponto médio do segmento que une as
das cargas fixas +Q e -Q. duas cargas.
Qual dos vetores indica Observa-se experimentalmente que, em M, a intensida-
a direção e o sentido do de E do Campo elétrico tem a direção e o sentido mos-
campo elétrico em P, de- trados na figura, e que o potencial elétrico V é nulo (o
vido a essas cargas? potencial é também nulo no infinito). Esses dados per-
mitem afirmar que as cargas (I) e (II) têm valores res-
pectivos:
a) A b) B c) C d) D e) E a) -q e +q c) -q e -q e) +q e +q
10 - (FEI-SP) Quanto à representação das linhas de força da 1 1
b) - q e +q d) +q e - q
figura podemos afirmar que: 2 2
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15 - (UFMA) Ao chegar a casa nurn dia chuvoso. João disse localizado na superfície do condutor, o B está no interi-
ter visto uma andorinha morrer quando pousava na rede or e próximo à superfície, o C mais no interior e o D é
elétrica de alta tensão. Podemos afirmar que: externo. Com relação ao poten-
a) João não disse a verdade visto que não há diferença cial elétrico desses pontos, po-
de potencial entre os dois pontos de contato no fio. demos afirmar que:
b) a ave morrerá visto que a oscilação da rede elétrica, a) VC = VB = VA = VD
durante a chuva, estabelece uma diferença de poten- b) VC > VB > VA > VD
cial entre seus pés. c) VC = VB > VA > VD
c) A ave poderá morrer durante a chuva. visto que oca- d) VC = VB = VA < VD
sionalmente haverá ddp entre um ponto e outro do e) VC = VB = VA > VD
fio, onde a ave irá tocar.
d) João não disse a verdade visto que a elevada tensão 20 - (FEI-SP) Na figura estão representadas algumas linhas
do fio protege a ave. de força e superfícies equipotenciais de um campo ele-
e) a ave morre em decorrência do efeito Joule durante a trostático uniforme. Qual é o trabalho da força elétrica
chuva. que atua em uma partícula de carga q = 4 C no deslo-
camento de A a C?
16 - Na figura, estão representadas algumas linhas de força
(linhas pretas) e algumas superfícies equipotenciais (li-
nhas vermelhas) do campo criado pela carga q.
18 - Uma esfera condutora de 30 cm de raio está eletrizada 22 - (Faap-SP) A figura mostra, em corte longitudinal, um
com uma carga elétrica igual a 3,0 C Determine: objeto metálico oco, eletricamente carregado. Em qual
das regiões assinaladas há maior concentração de car-
a) a intensidade do campo elétrico e o potencial elétrico ga?
em um ponto situado a 10 cm do centro da esfera.
b) o potencial elétrico na superfície da esfera.
c) O potencial elétrico em um ponto situado a 50 cm do
centro da esfera.
ANEXO 1
1-b 1-d
2-d 2 - Todas corretas
3-b 3 - II e III
4-d 4-a
5 - C; E e E 5a - 9 J
6a - 10 cm 5b - 3 J
6b - Direção da reta AB e sentido de B 5c - 6 J
para A. 6 - Todas corretas
7-b 7 - 01 + 02 + 08 = 11
8-e 8-c
9-b 9-c
10 - e 10 - b
11 - a 11a - Negativa
12 - b 11b - tração, força elétrica e peso
13 - a
11c -
12 - -4,9.10-3 C
13 - b
14 - a
15 - a
16 - c
17 - d
18a - 0 e 9.105 V
18b - 9.105 V
18c - 5,4.104 V
19 - e
20 - 4,8.10-4 J
21 - c
22 - a
ELETROSTÁTICA _____________________________________ 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VALKENBURGh, Van, Eletricidade Básica - Volumes 1, Livraria Freitas Bastos, 1ª edição brasilei-
ra - 1960.
RAMALHO JR., Francisco; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo, Os
Fundamentos da Física - Volume 3, Editora Moderna, 7ª edição.
CARRON, Wilson; GUIMARÃES, Osvaldo, Física - livro do professor, Editora Moderna, 1ª edi-
ção.